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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E CULTURA


NÚCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS DE GÊNERO

Programa Extensão
Formação de agentes e produção de materiais
didáticos, educativos e informativos para o
enfrentamento da violência contra a mulher.
PROEXT/MEC/SESu

Projeto de Pesquisa
Superando e Transformando o Cotidiano Escolar
Enquanto Espaço Produtor e Reprodutor de
Desigualdades Sociais e Violência de Gênero
CAPES/FAPEMIG

Viçosa – Minas Gerais


2013/2014
OFICINAS

RELAÇÕES DE GÊNERO E VIOLÊNCIA


SUMÁRIO

Um pouco da nossa história.............................................. 01

Oficina 1– Apresentação do projeto.................................... 04


Oficina 2 – Construção de roteiros..................................... 08
Oficina 3 – Gênero........................................................... 10
Oficina 4 - Discutindo sobre as Identidades Sexuais............. 14
Oficina 5 - Proseando sobre sexualidade............................. 17
Oficina 6 – Tipos de esquetes............................................ 19
Oficina 7 - Homofobia...................................................... 22
Oficina 8 - Relações étnico-raciais...................................... 26
Oficina 9 – Tipos de Violência de Gênero............................. 30
Oficina 10 – Patriarcado................................................... 33
Oficina 11 - Violência contra as Mulheres e o Teatro do
37
Oprimido .......................................................................
Oficina 11.1– Ciclo da violência contra as mulheres.............. 41
Oficina 12 – Visita Técnica a Rede Protetiva Casa das
43
Mulheres .......................................................................
Oficina 13 – Análise dos esquetes...................................... 47
Anexos.......................................................................... 49

Equipe........................................................................... 69
Um pouco da nossa história…

Esta apostila é fruto do trabalho coletivo de


membros do Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero
(NIEG) da Universidade Federal de Viçosa (UFV) que
participaram da realização do projeto “Superando e
transformando o cotidiano escolar enquanto espaço
produtor e reprodutor de desigualdades sociais e violência
de gênero”. Trata-se de um projeto de pesquisa e extensão
financiado pelo Edital Pesquisa em Educação Básica
CAPES/FAPEMIG com duração de três anos, tendo seu início
em 2013 e encerramento previsto para 2015. O projeto
também é parte do Programa “Formação de agentes e
produção de materiais didáticos, educativos e informativos
para o enfrentamento da violência contra a mulher”
(PROEXT 2014).
O trabalho foi realizado em duas escolas do
município de Viçosa, Minas Gerais, sendo um grupo numa
escola e dois grupos em outra. Participaram adolescentes
do sétimo, oitavo e nono ano do Ensino Fundamental e
estudantes do Ensino Médio. A equipe do projeto foi
formada por estudantes de Pedagogia e Ciências Sociais,
por duas professoras, sob a supervisão das professoras
pesquisadoras do NIEG/UFV.
Entendemos que desenvolver a temática da
sexualidade nas escolas de forma não heteronormativa não
é uma tarefa simples, pois envolve a desnaturalização das
violências de gênero. Sobre estas há a incitação de
discursos disciplinadores e medicalizados, em que o lugar
da sexualidade na dimensão do prazer e da subjetividade é
desconsiderado, especialmente no campo de conhecimentos
da Educação. O discurso pedagógico de controle dos corpos
está presente nas diferentes práticas dos sujeitos. Para criar
resistências a essa situação o trabalho pedagógico político

1
aparece como uma das alternativas de enfrentamento a
essas desigualdades.
Assim, o projeto consiste basicamente na realização
de oficinas temáticas sobre gênero, sexualidade,
patriarcado, raça e etnia, e homofobia. Assim, para dar
conta do empreendimento proposto sinalizamos a
necessidade de um tratamento metodológico diferenciado
nas atividades de formação, em que fossem superadas
práticas de palestras, cursos exclusivamente informativos e
documentos prescritivos, tipo de ação pedagógica
amplamente discutida na obra de Paulo Freire como sendo a
‘educação bancária’. O enfrentamento das desigualdades
reivindica uma proposta educativa que não seja meramente
informativa, mas que se valha de técnicas que se
proponham a trabalhar as relações interpessoais visando
um conhecimento – individual – de si mesmo, em que se o
pensamento está estruturado com a dominação, o conhecer
é muito mais um reconhecer.
Além das oficinas temáticas, foram realizadas
oficinas com técnicas de filmagem, edição, roteiro e pautas
de vídeo. A finalidade foi estimular os/as estudantes a
produzir um vídeo, onde possam capturar imagens do
cotidiano (escolar, familiar, da rua) onde as temáticas
discutidas nas oficinas pudessem ser também
problematizadas. A produção do vídeo nesse projeto teve o
objetivo de estimular os/as estudantes a perceber o espaço
onde vivem como espaço de socialização e de reprodução
de desigualdades, onde a explicitação dos conflitos possa
contribuir para a superação dos preconceitos e
discriminações e também, servir de objeto de estudo para a
pesquisa. Assim, Os/as educandos/as foram orientados/as a
construírem um vídeo, cujo tema foi escolhido por eles/as
mesmos. A única solicitação era que as questões de gênero
fossem desenvolvidas durante o mesmo.

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Entretanto, as oficinas e atividades em torno da
produção dos vídeos não ocorreram da forma planejada.
Isso aconteceu devido a um despreparo pedagógico da
metodologia de produção de vídeos, pois não conseguimos
que essa produção ocorresse de forma dialogada. As
oficinas com este enfoque acabaram sendo diretivas e
focadas mais na dimensão técnica do que pedagógica. Esta
situação foi avaliada e a equipe do projeto preferiu
modificar a metodologia utilizada no terceiro grupo de
estudantes e ao invés da abordagem com a produção de
vídeos optou-se por utilizar a produção de esquetes de
teatro como instrumento pedagógico dentro do projeto.
Utilizamos o Teatro numa perspectiva dialógica, em
que tivemos os escritos do teatrólogo Augusto Boal como
inspiração. Acreditamos que todos/as podem se expressar
por meio da arte, principalmente do teatro que é “uma ação
humana por excelência” (BOAL, 2009). Com este
entendimento realizamos as oficinas que apresentamos
nesta apostila. O nosso trabalho repercutiu de forma
positiva e trouxe acúmulos para as nossas ações de
enfrentamento às desigualdades de gênero. E assim como
Boal, entendemos que o que aprendemos devemos ensinar
e multiplicar.
Neste sentido, trazemos com essa apostila o que
aprendemos com o trabalho de enfrentamento às
desigualdades de gênero no cotidiano escolar. Esperamos
que ela possa contribuir para o trabalho de outros/as
educadores/as, que assim como nós estão sempre buscando
formas de melhorar a sua prática e de alternativas para a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária!

Atenciosamente,
Equipe do Projeto/ NIEG

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Oficina 1

APRESENTAÇÃO DO PROJETO

Duração: 1 hora e 20 minutos

Objetivos: Promover a interação entre os/as estudantes e


a equipe do projeto; apresentar o projeto e algumas
temáticas que serão desenvolvidas e conhecer quais são as
expectativas dos/as estudantes em relação ao projeto.

Atividade 1: Batizado Mineiro

Duração: 20 min.
Materiais: câmera fotográfica
Objetivos: Realizar a apresentação da equipe do projeto e
dos/as estudantes e possibilitar um primeiro momento de
interação.

Desenvolvimento:
1) Explicar o objetivo da Oficina 1. Solicitar que todos/as
façam uma roda. Em seguida, explicar que irão fazer uma
dinâmica de apresentação chamada “Batizado Mineiro”,
sendo este um dos jogos do Teatro do Oprimido de Augusto
Boal. Pede-se primeiramente para que cada pessoa pense
em seu nome e em uma qualidade sua com a primeira letra
de seu nome. Logo após, explica que cada um falará seu
nome de forma musicalizada e com um gesto
correspondente a sua qualidade, Ex: Tatiane (falado o nome
baixinho e rápido), a característica Tímida e o gesto as
mãos no rosto como se estivesse se escondendo. Depois de
cada pessoa se apresentar todos/as devem repetir o nome,
gesto e entonação falados. Isso se repete com a
apresentação de todas as pessoas.

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Fechamento: Explicar que durante o projeto serão
realizadas oficinas sobre as questões de gênero (como
violência contra as mulheres e homofobia) e de teatro,
sendo que durante a realização do projeto os/as estudantes
montarão um esquete teatral com o tema escolhido por
eles/as, mas que tenham como centro as questões de
gênero. Assim, durante as oficinas serão trabalhadas
diferentes dinâmicas para prepará-los/as tanto teoricamente
quanto praticamente para a produção dos esquetes.

Atividade 2: Trabalhando com o teatro e as questões


de gênero
Duração: 1h
Materiais: cinco cadeiras
Objetivos: Evidenciar ao grupo como o teatro pode ser
utilizado para se pensar situações de violência e alternativas
de enfrentamento para as mesmas. Para isso, serão
trabalhados com os sentidos da audição e visão com os/as
estudantes, a ritmização e a concentração.

Desenvolvimento:
1) Explicar que serão feitos alguns jogos teatrais do arsenal
do Teatro do Oprimido e os objetivos dos mesmos. Em
seguida, solicita que fiquem em círculo para iniciarem os
jogos.
O primeiro jogo se chama “mosquito moçambicano”. Esta
técnica consiste em um jogo de ritmização. Primeiramente
conta-se uma breve história sobre ter chegado alguns
mosquitos na cidade e que foram todos para a escola. Como
esses mosquitos são muito grandes é necessário que se
tenham duas pessoas para mata-los juntas. Só que estes
mosquitos gostam de ficar em cima da cabeça das pessoas.
Assim, quando um mosquito está na cabeça de uma pessoa

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as outras duas pessoas, do seu lado esquerdo e direito,
devem bater palmas em cima da cabeça da primeira
pessoa. Depois o mosquito passa para a cabeça da pessoa
ao lado direito e as duas pessoas dos lados dessa devem
bater palmas como a dupla anterior. Essas ações continuam
e os mosquitos vão passando e cabeça por cabeça, É
importante que o jogo se repita até que as pessoas
consigam com o jogo produzir um ritmo com as palmas.

2) O segundo jogo se chama “a história das três tribos”.


Neste jogo é contada que havia três tribos na região da
Zona da Mata mineira. Elas viviam cada uma em seu canto
até que um dia decidiram se comunicar. Uma das tribos
falava “ratatata, ratata” batento nas pernas com a palma
das mãos, a outra dizia “glugui, glugui, glugui” e pegava
abaixo do queixo e a última fazia “auê, auê” balançando os
braços levantados. Quando as três tribos decidem conversar
se misturam as falas e gestos. Nesse momento, solicita-se
que todos/as estudantes repitam todos os gestos. Em
seguida, solicita que o gesto da primeira tribo seja feita na
perna da pessoa que está a sua direita e o gesto da
segunda tribo na pessoa da esquerda e os demais gestos
são feitos individualmente. Pode-se repetir os gestos até
que todo o grupo aprenda a fazê-los.

3) Após terminar esses jogos, explicar que será feita uma


atividade com a técnica do Teatro-fórum. São arrumadas
cinco cadeiras, uma ao lado da outra, e pergunta se há duas
pessoas que querem participar da atividade (sendo um
homem e uma mulher). Quando duas pessoas se
voluntariam a mulher vai representar uma jovem que esta
em um ponto de ônibus, tarde da noite, esperando o
transporte e cansada, com muita vontade de ir para casa.
Já o homem vai representar uma personagem de um cara

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que está passando pelo ponto e vê aquela mulher e o seu
desejo é estar perto dela e vai fazer qualquer coisa para
alcançar o seu objetivo. Após explicar a cena, pede-se que
os dois encenem a situação e acordo com o desejo de suas
personagens. Quando estiverem no momento de maior
conflito entre os dois personagens, em que se representará
uma situação de assédio sexual contra uma mulher a
facilitadora problematiza a cena, para que os/as estudantes
percebam que se trata de uma cena de assédio. Em
seguida, ela pergunta se há no grupo alguém que imagine
uma forma da jovem agir para acabar com aquela situação
de opressão. Se tiver alguém com uma ideia solicita que
não fale o que pensou, mas que ocupe o lugar da
personagem e refaça a cena apresentada. Após refazerem a
cena a facilitadora problematiza novamente a cena e
convida outras pessoas a realizarem outras alternativas
diferentes da apresentada.

Fechamento: Explicar que o assédio é uma das violências


de gênero e que é preciso desnaturalizar esse tipo de
violência contra as mulheres que é tão comum em nossos
cotidianos mesmo sendo considerada um crime. Em
seguida, retomar com os/as estudantes as atividades
realizadas durante a oficina trazendo a importância de se
fazer jogos para trabalhar nossa concentração e a
ritmização. Além disso, o teatro pode ser utilizado como um
instrumento político importante para se trabalhar a
desnaturalização da violência e para pensar alternativas de
enfrentamento das mesmas.

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Oficina 2

CONSTRUÇÃO DE ROTEIROS

Objetivo: Refletir sobre o processo de elaboração de


roteiros teatrais, em que será definido o objetivo das
apresentações teatrais, quais as personagens, cenários e
contextos que estas podem estar inseridas.

Atividade: “Desenvolvendo sua história”

Duração: 1hora e 30 min

Desenvolvimento:

1) Explicar aos/as estudantes que nessa atividade será


construída a pauta de um roteiro, em que os/as estudantes
deverão pensar sobre os objetivos, público a ser atingido,
abordagem e estética de suas esquetes teatrais. O roteiro
consistirá na organização e planejamento destas.

2) Depois de falar sobre o roteiro, dividir os/as estudantes


em grupos de 5 pessoas, onde cada grupo deverá ter o
acompanhamento de alguém da equipe do projeto. Depois
da divisão dos/as estudantes, cada pessoa da equipe
conversará com o grupo pedindo para que reflitam sobre
suas vivencias, e que se lembrem de alguma história que se
relaciona com as oficinas já trabalhadas. Dentre os relatos,
um será escolhido e trabalhado no esquete a ser produzida
pelo grupo.

3) Após pensarem sobre o tema, os/as estudantes devem


construir uma história, levando em consideração os
personagens e o cenário que a história pensada deve
conter.

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4) Depois da construção da história, os grupos compostos
pelos/as estudantes devem dividir os personagens entre
eles/elas, tendo eles/elas um tempo de 20 minutos para o
ensaio das esquetes, onde depois os grupos dos/as
estudantes deverão apresentar para todos/as participantes
da oficina

Fechamento: Lembrar aos/as estudantes que a história


construída por eles/elas serão trabalhadas até no final do
projeto, sendo as esquetes a produção final do projeto.

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Oficina 3

GÊNERO

Duração: 1 hora e 30 minutos

Objetivos: Problematizar a temática de Gênero e como


esta opera no cotidiano dos/as estudantes. Apresentar
alguns formatos de vídeo e incentivar os/as estudantes a
produzirem um vídeo final.

Atividade 1: Construção de história

Duração: 30 minutos

Materiais: papel e caneta ou lápis.

Objetivos: Discutir com os/as estudantes como as


diferenciações de sexos perpassam o imaginário e o
cotidiano das pessoas.

Desenvolvimento:

1) Explicar o objetivo da Oficina 3. Explicar aos/às


estudantes que serão organizados dois grupos e que cada
grupo construirá uma história: uma sobre a vida de uma
menina em um dos grupos e a outra sobre a vida de um
menino, no outro grupo. Explica que essas histórias devem
ter começo, meio e fim esperando-se que sejam construídas
desde o nascimento da personagem envolvida na história. É
importante que os/as estudantes sejam estimulados através
de intervenções e, ou perguntas para que assim possam dar
continuidade à história.

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2) Em seguida, pede-se que os\as estudantes se dividam
em dois grupos.

3) Uma pessoa da equipe inicia a história da vida de uma


menina (em um dos grupos) e outra pessoa orienta o outro
grupo construindo a história de vida de um menino, com o
mesmo roteiro:

- Nasceu uma menin@, qual é o seu nome? Como ela era


(cor da pele, cor dos olhos)?; Em sua casa, como era o
lugar onde ela dormia?; Quem eram as pessoas
responsáveis por ela (nome)?; a menina foi crescendo, ela
brincava de quê, com quem e onde?; O que ela costumava
fazer em casa? Na sua fase de adolescente o que aconteceu
com ela?; Ela começou a namorar, qual era o nome dessa
pessoa?; Como era a sua/seu namorada?; O namoro era
aceito?; O que ela fazia, trabalhava (fazendo o quê) ou
estudava (o quê) ou nenhum dos dois?; O tempo passou e
ela ficou adulta, o que aconteceu?

É importante o grupo indicar um relator para a história ser


narrada depois.

4) Após a construção das histórias, solicitar que os/as


estudantes voltem para a plenária. Explica que não será
comentada a história naquele momento, pois, primeiro
os/as estudantes assistirão a um vídeo.

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Atividade 2: Refletindo sobre gênero

Duração: 60 minutos

Materiais: Filme “Era uma vez outra Maria” (20 minutos),


projetor multimídia, computador, tarjetas, pinceis e fita
adesiva.

Objetivos: Discutir como as relações de gênero perpassam


o cotidiano dos/as estudantes. Problematizar como as
relações sociais são construídas de forma a reproduzir
desigualdades.

Desenvolvimento:

1) Explicar aos/as estudantes que será feita a exibição do


vídeo “Era uma vez outra Maria”. Explica que o filme é um
desenho animado mudo, que conta a história da menina
Maria, que percebe que meninas são criadas de maneira
diferente dos meninos, e descobre que essa criação
influencia seus desejos, comportamentos e atitudes. De
lembranças da infância a sonhos para o futuro, Maria
questiona o seu papel no mundo.

2) Após a exibição do vídeo, fazer a seguinte pergunta: “O


que vocês identificam como sendo ‘coisas’ de meninas e
meninos no cotidiano de vocês?”, discutindo e problematizar
os aspectos sexistas apresentados.

3) Logo que terminarem, solicitar que contem a história que


foi construída nos grupos: “Como foi a história construída
sobre a vida de um menino e de uma menina?

4) Por fim, discutir os elementos do vídeo ““Era uma vez


outra Maria”

- Qual cena do vídeo mais chamou a atenção de vocês?


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- Quais principais personagens vocês identificam no vídeo?

- Qual o papel do lápis no vídeo?

- Há alguma cena do vídeo que vocês identificaram com a


realidade de vocês?”

- Porque vocês consideram que existem estas diferenças?

- Estas características vistas como exclusivas de homens e


mulheres produzem desigualdades? Se sim, quais? Se não,
por quê?

- Só nascemos meninos ou meninas?

Fechamento: A facilitadora discute com os/as estudantes


como as diferenças de gênero são construídas histórica e
socialmente e como estas produzem e reproduzem
desigualdades e violências.

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Oficina 4

DISCUTINDO SOBRE AS IDENTIDADES


SEXUAIS

Duração: 1 hora e 30 minutos

Objetivos: Problematizar junto aos/as estudantes o


conceito de sexualidade enquanto uma categoria política e a
construção das identidades sexuais enquanto um campo de
disputa e de formação dos sujeitos.

Atividade 1: Refletindo sobre a sexualidade

Duração: 30 minutos

Materiais: tarjetas e canetas

Objetivo: Construir juntamente aos/as estudantes um


conceito coletivo sobre sexualidade a partir do imaginário
social criado em torno desta temática.

Desenvolvimento:

1) Explicar aos/as estudantes o objetivo da atividade. Em


seguida, distribuir tarjetas e canetas aos/as estudantes.
Solicitar que os/as estudantes escrevam nas tarjetas as
primeiras palavras que lembram quando pensam em
sexualidade.

2)Após todos/as escreverem as palavras nas tarjetas, afixá-


las na parede. Em seguida, agrupar as palavras de acordo
com suas similaridades, problematizando-as e relacionando-
as com a temática da sexualidade.

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3)Após a problematização das palavras, solicitar que a
partir das discussões realizadas, os\as estudantes
sintetizem um conceito coletivo sobre sexualidade.

Fechamento: Resumir a discussão realizada juntamente


com os\as estudantes, refletindo e ressaltando sobre como
a sexualidade não está relacionada apenas ao campo
biológico, mas aos campos subjetivo, social e político.

Atividade 2: Vivências da sexualidade

Duração: 40 minutos

Materiais: cartazes, pincéis, canetas

Objetivo: Problematizar junto aos/as estudantesdiferentes


formas de se vivenciar a sexualidade, desconstruindo os
estereótipos criados para as identidades sexuais.

Desenvolvimento:

1) Explicar o objetivo da atividade e indagar se os\as


estudantes sabem o que é identidade sexual. Após o
entendimento do conceito, perguntar quais identidades
sexuais os\as mesmos\as conhecem. A partir das falas, são
anotadas as identidades sexuais elencadas.

2) A partir destas identidades elencadas, dividir os\as


estudantes em grupos e pedir que cada grupo discuta o que
entendem por essas identidades e o que pensam sobre isso.

3) Após todos os grupos concluírem a tarefa, solicitar que


se dirijam ao centro da sala para apresentar o que
pensaram. É importante problematizar junto aos/as
estudantes tudo o que for colocado referente às identidades

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sexuais, buscando desconstruir mitos e estereótipos
associados às mesmas.

Fechamento: Ressaltar que apesar da oficina ter


trabalhado com a nomeação das identidades sexuais, é
importante não categorizá-las, pois a vivencia da
sexualidade tem múltiplas formas e expressões.

Atividade 3: vídeo sobre estereótipos

Duração: 20 minutos

Materiais: computador, projetor multimídia, vídeo “Como é


ser gay”[1].

Objetivo: Problematizar os estereótipos criados para os


homossexuais ao longo da história.

Desenvolvimento:

1) Explicar o objetivo da atividade e que irá exibir um vídeo


intitulado “Como é ser gay”.

2) Após a exibição do vídeo, solicitar que os/as estudantes


exponham opiniões sobre o mesmo.

Fechamento: A partir das falas dos/as estudantes, explicar


que em nossa sociedade foi criado um padrão
heteronormativo de se vivenciar a sexualidade, colocando
os sujeitos heterossexuais como a norma e os demais
sujeitos, como travestis, gays, lésbicas, dentre outros como
o desvio. No entanto, existem várias formas de vivenciar a
sexualidade e coloca que as identidades sexuais não
precisam ser fixas. Evidencia que são criados estereótipos
sobre os sujeitos considerados desviantes como tentativa de
deslegitimar suas vivências.

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Oficina 5

CONVERSANDO SOBRE SEXUALIDADE

Duração: 1hora e 30 minutos

Materiais: perguntas feitas pelos/as estudantes sobre


sexualidade e caixa de papelão para colocar as perguntas.

Objetivo: Promover um espaço de diálogo entre estudantes


e equipe do projeto, em que possam ser discutidas,
dúvidas, curiosidades e angústias sobre as questões que
envolvem a sexualidade.

Desenvolvimento:

1) Essa atividade exige uma preparação anterior. É preciso


que um/a professor/a reúna o grupo de estudantes
participantes e peça que escrevam perguntas sobre
sexualidade que gostariam que fossem tratadas na oficina.
Essas perguntas são entregues à equipe de coordenação
das oficinas que irá organizar as questões, agrupando as
muito semelhantes, retirando as repetidas e preparando
respostas para serem discutidas no dia da oficina
propriamente. Essas perguntas são levadas para a oficina
com os/as estudantes.

2) Ao iniciar a oficina, explicar o objetivo da oficina.


Explicar que será colocada uma caixa no centro da sala com
as perguntas entregues anteriormente pelos/as estudantes.
Explicar que cada estudante deverá retirar uma pergunta da
caixa e tentar respondê-la. Se o/a estudante não souber
responder, os/as colegas e a equipe podem ajudar. O
processo se repete até que todas as perguntas sejam
respondidas.
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Fechamento: Explicar que são produzidos diferentes
discursos sobre sexualidade, em que o discurso biológico da
sexualidade é predominante e amplamente repetido em
diferentes lugares: na escola, na televisão, em palestras,
etc. Isso se deve, principalmente, para tratar as
sexualidades que não são heterossexuais como desvios ou
doenças.

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Oficina 6

TIPOS DE ESQUETES

Duração: 1 hora e 30 minutos

Objetivos: Apresentar e discutir os diferentes tipos de


esquetes teatrais bem como as possibilidades de temas a
serem abordados durante uma intervenção teatral, para que
os/as estudantes percebam que podem utilizar diversos
tipos de expressão para a produção de suas esquetes.

Atividade 1: Esquetes filmadas

Duração: 30min.

Materiais: vídeos Loucas de Pedra Lilás - As pérolas


grávidas[2], Glossário 1[3] e Glossário 2[4], projetor
multimídia, computador, caixa de som,

Objetivos: Apresentar três tipos de esquetes teatrais,


buscando identificar seus temas, objetivos, público,
abordagem e estética.

Desenvolvimento:

1) Explicar o objetivo da oficina e que serão passados três


vídeos, em que os/as estudantes deverão prestar atenção
nas diferenças e semelhanças entre eles para realizarem um
debate em seguida.

2) Logo após a exposição dos vídeos, realizar um debate


com os/as estudantes a partir das seguintes perguntas
geradoras:

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- Quais são os temas abordados nos vídeos?

- Quais os seus objetivos?

- Que formas estéticas foram usadas nos esquetes? Que


técnicas e cenário usaram?

- A qual público vocês acham que foi destinado cada vídeo?

Fechamento: A partir do que os/as estudantes trouxerem


na discussão a buscar evidenciar que os esquetes teatrais
têm que ser pensados a partir do objetivo que anseiam,
como no vídeo das Loucas de Pedra Lilás, que é feito por
um grupo feminista e trabalha com o tema da AIDS por que
este é uma das campanhas que o grupo adere em suas
ações políticas. Além disso, pode-se ressaltar que a
utilização de determinada técnica teatral como a pintura de
rostos, mímica, a dramatização e entrevistas podem ser
alternativas a serem usadas na produção de seus esquetes.

Atividade 2: Sobre o quê podemos falar?

Duração: 40min.

Materiais: Folhas de papel A4 e canetas.

Objetivos: Discutir sobre possibilidades de temas que


podem ser trabalhados nos esquetes teatrais a serem
produzidas.

Desenvolvimento:

1) Explicar o objetivo da atividade e solicitar que os/as


estudantes se dividam em quatro grupos de forma
espontânea.
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2) Após a divisão em grupo, solicitar que cada grupo
discuta sobre um tema que pode ser trabalhado na
produção de seus esquetes. Pode-se retomar alguns
exemplos dos vídeos como a discussão da
homossexualidade e da AIDS. O grupo pode escolher
qualquer tema de seu interesse. A única ressalva é que
relacione este tema com as questões de gênero. É
importante que eles/as pensem em como esses temas
podem ser trabalhados, de que forma (anúncios,
entrevistas, danças e etc.).

3) Após os grupos discutirem e escolherem os temas que


querem trabalhar, solicitar que voltem para o grupo grande
e socializem o que conversaram nos seus grupos.

Fechamento: Buscar identificar com os/as estudantes


como as temáticas que trouxeram se relacionam com as
questões de gênero. Além disso, ressaltar que há muitas
possibilidades para trabalharem com os temas, podendo
trazer exemplos disso. Neste sentido, orientar que os/as
estudantes devem formar quatro grupos entre eles
(podendo permanecer os dessa oficina se quiserem) para
montarem suas esquetes que serão melhor trabalhadas nas
próximas oficinas.

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Oficina 7

HOMOFOBIA

Duração: 1 hora e 30 minutos.

Objetivos: Problematizar a sexualidade e a homofobia,


instigando uma reflexão referente às práticas e discursos
homofóbicos que ocorrem no cotidiano escolar, na
sociedade e na família.

Atividade 1: Refletindo a partir da diversidade sexual

Duração: 1 hora.

Materiais: Vídeo "Medo de quê?”[5], projetor multimídia,


caixinhas de som, computador.

Objetivo: Instigar a reflexão referente às práticas e


discursos homofóbicos que são produzidos e reproduzidos
pela sociedade, problematizando as consequências da
homofobia na vida das pessoas.

Desenvolvimento:

1) Explicar o objetivo da atividade e que será exibido o


vídeo “Medo de quê? ”Após a exibição do vídeo, iniciar a
discussão, utilizando as seguintes perguntas norteadoras:

- Qual cena do vídeo mais chamou a atenção de vocês?

- Quais tipos de violência vocês perceberam no vídeo?

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- Por que vocês acham que existem pessoas que agridem as
outras por causa de sua identidade sexual?

- Já presenciaram pessoas sendo agredidas por este motivo


em seu cotidiano?

- Qual a sensação de vocês ao assistirem o vídeo?


(Sensação de conforto, desconforto, por quê?).

Fechamento: Refletir com os/as estudantes como a


homofobia ocorre em diferentes espaços (como escola,
sociedade e família) e recordar como as práticas
homofóbicas interferem na vida dos sujeitos que sofrem
com este tipo de violência.

Atividade 2: Me colocando no lugar da outra

Objetivo: Problematizar os diferentes tipos de


discriminação sofrida pelos sujeitos devido às práticas
preconceituosas, sensibilizando os/as integrantes da oficina
para o rompimento das mesmas.

Duração: 30 minutos.

Materiais: Folhas A4 cortadas em tarjetas, fita crepe,


caneta hidrocor e venda para os olhos.

Preparação: Levar para a oficina tarjetas escritas com as


seguintes ações: “beije-me”, “aperte minha mão”, “abrace-
me”, “pisque para mim”, “deixe-me só”. Deverão ser feitas
diversas tarjetas com as ações propostas, com exceção da
“deixem-me só”, que deverá ser feita em somente uma
tarjeta.

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Desenvolvimento:

1) Explicar o objetivo da atividade e que será colada uma


tarjeta contendo algumas ações nas costas de cada
participante da oficina. Cada estudante deverá
desempenhar a ação escrita na tarjeta afixada nas costas
do/a colega sem usar a fala. Explicar que as ações contidas
nas tarjetas são tranquilas, podendo confiar no que foi
colado em suas costas. Além das ações presentes nas
tarjetas, uma pessoa ficará vendada.

2)Após a explicação, afixar as tarjetas nas costas dos/as


estudantes, colocando a venda em um/a estudante. Solicitar
que caminhem pelo espaço desenvolvendo as ações
descritas nas tarjetas afixadas nas costas do/a colega.

Espera-se que aquele/a que estiver com a tarjeta “abrace-


me” seja abraçado/a pelos/as colegas, aquele/a que estiver
com a tarjeta “aperte minha mão” tenha a mão apertada,
que o/a único/a estudante que estiver com a ação “deixe-
me só” seja deixado/a sozinho/a e espera-se que o/a
estudante que estiver com os olhos vendados receba
orientações dos/as colegas sobre a dinâmica da atividade
para que possa interagir com eles/as.

3) Realizadas todas as ações que foram propostas nas


tarjetas, a perguntar aos/às estudantes se eles/as
imaginam o que estava escrito em suas tarjetas. Depois de
responderem, convida-los/as para retirarem suas tarjetas e
lerem em voz alta.

24
4) Ao final da dinâmica, fazer as seguintes perguntas
aos/às estudantes, visando a reflexão sobre a atividade:

- Como foi participar da atividade?

- O que acharam da participação de um/a estudante com os


olhos vendados? Houve inclusão deste/a estudante durante
a atividade?

- Para o/a estudante que ficou com os olhos vendados


perguntar: Sentiu alguma dificuldade em participar da
atividade? Se sim, qual? Qual foi a sensação?

- Para o/a estudante que ficou com a tarjeta “deixe-me só”


perguntar: O que você sentiu durante a atividade? Com a
sua aproximação, qual foi a reação dos/as colegas?

Fechamento: Problematizar que muitas vezes, nos


diferentes espaços como na escola, na comunidade ou na
família, o/a homossexual, o mudo, o surdo, o cego, pessoas
com dificuldade de locomoção sentem-se isolados, sofrem
preconceito, discriminação e até mesmo violência. Reforçar
que respeitar as diferenças, respeitar aqueles que estão
sendo excluídos não significa inclusão. Significa apenas que
o que é diferente é tolerado.

25
Oficina 8

RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

Duração: 1 hora e 30 minutos

Objetivo geral: Refletir sobre os conceitos de


discriminação, preconceito e racismo. Problematizar as
desigualdades étnico-raciais e como o racismo se manifesta
nas diversas formas de linguagem, manifestações culturais,
construindo e reforçando estereótipos que legitimam
também a violência contra a mulher negra.

Atividade 1: Linguagem e preconceitos

Duração: 40 minutos

Materiais: tarjetas, pincéis, fita adesiva, canetas.

Objetivos: Refletir sobre como as características atribuídas


a grupos étnicos e raciais reforçam as desigualdades raciais
na sociedade.

Desenvolvimento:

1) Explicar o objetivo da oficina. Explicar aos/as estudantes


que será entregue uma tarjeta para cada estudante e
solicitar que a dividam em duas partes, por meio de um
traço. Em seguida, solicitar que escrevam de um lado da
tarjeta a frase: “pessoas brancas” e do outro lado, “pessoas
negras”.

26
2) Pedir que escrevam palavras e/ou frases que vêm à
mente quando ouvem a frase “pessoas brancas” – no
mínimo 5 palavras - (1 minuto).

3) Após este momento, pedir que escrevam palavras e/ou


frases que vêm à mente quando ouvem a frase “pessoas
negras” – no mínimo 5 palavras - (1 minuto).

4) Após todos/as escreverem na tarjeta, a facilitadora


solicita que cada um/a leia as respectivas palavras que
pensaram e uma pessoa fica responsável por anotar as
palavras no quadro.

Obs.: À medida que os/as estudantes lerem as tarjetas,


deve-se estimulá-los/as a refletir sobre as palavras escritas
de modo que seja justificada a escolha de cada uma delas.

5) Após a leitura de todas as tarjetas, iniciar a discussão


pelas palavras associadas à pessoas negras e pessoas
brancas, estimulando os\as estudantes a refletirem sobre
como estas diferenças se transformam em preconceito, a
partir das seguintes questões:

- Em que as associações expressas se assemelham e em


que elas se diferenciam?

- Como e onde essas associações ocorrem no dia-a-dia?

Fechamento: Explicar que muitos preconceitos estão


arraigados na sociedade de forma tão sutil, que muitas
vezes são reproduzidos sem que os sujeitos percebam,
reforçando estereótipos raciais.

27
Atividade 2: Refletindo sobre o racismo

Duração: 20 minutos

Materiais: projetor multimídia, notebook, caixas de som,


vídeo: “Teste sobre o preconceito”[6] e a música “Mulheres
Negras” da cantora Yzalú[7].

Objetivos: Refletir sobre o racismo e como este se


interioriza desde a mais tenra idade.

Desenvolvimento:

1) Explicar o objetivo da atividade e colocar que será


apresentado um vídeo e uma música relacionados à
temática da oficina.

2) Exibir o vídeo “Teste sobre o preconceito”. Este vídeo é


um trecho do documentário "A Conversation about Race"
(“Uma conversa sobre raça”) do canal MSNBC. Reproduz o
'Doll Test' desenvolvido pelo casal Mamie e Kenneth Clark,
no final dos anos 1960, a fim de demonstrar o trauma
deixado por séculos de preconceito, discriminação e racismo
nas crianças.

3) Após a exibição do vídeo, iniciar uma discussão a partir


das seguintes questões:

- Qual a problemática que o vídeo retrata?

- Como se constroem as preferências?

- Como as preferências se relacionam à discriminação, ao


preconceito e ao racismo?

- Como os conceitos anteriores se relacionam com a


violência contra as mulheres negras?

28
4) Logo após, explicar aos/às estudantes que será
apresentada a música, “Mulheres Negras” da cantora Yzalú.

Fechamento: Finalizar a oficina colocando que as pessoas


não nascem preconceituosas, não sendo um fenômeno
natural, instintivo ou inevitável. Ao contrário, atitudes,
sentimentos e comportamentos preconceituosos são
aprendidos, interiorizados desde a mais tenra idade. Neste
sentido, solicita que os/as estudantes reflitam sobre as
atitudes que possam expressar preconceitos.

Outros vídeos sugeridos:

- Café com leite, (água ou azeite)?

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=375sS13XAT0

- Racismo no Brasil - Preto no Branco - Nem Tudo é o Que Parece.

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=vqZIriXBeEw

- Nem tudo é o que parece.

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=vqZIriXBeEw

- Onde você guarda seu racismo.

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=ojg07xOt8CY

29
Oficina 9

TIPOS DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO

Duração: 1 hora e 30 minutos.

Objetivo: Discutir como as violências de gênero estão


inseridas no cotidiano e de que forma estas se apresentam.
Neste sentido, busca-se evidenciar os tipos de violência
(física, psicológica, patrimonial, moral e sexual) enquanto
construções de desigualdades históricas e sociais e que são
muitas vezes naturalizadas.

Atividade 1: Identificando os tipos de violência de


gênero

Duração: 45 minutos

Materiais: tarjetas contendo frases que remetam aos


diversos tipos de violência (ANEXO 1), tarjeta grande com a
seguinte frase “Eu sofro violência quando”, fita adesiva.

Preparação: escrever em tarjetas frases que remetam aos


diversos tipos de violência (psicológica, moral, patrimonial,
física e sexual). Além disso, construir uma tarjeta grande
com a frase “Eu sofro violência quando”.

Objetivos: Problematizar a naturalização da violência,


explicitada nas frases construídas e que remetem às
situações cotidianas marcadas pelos diferentes tipos de
violência.

30
Desenvolvimento:

1) Explicar o tema da atividade sem adentrar no objetivo da


oficina, pois os tipos de violência serão problematizados no
decorrer da atividade. Afixar aleatoriamente na parede as
frases construídas e que remetem à pergunta:“Eu sofro
violência quando”.

2) Em seguida, convidar os/as estudantes a circularem pela


sala de modo que visualizem todas as frases que estarão
dispostas nas paredes.

3) Após este momento, iniciar com os/as estudantes um


debate acerca das frases, problematizando com os/as
mesmos/as em quais percebem situações de violência e em
quais isso passa desapercebido. Questionar porque algumas
situações retratadas nas frases não são percebidas como
violência.

Fechamento: Explicar que a dificuldade em perceber os


tipos de violência além da violência física se deve a
construção de valores e comportamentos patriarcais, em
que há a naturalização das violências de gênero.

31
Atividade 2: Tipos de violência contra as mulheres

Duração: 45 minutos

Materiais: projetor multimídia, computador, slides que


remetam aos tipos de violência de gênero (ANEXO 2).

Preparação: construir uma apresentação em power point,


a partir de conceitos e imagens sobre os tipos de violência
contra a mulher.

Objetivos: Refletir com os/as estudantes acerca dos tipos


de violência contra as mulheres, previstos na Lei Maria da
Penha (Lei 11.340/06).

Desenvolvimento:

1) Explicar o objetivo da atividade, trazendo que esta se


trata de um aprofundamento da atividade anterior, porém
com foco específico na violência contra a mulher.

2) Em seguida, iniciar a apresentação dos slides de forma


dialogada. Em cada slide podem ser feitas perguntas como:

- Vocês conhecem ou já ouviram falar sobre este tipo de


violência?

- Vocês sabem de casos de pessoas que vivenciaram este


tipo de violência?

Fechamento: Explicitar que a violência contra as mulheres


é um tema que deve ter uma atenção especial dentro das
questões de gênero, porque é uma realidade recorrente
dentro do contexto brasileiro. Por isso há a necessidade da
desnaturalização dos tipos de violência, que ao serem
visibilizados permitem o enfrentamento destas situações.

32
Oficina 10

PATRIARCADO

Duração: 1 hora e 30 minutos

Objetivos: Explicar que o patriarcado como uma


organização social, uma estrutura que ordena e naturaliza
as relações de poder e que reproduz desigualdades sociais,
principalmente de gênero e raça. Exemplificar como é dada
a naturalização do patriarcado ao longo da história.
Problematizar com os/as estudantes que o patriarcado é um
movimento histórico, pois ele permanece ao longo do
tempo, mesmo que seja de forma diferenciada suas
estruturas permanecem.

Atividade 1: A cultura do Patriarcado

Duração: 15 minutos

Materiais: caixinhas de som, projetor multimídia,


computador. Cenas das novelas “Gabriela” (versão 1998 e
2012)e “Amor à vida” (2013)[8]. As imagens que remetam
às estão em anexo (ANEXO 3).

Objetivos: Problematizar com os/as estudantes como o


patriarcado está inserido culturalmente em nossa sociedade,
como ele não muda ao longo do tempo, mas se transforma
e como ele é retratado pela mídia.

33
Desenvolvimento:

1) Explicar os objetivos da atividade e que o tema da


oficina é Patriarcado. Neste momento perguntar à eles/ as
se já ouviram algo a respeito. Depois da resposta dos/as
estudantes, explicar brevemente o conceito de patriarcado.

2) Explicar para os/as estudantes que serão exibidas cenas


de novelas e que os mesmos/as deverão ficar atentos/as
para identificar o discurso patriarcal nestas cenas.

3) A primeira cena a ser exibida é a da novela Gabriela,


escrita por Jorge amado, em sua segunda versão, exibida
em 2012. A cena retrata o poder do homem sobre sua
esposa, onde a esposa deve ‘servir’ ao marido a hora que
ele quiser. A segunda cena que a ser exibida também é da
novela Gabriela, mas da versão de 1998. A cena retrata a
personagem Malvina levando uma surra de seu pai, por ela
pensar diferente dos costumes da época, e querer ser
independente e trabalhar e não se casando a mando do pai.
A terceira cena, também da novela Gabriela em sua versão
recente, mostra que a mulher deve total obediência ao
marido, que ela não deve sentir desejo, muito menos
prazer. Na novela, uma personagem que representa uma
senhora idosa aparece avisando a uma mulher jovem (nas
previas de sua lua de mel) que demonstrar e sentir prazer é
“coisa de quenga”. Nesta cena deve-se chamar a atenção
dos/as estudantes em relação à senhora que reproduz o
discurso patriarcal, frisando que não é só o homem que
reproduz este discurso. A última cena a ser apresentada é a
da novela “Amor a Vida” exibida em 2013. A cena mostrará
uma briga entre pai e filho, onde o pai não aceita a
identidade sexual do filho. Nesta cena deve-se
problematizar o personagem do Dr. Cezar, pois este traz
vários exemplos do patriarcado como a

34
heteronormatividade, o capitalismo, o poder. Deve-se
dialogar com os/as estudantes para que percebam que a
ideia do patriarcado no século XVIII, permanece ainda nos
dias atuais.

Fechamento: Explica que as questões retratadas nos


vídeos remetem a cultura do patriarcado que não é
desconstruída, mas modificada ao longo dos anos.

Atividade 2: A cultura do Patriarcado

Duração: 40 minutos

Materiais: caixinhas de som, projetor multimídia, fita


adesiva, computador, imagens diversas do cotidiano que
remetem à cultura do patriarcado (em anexo as imagens e
a problematização de cada uma – ANEXO 4).

Objetivo: Problematizar como as relações de poder são


historicamente construídas e como reproduzem
desigualdades sociais, principalmente de gênero e raça.

Desenvolvimento:

1) Explicar o objetivo da atividade e que serão


apresentadas imagens que remetem a diversas esferas da
sociedade (familiar, política, etc.) que fazem referência ao
patriarcado.

2) A cada imagem apresentada, fazer as seguintes


perguntas para reflexão:

- Como aparece o patriarcado nas diferentes imagens?


Como acontece a naturalização dele no cotidiano?

35
- Como poderiam ser imagens fora da estrutura do
patriarcado?

Fechamento: Convidar os/as estudantes a ficarem


atentos/as ao cotidiano para refletir sobre os processos de
naturalização das relações de poder, que muitas vezes,
acontece de forma subliminar e geram processos de
desigualdades sociais, principalmente de gênero e de raça.

36
Oficina 11

VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES E O


TEATRO DO OPRIMIDO

Duração: 1h e 30 min.

Objetivo: Refletir com os/as estudantes sobre as diferentes


alternativas que podem ser criadas para o enfrentamento da
violência contra as mulheres, sendo uma delas o
atendimento da rede protetiva.

Atividade1: Jogos teatrais e a desmecanização do


corpo

Duração: 20min.

Objetivo: Trabalhar a atenção de todos/as presentes na


atividade e a interação entre a equipe do projeto e os/as
estudantes.

Desenvolvimento

1) Explicar primeiramente que nesta oficina serão


trabalhados jogos e uma peça teatral para incentivar a
reflexão acerca da violência contra as mulheres. Apresentar
que os jogos e técnicas a serem utilizados fazem parte do
Teatro do Oprimido de Augusto Boal, em que todos/as são
considerados como atores/atrizes. Esse teatrólogo dizia que
o Teatro é uma ação humana por excelência e que não
existem espectadores, mas espect-atores. Assim, todos/as
serão convidados/as para participarem e intervirem durante

37
as atividades realizadas. Em seguida, explicar o objetivo
dessa primeira atividade.

2) Explicar aos/às estudantes que será feito um primeiro


jogo teatral, em que quando a coordenadora disser a
palavra “pão” e todos/as devem repetir mel. E quando a
coordenadora disser mel eles/as responderão pão. Podem
ser feitas diferentes combinações musicais à medida que
forem ditas essas palavras.

3) Após esse jogo, pedir que as pessoas façam um


movimento formando um círculo com a mão esquerda.
Depois uma cruz com a mão direita. Em seguida, solicitar
que façam os dois movimentos ao mesmo tempo.

4) Após os jogos perguntar aos estudantes o que acharam


dos jogos, quais foram as dificuldades e o que gostaram.

Fechamento: Reforçar com os/as estudantes como o teatro


é uma linguagem humana, em que por meio dele podemos
trazer nossas vivências e anseios. Além disso, ele nos
possibilita trabalhar com temas extremamente complexos
como a violência de gênero. Por isso, escolhemos trabalhar
com o teatro-fórum nessa oficina.

Atividade2: Apresentação da peça “Todo dia de


Mulher" adaptada ao modelo de teatro-fórum

Duração: 1 h

Materiais: Figurinos, cenários para a apresentação da peça


de teatro e câmera fotográfica.

38
Objetivo: Evidenciar os cotidianos de mulheres em situação
de violência, marcados por diferentes tipos de violência
(psicológico, sexual, patrimonial, moral e físico) formando o
chamado Ciclo da violência. Além disso, refletir junto com
os/as estudantes as diferentes possibilidades de
enfrentamento a estas situações de violência.

Desenvolvimento

1)Apresentar a peça de teatro-fórum “Todo dia de Mulher”.

2) Problematizar com os/as estudantes as cenas


apresentadas. Perguntar se a representação do cotidiano de
Joana é uma realidade em nossa cidade e país. Incentivar
para que falem o que sentiram da peça, o que mais chamou
a atenção deles/as. Após eles relatarem o que acharam da
peça, perguntar se acham que esta situação representada
poderia ser diferente, se há algo que Joana (a protagonista)
poderia fazer para romper com a situação de desigualdade
apresentada. Se alguém se manifestar, solicitar que esta
pessoa ocupe o lugar da protagonista e que refaça uma
cena que escolher para modificar aquela realidade. A cada
intervenção feita problematizar a alternativa que a pessoa
escolheu, refletindo com todos/as de que forma a ação
realizada contribui para o enfrentamento da violência contra
as mulheres.

3) Após a problematização das intervenções encenadas,


apresentar aos estudantes a rede protetiva Casa das
Mulheres como uma das alternativas no enfrentamento da
violência contra as mulheres em Viçosa/MG. Neste
momento, entregar cartilhas da rede protetiva as mulheres
em situação de violência “Casa das Mulheres” a todos/as
estudantes e explicar brevemente sobre o atendimento nas
instituições parceiras da rede como o Centro de Referência

39
de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS), Delegacia,
Defensoria Pública, Hospitais, Secretaria de Saúde,
Vigilância Epidemiológica e Viva Vida.

Fechamento: Recordar com os/as estudantes as


intervenções que foram feitas por eles/as e o
funcionamento da rede protetiva como alternativas que
contribuem para o enfrentamento da violência contra as
mulheres. Evidenciar que realizar essas ações não é fácil,
porque nossa sociedade é pautada em valores patriarcais.
Entretanto, como diz Boal “o ato de transformar é
transformador” e por isso com a organização e vontade
política das pessoas podemos transformar diferentes
situações de desigualdade, inclusive as de gênero.

40
Oficina Alternativa 11.1

CICLO DA VIOLÊNCIA CONTRA


AS MULHERES

Atividade1: Apresentação dialogada da Cartilha da


rede protetiva Casa das Mulheres

Duração: 1 hora

Materiais: cartilhas sobre a rede protetiva Casa das


Mulheres e o ciclo da violência, construída pelo NIEG.

Objetivo: Mobilizar os/as estudantes para entenderem o


funcionamento da rede protetiva as mulheres em situação
de violência e para refletirem sobre o ciclo da violência bem
como a sua complexidade.

Desenvolvimento:

1) Explicar o objetivo da atividade e que será utilizada a


cartilha sobre a rede protetiva de forma dialogada, em que
cada página da mesma será problematizada e todos/as
podem trazer dúvidas e comentários sobre as situações
apresentadas.

2)Nas primeiras páginas da cartilha, problematizar os tipos


de violência que são representados, sendo estes: violência
psicológica no controle das roupas e comportamento da
mulher; violência moral no controle das roupas e
xingamentos; violência patrimonial no controle da bolsa da
esposa; violência física e sexual.

3) Em seguida, apresentar o ciclo da violência contra as


mulheres, em que o ciclo se inicia com brigas, xingamentos
e com as violências mais “sútis” que são mais naturalizadas,
41
sendo estas principalmente as violências psicológica e
moral. Depois a acentuação da violência é dada com a
agressão física, que é percebida pela mulher. Ela tenta
romper com o ciclo, mas o agressor se arrepende. A mulher
acredita que ele vai mudar e o perdoa. Os dois vivem
momentos tranquilos como uma “lua de mel”. Com o passar
do tempo, as violências são retomadas, iniciando pelas que
são mais sutis em serem identificadas como violência
(psicológica, moral e patrimonial) até chegar na violência
física e o ciclo se inicia novamente se repetindo.

4) Após apresentar o ciclo explicar que a partir da sua


existência podemos perceber como é complexo o
rompimento com a situação de violência, pois a mulher
dificilmente percebe que está em situação de violência por
esta ser naturalizada e quando percebe acredita muitas
vezes que seu companheiro vai mudar se der uma chance.
Além disso, ela está envolta em diferentes tipos de
dependências como a afetiva e financeira.

Fechamento: Para finalizar, retomar a dificuldade do


rompimento com a situação de violência e ressaltar a
importância da não culpabilização da mulher pela sua
situação. Neste sentido, é de extrema importância conhecer
o Ciclo da violência e os seus desdobramentos nas histórias
de muitas mulheres para assim descontruirmos práticas
julgadoras e não acolhedoras destas que provocam suas
revitimizações.

42
Oficina 12

VISITA TÉCNICA A REDE PROTETIVA


CASA DAS MULHERES

Duração: 1 hora e 30 minutos.

Objetivo geral: Apresentar a rede protetiva de


enfrentamento da violência contra as mulheres “Casa das
Mulheres”, no município de Viçosa/MG refletindo sobre a
função de cada instituição componente da mesma.

Atividade 1: Apresentação da rede protetiva Casa das


Mulheres

Duração: 1 hora.

Materiais: panfletos e cartilhas da rede protetiva.


Instituições parceiras da Rede Protetiva (ANEXO 5).

Preparação: Articular com a coordenadora da Casa das


Mulheres a visita dos/as estudantes da escola trabalhada na
Rede Protetiva, para que seja planejada a visita as
instituições e para que uma das estagiárias da rede os
acompanhe.

Objetivo: Conhecer o funcionamento da Rede Protetiva


Casa das Mulheres, se atentando para como são realizados
os atendimentos e encaminhamentos de mulheres em
situação de violência nas instituições parceiras da mesma.

43
Desenvolvimento:

1) Ao chegar à Casa das Mulheres apresentar aos/as


estudantes, juntamente a coordenadora da Rede, a
estrutura física da sede da rede protetiva, explicando sobre
como as mulheres são acolhidas e atendidas na rede. Neste
momento, é importante que cada cômodo da Casa seja
apresentado de acordo com a sua utilização, por exemplo,
as salas de atendimento individual, a secretaria e a sala
destinada ao Patch Work e ao grupo de teatro Policultura.

2) Em seguida, apresentar de forma sucinta as demais


instituições componentes da rede, dentre elas Centro de
Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de
Referência Especializado de Assistência Social (CREAS),
Conselho Tutelar, Delegacia, Defensoria Pública, Centro Viva
Vida e o Programa Saúde da Família (PSF). Apresentar
também neste momento o roteiro da visita técnica. É
importante que a turma de estudantes seja dividida em dois
grupos, para que não tumultue a rotina de trabalho dos/as
profissionais das instituições. Orientar os/as estudantes que
poderão fazer perguntas aos profissionais da rede e que
eles/as poderão anotar o que observaram na visita para que
depois possa ser realizado um debate.

3) Após a explicação sobre a rede, acompanhar os/as


estudantes na visita técnica às instituições.

4) Logo após à visita às instituições, retornar a Casa das


Mulheres e conversar com os/as estudantes a partir das
seguintes questões:

- Sobre as instituições visitadas, vocês já conheciam o


trabalho de alguma delas? Se sim, qual (quais)?

44
- O que vocês acharam da atividade prática de visita a estas
instituições? Gostaram ou não? Por quê?

Fechamento: Para finalizar, podem ser retomadas as


dificuldades e alternativas para o enfrentamento da
violência contra as mulheres que apareceram nas falas
dos/as profissionais, da rede durante as visitas as
instituições. Apesar das dificuldades, reforçar com os/as
estudantes a importância da construção de redes protetivas
para o enfrentamento da violência contra as mulheres e
para a efetivação de políticas públicas para estas.

Atividade 2: Dinâmica da rede - estudo de caso


encenado

Duração: 30 minutos.

Materiais: caso impresso (ANEXO 6), rolo de barbante e


figurino para encenação.

Objetivo: Problematizar com os/as estudantes como


acontece o acolhimento de mulheres em situação de
violência nas instituições componentes da rede protetiva.

Desenvolvimento:

1) Explicar para os/as estudantes que a proposta é realizar


uma encenação do caso de uma família que vive em
situação de violência e que, após a encenação será entregue
para cada estudante uma tarjeta onde estará escrito o
nome de algumas das instituições componentes da Rede
(CRAS, CREAS, Viva Vida, Defensoria Pública, Delegacia,
Conselho Tutelar, Alcoólicos Anônimos, PSF), ou seja, cada

45
estudante ficará responsável por representar uma
instituição componente da Rede.

2) Organizar a encenação do caso entregando um caso


escrito para os/as estudantes. Explicar que para essa
encenação são necessárias seis pessoas e pergunta quem
se disponibiliza para participar. Explicar que eles/elas têm
10 minutos de preparação da cena e depois podem
apresentar ao resto do grupo.

3) Após a apresentação, problematizar com os/as


estudantes sobre como deve ser realizado o
encaminhamento dos integrantes dessa família dentro da
Rede. Entregar a cada um/a uma tarjeta onde estará escrito
o nome de alguma das instituições componentes da Rede.
Junto com as tarjetas será entregue um rolo de barbante,
em que a cada encaminhamento feito o barbante será
repassado entre os/as estudantes que estarão
representando as instituições citadas, formando assim uma
rede.

Fechamento: É importante frisar que não há ordem exata


para a entrada no atendimento da Rede. Fica sob a
responsabilidade das instituições acolher a mulher em
situação de violência e encaminhá-la de acordo com suas
demandas específicas.

46
Oficina 13

ANÁLISE DOS ESQUETES

Duração: 1hora e 30 minutos

Objetivo: Realizar uma avaliação coletiva junto aos/às


estudantes sobre os esquetes produzidos por eles/as.

Atividade 1- Apresentação das esquetes

Duração: 20 minutos

Materiais: objetos e acessórios que possam contribuir para


os figurinos e cenários, filmadora.

Objetivos: Apresentação dos esquetes organizados pelos


grupos e análise das cenas.

Desenvolvimento

1) Apresentar o objetivo da atividade e solicitar que os/as


estudantes se preparem para a apresentação de seus
esquetes.

2)Depois de todos os grupos terem se organizado, as


apresentações podem ser iniciadas. Cada grupo deverá
iniciar informando o tema e objetivo de seu esquete e em
seguida começar a encenação.

3)Após a apresentação de todos os grupos, analisar com


os/as estudantes as cenas apresentadas e indagá-los sobre
o que acharam e se conseguiram atingir o objetivo proposto
para elas.

47
4)Após a análise das esquetes, os/as estudantes devem
anotar as modificações a serem feitas para a produção final.

Fechamento: Analisar junto aos/as estudantes as cenas


que foram construídas por eles/as numa perspectiva do
enfrentamento das desigualdades de gênero, buscando a
reorganização destas para atingir tal objetivo.

________________________

[1] Esse vídeo é do grupo Parafernalha, o qual trabalha com o


humor desconstruindo e problematizando estereótipos criados para
os homossexuais -
https://www.youtube.com/watch?v=KhZUelyhOZs

[2] Fonte http://www.youtube.com/watch?v=x054xyfRqsg

[3] Fonte http://www.youtube.com/watch?v=oaUL7i_Ln4I

[4] Fonte http://www.youtube.com/watch?v=EatalBYtEaQ

[5] Desenho animado sem palavras, com 20 minutos de duração,


elaborado para provocar reflexões críticas que contribuam para o
respeito à diversidade sexual e redução da homofobia entre
homens jovens. Marcelo é um garoto que descobre o desejo e
afetividade com outro rapaz jovem e o vídeo acompanha parte de
sua trajetória. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=xmKgrRIwC60&hd=1 (parte
1); http://www.youtube.com/watch?v=F2L7Bwm0CvQ (parte 2).

[6] Fontehttp://www.youtube.com/watch?v=NDhHJpik7As

[7] Fonte:http://www.youtube.com/watch?v=ZLofi1VDeWU

[8] As cenas selecionadas constam no decorrer da descrição da


oficina e foram editadas em pequenos vídeos para utilização na
oficina.

48
ANEXO 1

OFICINA 9 – Atividade 1
Frases - Eu sofro violência quando...

“Por eu depilar a perna” – João Pedro, 17 anos.

“Quando eu sou chamada de gostosa na rua” – Geisiane, 28


anos.

“Quando eu saio a noite sem maquiagem, eu odeio


maquiagem” – Iara, 22 anos.

“Quando eu uso saia curta na rua e me chamam de


piriguete e as meninas viram a cara para mim” – Sabrina,
18 anos.

“Por eu fazer a unha” - Jorge, 33 anos.

“Quando eu escutei uma mulher falar que minha filha não


tinha mãe, por ela ter sido mal educada” – Mônica, 31 anos.

“Eu sempre tenho que acordar cedo para ajudar minha mãe,
enquanto meu irmão fica dormindo” – Thais, 13 anos.
“Quando eu não posso sair com as minhas amigas depois do
trabalho para tomar uma cerveja” – Carla, 26 anos.
“Quando eu decidi ser mecânica” – Griselda, 40 anos.

“Por me chamar de sapatão quando jogo futebol com os


meninos” – Gabriela, 17 anos.

49
ANEXO 2

OFICINA 9 – Atividade 2
SLIDES – Tipos de violência contra as mulheres

50
51
52
ANEXO 3

OFICINA 10 – Atividade 1
Imagens que remetem às cenas das novelas

Primeira cena - novela Gabriela (2012): A cena retrata o


poder do homem sobre sua esposa, onde a esposa deve
‘servir’ ao marido a hora que ele quiser.

Segunda cena - novela Gabriela (1998): a cena retrata a


personagem Malvina levando uma surra de seu pai por ela
pensar diferente dos costumes da época e querer ser
independente, querer trabalhar e não se casar a mando do
pai.

53
Terceira cena - novela Gabriela (2012): mostra a cena da
personagem Dorotéia ameaçando a personagem Zuleika,
recém casada, dizendo que ela não pode ter prazer na
relação sexual com o seu marido: “se eu ouvir um gemido,
digo que tu é quenga!”. Isso evidencia como o discurso do
patriarcado perpassa pelas falas e comportamentos de
diferentes sujeitos, inclusive de mulheres.

Quarta cena - novela Amor à Vida (2013): A cena mostra


uma briga entre pai e filho (Cézar e Félix), onde o pai não
aceita a identidade sexual do filho.

54
ANEXO 4

OFICINA 10 – Atividade 2
Imagens e Problematizações

Imagem 1 - Família típica do período da escravidão no


Brasil (problematizar a hierarquia do homem branco e
hétero em detrimento às mulheres e negros/as).

Imagem 2 - Típica família rica no Brasil (a representação


da família na figura reforça os lugares destinados ao
homem, à mulher e às crianças. Neste sentido, o homem
ocupa o lugar de provedor da família, ocupando posição de
destaque na fotografia. A esposa como cuidadora dos/as
filhos/as por ter estes ao seu redor. A diferenciação dos
brinquedos destinados às crianças (as meninas se
encontram de pé e comportadas, utilizando leques e os
meninos se encontram mais soltos com brinquedos como
estilingue e carrinhos).

55
Imagem 3 - Uma mulher executando serviços domésticos
com a aparência de cansaço (problematizar a feminização
do trabalho doméstico).

56
Imagem 4 - Fotografia dos personagens do programa
televisivo “A Grande Família” exibido pela Rede Globo
(problematizar como o patriarcado circula nas diferentes
épocas, sendo este programa uma das suas representações
nos dias atuais).

Imagem 5 - Imagem de um casamento (problematizar a


simbologia da entrega da noiva pelo pai ao marido no
casamento cristão em que há a transferência do poder e
da autoridade sobre a mulher do pai para o marido).

57
Imagem 6 - Cena de uma agressão física contra um
homossexual (problematizar como sujeitos com identidades
sexuais consideradas fora do padrão heteronormativo
sofrem violência, evidenciando como o patriarcado se faz
presente nas diferentes desigualdades de gênero).

Imagem 7 - Cartaz de uma campanha contra a homofobia


(problematizar a construção da masculinidade
heteronormativa e evidenciar o preconceito e a violência
contra outras identidades sexuais).

58
Imagem 8 - Cena da novela “Mulheres Apaixonadas”,
exibida pela Rede Globo, a qual destaca a violência física
contra as mulheres (problematizar como o patriarcado ainda
é muito marcado pela figura do marido e como os homens
utilizam de sua posição de poder para agredir as mulheres).

Imagem 9 - Cena de um homem assediando uma mulher


na rua- olhando para seu corpo de forma agressiva
(problematizar a construção da masculinidade hegemônica
heteronormativa, em que os homens tem que se adequar à
este padrão, significando muitas vezes provar sua virilidade
sobre o corpo das mulheres, as violentando seja através do
assédio e/ou da violência sexual.

59
Imagem 10 - Propaganda de cerveja com mulheres
seminuas (problematizar a exploração do corpo da mulher
na publicidade).

Imagem 11 - Propaganda de cerveja com um homem


(problematizar a diferença de propagandas que utilizam o
corpo das mulheres com o dos homens, onde a utilização de
figuras masculinas não recorre a exibição de seus corpos
com conotação sexual, mas remetem à figura do sujeito
divertido e festeiro).

60
Imagem 12 - Cena sobre turismo sexual (problematizar a
imagem que os países do exterior têm sobre o Brasil no que
diz respeito às mulheres, principalmente às negras, em que
ele visualizado como o país do samba, do carnaval, do
futebol e das mulatas).

Imagem 13 - Cartaz de uma campanha sobre o tráfico de


pessoas (problematizar como o tráfico de pessoas é mais
recorrente com mulheres e meninas negras e das classes
populares).

61
Imagem 14 - Propaganda de cerveja com uma mulher
negra (problematizar a sexualização e a comercialização do
corpo das mulheres negras).

62
ANEXO 5

OFICINA 11.1 – Atividade 1


Instituições componentes da Rede Protetiva
Casa das Mulheres

CASA DAS MULHERES: É uma Rede Protetiva às mulheres


em situação de violência que articula instituições que de
alguma forma fazem o atendimento às mulheres no
município de Viçosa, sendo estas:

CRAS: Centro de Referência de Assistência Social é


responsável pela organização e oferta de serviços da
Proteção Social Básica, os quais têm o objetivo de
prevenção de situações de risco por meio de aquisições e do
fortalecimento de vínculos familiares. Os serviços prestados
por esta instituição destinam-se à população que vive em
situação de fragilidade decorrente da pobreza, ausência de
renda, acesso precário à serviços públicos e fragilização de
vínculos afetivos que podem incluir discriminações etárias,
étnicas, de gênero ou deficiências.Conta com apoio de
assistente social, psicólogo e da pessoa responsável pela
coordenação do programa Bolsa Família da cidade.

CREAS: Centro de Referência Especializado de Assistência


Social - oferta serviços especializados e continuados a
família e indivíduos que são ameaçados, ou que vivem em
situações em que seus direitos e suas seguranças são
afetados. Conta com uma equipe multiprofissional que
trabalha para o aumento da capacidade de proteção da
família, prevenindo contra os tipos de violência, e também
profissionais que favorecem a reparação da situação de
violência vivida por toda família, através de atendimento

63
psicológico, por exemplo. Oferece também assistência
básica como, por exemplo, o fornecimento de cestas básicas
ou abrigamento para mulheres em situação de muita
vulnerabilidade de violência. No município de Viçosa
contamos no CREAS com um grupo de atendimento
psicossocial às mulheres em situação de violência.

VIVA VIDA: Desenvolve ações voltadas para a diminuição


do nível de mortalidade infantil e materna, baixo peso ao
nascer, asma, tosse, desnutrição e diarreia em crianças
menores de 5 anos. Também atende mulheres em situação
de violência sexual, sendo que a vítima pode recorrer
diretamente ao Centro para tomar as devidas medidas
necessárias. Assim, caso deseje, a mulher pode receber os
atendimentos e medicamentos de prevenção às doenças
sexualmente transmissíveis, da AIDS e receber os
atendimentos e medicamentos de contracepção de
emergência, dentre outros procedimentos previstos no
protocolo de atendimento à violência sexual.

DEFENSORIA PÚBLICA: Responsabiliza-se em prestar


serviços jurídicos gratuitos para a população com poucos
recursos financeiros. Para mulheres em situação de
violência atua com acolhimento e orientações jurídicas
como: medidas que possam garantir a segurança da
mulher, garantindo o afastamento do agressor da vítima,
pensão alimentícia, separação de corpos, divórcio direto e
ação de alimentos.

DELEGACIA: É feito o Boletim de Ocorrência e encaminha a


mulher em situação de violência para o exame de Corpo de
Delito, quando for pertinente. O caso. é passado à Polícia
Civil, onde um investigador analisa os fatos e encaminha ao
delegado responsável, quem, diante do relato dos

64
envolvidos, determina as providências a serem tomadas. É
também na Delegacia que além do Boletim de Ocorrência,
pode ser feita uma representação criminal contra o
agressor.

CONSELHO TUTELAR: É um órgão responsável pelo


cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
Muitas vezes quando há casos de violência contra as
mulheres, que são mães, é comum que seus/suas filhos/as
também sofram situações de maus tratos e violências.
Neste sentido, o Conselho Tutelar deve ser acionado para
que atue junto a rede protetiva também para o
enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes.
Além disso, quando existirem casos contra mulheres
menores de idade o Conselho Tutelar deve ser acionado
imediatamente. O Conselho Tutelar também atua no
acompanhamento e visitas à famílias em situação de
vulnerabilidade social.

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS: Oferecem dois tipos de


atendimentos para algumas situações de violência: o CTO e
o AL-ANON. O CTO procura conhecer pessoas que possuem
problemas com álcool e não participam de nenhum grupo ou
ajuda. O AL-ANON é um trabalho de grupo realizado com
familiares e amigos de alcoólatras.

PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF): Atua no sistema


de Atenção básica da Saúde, sendo responsável pelo
acompanhamento de um número definido de famílias
localizadas em uma área geográfica delimitada, realizando
visitas domiciliares através dos agentes comunitárias/os de
saúde. O PSF é uma instituição importante dentro da rede
pela atuação de suas agentes comunitárias, pois ao
realizarem visitas domiciliares e estarem inseridas nas

65
comunidades, conseguem ter acesso a um grande número
de mulheres. Neste sentido, elas auxiliam na
informação/divulgação dos direitos das mulheres em
situação de violência e no encaminhamento dessas
mulheres para as instituições da Rede Protetiva. Além disso,
os/as profissionais da saúde do PSF (agentes,
enfermeiros/as e médicos/as) contribuem com o
preenchimento da Ficha de Notificação Compulsória de
violência doméstica, sexual e outras violências, para o
abastecimento do banco de dados do Sistema Nacional de
Agravos de Notificação (SINAN).

66
ANEXO 6

OFICINA 11.1 – Atividade 2

O CASO

Beatriz, uma mulher de 40 anos, morava no bairro São


José. Ela era mãe de uma menina, Bianca de 8 anos, que
teve em seu primeiro casamento. Beatriz era juntada com
Marcos, um homem de 51 anos, comerciante e dono de um
barzinho em seu bairro. Beatriz sempre foi uma mulher
muito simpática e que conversava com todos do bairro, mas
Marcos era muito ciumento e não gostava que ela ficasse na
rua conversando com outras pessoas. Quando a via com
homens sempre gritava com ela, questionando se ela não
tinha serviços para fazer em casa. Beatriz que trabalhava
como empregada doméstica ficava o dia inteiro fora de casa
e quando chegava fazia a janta, cobrava o dever dos filhos
e se deitava. Marcos sempre cobrava que Beatriz tivesse
relações sexuais com ele. Quando não queria Marcos dizia
que ela estava o traindo e por isso ela acabava cedendo ao
companheiro. Quando se recusava mesmo, ele costumava a
sacudir, não deixando ela dormir e ficava dias sem falar
com ela. Além disso, ele a forçou a entregar seu celular e a
se comprometer a não chegar atrasada do serviço em casa.
Nos últimos dias Marcos começou a ficar ainda mais
agressivo e começou a vigiar Beatriz em todos os lugares
em que ia. Certo dia quando chegou atrasada em casa,
devido a demora da faxina em seu trabalho, Beatriz viu sua
filha chorando e ao perguntá-la o porquê da situação a
menina respondeu que Marcos havia a agredido porque ela
não queria arrumar a cozinha, porque tinha dever para
fazer e também porque ela não quis vigiá-lo a fazer xixi,
mostrando seu pênis para ela. Beatriz foi conversar com

67
Marcos e ele disse à ela que fez porque a menina mereceu,
que ela era como sua mãe que merecia aprender a respeitá-
lo a força. Dizendo isso, Marcos a segurou pelo braço e a
jogou na cama, dando tapas em seu rosto e corpo, e a
obrigou a transar com ele.
No dia seguinte, Beatriz foi trabalhar machucada e sua
patroa, Léa, perguntou à ela sobre um hematoma que tinha
em seu braço. Beatriz desconversou sobre a pergunta,
dizendo que havia caído. Léa insistiu e ela contou o
ocorrido.
Se você fosse Léa o que faria para ajudar Beatriz?

(Guia a ser apresentado)


Léa ouvindo a história de Beatriz identificou que as
situações vividas se tratavam de violências. Sabendo disso,
Léa levou Beatriz a Casa das Mulheres para que tivesse
orientações sobre o seu caso. Na Casa ela foi,
primeiramente, ouvida para saber do ocorrido e do desejo
de Beatriz em relação ao seu caso. Ela quis denunciar
Marcos e se separar dele. Assim, Beatriz foi encaminhada ao
hospital para que fizesse exames que comprovassem a
situação de agressão. Em seguida, foi encaminhada a
delegacia para que fizesse o Boletim de Ocorrência (B.O.)
contra Marcos. Os policiais a acompanharam a sua casa
para que pegasse seus pertences e a levou, junto com sua
filha, para a casa de seus pais. O Conselho Tutelar também
foi acionado para realizar a denúncia ocorrida com sua filha.
E por último Beatriz foi encaminhada a Defensoria Pública
para realizar os procedimentos de partilha de bens do casal.

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EQUIPE

Coordenação:
Marisa Barletto – Depto de Educação UFV;
Paula Dias Bevilacqua - Depto de Medicina Veterinária UFV;

Bolsistas Apoio Técnico


Beatriz Gomes Carneiro – Pedagoga - FAPEMIG
Iara Cássia de Castro – Pedagoga - FAPEMIG

Bolsista Mestrado
Natália Hosana Nunes Rocha - Mestranda em Educação
PPGE/UFV - CAPES

Bolsistas Iniciação Científica


Michelli Augusto Anselmo – Pedagogia UFV - FAPEMIG
Rafânya M. S. de Carvalho – Ciências Sociais/UFV -
PROBIC/FAPEMIG

Bolsista Extensão
Diana Cardozo - Ciências Sociais UFV – PROEXT/MEC/SESu

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COLABORAÇÃO
Jessica Miranda Reis – Graduanda em Comunicação Social UFV.

Lucas Augusto Faria Alves – Graduando Comunicação Social UFV.

Lucas Moura – Graduando em Comunicação Social UFV.

Shayene Martins - Graduanda em Comunicação Social UFV.

Taís Pires - Graduanda em Comunicação Social UFV.

Vinicius Vieira de Almeida – Graduando em Gestão Ambiental -


UNIVIÇOSA.

Graziele Correa Amorim - Graduanda em Pedagogia UFV.

Fernanda Aparecida da Silva Gomes- Graduanda em Educação Infantil


UFV.

Janine Jannis Martins dos Santos – Graduanda em Educação Infantil


UFV.

Lorena Silva Aguiar - Educadora Infantil .

Maria Aparecida Miranda Silva - Graduanda em Educação Infantil UFV.

Marina Reis Milagres - Graduanda em Educação Infantil UFV.

Camila Penna – Graduanda em Ciências Sociais – UFV.

Thaís Mendonça - Graduanda em Ciências Sociais UFV.

Paola Garcia Ferreira – Graduanda em História UFV.

Thayane Fraga de Paula – Graduanda em Enfermagem UFV.

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