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Programa Extensão
Formação de agentes e produção de materiais
didáticos, educativos e informativos para o
enfrentamento da violência contra a mulher.
PROEXT/MEC/SESu
Projeto de Pesquisa
Superando e Transformando o Cotidiano Escolar
Enquanto Espaço Produtor e Reprodutor de
Desigualdades Sociais e Violência de Gênero
CAPES/FAPEMIG
Equipe........................................................................... 69
Um pouco da nossa história…
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aparece como uma das alternativas de enfrentamento a
essas desigualdades.
Assim, o projeto consiste basicamente na realização
de oficinas temáticas sobre gênero, sexualidade,
patriarcado, raça e etnia, e homofobia. Assim, para dar
conta do empreendimento proposto sinalizamos a
necessidade de um tratamento metodológico diferenciado
nas atividades de formação, em que fossem superadas
práticas de palestras, cursos exclusivamente informativos e
documentos prescritivos, tipo de ação pedagógica
amplamente discutida na obra de Paulo Freire como sendo a
‘educação bancária’. O enfrentamento das desigualdades
reivindica uma proposta educativa que não seja meramente
informativa, mas que se valha de técnicas que se
proponham a trabalhar as relações interpessoais visando
um conhecimento – individual – de si mesmo, em que se o
pensamento está estruturado com a dominação, o conhecer
é muito mais um reconhecer.
Além das oficinas temáticas, foram realizadas
oficinas com técnicas de filmagem, edição, roteiro e pautas
de vídeo. A finalidade foi estimular os/as estudantes a
produzir um vídeo, onde possam capturar imagens do
cotidiano (escolar, familiar, da rua) onde as temáticas
discutidas nas oficinas pudessem ser também
problematizadas. A produção do vídeo nesse projeto teve o
objetivo de estimular os/as estudantes a perceber o espaço
onde vivem como espaço de socialização e de reprodução
de desigualdades, onde a explicitação dos conflitos possa
contribuir para a superação dos preconceitos e
discriminações e também, servir de objeto de estudo para a
pesquisa. Assim, Os/as educandos/as foram orientados/as a
construírem um vídeo, cujo tema foi escolhido por eles/as
mesmos. A única solicitação era que as questões de gênero
fossem desenvolvidas durante o mesmo.
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Entretanto, as oficinas e atividades em torno da
produção dos vídeos não ocorreram da forma planejada.
Isso aconteceu devido a um despreparo pedagógico da
metodologia de produção de vídeos, pois não conseguimos
que essa produção ocorresse de forma dialogada. As
oficinas com este enfoque acabaram sendo diretivas e
focadas mais na dimensão técnica do que pedagógica. Esta
situação foi avaliada e a equipe do projeto preferiu
modificar a metodologia utilizada no terceiro grupo de
estudantes e ao invés da abordagem com a produção de
vídeos optou-se por utilizar a produção de esquetes de
teatro como instrumento pedagógico dentro do projeto.
Utilizamos o Teatro numa perspectiva dialógica, em
que tivemos os escritos do teatrólogo Augusto Boal como
inspiração. Acreditamos que todos/as podem se expressar
por meio da arte, principalmente do teatro que é “uma ação
humana por excelência” (BOAL, 2009). Com este
entendimento realizamos as oficinas que apresentamos
nesta apostila. O nosso trabalho repercutiu de forma
positiva e trouxe acúmulos para as nossas ações de
enfrentamento às desigualdades de gênero. E assim como
Boal, entendemos que o que aprendemos devemos ensinar
e multiplicar.
Neste sentido, trazemos com essa apostila o que
aprendemos com o trabalho de enfrentamento às
desigualdades de gênero no cotidiano escolar. Esperamos
que ela possa contribuir para o trabalho de outros/as
educadores/as, que assim como nós estão sempre buscando
formas de melhorar a sua prática e de alternativas para a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária!
Atenciosamente,
Equipe do Projeto/ NIEG
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Oficina 1
APRESENTAÇÃO DO PROJETO
Duração: 20 min.
Materiais: câmera fotográfica
Objetivos: Realizar a apresentação da equipe do projeto e
dos/as estudantes e possibilitar um primeiro momento de
interação.
Desenvolvimento:
1) Explicar o objetivo da Oficina 1. Solicitar que todos/as
façam uma roda. Em seguida, explicar que irão fazer uma
dinâmica de apresentação chamada “Batizado Mineiro”,
sendo este um dos jogos do Teatro do Oprimido de Augusto
Boal. Pede-se primeiramente para que cada pessoa pense
em seu nome e em uma qualidade sua com a primeira letra
de seu nome. Logo após, explica que cada um falará seu
nome de forma musicalizada e com um gesto
correspondente a sua qualidade, Ex: Tatiane (falado o nome
baixinho e rápido), a característica Tímida e o gesto as
mãos no rosto como se estivesse se escondendo. Depois de
cada pessoa se apresentar todos/as devem repetir o nome,
gesto e entonação falados. Isso se repete com a
apresentação de todas as pessoas.
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Fechamento: Explicar que durante o projeto serão
realizadas oficinas sobre as questões de gênero (como
violência contra as mulheres e homofobia) e de teatro,
sendo que durante a realização do projeto os/as estudantes
montarão um esquete teatral com o tema escolhido por
eles/as, mas que tenham como centro as questões de
gênero. Assim, durante as oficinas serão trabalhadas
diferentes dinâmicas para prepará-los/as tanto teoricamente
quanto praticamente para a produção dos esquetes.
Desenvolvimento:
1) Explicar que serão feitos alguns jogos teatrais do arsenal
do Teatro do Oprimido e os objetivos dos mesmos. Em
seguida, solicita que fiquem em círculo para iniciarem os
jogos.
O primeiro jogo se chama “mosquito moçambicano”. Esta
técnica consiste em um jogo de ritmização. Primeiramente
conta-se uma breve história sobre ter chegado alguns
mosquitos na cidade e que foram todos para a escola. Como
esses mosquitos são muito grandes é necessário que se
tenham duas pessoas para mata-los juntas. Só que estes
mosquitos gostam de ficar em cima da cabeça das pessoas.
Assim, quando um mosquito está na cabeça de uma pessoa
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as outras duas pessoas, do seu lado esquerdo e direito,
devem bater palmas em cima da cabeça da primeira
pessoa. Depois o mosquito passa para a cabeça da pessoa
ao lado direito e as duas pessoas dos lados dessa devem
bater palmas como a dupla anterior. Essas ações continuam
e os mosquitos vão passando e cabeça por cabeça, É
importante que o jogo se repita até que as pessoas
consigam com o jogo produzir um ritmo com as palmas.
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que está passando pelo ponto e vê aquela mulher e o seu
desejo é estar perto dela e vai fazer qualquer coisa para
alcançar o seu objetivo. Após explicar a cena, pede-se que
os dois encenem a situação e acordo com o desejo de suas
personagens. Quando estiverem no momento de maior
conflito entre os dois personagens, em que se representará
uma situação de assédio sexual contra uma mulher a
facilitadora problematiza a cena, para que os/as estudantes
percebam que se trata de uma cena de assédio. Em
seguida, ela pergunta se há no grupo alguém que imagine
uma forma da jovem agir para acabar com aquela situação
de opressão. Se tiver alguém com uma ideia solicita que
não fale o que pensou, mas que ocupe o lugar da
personagem e refaça a cena apresentada. Após refazerem a
cena a facilitadora problematiza novamente a cena e
convida outras pessoas a realizarem outras alternativas
diferentes da apresentada.
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Oficina 2
CONSTRUÇÃO DE ROTEIROS
Desenvolvimento:
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4) Depois da construção da história, os grupos compostos
pelos/as estudantes devem dividir os personagens entre
eles/elas, tendo eles/elas um tempo de 20 minutos para o
ensaio das esquetes, onde depois os grupos dos/as
estudantes deverão apresentar para todos/as participantes
da oficina
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Oficina 3
GÊNERO
Duração: 30 minutos
Desenvolvimento:
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2) Em seguida, pede-se que os\as estudantes se dividam
em dois grupos.
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Atividade 2: Refletindo sobre gênero
Duração: 60 minutos
Desenvolvimento:
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Oficina 4
Duração: 30 minutos
Desenvolvimento:
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3)Após a problematização das palavras, solicitar que a
partir das discussões realizadas, os\as estudantes
sintetizem um conceito coletivo sobre sexualidade.
Duração: 40 minutos
Desenvolvimento:
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sexuais, buscando desconstruir mitos e estereótipos
associados às mesmas.
Duração: 20 minutos
Desenvolvimento:
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Oficina 5
Desenvolvimento:
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Oficina 6
TIPOS DE ESQUETES
Duração: 30min.
Desenvolvimento:
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- Quais são os temas abordados nos vídeos?
Duração: 40min.
Desenvolvimento:
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Oficina 7
HOMOFOBIA
Duração: 1 hora.
Desenvolvimento:
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- Por que vocês acham que existem pessoas que agridem as
outras por causa de sua identidade sexual?
Duração: 30 minutos.
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Desenvolvimento:
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4) Ao final da dinâmica, fazer as seguintes perguntas
aos/às estudantes, visando a reflexão sobre a atividade:
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Oficina 8
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
Duração: 40 minutos
Desenvolvimento:
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2) Pedir que escrevam palavras e/ou frases que vêm à
mente quando ouvem a frase “pessoas brancas” – no
mínimo 5 palavras - (1 minuto).
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Atividade 2: Refletindo sobre o racismo
Duração: 20 minutos
Desenvolvimento:
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4) Logo após, explicar aos/às estudantes que será
apresentada a música, “Mulheres Negras” da cantora Yzalú.
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Oficina 9
Duração: 45 minutos
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Desenvolvimento:
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Atividade 2: Tipos de violência contra as mulheres
Duração: 45 minutos
Desenvolvimento:
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Oficina 10
PATRIARCADO
Duração: 15 minutos
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Desenvolvimento:
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heteronormatividade, o capitalismo, o poder. Deve-se
dialogar com os/as estudantes para que percebam que a
ideia do patriarcado no século XVIII, permanece ainda nos
dias atuais.
Duração: 40 minutos
Desenvolvimento:
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- Como poderiam ser imagens fora da estrutura do
patriarcado?
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Oficina 11
Duração: 1h e 30 min.
Duração: 20min.
Desenvolvimento
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as atividades realizadas. Em seguida, explicar o objetivo
dessa primeira atividade.
Duração: 1 h
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Objetivo: Evidenciar os cotidianos de mulheres em situação
de violência, marcados por diferentes tipos de violência
(psicológico, sexual, patrimonial, moral e físico) formando o
chamado Ciclo da violência. Além disso, refletir junto com
os/as estudantes as diferentes possibilidades de
enfrentamento a estas situações de violência.
Desenvolvimento
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de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS), Delegacia,
Defensoria Pública, Hospitais, Secretaria de Saúde,
Vigilância Epidemiológica e Viva Vida.
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Oficina Alternativa 11.1
Duração: 1 hora
Desenvolvimento:
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Oficina 12
Duração: 1 hora.
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Desenvolvimento:
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- O que vocês acharam da atividade prática de visita a estas
instituições? Gostaram ou não? Por quê?
Duração: 30 minutos.
Desenvolvimento:
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estudante ficará responsável por representar uma
instituição componente da Rede.
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Oficina 13
Duração: 20 minutos
Desenvolvimento
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4)Após a análise das esquetes, os/as estudantes devem
anotar as modificações a serem feitas para a produção final.
________________________
[6] Fontehttp://www.youtube.com/watch?v=NDhHJpik7As
[7] Fonte:http://www.youtube.com/watch?v=ZLofi1VDeWU
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ANEXO 1
OFICINA 9 – Atividade 1
Frases - Eu sofro violência quando...
“Eu sempre tenho que acordar cedo para ajudar minha mãe,
enquanto meu irmão fica dormindo” – Thais, 13 anos.
“Quando eu não posso sair com as minhas amigas depois do
trabalho para tomar uma cerveja” – Carla, 26 anos.
“Quando eu decidi ser mecânica” – Griselda, 40 anos.
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ANEXO 2
OFICINA 9 – Atividade 2
SLIDES – Tipos de violência contra as mulheres
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ANEXO 3
OFICINA 10 – Atividade 1
Imagens que remetem às cenas das novelas
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Terceira cena - novela Gabriela (2012): mostra a cena da
personagem Dorotéia ameaçando a personagem Zuleika,
recém casada, dizendo que ela não pode ter prazer na
relação sexual com o seu marido: “se eu ouvir um gemido,
digo que tu é quenga!”. Isso evidencia como o discurso do
patriarcado perpassa pelas falas e comportamentos de
diferentes sujeitos, inclusive de mulheres.
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ANEXO 4
OFICINA 10 – Atividade 2
Imagens e Problematizações
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Imagem 3 - Uma mulher executando serviços domésticos
com a aparência de cansaço (problematizar a feminização
do trabalho doméstico).
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Imagem 4 - Fotografia dos personagens do programa
televisivo “A Grande Família” exibido pela Rede Globo
(problematizar como o patriarcado circula nas diferentes
épocas, sendo este programa uma das suas representações
nos dias atuais).
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Imagem 6 - Cena de uma agressão física contra um
homossexual (problematizar como sujeitos com identidades
sexuais consideradas fora do padrão heteronormativo
sofrem violência, evidenciando como o patriarcado se faz
presente nas diferentes desigualdades de gênero).
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Imagem 8 - Cena da novela “Mulheres Apaixonadas”,
exibida pela Rede Globo, a qual destaca a violência física
contra as mulheres (problematizar como o patriarcado ainda
é muito marcado pela figura do marido e como os homens
utilizam de sua posição de poder para agredir as mulheres).
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Imagem 10 - Propaganda de cerveja com mulheres
seminuas (problematizar a exploração do corpo da mulher
na publicidade).
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Imagem 12 - Cena sobre turismo sexual (problematizar a
imagem que os países do exterior têm sobre o Brasil no que
diz respeito às mulheres, principalmente às negras, em que
ele visualizado como o país do samba, do carnaval, do
futebol e das mulatas).
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Imagem 14 - Propaganda de cerveja com uma mulher
negra (problematizar a sexualização e a comercialização do
corpo das mulheres negras).
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ANEXO 5
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psicológico, por exemplo. Oferece também assistência
básica como, por exemplo, o fornecimento de cestas básicas
ou abrigamento para mulheres em situação de muita
vulnerabilidade de violência. No município de Viçosa
contamos no CREAS com um grupo de atendimento
psicossocial às mulheres em situação de violência.
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envolvidos, determina as providências a serem tomadas. É
também na Delegacia que além do Boletim de Ocorrência,
pode ser feita uma representação criminal contra o
agressor.
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comunidades, conseguem ter acesso a um grande número
de mulheres. Neste sentido, elas auxiliam na
informação/divulgação dos direitos das mulheres em
situação de violência e no encaminhamento dessas
mulheres para as instituições da Rede Protetiva. Além disso,
os/as profissionais da saúde do PSF (agentes,
enfermeiros/as e médicos/as) contribuem com o
preenchimento da Ficha de Notificação Compulsória de
violência doméstica, sexual e outras violências, para o
abastecimento do banco de dados do Sistema Nacional de
Agravos de Notificação (SINAN).
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ANEXO 6
O CASO
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Marcos e ele disse à ela que fez porque a menina mereceu,
que ela era como sua mãe que merecia aprender a respeitá-
lo a força. Dizendo isso, Marcos a segurou pelo braço e a
jogou na cama, dando tapas em seu rosto e corpo, e a
obrigou a transar com ele.
No dia seguinte, Beatriz foi trabalhar machucada e sua
patroa, Léa, perguntou à ela sobre um hematoma que tinha
em seu braço. Beatriz desconversou sobre a pergunta,
dizendo que havia caído. Léa insistiu e ela contou o
ocorrido.
Se você fosse Léa o que faria para ajudar Beatriz?
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EQUIPE
Coordenação:
Marisa Barletto – Depto de Educação UFV;
Paula Dias Bevilacqua - Depto de Medicina Veterinária UFV;
Bolsista Mestrado
Natália Hosana Nunes Rocha - Mestranda em Educação
PPGE/UFV - CAPES
Bolsista Extensão
Diana Cardozo - Ciências Sociais UFV – PROEXT/MEC/SESu
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COLABORAÇÃO
Jessica Miranda Reis – Graduanda em Comunicação Social UFV.
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