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Filósofos do contratualismo
Assumindo o exposto pelos filósofos do
contrato social citado anteriormente, o crítico se
vale da incoerência para justificar que a
propriedade privada está sob domínio do estado,
ora, se o estado decide o que posso ou não posso
fazer ou consumir está desconsiderando minha
liberdade sob minha propriedade, o corpo. Se o
estado é quem decide se posso ou não vender
laranjas, está atentando contra minha
propriedade laranja, se o estado toma uma parte
do meu dinheiro com o pretexto de fazer algo
bom, está atentando contra minha propriedade, o
dinheiro, por fim, se o estado proíbe a secessão,
está atentando contra minha propriedade no
claro interesse em proibir a concorrência.
É o estado, que o crítico da liberdade
acredita, quem limita indicar a resposta para a
pergunta de “onde é que existe um país que isso
funciona”, é o estado do crítico à liberdade que
proíbe a minha liberdade de viver em liberdade e
afirmar que minha casa é meu país. Vivemos em
um mundo estatista, esses não reconhecem em
mim uma propriedade independente vivendo sob
preceitos próprios, do mesmo efeito são
acometidos os indivíduos defensores do
estatismo, esses só conseguem reconhecer como
estado, aquele reconhecido por estados de direito
que só ele reconhece, outra clara contradição.
A indicação frequente do crítico à liberdade
recorre ao famoso dito popular: “os incomodados
que se mudem” ou seja, “não gostou vai embora”,
mais uma afirmação contraditória, pois parte do
pressuposto que o “todo” tem um dono e esse
dono é o estado, estado que existe apenas porque
os defensores convalidam, o estado como
conhecemos é uma criação humana, não é uma
condição humana, tal como a sociabilidade ou a
fome. O defensor do estado se arroga como filho
do estado e acredita possuir o direito de se fazer
prevalecer junto da maioria de que minha
propriedade está à mercê de sua verdade, ora,
apesar de parecer, o que a maioria acredita ser
verdade não passa a ser verdade apenas por causa
disso. Se assim fosse, poderíamos dar como
errado o indivíduo que foi assaltado por estar em
menor número que seus algozes, ou de forma
ainda mais incisiva, dar como errada a fome no
indivíduo que não ter o que comer.
O crítico à liberdade cita o conceito de
condomínio para justificar o conceito de estado,
outra incoerência, o convívio social e financeiro
de um condomínio são opções, condomínio
vendem uma parcela da propriedade privada
apenas para quem quiser comprar, condomínios
são regidos por um contrato, aceita o contrato
aquele que livremente optar por isso. Um
condomínio não proíbe a construção de outro
condomínio na propriedade vizinha, um
condomínio não impõe regras fora de sua
propriedade. Contratar o serviço de um
condomínio é tão opcional como escolher fazer
compra no supermercado x ou y. É evidente que,
uma vez contratado, estabelecem-se regras, mas
essas foram aceitas de livre vontade pelos
indivíduos que optaram por elas, ainda assim, tais
aplicam-se somente aos optantes. O contrato de
um condomínio é real, existe, é assinado e pode
ser cancelado, já Rousseau não nos permite ver o
contrato social, não permite sequer o distrato. O
que diferencia um condomínio do estado como
ele é hoje é o consentimento. É possível
interpretar um condomínio como um estado, a
liberdade não restringe a organização de estados,
a liberdade apenas afirma que o indivíduo deve
consentir em associar e desassociar de quem ou
do que quiser quando quiser. O crítico da
liberdade aponta para a constituição estatal
alegando ser ela o contrato social, nova
contradição, pois o aceite da constituição como
uma regra aceita por mim pressupõe que
anteriormente eu optei pelo contratualismo que
me subordinaria a esse posterior contrato-
constituição.
Por fim, pode-se concluir que exemplos de
onde funciona a liberdade são encontrados em
qualquer propriedade, somente aquele que nega a
existência da propriedade privada é que não
consegue enxergar.