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BUARQUE, Cristovam - Federalizar Educaçã Integral de Qualidade para Todos Os Brasileiros PDF
BUARQUE, Cristovam - Federalizar Educaçã Integral de Qualidade para Todos Os Brasileiros PDF
Educação integral
de qualidade
para todos os
brasileiros
Federalizar
A Federalização da Educação Básica
Cristovam Buarque
* Este texto foi totalmente escrito pelo autor, que assume toda responsabilidade por
ele. Mas contou com a colaboração do economista Waldery Rodrigues Júnior.
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1. Qual o objetivo da Federalização?
2. O que é Federalização?
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todas funcionando em horário integral.
4. Colocação desses novos professores nas novas escolas,
pagando aos atuais professores, não aprovados por concur-
so para a nova carreira, um incentivo salarial.
5. Definir um cronograma de cerca de 20 anos, ao longo do
qual os atuais sistemas municipal e estadual serão paulati-
namente substituídos pelo Novo Sistema Federal.
Essas seriam as ações fundamentais que permitiriam a
substituição do atual Sistema Tradicional de Educação Básica
por um Novo Sistema de Educação, que seja federal para ter
a mesma qualidade em todo o País.
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5. Qual é a justificativa para a Federalização?
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Não menos importante é a justificativa social. A única forma
de quebrar o muro da desigualdade transmitida de pai para fi-
lho é oferecendo escola igual para todos. A abolição da pobreza
passa pela educação, tanto pela eficiência econômica que ela
traz, como pela mesma chance que a educação igual oferece.
Além disso, há uma justificativa estratégica: a revolução
educacional não será conseguida pela simples e lenta melhora
do degradado Sistema Tradicional presente, ela exige a implan-
tação de um Novo Sistema, em substituição ao sistema atual que
já mostra sua falência. O Novo Sistema Federal será implantado
enquanto o velho Sistema Tradicional municipal ou estadual vai
sendo desativado.
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outro emprego. Por isso, a seleção do professor será um aspec-
to fundamental para o sucesso da federalização. Não se ensina
uma criança da mesma forma que se exerce a profissão de enge-
nheiro, lidando com pedreiros, trabalhando com material físico.
O professor trabalha com a vida, o sentimento, a inteligência.
Ele não pode ser selecionado apenas por concurso. Além de co-
nhecer a matéria a ensinar, o bom professor precisa ter vocação,
habilidade, gosto pela profissão. O professor da carreira federal
será escolhido inicialmente em concurso, para identificar sua for-
mação; depois, pela identificação de sua vocação, colocando os
selecionados em sala de aula pelo período de um ano, no fim do
qual ele pode ser contratado ou reprovado por falta de vocação
e habilidade, mesmo depois de ter passado na primeira etapa.
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quesitos não forem cumpridos, poderão levar à demissão por in-
teresse da educação de qualidade a que cada criança brasileira
terá direito.
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medidas contra o corporativismo: livre direito de associação sin-
dical, o que levará à criação de diversos sindicatos, quebrando
o monopólio do sistema unitário; e liberdade de filiação, com
contribuição voluntária dos filiados.
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15. Como serão equipadas as escolas federais?
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requer. Depois de décadas, para não dizer séculos, de pouca im-
portância e prestígio à carreira de magistério, o elevado salário
poderá atrair muitos interessados, mas poucos terão a formação,
a capacidade, a dedicação e a vocação para atuarem nesse novo
sistema. De nada adianta oferecer altos salários se os candidatos
não tiverem a qualificação necessária. Por isso, nos primeiros
anos será pequeno o número de jovens que poderão ser sele-
cionados para fazer a revolução que se espera. Na medida em
que o sistema for sendo implantado e ganhando credibilidade,
e os professores forem sendo tratados com a dignidade que de-
vem merecer, crescerá o número de jovens que desde o início da
carreira universitária optam pelos cursos relacionados ao magis-
tério. Pode-se estimar que, partindo de um pequeno número de
professores até atingir um número elevado, o Brasil tem condi-
ções de selecionar, em média, até 100.000 jovens brilhantes por
ano, capazes de exercer a atividade de magistério com a qualifi-
cação que o novo sistema exige.
Por outro lado, a água potável não é implantada por casa,
mas por cidade ou bairro. Assim seria implantada a Federali-
zação. Considerando o tamanho médio de nossas cidades em
35 mil habitantes, com 28 escolas em média, atendendo 9 mil
alunos e necessitando de aproximadamente 300 professores em
salas de 30 alunos, seria possível, a cada ano, implantar o novo
sistema em 300 cidades, com 100.000 novos professores em
9.500 escolas, atendendo cerca de 3 milhões de alunos.
Isso dará um prazo de vinte anos para que todo o velho e
tradicional sistema estadual e municipal ceda lugar ao novo sis-
tema federal.
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a) iniciar nas cidades onde prefeitos, vereadores e socieda-
de civil manifestem voluntariamente o interesse de implan-
tar o novo sistema e auxiliar a transformar sua cidade em
cidade-com-educação-federalizada.
b) levar em conta se as cidades têm histórico de compromis-
so com educação, se a população, por meio dos governos e
de seus líderes, tem demonstrado cuidado com a educação
no passado.
c) No início do processo de federalização, preferir cidades
pequenas, com no máximo 200.000 habitantes.
d) não concentrar as cidades nos mesmos estados.
e) escolher cidades onde o IDEB esteja acima da média ou
onde ele tenha crescido nos últimos anos.
f) começar por cidades cujos efeitos possam ser observados,
para que a federalização também tenha um efeito de de-
monstração.
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nas poucas cidades em que sucessivos governos vêm realizando
sérios esforços. É preciso lembrar que toda mudança tem um
processo que se inicia em alguma parte, antes de chegar ao todo.
Começamos a industrialização por São Paulo; os aeroportos,
estradas não foram implantados de uma vez em todo o Brasil;
também não foram a água encanada e o esgoto, que até hoje
faltam em milhares de cidades. A ideia de ir espalhando escolas
pelo território brasileiro tampouco chegaria a todas as crianças
de cada cidade. Já tivemos algumas escolas públicas de qualida-
de como as Escolas Parque na Bahia e em Brasília, os CIEPs no
Rio de Janeiro, os CIACs, os CEUs, em São Paulo escolas em ho-
rário integral em Foz do Iguaçu, Palmas e outras cidades. Ainda
mais injusto seria ter uma boa escola ao lado de diversas ruins,
como é o caso atual das federais ao lado do sistema municipal
e estadual. Se essa fosse a estratégia, a seleção dos alunos ter-
minaria beneficiando os filhos das classes média e alta, seja por
influência política, seja por concurso de seleção, como ocorre
atualmente nas 451 escolas federais.
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Cabe lembrar, porém, que a elevação do nível educacional
da população tem impacto imediato na produtividade da mão de
obra, elevando consequentemente a renda nacional. Além disso,
fica desnecessário o custo médio anual de aproximadamente R$
4 bilhões de sacrifício fiscal para financiamento de escolas priva-
das pelos contribuintes do Imposto de Renda. O custo, portanto,
da Federalização, será financiado em parte com os resultados da
própria Federalização.
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ve desperdiçar os recursos que venham do petróleo, gastando-os
em outras atividades. O valor do royalty pode complementar os
gastos da Federalização, mas não podemos usá-lo como descul-
pa, privando as crianças de uma boa escola, independentemente
dos possíveis recursos do Pré-Sal.
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dando da segurança, investindo em cultura, combate às drogas,
ou com outros gastos que permitam melhorar a qualidade de
vida de sua população.
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boa como a dos ricos. Quinto, porque os sindicatos de profes-
sores, apesar de aceitarem as atuais carreiras federal, estadual
e municipal, ainda resistem, talvez por não terem entendido a
nova carreira federal diferenciada das estaduais e municipais; e
não aceitam a ideia de estabilidade responsável. Sexto, porque
o forte sistema privado de educação teme a concorrência com o
sistema público federal universalizado. Sétimo, porque os prefei-
tos, governadores e seus secretários querem manter a ilusão de
que são donos da educação em seus estados, e preferem sacri-
ficar a educação de suas crianças a perderem a ilusão do poder.
Oitavo, porque os filhos dos prefeitos, governadores, deputa-
dos, vereadores e senadores e até dos secretários de educação
não estudam em suas escolas públicas. Nono, porque ainda não
apareceu um presidente e um governo federal que priorize edu-
cação, tenha a visão de revolução e longo prazo e seja estadista
o suficiente para trazer o problema para si e empolgar o País;
preferem fechar os olhos, deixando a educação sob os cuidados
de pobres prefeitos e governadores. Décimo, pela falta de ambi-
ção dos educadores e educacionistas; depois de séculos sofrendo
desprestígio e desprezo, nossos professores e seus sindicatos não
lutam por grandes metas, nem acreditam que elas sejam viáveis,
ficam limitados a pequenas reivindicações, nem sempre atendi-
das, mesmo depois de longas greves.
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Emenda para permitir a reeleição de políticos no Executivo, por-
que não fazer uma Emenda para permitir a formação de nossas
crianças?
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32. A federalização não é contra a descentralização?
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a qualidade necessária. Mas isso vai exigir uma profunda refor-
ma na maneira com a qual a universidade oferece seus cursos de
pedagogia e licenciatura.
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trialização de São Paulo. Nas últimas décadas, passamos a pior
de todas as situações: um centralismo fiscal com descentraliza-
ção nas responsabilidades. Para não fazer uma reforma fiscal
descentralizada, e para atender às necessidades de cada ente
federativo, foi criada uma caótica colcha de retalhos de captação
e distribuição de recursos fiscais. O resultado foi a consolidação
de uma Federação perversa: oferece a cada estado e municí-
pio o direito de sobreviver com seus poucos recursos e algumas
ajudas do governo central. A descentralização condenaria cada
estado e município pobre a sobreviver pobremente com seus
próprios recursos. O pacto federativo exige uma filosofia moral:
toda criança brasileira, independente do ente federativo onde
nasceu e vive, receberá do poder público o mesmo valor para
sua Educação Básica.
A saída é a centralização por parte da União da responsabi-
lidade de ações do interesse de cada cidadão e cidadã, brasileiro
ou brasileira, centralizando a educação para fazer a descentra-
lização com justiça. Dentre as centralizações para a descentrali-
zação com justiça, a principal é a educação: cada criança com os
mesmos recursos para sua educação independentemente de seu
município e de sua família. Um pacto federal ético e ao mesmo
tempo do interesse nacional.
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38. O que já foi feito pela Federalização?
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40. O que você vem fazendo pela Federalização como Se-
nador?
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Anexo A – Emendas Apresentadas ao Plano Nacional de
Educação – PNE Vinculadas à Ideia da Federalização
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7. Garantir padrão de qualidade na educação básica ofere-
cida pelas instituições públicas e privadas de ensino, mediante
a criação de sistema de inspeção nacional, que acompanhe e
avalie o desempenho das escolas, como condição para sua au-
torização de funcionamento.
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Anexo B – Ações no MEC em 2003, dentro da perspectiva
de Federalização da Educação Básica:
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e. Iniciação e atualização do Censo dos Professores da Edu-
cação Básica para identificar demandas dos professores e colher
opiniões sobre programas de formação.
f. Financiamento à compra de computadores por professo-
res.
g. Lançamento do programa para compra de casa própria
para professores dos municípios atendidos pelo Programa Escola
Básica Ideal, financiado com apoio da CEF.
h. Criação do Piso Nacional do Salário do Professor.
i. Programa para a distribuição de 1,5 milhão de livros a
725 mil professores de todos os estados da federação.
j. Implantação do estágio docência para 24 mil bolsistas da
Capes, na rede oficial pública de Ensino Médio, para enfrentar a
falta de professores no Ensino Médio, principalmente de Quími-
ca e Física.
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e. Fortalecimento da Educação a Distância como estratégia
de universalização e melhora da qualidade do ensino no futuro.
Criação do Instituto Nacional de Educação Aberta e a Distância -
Darcy Ribeiro, dando a professores e alunos acesso a tecnologias
e ferramentas de ensino e de formação continuada.
f. Desenvolvimento e lançamento da TV Escola Digital In-
terativa. A tecnologia foi desenvolvida pelo MEC, e a patente
registrada em nome do Governo Federal.
g. Elevação em 20% do número de escolas conectadas à In-
ternet, com instalação de 1.800 antenas em escolas de regiões
de grande exclusão social, para conexão de Internet de alta ve-
locidade, como parte do programa Computador na Escola.
h. Inicio da implantação de um novo sistema de Ensino Mé-
dio Técnico, para ampliar o acesso ao Ensino Médio e tornar o
Ensino Profissionalizante acessível a todos nas Escolas Técnicas
Federais. Inauguração de 7 Centros de Educação Profissional em
2003, iniciados pelo governo anterior durante a Administração
do ministro Paulo Renato de Souza, nos estados de Minas Gerais,
Rio de Janeiro, Tocantins, Pará, Santa Catarina e Mato Grosso do
Sul.
i. Implementação do Programa Nacional do Livro Didático
para o Ensino Médio;
j. Extensão do Programa Nacional de Alimentação Escolar
às creches e aos alunos do Ensino Médio;
k. Definição do Padrão Nacional das Escolas Públicas;
l. Início da recuperação, ampliação e melhoria das condi-
ções físicas de 132 mil escolas;
m. Construção de módulos sanitários em todas as 22
mil escolas que ainda não dispunham de banheiros; eletrificação
de todas as 30 mil escolas públicas que não possuíam energia
elétrica;
n. Recursos para adquirir equipamento pedagógico para as
escolas e fornecer livro didático a todo o Ensino Médio;
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II. Propostas de Decretos, Projetos de Lei, Portarias Presi-
denciais
Apresentação de Decretos, Projetos de Lei e Portarias que se
adotados teriam mudado realidade da educação no Brasil. Mui-
tos desses instrumentos legais foram aprovados e publicados no
Diário Oficial, entre Janeiro de 2003 e em Janeiro de 2004. Ou-
tros tramitavam em órgãos do governo no início de 2004, alguns
ainda se encontravam em fase de estudos. A seguir destacam-se
alguns deles:
1. Decretos Presidenciais
a. Instituir Grupo de Trabalho Interministerial com a
finalidade de avaliar propostas, propor diretrizes e medidas
para implantação do Sistema Brasileiro de TV Digital.
b. Instituir Grupo de Trabalho Interministerial encar-
regado de analisar a proposta de criação e implementação
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica - FUNDEB em substituição ao atual Fundo de Ma-
nutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério – FUNDEF.
c. Criar o Projeto Milton Santos de Acesso ao Ensi-
no Superior, para receber jovens estrangeiros oriundos da
África, dando-lhes oportunidade de acesso a Instituições de
Ensino Superior brasileiras.
d. Criar o Programa Brasil Alfabetizado, instituir a Co-
missão Nacional de Alfabetização e a Medalha Paulo Frei-
re, a ser concedida a especialistas e instituições que se des-
tacarem na tarefa de abolir o analfabetismo no Brasil.
2. Portarias Ministeriais
a. Criar um Grupo de Coordenação para propor as
ações de valorização e formação do professor, estudar e
propor discussões e ações sobre piso salarial, carreira e be-
nefícios sociais.
b. Instituir o Sistema Nacional de Certificação e For-
mação Continuada de Professores.
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c. Criar o Conselho Nacional de Gestão das Políticas
de Educação Básica com a finalidade de promover a arti-
culação e facilitar o regime de colaboração entre União,
Estados e Municípios.
d. Aprovar o Programa Nacional do Livro do Ensino
Médio – PNLEM.
e. Dispor sobre a criação, atribuições e funcionamen-
to do Fórum Nacional de Educação Profissional e Tecnoló-
gica.
f. Estabelecer a reedição do acervo do Programa Na-
cional Biblioteca da Escola-1998, dentro da ação específica
denominada Biblioteca do Professor, para atender aos pro-
fessores do ensino básico público.
g. Institucionalizar o Programa da Escola Básica Ideal,
com abrangência nacional.
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e. Projeto de Lei para estabelecer piso salarial para
os educadores públicos que cumprem jornada de trabalho de
40 horas semanais e possuem habilitação em nível médio ou
superior;
f. Projeto de Lei para criar a UNAB – Universidade
Aberta do Brasil (posterior apresentada como INEAD) para
ampliar e democratizar as oportunidades de acesso à educa-
ção superior em instituição pública via educação à distância.
g. Projeto de Lei para criar um fundo de investimento
para financiar o Programa de Incentivo à Conclusão da Edu-
cação Básica – Poupança Escola, que prevê o depósito de be-
nefício financeiro em nome do aluno que concluir, com apro-
veitamento, os níveis de ensino fundamental e médio.
h. Decreto Presidencial para garantir vaga em creche
ou pré-escola da rede pública de ensino, já a partir do segun-
do semestre letivo de 2004, a toda criança no momento em
que completar quatro anos de idade, como forma de reduzir a
pobreza, melhorar os índices de alfabetização e desempenho
no ensino fundamental.
i. Decreto Presidencial para estabelecer a extensão
progressiva da obrigatoriedade e gratuidade do Ensino Médio
a partir de 2004. Lei Nº 12.061, de 27 de outubro de 2009 -
Universalização do Ensino Médio.
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6. Lei Orgânica do Sistema de Educação Profissional, incluin-
do a criação do 4º ano do Ensino Médio
7. Lei Orgânica do Sistema de Ensino Superior e Lei de In-
gresso na Universidade - Novo Sistema de acesso para substi-
tuir o vestibular, ao longo do Ensino Médio.
8. Lei do Direito à Alfabetização
9. Lei de Inclusão de Portadores de Deficiência no Sistema
Educacional
10. Lei de Gratuidade de Linhas Telefônicas para uso de Inter-
net pelas Escolas
11. Criação da Coordenação de Aperfeiçoamento dos Profes-
sores de Ensino Médio e Profissional
12. Criação do Conselho de Gestão da Educação Básica
13. Criação da Câmara de Educação à distância
14. Sistema Nacional e Permanente para Valorização do Pro-
fessor
15. Sistemática para a Proposta de Troca da Dívida por Bolsa
– Escola
16. Estruturação do Sistema Nacional de Financiamento da
Educação
17. Regularização da lei de LIBRAS - Linguagem Brasileira de
Sinais
18. Reforma do CNE
19. Projeto Uni-Povos
20. Proposta Sistemática de Elaboração do Orçamento Ético
21. Lei de Garantia de Vaga para Professores da Educação
Básica na Universidade
22. Projeto de Lei para garantir vaga na escola pública mais
próxima de casa a toda criança no dia em que completasse
quatro anos de idade.
23. Lançamento do programa de Ampliação do Atendimento
Escolar para aumentar a escolaridade obrigatória de oito para
nove anos, atendendo crianças a partir dos seis anos de idade.
24. Garantia do aumento do valor do FUNDEF.
25. Projeto de Lei para implantação do FUNDEB.
26. Lançamento do programa de apoio à Construção de Siste-
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mas Estaduais de Avaliação da Educação Básica.
27. Ampliação do Sistema de Avaliação da Educação, in-
cluindo dados relacionados a raça, violência e desempenho
dos alunos atendidos pelo Bolsa-Escola, visando aprimorar o
atendimento à população socialmente excluída.
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PLS-332/08 Institui o “Dia Nacional do Piso Salarial dos Pro-
fessores”, a ser celebrado, anualmente, em 23 de março. Trans-
formado na Lei 11.738/2008 sancionada em 16/07/2008.
PLS-306/09 Institui o Dia Nacional do Compromisso com a
Criança, o Adolescente e a Educação - É instituído o dia 21 de
novembro como o Dia Nacional do Compromisso com a Criança,
o Adolescente e a Educação. Transformada na Lei 12.685/2012
sancionada em 19/07/2012.
PLS-170/10 Institui a Semana Nacional da Educação Infan-
til, a ser celebrada anualmente na semana de 25 de agosto, data
esta que passa a ser comemorada como o Dia
Nacional da Educação Infantil, em homenagem à Dra. Zil-
da Arns. Transformada na Lei 12.602/2012 sancionada em
13/04/2012.
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cidente sobre bens e valores destinados à educação e à saúde.
PLS-433/07 Dispõe que as licenças periódicas dos profissio-
nais da educação tenham a duração mínima de um ano e sejam
concedidas pelos sistemas de ensino a cada sete anos de traba-
lho.
PLS-449/07 Inclui a participação dos pais em reuniões esco-
lares como condição adicional para o recebimento de benefício
do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à educação
- “Bolsa Escola”.
PLS-480/07 Determina a obrigatoriedade de os agentes pú-
blicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em
escolas públicas até 2014.
PLS-530/07 Condiciona a amortização de débito junto ao
Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES),
pelo estudante financiado, à obtenção de rendimentos pessoais
sujeitos à tributação pelo imposto de renda das pessoas físicas.
PLS-540/07 Prevê a responsabilização dos gestores munici-
pais que descumprirem deveres de natureza educacional.
PLS-638/07 Dispõe sobre a capacitação de profissionais
da educação básica na identificação de efeitos decorrentes de
maus-tratos e de abuso sexual praticados contra crianças e ado-
lescentes.
PLS-04/08 Institui o regime de dedicação exclusiva para os
profissionais da educação básica pública, e dá outras providên-
cias.
PLS-09/08 Institui o Programa de Preservação de Idiomas
Indígenas Brasileiros, e dá outras providências.
PLS-20/08 Concede isenção do Imposto sobre Produtos In-
dustrializados (IPI) incidente sobre veículos para transporte cole-
tivo de estudantes, quando adquiridos por Prefeituras Municipais
e pelo Distrito Federal, bem como por profissionais autônomos
e suas cooperativas habilitados e dedicados exclusivamente ao
transporte escolar.
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PLS-27/08 Dispõe sobre inclusão facultativa do ensino do
Esperanto no ensino médio.
PLS-28/08 Institui a licença para capacitação profissio-
nal.
PLS-31/08 Inclui no currículo oficial da Rede de Ensino te-
mática “História e Cultura Indígena Brasileira” - facultativo, e dá
outras providências.
PLS-137/08 Veda o uso de lema escrito na bandeira nacio-
nal caso até lá não seja erradicado o analfabetismo absoluto no
País.
PLS-138/08 Permite a dedução do Imposto de Renda da Pes-
soa Física de despesas para custeio de educação de menores
carentes.
PLS-185/08 Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, para obrigar a exibição de filmes e audiovisuais de
produção nacional nas escolas da educação básica.
PLS-186/08 Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, para dispor sobre a avaliação na educação indíge-
na.
PLS-191/08 Cria a Agência Federal para a Coordenação da
Segurança Escolar, destinada a apoiar o intercâmbio de expe-
riências, fiscalizar, cobrar e coordenar o trabalho de segurança
desenvolvido pelas polícias estaduais e do Distrito Federal e por
outros órgãos locais, pelas secretarias de educação, por profes-
sores, alunos e servidores, com a finalidade de garantir seguran-
ça em torno das escolas e a paz na sala de aula.
PLS-254/08 Permite que o desconto da contribuição patro-
nal do imposto de renda das pessoas físicas, previsto na Lei nº
9.250, de 26 de dezembro de 1995, seja feito em dobro quando
o empregado doméstico frequente instituição de ensino.
PLS-256/08 Cria Centros de Pesquisa e de Desenvolvimento
da Educação nas instituições federais de educação superior.
PLS-257/08 Cria a Agência Federal para a Avaliação Escolar,
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destinada a implementar processos de avaliação da educação
básica e controlar, vigiar e fiscalizar os gestores do sistema edu-
cacional.
PLS-258/08 Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, para incluir, entre as finalidades da educação superior,
seu envolvimento com a educação básica.
PLS-319/08 Cria o décimo - quarto salário dos profis-
sionais da educação da rede pública e dá outras providên-
cias.
PLS-320/08 Cria o Programa Federal de Educação Integral
de Qualidade para Todos e a Carreira Nacional do Magistério da
Educação Básica.
PLS-321/08 Cria a Escola Nacional de Gestores Educacio-
nais (ENGE) e autoriza o Poder Executivo a dispor sobre o seu
funcionamento.
PLS-322/08 Assegura aos professores concursados das redes
públicas de educação básica acesso a cursos superiores de peda-
gogia e outras licenciaturas, sem necessidade de exame vestibu-
lar.
PLS-06/09 Estabelece que, após os idosos, os professores
terão prioridade para
PLS-08/09 Adota medidas de estímulo à liquidação ou re-
gularização de dívidas originárias do FIES, usando os mesmos
critérios da Lei nº 11.775/08 (dívidas originárias de operações
de crédito rural e de crédito fundiário).
PLS-286/09 Altera para Programa Bolsa Escola o nome do
Programa Bolsa Família
PLS-287/09 Altera para Programa Bolsa Escola o nome do
Programa Bolsa Família
PLS-481/09 Determina a instalação de qua-
dras esportivas e locais apropriadas para a práti-
ca dos esportes olímpicos nas escolas da educação bási-
ca.
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PLS-518/09 Transforma o Ministério da Educação em Minis-
tério da Educação Básica.
PLS-525/09 Institui as condições mínimas nacionais para a
construção, adequação e equipamento pedagógico de estabele-
cimentos escolares de educação básica.
PLS-532/09 Determina que os concursos públicos para in-
gresso na carreira de magistério garantam a reserva de 5% (cin-
co por cento) das vagas por disciplina.
PLS-02/10 Institui o “royalty-criança” e cria o Fundo Nacio-
nal da Educação Básica - FNEB, e dá outras providências.
PLS-325/10 Institui o Piso Salarial profissional nacional para
os profissionais do magistério público da educação básica, para
introduzir critério de reajuste anual de seu valor.
PLS-510/11 Dispõe sobre o funcionamento de estabeleci-
mentos públicos de educação infantil durante as férias escolares.
PLS-594/11 Dispõe sobre a alíquota e destinação dos re-
cursos arrecadados com a exploração do petróleo, gás natural e
demais hidrocarbonetos fluídos extraídos sob o egime de parti-
lha ou sob o regime de concessão na área do pré-sal e em áreas
ainda não contratadas e cria o Fundo do Petróleo para Formação
de Poupança, Educaçã Básica e Inovação - FUNPEI.
PLS-114/12 Incorpora o IDEB nos critérios de distribuição do
Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal – FPE.
PLS-168/12 Institui o exercício social da profissão para ga-
rantir emprego e exigir prestação de serviço dos graduados em
medicina que obtiveram seus diplomas em cursos custeados com
recursos públicos, em instituições públicas ou privadas.
PLS-189/12 Estabelece penalidades para os pais ou res-
ponsáveis que não comparecerem às escolas de seus filhos para
acompanhamento do desempenho deles.
PLS-224/12 Obriga beneficiários de bolsas de estudos de
programas da União a prestarem colaboração a estabelecimen-
tos públicos de educação básica.
40
PLS-344/12 Determinar que sejam oferecidos no âmbi-
to das instituições de ensino superior e obrigatórios nas uni-
versidades públicas, por meio de ações presenciais e a distân-
cia.
41
Anexo D – Carta à Presidenta Dilma
Senhora Presidenta,
42
modernos equipamentos pedagógicos; todas as crianças teriam
pelo menos seis horas de atividade escolar por dia. O resultado
seria que, de imediato, o ensino nessas cidades teria a qualidade
dos países mais avançados. Uma espécie de CIEP mais moderno,
por cidade, não por unidade escolar. Em um período de cerca de
20 anos, as CEBIs poderiam chegar a todo o território nacional.
2. O custo desta proposta é função do número de novas CE-
BIs implantadas a cada ano. Sugiro, no primeiro ano, atender
3,5 milhões de crianças em 200 cidades pré-selecionadas, com
população média de 70 mil habitantes, a um custo de R$9.000
por aluno, e custo total de R$ 40,3 bilhões. Neste custo está
incluído o salário da Carreira Nacional de R$9.000/mês - equi-
valente ao salário pago em países como Coreia do Sul, Finlândia
e Chile - para 120 mil novos professores, além do custo da nova
infraestrutura de ponta associada ao ensino de qualidade. Nesse
mesmo ano, todo o SEV também daria um salto, seria um Novo-
-SEV, graças à elevação do salário médio de todos os professo-
res, dos atuais R$ 1.527, para R$ 4.000, com um novo regime
de formação e dedicação e gastos com infraestrutura capazes de
disseminar o horário integral em todas as cidades, o custo adi-
cional seria de R$ 118,7 bilhões.
Em um ritmo mais lento, este custo poderia ser bastante me-
nor.
Nos anos posteriores ocorreria a ampliação das CEBIs, subs-
tituindo a cobertura do Novo-SEV até a revolução chegar a to-
das as cidades, todas as escolas, todas as crianças do Brasil. Na
medida em que aumenta o número de alunos e o custo para as
CEBIs, o sistema tradicional vai sendo encolhido, até zerar. Te-
remos feito a Revolução Republicana na Educação, dado o salto
que outros países do nosso porte já fizeram.
3. As cidades poderiam ser escolhidas com base em crité-
rios como: (i) tamanho – cidades de porte pequeno; (ii) história
– cidades com alguma tradição educacional; (iii) compromisso
– cidades cujos prefeitos e governadores apresentem história de
compromisso com educação e vontade de participar do financia-
mento dessa Revolução Educacional.
43
Como pode ser visto no quadro e nos gráficos em anexo, o
custo da Revolução Republicana na Educação, daqui a 20 anos
– no seu último ano de implementação, quando todo o novo sis-
tema de Educação Básica tiver substituído o sistema tradicional
vigente –, será de 6,4% do PIB (assumindo conservadoramente
o crescimento do PIB em 3% ao ano). Descontando os gastos
atuais com a Educação Básica (3,04% do PIB), o custo líquido da
revolução será de 3,36% do PIB. O custo total dessa revolução
(incluindo os gastos com o Ensino Superior) seria de apenas 7,1%
do PIB. Esse custo está perfeitamente dentro das possibilidades
da economia brasileira, quando se compara não apenas com o
PIB, mas também com outros dados da economia brasileira em
2010: a receita total do setor público (União, Estados/DF, Mu-
nicípios) atingiu R$ 1.350 bilhões; o desembolso do BNDES foi
de R$ 168,4 bilhões; os investimentos do Setor Produtivo Estatal
(incluindo Petrobras e Eletrobras) chegaram a R$ 81,5 bilhões.
Cabe lembrar, Senhora Presidenta, que o peso dos custos
será bastante menor ao longo dos anos, se levarmos em conta o
impacto da educação sobre a taxa de crescimento do PIB, como
também pela redução quase automática nos custos dos progra-
mas sociais. É um dado plenamente reconhecido, inclusive pelo
IPEA, que investir em educação apresenta um elevado retorno
econômico, social, financeiro e fiscal. A Revolução na Educação
traria um retorno muitas vezes superior a esses investimentos
supracitados, não apenas do ponto de vista da dignidade, da
eficiência, da justiça, mas também das Finanças Públicas nacio-
nais. Certamente, o financiamento da Revolução Educacional se
beneficiará do aumento no PIB que ela induzirá.
4. Nossa evolução é mais lenta do que o aumento nas exi-
gências e a consequência é o aumento na brecha educacional
que hoje caracteriza um verdadeiro apagão intelectual, em um
país que tem a 7ª economia mundial. Daqui para frente, essa
brecha vai ameaçar o próprio sistema econômico, que por falta
de inovação se verá impedido de ingressar na Economia do Co-
nhecimento como um sistema criador e produtor de bens de alta
tecnologia. A falta de educação provocará um atraso econômico,
44
e distribuída desigualmente, termina sendo o berço da desigual-
dade.
A continuidade de um Brasil democrático, justo, eficiente,
com presença internacional, vai depender de um salto na edu-
cação brasileira. Como fizeram no passado os países hoje de-
senvolvidos e países como Coreia do Sul, Irlanda, Espanha, Cin-
gapura e outros que, há poucos anos, estavam atrás do Brasil e
hoje nos superam, em muito, na renda per capita, na equidade,
na produção de bens de alta tecnologia.
5. Senhora Presidenta, apresento estas sugestões em respos-
ta à sua manifestação de interesse e ao seu entusiasmo ao falar
nos resultados das recentes olimpíadas de matemática e do de-
sempenho especial dos alunos das escolas federais. As 300 esco-
las federais têm a melhor média do IDEB entre todos os segmen-
tos da Educação Básica. Esta proposta consiste em universalizar,
com qualidade ampliada, essas 300 escolas a todo o território
nacional, em um prazo de 20 anos.
A história lhe deu a chance de ser a líder da construção des-
se novo Brasil. Com esta carta, respondendo a seu pedido, espe-
ro dar um pequeno grão de contribuição na imensa tarefa que
lhe cabe. Os “CIEPs do Brizola” falharam ao focar na unidade
escolar e na arquitetura, e não na cidade inteira: nos profes-
sores, no conteúdo e nos equipamentos. Ao trocar o enfoque
por escola em enfoque por cidade, a ideia da CEBI deixará uma
marca definitiva.
Mas também, Senhora Presidenta, faço esta proposta por
sentir seu compromisso com uma nação sem miséria, por seu
slogan País Rico É País Sem Pobreza e porque desejo colaborar
para que Vossa Excelência deixe sua marca na história do Brasil
como a Presidenta que fez a inflexão da educação brasileira, da
simples evolução para uma revolução.
Respeitosamente,
CRISTOVAM BUARQUE
Senador da República
45
Quadro: Custo de Implementação da Revolução Republica-
na na Educação - (Preços Constantes de dez/2011)
46
47
Anexo E – Capa do Livro
48
Acesse o site do
Senador Cristovam Buarque (www.cristovam.org.br)
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