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ANÁLISE INTEGRAL DO

MOVIMENTO DOS FLUIDOS


CAPÍTULO 5 (AULA 02)

HILTON MOULIN CALIMAN


IFES – Campus Cachoeiro de Itapemirim
5.2 LEIS BÁSICAS PARA UM SISTEMA

5.2.3 VOLUME DE CONTROLE MOVENDO-SE COM VELOCIDADE CONSTANTE

• Nos problemas precedentes, que ilustram a aplicação da equação da


quantidade de movimento a volumes de controle, consideramos apenas
volumes de controle estacionários.
• Suponha agora que temos um volume de controle em movimento, com
velocidade constante.
• Podemos, nesse caso, definir dois sistemas de coordenadas: o referencial
𝑋𝑌𝑍 de nossas coordenadas estacionárias originais, e o referencial 𝑥𝑦𝑧
das coordenadas fixas ao volume de controle, que se move à velocidade
constante em relação à 𝑋𝑌𝑍.
5.2 LEIS BÁSICAS PARA UM SISTEMA

5.2.3 VOLUME DE CONTROLE MOVENDO-SE COM VELOCIDADE CONSTANTE

• O Teorema do Transporte de Reynolds expressa as derivadas do sistema


em termos das variáveis do volume de controle, e é válida para qualquer
movimento do sistema de coordenadas 𝑥𝑦𝑧 (fixo ao volume de controle),
desde que todas as velocidades sejam medidas em relação ao volume de
controle.
𝜕
𝐹Ԧ = 𝐹Ԧ𝑆 + 𝐹Ԧ𝐵 = න 𝑉𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑑𝑉 + න 𝑉𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑉𝑥𝑦𝑧 ∙ 𝑛 𝑑𝐴
𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶
5.2 LEIS BÁSICAS PARA UM SISTEMA

5.2.3 VOLUME DE CONTROLE MOVENDO-SE COM VELOCIDADE CONSTANTE

• Esta equação é a formulação da Segunda Lei de Newton aplicada a qual-


quer volume de controle sem aceleração.
• Ela é idêntica à expressão para um volume de controle estacionário,
exceto pela inclusão do subscrito 𝑥𝑦𝑧 para assinalar que as velocidades
devem ser medidas em relação ao volume de controle.
• É didático imaginar que as velocidades são aquelas que seriam detecta-
das por um observador em movimento junto ao volume de controle.
EXEMPLO RESOLVIDO 1
• O esquema mostra uma pá defletora com ângulo de curvatura de 60°.
Ela se move com velocidade constante, 𝑈 = 10 𝑚/𝑠, e recebe um jato de
água que deixa um bocal estacionário com velocidade 𝑉 = 30 𝑚/𝑠. O
bocal tem área de saída de 0,003 𝑚². Determine as componentes da
força que age sobre a pá. Despreze o peso da água e considere 𝜌á𝑔𝑢𝑎 =
999 𝑘𝑔/𝑚³.
EXEMPLO RESOLVIDO 1

𝜕
𝐹Ԧ𝑆 + 𝐹Ԧ𝐵 = න 𝑉𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑑𝑉 + න 𝑉𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑉𝑥𝑦𝑧 ∙ 𝑛 𝑑𝐴
𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶
EXEMPLO RESOLVIDO 1
𝜕
𝑅𝑥 = න 𝑢𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑑𝑉 + න 𝑢𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑉𝑥𝑦𝑧 ∙ 𝑛 𝑑𝐴
𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶

𝑅𝑥 = න 𝑢𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑉𝑥𝑦𝑧 ∙ 𝑛 𝑑𝐴 + න 𝑢𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑉𝑥𝑦𝑧 ∙ 𝑛 𝑑𝐴


𝐴1 𝐴2

𝑅𝑥 = −𝑢1 𝜌𝑉1 𝐴1 + 𝑢2 𝜌𝑉2 𝐴2


𝑅𝑥 = − 𝑉 − 𝑈 𝜌 𝑉 − 𝑈 𝐴1 + 𝑉 − 𝑈 cos 𝜃 𝜌 𝑉 − 𝑈 𝐴2
𝑅𝑥 = − 30 − 10 999 30 − 10 0,003 + 30 − 10 cos 60 999 30 − 10 0,003

𝑅𝑥 = −599,4 𝑁
EXEMPLO RESOLVIDO 1
𝜕
𝑅𝑦 = න 𝑣𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑑𝑉 + න 𝑣𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑉𝑥𝑦𝑧 ∙ 𝑛 𝑑𝐴
𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶

𝑅𝑦 = න 𝑣𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑉𝑥𝑦𝑧 ∙ 𝑛 𝑑𝐴
𝐴2

𝑅𝑦 = 𝑣2 𝜌𝑉2 𝐴2
𝑅𝑦 = 𝑉 − 𝑈 sen 60 𝜌 𝑉 − 𝑈 𝐴2
𝑅𝑦 = 30 − 10 sen 60 999 30 − 10 0,003

𝑅𝑦 = 1038,2 𝑁
5.2 LEIS BÁSICAS PARA UM SISTEMA

5.2.4 VOLUME DE CONTROLE COM ACELERAÇÃO RETILÍNEA

• As equações expressas até aqui foram obtida a partir da aplicação direta


da Segunda Lei de Newton a um sistema contido em um volume de
controle, uma vez que os volumes de controle estudados até aqui não
possuiam aceleração.
• Para um caso de um volume de controle movendo-se com aceleração o
mesmo não pode ser feito, uma vez que a Segunda Lei de Newton só é
válida para velocidades medidas em relação a um referencial de coorde-
nadas inerciais (sem aceleração).
5.2 LEIS BÁSICAS PARA UM SISTEMA

5.2.4 VOLUME DE CONTROLE COM ACELERAÇÃO RETILÍNEA

• Para desenvolver a equação da quantidade de movimento para um volu-


me de controle com aceleração linear, é necessário relacionar a quantida-
de de movimento do sistema com relação ao referencial inercial 𝑋𝑌𝑍
com a quantidade de movimento com relação às coordenadas do volu-
me de controle.
• Assim, se denotarmos o referencial inercial por 𝑋𝑌𝑍, a Segunda Lei de
Newton estabelece que:

𝑑𝑃𝑋𝑌𝑍 𝑑𝑉𝑋𝑌𝑍
𝐹Ԧ = ቇ =න 𝜌 𝑑𝑉
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑉𝐶 𝑑𝑡
5.2 LEIS BÁSICAS PARA UM SISTEMA

5.2.4 VOLUME DE CONTROLE COM ACELERAÇÃO RETILÍNEA

• As velocidades relativas ao referencial inercial 𝑋𝑌𝑍 e às coordenadas do


volume de controle 𝑥𝑦𝑧 são relacionadas pela equação do movimento
relativo:

𝑉𝑋𝑌𝑍 = 𝑉𝑥𝑦𝑧 + 𝑉𝑟𝑓


• Em que 𝑉𝑟𝑓 é a velocidade do sistema de coordenadas 𝑥𝑦𝑧 do volume de
controle com relação ao sistema de coordenadas 𝑋𝑌𝑍 estacionário e “ab-
soluto”.
5.2 LEIS BÁSICAS PARA UM SISTEMA

5.2.4 VOLUME DE CONTROLE COM ACELERAÇÃO RETILÍNEA

𝑑𝑃𝑋𝑌𝑍 𝑑 𝑉𝑥𝑦𝑧 + 𝑉𝑟𝑓


𝐹Ԧ = ቇ =න 𝜌 𝑑𝑉
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑉𝐶 𝑑𝑡
𝑑𝑉𝑟𝑓 𝑑𝑉𝑥𝑦𝑧
𝐹Ԧ − න 𝜌 𝑑𝑉 = න 𝜌 𝑑𝑉
𝑉𝐶 𝑑𝑡 𝑉𝐶 𝑑𝑡

𝑑𝑃𝑥𝑦𝑧
𝐹Ԧ𝑆 + 𝐹Ԧ𝐵 − න 𝑎Ԧ𝑟𝑓 𝜌 𝑑𝑉 = ቇ
𝑉𝐶 𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
5.2 LEIS BÁSICAS PARA UM SISTEMA

5.2.4 VOLUME DE CONTROLE COM ACELERAÇÃO RETILÍNEA

• Finalmente, a equação da quantidade de movimento para um volume de


controle acelerado em relação a um referencial estacionário é:
𝜕
𝐹Ԧ𝑆 + 𝐹Ԧ𝐵 − න 𝑎Ԧ𝑟𝑓 𝜌 𝑑𝑉 = න 𝑉𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑑𝑉 + න 𝑉𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑉𝑥𝑦𝑧 ∙ 𝑛 𝑑𝐴
𝑉𝐶 𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶
• Onde 𝑎Ԧ 𝑟𝑓 é a aceleração retilínea do referencial não estacionário 𝑥𝑦𝑧 (is-
to é, do volume de controle) em relação ao referencial estacionário 𝑋𝑌𝑍.
5.2 LEIS BÁSICAS PARA UM SISTEMA

5.2.4 VOLUME DE CONTROLE COM ACELERAÇÃO RETILÍNEA

• Comparando essa equação da quantidade de movimento para um volu-


me de controle com aceleração retilínea com aquela para um volume de
controle sem aceleração, vemos que a única diferença é a presença de
um termo adicional.
• Quando o volume de controle não está acelerando em relação ao
referencial estacionário 𝑋𝑌𝑍, então 𝑎Ԧ 𝑟𝑓 é igual a zero e a equação reduz-
se à equação da quantidade de movimento para um volume de controle
incercial.
5.2 LEIS BÁSICAS PARA UM SISTEMA

5.2.4 VOLUME DE CONTROLE COM ACELERAÇÃO RETILÍNEA

• A equação da quantidade de movimento é uma expressão vetorial e


pode, portanto, ser escrita na forma de três componentes escalares:
𝜕
𝐹𝑆𝑥 + 𝐹𝐵𝑥 − න 𝑎Ԧ𝑟𝑓𝑥 𝜌 𝑑𝑉 = න 𝑢𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑑𝑉 + න 𝑢𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑉𝑥𝑦𝑧 ∙ 𝑛 𝑑𝐴
𝑉𝐶 𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶
𝜕
𝐹𝑆𝑦 + 𝐹𝐵𝑦 − න 𝑎Ԧ𝑟𝑓𝑦 𝜌 𝑑𝑉 = න 𝑣𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑑𝑉 + න 𝑣𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑉𝑥𝑦𝑧 ∙ 𝑛 𝑑𝐴
𝑉𝐶 𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶
𝜕
𝐹𝑆𝑧 + 𝐹𝐵𝑧 − න 𝑎Ԧ𝑟𝑓𝑧 𝜌 𝑑𝑉 = න 𝑤𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑑𝑉 + න 𝑢𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑉𝑥𝑦𝑧 ∙ 𝑛 𝑑𝐴
𝑉𝐶 𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶
EXEMPLO RESOLVIDO 2
• Uma pá, com ângulo de deflexão igual a 60°, está fixada a um carrinho.
O conjunto, de massa 75 𝑘𝑔, rola sobre uma pista horizontal. O atrito e a
resistência do ar podem ser desprezados. A pá recebe um jato de água
que sai, com velocidade 𝑉 = 35 𝑚/𝑠, de um bocal horizontal. A área de
saída do bocal é de 0,003 𝑚³. Determine a velocidade do carrinho com a
pá como uma função do tempo. Considere 𝜌á𝑔𝑢𝑎 = 999 𝑘𝑔/𝑚³.
EXEMPLO RESOLVIDO 2

𝜕
𝐹𝑆𝑥 + 𝐹𝐵𝑥 − න 𝑎Ԧ𝑟𝑓𝑥 𝜌 𝑑𝑉 = න 𝑢𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑑𝑉 + න 𝑢𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑉𝑥𝑦𝑧 ∙ 𝑛 𝑑𝐴
𝑉𝐶 𝜕𝑡 𝑉𝐶 𝑆𝐶

− න 𝑎Ԧ 𝑟𝑓𝑥 𝜌 𝑑𝑉 = න 𝑢𝑥𝑦𝑧 𝜌 𝑉𝑥𝑦𝑧 ∙ 𝑛 𝑑𝐴


𝑉𝐶 𝑆𝐶
EXEMPLO RESOLVIDO 2

− න 𝑎Ԧ 𝑟𝑓𝑥 𝜌 𝑑𝑉 = −𝑢1 𝜌𝑉1 𝐴1 + 𝑢2 𝜌𝑉2 𝐴2


𝑉𝐶

−𝑎𝑥 𝑀 = − 𝑉 − 𝑈 𝜌 𝑉 − 𝑈 𝐴 + 𝑉 − 𝑈 cos 60 𝜌 𝑉 − 𝑈 𝐴
𝑑𝑈
𝑀 = 𝑉 − 𝑈 ²𝜌𝐴 1 − cos 60
𝑑𝑡
𝑑𝑈 𝜌𝐴 1 − cos 60
= 𝑑𝑡
𝑉−𝑈 ² 𝑀
EXEMPLO RESOLVIDO 2
𝑈 𝑡
𝑑𝑈 𝜌𝐴 1 − cos 60
න =න 𝑑𝑡
0 𝑉−𝑈 ² 0 𝑀
𝑈 𝑡
−𝑑 𝑉 − 𝑈 𝜌𝐴 1 − cos 60
න =න 𝑑𝑡
0 𝑉−𝑈 ² 0 𝑀
𝑈
1 𝜌𝐴 1 − cos 60
൨ = 𝑡
𝑉−𝑈 0 𝑀
𝑈 𝜌𝐴 1 − cos 60
= 𝑡
𝑉 𝑉−𝑈 𝑀

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