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Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia

Thiago de Oliveira Manhães, 4º período Matutino.

PLATÃO. República. Rio de Janeiro: Editora Best Seller, 2002.

O livro a República de Platão tem como principal personagem Sócrates que se


envolve em vários diálogos com o objetivo de saber o que é a justiça.

Em seu primeiro diálogo sobre o assunto ele obtém a resposta de um amigo


chamado Céfalos que afirma dizendo que justiça é dar o que é próprio de cada
um. Sua resposta fica sendo um tanto que insatisfatória porque nem sempre
aquele que tem o que é próprio fará bom uso. Por exemplo, se eu devolvo a
arma de alguém que não tem condições de portá-la, e sendo assim, esse
indivíduo tenha potencial para fazer mal a outras pessoas ou assim mesmo,
isso não é justo. Assim foi como Sócrates refuta tal afirmação. No entanto,
Polemarco traz outra definição de Justiça. Ele diz que Justiça é fazer bem aos
amigos e mau aos inimigos, porém a justiça não pode ser associada em
prejudicar alguém ou fazer o mal a alguém e através dessa linha de raciocínio,
Sócrates anula mais essa tentativa de definição sobre o que é justiça.

Então entra em cena um novo personagem, Trasímaco. Ele, por sua vez,
declara que justiça é a conveniência do mais forte que se sobrepõem sobre o
mais fraco e Sócrates também refuta essa ideia, então ele propõem um novo
pensamento dizendo que o importante é parecer justo, porém sendo injusto, já
que sendo justo você sempre sofre prejuízos.

Daí por diante então Sócrates passa a ter que se esforçar bem mais pra refutar
esse pensamento. Logo em seguida, Glauco afirma que por natureza nós não
queremos ser bons ou ser justos, nós somos bons porque somos coagidos.
Então é mencionado no livro um conto do anel de Giges. Mostrando que todos
que tiverem a oportunidade de fazer o mal para alcançar próprio benefício,
assim ele fará. Isso é contado através da história de um pastor de ovelhas que
encontra um anel dentro de um cavalo, no corpo de um homem morto após um
terremoto. Após usar o anel e gira-lo, ele percebe que pode ficar invisível,
sendo assim ele seduz e trama com a rainha daquele lugar e ocupa o lugar do
rei e se torna uma pessoa pior do que era o governante daquele lugar.

Daí então, Sócrates propõem a ideia de criar uma cidade imaginária para que
se pudesse entender o que é a justiça, maximizando a visão do indivíduo agora
para uma cidade. Nessa nova linha de raciocínio, Sócrates e Glauco iniciam a
construção da cidade descrevendo o que é necessário que exista na cidade,
quem são os habitantes dela, e o que eles precisam exercer para que a cidade
possa se sustentar. Para que a cidade possa estar organizada em classes e
cada um visando exercer exclusivamente a sua arte. Sócrates gostaria de
propor, se fosse possível, a todos moradores da cidade que eles teriam sido
gerados da terra, ou seja, todos eles são filhos da cidade. Essa tal obra fora
feita por um deus que ao realizar tal ato, misturou metais na composição de
cada um, sendo os misturados com ouro classificados como os magistrados, os
com prata como os guerreiros, e os com bronze os artesãos. Tendo isso sido
aceito a justiça se encontraria na harmonia dos moradores da cidade, cada um
fazendo tua função. Essa divisão em três partes, segundo Sócrates, também
ocorre na alma humana com três designando a razão, Ímpeto e apetite. Depois
de todas essas colocações e afirmações a proposta de cidade de Sócrates
passa por três duras provas.

A primeira prova tinha como afirmação de que os magistrados, aqueles que


governam a cidade, não poderia ter propriedades privadas ou família. Após
isso, a segunda prova tem que ver com a igualdade entre homem e mulher no
sentido de exercer papeis na sociedade, no tocante, o de governar e o de
guerrear, e isso foi aceito na cidade ideal de Sócrates. Já a terceira prova diz
que a cidade só será justa se for governada por alguém que seja filósofo, pois
esses nasceram para ocupar tais cargos, pois são guiados pela razão.

Mais a frente, Sócrates se detém em explicar a realidade por três analogias. A


primeira por uma linha dividida em duas partes, onde uma corresponde o
mundo sensível e a outra o mundo inteligível. A segunda analogia tem a ver
com o sol, diz que não se pode definir o bem, mas o sol é o filho do bem, assim
como o sol está para nós no mundo sensível, o bem está para o mundo
inteligível. Por fim das analogias, vem então o tão famoso mito da caverna,
onde os que estão no fundo da caverna contemplam imagens que não são a
realidade, pois a realidade está fora da caverna. Aqueles que conseguem
contemplar o mundo das ideias e transmitir conhecimento ao mundo sensível
através da dialética.

O governante precisa ser bem instruído e capacitado para governar a cidade


através de uma boa educação, mas por fim, Sócrates diz que toda forma de
governo vai se corromper, pois tudo no mundo sensível se corrompe, então ele
trata dos tipos de governo.

No fim da obra, nos é trazido o mito de Er, na qual um soldado morto acorda
antes de ser cremado e explica como é o além, e daí Sócrates conclui que a
virtude não tem senhor e nós somos responsáveis por escolher nosso destino.

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