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Carl Sagan Aborto Pro Vida Pro Escolha PDF
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Pensava-se que a luta havia acabado. Ao invés disso o que temos são ataques, bombas
lobby intenso, drama legislativo, audiências públicas, decisões dos supremos tribunais,
esposas decidem não discutir sobre o tema, amigos de longa data não mais se falam.
Políticos consultam as pesquisas de opinião para saber o que dizem suas consciências.
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Artigo publicado pela primeira vez na revista Parade com o título de “A questão do aborto: uma busca
por respostas” em 22 de Abril de 1990.
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Tradução livre por Marília Moschkovich. Contato marilia@mulheralternativa.net.
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Escrevemos este artigo para melhor compreender que visões disputam tais questões e
para ver se nós mesmos encontramos uma posição que nos satisfaça. Não haveria um
alguns destes testes parecemos ir muito longe, pedimos aos leitores e leitoras que
sejam pacientes conosco – estamos tentando forçar as várias posições até seu limite
parece, sentem certa inquietação e dificuldade ao confrontarem o que está por trás
dos argumentos de seus opositores. (Isto acontece em parte porque tais confrontos
são evitados) O assunto certamente toca questões profundas: Quais são nossas
intrometa nos aspectos mais íntimos e pessoais de nossas vidas? Quais são as
especialmente na mídia que raramente encontra tempo e boa vontade para fazer
distinções mais finas – que só existem dois: “pró-escolha” e “pró-vida”. Assim é que
que a decisão de abortar deve ser feita unicamente pela mulher; o Estado não tem o
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embrião ou feto estão vivos; que essa vida nos impõe uma obrigação moral de
daqueles que ainda não têm uma opinião sobre o assunto. Poucas pessoas gostariam
liberdade e vida são dois dos nossos valores mais caros e aqui eles parecem estar
fundamentalmente em conflito.
Vamos considerar essas duas posições absolutistas uma por vez. Um bebê
música, mas em especial à voz da mãe. Pode chupar o próprio dedo ou dar uma
que, então, seria crime matar uma criança no dia seguinte a seu nascimento, mas não
no dia anterior?
nos Estados Unidos são realizados nos últimos três meses de gravidez (e, olhando mais
de perto, a maioria dos registros nestas condições são na verdade abortos não-
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levantá-la por que ela é o começo de um caminho perigoso. Afinal, se um aborto não
poderia ser provocado ao nono mês de gravidez, por que deveria ser permitido no
algum momento não seguiria que o Estado pode intervir a todo e qualquer momento?
muito influentes dizendo às mulheres pobres que elas devem sustentar sozinhas filhos,
para o que elas não têm condições materiais; forçando adolescentes a criar filhos, para
o que elas não têm condições emocionais; dizendo às mulheres que desejam uma
carreira que elas têm de desistir de seus sonhos, ficar em casa e criar bebês; e, pior de
sexualidade das mulheres. Por que os legisladores deveriam ter qualquer direito de
dizer às mulheres o que fazer com seus corpos? Ser tolhida de toda sua liberdade
Mesmo assim, por consenso, todos achamos que deve haver proibições e
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Dois dos pró-vida mais enérgicos de todos os tempos foram Hitler e Stalin – que assim que subiram ao
poder criminalizaram os abortos permitidos em lei. Mussolini, Ceausescu e incontáveis outros ditadores
e tiranos nacionalistas também o fizeram. Claro que isso não é, em si, um argumento pró-escolha, mas
nos deixa alertas para a possibilidade de que ser contra o aborto nem sempre significa ser
comprometido verdadeiramente com a vida humana.
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fosse alegar que aquela questão é somente entre ele e sua vítima e que não é da conta
do governo. Se matar um feto é realmente o mesmo que matar um ser humano, não
seria dever do Estado fazer algo contra isso? De fato, uma das funções Estado é, em
que se dedicam a lutar contra estas injustiças não deveriam então tomar um cuidado
Não existe direito à vida em qualquer sociedade na Terra hoje, nem nunca existiu
em qualquer outra época (com algumas raras exceções, como os Jains na Índia):
criamos animais para abate; destruímos florestas; poluímos rios e lagos até que peixes
não mais possam viver; matamos alces e veados por esporte, leopardos por suas peles
para pesca de atum; espancamos filhotes de foca até a morte; tornamos uma espécie
extinta a cada dia. Todas estas plantas e animais estão tão vivos quanto nós. O que se
está supostamente discutindo e protegendo, então, não é a vida, mas sim a vida
humana.
comum, e financiamos guerras cujos números de mortos são tão terríveis que temos
Estado são geralmente justificados redefinindo nossos oponentes – por sua raça,
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esse suposto direito à vida, esquece-se de que 40 mil crianças abaixo dos cinco anos de
Aqueles que reivindicam “direito à vida” não estão a favor de qualquer tipo de
precisam decidir então o que é que distingue um ser humano de outros animais e em
sejam) aparecem.
uma cadeia inquebrável que começa próxima à origem da Terra, 4.6 milhões de anos
atrás. Nem a vida humana começa na concepção: é uma cadeia inquebrável que data
e cada óvulo humano estão, sem sombra de dúvidas, vivos. Não são seres humanos,
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batendo: cinco polegadas por hora) são produzidos numa ejaculação mediana
o suficiente para dobrar a população da Terra. Quer dizer então que a masturbação é
alguém morreu? Deveríamos ficar de luto por todos estes abortos espontâneos?
Muitos animais podem ser criados em laboratórios a partir de uma única célula do
corpo. Células humanas podem ser clonadas (talvez o caso mais famoso sendo o clone
HeLa, batizado em homenagem à sua doadora, Helen Lane). À luz destas tecnologias,
seres humanos. Deveríamos fazer esforços heroicos para salvar e preservar cada um
deles, em todos os lugares, por causa deste “potencial”? Nossa incapacidade em fazê-
lo seria imoral ou até mesmo criminal? Claro, há uma diferença entre tirar uma vida e
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Aqueles que se opõem ao aborto se preocupam que, uma vez que o aborto seja
gravidez. Temem que, então, um dia seja permitido matar um feto que seja
alguns deles) são levados a posições absolutistas por medos paralelos de deixar
ser aceitável fazer exceções nos casos de gravidezes provocadas por estupro ou
incesto. Mas por que o direito à vida deveria depender das circunstâncias da
concepção? Se a criança que resulta é a mesma, o Estado poderia ordenar vida quando
ela vem de uma união oficializada e morte se ela é concebida pela força ou coerção?
Como isso pode ser justo? Se as exceções são estendidas para estes fetos, por que
deveriam ser proibidas para todos os demais fetos? Esta é uma parte do motivo pelo
qual alguns “pró-vida” adotam o que muitas pessoas consideram uma postura
ensinando as crianças nas escolas a os utilizarem? Esta seria uma forma eficaz de
reduzir o número de abortos. Pelo contrário, os Estado Unidos estão muito atrás de
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Martinho Lutero, fundador do protestantismo, se opunha até mesmo a esta exceção: “Se estiverem
cansadas ou morrerem por gravidez ou parto, isto não importa. Que morram pela fertilidade – é para
isto que existem” (Lutero, Com Ebelichen Leben, 1522).
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De forma semelhante, não deveriam os “pró-vida” contar os aniversários do momento da concepção e
não do momento do nascimento? Não deveriam perguntar mais a seus pais sobre o histórico sexual
deles e sua concepção? Esbarrariam numa incerteza, ainda assim: pode demorar horas e até dias após o
ato sexual para que a concepção aconteça (uma dificuldade para aqueles pró-vida que também buscam
interpretações da astrologia).
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Parte II
quando, se em algum momento, o aborto deve ser permitido, tem raízes históricas
estavam ligadas à discussão sobre em que momento a alma entra no corpo – uma
em que a grávida sente pela primeira vez o feto de mexer dentro dela (quickening) e
geralmente não há proibição do aborto, que era comum também na Grécia Antiga e no
acusadas de tentarem abortar. O Talmude judeu diz que o feto não é uma pessoa e
vestimenta, e palavras que deve ou não falar – não contém uma única palavra
(Êxodo 21:22) decreta que se numa briga uma mulher acidentalmente for atingida e
início de gravidez como homicídio (este último alegava que isso era porque o embrião
não tinha a aparência de um humano). Esta visão foi aceita pela Igreja no Conselho de
Viena em 1312, e nunca foi repudiada. A primeira e mais longeva coleção de direito
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canônico da Igreja (de acordo com John Connery, S. J., um dos maiores historiadores
das posições da Igreja sobre o aborto) dizia que o aborto era homicídio somente
depois que o feto estivesse “formado” – mais ou menos no final do primeiro trimestre.
quais haveria outros ainda menores, etc., ao infinito. Em parte por causa dessa má
para muitos católicos descobrirem que a data desta proibição não é muito antiga.
Do período colonial até o século XVII, nos Estados Unidos a escolha era da
máximo uma bobagenzinha cometida. Era raro e quase impossível que houvesse
também porque não parecia razoável aos júris condenar uma mulher por exercer seu
direito de escolha. Em 1800 não havia, até onde sei, uma única regulamentação sobre
aborto nos Estados Unidos. Propagandas de drogas que induziam o aborto eram
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Por volta de 1900, porém, o aborto tinha sido proibido a qualquer momento da
gravidez em todos os estados da União [EUA], exceto se fosse para salvar a vida da
mulher. O que provocou essa inversão? A religião teve muito pouca responsabilidade
processo de mudar, de uma das taxas de natalidades mais altas no mundo, para uma
das mais baixas. O aborto certamente tinha um papel nisso e estimulava forças para
Uma das forças mais significantes, dentre estas, foi a profissão médica. Até a
metade do século XIX (dezenove), a medicina era um negócio não certificado e sem
profissional, a Associação Média dos EUA foi formada. Na primeira década essa
associação começou a fazer lobbies contra abortos realizados por qualquer um que
embriologia, diziam eles, mostravam que o feto seria humano mesmo antes de
O ataque deste grupo ao aborto não foi motivado por uma preocupação com a
saúde das mulheres mas, diziam eles, com o bem-estar do feto. Era preciso ser médico
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onde tal conhecimento poderia ser adquirido. Então, da forma como as coisas
ocorreram, as mulheres não tinham quase nada a dizer sobre o término de suas
não uma ameaça à mulher, e estava totalmente a seu critério definir que tipos de
coisas implicavam ou não tais ameaças. Para as mulheres ricas, a ameaça poderia ser à
Esta foi a legislação até os anos 1960, quando uma articulação de indivíduos e
organizações – a tal associação médica entre elas – lutou para reinstalar os valores
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Nota de tradução: “Roe versus Wade”, foi um caso julgado pela Suprema Corte nos Estados Unidos,
que mudou a prática judicial sobre o aborto. A partir deste julgamento, o aborto passou a ser permitido
quando a mulher requisitasse sem ter o primeiro trimestre da gravidez como limite máximo. Ao final
deste texto o autor reflete mais especificamente sobre este episódio.
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Parte III
com 99,6% de genes ativos em comum -, o quer que seja, não é assassinato. Até hoje,
o assassinato se aplica unicamente ao ato de matar seres humanos. Por este motivo a
questão sobre quando tornamo-nos pessoa (ou quando recebemos nossa ‘alma’) é
central para o debate sobre o aborto. Quando o feto se torna humano? Quando as
individuais. No entanto, se precisamos traçar uma linha, ela deve ser traçada de forma
compreendemos sua inquietação; mas se é para haver leis sobre o assunto é preciso
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Uma quantidade razoável de publicações fundamentalistas cristãs e outras de direita criticaram este
argumento – alegando que ele seria baseado numa doutrina obsoleta, chamada recapitulação, de um
biólogo alemão do século XIX (dezenove). Ernst Haeckel propôs que as etapas do desenvolvimento
embrionário de um animal reconstruiria os estágios do desenvolvimento evolutivo de seus ancestrais. A
recapitulação tem sido tratada de forma exaustiva e cética pelo biólogo evolutivo Stephen Jay Gould
(em seu livro Ontogeny and Phylogeny [Cambridge: Mass.: Harvard University Press, 1977]). Mas este
artigo não contém uma única palavra sobre recapitulação, como o leitor deste trecho poderia talvez
supor. As comparações do feto humano com outros animais (adultos) é baseada na aparência do feto. É
uma forma não-humana e nada nesta história evolutiva está sendo usado como argumento nestas
páginas.
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Então se apenas pessoas podem ser assassinadas, quando é que o feto torna-se
pessoa? Quando sua face se torna humana, no final do primeiro trimestre? Quando
suficiente para que a grávida sinta ele se mexer, geralmente no meio do segundo
ainda mais perturbador o fato de que nenhuma destas fases envolve características
respirar. Mas isso não nos impede de massacrá-los aos milhões. Reflexos e movimento
maestria nos ares ou na água. Nossa única grande vantagem, o segredo de nosso
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refletir sobre as coisas, imaginar eventos que ocorrerão, desvendar problemas. Foi
conectam uns com os outros e suas conexões têm um papel decisivo no que
As ondas cerebrais típicas de um adulto humano, porém, não aparecem em fetos até
pelo menos a 30ª semana de gravidez – quase no início do terceiro trimestre. Fetos
mais jovens do que isso – não importa o quão vivos e ativos possam ser – não têm a
Pensar em matar uma criatura viva, especialmente uma que pode mais tarde se
que a linha seja traçada: quando o início do pensamento tipicamente humano torna-se
preliminarmente possível.
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começam no final da gestação) Se quisermos tornar este critério ainda mais restritivo,
para permitir fetos precoces ocasionais, poderíamos traçar a linha aos seis meses de
gestação. Por acaso, é justamente o limite estabelecido pela Suprema Corta [dos EUA]
A decisão no caso Roe versus Wade mudou a lei dos EUA sobre o aborto.
Permitiu abortos além do primeiro trimestre, caso a mulher solicitasse, com algumas
ressalvas sobre a saúde da mulher grávida caso fosse realizado no segundo trimestre.
Permitia aos Estados que o aborto fosse proibido no terceiro trimestre exceto se
Suprema Corte [dos EUA] recusou reverter a decisão feita em Roe versus Wade mas
Qual era a argumentação em Roe versus Wade? Nenhum peso foi dado ao que
acontece com uma criança ou com sua família uma vez que ela nasça. No lugar disso, a
direito do feto à vida precisam ser pesados – e quando a corte pesou, neste caso,
não foi definida com base nas considerações das quais tratamos neste texto – não foi o
momento em que o corpo recebe a alma, nem quando o feto passa a ter
características tipicamente humanas o suficiente para que seja protegido pelas leis
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referentes a assassinato. No lugar disso o critério adotado foi definir quando o feto já
conseguiria viver fora do útero, sem o corpo da mulher. Isto se chama “viabilidade” e
feto não é capaz de respirar – não importa quão avançado possa ser um pulmão
artificial que poderia ser instalado. Este é o motivo pelo qual Roe versus Wade permite
pragmático.
este argumento, então neste momento o direito do feto à vida se sobrepõe ao direito
amor. Há algumas décadas atrás, antes da incubadora, bebês nascidos no sétimo mês
tinham muito pouca viabilidade. O aborto no sétimo mês teria sido permitido em tal
tornaram imorais? O que acontece se, no futuro, uma nova tecnóloga permitir que um
útero artificial geste um feto mesmo antes do sexto mês, nutrindo-o e passando
oxigênio pelo sangue – como a mãe faz através da placenta e do sistema sanguíneo
fetal? Garantimos que essa tecnologia provavelmente não será desenvolvida logo,
nem estará acessível a muita gente. Mas se estivesse, seria então imoral abortar antes
do sexto mês, quando antes era moral? Uma moralidade que depende da tecnologia e
muda com ela é uma moralidade frágil; para alguns também é uma moralidade
inaceitável.
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doenças) justifica proteção legal? Se for mostrado que um feto pode pensar e sentir,
mas não tem a capacidade de respirar, seria tudo bem mata-lo? Valorizamos mais a
viabilidade não pode, nos parece, determinar de forma coerente quando abortos
podem ser feitos. Outros critérios são necessários. Novamente, oferecemos o início do
desenvolvimento dos pulmões, pensamos que Roe versus Wade é uma boa decisão,
muito prudente, sobre uma questão muito difícil e muito complexa. Com proibições do
aborto no último trimestre – exceto nos casos de grave necessidade médica – chega a
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Quando este artigo foi publicado na Parade foi acompanhado por uma caixa de
expressassem suas opiniões sobre o aborto. Um total incrível de 380 mil pessoas
momento durante a gravidez”, “O aborto deve ser permitido nos primeiros três meses
de gestação apenas” e “Abortos devem ser permitidos nos primeiros seis meses de
diário na televisão ordenando que seus fiéis “tirassem a Parade do lixo” e enviassem
uma mensagem clara dizendo que matar um zigoto humano é assassinato. Eles o
ligações recebidas após a publicação do artigo – foi escondida por uma organização
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Referência Bibliográfica
SAGAN, Carl; DRUYAN, Ann. Abortion: is it possible to be both ‘pro-life’ and ‘pro-
choice’? in: SAGAN, Carl. “Billions & Billions – Thoughts on life and death at the brink of
the millenium”, New York, Ballantine, 1997.
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