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A Psicanálise e a Cultura Organizacional na Obra de Fernando Prestes Motta

Autoria: Félix João Rossato Neto, Neusa Rolita Cavedon

Resumo
Este ensaio teórico tem por objetivo geral analisar a inserção da psicanálise na obra de
Fernando Prestes Motta, buscando também compreender a relação estabelecida pelo referido
teórico entre a psicanálise e a cultura organizacional. Prestes Motta aponta que, a partir da
psicanálise, existe um relevante caminho que pode desvelar o que não é visto ou percebido
tanto na cultura como nas organizações. O referencial psicanalítico, para o autor citado, pode
ser a referência central para um bom número de trabalhos das ciências sociais, que venham a
nos ajudar no entendimento dos processos sociais, dentre os quais, como podem se entendidas
a organização e a cultura. A partir de sua obra, mesmo que Prestes Motta valorize e defenda a
psicanálise como um dos alicerces para o entendimento da cultura nas organizações,
propomos questionar como é possível, se é possível, dentro dos estudos organizacionais
relacionar esses dois referenciais (psicanálise e cultura organizacional) sem apropriações
equivocadas e apressadas de seus conceitos, além de podermos refletir como, quando e por
que usar os conhecimentos psicanalíticos nos estudos organizacionais, além de como se
apropriar de maneira correta desses conceitos.
Introdução
Este ensaio teórico tem por objetivo geral analisar a inserção da psicanálise na obra de
Fernando Prestes Motta e, de modo mais específico, compreender a relação estabelecida pelo
referido teórico entre a psicanálise e a cultura organizacional. Inicialmente, cabe ressaltarmos
a relevância de Prestes Motta dentre os estudiosos das organizações e o seu cuidado quando
da apropriação de pressupostos psicanalíticos para o campo da administração, o que nos
permite dizer, ser esse um dos autores que melhor se utiliza do referencial psicanalítico, com
destaque para a interlocução estabelecida em relação aos trabalhos de cunho mais sociológico
elaborados por e, a partir de, Sigmund Freud.
No artigo, primeiramente, buscamos nos seus principais livros e nos capítulos de livros
publicados por Prestes Motta identificar e analisar como os autores, os termos e os conceitos
que nos reportam a psicanálise em sua obra são utilizados. Depois, a partir de uma pesquisa
dos artigos publicados por Prestes Motta na RAE – Revista de Administração de Empresas da
FGV - Fundação Getúlio de Vargas, elaboramos um quadro em que analisamos também como
o autor constrói ao longo de sua trajetória acadêmica essa relação entre os estudos
organizacionais e a psicanálise. Cabe esclarecer que escolhemos e nos detemos nessa revista
por essa ter uma maior concentração e amplitude temporal dos artigos publicados por Prestes
Motta ao longo de sua vida. A seguir, descrevemos e procuramos entender como Fernando
Prestes Motta articulou o conhecimento psicanalítico com o tema cultura organizacional e em
suas publicações na área da Administração. Nas considerações finais discutimos e refletimos,
a partir da obra de Prestes Motta, como são feitas as apropriações desses conhecimentos e
quais as condições necessárias para faze-los.
1. Fernando Prestes Motta e a menção à Psicanálise nos Livros e nos Capítulos de Livros
A psicanálise está presente desde o início em suas obras, se considerarmos,
principalmente, os seus livros publicados. Não tão explicita e evidente como em sua obra
“Vida Psíquica e Organização”, datado de 2000, mas presente. Percebemos que a sua leitura
freudiana inicial, principalmente das obras sociológicas de Freud, é significativamente
influenciada por Eugène Enriquez, o qual Prestes Motta cita em muitos dos seus trabalhos.
Em suas primeiras citações sobre o referencial psicanalítico também encontramos a obra de
Max Pagés.
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O primeiro livro de Prestes Motta, “Teoria Geral da Administração: uma introdução”,


publicado em 1974, conheceu vinte e duas edições sem alteração. A vigésima terceira foi
lançada em 2002, tendo sido atualizada com a colaboração de Isabella F.G.de Vasconcelos.
Em seu livro “Teoria das Organizações: Evolução e Crítica”, Prestes Motta (1986) cita
no capítulo “Novas matrizes, novas tendências” a influência do “psicanalista” Max Pagés
como outra linha importante para a análise organizacional brasileira. No final do mesmo livro,
em nota de rodapé, Prestes Motta menciona o psicanalista Cornellius Castoriadis, mas sem
nenhuma alusão a psicanálise.
No seu livro “Introdução à Organização Burocrática”, no qual escreve juntamente com
Luiz Bresser Pereira, Prestes Motta (1980), no capítulo II, intitulado “A organização
informal”, para complementar a visão da Escola das Relações Humanas sobre grupos
informais, utiliza-se das idéias do psicanalista W.R. Bion para descrever o plano emocional
dos grupos. Em uma página inteira, Prestes Motta (1980) explica os principais “supostos
básicos”(atualmente entendido por pressupostos básicos) ataque (atualmente entendido por
luta) e fuga, acasalamento e dependência.
Encontramos a citação em nota de rodapé das obras de “La Notion du Povoir” e do
“Imaginário Social, Recalcamento e Repressão na Organização” de Eugéne Enriquez, no
livro, “Burocracia e Autogestão: a proposta de Proudhon” escrito por Prestes Motta (1981).
Apesar das referências psicanalíticas do autor citado, principalmente, da obra “Imaginário
Social, Recalcamento e Repressão na Organização”, Prestes Motta (1981) não faz uso algun
de conceitos relacionados à psicanálise.
Já na obra “O que é burocracia”, Prestes Motta (1985) desenvolve e incorpora vários
conceitos psicanalíticos ao longo do seu texto como inconsciente, recalcamento, repressão,
pulsões, fantasia, imaginário, defesas (negação, racionalização, idealização). Apesar de citar
na bibliografia os autores que trabalham com referenciais psicanalíticos como Castoriadis,
Enriquez e Pagés, Prestes Motta (1985) não escreve no seu texto em qual fonte busca tais
conceitos. Nessa obra, evidencia-se a leitura e a apropriação que Prestes Motta faz de
conceitos de origem freudianas por meio de outros autores.
O livro “Organização e Poder: Empresa, Estado e Escola”, escrito por Prestes Motta
em 1986, fruto de sua tese de livre-docência, defendida em 1985, na Faculdade de Educação
da USP, é considerada, para Pereira (2003) uma das suas principais obras, pois após esse
livro, Prestes Motta diminui sua atenção pela sociologia política geral, voltando seus estudos
para a cultura organizacional e para as relações entre a antropologia, a psicanálise e a
organização, que são temas que ele analisa tendo em vista o Brasil. Segundo Pereira (2003), a
grande questão se refere ao modo pelo qual o comportamento das organizações varia
culturalmente. É interessante que Pereira (2003) atribui como título para a pensata sobre
Fernando Prestes Motta, a condição de “o sociólogo das organizações”, rotulando e se
reportando, talvez, mais os primeiros escritos do autor. Prestes Motta (1986), no capítulo
Burocracia e Personalidade, menciona em um parágrafo a análise psicanalítica desenvolvida
por Max Pagés em uma empresa multinacional. Em nota de rodapé, outro autor que se utiliza
de referenciais psicanalítico, Castoriadis, também é aludido para explicar como a rede de
símbolos compartilhada se naturaliza na dominação burocrática.
No capítulo “Os pressupostos básicos de Schein e a fronteira entre a psicanálise e a
cultura organizacional”, do livro “Vida Psíquica e Organização”, é onde encontramos de
forma explicita as referências para entendermos e esboçarmos uma síntese de como Prestes
Motta (2000) concebe a psicanálise nos estudos organizacionais. No início desse capítulo,
Prestes Motta (2000) faz um resgate histórico de como os psicanalistas vem envidando
esforços no sentido de que seja possível a utilização da psicanálise na análise das
organizações. Cita Elliot Jaques como um dos grandes marcos nesse sentido. No trabalho de
Jaques, Prestes Motta (2000) identifica uma concepção de organização que permite a tentativa
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de usar a psicanálise de uma forma que se aproxima mais de uma análise organizacional de
cunho sociológico, ou seja, passando de uma micro abordagem para uma macro abordagem.
Em contrapartida, Prestes Motta (2000) descreve a reação de Giles Amado que responde a
Elliot Jaques lembrando que a psicanálise não é apenas uma teoria para o entendimento da
psicopatologia clínica e para a atividade clínica, mas principalmente, uma forma e, mais do
que uma forma, um método de investigação de processos psíquicos inconscientes.
Talvez exista uma deficiência no texto do Prestes Motta quando tenta mostrar as
divergências entre Giles Amado e Elliot Jaques, pois, pelo menos, em seu texto, a síntese que
ele faz dos dois autores aponta mais para uma convergência do que uma divergência em si,
pois ao falar da aplicabilidade da psicanálise nas organizações ambos mostram vértices de
interpretação que se aproximam e se complementam, partindo de escritos que Freud faz além
da clínica, numa tentativa de tentar avançar o conhecimento psicanalítico nas organizações.
Como os próprios autores citados admitem, muitos trabalhos psicanalíticos ao interpretarem
de forma reducionista as pessoas nas organizações, na medida em que não levam em conta
variáveis sociais, culturais, econômicas e políticas, tornam-se perigosos, pois a atenção
conferida às estruturas organizacionais é geralmente muito pouca, o que, na opinião do
Prestes Motta, pode ser entendido como uma regressão do político ao psicológico.
Conforme Prestes Motta (2000), um dos maiores problemas de Jaques é o fato dele ser
psicanalista, uma vez que os psicanalistas, via de regra, possuem dificuldade em analisar as
organizações como um sistema interconectado de papéis. Prestes Motta (2000) busca no
sociólogo Selznick respostas que dão conta dessa “deficiência” que ele identifica nos
psicanalistas. Cabe questionarmos: Não seria na própria psicanálise que se encontra essa
lacuna?
Prestes Motta (2000) trata de nominar vários autores franceses que estudam as relações
entre os sistemas sociais e o funcionamento psíquico, trabalhos onde são analisados,
simultaneamente, o contexto organizacional, com suas tarefas, estruturas, estratégias, e os
fenômenos inconscientes. A riqueza desses trabalhos centrar-se-ia na capacidade de relacionar
o latente e o manifesto. Enquanto existem ainda autores, os quais Prestes Motta (2000) não
refere nomes, dedicados ao estudo de noções de crescimento e desenvolvimento
organizacional, a questões de saúde e patologia, bem como de bom funcionamento e
adaptação, há ainda um grande número de autores de várias partes do mundo, como Abraham
Zalesnik, Ket de Vries e Laurent de Pierre, entre outros, na linha da psicanálise aplicada que
se dedicam em sua maioria a questão da liderança.
É bem clara a posição de Prestes Motta (2000) em relação a sua preferência pela
vertente francesa, deixando isso explícito na forma de escrever as críticas e as ressalvas
concernentes a outras abordagens da teoria psicanalítica. Não só nessa obra, mas analisando
outros capítulos de livros e artigos, podemos perceber o quanto Prestes Motta apropria-se
mais recorrentemente dos autores psicanalíticos franceses.
Prestes Motta (2000) defende a integração da psicanálise com outras disciplinas tais
como: sociologia, antropologia, filosofia, entre outras, apesar de considerar a psicanálise
como a melhor teoria para que possamos explorar os processos inconscientes, pois as
organizações são sistemas construídos, vividos e administrados por pessoas com suas
capacidades e seu inconsciente. Mesmo não sendo a única opção, Prestes Motta (2000) aponta
que, a partir da psicanálise, existe um caminho relevante que pode desvelar o que não é visto
ou percebido. O referencial psicanalítico pode ser a referência central para um bom número
de trabalhos das ciências sociais, que venham a nos ajudar no entendimento dos processos
sociais, dentre os quais, como podem ser entendidos os modos de controle social, a
organização e a cultura.
Se nos primeiros livros de Prestes Motta encontrávamos referência, mesmo que poucas
citações, sobre alguns autores da psicanálise, no capítulo “Os pressupostos básicos de Schein
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e a fronteira entre a psicanálise e a cultura organizacional” (2000), Prestes Motta (2000) não
deixará de mencionar e articular alguns autores e temas da sociologia, como Weber e
burocracia, com o tema predominante do texto, a psicanálise.
Prestes Motta (2000) cita a psicanálise e a psicologia analítica de Jung para darem conta
dos pressupostos básicos de uma cultura que são sempre inconscientes. Apesar da psicologia
analítica de Jung também ser apontada por Prestes Motta (2000) como um caminho para o
entendimento do inconsciente, fica evidente que o autor não classifica Jung como psicanalista.
Algumas dúvidas, reflexões e esclarecimentos são necessários sobre o entendimento de
Prestes Motta sobre a obra de Jung, pois, segundo PAES DE PAULA (2005, p. 14), uma das
possibilidades para a continuidade da obra de Prestes Motta “seria aprofundar os seus estudos
sobre o uso da psicanálise para analisar as organizações, como ele faz no último artigo que
escreveu, ‘Meia-idade, Individuação e Organizações (...)”. É importante salientar que a
psicologia analítica de Jung não pode ser classificada como psicanálise. Zimerman (1999), ao
destacar as sete correntes psicanalíticas existentes atualmente, em nenhum momento cita a
psicologia analítica de Jung pertencente a alguma delas.
Dessa forma, se Prestes Motta em seu capítulo escrito em 2000 não classificava a obra
Junguiana como Psicanalítica, cabe questionar e esclarecer o artigo “Fernando Prestes Motta:
Em busca de uma abordagem psicanalítica nas organizações” de PAES DE PAULA (2005),
primeiramente quanto a esse título, e depois de que forma e porque Jung se insere em seus
estudos e de que maneira Prestes Motta entendia a conciliação, ou não, entre essas duas
correntes teóricas. Como ele não pode responder mais essas, entre tantas outras questões,
preferimos acreditar que Motta tinha bem claro as diferenças e a incomensurabilidade entre os
autores da psicanálise e da psicologia analítica de Jung, e que o estudo de Jung poderia fazer
parte de um novo projeto de pesquisa.
Apesar de Preste Motta (2000) defender o uso de autores da psicanálise para o
entendimento do inconsciente da cultura, na prática percebe-se que nos capítulos de livros que
Prestes Motta escreveu mais especificamente sobre cultura nas organizações que são “Cultura
nacional e cultura organizacional” (1995), “Cultura e Organizações no Brasil” (1997), e
“Cultura Brasileira, estrangeirismo e segregação nas organizações” (2001) pode-se identificar
a utilização de poucos autores para tal interpretação da cultura, pois os principais autores
citados que fazem uso ou são identificados a psicanálise são Callligaris, Enriquez (capítulo de
1995), Calligaris e Costa (capítulo de 1997) e Calligaris, Enriquez e Melman (capítulo de
2001).
2. Fernando Prestes Motta e a menção à Psicanálise nos Artigos publicados na RAE –
Revista de Administração de Empresas
Ao realizarmos um levantamento das publicações de Fernando Prestes Motta no site da
RAE - Revista de Administração de Empresas (www.rae.com.br), foi encontrado em seu
acervo 28 artigos, datados entre 1970 e 2003, a partir dos quais foi elaborado o seguinte
quadro, no qual destacamos o título do artigo, volume e número da Revista (VN), Ano e
Seção que foi publicado, autores citados que fazem uso do referencial psicanalítico, mesmo
que no artigo não apresente conceito psicanalítico, e alguns termos psicanalíticos encontrados
no artigo.
Artigos de Fernando Prestes Motta na Revista de Administração de Empresas-RAE
Artigo VN Ano e Autores Alguns termos
Seção Citados psicanalíticos
mencionados
Tecnologia, Paradoxos Organizacionais e v.43, 2003 – Citação
Gestão de Pessoas n.2 RH bibliográfica de
Enriquez
Mauricio Tragtenberg: Desvendando v.41, 2001 –
Ideologias n.3 RAE DOC
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Jeitinho Brasileiro, Controle Social e v.39, 1999 – S. Freud, Teoria da Sedução e da


Competição n.1 ORG, RH e C. Calligaris, Libido, trauma
PLANEJ. E. Enriquez
A Associação contra a Hierarquia v.34, 1994 – S. Freud, Alteridade
n.1 Artigos R. Mezan
Dr. Taylor no semi-divã v.34, 1994 – “G.Morgan” Taylor caracterizado
n.1 RAE Light– como anal compulsivo
Contraponto
Controle Social nas Organizações v.33, 1993 – RAE S. Freud, Amor-fusão,
n.5 Revisitada E. Enriquez, Comportamento
W. Bion Grupal...
As Empresas e a Transmissão da Ideologia v.32, 1992 – RAE E. Enriquez, Introjeção, Super Ego,
n.5 Revisitada. M. Pages et alii Ideal do Ego, Angústia
Organizações: Vínculo e Imagem v.31, 1991 – S. Freud, Inconsciente, projeção,
n.3 Artigos E. Enriquez, introjeção,
R. Mezan, identificação,
M. Pagés et alii, imaginário,
A. Freud, recalcamento, defesas,
D. Anzieu ego, pulsões...
As Formas Organizacionais do Estado v.28, 1988 –
n.4 Artigos
Redes Organizacionais e Estado Amplo. v.27, 1987 – M. Pagés et alii Dimensão simbólica
n.2 Artigos
Organização Nascente, Pré-Capitalismo e v.26, 1986 – M. Pagés et alii Regressão, amor
Manufatura n.4 Artigos materno
O Autonomismo e a Questão da Organização v.26, 1986 – C. Castoriadis
n.1 Artigos
As Empresas e a Transmissão da Ideologia v.24, 1984 – M. Pagés et alii Ideal de Ego
n.3 Artigos
Organização, Automação e Alienação v.24, 1984 – Notas
n.3 Comentários
A Questão da Formação do Administrador v.23, 1983 – Notas
n.4 Comentários
A Co-Gestão Alemã: As Conciliações do v.23, 1983 –
Inconciliável n.1 Artigos
O Poder Disciplinar nas Organizações v.21, 1981 – M. Pagés Ideal de Ego
Formais n.4 Artigos (somente ele)
Controle Social nas Organizações v.19, 1979 - E. Enriquez, Citação de amor-ódio
n.3 Artigos M. Pagés (Enriquez) e Energia
(somente ele) Libidinal (Pages)
A Propósito da "Sociedade Organizacional" v.18, 1978 -
n.4 Artigos
Estrutura e Tecnologia: A Contribuição v.16, 1976 -
Britânica n.1 Artigos
Ombudsman: Uma Instituição Administrativa v.14, 1974 – Notas
em Exportação n.5 Comentários
A Planificação Regional Francesa: Breve v.14, 1974 – Notas
Notícia de seus aspectos Administrativos n.4 Comentários
A Teoria das Organizações nos Estados v.14, 1974 –
Unidos e na União Soviética: Introdução a n.2 Artigos
uma Análise Comparativa
Algumas Considerações sobre o v.12, 1972 –
Desenvolvimento Organizacional n.2 Artigos
Algumas Considerações sobre o v.11, 1971 –
Desenvolvimento Organizacional n.3 Artigos
A Teoria Geral dos Sistemas na Teoria das v.11, 1971 -
Organizações n.1 Artigos
O Estruturalismo na Teoria das Organizações v.10, 1970 –
n.4 Artigos
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O Behaviorismo na Teoria das Organizações v.10, 1970 –


n.3 Artigos
Figura 1 – Publicações de Fernando Prestes Motta publicados na RAE - Revista de Administração de Empresas
entre 1970 e 2003.
Fonte: Elaborado pelos autores, 2006
Se para PAES DE PAULA (2005), a aproximação de Prestes Motta com a psicanálise se
mostra mais nos artigos que podemos encontrar na RAE “Redes organizacionais e Estado
Amplo” (1987), “Organizações: vínculo e imagem”(1991) e “Associação contra a hierarquia”
(1994), podemos concordar que os dois últimos, principalmente, o segundo citado, são os
artigos em que a psicanálise recebe uma maior valorização e, por conseqüência, teorização
por parte do autor no contexto dos estudos organizacionais. Porém, antes do primeiro artigo
citado por PAES DE PAULA (2005), podemos tanto observar pela tabela, quanto lendo os
artigos, que Prestes Motta já estava mencionando a psicanálise principalmente por meio dos
autores Enriquez e Pagés, e que o artigo citado pela autora, faz menos referências a estudos
psicanalíticos que os anteriores como “O Poder Disciplinar nas Organizações Formais”, onde
Prestes Motta explica o conceito de Ideal de Ego.
Constatamos que gradativamente a psicanálise foi se inserindo nos artigos do autor,
que já havia feito incursões nas teorias organizacionais que abordam o comportamento como
no seu primeiro artigo publicado na RAE em 1970 “O Behaviorismo na Teoria das
Organizações” e “Algumas Considerações sobre o Desenvolvimento Organizacional” (1972),
mas sem ainda dialogar com a psicanálise. Lendo na seqüência os artigos publicados na RAE,
percebemos que Max Pagés é uma das primeiras e principais referências à psicanálise, antes
mesmo dele ter publicado o livro “O poder nas organizações” que escreveu juntamente com
Michel Bonetti; Gaulejac Vincent & Daniel Descendre, e que, a partir da publicação desse
livro, que Prestes Motta cita em francês, há um maior espaço para essa obra em seus artigos.
Maa, é em Enriquez, que Prestes Motta vai buscar os fundamentos da psicanálise e se guiar
para fazer principalmente as leituras de cunho sociológico das obras de Freud.
Ao cruzarmos os livros e os artigos da RAE percebemos que em 1985, quando publicou
“O que é burocracia”, Prestes Motta já está bem familiarizado com alguns termos e conceitos
psicanalíticos, apesar de não citar de qual autor está retirando os termos e os conceitos. Como
essa pesquisa se restringiu aos artigos da RAE, somente em 1991, com o artigo
“Organizações: vínculo e imagem” é que nos deparamos com uma obra fortemente inspirada e
de cunho psicanalítico.
3. Fernando Prestes Motta, a Psicanálise e a Cultura Organizacional em suas
publicações
Enquanto na RAE, um dos principais artigos de Prestes Motta escrito em conjunto com
Rafael Alcadipani é “Jeitinho Brasileiro, Controle Social e Competição”, Prestes Motta tem
três capítulos de livros sobre cultura. Dois capítulos estão em livros da área de Recursos
Humanos, “Cultura nacional e cultura organizacional” do livro organizado por Eduardo Davel
e Sylvia Vergara (1995)chamado “Gestão com Pessoas e Subjetividade” e “Cultura Brasileira,
estrangeirismo e segregação nas organizações” do livro que foi organizado também por
Eduardo Davel mais João Vasconcelos (2001), intitulado “’Recursos’Humanos e
Subjetividade”.
Em seu capítulo “Cultura e Organizações no Brasil”, publicado no livro onde é um dos
organizadores, “Cultura Organizacional e Cultura Brasileira”, Prestes Motta (1997) mistura
estudos e autores como Fleury, DaMatta, Calligaris, Hofstede, Ribeiro e Laplantine, dentre
outros. Ou seja, ao contrário do cuidado que tem com a apropriação psicanalítica, ao trabalhar
a questão cultural em um viés mais antropológico para entender a cultura brasileira, Prestes
Motta força diálogos entre autores que teriam dificuldade em conversar entre si.
Para Prestes Motta (2000), as organizações são cultura e, portanto, sistemas de controle
social. A origem dessas modalidades de controle social através do uso de organizações
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remonta às origens da cultura, tais como descritas por Freud em seus textos sociológicos.
Quando retoma o tema do controle social em seus textos com a vertente mais cultural e
psicanalítica, Prestes Motta resgata seus estudos sobre burocracia, ideologia e autogestão, tal
como fazia quando falava sobre esses temas em seus trabalhos anteriores e quando já
introduzia pontos psicanalíticos e culturais nessas obras. Ou seja, se a psicanálise estava lá,
mesmo que sem muito destaque, em seus estudos iniciais, podemos achar a burocracia e
autogestão, de forma bem sintética, em seus últimos estudos.
As organizações, na ótica de Prestes Motta (2000), passaram a ser vistas como
tributárias de uma pluralidade de campos do conhecimento humano, como um sistema a uma
só vez cultural, simbólico e imaginário, isto é, como uma espécie de encruzilhada de
fantasmas e fantasias, de desejos individuais e coletivos, mais ou menos subterrâneos e
operantes, agindo ao mesmo tempo em que se dão os projetos voluntaristas típicos da
racionalidade instrumental. O universo simbólico através do qual o imaginário se expressa e
as práticas rituais que o constituem são quase sempre uma elaboração grandiosa, de
inestimável riqueza e complexidade. As bases de uma cultura são sempre inconscientes. A
natureza do imaginário também é inconsciente, enquanto lugar do sonho, da fantasia a realizar
ou do projeto de futuro a construir. Empresa é um lugar, o que significa um espaço
simbolizado, com seus monumentos e artefatos, seu poder de evocação, suas crenças, valores
e morais, tudo aquilo que compartilham aqueles que se consideram membros da organização.
Por isso a organização é uma cultura, lugar do desejo e da frustração, da pulsão de vida e da
pulsão de morte, e também as idéias culturais, fruto das primeiras realizações da cultura. As
empresas conseguiram tornar universais alguns dos pressupostos de sua cultura: a eficácia, o
desempenho, o sucesso e a visão do mundo como um universo de comportamentos
estratégicos.
A relação estabelecida por Prestes Motta entre a psicanálise e o conceito de
pressupostos básicos de cultura organizacional de Schein não seria muito bem aceita por
Carrieri (2005), Cavedon (2003) e Jaime Júnior (2001), entre outros autores brasileiros
contemporâneos que vem desenvolvendo o tema da cultura organizacional de forma mais
interpretativista, como administração local (Cavedon, 2003) e identidade em organizações
familiares (Carrieri, 2005). Apesar de ser muito citado, Schein tem sido muito criticado pelos
autores citados acima, pois o mesmo com seu aporte gerencialista e uma certa visão
homogeneizante e top down tem sido considerado ultrapassado. Dessa forma, a psicanálise
está dando suporte para um entendimento gerencialista de cultura organizacional, o que está
paradoxalmente sendo contraditório frente ao referencial defendido por Prestes Motta.
4. Considerações Finais – Análise Terminável e Interminável
A partir da extensa obra de Fernando Prestes Motta, podemos ir analisando ao longo
desse artigo como os estudos psicanalíticos e culturais foram se inserindo e sendo incorporada
pelo autor. Algumas questões nesse contexto são lançadas para debate e reflexão:
Teríamos por mote inquirir: Como, quando e por que usar os conhecimentos
psicanalíticos nos estudos organizacionais? Como se apropriar de maneira correta desses
conceitos?
Mesmo não citando Melanie Klein, Prestes Motta (2000) traz alguns de seus termos e
entendimentos para artigos e para o capítulo “Os pressupostos básicos de Schein e a fronteira
entre a psicanálise e a cultura organizacional”, tal qual ele faz com Lacan, mas a partir das
idéias de Calligaris, e de Freud, com Enriquez. Aprofundar-se nos estudos de Klein
significaria entrar mais no aspecto clínico da psicanálise. Uma questão importante que Prestes
Motta tangencia é até que ponto os fenômenos psicanalíticos da clínica podem ser entendidos
e aplicados sem distorções em outro contexto, como nas organizações. Será realmente isso
possível? Nesse caso nos questionamos: Caso seja possível, quem estaria apto a fazê-lo? Pois,
corremos o risco de desenvolver uma análise organizacional distorcida e, portanto,
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inconsistente, na medida em que, se na especificidade clínica da psicanálise já podemos


pensar na imensa complexidade que envolve a análise pessoal, cumpre imaginar, então,
transpor esse conhecimento “aplicado” para um ambiente organizacional.
Uma das questões que Goldgrub (1995, p. 18) aponta é que não existe um único
entendimento quanto ao próprio objeto da psicanálise, pois, já no seu início, Freud tinha sérios
conflitos com a filosofia, pois a mesma se recusava em reconhecer legitimidade ontológica à
noção de inconsciente. Dessa forma, ao aderir a um empirismo, que, pode ser suficiente para
fins práticos, ocasionou, em nível teórico, no adiamento e acúmulo de impasses.
Aqui retomamos um dos principais ensinamentos que fazem parte da formação
psicanalítica, amplamente praticado e exigido nos principais institutos reconhecidos como
psicanalíticos, que é o famoso “tripé” da formação para se tornar um bom psicoterapeuta,
quiçá, psicanalista, qual seja, os seminários teóricos, as supervisões e a análise pessoal. Para
Zimerman (1999, p. 451), na formação do psicanalista é importante
“(...) mais do que uma necessária bagagem de conhecimentos (provindos de
seminários e estudos continuados), de uma, igualmente necessária, competente
habilidade (resultante de supervisões), o analista deve possuir uma adequada atitude
psicanalítica (mercê de seus atributos naturais, e aqueles desenvolvidos pela análise
pessoal)...”
Esses pré-requisitos são pontos fundamentais para se entender e praticar a psicanálise,
pois para os psicanalistas somente com seminários teóricos, leituras, é quase impossível que o
profissional possa apreender os conceitos, pois muitos deles são compreensões, insights,
sínteses da análise pessoal, além da supervisão de atendimento a pacientes com outro
psicanalista. Resumindo, para que seja viável compreender a psicanálise é necessário
vivenciá-la, experiênciá-la. A exemplo do entendimento do que vem ser o Complexo de Édipo
em uma dimensão que não se restrinja apenas ao plano intelectual.
Porém, existem exemplos, na própria psicanálise, em que para escrever sobre
psicanálise necessariamente não é preciso ter experiência clínica. Pode-se citar Luiz Alfredo
Garcia-Roza que somente se dedica a escrever sobre psicanálise, pois não atende pacientes,
mas é autor de diversos livros importantes para a literatura psicanalítica, entre eles, “O Mal
Radical em Freud”, “Freud e o Inconsciente”, “Introdução à Metapsicologia Freudiana I:
Sobre as afasias: o projeto de 1895 (1891)”. Como afirma Goldgrub (1995, p. 18): “O
sectarismo tem impedido debates necessários, entre lacanianos e kleinianos, por exemplo – ou
reduzido seu alcance.”
A partir disso, é possível supor que, talvez, Prestes Motta tenha se submetido a análise
o que deve tê-lo ajudado a compreender e a se utilizar de forma coerente e clara de alguns dos
princípios da psicanálise. Ao contrário de outros autores (dentre esses podemos citar Morgan
(1996) e Cohen e Cohen (1995)) que ao transporem a psicanálise para os estudos
organizacionais se utilizam daquela de forma estereotipada e intelectualizada, quase crua,
Prestes Motta digere os ensinamentos psicanalíticos de forma simples e compreensível,
elaborando e integrando as questões emocionais e racionais para o entendimento das relações
entre o inconsciente e o consciente.
Quais são as condições mínimas para se apropriar da psicanálise? Será necessária uma
análise pessoal para se apropriar dos conhecimentos psicanalíticos? O auto-conhecimento
psicanalítico é possível somente através da leitura? São questões polêmicas, com um universo
múltiplo de interpretações a partir do sujeito que elabora tal questionamento. Sendo a obra de
Freud vasta e complexa, Motta ao trilhar o mesmo caminho de Enriquez detendo-se
principalmente nas obras sociológicas do Freud, faz um recorte coerente, mas limita em muito
a fertilidade do pensamento psicanalítico por deixar de lado muitos dos textos clínicos de
sustentação da obra freudiana.
Tal como na psicanálise, para estudar cultura nas organizações não seria necessário ter
uma formação mínima em antropologia? Que formação mínima é essa?
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Mesmo que Prestes Motta valorize e defenda a psicanálise como um dos alicerces para o
entendimento da cultura nas organizações, propomos também questionar como é possível, se
é possível, dentro dos estudos organizacionais relacionar esses dois referenciais (psicanálise e
cultura organizacional) sem apropriações equivocadas e apressadas de seus conceitos?
Uma questão que é importante discutir para os estudos organizacionais é como e quem
tem legitimidade para se utilizar dos conhecimentos, seja a psicanálise e/ou seja a cultura, de
forma a não ferir aspectos relevantes para os ramos dos conhecimentos citados, muitas vezes,
limitados pela falta de domínio de certos elementos cruciais de cunho teórico-prático.
Se por um lado, ao analisarmos o uso da psicanálise e da cultura ao longo de boa parte
da obra de Prestes Motta, nos deparamos com um dos autores que melhor se apropria de
alguns termos e conceitos da psicanálise no contexto dos estudos organizacionais, percebemos
que ele não se aprofunda em muito de suas possibilidades e riquezas, e que nessa transposição
do conhecimento do psicanalítico para os estudos organizacionais, faz recortes e leituras, em
alguns momentos, parciais, sem ir, muitas vezes, diretamente as fontes, deixando de lado
alguns conceitos que são importante para o entendimento psicanalítico, como uma das
questões primordiais que os psicanalistas discutem, até hoje, que é o método de investigação
em psicanálise. Sem querer novamente retomar a questão do tripé, no momento em que a
psicanálise se preocupa essencialmente com o estudo do inconsciente, Prestes Motta, em seus
estudos, não escreve claramente como o pesquisador pode ter acesso a esse inconsciente.
Encontramos nas palavras do psicanalista Sandler (2003, p. 524), indagações sobre o
aprender psicanalítico que nos remetem as questões levantadas anteriormente sobre o
conhecimento e a aplicabilidade psicanalítica:
“Estarão a análise pessoal e a intuição analiticamente treinada e o aprender da
experiência clínica fadadas a serem substituídos por aprendizados racionais e
´paradigmas´ importados que fracassaram em seus próprios campos? Será mesmo
possível substituir o sofrimento romântico das experiências intuitivas apaixonadas
da análise pessoal, do analisar pessoas, por vôos indisciplinados de imaginação
erudita – por um lado – ou por quantificações de dados grosseiros, grosseiramente
captados (como contagens de palavras, interrupções de sonhos e assemelhados)?”
O atual presidente da IPA (Associação Psicanalítica Internacional) Cláudio Eizirik
(1997, p.173), no artigo “ Psicanálise e cultura: Alguns desafios contemporâneos”, cita na sua
introdução as palavras de Carlos Drummond de Andrade, nas quais deixamos para o final
também como reflexão:
“ Chega mais perto e contempla as palavras
Cada uma
Tem mil faces secretas sob a face neutra
E te pergunta, sem interesse pela resposta,
Pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?”

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