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Figura 1.

40 | Detalhe construtivo de uma matriz com núcleo de metal duro

Fonte: Adaptado de <https://goo.gl/CE7P8P>. Acesso em: 6 maio 2017.

Agora que você já conhece bem a principal ferramenta


utilizada na trefilação, que tal conhecer quais são os equipamentos
empregados nesse tipo de conformação?
Na trefilação, os equipamentos são definidos de acordo com
os produtos a serem fabricados. São conhecidos dois grupos
básicos de equipamentos de trefilação: as trefiladoras de bancada
e as trefiladoras de tambor.
No trabalho com arames, as reduções proporcionadas
pela matriz são dadas em função do diâmetro a ser trefilado e,
geralmente, estão na faixa de 20% a 50% por passe para bitolas
grossas e de 15% a 25% por passe para bitolas de arames finos.
Vamos então conhecer um pouco mais sobre cada um desses
grupos de trefiladoras.
Como é uma trefiladora de bancada? Como esse equipamento
funciona?
Uma trefiladora de bancada deve ser utilizada para produzir
peças não bobináveis, como barras e tubos, cujo comprimento
final é definido e limitado. As forças de tração utilizadas nos
bancos de estiramento podem ser superiores a 100 toneladas, e
as velocidades empregadas possuem um amplo campo, podendo
variar de 10 a 100 metros por minuto nas trefiladoras de bancada.
Esses equipamentos são constituídos, como pode ser visto
na Figura 1.41, por algumas partes principais: estrutura, fieira
(matriz), mordaça, gancho e corrente sem-fim. Para alimentar o
equipamento com o fio-máquina, é necessário construir uma ponta
no início material, o que pode ser feito através de uma operação
de forjamento rotativo ou por usinagem. Ela é utilizada para passar

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o fio-máquina através do orifício da matriz, que é fixado nas
garras de tração ou mordaça existentes no banco de estiramento
e tracionado quando um mecanismo hidráulico ou mecânico
existente é acionado. Nesse momento, o carro que fixa a mordaça
inicia um deslocamento linear através de barramentos ou trilhos,
no sentido oposto à matriz, tracionando o fio-máquina em direção
a essa matriz e, assim, forçando a passagem do metal através do
orifício da matriz, gerando sua redução e, automaticamente, o
produto acabado.

Figura 1.41 | Bancada de trefilação

Fonte: <https://goo.gl/4nBCgh>. Acesso em: 6 maio 2017.

E as trefiladoras de tambor, como são constituídas? Como


funcionam? Vamos conhecê-las?
As trefiladoras de tambor são utilizadas para os produtos
bobináveis, cujo grupo é composto por fios e arames. As forças de
tração utilizadas nos bancos de estiramento também podem ser
superiores a 100 toneladas, e as velocidades empregadas possuem
um amplo campo, podendo variar de 9 a 1.500 metros por minuto.
As trefiladoras de tambor são classificadas em três grupos
distintos: a simples, que possui apenas um tambor e é utilizada
para trefilar arames grossos; a dupla, que serve para trefilar arames
médios; e as múltiplas ou contínuas, que manufaturam arames
médios e finos. Veja esses três grupos de trefiladoras nas Figuras
1.42, 1.43, 1.44 e 1.45.

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Figura 1.42 – Trefiladora de tambor simples

Fonte: <http://www.uff.br/ief/index.php?pagina=conformacao_trf_equipamentos>. Acesso em: 6 maio 2017.

Figura 1.43 | Trefiladora de tambor dupla

Fonte: <http://www.uff.br/ief/index.php?pagina=conformacao_trf_equipamentos>

Figura 1.44 | Trefiladora de tambor múltipla

Fonte: <https://goo.gl/5GmY6X>. Acesso em: 6 maio 2017.

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Figura 1.45 | Trefiladora tambor múltipla

Fonte: <http://jw-burton.com/profile/customizing/214801/0>. Acesso em: 6 maio 2017.

No processo de trefilação em que são utilizadas as trefiladoras


de tambor, as máquinas são tipicamente rotativas. Dependendo
do seu grupo, elas podem operar de forma simples ou por meio
de vários conjuntos de fieira e matriz, como é o caso da múltipla.
Ainda sobre esse grupo de trefiladoras, existem máquinas de trefilar
sem e com deslizamento, conforme apresentado nas Figuras 1.46
e 1.47 respectivamente. Na máquina sem deslizamento, o fio é
tracionado através do orifício da fieira com a utilização de um
anel tirante, também conhecido como tambor, que inicialmente
acumula o fio trefilado e só então libera o seu movimento em
direção à próxima fieira, daí o termo sem deslizamento, conforme
se pode ver na Figura 1.46.
Já na máquina com deslizamento, o fio-máquina que parte de
uma desbobinadeira é alinhado em uma roldana e se desloca à
primeira fieira. Ao sair dessa fieira, o fio recebe o tracionamento
proveniente de um anel tirante, ou tambor, e dá algumas voltas
em formato de hélice nesse anel, lembrando que o passo utilizado
equivale ao diâmetro do fio e que deve existir um alinhamento
do início da hélice com a primeira fieira e do fim da hélice com
a segunda fieira. O segundo anel, que gira com uma velocidade
maior que o primeiro devido ao aumento do comprimento do
fio-máquina obtido no processo, trabalha para que o fio passe

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pela segunda fieira, observando-se as mesmas características
citadas quanto ao primeiro conjunto de fieira-anel tirante. Para
outros conjuntos postados em série no processo de trefilação, as
características citadas deverão se repetir.

Figura 1.46 | Máquina de trefilar sem deslizamento com duas fieiras

Fonte: Kiminami (2013, p. 91).

Figura 1.47 | Máquina de trefilar com deslizamento com duas fieiras

Fonte: Kiminami (2013, p. 92).

Você acredita que, em um processo de trefilação, é necessária


a lubrificação do fio-máquina? A resposta é sim, pois a lubrificação
tem a finalidade de reduzir o atrito existente entre o fio-máquina e
o cone de redução e, assim, facilitar a passagem do fio-máquina
através da matriz. O ângulo de entrada da matriz também tem
como finalidades facilitar a lubrificação e a passagem do metal. O

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