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Entidade Acreditada

Teorias e Factores da
Aprendizagem

Conteúdos

ƒ Teorias e Modelos Explicativos


da Aprendizagem

ƒ Factores e Condições
facilitadoras da Aprendizagem

RH Center- Formação e Consultoria em Recursos Humanos Lda.


R. Engº Adelino Amaro da Costa, 15, 2º- Sala 2.2 4400- 351 V. N. Gaia
Telf. 22 370 15 46 Telefax. 22 371 11 30 Email: rhcenter@clix.pt
Teorias e Factores da Aprendizagem

“…todo o conhecimento é como se fosse um tricô


ou uma malha, como se fosse um tecido em que
cada peça do conhecimento só faz sentido ou é útil
em função das outras peças…”
Bateson

Objectivos

ƒ Identificar conceitos, teorias e modelos explicativos di processo de


aprendizagem;

ƒ Identificar os principais factores e as condições facilitadoras dessa


aprendizagem.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

Índice

Introdução 04
Teorias da Aprendizagem 07
Teorias Comportamentais 07
Condicionamento Clássico 07
Condicionamento Operante 10
Prémios e Castigos 12
Teoria da Aprendizagem Social 13
Aprendizagem por Observação 14
Teorias Cognitivas 14
Construtivismo 15
Teorias Humanistas 16
Teorias da Aprendizagem e Pedagogia: quadro resumo 18
Verifique os seus Conhecimentos I 19
Tipos e Modos da Aprendizagem 20
Modelo Hierárquico da Aprendizagem 20
Modelo da Aprendizagem de Ausubel 21
Implicações para a Formação 22
Verifique os seus Conhecimentos II 24
Factores da Aprendizagem 25
Inteligência e Desenvolvimento Intelectual 25
Factores Pessoais na Aprendizagem 26
Estilos Cognitivos 26
Locus de Controlo 26
Motivação 27
Aprendizagem Anterior e Experiência 27
Factores Sociais 28
Memória 29
Implicações para a Formação 29
Condições Facilitadoras da Aprendizagem 31
Motivação 32
Actividade 34
Conhecimento dos Objectivos 35
Conhecimento dos Resultados 36
Reforço 35
Domínio dos Pré-Requisitos 37
Estruturação 38
Progressividade 39
Redundância 39
Verifique os seus Conhecimentos 40
Proposta de Correcção 41
Bibliografia 43

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Teorias e Factores da Aprendizagem

Introdução

Aprender, aprendizagem são termos que fazem parte do nosso vocabulário


quotidiano, associados a diferentes significados. Podemos falar de
aprendizagem escolar, de aprender a ter boas maneiras, de aprender a ler, a
escrever, a rir e a falar…mas também de aprender uma profissão, aprender a
gostar de arte… e aprender a aprender!

A capacidade de aprender é uma constante na nossa vida que se vai refinando


de uma forma gradual e progressiva. Podemos aprender sempre, em diversos
lugares e com diferentes pessoas.

Actualmente a aprendizagem é tida como um processo dinâmico e activo. O


indivíduo deixou de ser visto como receptor passivo da informação. Ele
processa a informação de uma forma activa, interagindo com os estímulos
(situações, problemas…) de uma forma pessoal. O processo de interpretação e
compreensão depende em muito do valor afectivo da situação para a pessoa,
mas também da forma como a informação se vai adicionar ou recombinar às
experiências e conhecimentos anteriores. Daí, se considere a aprendizagem
como um processo contínuo e cumulativo. A experiência, o erro e a reflexão
são variáveis importantes no percurso de aprendizagem individual.

Portanto, a aprendizagem permite adaptarmo-nos às condições e contextos


envolventes que estão em permanente mudança e transformação.

Assim, segundo Monteiro & Santos (1995) a Aprendizagem pode ser definida
como:
“…uma mudança relativamente estável e duradoura do comportamento e do
conhecimento. Esta mudança do comportamento relaciona-se com as
experiências e exercícios, podendo ocorrer de forma consciente ou
inconsciente, num processo individual ou interpessoal”.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

A ideia de mudança está inerente ao conceito de aprendizagem. Na interacção


com o meio, o indivíduo recebe múltiplos estímulos que, através de
mecanismos internos de aprendizagem, se traduzirão em mudanças ao nível
das estruturas cognitiva, emocional, motivacional e em novas respostas na sua
relação com o meio, ou seja, novas atitudes e comportamentos. Contudo, a
aprendizagem não deriva apenas dos mecanismos cognitivos.

As experiências e vivências pessoais e a herança sociocultural interagem com


as características biológicas e psicofisiológicas do indivíduo. É assim que “… o
Homem constrói o futuro a partir do passado. Reexperimentando e
generalizando novos processos de aprendizagem a Humanidade vai edificando
novos horizontes culturais, acrescentando sempre algo mais à própria natureza
e cultura. A aprendizagem visa uma adaptação a situações novas, inéditas,
imprevisíveis, isto é, uma disponibilidade adaptativa a situações futuras”
(Fonseca, 1997).

Tendo em conta o contexto da Formação devem ainda acrescentar-se


aspectos que podem influenciar a Aprendizagem como, as condições
ambientais onde esta se processa ou a forma como as actividades de ensino
e formação são organizadas.

Na Formação há aprendizagem sempre que surjam cognições, emoções,


comportamentos novos ou sempre que se verifiquem alterações no repertório
comportamental, cognitivo ou emocional já existente, provocadas pela vivência
de situações no contexto da formação.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

Entre o perfil de entrada e o perfil de saída do formando devem ocorrer


mudanças/aprendizagens em três dimensões centrais, no sentido do
aperfeiçoamento, correcção ou aquisição:

9 Dimensão Cognitiva (saber-saber) – Aquisição de conhecimentos


teóricos e assimilação/compreensão de conceitos e das suas
relações;
9 Dimensão Sócio-Afectiva (saber-ser/estar) – ênfase nas atitudes,
capacidades relacionais e comunicacionais do formando;

9 Dimensão Operacional (saber-fazer) – centrada nas acções e


aptidões/habilidades do formando.

Ao formador cabe a orientação de situações, tarefas ou actividades que


proporcionem a mudança do formando. O formador é agente de mudança!

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Teorias e Factores da Aprendizagem

TEORIAS DA APRENDIZAGEM

Teorias Comportamentais

Estas teorias atribuem ao indivíduo um papel passivo no processo de


aprendizagem. A aprendizagem equivale ao comportamento expresso,
valorizando-se o produto final, por exemplo, se o problema está certo, houve
aprendizagem.

Condicionamento Clássico

Os primeiros estudos relativos à aprendizagem surgem com o aparecimento da


corrente comportamental e concomitantemente com o paradigma do
condicionamento clássico. Investigadores como Pavlov, Thorndike, Watson
entre outros tomam a aprendizagem como objecto de estudo central na
Psicologia.

Foi num dos seus estudos sobre digestão que Pavlov constatou que os cães
evidenciavam uma resposta que ele designou “salivação psicológica”. Verificou
que os cães salivavam na presença de comida mas também face a outro tipo
de estímulos como, ver a pessoa que habitualmente trazia a comida ou sentir
os seus passos, ver determinados objectos laboratoriais… Foram estas
constatações que o levaram a formular a hipótese de que estaria perante uma
forma de aprendizagem. Pavlov1 decidiu então estudar/conhecer o modo como
os estímulos neutros provocavam salivação.

O cão foi então colocado num complexo aparato com a introdução de uma
fístula para a medição das respostas salivares. Quando o experimentador
apresentava a carne (estímulo não condicionado ou incondicionado) ao
animal, ele salivava. Neste caso, a salivação é uma resposta não
condicionada, ou seja, não aprendida ou inata. Posteriormente, Pavlov fez
acompanhar a carne de um toque de campainha (estímulo neutro) e verificou
que o cão salivava. Ao fim de o experimentador repetir várias vezes esta

1Pavlov descreve as suas experiências no livro Reflexos Condicionados.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

associação carne-campainha, o cão espera que a carne apareça ao som da


campainha. Passado algum tempo Pavlov verificou que o cão saliva sempre
que ouve a campainha, mesmo que a carne não lhe seja apresentada.
Portanto, a campainha deixa de ser estímulo neutro e passou a ser estímulo
condicionado provocando igualmente uma resposta condicionada
(salivação). A resposta condicionada foi aprendida pelo cão nesta experiência
de Pavlov.

Decorrentes desta experiência foram identificados cinco processos de


condicionamento:

1. AQUISIÇÃO – um aspecto importante relativo à aquisição da


resposta condicionada prende-se com o intervalo de tempo entre a
apresentação da carne e o toque da campainha. O período não
pode ser extenso sob pena de não provocar resposta
condicionada.

2. EXTINÇÃO – Pavlov verificou que quando a campainha soava


repetidas vezes e não era apresentado o estímulo não
condicionado, a carne, o cão salivava cada vez menos. O
processo de extinção refere-se à diminuição e/ou extinção da
resposta condicionada (salivação) devido à ausência do estímulo
não condicionado (carne).

3. RECUPERAÇÃO ESPONTÂNEA – mesmo que a resposta condicionada


pareça extinta, se a campainha voltar a soar, após um período de
descanso, o cão volta a salivar, ainda que de uma forma mais
atenuada: Recuperação espontânea da resposta.

4. GENERALIZAÇÃO DO ESTÍMULO é a tendência para o cão responder a


estímulos semelhantes ao estímulo condicionado. O cão salivava
mesmo quando o som emitido era diferente do som original. Nesta

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Teorias e Factores da Aprendizagem

experiência a resposta condicionada (salivação) era igualmente


desencadeada pelo som de uma sirene.

5. DISCRIMINAÇÃO – por outro lado, a capacidade de não responder a


estímulos semelhantes também faz parte do processo de
condicionamento. O som emitido ou a forma como é emitido é
passível de ser distinguido de outros sons. O cão de Pavlov
aprendeu a responder a um tom particular da campainha,
distinguindo-o de outros sons.

Muitas outras experiências2 marcaram a consolidação do paradigma do


Condicionamento Clássico, de entre elas “O caso do pequeno Alberto” de
Watson e Rosalie Rayner e “O caso do Pedro” de Mary Cover Jones.

Condicionamento Clássico no dia-a-dia!

Este tipo de aprendizagem é um meio que praticamente todos os seres vivos


utilizam para se adaptar ao meio ambiente. É essencial à sobrevivência!

O Condicionamento Clássico está presente em muitas situações da vida


quotidiana. São muitos os estímulos que servem de sinais para outros
estímulos: sentimos fome à hora das refeições; esperamos ouvir alguém
quando o telefone toca; determinado tipo de música num filme, faz-nos esperar
cenas emocionantes ou assustadoras…

Muitos dos medos das pessoas são aprendidos através deste mecanismo de
aprendizagem. Se tive uma experiência dolorosa no dentista, pode ser que
sempre que me sente numa cadeira de dentista viva uma sensação de medo –
generalização do estímulo. Se fui violentamente assaltada em determinado
local, posso sentir medo (resposta condicionada) todas as vezes que voltar a

2Para aprofundar conhecimentos o leitor poderá consultar “Introdução às psicoterapias comportamentais”


(Gonçalves, O. 1999)

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Teorias e Factores da Aprendizagem

passar naquele local (estímulo condicionado). Este tipo de episódios


suscitam respostas automáticas, involuntárias e sem controlo. Reflectem
respostas (medo) condicionadas!

CONDICIONAMENTO OPERANTE Thorndike e Skinner

Thorndike desenvolve um conjunto de investigações, vinte anos depois de


Pavlov, procurando responder a uma pergunta – Será que o modo de
aprender do ser humano é semelhante ao dos animais? Estudou então o
modo como a aprendizagem decorre, concretamente nos gatos. Neste manual
não será descrita em pormenor esta investigação experimental3. Interessa reter
algumas ideias chave.

Thorndike constatou que à medida que a experiência é repetida, as respostas


desadequadas do animal são progressivamente substituídas por respostas
correctas e eficazes. O animal aprende a resolver o problema por tentativa e
erro. Thorndike formula então a Lei do Efeito: se a resposta for
recompensada, fortalecer-se-á; se não houver recompensa ou se houver
castigo a resposta enfraquecerá. Existe uma associação entre o estímulo e a
resposta que é acompanhada pela recompensa e que produz um estado de
satisfação; a associação enfraquece se for sucedida de um estado de
insatisfação provocada pela ausência de recompensa ou pela punição.

Thorndike conclui assim que a aprendizagem tem um papel decisivo no


processo de adaptação do animal ao ambiente.

O ponto de partida para as investigações de Skinner é a lei do efeito de


Thorndike: a aprendizagem é uma associação entre o estímulo e a resposta
resultante de um acto do sujeito. Na linha dos comportamentalistas Skinner
desenvolve um conjunto de experiências recorrendo aos animais. Constrói uma

3Para aprofundar conhecimentos o leitor poderá consultar “Introdução às psicoterapias comportamentais”


(Gonçalves, O. 1999)

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Teorias e Factores da Aprendizagem

caixa (caixa de Skinner ou câmara de condicionamento operante) dotada de


um dispositivo especial: se uma alavanca for carregada, é libertado alimento.

Um rato foi colocado dentro da caixa. Depois de a explorar, o animal carrega,


por acaso, na alavanca e recebe alimento. A partir desse momento o animal
repete o comportamento, obtendo todas as vezes alimento, que constitui o
reforço. Neste caso, o reforço é positivo, uma vez que o rato recebe comida.

No entanto, o reforço pode ser negativo. Para ilustrar este tipo de reforço
Skinner colocou o rato numa gaiola, sobre uma rede metálica, ao fundo da qual
existia um pedal. Pela rede fez passar uma corrente eléctrica que pode ser
interrompida se o pedal for carregado. Assim, depois de várias tentativas e
erros, o rato aprende a evitar a dor, carregando no pedal. Nesse tipo de
condicionamento existem dois princípios motivadores – a busca do prazer e a
fuga à dor, que estão na base dos reforços:

• reforço positivo que mantém ou fortalece a resposta;


• reforço negativo que também mantém ou fortalece a resposta
pois põe fim a uma situação aversiva.

Note-se que reforço negativo é diferente de castigo ou punição. Enquanto que


o reforço negativo fortalece a resposta (ex.: o rato prime o pedal para evitar o
choque) o castigo enfraquece-a (ex.: neste caso, o rato receberia um choque
após ter carregado o pedal). O reforço positivo recompensa o sujeito! Diz-se
negativo porque diminui a situação aversiva.

Para Skinner, a aprendizagem refere-se ao condicionamento operante que


ocorre quando a uma resposta se segue um estímulo reforçador, que aumenta
a intensidade da resposta.

A popularidade actual do condicionamento operante na sala de aula deve-se,


em larga medida, ao facto de apresentar ao formador uma prescrição muito
precisa para lidar com problemas específicos da sala de aula. A modificação do

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Teorias e Factores da Aprendizagem

comportamento consiste no uso de técnicas de condicionamento operante com


vista à mudança do comportamento do aluno.

Uma vez definidos os objectivos a atingir o formador observa a taxa de


resposta inicial, ou nível operante, para a actividade em questão.

Então, o formador poderá utilizar o reforço para fortalecer o comportamento de


um formando (condicionar) ou retirar o reforço do comportamento de outro
aluno (extinguir). O reforço aumenta sempre a taxa de resposta.

O reforço positivo ocorre quando a taxa de resposta aumenta devido à adição


de um estímulo reforçador (ex.: dar ao formando notas altas) e o reforço
negativo ocorre quando a taxa de resposta aumenta por causa da retirada de
um estímulo reforçador (retirar um estímulo aversivo). Os estímulos aversivos
deverão ser utilizados com reforços negativos ou punição com muito cuidado,
pois poderão resultar na aquisição do comportamento alvo desejado pelo
formador, mas também de outras respostas potencialmente perturbadoras.

APRENDIZAGEM – Prémios e Castigos

No seguimento deste paradigma – Condicionamento Operante, levantaram-se


algumas questões relativas à eficácia dos Prémios e Castigos no controlo do
comportamento.

Thorndike considerava que quer a recompensa quer a punição favoreciam a


aprendizagem. Mais tarde revê a sua opinião e afirma que a recompensa é
mais eficaz no reforço da aprendizagem do que a punição no enfraquecimento
de um comportamento indesejável.

Controversa e complexa tem sido a discussão relativa ao uso da punição na


educação do seres humanos. Certamente que se um comportamento
indesejado for punido tem tendência a diminuir. No entanto, alguns estudiosos
referem que o comportamento não é eliminado mas sim reprimido, e que

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Teorias e Factores da Aprendizagem

pode reaparecer. Além disso Skinner chama a atenção para os efeitos


indesejáveis do castigo: pode associar-se o medo da punição à pessoa que o
administra e não apenas ao comportamento indesejado e por outro lado, a
aplicação do castigo pode aumentar a agressividade daquele que é punido.

O castigo não orienta no sentido do comportamento desejável, apenas diz ao


sujeito o que não deve fazer, ao contrário do reforço positivo. No contexto da
Formação/Educação a instrução positiva traz vantagens ao tornar a
aprendizagem mais eficaz e eficiente. O formador deve ter em conta que
qualquer ameaça de castigo pode ser reformulada de modo positivo:

Exemplo:
“Se não fizer o exercício terá uma má nota no final do módulo!” (punição);
“Se fizer o exercício terá uma boa nota no final do módulo!” (reforço positivo).

TEORIA DA APRENDIZAGEM SOCIAL Bandura

Albert Bandura desenvolveu numerosas experiências que fundamentam a


importância da aprendizagem por observação. Defende-se que a
aprendizagem resulta da interacção e da imitação social. Muitos dos
comportamentos são aprendidos através da observação e imitação de um
modelo – modelação ou modelagem. Apesar de ser necessário desenvolver e
praticar determinadas aptidões, como cozinhar, pintar, serrar… a aquisição é
feita por observação. Até o processo de socialização passa pela observação,
imitação e identificação com modelos sociais (pais, professores/formadores,
amigos…).

O formador tem por isso um papel importante na modelação de


comportamentos. São muitos os factores que influenciam a aprendizagem por
observação. A proximidade e a significância dos modelos são dois desses
factores.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

Este tipo de aprendizagem pode ser seguido de reforço. Se o formando, à


semelhança do formador, é pontual e consequentemente é elogiado pelo seu
comportamento terá tendência a manter esse mesmo comportamento
(pontualidade).

Um outro conceito introduzido por Bandura é o designado reforço vicariante,


isto é, se o formador elogia a pontualidade do António, o João imitará esse
comportamento. Assim, a imitação pode ser estimulada se for observado
determinado comportamento a ser elogiado. A pessoa prevê que, se agir
daquele modo, obterá aprovação semelhante.

Aprendizagem por Observação – Efeitos

9 Efeito da Modelação ou Modelagem – o observador observa e imita


o modelo, adquirindo novas formas de resposta.

9 Efeito desinibitório e inibitório – se o formando que está a ler


revistas na sessão de formação for criticado pelo formador, inibirá esse
comportamento (efeito inibitório). Caso o formador numa dada sessão
de formação estiver a ler, ele próprio, uma revista, o formando poderá
eventualmente retomar a leitura de revistas (efeito desinibitório).

Teorias Cognitivas

As Teoria Cognitivas surgem a partir dos anos 60 e representam um passo


qualitativo importante no estudo da Aprendizagem Humana. Colocam a tónica
nos processos cognitivos que medeiam a relação estímulo-resposta, estudada
pelos comportamentalistas.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

CONSTRUTIVISMO

A formação académica de Piaget em biologia influencia a forma como


perspectiva o processo adaptativo através da assimilação e da acomodação,
numa dinâmica interactiva indivíduo - meio.

Piaget demarca-se das perspectivas anteriores, nomeadamente da corrente


comportamental, ao afirmar o carácter activo que o sujeito desempenha no
processo de conhecimento.

O desenvolvimento cognitivo, base da aprendizagem, processa-se através de


mecanismos de adaptação – assimilação e acomodação.

9 Assimilação – processo mental pelo qual se


incorporam informações, dados, experiências aos Meio

esquemas mentais já existentes. É o movimento de


integração do meio no organismo.

9 Acomodação – processo mental pelo qual os


esquemas existentes vão modificar-se em função das Meio

experiências do meio. É o movimento do organismo


no sentido de se adaptar ao meio.

9 Adaptação é o equilíbrio entre a


assimilação e a acomodação. Meio

Segundo a perspectiva piagetiana o desenvolvimento cognitivo é fruto de


factores biológicos de maturação, experiências, inter-relação e transmissão
social e ainda, de um mecanismo auto-regulador que é a equilibração.

Estes movimentos são interactivos! O facto de o sujeito integrar os dados do


meio e estes serem assimilados permite ao indivíduo evoluir cognitivamente e
assim, construir e consolidar as suas aprendizagens.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

Resumindo…

Dentro das Teorias Cognitivas, a aprendizagem confunde-se com a própria


compreensão, isto é, só há aprendizagem se o indivíduo compreendeu e
integrou a nova informação nos seus esquemas mentais. A aprendizagem é
mais do que meras associações entre estímulo-resposta; ela é um processo
sistémico e activo que articula o novo com aquilo que já sabemos. Há uma
atribuição de significados que se prende com as experiências anteriores do
sujeito e com o uso que vai dar à informação disponível – se lhe é ou vai ser
útil ou não?!

Uma outra ideia importante defendida por estas teorias relaciona-se com aquilo
que leva o indivíduo a aprender. A motivação impele o indivíduo a aprender de
modo a satisfazer as suas necessidades internas, a sua curiosidade pessoal
e/ou as suas expectativas.

Teorias Humanistas
…implicações para a Formação.

Estas teorias acentuam sobretudo a importância da complexidade, riqueza e


singularidade de cada pessoa, demonstrando assim algumas fragilidades quer
em termos de conceptualização, quer de aplicabilidade no contexto
formativo/educacional. Cada pessoa é um ser único e essa idiossincrasia
dificulta a elaboração de modelos teóricos globais e estruturados. No entanto, é
inegável a importância e o impacto da interacção entre formador - formando
e/ou formando - formando, na formação e consequentemente no processo de
aprendizagem. O clima do grupo de formação (1) e a implicação do grupo na
própria formação (2) são determinantes da eficácia da aprendizagem e do
sucesso da formação.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

1. torna-se importante aproveitar e articular as capacidades


individuais de cada formando, promover o trabalho conjunto e a
cooperação visando a evolução afectiva do grupo.

2. o envolvimento dos formandos no processo formativo determina a


eficácia da formação. Assim, é essencial a valorização de cada
formando e das suas capacidades. A promoção da
“educação/formação positiva” favorece um bom ambiente de
trabalho e permite uma distribuição equitativa das participações e
contributos dos formandos.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

TEORIAS DA APRENDIZAGEM E PEDAGOGIA

O quadro seguinte sintetiza e compara as ideias/conceitos centrais das


diferentes teorias abordadas. Indicam-se também alguns dos princípios
pedagógicos que lhes estão inerentes.

TEORIAS IDEIAS CENTRAIS PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS


. A aprendizagem acontece por
apresentação de estímulos e
condicionamento. É a resposta automática
a um determinado estímulo.
Estímulo-Resposta
(processo automático)
. As pessoas são iguais – papel passivo;

Reforço . A motivação é externa;


Comportamentais
. Os reforços promovem os
comportamentos desejados.
Imitação
Técnicas de ensino:
Exercícios de repetição;
Demonstração/Imitação;
Memorização.
. A aprendizagem é um processo intuitivo
de descoberta e compreensão de relações
Estruturas cognitivas e de atribuição de significado;

Cognitivas Equilíbrio/Desequilíbrio . Motivação intrínseca – depende das


expectativas do sujeito e das diferenças
Compreensão individuais;

. A aprendizagem é intencional.
. A aprendizagem centra-se no aluno e
constitui uma experiência individual;

Unicidade da experiência . Valoriza-se a relação pedagógica;


Humanistas
pessoal
. Aprendizagem de sentimentos;

. Atmosfera emocional positiva, empática.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

Verificação de Conhecimentos I

Exercício 1

Leia com atenção todo o exercício antes de responder.


Ligue as duas colunas, fazendo corresponder a cada afirmação a teoria que a
fundamenta:

AFIRMAÇÕES TEORIAS
A aprendizagem ocorre com a generalização a
partir de estímulos idênticos. Aprendizagem
Social
A aprendizagem ocorre por tentativa e erro.
Cognitivismo
A aprendizagem processa-se através de
mecanismos de adaptação. Condicionamento
Operante
A aprendizagem decorre de respostas e
estímulos reforçadores. Teorias Humanistas

A aprendizagem centra-se no aprendente e


constitui uma experiência individual. Condicionamento
Clássico
A aprendizagem resulta da interacção e da
imitação social.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

TIPOS E MODOS DA APRENDIZAGEM

Alguns estudos no âmbito da Psicologia Cognitiva e da Psicofisiologia


dedicaram-se à análise do funcionamento cerebral implicado nos mecanismos
e operações mentais desencadeadas durante o processo de aprendizagem. Do
ponto de vista cognitivo apontam algumas conclusões:

ƒ envolve a activação de um conjunto de operações mentais e o


processamento de informação;
ƒ requer tempo;
ƒ processa-se através de vários mecanismos;
ƒ encontra-se associada à memória. A informação apreendida deverá
ser recordada e adaptada a novas situações.

MODELO HIERÁRQUICO DA APRENDIZAGEM

Gagné delineou uma taxionomia dos mecanismos de aprendizagem através da


integração de conclusões de vários estudos e teses. Inclui, numa estrutura
hierárquica e sequencial, oito tipos de categorias de aprendizagem, onde cada
tipo é pré-requisito do seguinte:
Categoria Exemplo
Estremecer quando se ouve um estrondo – comportamento
1. Aprendizagem por sinais
reflexivo.
2. Aprendizagem de estímulo- Parar no sinal vermelho – desencadeia uma resposta
resposta automática perante o estímulo correspondente.
Pára no sinal vermelho e ao verde avança – encadeamento
3. Aprendizagem em cadeia
de dois ou mais estímulos.
4. Associações verbais Ler uma frase combinando palavras
Distinguir um quadrado de um rectângulo – descriminar
5. Discriminação múltipla
estímulos semelhantes e responder de diferentes maneiras.
Capacidade de agrupar objectos, factos e ideias no
6. Aprendizagem de conceitos
abstracto.
7. Aprendizagem de regras ou Silogismos – capacidade de aquisição de proposições que
princípios gerais relacionam vários conceitos.
Relacionar conceitos e regras para encontrar uma solução -
8. Resolução de problemas Implica a capacidade de pensamento, raciocínio e
adequação.

19
Teorias e Factores da Aprendizagem

O carácter associacionista deste modelo, cada tipo de aprendizagem é


requisito do seguinte, tem sido refutado, uma vez que podem desenvolver-se
e/ou utilizar-se em simultâneo diferentes tipos de aprendizagem. Além disso,
reduzem-se os diversos tipos de aprendizagem ao nível básico – Tipo 1 e 2,
encarando-se os outros como uma complexificação progressiva destes.

Ausubel propõe então um outro modelo relativo aos diferentes tipos de


aprendizagem avançando um pouco mais, na medida em que conjuga o
funcionamento cognitivo com o nível de participação dos indivíduos na
aprendizagem.

MODELO DE APRENDIZAGEM DE AUSUBEL

Ausubel criou então um modelo de aprendizagem baseado na análise da forma


como se aprende e como se constrói o conhecimento que relaciona duas
variáveis: a intervenção dos processos cognitivos (1) com os tipos de
actividades (2) envolvidos na aprendizagem.

1. Processos cognitivos – a aprendizagem pode ocorrer dentro de


um continuum crescente, que parte da Aprendizagem Memorística
Automática (no limite inferior de complexidade) e termina na
Aprendizagem Significativa (no limite superior de complexidade). A
primeira consiste num tipo de aprendizagem mecânica, onde
existe memorização pura e simples da informação, sem qualquer
ligação ou relação com a já existente, como se tratasse de uma
operação de colagem da informação na estrutura cognitiva; já a
segunda solicita uma maior intervenção dos mecanismos
cognitivos mais complexos.

2. Tipo de actividade – neste caso o continuum varia entre uma


intervenção mínima, onde o formando é apenas receptáculo da
informação – Aprendizagem por Recepção, até ao limite máximo
da sua participação e autonomia no processo de aprendizagem –
Aprendizagem por Descoberta.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

No gráfico seguinte4 indicam-se alguns exemplos que podem surgir em


contexto de aprendizagem, que conjugam os diferentes níveis das duas
variáveis anteriormente indicadas.

Aprendizagem Execução das


Clarificação das Pesquisa ou
Significativa instruções
relações entre investigação
seguindo um
conceitos científica
plano definido
Predomínio da
Leituras ou Trabalho em produção intelectual
apresentação de situação de ou interesse na
livros de texto formação pesquisa ou
formação
Aplicação de
Aprendizagem Aprendizagem fórmulas para a Solução tipo quebra-
Automática da tabuada solução de cabeças
problemas
Aprendizagem por Aprendizagem por
Aprendizagem
Descoberta Descoberta
por Recepção
Guiada Autónoma

IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO

No contexto da Formação Profissional, o modo como o formando aprende


depende não só das estratégias de ensino utilizadas, como do nível e do tipo
de intervenção (nível de participação) do formando na identificação, no
relacionamento e na selecção da informação a integrar nas suas estruturas
cognitivas. Devem ter-se em conta duas ideias centrais:

O FORMANDO APRENDE… O FORMANDO APRENDE MELHOR…


…O QUE QUER (MOTIVAÇÃO), …resolvendo os problemas,
…O QUE LHE FAZ FALTA, …em ambiente descontraído,
…com a prática. …quando é orientado e não

4
Ausubel, Novak e Hanesiar – Psicologia Educacional (1980)

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Teorias e Factores da Aprendizagem

Assim, existem momentos em que o formador tem que introduzir as referências


essenciais ou conceitos centrais, pois são a condição necessária para o
formando interligar a matéria com os seus conhecimentos ou enriquecer
conceitos, através de exposições orais, relações de conceitos, clarificações…

Noutros momentos o formador deve orientar ou dar autonomia ao formando


para resolver problemas e desenvolver trabalhos individuais e/ou de grupo. As
simulações pedagógicas, sobretudo a final, na Formação de Formadores
situam-se ao nível da pesquisa implicando um elevado grau de participação
cognitiva do formando.

Quanto maior for a predisposição, a participação e a autonomia do formando


no processo formativo, maior é a probabilidade de se realizarem alterações
significativas nos domínios cognitivo (saber-saber), operativo (saber-fazer),
atitudinal e comportamental (saber-ser e saber-estar).

É de salientar que qualquer um dos mecanismos cognitivos ou tipos de


actividades é válido e útil desde que estejam adaptados aos conteúdos e aos
objectivos pedagógicos definidos pelo formador para o módulo ou sessão, bem
como aos níveis intelectuais e à experiência.

22
Teorias e Factores da Aprendizagem

Verificação de Conhecimentos II

Exercício 2

Leia todo o exercício com atenção antes de iniciar a sua resolução


Classifique cada actividade quanto aos processos cognitivos e tipo de
actividade, inscrevendo uma (X) nas células correspondentes

Processos Cognitivos Tipos de Actividades


Aprendizagem Aprendizagem Por Por Por
Automática Significativa Recepção Descoberta Descoberta
Guiada Autónoma
Aprendizagem da
tabuada
Clarificação das
relações entre
conceitos
Pesquisa ou
investigação
científica
Solução tipo
quebra-cabeças

Execução das
instruções
seguindo um plano
definido
Aplicação de
fórmulas para a
solução de
problemas

23
Teorias e Factores da Aprendizagem

FACTORES DA APRENDIZAGEM

A motivação, a idade, o momento de vida, a personalidade, a inteligência, os


estilos próprios de pensar e de sentir, os aspectos relacionais, a familiaridade
com os conteúdos e os projectos de futuro são factores que podem influenciar
a aprendizagem. No contexto da formação sobressaem ainda outros factores
como a experiência anterior, as expectativas depositadas no formando, as
estratégias pedagógicas utilizadas, a relação formador - formando, a
organização da formação ou as relações interpessoais (clima de grupo).
Salientam-se alguns desses factores, nomeadamente a memória, tendo em
conta a progressiva utilização das novas tecnologias da informação e
comunicação na formação.

INTELIGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL

“Na realidade, a inteligência é definida por alguns psicólogos como uma


medida da capacidade de aprender” (Morgan, C., 1978).

Existe uma relação entre inteligência e aprendizagem. Os sujeitos com boas


capacidades intelectuais, normalmente conseguem elaborar raciocínios mais
elaborados e adequados, resolvem os problemas num ritmo mais rápido e com
menos erros e fazem melhores transferências de conhecimentos.

Por outro lado, a capacidade de aprender melhora progressivamente a par do


desenvolvimento intelectual em domínios como a percepção, memória,
estruturação mental e natureza do pensamento.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

FACTORES PESSOAIS NA APRENDIZAGEM

“Existem sujeitos impulsivos e sujeitos reflectivos, sujeitos que exigem clareza,


outros que toleram a ambiguidade, sujeitos que visam o definitivo e os que se
contentam com o provisório” (Droz, R. & Richelle, M., in Psicologia, 1994).

Existem formas personalizadas de lidar com as tarefas, de concentração, de


análise dos assuntos, de desenvolver estratégias mentais, de memorização e
recordação da informação… Cada um de nós organiza e gere o seu próprio
processo de aprendizagem em função das necessidades pessoais e das
situações!

A capacidade de aprender varia de pessoa para pessoa, mas também pode


variar no mesmo sujeito em função de diferentes momentos de vida e em
diferentes tarefas.

Estilos Cognitivos

De entre os factores pessoais que influenciam a Aprendizagem destacam-se


os Estilos Cognitivos que conjugam factores intelectuais e de personalidade.

Os estilos cognitivos variam em função da organização e funcionamento


intelectual. Uma das características que diferencia os estilos cognitivos é o
pensamento convergente e divergente. Para o mesmo problema algumas
pessoas encontram apenas uma solução (convergente) enquanto que outras,
de forma criativa, encontram várias soluções (divergente).

Locus de Controlo

O locus de controlo é uma variável que pode também interferir na


aprendizagem. Pode ser interno ou externo. São definidos como internos, os
sujeitos que se auto-atribuem a responsabilidade sobre fracassos, êxitos e
outros factos (ex.: “Não sabia responder porque não estudei o suficiente!”).

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Teorias e Factores da Aprendizagem

O locus de controlo externo está associado aos indivíduos que geralmente


atribuem a factores externos, que não podem dominar, os resultados obtidos
(ex.: “Tive sorte neste teste!”).

Existem grandes diferenças nas aprendizagens entre as pessoas que


geralmente assumem ou não os êxitos e/ou os fracassos.

Motivação

“Querer é poder!”
Quantas vezes já não ouvimos expressões como “…para deixar de fumar, o
importante é querer mesmo fazê-lo!”. A motivação tem sido definida como uma
tensão interna que nos leva a agir com dinamismo e empenho numa
determinada direcção. Na pedagogia o tema da motivação tem sido explorado
com o objectivo de se aplicarem técnicas de motivação para incentivar os
formandos ou estimular a vontade de aprender. Passou a valorizar-se a forma
como os conteúdos são apresentados, os recursos didácticos utilizados, o
clima interpessoal criado no contexto formativo/educacional, entre outros
aspectos, de forma a aumentar os níveis de motivação dos formandos. A
conjugação de factores internos (motivação intrínseca) com factores externos
(motivação extrínseca) aumenta a motivação. Realça-se a importância do aluno
querer aprender e do seu papel activo no processo de aprendizagem.

Aprendizagem Anterior e Experiência

Não se aprende no vazio. As situações vivenciadas influenciam as nossas


atitudes face às aprendizagens, quer em relação aos conteúdos, quer aos
métodos utilizados. Geralmente interessamo-nos por assuntos que nos dão
prazer!

As aprendizagens anteriores interferem também no processo de transferência


dos conteúdos, processos, habilidades para outras situações semelhantes. A

26
Teorias e Factores da Aprendizagem

transferência pode ser positiva quando favorece a aprendizagem (ex.: aprender


a andar de bicicleta ajuda a aprender a conduzir uma moto); ou negativa
quando inibe novas aprendizagens (ex.: saber andar de bicicleta dificulta a
aprendizagem de andar de barco, porque se queremos virar para a esquerda
temos que virar o leme para a direita).

FACTORES SOCIAIS

Um outro factor importante no desenvolvimento da aprendizagem, no que se

refere aos factores sociais, é a variedade dos estímulos decorrentes do meio,

especialmente na primeira infância:

ƒ quantidade de estímulos que as crianças recebem no aspecto do

desenvolvimento verbal;

ƒ quantidade de afecto pelas suas proezas de raciocínio verbal;

ƒ encorajamento no sentido da aquisição de novas competências.

A diversidade de valores, interesses, aspirações e atitudes dos formandos que


advêm de meios socioculturais e familiares diferentes pode dificultar a
aprendizagem, caso o formador não saiba aproveitar e rentabilizar a
heterogeneidade do grupo. A integração das diferenças deve contribuir para a
valorização de todos os formandos, facilitando-se assim o processo de ensino -
aprendizagem. Apesar de os antecedentes culturais e o acesso aos recursos
disponíveis no meio envolvente poderem criar diferenças entre os formandos,
compete ao formador esbater as diferenças e proporcionar condições
equalitárias de aprendizagem.

27
Teorias e Factores da Aprendizagem

Memória

Memória e aprendizagem estão intimamente relacionadas. A capacidade de


aprender está dependente da capacidade de memorização e vice-versa.

Os estudos sobre memória identificam três níveis de recordação das


experiências que vivemos:

ƒ Memória Sensorial, relacionada com a percepção do indivíduo, ou


seja, todas as aquisições sensoriais que fazemos e que podem ser
rapidamente esquecidas;

ƒ Memória a Curto Prazo retém informações que passam da


memória sensorial durante um período mais prolongado, mas que
também pode ser esquecida ao fim de um certo tempo;

ƒ Memória a Longo Prazo retém as informações percepcionadas,


seleccionadas e codificadas de uma forma permanente.

Durante a exposição a estímulos, informações ou experiências, o input


sensorial é retido muito brevemente, no respectivo sistema. Esses input são
filtrados pelos mecanismos de motivação, da percepção, da atenção, da fadiga,
entre outros factores. Num momento seguinte, a informação é reconhecida,
apreendida e codificada e só então é encaminhada para armazenamento e
retenção temporária (MCP) e/ou permanente (MLP). As informações
arquivadas na MLP servem para utilização futura e são recuperadas por
associações. As respostas ou as recordações constituem o output.

28
Teorias e Factores da Aprendizagem

IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO

Tendo em conta a influência da memória, a eficácia da formação pode


depender de:

ƒ Tipo de estimulação sensorial;


ƒ Passagem das informações da memória a curto prazo para a
memória a longo prazo.

Sugere-se então a…

1. Utilização em momentos - chave, de projecções multimédia.

Vantagens:

ƒ Estimulação sensorial e emocional;


ƒ Melhor compreensão da informação;
ƒ Melhor recuperação (apelo à memória visual e auditiva)

2. Diversificação das estratégias pedagógicas:


ƒ Mudar a frequência e ritmo da exposição;
ƒ Alternar metodologias e meios de apoio pedagógico;
ƒ Utilizar a estudos de caso, simulações, jogos…
ƒ Averiguar compreensão e apreensão conteúdos (questões,
recapitulações, exercícios…)

Vantagens:

ƒ Potencia o processo de ensino - aprendizagem.

…e porque nem toda a informação transmitida é apreendida e retida, o


formador deve ter em conta:

ƒ O período do dia;
ƒ O tempo de duração da sessão;
ƒ As expectativas;
ƒ A mobilização e o interesse dos formandos;
ƒ Os conhecimentos, experiências e práticas dos formandos.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

OS FACILITADORES DA APRENDIZAGEM

No sentido de facilitar a actuação do formador enquanto “transmissor de


conhecimentos” vamos abordar agora variáveis cuja utilização prática por parte
deste poderá facilitar a aprendizagem:

Motivação

Actividade

Conhecimento dos Objectivos

Conhecimento dos Resultados

FACILITADORES
DA Reforço
APRENDIZAGEM

Domínio dos pré-requisitos

Estruturação

Progressividade

Redundância

A aplicação destes factores (entre outros) implica maior facilidade na


descodificação das mensagens, na percepção da sua utilidade, mesmo, na
relação interpessoal que o formador deverá manter com os grupos.

Vejamos em pormenor:

30
Teorias e Factores da Aprendizagem

MOTIVAÇÃO

Não nos interessam neste momento os factores de motivação inerentes aos


gostos, necessidades e aspirações de cada um dos elementos do grupo.
Interessam-nos, isso sim, os factores de motivação comuns a todos os
indivíduos pois são estes que permitem a estreita ligação entre o formador e o
grupo.

Desta forma e lembrando que o ciclo de motivação implica uma relação entre
estímulos desencadeadores e comportamentos motivados visando a
satisfação de necessidades:

Estímulo Necessidade
Estabilidade Comportamento Objectivo
Emocional

Podemos concluir que o formador poderá sempre motivar um grupo no sentido


de o fazer agir para alcançar resultados.

Para tal deverá em primeiro lugar analisar a relação entre o grupo e o tema
para concluir se a motivação intrínseca (inerente ao próprio tema) é
suficiente para fazer “mover” o grupo de formandos. Quando esta
motivação está presente o trabalho do formador é bastante facilitado.

Se o tema não for, por si só, suficientemente motivador o formador poderá


recorrer à motivação extrínseca (fora do próprio tema).

31
Teorias e Factores da Aprendizagem

Para tal, e deixando de fora os factores individuais, poderá recorrer às


seguintes variáveis:

Curiosidade

Sucesso Pessoal

Desenvolvimento

Realização
MOTIVAÇÕES
COMUNS
Competição

Presença no Grupo

Utilidade

Percepção das Finalidades

Acessibilidade

Sabendo que estes factores são comuns a todos os indivíduos em termos de


motivação, o formador poderá mais facilmente relacionar-se com o grupo e
fazer passar a sua mensagem.

Repare-se que a maioria destes factores vão ao encontro das características


da aprendizagem enquanto processo.

32
Teorias e Factores da Aprendizagem

Para além destas possibilidades o formador poderá contar com um grupo


motivado sempre que a formação conte com:

VOLUNTARIADO

OBJECTIVOS DEFINIDOS

MÉTODOS PARTICIPATIVOS

ANIMADORES COMPETENTES

TEMÁTICAS PERTINENTES

AUTO-AVALIAÇÃO

FORMAÇÃO FORA DO LOCAL DE TRABALHO

ARTICULAÇÃO FORMAÇÃO/CARREIRA

BOA ORGANIZAÇÃO

Os elementos atrás referidos podem não estar todos presentes. No entanto, o


seu levantamento e análise permitem que o formador possa atenuar eventuais
elementos desmotivadores.

ACTIVIDADE

O formador tem de estar preparado, para além de ser um detentor de


conhecimentos, para ajudar, controlar, facilitar, animar a sintetizar os trabalhos
individuais e em grupo dos participantes.

APOIO

CONTROLO

FORMADOR
FACILITADOR ANIMAÇÃO

REGULAÇÃO

SÍNTESE

33
Teorias e Factores da Aprendizagem

CONHECIMENTO DOS OBJECTIVOS

Este factor é bastante mais importante nos grupos de adultos do que nos
grupos de jovens. Na realidade, enquanto que os jovens, pelo facto de serem
mais impulsivos e de não terem tantos planos objectivos a longo prazo, estão
mais disponíveis para irem descobrindo os conhecimentos de forma mais ou
menos aleatória, os adultos pelo contrário sentem necessidade de saber com
precisão e clareza quais os objectivos que o formador se propõe atingir.

Neste sentido é aconselhável a tradução dos objectivos gerais em objectivos


operacionais: em comportamentos esperados.

Ao comunicarmos os objectivos estamos simultaneamente a revelar eventuais


formas de avaliação e controlo e consequentemente a:

ƒ Tornar o formando mais consciente do que lhe vai ser exigido;

ƒ Marcar pontos de referência para que ele possa calcular, avaliar e


ajustar os seus progressos;

ƒ Distinguir os elementos essenciais dos periféricos;

ƒ Dar a possibilidade de homogeneização dos grupos através do


doseamento dos esforços

Em conclusão, ao definirmos e comunicarmos os objectivos da formação


estamos a aumentar as possibilidades de sucesso dos formandos.

CONHECIMENTOS DOS RESULTADOS

Por vezes, os formandos apesar de terem conhecimento concreto dos


objectivos da formação têm dificuldades em medir a sua progressão.

34
Teorias e Factores da Aprendizagem

Na maioria dos casos não estamos perante uma menor capacidade de auto-
análise mas sim numa situação de angústia em que o formando questiona a
validade da sua análise face à opinião do formador.

Sempre que tal acontece (e nos adultos é menos frequente que nos jovens), o
formador deverá informar de forma rigorosa os resultados/objectivos que os
seus formando conseguirem/obtiverem.

Desta forma permitimos a compreensão por parte dos formandos, não só do


que eles aprenderam, em termos quantitativos, mas também do modo como o
fizeram (área comportamental).

Esta atitude do formador funciona, inclusivamente, como reforço das respostas


adequadas, aumentando, consequentemente o seu número.

ESTÌMULO

Independentemente das teorias psicológicas do estímulo vamos abordar esta


variável no contexto da formação e da relação Formador/Formando. Neste
sentido consideramos três tipos de estímulo bem como as suas influências no
comportamento dos formandos:

POSITIVO

NEGATIVO
Estímulo

AUSENTE

Consideramos estímulo as atitudes de aprovação, reprovação ou indiferença


que o formador adopta face aos comportamentos dos seus formandos e que
tem como objectivo a continuidade ou abandono de comportamentos destes
últimos.

35
Teorias e Factores da Aprendizagem

Desta forma, o estímulo positivo poderá ser confundido com a recompensa; o


estímulo negativo com a punição e, a ausência de reforço com a indiferença.

Em termos práticos, e com grupos de adultos, o reforço positivo é o único que


aumenta a coesão interna do grupo por identificação. De qualquer forma este
tem que ser gerido de forma a não provocar rivalidades ou descontentamentos
internos.

O estímulo negativo implica sempre uma reacção afectiva negativa por parte
dos formados. Esta reacção por ser duradoura pode provocar instabilidade no
seio do grupo. É nossa opinião que o estímulo negativo deverá, sempre que
possível, ser dado de forma positiva, isto é, realçando, por muito ténues que
sejam os pontos positivos do formando.

Ausência de estímulo, por seu lado, é a forma menos aconselhável, do ponto


de vista do formador, de reagir aos comportamentos dos formandos na medida
em que o sentimento provocado pelo abandono é sempre negativo e pode
levar a comportamentos desviados por parte dos formandos.

Este tipo (quando o formador dá todos os sinais de ter percebido a mensagem


mas não reage) é bastante mais forte do que a ausência de reforço provocada
pela não recepção da mensagem.

DOMÍNIO DOS PRÉ-REQUISITOS

Os pré-requisitos são as capacidades ou os conhecimentos prévios


indispensáveis aos exercícios e actividades supostas para uma dada
aprendizagem.

É lógico portanto que para que haja eficácia na formação profissional o


formador deverá verificar se os seus formando dominam os pré-requisitos
necessários para a continuidade da aprendizagem.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

ESTRUTURAÇÃO

Estruturar um tema de formação implica ordenar sequencialmente o tema a


abordar.

Quer relativamente ao programa quer relativamente à sua coerência interna e,


ainda à ligação posterior que a aprendizagem terá com a vivência profissional
dos formandos.

Desta forma a estruturação implica:

Relacionar o tema c/ os pré-requisitos

ANTES Tornar perceptível as metas da


aprendizagem

Partir do Global (conceitos latos)

Organizar o tema em categorias lógicas

ESTRUTURAÇÃO DURANTE

Interligar os diversos subtemas

Apoiar as Atitudes Exploratórias

Apelar à reestruturação dos


DEPOIS conhecimentos

37
Teorias e Factores da Aprendizagem

PROGRESSIVIDADE

A aprendizagem pode ser feita de forma estruturada mas a sua estrutura deve
ser progressiva, isto é, a matéria deve ser apresentada numa sequência
crescente relativamente a:

ƒ Dificuldade
ƒ Quantidade
ƒ Estruturação
ƒ Actividade
ƒ Expectativa

Por outras palavras o formador deverá apresentar o tema em quantidades


inicialmente pequenas e de reduzida dificuldade. Deverá também apresentar
estruturas lógicas simples no início bem como dosear a quantidade de
exercícios a realizar.

Neste último ponto (exercícios), o formador deverá apoiar inicialmente os


formandos e não criar grandes expectativas relativamente aos produtos finais
desses trabalhos.

REDUNDÂNCIA

A repetição de um conceito ou de um comportamento facilita a sua


memorização e reprodução diminuindo desta forma o tempo de execução.

A redundância para ser eficaz deve ser realizada sob formas diferentes ou em
contextos novos como forma de tornar mais familiar o aprendido, enriquecer os
significados e facilitar a transferência para situações novas.

A redundância pode ser utilizada através do recurso a exercícios e trabalhos de


grupo, levando desta forma a que seja o próprio formando a reestruturar os
conceitos aprendidos.

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Teorias e Factores da Aprendizagem

Verificação de Conhecimentos III

Exercício 3
Deixando de fora os factores individuais, o formador poderá recorrer à
motivação extrínseca.
Complete o seguinte diagrama com as variáveis em falta:

MOTIVAÇÕES
COMUNS

Desenvolvimento

Percepção das Finalidades Utilidade

Exercício 4

A aprendizagem depende vários factores, pessoais e sociais.


Complete o seguinte diagrama com os factores correspondentes:

Factores da Aprendizagem

Factores Factores
Pessoais Sociais

ƒ _____________ ƒ _____________

ƒ _____________ ƒ _____________

ƒ _____________ ƒ _____________

ƒ _____________

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Teorias e Factores da Aprendizagem

Proposta de Correcção

Verificação de Conhecimentos I
Exercício 1
Leia com atenção todo o exercício antes de responder.
Ligue as duas colunas, fazendo corresponder a cada afirmação a teoria que a fundamenta:
AFIRMAÇÕES TEORIAS
A aprendizagem ocorre com a generalização a partir
de estímulos idênticos. Aprendizagem Social
Ver pág. 13
A aprendizagem ocorre por tentativa e erro. Cognitivismo
Ver pág. 15
A aprendizagem processa-se através de mecanismos Condicionamento
de adaptação. Operante Ver pág. 10
A aprendizagem decorre de respostas e estímulos
reforçadores. Teorias Humanistas Ver
pág. 16
A aprendizagem centra-se no aprendente e constitui Condicionamento
uma experiência individual. Clássico Ver pág. 7
A aprendizagem resulta da interacção e da imitação
social.

Verificação de Conhecimentos II
Exercício 2 - Ver pág. 22
Leia todo o exercício com atenção antes de iniciar a sua resolução
Classifique cada actividade quanto aos processos cognitivos e tipo de actividade,
inscrevendo uma (X) nas células correspondentes
Processos Cognitivos Tipos de Actividades
Aprendizagem Aprendizagem Por Por Por
Automática Significativa Recepção Descoberta Descoberta
Guiada Autónoma
Aprendizagem da tabuada X X
Clarificação das relações entre X X
conceitos
Pesquisa ou investigação X X
científica
Solução tipo quebra-cabeças X X

Execução das instruções X X


seguindo um plano definido
Aplicação de fórmulas para a X X
solução de problemas

Verificação de Conhecimentos III


Exercício 3 - Ver pág. 33
Deixando de fora os factores individuais, o formador poderá recorrer à motivação extrínseca.
Complete o seguinte diagrama com as variáveis em falta:

Motivações Comuns:
ƒ Curiosidade
ƒ Desenvolvimento
ƒ Sucesso Pessoal
ƒ Realização
ƒ Competição
ƒ Presença
ƒ No Grupo
ƒ Utilidade
ƒ Percepção das Finalidades
ƒ Acessibilidade

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Teorias e Factores da Aprendizagem

Exercício 4
A aprendizagem depende vários factores, pessoais e sociais.
Complete o seguinte diagrama com os factores correspondentes:

FACTORES DA APRENDIZAGEM
Factores Pessoais Ver pág. 26
ƒ Estilos Cognitivos
ƒ Locus de controlo
ƒ Motivação
ƒ Aprendizagem anterior
Factores Sociais Ver pág. 28
ƒ Estímulos
ƒ Afecto
ƒ Encorajamento

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Teorias e Factores da Aprendizagem

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CRÉDITOS

Coordenação: Dr. Gaspar Ferreira


Revisão: Dra. Ana Vaz e Dra. Carla Cerqueira
Concepção: Dra. Ana Vaz

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