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LS Escola Técnica, Faculdade e Pós – Graduação

Disciplina: Anatomia
Prof. Eduardo Sena

Adriana Muniz
Antônia Raimunda
Giláuvia Andrade
Leilândia Melo
Luana Cursino

Sistema Tegumentar

Brasília – DF
2019
Adriana Muniz
Antônia Raimunda
Giláuvia Andrade
Leilândia Melo
Luana Cursino

Sistema Tegumentar

Trabalho acadêmico de pesquisa


bibliográfica apresentado ao Curso
técnico em Enfermagem na disciplina de
Anatomia como um requisito parcial para
obtenção de notas.

Professor: Eduardo Sena

Brasília – DF
2019
RESUMO

A pele representa no Sistema Tegumentar uma parte de extrema importância,


levando em conta que desempenha diversas funções como a proteção contra lesões
, infecções e impedindo que o corpo perca água em excesso; além de apresentar
um grande poder de renovação. Do ponto de vista Histológico, a pele compreende
duas camadas funcionais, morfologicamente distintas, a derme e a epiderme. As
glândulas mamárias, e cornos também fazem parte deste sistema.

ABSTRACT
The skin represents an important part of the intergumentary system, taking into
account that it performs several functions such as protection against lesions,
infections and preventing the body from losing water in excess; besides presenting a
gret power of renewal. Histological point of view, the skins comprises two functional
morphologically distinct layers the dermis and the epidermis. The mammary glands,
and horns are also part of this system.
Sumário
1 Introdução................................................................................................................................5
2 Objetivos..................................................................................................................................6
3 Sistema Tegumentar.................................................................................................................7
4 Aspectos Gerais........................................................................................................................8
4.1 Funções da Pele Humana.................................................................................................8
4.2 Constituintes da pele......................................................................................................10
4.2.1 Epiderme:................................................................................................................10
.........................................................................................................................................11
4.2.2Características funcionais da Epiderme...................................................................12
4.2.3 Anexos da Epiderme...............................................................................................12
4.3 Derme.............................................................................................................................12
4.3.1 Sensores da Derme.................................................................................................12
4.4 Hipoderme......................................................................................................................13
4.5 Estruturas Anexas...........................................................................................................14
4.5.1 Pelos e Unhas..........................................................................................................14
4.5.2 Glândulas da Pele...................................................................................................14
4.6 Receptores Sensoriais.....................................................................................................16
5 Infecções bacterianas cutânea................................................................................................17
5.1 Classificações das infecções..........................................................................................17
5.2 Foliculite.........................................................................................................................18
5.2.1 Sintomas.................................................................................................................18
5.2.2 Foliculites Superficiais..........................................................................................19
5.2.3 Tratamento..............................................................................................................20
5.2.4 Prevenção................................................................................................................21
5.3 Hanseníase......................................................................................................................21
5.3.1 Sintomas.................................................................................................................22
5.3.2 Classificação...........................................................................................................23
5.3.3 Tratamento..............................................................................................................23
5.3.4 Prevenção................................................................................................................24
5.4 Síndrome da Pele Escaldada...........................................................................................24
5.4.1 Contagio..................................................................................................................24
5.4.2 Sintomas.................................................................................................................25
5.4.3 Tratamento..............................................................................................................25
Referências................................................................................................................................27
1 Introdução

O Sistema Tegumentar é formado pela pele (cútis) e seus anexos (pelos,


unhas e glândulas). Sendo a pele o maior órgão do corpo humano, constituindo
15% do pelo corporal, cobrindo quase todo o corpo, sendo a exceção os orifícios
genitais e alimentares, olhos e superfícies das mucosas genitais, chegando a medir
2 m² e pesar até 4 kg em um adulto.

A cútis recebe cerca de 1/3 do sangue que circula através do corpo. É


impermeável e tem como uma das principais funções a proteção do corpo humano
em relação aos diversos microrganismos presentes no meio ambiente.

A pele tem uma elasticidade grande, mas conforme avança a idade, o corpo
perde nutrientes que auxiliam na elasticidade, resultando numa perca de
elasticidade com o passar dos anos.

A cútis não possui uma textura lisa, levando em conta que a mesma
apresenta saliências e reentrâncias. Existem saliências que têm uma durabilidade
temporária enquanto outras são permanentes. Assim, como supracitado as
reentrâncias também podem ter variados tempos de durabilidade.
2 Objetivos

O principal objetivo deste trabalho foi abordar as principais funções e aspectos


estruturantes, funcionais e clínicos do Sistema Tegumentar.
3 Sistema Tegumentar

O Sistema Tegumentar é composto por pele e anexos. Sendo a pele formada


por epiderme e derme suas porções epitelial e conjuntiva , respectivamente.
Dependendo da espessura da epiderme, a pele é classificada em fina ou espessa,
sendo esta última encontrada na planta do pé, na palma da mão e em algumas
articulações. A pele fina é encontrada no restante do corpo.

Abaixo e em continuidade com a derme se encontra a hipoderme ou tecido


celular subcutâneo, um tecido conjuntivo frouxo que pode conter panículo adiposo.
Entretanto, a hipoderme não compõem a pele, apenas a une com os órgãos
subjacentes. A derme se une à epiderme através de sus projeções irregulares
denominadas papilas dérmicas, as quais se encaixam nas cristas epidérmicas. Isso
possibilita uma grande coesão entre essas camadas.

Figura 1: Fonte: Foto Search


4 Aspectos Gerais

A pele se apresenta como uma espécie de membrana que envolve todo o


corpo e que, ao nível dos orifícios naturais, se continua com as mucosas.

4.1 Funções da Pele Humana

Abaixo segue listada cinco funções da pele no corpo:

1. Proteção;

2. Sensibilidade;

3. Respiração;

4. Excreção;

5. Regulação térmica.

Proteção física: A epiderme expele proteínas e lípidos (a principal, é a queratina)


que protegem contra a invasão por microrganismos estranhos e o atrito. Contra tais
males também é fundamental o tecido conjuntivo da derme, no qual os fibrócitos
depositam proteínas fibrilares com propriedades de resistência à tração e
elasticidade, como os colágeno e a elastina. A melanina produzida pelos seus
melanócitos protege contra a radiação, principalmente UV. Sua quantidade
aumentada produz o bronzeamento da pele.

Proteção da desidratação: Uma das funções vitais da pele é a proteção contra a


desidratação. Os seres humanos são animais terrestres, e necessitam proteger os
seus corpos contra a evaporação excessiva e desidratação e o subsequente
choque hipovolêmico e morte, que seriam inevitáveis num meio seco e quente. É
comum vítimas de queimaduras graves morrerem eletrocutadas de choque
hipovolêmico (sangue com pouco volume devido à perda de água) se perderem
superfície cutânea extensamente.

Regulação da Temperatura Corporal: A pele também é o principal órgão da


regulação da temperatura corporal através de diversos mecanismos:
a) Os vasos sanguíneos subcutâneos contraem-se com o frio e dilatam-se com
o calor, de modo a minimizar ou maximizar as perdas de calor.

b) Os folículos pilosos têm músculos que produzem a sua ereção com o frio
(pele de galinha), aprisionando bolhas de ar estático junto à pele que retarda
as trocas de calor – um mecanismo mais eficaz nos nossos antepassados
mais peludos.

c) As glândulas sudoríparas secretam liquido aquoso cuja evaporação diminui a


temperatura superficial do corpo.

d) A presença de tecido adiposo (gordura) subcutâneo protege contra o frio uma


vez que a gordura é um isolante térmico.

Como órgão imunitário : A pele é um órgão importante do sistema imunitário. Ela


detém diversos tipos de leucócitos. Há linfócitos que regulam a resposta imunitária e
desenvolvem respostas específicas; células apresentadoras de antigênio (histiócitos
ou células de Langerhans) que recolhem moléculas estranhas (possíveis invasores)
que levam para os gânglios linfáticos onde as presentam aos linfócitos CD4+;
mastócitos envolvidos em reações alérgicas e luta contra parasitas.

Funções metabólicas: As funções metabólicas da pele são importantes. É lá que é


fabricada, numa reação dependente da luz solar, a vitamina D, uma vitamina
essencial para o metabolismo do cálcio e portanto na formação/manutenção
saudável dos ossos.

Como órgão dos sentidos: Finalmente a pele também é um órgão sensorial,


constituindo o sentido do tato. Ela apresenta numerosas terminações nervosas,
algumas livres, outras com comunicação com órgãos sensoriais especializados,
como células de Merckel, folículos pilosos. A pele tem capacidade de detectar sinais
que criam as percepções da temperatura, movimento, pressão e dor. É um órgão
importante na função sexual
4.2 Constituintes da pele
4.2.1 Epiderme:

Possuí um tecido epitelial de revestimento pavimentoso estratificado


queratinizado e tem origem no ectoderma . Possuí quatro tipo celulares :
queratinócitos, células de Langerhans (macrófago da pele), células de Merlel
(receptores nervosos) e melanócitos que são os responsáveis por produzir a
melanina. A epiderme não é vascularizada e varia de espessura em diferentes
partes. Em alguns lugares como na palma da mão e planta dos pés, ela é espessa,
dura e de textura córnea.

A estrutura da epiderme é composta por no máximo 5 camadas (apenas na


pele espessa, na pele delgada são três ou quatro):

Camada Basal (ou Germinativa): único estrato de células, em contacto direto com
a derme, que possui quatro diferentes espécies de células: queratinócitos produtores
da queratina, proteína responsável pelo fortalecimento e impermeabilidade da pele;
melanócitos, produtores de melanina, pigmento que ao ser fago citado pelos
queratinócitos atribuem cor à pele, além de proteger as células contra os raios
solares; células tácteis, que conferem a sensibilidade ao tegumento; e células de
Langerhans, espécie de fagócitos que englobam bactérias e resíduos estranhos,
sendo a primeira proteção contra patógenos. Com excepção das células de
Langerhans, as células desta camada sofrem mitose constantemente, para repor as
células mortas da epiderme.

Camada Espinhosa: localizada acima da camada basal e formada por várias


camadas, é composta por queratinócitos em formatos de poliedros, que se unem
através de desmossomos, filamentos semelhantes a espinhos. No espaço entre as
células, há o glicocálix, substância que serve de meio condutor de substâncias
hidrossolúveis do meio externo para o interno.
Camada Granulosa: composta por poucas camadas de células achatadas, que
possuem grânulos contendo queratoma lina, precursora da queratina, e grânulos
lamelares, que impermeabilizam as células,como prevenção à perda de água.

Camada Córnea: composta por células com núcleos bem reduzidos ou anucleadas.
Possui em torno de30 estratos de células achatadas e mortas, semelhantes a
escamas. A queratinização ou cornificação é processo que transforma os
queratinócitos em células córneas, achatadas e secas. Este processo é importante
para a função protetora da pele. Em média, este processo dura de 26 a 28 dias,
após, as células mortas se desprendem e esfoliam, para que células novas das
camadas mais profundas as substituam. Assim, a pele encontra-se em constante
renovação.

Camada Lúcida: camada extrapresente nas regiões palmoplantares em que a pele


é mais espessa Enos lábios, se situa entre a camada córnea e a granulosa. Esta
camada possui células transparentes e achatadas.

Figura 2: Fonte: Canstock Photo


4.2.2Características funcionais da Epiderme
São algumas da característica funcionais da Epiderme:

a) Proteção, tendo em vista que a camada córnea é impermeável às proteínas e


muito pouco permeável às moléculas pequenas.

b) Trocas gasosas com a perda de dióxido de carbono por via subcutânea,


sendo esta responsável pela neutralização dos alcalinos da pele e pelo PH
ácido.

c) Hidratação.

d) Renova-se em torno de 30 a 45 dias.

4.2.3 Anexos da Epiderme


São anexos:

a) Folículo piloso, sendo produtor de uma estrutura maciça queratinizada, o pelo


que é produzido por células especializadas na sua raiz, constituindo o bulbo
piloso. Possui músculo é liso erector e terminações sensitivas associadas.

4.3 Derme

Formada por duas camadas: derme papilar (tecido conjuntivo frouxo –


superficial) e derme reticular (tecido conjuntivo denso – mais profunda). O limite
entre essas duas camadas é pouco distinto. Ambas possuem muitas fibras elásticas.
Além disso, a derme apresenta vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, folículo piloso,
glândulas sebáceas e sudoríparas

4.3.1 Sensores da Derme

a) Corpúsculo de Vater-Pacini: pressão


b) Corpúsculo de Meissner: percepção da pressão quando passamos
ligeiramente a mão sobre uma superfície, por exemplo.
c) Corpúsculo de Krause: frio
d) Órgão de Ruffini: calor
e) Célula de Merckel: tato e pressão
f) Terminação nervosa livre: terminações nervosas sensíveis aos estímulos
mecânicos, térmicos e especialmente aos dolorosos. Não formam
corpúsculos. Faz-se importante ressaltar que a dor que se sente é sempre
igual podendo variar apenas em intensidade, logo, a dor sentida ao quebrar
um braço é igual a dor que se sente quando se recebe um beliscão variando
apenas na intensidade.

Figura 3: Fonte: Istock Photo

4.4 Hipoderme
A hipoderme é uma tela subcutânea, que une a derme aos tecidos e órgãos
subjacentes. Apesar e sua estreita relação funcional com a pele, não é considerada
parte constituinte da pele/sistema tegumentar. Composta por células adiposas, age
como isolante térmico, e reserva calórica. Em determinadas regiões do corpo,
protege contra traumas, agindo como amortecedor. A quantidade de tecido adiposo
na camada da hipoderme pode variar, dependendo da região do corpo, da idade e
sexo.

4.5 Estruturas Anexas


4.5.1 Pelos e Unhas

Pelos são estruturas formadas por queratina modificada e crescem


continuamente. Desenvolvem-se a partir de uma invaginação de epiderme (folículo
piloso) e apresenta três camadas: raiz, córtex e cutícula. As unhas são placas de
células queratinizadas encontradas na superfície dorsal das falanges terminais dos
dedos.

Figura 4: Figura 3. Fonte: Só Biologia

4.5.2 Glândulas da Pele


São sebáceas e sudoríparas:

Glândulas Sudoríparas: são encontradas em quase toda a parte da pele.


Consistem de um simples tubo cuja parte profunda constitui uma bolsa esférica ou
oval chamada corpo da glândula, enquanto a porção superior ou ducto atravessa a
derme e a epiderme, abrindo-se na superfície da pele por uma abertura afunilada.
Nas camadas superficiais da derme o ducto é retilíneo, mas nas camadas profundas
o ducto é enrolado ou mesmo retorcido. São muito abundantes na palma das mãos
e planta dos pés. A porção secretora é constituída pelas células escuras, produtoras
de glicoproteínas, e pelas células claras, com características de células
transportadoras de íons e responsáveis pela secreção aquosa do suor. Ao redor da
porção secretora, há células mioepiteliais. O ducto abre-se na crista epidérmica, de
onde a glândula se originou, e tem trajeto tortuoso. Seu diâmetro é menor que a
porção secretora. O epitélio é estratificado cúbico, com células menores e mais
escuras que as células da porção secretora. Elas reabsorvem a maior parte dos íons
e excretam substâncias, como ureia e ácido láctico. O suor é uma solução aquosa,
hipotônica, com pH neutro ou levemente ácido, contendo íons de sódio, potássio e
cloro, ureia, ácido úrico e amônia. Além da função excretora, as glândulas
sudoríparas regulam a temperatura corporal pelo resfriamento em consequência da
evaporação do suor. As glândulas sudoríparas odoríferas são encontradas nas
axilas, nas aréolas mamárias e na região ano genital. Estão localizadas
profundamente na derme ou na região superior da hipoderme. São glândulas
exócrinas tubulares simples ou ramificadas enoveladas apócrinas (atualmente há
controvérsia, na literatura, se são apócrinas, merócrinas ou apresentam ambos
modos de secreção). A porção secretora tem luz ampla, é constituída por células
cúbicas, com a porção apical em cúpula e é circundada por células mioepiteliais. O
ducto é relativamente recto, de epitélio estratificado cúbico e se abre no folículo
piloso, acima do ducto da glândula sebácea[3]. Assim como as glândulas sebáceas,
as glândulas sudoríparas odoríferas são estimuladas pelos hormônios sexuais e
tornam-se funcionais na puberdade. A secreção contém proteínas, carboidratos,
lípidos, amônia e feromônios, envolvidos na atracão sexual. Inicialmente inodora,
adquire um odor acre ou almiscarado em resposta à decomposição por bactérias.
Glândulas Sebáceas: são órgãos glandulares pequenos e saculiformes
alojados na derme, encontradas em muitas partes da pele, mas em abundância no
couro cabeludo e na face. Cada glândula consiste de um simples ducto que emerge
de um agrupamento ovalado ou em forma de garrafa – os alvéolos, que são em
geral de dois a cinco, podendo chegar, em alguns casos, até vinte. Cada alvéolo é
composto de uma membrana basal transparente contendo um certo número de
células epiteliais. A glândula mamária é uma área modificada da pele com glândulas
sudoríparas especializadas na secreção de nutrientes sob a influência hormonal.

4.6 Receptores Sensoriais

São ramificações de fibras nervosas, algumas se encontram encapsuladas


formando corpúsculos, outras estão soltas como as que se enrolam em torno do
folículo piloso. Possuem função sensorial, sendo capazes de receber estímulos
mecânicos, de pressão, de temperatura ou de dor. São eles: Corpúsculos de Ruffini,
Corpúsculos de Paccini, Bulbos de Krause, Corpúsculos de Meissner, Discos de
Merkel, Terminais do Folículo Piloso e Terminações Nervosas Livres
5 Infecções bacterianas cutânea

Infecções bacterianas que afligem a pele, costumeiramente são causadas


pela presença e crescimento de microrganismos que prejudicam o tecido
hospedeiro. Ainda que a pele represente uma barreira notavelmente eficaz contra
infecções bacterianas, levando em conta que muitas bactérias residem na pele,
muitas fazendo parte da flora.

As infecções bacterianas que atingem a pele são denominadas de


Piodermites. E essas patologias costumam ser muito corriqueiras na população e
tendem a exibir na maioria de seus casos diversos aspectos clínicos. Comumente,
as bactérias responsáveis por tais doenças são as Streptococcus pyogenes
(Streptococcus) e Stafilococcus aures (Staphylococcus). Tais bactérias fazem parte
da flora normal da pele, mas causam infecções quando conseguem “entrar” no
organismo através de punções, arranhões ou queimaduras.

As piodermites são doenças comuns, acometendo principalmente adultos e


crianças e para se determinar a extensão da infecção usualmente se utilizam da
forma como os organismos se encontram presentes e as toxinas que libertam, mas
levando também em conta o tipo de bactéria. Sendo as duas bactérias supracitadas
as mais frequentes.

Infecções bacterianas cutâneas podem afetar apenas uma zona e possuir um


aspecto de borbulha ou então se propagar em poucas horas e acometer uma área
muito mais extensa. Em suma, as piodermites, podem apresentar um grau de perigo
variável, desde um furúnculo sem importância até uma doença potencialmente fatal,
como exemplo a Síndrome de pele escaldada provocada por Estafilococos.

5.1 Classificações das infecções


Uma infecção bacteriana cutânea pode ocorrer de forma:

A. Primária: A pele permanece íntegra, ou seja, sem nenhuma entrada aparente.

B. Secundária: A pele está lesionada, nesse caso há uma porta de entrada para
um microorganismo.
Podendo ser:

A. Aguda (dura poucos dias) ou crônica (dura meses ou anos, dependendo do


tipo de bactéria e extensão e gravidade).

B. Mono microbianas (apenas um tipo de microorganismo presente) ou poli


microbianas (mais de um tipo de microorganismo)

5.2 Foliculite

A Foliculite é uma infecção


de pele que se origina nos folículos
pilosos. Vulgarmente, é fomentada
por uma infecção bacteriana, mas
também pode ser causada por vírus
e até mesmo, uma inflamação de
pelos encravados. A infecção se
mostra no formato de pequenas
espinhas, com pontas brancas, em
torno de um ou mais folículo piloso.Figura 4: . Fonte: Só Biologia
Em grande parte os casos de foliculite é superficial, podendo coçar e doer. Normalmente, tal
inflamação cutânea se cura sozinha, porém casos mais graves e recorrentes são dignos de uma
atenção e tratamento com um dermatologista, pois podem ocasionar uma perda permanente de
pelos e até cicatrizes.

5.2.1 Sintomas
A foliculite podendo ser superficial ou profundo. No primeiro caso, afetando
apenas a parte superior do folículo piloso. Os sintomas englobam: surgimento de
pequenas espinhas vermelhas com ou sem pus; a pele pode ficar avermelhada e
inflamada; coceira e sensibilidade na região. Não são comuns os casos de foliculites
que causem complicações, porém quando a inflamação atinge áreas mais profundas
da pele, pode levar à formação de furúnculos.

Quando há a formação de furúnculos os sintomas são: Os sintomas são:


grandes áreas avermelhadas; lesões elevadas com pus amarelado no meio; as
partes atingidas ficam muito sensíveis e doloridas; apresentando em alguns casos
dor intensa. As chances de cicatrizes são maiores nesses casos, e pode haver
destruição do folículo piloso. Qualquer um pode desenvolver foliculite. Mas certos
fatores tornam a pessoa mais suscetível à condição, incluindo: doenças que
diminuem a imunidade (como diabetes), leucemia crônica e AIDS; apresentar acne
ou dermatite; usar medicamentos, como cremes de corticoide ou terapia antibiótica
em longo prazo e estar acima do peso, entre outros.

As causas mais comuns de dano folicular são:

a) Fricção do barbear ou roupas apertadas;

b) Calor e suor, como o causado pelo uso de luvas ou botas de borracha;

c) Certas condições da pele, como dermatites e acne;

d) Lesões na pele por arranhões ou feridas cirúrgicas;

e) Curativos de plástico ou fita adesiva em contato com áreas de pelo.

5.2.2 Foliculites Superficiais

Foliculite Estafilocócica: é tipo mais comum. Ocorre quando os folículos


pilosos são infectados por bactérias, mais comumente pela Staphylococcus aureus.
É caracterizada por coceira, vermelhidão local e pus, podendo ocorrer em qualquer
região do corpo que possua pelos. Embora os estafilococos vivam na pele o tempo
todo, podem causar problemas quando entram no corpo por meio de um corte ou
outro ferimento. Isto pode ocorrer por arranhões ou lesões na pele.
Foliculite por pseudomonas (foliculite da banheira quente): as bactérias
Pseudomonas aeruginosa proliferam em ambientes aquáticos nos quais os níveis de
cloro e o pH não são bem regulados, como banheiras de hidromassagem e piscinas
aquecidas. A infecção aparece entre oito horas e cinco dias após a exposição à
bactéria. São erupções vermelhas que coçam e, mais tarde, bolhas com pus
também podem aparecer. Áreas que ficam úmidas por mais tempo são as mais
propensas à infecção, como as cobertas pela roupa de banho.
Foliculite por bactéria gram negativa: costuma se desenvolver quando a
pessoa usa antibióticos por longo tempo para tratar acne. Esses medicamentos
alteram o equilíbrio normal da pele, fazendo com que as bactérias gram negativas se
desenvolvam. Na maioria das pessoas não há grandes problemas, principalmente
após cessar o uso dos medicamentos. Em alguns casos, elas podem se espalhar
pela face e causar lesões graves.
Furúnculos e carbúnculos: ocorrem quando os folículos pilosos são
profundamente infectados por bactérias estafilocócicas. Geralmente, se inicia
repentinamente como pápulas vermelhas e doloridas. A pele circundante também
pode estar vermelha e inchada. Na evolução enche-se de pus e cresce
gradualmente, tornando-se cada vez mais dolorida. No estágio final rompe e pode
drenar secreção purulenta. Lesões pequenas costumam curar sem deixar cicatrizes.
O carbúnculo é um aglomerado de furúnculos que, muitas vezes, ocorre na parte de
trás do pescoço, ombros, costas e coxas. São infecções mais profundas e graves do
que um único furúnculo. Quase sempre deixam cicatrizes.

5.2.3 Tratamento
Um médico pode diagnosticar a foliculite simplesmente examinando a área
acometida da pele. Em alguns casos, amostras da secreção da lesão são enviadas
para que sejam examinadas em laboratório. Casos persistentes ou recorrentes
podem exigir tratamento. A terapia dependerá do tipo e da gravidade de cada
infecção. Mesmo se o tratamento ajudar, a infecção pode voltar.

Foliculites bacterianas: podem ser tratadas com antibiótico tópico, oral ou


uma combinação dos dois. Também pode ser recomendado evitar raspar/barbear a
área, até que a infecção regrida. Pseudofoliculite da barba: trocar a lâmina pelo
barbeador elétrico pode ser uma opção. Usar água morna ao barbear-se; massagear
os pelos para que fiquem mais amolecidos; e passar o barbeador sempre no sentido
do crescimento dos pelos. Após terminar o processo, passar um hidratante.

Foliculite Pitirospórica: antifúngicos tópicos ou orais são os mais eficazes


para este tipo. Furúnculos e carbúnculos: o médico pode drenar a infecção com uma
pequena incisão para aliviar os sintomas. Pode ser necessário o uso de antibióticos
para ajudar na melhora dos sintomas. Foliculite eosinofílica: os corticosteroides são
o melhor tratamento. Em casos graves é necessário entrar também com a
medicação oral. Em pacientes com HIV, além dos esteroides tópicos, o médico pode
receitar anti-histamínicos via oral

5.2.4 Prevenção

• Manter a pele limpa, seca e livre de escoriações ou irritações pode ajudar a


prevenir a foliculite.
• Evitar lavagens antissépticas rotineiramente, pois deixam a pele seca e
eliminam as bactérias protetoras.

• Manter a pele hidratada.

• Tomar cuidado ao fazer a barba, usar gel de barbear, espuma ou sabão para
lubrificar as lâminas e evitar cortes.

• No caso da pseudofoliculite da barba, o mais indicado é usar barbeador


elétrico.

5.3 Hanseníase

Antigamente conhecida como lepra, é uma doença infecciosa causada por


uma bactéria chamada Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, tendo sido
identificada no ano de 1873 pelo cientista Armauer Hansen. É uma das doenças
mais antigas, com registro de casos há mais de 4000 anos, na China, Egito e Índia.
A doença tem cura, mas, se não tratada, pode deixar sequelas. Hoje, em todo o
mundo, o tratamento é oferecido gratuitamente, visando que a doença deixe de ser
um problema de saúde pública. Atualmente, os países com maior detecção de casos
são os menos desenvolvidos ou com superpopulação. Em 2016, o Ministério da
Saúde registrou no Brasil mais de 28.000 casos novos da doença.
A transmissão se dá por meio de convivência muito próxima e prolongada
com o doente da forma transmissora, chamada multibacilar, que não se encontra em
tratamento, por contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz. Tocar a pele
do paciente não transmite a hanseníase. Cerca de 90% da população têm defesa
contra a doença. O período de incubação (tempo entre a aquisição a doença e da
manifestação dos sintomas) varia de seis meses a cinco anos. A maneira como ela
se manifesta varia de acordo com a genética de cada pessoa.

A suspeição da hanseníase é feita pela equipe de saúde e pelo próprio


paciente. O diagnóstico é feito pelo médico e envolve a avaliação clínica dermato
neurológica do paciente, por meio de testes de sensibilidade, palpação de nervos,
avaliação da força motora etc. Se necessário, será feita a baciloscopia, que
corresponde à coleta da serosidade cutânea, colhida em orelhas, cotovelos e da
lesão de pele, e ainda pode ser realizada biópsia da lesão ou de uma área suspeita.

5.3.1 Sintomas
Os principais sinais e sintomas da hanseníase saio:

a) Áreas da pele, ou manchas esbranquiçadas (hipocrômicas), acastanhadas ou


avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao calor e/ou dolorosa, e/ou ao tato;

a) Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para


dormência – a pessoa se queima ou se machuca sem perceber;

b) Pápulas, tubérculos e nódulos (caroços), normalmente sem sintomas;

c) Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente nas


sobrancelhas (madarose);

d) Pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou ausência de suor no local.

Além dos sinais e sintomas mencionados, pode-se observar:

a) Dor, choque e/ou espessamento de nervos periféricos;

b) Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas dos nervos afetados,


principalmente nos olhos, mãos e pés;
c) Diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados por estes nervos,
principalmente nos membros superiores e inferiores e, por vezes, pálpebras;

d) Edema de mãos e pés com cianose (arroxeamento dos dedos) e


ressecamento da pele;

e) Febre e artralgia, associados a caroços dolorosos, de aparecimento súbito;

f) Aparecimento súbito de manchas dormentes com dor nos nervos dos


cotovelos (ulnares), joelhos (fibulares comuns) e tornozelos (tibiais posteriores);

g) Entupimento, feridas e ressecamento do nariz;

h) Ressecamento e sensação de areia nos olhos.

5.3.2 Classificação
a) Paucibacilar: Hanseníase indeterminada: estágio inicial da doença, com um
número de até cinco manchas de contornos mal definidos e sem
comprometimento neural. 1.b. Hanseníase tuberculoide: manchas ou placas
de até cinco lesões, bem definidas, com um nervo comprometido. Podendo
ocorrer neurite (inflamação do nervo).

b) Multibacilar: Hanseníase borderline ou dimorfa: manchas e placas, acima de


cinco lesões, com bordos às vezes bem ou pouco definidos, com
comprometimento de dois ou mais nervos, e ocorrência de quadros reacionais
com maior frequência. 2.b. Hanseníase virchowiana: forma mais disseminada
da doença. Há dificuldade para separar a pele normal da danificada, podendo
comprometer nariz, rins e órgãos reprodutivos masculinos. Pode haver a
ocorrência de neurite e eritema nodoso (nódulos dolorosos) na pele.

5.3.3 Tratamento
O tratamento é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Varia de seis
meses nas formas paucibacilares a um ano nos multibacilares, podendo ser prorrogado ou
feita a substituição da medicação em casos especiais. O tratamento é eficaz e cura. Após a
primeira dose da medicação não há mais risco de transmissão durante o tratamento e o
paciente pode conviver em meio à sociedade.

5.3.4 Prevenção
Naturalmente, ter hábitos saudáveis, alimentação adequada, evitar o álcool e praticar
atividade física associada a condições de higiene, contribuem para dificultar o adoecimento
pela Hanseníase. A melhor forma de prevenção é o diagnóstico precoce e o tratamento
adequado, assim como o exame clínico e a indicação de vacina BCG para melhorar a resposta
imunológica dos contatos do paciente. Desta forma, a cadeia de transmissão da doença pode
ser interrompida.

5.4 Síndrome da Pele Escaldada

A síndrome da pele escaldada é uma doença contagiosa que consiste numa


reação da pele a uma infecção por algumas espécies de bactérias do gênero
Staphylococcus, que liberam uma substância tóxica que promove a descamação da
pele, deixando-a com a aparência de uma pele queimada.
A doença costuma acometer crianças até os 5 anos de idade. Os recém-
nascidos e bebês são mais suscetíveis a esta síndrome porque o seu sistema imune
ainda não está bem desenvolvido. No entanto, também pode aparecer em crianças
mais velhas ou em adultos, especialmente aqueles que têm uma função renal ou
sistema imune débil.

5.4.1 Contagio
Esta doença é causada por algumas sub-espécies da bactéria
Staphylococcus, que entram no corpo através de um corte ou um ferimento e
liberam toxinas que dificultam a cicatrização da pele e a sua capacidade de manter a
estrutura, fazendo com que a camada superficial comece a descamar, semelhante a
uma queimadura.

Estas toxinas podem espalhar-se pelo resto do corpo através da circulação


sanguínea e atingir a pele de todo o corpo, podendo mesmo causar uma infecção
generalizada e grave, conhecida como septicemia. Veja que sintomas de septicemia
deve ficar atento.

No entanto, as bactérias do tipo Staphylococcus estão sempre presentes na


pele, sem causar qualquer tipo de infecção em pessoas saudáveis. Assim, a
síndrome da pele escaldada geralmente só tem risco de surgir em pessoas com
sistema imune enfraquecido, como acontece no caso de bebês ou em adultos que
estão passando por uma doença grave ou após uma cirurgia, por exemplo.

5.4.2 Sintomas
Os sintomas desta síndrome começam com o aparecimento de uma ferida
isolada, que surge maior parte das vezes na região da fralda ou à volta do resto do
cordão umbilical, no caso dos bebês, no rosto, em casos de crianças mais velhas,
ou mesmo em qualquer parte do corpo, no caso dos adultos.

Após 2 ou 3 dias, o local da infecção começa a apresentar outros sinais como:


•Vermelhidão intensa;
•Dor intensa ao toque;
•Descamação da pele.

Ao longo do tempo, se a infecção não for tratada, a toxina continua se


espalhando pelo corpo, começando por afetar outros locais do corpo e tornando-se
mais visível em locais de atrito como as nádegas, pregas cutâneas, mãos ou pés,
por exemplo.
Durante este processo de agravamento, a camada superior da pele começa a
soltar-se em pedaços, dando lugar a uma pele com aspeto queimado, com bolhas
de água que se rompem com facilidade, provocando também sintomas como febre,
calafrios, fraqueza, irritabilidade, perda do apetite, conjuntivite ou mesmo
desidratação.

5.4.3 Tratamento
Geralmente o tratamento consiste na administração de antibióticos por via
intravenosa e posteriormente por via oral, analgésicos como o paracetamol e cremes
hidratantes para proteger a nova pele que se forma. No caso dos recém-nascidos
afetados por esta síndrome, estes são normalmente mantidos numa incubadora.
A camada superficial da pele é rapidamente renovada, cicatrizando em cerca
de 5 a 7 dias após o início do tratamento. No entanto, caso não seja tratada
atempadamente, esta infecção pode provocar pneumonia, celulite infecciosa ou
mesmo infecção generalizada.
Referências
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eds. Nelson-Textbook of Pediatrics. 17th Ed. USA: Saunders, 2004: 867-870.

Azulay RD. Dermatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1985. 364p.

BRASIL . Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed. Brasília,


2009. 816 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).

Cunha F, Anes I, Ó M L. Infecções bacterianas da pele. In: Marques J A M, Roque A M, eds.


Temas de Pediatria, Volume II- Patologia Infecciosa. 1ª Ed. Lisboa: Monografia Beecham,
1993: 217-229.

Farhat CK. Cadernos de Terapêutica, em Pediatria - Infectologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Cultura
Médica; 1992.
Pellenz C, Garcia PCR. Síndrome da pele escaldada estafilocócica em crianças. Sci med.
2004;14(4):346-50.

Disponivel em: < https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/SearchResults?query=S


%C3%ADndrome+da+pele+escaldada+por+estafilococos&icd9=695.81 > Acesso em: 01
Fev. 2019.

Disponível
em:<https://www.educabras.com/ensino_medio/materia/biologia/anatomia_e_fisiologia_2/
aulas/receptores_cutaneos> . Acessado em 01. Fev. 2019 .

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