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CAMPINAS
2017
RESUMO
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1.1 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2 Revisão Bibliográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.1 Cinemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.2 Dinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.2.1 Corpo 1 - Manivela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.2.2 Corpo 2 - Biela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.2.3 Corpo 3 - Pistão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.3 Curva de Pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.4 Acionamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.4.1 Motor Assíncrono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.4.2 Motor síncrono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.5 Vibrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.5.1 Equação de estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.5.2 Integral de convolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4 Análise e interpretação dos resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.1 Dinâmica de Máquina Assíncrona . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.1.1 Validação modelo dinâmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.2 Vibrações no Compressor Alternativo Assíncrono . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.3 Dinâmica de Máquina Síncronas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.4 Vibrações no Compressor Alternativo Síncrono . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.1 Próximas Etapas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4
1 INTRODUÇÃO
Não se sabe desde quando a humanidade utiliza gás pressurizado, porém pode-se
dizer que se tornou um recurso presente no dia a dia de todos. Exemplos de utilizações estão
nos refrigeradores, ar-condicionados, aspiradores de pó, entre outros.
Acredita-se que o primeiro instrumento de compressão de gás tenha sido o fole,
onde através de uma sanfona, pressuriza-se o ar e o mesmo era liberado de forma direcionada
por um tubo. Este instrumento era utilizado para aumentar temperatura do forno de forja. A Fig.
1 apresenta foto de um fole de forja.
kgf/cm2 ), média pressão (até 10 kgf/cm2 ), alta pressão (até 100 kgf/cm2 ) e muito alta pressão
(acima de 100 kgf/cm2 ).
Ambos os autores classificam de formas diferentes, este trabalho simula compres-
sores que pressurizam gás com intuito de refrigeração, que segundo Bertot (1989) são compres-
sores de baixa pressão e segundo Costa (1978) são máquinas de média pressão. Compressores
alternativos duplo-efeito com dois-estágios utilizados em refrigeração, segundo Moreira (1991)
operam usualmente em uma compressão de até 12 kgf/cm2 .
A carga da compressão do gás pode idealmente ser descrito por um ciclo termodi-
nâmico isentrópico de gás ideal em quatro etapas: sucção, compressão, descarga e expansão.
Este processo está posteriormente descrito detalhadamente.
Por se tratar de uma carga cíclica agindo sobre uma máquina alternativa se prevê
problemas de vibrações. Wachel e Tison (1993) citam como principais causas de falhas de má-
quinas alternativas estas vibrações, que causam fadigas nos componentes, vazamentos e ruídos.
○
R
Petrobras (Petróleo Brasileiro S.A) utiliza estes compressores alternativos para
comprimir gases de refrigeração de bombas e outros equipamentos, assim como para distribui-
ção de gás natural em seus gasodutos.
Existe um problema de falhas nestes compressores, especialmente no surgimento
de trincas nos virabrequins ou no acoplamento entre máquina de acionamento e compressor al-
ternativo. Por este motivo, foi firmado uma parceria entre Unicamp (Universidade Estadual de
○R
Campinas) e Petrobras com intuito de desenvolver um software que permita simular as vibra-
ções torcionais causadas em diferentes operações dessas máquinas. Sendo esta, uma possível
causa dos problemas levantados.
O modelo que será apresentado nesta dissertação foi dividido em sete etapas, sendo
estas: cinemática, dinâmica, termodinâmica, acionamento, vibrações, tensões e fadiga.
Na cinemática calcula-se as posições, velocidades e acelerações dos componentes
da máquina, referente a seus movimentos de translações e rotações. Os componentes são: pistão,
biela e manivela (virabrequim).
Através do cálculo do ciclo termodinâmico de trabalho da compressão, tendo o mo-
delo cinemático da máquina e conhecendo o comportamento mecânico do motor elétrico de aci-
onamento é possível, assumindo algumas hipóteses, calcular os torques aplicado na máquina, as
cargas de cada conjunto manivela-biela-pistão e forças aplicadas sobre mancais e acoplamento.
O modelo de vibrações torcionais foi dividido em alguns GL (Graus de Liberdade):
Motor elétrico de acionamento, acoplamento, volante de inércia e cada conjunto manivela-biela-
pistão. Calcula-se através do modelo as frequências naturais, os modos de vibrar, as amplitudes
angulares de vibrações no virabrequim e os torques causados pelas vibrações entre cada GL.
As tensões e fadigas são modeladas a partir de uma aproximação do virabrequim
Capítulo 1. Introdução 7
1.1 Objetivos
Esta dissertação tem como objetivo geral modelar e simular as vibrações torcionais
no virabrequim de compressores alternativos duplo-efeito e múltiplos-estágios em diferentes
regimes de operações.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3 METODOLOGIA
3.1 Cinemática
a
A
Y
r
CG L
X B
O
onde a simboliza a distância entre o centro de gravidade da biela com a conexão biela-manivela.
Derivando as Eqs. (3.1), (3.2), (3.3) e (3.4) em relação ao tempo, onde θ depende
Capítulo 3. Metodologia 11
cos θ
β̇ = λ θ̇ cos β, (3.5)
x˙B = −rθ̇ sin θ − Lβ̇ sin β , (3.6)
˙ = −rθ̇ sin θ − aβ̇ sin β e
xCG (3.7)
˙ =
yCG rθ̇ cos θ − aβ̇ cos β . (3.8)
Aplicando mais uma vez a derivada resulta nas acelerações angular e lineares, que
são:
3.2 Dinâmica
Fy2
Y Fx2
A
m1g r
Fx1 X
O
Fy1
A Figura 6 ilustra o diagrama de corpo livre da biela, indicando o seu peso próprio
(P2 ) e as reações nos olhais menor (F3x , F3y ) e maior (F2x , F2y ).
F3y
Y
F2y F3x
B
L
a X
F2x CG
A
m2g
~P2 − F ~3 = m2~a2 ,
~2 + F (3.15)
n oT n oT
sendo ~P2 = 0 −m2 g 0 ~3 = −F3x −F3y 0
o peso próprio da biela; F as reações
no olhal menor da biela; ~a2 é o vetor aceleração do centro de massa da biela.
Substituindo esses vetores na expressão anterior vem que
0
F 2x
−F 3x
xCG
¨
−m2 g + F2y + −F3y = m2 yCG ¨ . (3.16)
0 0 0 0
Capítulo 3. Metodologia 13
sendo ~β̇ a velocidade angular do corpo 2; I2 é o tensor de inércia do corpo em relação ao centro
de massa da biela; ~ρ2 = ~0 (SANTOS, 2001).
Como o tensor de inércia é calculado e assumindo que a biela é um corpo simétrico,
o tensor de inércia I2 é constante e diagonal, ou seja,
Ixx2 0 0
I2 = 0 Iyy2 0 .
0 0 Izz2
A Figura 7 ilustra o diagrama de corpo livre do pistão, o qual será modelado como
uma partícula.
F3y
F3x N
Fg
m3g
πd 2
Fg = P , (3.20)
4
sendo P a pressão no cilindro e d o diâmetro do cilindro. A obtenção da curva de pressão é
discutida na próxima seção.
C = PV n (3.21)
Determina-se a constante C para o ponto onde xB iguala xmax , posição onde a pres-
são é máxima e que corresponde a pressão projetada do compressor. Após o ponto de início
da expansão ser conhecido, traça-se uma curva que deve terminar no momento que a pressão
interna do cilindro iguale a pressão de admissão do fluido.
A segunda etapa é a sucção e pode ser aproximada como um processo isobárico,
onde a pressão durante toda a etapa é constante. Inicia-se no ponto final da expansão e termina
quando xB iguala o valor mínimo, obtendo assim o volume máximo da câmara.
Capítulo 3. Metodologia 15
Fg = Pt At − Ph Ah (3.23)
200
3.6 100
Pressão do gás [MPa]
3.4 50
3.2 0
Lado Haste
3 Lado Tampa
−50
2.8
−100
2.6
−150
2.4
2.2 −200
2 −250
0 50 100 150 200 250 300 350 0 50 100 150 200 250 300 350 400
Ângulo do virabrequim [Graus] Ângulo do virabrequim [Graus]
3.4 Acionamentos
sendo n o número total de cilindros e as forças F2xi e F i representam as forças que atuam no
2y
virabrequim a partir de cada cilindro. Salienta-se que o comprimento da biela, assim como a
posição do centro de massa, a massa e o momento de inércia podem ser diferentes para cada
cilindro. Isto também pode ocorrer na força Fg , caso a área ou/e a pressão atuante nos cilindros
sejam distintas.
800
700
600
τind 500
400
300
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600
nm
mios, de forma a descrever da melhor forma possível a curva apresentada na Fig. 10.
A partir das equações apresentadas na Seção 3.2, é possível obter uma equação
diferencial ordinária (EDO) que descreve a posição, a rotação e a aceleração angulares do vira-
brequim.
Para solucionar a Eq. (3.24), escreve-se todas as variáveis de forma a depender so-
mente das informações de massas, inércias, comprimentos e acelerações angulares e lineares.
Para isso, deve-se obter as expressões para as forças F2x e F2y em função de θ e outros parâme-
tros de entrada. Com base nas Eqs. (3.16), (3.17) e (3.19), encontram-se as seguintes expressões
para essas grandezas:
Com as equações anteriores, obtém-se a EDO com uma única variável dependente
θ . As massas, momentos de inércias e aceleração da gravidade são parâmetros de entrada.
As acelerações angulares e lineares são funções dos ângulos θ e β como pode ser visto na
formulação apresentada na Seção 3.1.
As acelerações linear e angular nas Eqs. (3.25) e (3.26) podem ser descritas como
a soma de uma função dependente de θ mais outra função dependente de θ vezes θ̈ . Sendo
Capítulo 3. Metodologia 18
β̈ = f1 (θ ) + g1 (θ )θ̈ (3.27)
x¨B = f2 (θ ) + g2 (θ )θ̈ (3.28)
¨ = f3 (θ ) + g3 (θ )θ̈
xCG (3.29)
¨ = f4 (θ ) + g4 (θ )θ̈
yCG (3.30)
onde
com
O motor elétrico síncrono possui rotação em torno de sua velocidade angular sín-
crona. A oscilação de rotação existente deve ser mínima, pois caso a velocidade angular de
operação seja diferente da síncrona, o motor elétrico perderia sua característica, podendo inclu-
sive reduzir a velocidade até seu desligamento.
Alguns artigos, como o escrito por Doherty e Franklin (1920) modelam a oscilação
de velocidade através de uma equação de um grau de liberdade, utilizando parâmetros como
Torque Síncrono (Ts ) e Torque Amortecido (Td ), que em uma equação massa-mola-amortecedor
são similares a rigidez e amortecimento mecânico, respectivamente.
O modelo de oscilação de velocidade angular do motor elétrico síncrono é dado por
θs = ωt, (3.47)
θ = θs + α, (3.54)
θ̇ = ω + α̇, (3.55)
θ̈ = α̈, (3.56)
3.5 Vibrações
I(2) Cilindros
Motor Volante
Acoplamento
I1 0 0 0 0 0 0
0 I2 0 0 0 0 0
0 0 I3 0 0 0 0
[M] = 0 0 0 I4 0 0 0 ,
0 0 0 0 I5 0 0
0 0 0 0 0 I6 0
0 0 0 0 0 0 I7
Cr1 −Cr1 0 0 0 0 0
−Cr1 Cr1 +Cr2 −Cr2 0 0 0 0
0 −Cr2 Cr2 +Cr3 −Cr3 0 0 0
[C] = 0 0 −Cr3 Cr3 +Cr4 −Cr4 0 0 e
0 0 0 −Cr4 Cr4 +Cr5 −Cr5 0
0 0 0 0 −Cr5 Cr5 +Cr6 −Cr6
0 0 0 0 0 −Cr6 Cr6
Kt1 −Kt1 0 0 0 0 0
−Kt1 Kt1 + Kt2 −Kt2 0 0 0 0
0 −Kt2 Kt2 + Kt3 −Kt3 0 0 0
[Kt ] = 0 0 −Kt3 Kt3 + Kt4 −Kt4 0 0 .
0 0 0 −Kt4 Kt4 + Kt5 −Kt5 0
0 0 0 0 −Kt5 Kt5 + Kt6 −Kt6
0 0 0 0 0 −Kt6 Kt6
Capítulo 3. Metodologia 22
{T (t)} = {0 Tm (t) 0 Mt1 (t) Mt2 (t) Mt3 (t) Mt4 (t)}T .
Os torques dos cilindros possuem sinais opostos ao torque aplicado pelo motor elétrico.
Nota-se que o sistema possui torques apenas nas inércias relativas aos cilindros i
com i = 1, . . . , 4 e ao motor elétrico.
Devido a natureza periódica da excitação, torna-se interessante representar os com-
ponentes harmônicos dos torques através da série de Fourier discreta, ou seja,
A0 12
Mti (t) = + ∑ [Ain cos nθ̇t + Bin sin nθ̇t], (3.59)
2 n=1
sendo n o número do harmônico. O cálculo dos termos A0 , Ain e Bin é definido em Ewins
(1995). A expansão da série é truncada na 12a ordem, pois a interpolação das curvas de pressão
e esforços com esse número de harmônicos é considerada satisfatória (MENDES, 2005). O
torque do motor elétrico é representado da mesma maneira.
A partir das relações de Euler, tem-se que
A0 12
Mti (t) = + ∑ [Cin einθ̇t +Cin einθ̇t ], (3.60)
2 n=1
Para um compressor de 4 cilindros, [A] é quadrada de ordem 14 e o vetor {b} possui dimensão
14 × 1.
Pode-se reescrever o vetor de excitações como
( )
b1 (t)
b(t) = ,
b2 (t)
ou ainda, n oT
b1 (t) = 0 0 0 0 0 0 0 ;
n oT
Tm (t) Mt1 (t) Mt2 (t) Mt3 (t) Mt4 (t)
b2 (t) = M −1 T (t) = 0 I2 0 I3 I4 I5 I6
.
b0 12
b(t) = + ∑ [bn einθ̇t + bn e−inθ̇t ], (3.62)
2 n=1
com oT
.
n
A0m A 01 A02 A03 A04
b0 = {0} .. 0 I2 0 I3 I4 I5 I6
;
oT
.
n
Cnm Cn1 Cn2 Cn3 Cn4
bn = {0} .. 0 I2 0 I3 I4 I5 I6
;
oT
.
n
C nm C n1 C n2 C n3 C n4
bn = {0} .. 0 I2 0 I3 I4 I5 I6
,
A resposta do sistema x(t) pode ser obtida, de acordo com Muller e Schiehlen
(1985), através da integral de convolução para Φ(t) = eAt . Assim,
Z t
x(t) = Φ(t)x(0) + Φ(t − τ)b(τ)dτ
0
1 t
Z
= Φ(t)x(0) + Φ(t − τ)b0 dτ
2 0
12 Z t n n
+ ∑ Φ(t − τ)(bn ei 2 θ̇ τ + bn e−i 2 θ̇ τ )dτ. (3.63)
n=1 0
12 Z t n n
x(t) = ∑ Φ(t − τ)(bn ei 2 θ̇ τ + bn e−i 2 θ̇ τ )dτ. (3.64)
n=1 0
Capítulo 3. Metodologia 24
n n
xn (t) = Fn bn e(i 2 θ̇ I)t + F n bn e(−i 2 θ̇ I)t − eAt [F n bn + F n bn ] (3.65)
gn = Fn bn e gn = F n bn . (3.66)
A partir daí, a resposta para uma ordem n pode ser calculada por (MENDES, 2005)
n n
xn (t) = gn ei 2 θ̇t + gn e−i 2 θ̇t − eAt (gn + gn ). (3.67)
n n
xn (t) = θn (t) = gn ei 2 θ̇t + gn e−i 2 θ̇t . (3.68)
q n
θn j = 2 [Re(gn j )]2 + [Im(gn j )]2 cos θ̇t − φn j . (3.69)
2
A fase é dada por
q
Θn j = 2 [Re(gn j )]2 + [Im(gn j )]2 = 2|gn j |. (3.71)
Capítulo 3. Metodologia 25
A equação (3.69) pode ser reescrita com o auxílio da equação (3.71) como
n
θn j (t) = Θn j cos θ̇t − φn j , (3.72)
2
fornecendo a resposta para cada grau de liberdade j e ordem n.
A resposta em frequência do problema é calculada a partir da equação (3.72)pois
foi construída uma matriz de resposta em função da frequência e do tempo. A resposta em
frequência neste caso, foi obtida com a escolha do maior valor de amplitude de vibração em
cada instante de tempo, obtendo-se de uma forma mais trabalhosa o resultado da equação (3.71).
A resposta total de cada grau de liberdade j = (1, . . . , GL) é dada por
12 12 n
θ j (t) = ∑ θn j = ∑ Θn j cos θ̇t − φn j . (3.73)
n=1 n=1 2
A expressão anterior permite obter para cada velocidade angular θ̇ , a resposta no tempo.
O torque atuante entre em duas fatias do virabrequim para cada rotação θ̇ é dado
por
Cilindro 1 Cilindro 2
Diâmetro do pistão (mm) 305 220
Soma de massa da biela e do pistão (kg) 303 268
Massa da biela (kg) 68 68
Raio da manivela (mm) 90 90
Razão raio manivela e comp. da biela 0,16 0,16
Espaço morto (%) 11 15
Pressão de sucção (bar g) 20,5 39,4
Pressão de descarga (bar g) 39,5 70,1
Expoente adiabático de compressão 1,35 1,35
Momento de inércia total do virabrequim (kg m2 ) 310
∙ A força do gás utilizando ciclo termodinâmico ideal apresentou resultado conforme ob-
tido em Pedreira (2013) e está ilustrada na Fig. 13.
Capítulo 4. Análise e interpretação dos resultados 27
4
x 10
3
1.5
0.5
0
0 100 200 300 400 500 600
Rotação do motor [rpm]
−1
−2
−3
0 50 100 150 200 250 300 350
Ângulo da manivela [graus]
Figura 13 – Soma das forças resistivas do gás aplicado nos pistões do compressor.
600
500
400
Rotação [rpm]
300
200
100
0
0 1 2 3 4 5
Tempo [s]
∙ A curva de torque do motor aplicado no compressor alternativo está ilustrada na Fig. 15.
30
25
15
10
0
0 1 2 3 4 5
Tempo [s]
16 16
14 14
Torque de excitação [kN.m]
12 12
10 10
8 8
6 6
4 4
0 50 100 150 200 250 300 350 0 50 100 150 200 250 300 350
Ângulo do virabrequim [graus] Ângulo do virabrequim [graus]
Na Fig. 16, pode-se comparar resultado do torque em um ciclo, sendo que a Fig.
16a foi modelado a partir das equações apresentadas por Pedreira (2013) e a Fig. 16b através
das equações apresentadas na seção 3.2. Os resultados foram semelhantes, apresentando picos
e média próximas.
Capítulo 4. Análise e interpretação dos resultados 29
0.12
0.16
Amplitude do ângulo de torção [graus]
0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
Tempo [s] Tempo [s]
0.06 0.06
0.05 0.05
Amplitude do ângulo de torção [graus]
0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
Tempo [s] Tempo [s]
0.05
0.16
0.045
Amplitude do ângulo de torção [graus]
Amplitude do ângulo de torção [graus]
0.02 0.005
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.8 4 4.2 4.4 4.6 4.8
Tempo [s] Tempo [s]
10
Entre Acomplamento e Cilindro 1
Entre Cilindro 1 e Cilindro 2
5
Torque devido a vibrações [kNm]
−5
−10
−15
0 50 100 150 200 250 300 350
Ângulo do virabrequim [GRAUS]
Este torque (Fig. 19) é estimado pela soma das 12 harmônias de vibrações calcu-
ladas. Observa-se que embora a Fig. 17b tenha apresentado maiores amplitudes de vibrações
do que a Fig. 17a, o cilindro 1 resultou em maiores amplitudes de torque. Isto ocorreu pois a
diferença do angulo de torção entre o GL referido com seu anterior foi maior do que o cilindro
1 com o volante.
Por fim, se tratando de um modelo de 5 graus de liberdade, resulta em um problema
de 5 frequências naturais. Para este caso, onde os parâmetros de rigidez e coeficiente de amor-
tecimento foram altos, as frequências naturais obtidas foram altas. Na Tab. 3 é apresentado as 5
frequências obtidas.
Capítulo 4. Análise e interpretação dos resultados 32
Cilindro 1 Cilindro 2
Diâmetro do pistão (mm) 370 255
Soma de massa da haste, cruzeta e do pistão (kg) 402 382
Massa da biela (kg) 60 60
Raio da manivela (mm) 115 115
Razão raio manivela e comp. da biela 0,21 0,21
Espaço morto (%) Lado tampa | Lado haste 11 | 14 11 | 17
Pressão de sucção (MPa) 2 4,6
Pressão de descarga (MPa) 4,7 7,7
Expoente adiabático de compressão 1,405
Momento de inércia do Volante (kg m2 ) 607,55
Rotação de operação síncrona (RPM) 514
Potência Nominal do Motor (kW) 1570
Quando não existe informação exata de torque sincronizante (Ts ) e torque amorte-
cido (Td ) do motor síncrona, pode-se adotar que o primeiro é
P0 .p
Ts = (4.2)
2ωs
e o torque amortecido é 10% do torque sincronizante, onde P0 é a potência nominal síncrona, p
o número de polos do motor e ωs a velocidade síncrona (DOHERTY; FRANKLIN, 1920).
Desta forma, calculou-se os torques sincronizantes e amortecidos como sendo 224,47
kNm/rad e 22,44 kNms2 /rad respectivamente.
A Fig. 20 ilustra o comportamento de velocidade angular obtido através da Eq.
(3.55).
Capítulo 4. Análise e interpretação dos resultados 33
520
518
516
Rotação [RPM]
514
512
510
508
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
Tempo [s]
40
35
30
25
Torque [kNm]
20
15
10
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
Tempo [s]
50
Dados experimentais
40
Torque [kN.m]
Análise Numérica
30
20
10
0
−10
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
Tempo [s]
1 r
= , k= (4.3)
θ ut
onde θ é a deformação angular obtida, r é a distância da deformação tangencial com o centro
de giro da peça e ut é a deformação tangencial.
O resultado de deformação tangencial foi conforme Fig. 23.
Capítulo 4. Análise e interpretação dos resultados 35
0.2
Amplitude do ângulo de torção [graus]
1.0
2.0
3.0
4.0
0.15
5.0
6.0
7.0
8.0
0.1 9.0
10.0
11.0
12.0
0.05 Soma
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8
Tempo [s]
15
Entre Cilindro 1 e Acoplamento
10 Entre Cilindro 1 e Cilindro 2
5
Torque devido a vibrações [kNm]
0
−5
−10
−15
−20
−25
−30
0 50 100 150 200 250 300 350
Ângulo do virabrequim [GRAUS]
5 CONCLUSÕES
∙ Gerar gráficos para diferentes configurações (geometria, massas, rigidez, pressões, etc)
dos compressores alternativos, de forma que permita uma comparação entre os resultados.
REFERÊNCIAS
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in reciprocating compressor. Journal of Mechanics Engineering and Automation, David
Publishing Company, Inc., v. 3, n. 9, 2013.
WACHEL, J.; TISON, J. Vibrations in reciprocating machinery and piping systems. Texas:
Engineering Dynamics Incorporated, 1993.
WENZHI, G.; ZHIYONG, H. Active control and simulation test study on torsional vibration of
large turbo-generator rotor shaft. Mechanism and Machine Theory, v. 45, p. p. 1326–1336,
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Gas Machinery Research Council, 2009.
ZHAO, J.; WANG, S. Analysis for fatigue failure causes on a large-scale reciprocating
compressor vibration by torsional vibration. Procedia Engineering, v. 74, p. p. 170–174,
2014.