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Trechos Do Livro Guarujá
Trechos Do Livro Guarujá
LOCALIZAÇÃO DO GUARUJÁ
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A OCUPAÇÃO
Martim Afonso de Souza foi escolhido pelo rei D. João III para a missão de
defender as costas brasileiras e dinamizar nosso território. Nenhuma expedição
anterior tivera a importância para o desenvolvimento dos planos de ocupação
efetiva da terra como a de Martim Afonso de Souza, em 1532. Seu irmão, Pero
Lopes de Souza, recebeu a Ilha de Santo Amaro como parte da Capitania do
mesmo nome.
Conforme afirma o professor Francisco Martins dos Santos[3], Martim Afonso de
Souza fundeou sua esquadra primeiramente no Guarujá, para, posteriormente, ir a
São Vicente. Sua afirmação se baseia na escritura de Estevam da Costa, cunhado
de Martim Afonso, de 31 de dezembro de 1536, transcrita como a original:
Lhe dou e hei por dadas as terras seguintes de Guaibê, onde é o Porto das Naos,
defronte desta Ilha de São Vicente, onde todos estamos [...] e da banda do sul
partem com a barra e porto da dita Ilha de Guaibê, e desta de São Vicente, que é
onde ancorão as náos quando vem para este Porto de São Vicente.
Pero Lopes de Sousa desapareceu num naufrágio na Índia. Com sua morte, em
1539, a capitania passou sucessivamente a dois de seus filhos e, por falecimento
destes, a uma irmã deles, D. Jerônima, já viúva de D. Antonio de Lima, e sua filha,
D. Isabel de Lima, tornou-se a quinta donatária. Casando-se pela segunda vez, seu
segundo marido, André de Albuquerque, apareceu como donatário em 1584,
segundo o padre Anchieta, citado por Capistrano de Abreu nas notas da obra de
Varnhagen.[4]
Tinha Pero Lopes como procurador da capitania de Santo Amaro, Gonçalo Afonso
que, nessa função, escolheu para a criação de uma povoação uma enseada
fronteira à ilha do Arvoredo. Petrone Pasquale[5] conta que em 1550, o padre
Leonardo Nunes, relatando em carta aos padres e irmãos de Coimbra um sermão
que fizera na vila de Todos os Santos, afirma ter comparecido gente de Santo
Amaro. O núcleo teria sido criado com o objetivo de se tornar vila, mas nunca
chegou a ter predicamento de vila, pois não chegou a ter pelourinho, condição para
tal. Os jesuítas que pela ilha passaram tinham a missão de impor aos índios a
civilização cristã, servindo de agentes da colonização a fim de acomodar os índios a
eles submetidos, situação igual em todo o território.
Muitas vezes, na metade do século XVI, as capitanias de São Vicente e de Santo
Amaro, apesar de diferentes, eram tratadas como uma só, sendo que o
representante direto de D. João III, rei de Portugal, era Brás Cubas.
Do período colonial, a Ilha guarda preciosos vestígios na forma de fortalezas,
como a de São Filipe, o Forte do Pinhão (hoje conhecido como Forte ou Farol do
Itapema), a Fortaleza da Barra Grande ou de Santo Amaro (do período da união
das coroas portuguesa e espanhola) e a ermida de Santo Antônio do Guaibê.
Durante o período colonial, economicamente, possuiu engenhos de açúcar e a
indústria de extração do óleo das baleias.
As denominações
Segundo Varnhagen[6], o nome Guaimbê[7] que a ilha recebeu dos índios, seria
devido a planta aquática, que dá em cacho o fruto, que em outras paragens do
Brasil dizem Aninga. Nesta ilha, da banda de fora, e a umas três léguas ao norte de
São Vicente, onde há uma enseada fronteira à Ilha do Arvoredo, fundou-se a
primeira povoação, com o nome de Vila de Santo Amaro, santo que naturalmente
seria escolhido por orago da igreja primitiva.
Da Vila passou o nome por ampliação a toda a Ilha, e até a capitania, como
sucedeu nas demais capitanias brasileiras.
O mesmo sítio do Forte São Filipe foi sede da Armação das Baleias, importante
marco econômico colonial nos séculos XVIII e XIX, hoje em ruínas.
Na armação do canal de Bertioga, a extração do óleo da baleia destinado à
iluminação pública e o aproveitamento dos seus derivados foi a primeira indústria
extrativa que funcionou na Ilha de Santo Amaro. O local para a instalação da
armação dependeu de fatores, além da existência das baleias, da proximidade de
água potável, de madeira para os fornos e para a construção das embarcações e
tonéis, enseada abrigada do mar aberto, de um ponto de observação elevado e
protegido por um forte. Todas as condições foram plenamente satisfeitas no local
escolhido. Myriam Ellis[9] aponta:
O documento apontado pelo arquiteto não parece ser definitivo, visto haver a
possibilidade de a primitiva capela necessitar na época de reformas que poderiam
ser interpretadas como a construção de uma nova.
O cruzeiro de pedra do século XVI, pertencente à capela encontra-se no Museu
Paulista, popularmente chamado de Museu do Ipiranga, na cidade de São Paulo.
Interior da Ermida
Os fortes e as fortalezas
O padre Anchieta, como superior em São Vicente (de 1567 a 1577), percorreu o
litoral paulista por diversas vezes. A partir de 1574, dedicou-se ao estudo da língua
dos indígenas da região de Bertioga, ficando muitas vezes hospedado no Forte de
São Filipe ou no Forte de São João.
A última providência importante tomada em relação à antiga Fortaleza foi em
1798: a concessão do governador Antônio Manoel de Melo Castro e Mendonça a
Antonio Francisco da Costa, do posto de tenente coronel de milícias, agregado ao
regimento de Santos.
Atualmente o forte se encontra em estado de ruínas, invadido pelo mato, mal
percebido, restando pouco em pé, apenas a muralha de granito, uma guarita, um
poço interno e algumas paredes.
O farol do Itapema
Melhor sorte está tendo a Fortaleza da Barra Grande, também chamada Santo
Amaro ou São Miguel, erguida em 1584, por ordem do rei Filipe I, pelo almirante
espanhol Diogo Flores Valdez, na época quando da união das coroas de Portugal e
Espanha; protegeu o estuário de Santos até 1905, quando se tornou sede do
Círculo Militar de Santos. Sua construção aconteceu após a invasão de Edward
Fenton, pirata inglês, que, em 1583, penetrou barra adentro, ocupando o porto
santista. Houve combate entre os espanhóis e os piratas de Fenton, sendo que
alguns galeões do inimigo foram capturados e a artilharia conquistada serviu
posteriormente como parte da usada na futura fortificação.
Em 1590, as tropas do corsário inglês Thomas Cavedish, apesar da existência da
fortaleza, através da barra chegou até a Vila de Santos, saqueando-a e incendiando
São Vicente. Já em 1615, a frota do holandês Joris Van Spilberguen, como também
em 1710 a do francês capitão Francois Duclerc, foram repelidas e os ataques
sustados pela proteção da fortaleza. Duclerc se encaminhou para o Rio de Janeiro.
Durante anos, a fortaleza sofreu depredações, remodelações e reformas
sucessivamente.
Os últimos tiros dos canhões da Fortaleza foram dados em 1893, quando da
Revolta da Armada. Em 20 de setembro, o Cruzador República atirou contra a
Fortaleza, seguindo-se fogo cruzado, sendo que alguns danos foram causados às
suas muralhas.
http://www.faculdadedondomenico.edu.br/museu/fotos.html
http://www.novomilenio.inf.br/guaruja/gfotosnm.htm
http://www.etecsantosdumont.com.br/2014/09/25/alunos-da-etec-do-guaruja-visitam-as-
ruinas-historicas-da-serra-guararu/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho_do_Peabiru
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trilha_dos_Tupiniquins
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rodovia_Caminho_do_Mar
http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2014/06/1473214-ruas-de-sp-tinham-touradas-
treinos-de-artilharia-e-forca-no-seculo-19.shtml
HISTÓRICO
GUARUJÁ, A PÉROLA DO ATLÂNTICO
A ocupação da Ilha de Santo Amaro, onde está localizada Guarujá e
Vicente de Carvalho, data de aproximadamente 3.900 anos atrás. Os
primeiros habitantes foram os Homens dos Sambaquis, semi-nômades, que
viviam da coleta de alimentos, de caça e principalmente dos produtos do
mar. Não conheciam a agricultura. Os Sambaquis existentes na Ilha foram
destruídos para a construção de estradas e construção civil, eram montes
formados por acúmulos de conchas , provavelmente construídos para
enterrar os mortos, ou para rituais religiosos ou rituais festivos.
Os índios Tupi originários da Ásia, cerca de 2000 anos atrás não moravam
na Ilha mas vinham aqui tomar banho de mar e apanhar sal. Moravam no
Planalto, hoje São Paulo. Os Tupi deram o nome: Ilha de Guaibê ou Guaru-
ya. Guaibê significa Lugar de Carangueijo (Azevedo Marques) ou Cipó de
Amarrar (Gaspar Soares de Souza), Guaru-ya significa Passagem Estreita
(João Mendes de Almeida) ou Viveiro de Sapos ou Rãs (Frei Gaspar da
Madre).
Os primeiros colonizadores portugueses ao chegarem a região trouxeram
outra pronúncia ao nome Guaru-ya, que passou a ser Guarujá. José Adorno,
ao construir uma capela em 1544 na região, em homenagem a Santo
Amaro, deu o nome definitivo a Ilha que abrigava Guarujá.
CRONOLOGIA HISTÓRICA DA ILHA DE SANTO AMARO
1502 - Expedição de Gaspar Lemos ou André Gonçalves, trazia Américo
Vespúcio que avistára a Ilha Guarujá, indo em direção a Ilha Goiaó, atual
São Vicente.
1532 - Expedição de Martin Afonso de Souza chega a São Vicente,
juntamente com Pedro Lopes de Souza.
1540 - Fundação do primeiro povoado da Ilha de Santo Amaro (nome
européio) por Estevam da Costa e Jorge Ferreira.
1545 - Instalação do primeiro engenho de cana-de-açúcar, construção da
Capela de Nossa Senhora da Apresentação, e a construção da Capela Santo
Amaro (dando nome definitivo a Ilha).
1552 - Braz Cubas substituiu um fortim de madeira erguido por Martin
Afonso de Souza, em defesa contra os piratas, na entrada da Barra de
Bertioga, pela Fortaleza de São Felipe.
1553 - Hans Staden, comandante do Forte São Felipe, naufraga e é
capturado pelos índios Tamoios. Milagrosamente libertado retorna a
Europa onde escreveu a obra "Duas viagens ao Brasil, 1547-1555".
1584 - Após a invasão do Pirata Inglês, Edward Fenton constrói-se a
Fortaleza da Barra Grande.
1670 - Início da construção da Fortaleza do Itapema.
1699 - Fundação da primeira indústria da região, Armação das Baleias
(1699-1830), no Canal de Bertioga.
1715 - Primeiro êxodo rural.
1765 - Primeiro Censo acusa 536 moradores.
1860 - A família Miguel Francisco Bueno Chaves adquire o Sitio da Glória.
1892 - A Companhia Prado Chaves adquire junto à Praia das Pitangueiras e
parte do Sitio da Glória, extensa s áreas de terra. Começa a urbanização
(Vila Balnéaria).
1893 - 4 de Setembro, inaugurada a Vila Balneária.
1897 - Incêndio destrói o Grande Hotel (reconstruido passou a chamar
Grande Hotel La Plage).
1911 - Plantações de bananas, riquezas agrícolas da região.
1920 - Fase áurea do jogo e do turismo.
1923 - Criado o Distrito de Paz de Guarujá (a Ilha continuou um distrito de
Santos até 1934).
1934 - Emancipação Administrativa em 30 de Junho (autonomia
municipal) .
1940 - Construção do Forte dos Andradas.
1949 - Instalada a Câmara Municipal de Guarujá.
1953 - Criado o Distrito de Vicente de Carvalho (antigo Itapema).
1962 - Criada a Comarca de Guarujá.
1965 - Instalado o Fórum da Cidade de Guarujá.
http://www.camaraguaruja.sp.gov.br/Pagina/Listar/8
http://origin.guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/sao-vicente-primeira-vila-brasil-
teve-geografia-alterada-onda-gigantesteca-724826.shtml
Trilha dos tupiniquins
http://acaonaturaltrilheiros.blogspot.com.br/2014/08/trilha-raiz-da-serra-paranapiacaba.html