Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA DE QUÍMICA

Disciplina: / EQN

Produção de Acetona, Butanol e Etanol


(ABE) por Clostridium

CÓDIGO:
PROFESSOR:

ALUNOS:
1. Produto
A fermentação e obtenção de Acetona-Butanol-Etanol (ABE) a partir de culturas
puras de Clostridium é um processo industrial utilizado desde a metade do século 20
para a produção de solventes.
Esses solventes podem ser usados na indústria ou como fonte de energia. O
processo de fermentação ABE é mais complicado que a fermentação do etanol isolado,
e há um serio problema de inibição em baixas concentrações de butanol. O total de
solventes (Acetona-Butanol-Etanol) raramente excede 20 g/L. Isto indica que somente
baixas concentrações de açúcares podem ser fermentados. Por consequência, há
grandes volumes para processos downstream e tratamento de águas residuárias.
Originalmente, o produto principal desejado era a acetona para a produção de
explosivos durante a Primeira Guerra Mundial. Após a guerra, aumentou-se a demanda
por butanol, e em 1945, 65% de todo butanol era obtido por processo ABE. Foi neste
período que a fermentação ABE atingiu o segundo lugar num ranking de escala de
produção e importância, ficando atrás somente da fermentação etanólica.
A partir de 1950, rotas derivadas do petróleo se tornaram economicamente
competitivas e além disso, a principal matéria prima era o melaço que aumentou de
preço devido a demanda para alimentação animal. Esses dois fatores levaram ao fim da
fermentação industrial ABE na maior parte do mundo.
A crescente demanda por energias renováveis para mitigar a emissão dos gases
do efeito estufa tem incentivado o desenvolvimento de novas tecnologias e o
aperfeiçoamento de processos já estabelecidos. Por esta razão, a fermentação ABE tem
recebido um novo olhar para a produção do butanol, que tem uma enorme gama de
aplicações energéticas e industriais. Butanol tem sido considerado um melhor
biocombustível que o etanol devido a sua maior densidade energética e por ser menos
higroscópico. Porém, para tornar a fermentação ABE um processo viável, são
necessários altos rendimentos de butanol e isso é geralmente atingido por engenharia e
modificação genéticas das cepas de Clostridium empregadas.
Devido à acetona não poder ser utilizada como biocombustível devido a sua
corrosividade para peças compostas por borracha ou plástico, sua produção necessita
ser minimizada ou suprimida a fim de não reduzir os rendimentos de butanol por
unidade de massa de substrato utilizada, pode-se também converter a acetona em
isopropanol por engenharia metabólica, utilizando-o como aditivo, a mistura obtida
isopropanol, butanol, etanol (IBE) pode ser diretamente aplicada como biocombustível.

2. Cepa Cultivada
Butanol, acetona e etanol são produzidos naturalmente por diferentes espécies do
gênero Clostridium, podem-se citar: Clostridium acetobutylicum, Clostridium
beijerinckii, Clostridium saccharobutylicum e Clostridium
saccharoperbutylacetonicum. Atualmente, já existe um número considerável de
trabalhos utilizando espécies geneticamente modificadas como Clostridium
beijerinckii, entretanto, a espécie de ocorrência natural, C. acetobutylicum, ainda é a
mais estudada e já aplicada em larga escala para fermentação ABE.
Clostridium acetobutylicum é uma espécie de bactéria que fermenta açúcares em
uma mistura de solventes orgânicos(ABE), sendo classificada como
quimiorganotrófica. Ela obtém energia via fosforilação, o substrato age como doador e
aceptor de elétrons. Em particular, C. acetobutylicum necessita de carboidratos como
fonte de carbono e energia para sobrevivência.
Bioprodutos distintos são obtidos em diferentes fases de crescimento deste
microorganismo. Durante a fase exponencial, ocorre fixação de nitrogênio e formação
de produtos primários como acetato e butirato, em seguida, a célula entra na fase
estacionária, onde obtêm-se picos de produção de butanol e acetona. Essa separação
temporal é vantajosa para evitar competição entre os dois processos.
C. acetobutylicum são bacilos gram-positivos, formadores de esporos e
normalmente, anaeróbios obrigatórios. Eles podem sobreviver por algumas horas
somente em condições aeróbias, nas quais há a formação de endoesporos que podem
perdurar por anos mesmo nestas condições ambientais severas.
Ela não apresenta atividade da enzima catalase, importante para organismos
aeróbios para conversão de peróxido de hidrogênio em água e oxigênio; porém
apresenta enzimas que o permitem sobreviver em ambientes microtóxicos, como por
exemplo, a superoxido dismutase.

3. Matéria-prima
C. acetobutylicum é capaz de usar um número de diferentes carboidratos como
energia e/ou fonte de carbono. Uma característica que torna este gênero de bactérias
especialmente interessante para a produção de butanol: sua capacidade de metabolizar
diferentes fontes de carbono como hexoses (glicose, frutose, galactose, manose,
sucrose, lactose), pentoses (xylose e arabinose) e fontes de amido sem a necessidade de
hidrólise dos polímeros de açúcares.

4. Escala e forma de produção

Escala de bancada
Produção em batelada alimentada.

5. Material / Geometria

Vidro borosilicato
Geometria cilíndrica.

6. Configuração e acessórios
Tanque com agitação mecânica

pH-metro, termômetro, filtros de particulados, condensador, banho-maria, bomba


peristáltica, tubos de silicone.

7. Instrumentos e controles

HPLC com coluna de troca iônica e detectores de índice de refração e UV/visível

Espectrofotômetro capaz de medir absorbância em 600 nm

Centrífuga de bancada com capacidade mínima de 5,000g


Analisador bioquímico com membranas de glicose

Você também pode gostar