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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS

CURSO DE PSICOLOGIA

APOSTILA DE PSICOFARMACOLOGIA

PROFª Me JULICE ANGÉLICA ANTONIAZZO B. GADANI

Dourados - 2013
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PSICOFARMACOLOGIA - INTRODUÇÃO

O que é psicofarmacologia?
 É o estudo dos fármacos utilizados nas diversas patologias psíquicas, seu mecanismo
de ação no SNC e comportamentos esperados dos indivíduos que os utilizam.

Histórico:
 Sabe-se que o uso de produtos vegetais, animais e minerais é milenar.
 Hoje, muitas dessas substâncias são denominadas psicoativas, psicotrópicas ou
psicofármacos e têm ação no SNC.
 Na década de 50, surge a psicofarmacologia com a descoberta de um antipsicótico
(clorpromazina) e daí pra frente surgiram os ansiolíticos, antidepressivos,
estabilizadores de humor, hipnóticos, estimulantes e outros.
 Favoreceu muito os pacientes com algum transtorno mental, que antes necessitavam
de um isolamento social ou internações hospitalares e hoje fazem uso desses fármacos
em seus lares, com acompanhamento ambulatorial de seus médicos.

Qual a relação do Psicólogo com a psicofarmacologia?


 Os Psicólogos não são legalmente autorizados a prescreverem medicamentos;
 Psicólogos têm seus problemas perante os fármacos, devido às técnicas
psicoterapêuticas que os possibilitam tratar pacientes psíquicos;
 Em consequência disto,os psicólogos se ocupam com problemas que interferem nos
campos de trabalho da psiquiatria;
 Portanto, aumentou muito o contato entre psicólogos e médicos, buscando diversos
métodos de trabalho que podem ser relacionados e eventualmente integrados entre si.
 Daí a importância do psicólogo em conhecer a psicofarmacologia, seu mecanismo de
ação e eventuais comportamentos desencadeados em pacientes que utilizam
determinados fármacos;
 Sempre visando grandes progressos para o paciente, já que este terá um tratamento
coeso entre os profissionais.
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A importância da equipe multidisciplinar:


 Diversas categorias profissionais, como médicos, dentistas, veterinários, podem
eventualmente prescrever os psicofármacos, mas dentre essas várias especialidades, os
Psiquiatras é quem devem fazê-lo com maior propriedade;
 Para que o paciente tenha uma boa evolução, todos os profissionais envolvidos,
devem ter conhecimento do tratamento, trocar informações e planejar condutas para o
paciente.
 É fato que alguns profissionais que trabalham em equipe, tem um contato maior com o
paciente e familiares do que o próprio médico, sendo solicitados frequentemente a
reconhecer e levar em conta na sua atividade profissional, o efeito benéfico ou não dos
medicamentos no tratamento.
 Quando estes profissionais têm um conhecimento maior em psicofarmacologia, um
relacionamento mais enriquecedor com a equipe é possível e os benefícios
terapêuticos atingidos são maiores.
 Este contato destes profissionais é particularmente facilitado com um dos elementos
da equipe, o psiquiatra.
 É importante ressaltar, que um grande número de pessoas, utilizam psicotrópicos de
forma indiscriminada, não levando em conta os horários e dosagens adequadas, nem
tendo conhecimento do real efeito do medicamento, daí entra mais uma importante
participação dos profissionais em orientar o paciente a conduta correta.
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SINAPSES
 Sinapse é um tipo de junção especializada em que um terminal axonal faz contato com
outro neurônio.
As sinapses podem ser elétricas ou químicas (maioria).

Tipos de Sinapses

Sinapses elétricas
 As sinapses elétricas, mais simples e evolutivamente antigas, permitem a transferência
direta da corrente iônica de uma célula para outra.

Sinapses químicas
 Via de regra, a transmissão sináptica no sistema nervoso humano maduro é química.
As membranas pré e pós-sinápticas são separadas por uma fenda com largura de 20 a
50 nm - a fenda sináptica. A passagem do impulso nervoso nessa região é feita,
então, por substâncias químicas: os neuro-hormônios, também chamados
mediadores químicos ou neurotransmissores, liberados na fenda sináptica.
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NEUROTRANSMISSORES

Neurotransmissores são substâncias liberadas por um neurônio, considerado como


neurônio pré-sinápticos, em resposta a um estímulo. Esses Neurotransmissores são jogados no
espaço sináptico, e se unem a um neuroreceptor específico no neurônio seguinte, chamado
então, neurônio pós-sináptico. Com freqüência em suas sínteses intervém substâncias
precursoras e enzimas. São pequenos pedaços de proteína que carregam informações
específicas. Normalmente, eles ficam armazenados em vesículas dentro da célula neuronal e
são liberados quando há o estímulo nervoso.

Os transmissores mais comuns, produzidos em quase todas as regiões do cérebro, são


excitatórios ou inibitórios e exercem efeitos imediatos e breves: quando um neurônio recebe
uma mensagem, este é ativado ou entra em estado de repouso.

A neurotransmissão química é de fundamental importância para o mecanismo de


diversas patologias e para a ação de fármacos e é a responsável pela conversão de energia
elétrica para energia química entre um neurônio e outro na sinapse.
A neurotransmissão, então, implica na necessidade de síntese do transmissor, de
armazenamento, e de liberação. Os transmissores terão então que atuar em neuroreceptores
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específicos da membrana pós-sináptica e ser removidos rapidamente da fenda sináptica por


metabolização, difusão ou recaptação.

Os neurotransmissores se acoplam, assim, aos neuroreceptores. Cada neurotransmissor


pode atuar sobre diversos subtipos de receptores de uma mesma categoria. Alem dos
neuroreceptores pós-sinápticos para o neurotransmissor liberado, existem receptores pré-
sinápticos que também são ativados pelo transmissor e inibem a secreção do mesmo. Este é
um mecanismo de feedback descrito para diversos neurotransmissores.

Os neurotransmissores podem ser divididos em dois grupos distintos: um deles contêm


os transmissores com pequenas moléculas de ação rápida, o outro é composto por um grande
número de neuropeptídios, com dimensões moleculares maiores e com ação mais lenta. No
caso citaremos os transmissores com pequenas moléculas de ação rápida que são os mais
importantes. Eles são divididos da seguinte forma:

Classe I: Aminas

- Acetilcolina

- Noradrenalina (Norepinefrina)

- Adrenalina (Epinefrina)

- Dopamina
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- Serotonina

- Histamina

Classe II: Aminoácidos

- Ácido Gama-aminobutírico (GABA)

- Glicina

- Glutamato

- Aspartato

Classe III: Peptídeos Hipofisários

- Corticotrofina

- Lipotrofina

- Ocitocina

- Vasopressina

- Prolactina

Os neurotransmissores de pequenas moléculas e ação rápida são os que causam a


maioria das respostas agudas do sistema nervoso, como a transmissão de sinais sensoriais para
o encéfalo e dos sinais motores para os músculos. Quase sem exceção esse tipo é sintetizado
no citosol do terminal pré-sináptico e, em seguida, absorvido, por transporte ativo, pelas
numerosas vesículas transmissoras existentes no terminal. Depois disso a cada vez que um
potencial de ação invade o terminal pré-sináptico, poucas vesículas de cada vez liberam seu
transmissor na fenda sináptica.

Características dos mais importantes:


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Acetilcolina: é secretada pelos neurônios de muitas regiões encefálicas, mais


especificamente pelas grandes células piramidais do córtex motor, por muitos dos neurônios
dos gânglios da base, pelos neurônios motores que inervam os músculos esqueléticos, pelos
neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo, pelos neurônios pós-ganglionares
do sistema nervoso parassimpático e por alguns pós-ganglionares do sistema nervoso
simpático.

Na maioria das situações, a acetilcolina exerce efeito excitatório, contudo, sabe-se que
exerce efeitos inibitórios em algumas terminações nervosas parassimpáticas, periféricas,
como, por exemplo, a inibição cardíaca pelos nervos vagos. A acetilcolina estimula a
contração dos músculos, incluindo o coração e os músculos do estômago.

Todos os movimentos envolvem a acetilcolina. Ela é importante para a memória,


aprendizagem e trabalho intelectual em geral.

Noradrenalina (Norepinefrina): é secretada por muitos neurônios cujos corpos


celulares ficam situados no tronco cerebral e no hipotálamo. Especificamente, neurônios
secretores de noradrenalina, na ponte, enviam fibras nervosas para áreas muito dispersas do
encéfalo, onde participam do controle da atividade verbal e do humor da mente. Na maioria
dessas áreas, ela provavelmente ativa receptores excitatórios, mas em algumas dessas áreas,
só receptores inibitórios. A Noradrenalina também é secretada pela maior parte dos neurônios
pós-ganglionares do sistema nervoso simpático, onde excita alguns órgãos, mas inibe outros.
Estimula os neurônios do cérebro e da alerta ao corpo em situações de perigo ou ameaça. Tem
papel importante na aprendizagem e na memória.

Dopamina: é secretada por neurônios situados na substância cinzenta. A terminação


desses neurônios fica principalmente na região dos núcleos da base. O efeito da dopamina é
em geral de inibição. A dopamina está envolvida com o movimento, atenção, aprendizagem e
sensações agradáveis ou de gratidão.

Glicina: é secretada, em sua maior parte, nas sinapses da medula espinhal.


Provavelmente, só atua como transmissor inibitório.
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Ácido gama-aminobutírico (GABA): é secretado por terminações nervosas na


medula, no cerebelo, nos núcleos da base e no córtex. Acredita-se que só cause inibição.
Transmite uma mensagem inibitória para outros neurônios, que auxilia no equilíbrio e no
deslocamento de mensagens excitatórias. O GABA é regulador de dois ciclos: de dormir e
acordar. Durante o dia o GABA transmite uma mensagem excitatória aos neurônios nessa
área do cérebro, porém à noite o GABA transmite uma mensagem inibitória p/ esses mesmos
neurônios.

Glutamato: É um tipo de neurotransmissor. Um aminoácido simples, e age como


principal neurotransmissor excitatório no SNC. Ele desempenha um papel importante na
transmissão rápida, cognição, memória, movimento e sensação. É provavelmente secretado
por muitos terminais pré-sinápticos em diversas vias sensoriais, na maioria das vezes causa
excitação.

Serotonina: é secretada por núcleos situados no tronco cerebral, que se projetam para
muitas áreas encefálicas, especialmente as pontas dorsais da medula espinhal e para o
hipotálamo. A serotonina atua como inibidora das vias de dor, na medula, e, também, é
responsável pelo sono, pelos humores e pelos estados emocionais, incluindo a depressão.
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TOXICOLOGIA

Histórico:
A palavra "Toxikon" tem origem grega e significa veneno das flechas (usado na caça na
antiguidade). As pontas das flechas eram preparadas com material bacterialmente
contaminado, por exemplo pedaços de cadáveres ou venenos vegetais, com o intuito de
acelerar a morte dos animais. Como venenos vegetais serviam plantas que provocavam
inflamações, que levavam o coração à paralisia ou paralisavam os músculos ou a respiração.

Definição:
É um ramo da ciência que estuda substâncias nocivas à saúde, suas ações, seus sintomas, seus
efeitos e seus “contravenenos”.
De maneira grosseira, pode-se afirmar que todas as substâncias da natureza podem atuar como
tóxicos, porém nem todas devem ser consideradas como tal.
Podemos deduzir que dependendo da quantidade e, desde que seja absorvida, qualquer
substância poderá ser considerada “veneno”.
A Toxicologia estuda certas drogas que mesmo em pequeníssima quantidade, podem causar
distúrbios orgânicos.
Toxicidade é a capacidade inerente a uma substância de produzir efeitos sobre o organismo,
com o risco ou perigo que uma substância oferece.
Na questão de determinar a toxicidade de um determinado material, é normalmente
importante saber determinar a quantidade ou concentração desse material. Algumas
substâncias têm em pequenas quantidades um efeito positivo sobre o corpo e tornam-se, no
entanto, perigiosas quando em grandes concentrações.

Ação dos Tóxicos:


Ao agirem no organismo humano, os tóxicos podem desenvolver duas classes de ação: Ação
Local e Ação Geral.
 Ação Local: É aquela desenvolvida pelo contato com o tóxico. É uma ação química
brutal que altera ou destrói a vitalidade protoplasmática, ocorrendo uma destruição ou
desorganização dos tecidos. Ex: Álcalis (soda cáustica) e ácidos (sulfúrico, nítrico e
clorídrico);
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 Ação Geral: Desenvolve-se através de seis etapas principais: penetração, absorção,


distribuição, fixação, transformação, eliminação.
1. Penetração: que vem a ser o ingresso de um tóxico no organismo através das
vias de penetração;
2. Absorção: seria a passagem das drogas do meio externo para o meio interno e
deste para a intimidade dos tecidos, através de membranas plasmáticas. As
principais vias de absorção são as vias cutâneas, digestivas, respiratórias,
subcutânea, conjuntival, rinofarìngea, urogenital, via serosa (por tempo
prolongado de medicamento), via dental e via parenteral (com finalidade de
pesquisa);
3. Distribuição: através da corrente sanguínea, o tóxico se estende pelos tecidos,
fixando-se em certos órgãos de sua eleição, seguindo seu coeficiente de
afinidade;
4. Fixação: a fixação propriamente dita, pode se fazer por combinação química
com as substâncias celulares ou por simples adesão do tóxico. Ex: os
barbitúricos (analgésicos) são bastante solúveis nos lipóides das células
nervosas (afinidade eletiva), desenvolvendo assim sua ação hipnótica;
5. Transformação: uma vez instalada no organismo, essa substância terá que ser
eliminada que naturalmente, quer metabolizada (biotransformada) por
enzimas;
6. Eliminação: é o lançamento do produto tóxico para fora do organismo, pelas
vias de eliminação (rins, pulmões, tubo digestivo, pele, glândulas salivares e
mamárias).
7.
Mecanismo de Ação:
Na realidade AÇÃO é conseqüência inicial da combinação agente químico-célula e o
resultado desta combinação (através de uma série complexa de processos), seria o EFEITO.
Quando há manifestação orgânica, ou seja, um conjunto de sinais e sintomas revelando um
estado patológico, ocasionado pela absorção de um agente químico nocivo e danoso, temos o
que chamamos de INTOXICAÇÃO.
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SINERGISMO: é quando há um aumento da toxicidade acima daquela comumente


expressada, devido a interação entre agentes tóxicos, absorção simultânea de substâncias ou
exposições sucessivas.
ANTAGONISMO: quando duas ou mais substâncias no organismo produzem efeitos
fisiológicos contrários, ou seja, expressão oposta a toxicidade. Resulta na completa ou parcial
eliminação dos efeitos nocivos.
TOLERÂNCIA CRUZADA: é a tolerância que ocorre com o uso simultâneo de produtos
farmalogicamente relacionados em particular os que atuam no mesmo sitio receptor.
Exemplo: resistência do alcoólatra a anestésicos.
Para muitos alcoólatras os anestésicos não fazem efeito.
TAQUIFILAXIA: é a tolerância desenvolvida após poucas doses absorvidas do produto, por
depleção do mediador disponível.

Etiologia das Intoxicações:


 Homicida (tóxico dado à outro);
 Suicida (tóxico consumido voluntariamente);
 Acidental (alimentar, medicamentoso, profissional, ambiental, etc.);
 Genética (transmissão por heranças, ex: falta de enzimas);
 Sociais ( toxicomanias);
 Congênitas (adquiridas no organismo da mãe, ex: mãe viciada em heroína, morfina,
etc.)

Efeitos:
Intoxicação crônica: resultam da ação lenta e progressiva de um agente ou produto químico.
Mais freqüentes em ambientes profissionais.
Intoxicação aguda: são as produzidas por introdução violenta de um agente químico no
organismo, dando o aparecimento rápido de efeitos nocivos ou letais.

Diagnóstico:
Só se confirma um diagnóstico de intoxicação, quando amostras de sangue, urina, vômito, etc,
forem levados a um laboratório de toxicologia para exames de pronto diagnósticos.
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Sintomas e efeitos:
 Marcha titubeante;
 Faces cianóticas e congestas;
 Sudorese;
 Cianose periférica;
 Eritema de membros;
 Erupções purulentas na pele;
 Vertigens, náuseas, vômitos;
 Quadro de excitação, seguido de depressão e desorientação;
 Sonolências, convulsões e coma;
 Alergias, urticárias, dermatites;
 Bradipnéia, apnéia ou taquipnéia;
 Uremia, leucocitose, albuminúria;
 Anemia aplástica na medula;
 Óbito.
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MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS

Conceito:
 Psicotrópicos são substâncias químicas, naturais ou sintéticas, que são capazes de
modificar de vários modos a atividade mental, excitando, deprimindo ou provocando
uma ação perturbadora no psiquismo.
 Recebem várias denominações: psicotrópicas, neurotrópicas, psicoativas,
frenotrópicas, etc.

Classificação:
Há várias formas de classificar os psicotrópicos. Segundo Delay e Deniker, as drogas são
classificadas de acordo com a capacidade de deprimir (psicolépticas), excitar
(psicoanalépticas), ou desviar a atividade mental (psicodislépticas).
 Psicolépticos: neurolépticos, hipnóticos, tranquilizantes;
 Psicoanalépticos: estimulantes da vigília, estimulantes do humor;
 Psicodislépticos: agentes alucinógenos ou despersonalizantes.

Classificação segundo a OMS:


 Neurolépticos:
a) Fenotiazínico (ex: Amplictil);
b) Tioxanteno (ex: Navane);
c) Butirofenona (ex: Haldol);
d) Difenilpiperidina (ex: Orap);
e) Derivados da Reserpina (ex: Serpasol).

 Sedativos Ansiolíticos:
a) Propanodióis (ex: Meprobamato);
b) Benzodiazepínicos (ex: Diazepan);
c) Barbitúricos (ex: Fenobarbital);

 Antidepressivos:
a) Inibidores da Monoamino-oxidase;
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b) Inibidores da Recaptação das Monoaminas.

 Psico-estimulantes:
a) Anfetaminas;
b) Cafeínas.

 Psico-dislépticos:
a) LSD;
b) Mescalina;
c) Psilocibina;
d) Dimetiltriptofano;
e) Cannabis.

Classificação Adotada:
Essa classificação está relacionada às drogas que não se encaixaram nas demais
classificações: Para-psicotrópico:
a) Anti-epilépticos;
b) Antiparkinsonianos;
c) Anti-alcoólicos;
d) Lítio.

Características dos Grupos:


 Psicolépticos: Reduzem a vigília, diminuem a capacidade cognitiva e enfraquecem as
tensões emocionais e a ansiedade. Agem, portanto, deprimindo globalmente as
funções sensitivas e motoras (antipsicóticos, hipnóticos e ansiolíticos.
 Psicoanalépticos: Reduzem a depressão, elevam o ânimo, ativam a vigília, melhoram
os processos cognitivos (antidepressivos e psico-estimulantes).
 Psicodislépticos: drogas que produzem fenômenos psicopatológicos nas esferas da
sensopercepção, do pensamento e do comportamento motor, não revelando interesse
terapêutico (euforizantes, desinibidores, alucinógenos e despersonalizantes).
 Para-psicotrópicos: anti-epilépticos e antiparkinsoniano, visam controlar sintomas
provenientes de disfunções neuro-anatômicas e neuro-fisiológicas.
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Lítio, não considerado um psicotrópico verdadeiro, paradoxalmente é o único preventivo real


em Psiquiatria, agindo como normalizador.
Anti-alcoólicos: sem atividade comprovada a nível de SNC, exercem efeitos indiretos,
mediante condicionamento aversivos a etílicos.

ANTIPSICÓTICOS
 São substâncias químicas, em geral sintéticas, capazes de atuar seletivamente sobre as
células nervosas que regulam os processos químicos no homem.
 Agem em todo o SNC: núcleos talâmicos, hipotálamo, vias aferentes sensitivas,
estruturas límbicas e sistema motor.

Mecanismo de Ação:
 Inúmeras pesquisas têm demonstrado ser uma interferência nos sistemas
dopaminérgicos cerebrais, a mais convincente explicação sobre as atividades
terapêuticas dos antipsicóticos.
 O mecanismo se estabelece por bloqueio do receptor pós-sináptico, tornando-o
incapaz de ser estimulado pela dopamina.
 Em primeira instância, o organismo reage aumentando a produção e liberação do
neurotransmissor, na tentativa de vencer o bloqueio.
 Com esse aumento, fica a dopamina mais sujeita à ação das enzimas destruidoras,
comprovando-se pela maior concentração do seu metabólito (ácido homovanílico),
detectado em laboratório.
 RESUMINDO: bloqueio dos receptores sinápticos para dopamina, noradrenalina e
serotonina.

Indicação:
 Tranquilização de pacientes com patologia mental em que há predomínio de agitação
psicomotora, agressividade, exaltação do humor, etc.
 Redução ou eliminação das vivências psicóticas (alucinações e delírios).
 Controle dos distúrbios compulsivos e da conduta.
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 Ansiedade transtornos graves do pensamento.

Efeitos Colaterais:
 Sem exceção, todo fármaco produz efeitos colaterais de variável importância clínica.
 No caso dos antipsicóticos, instala-se comumente a “síndrome neuroléptico brando”,
com astenia (diminuição da força), dificuldade na concentração, hipomotricidade,
sialosquiese (aumento da secreção salivar), disfagia (dificuldade na deglutição),
inquietude, etc.

Contra-indicações:
 Parkinsonismo: sequelas de processos cerebrais importantes;
 Infecções sistêmicas graves;
 Choque ou hipotensão severa, hipertensão arterial significativa, glaucoma;
 Cárdio, hepato e nefropatias graves;
 Quadros depressivos;
 Passado convulsivo ou apnéia prolongada em história pregressa;
 Processos alérgicos, principalmente cutâneos e pulmonares;
 Depressão grave do SNC (intoxicação, pré-coma, coma);
 Intoxicação aguda por narcóticos;
 Úlceras gástricas e gastrite agudas, principalmente as hemorrágicas.

Impregnação (Toxicidade)
O acúmulo destas drogas no núcleo da base e no hipotálamo, produz uma síndrome
extrapiramidal complexa, caracterizada por:
a) Alterações do psiquismo (redução da iniciativa, aumento do tempo de respostas aos
estímulos perceptivos).
b) Alterações da motricidade (hipocinesia global, incoordenação motora, tremores de
extremidade).
Alterações neurovegetativas (hipertermia, amenorréia na mulher, retardamento da ejaculação
no homem, inversão no ritmo sono-vigília).
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Exemplos comercializados: Amplictil, Neozine, Neuleptil, Melleril, Piportil, Anatensol,


Stelazine, Haldol, Triperidol, Orap, Semap, Navane, Serpasol, Equilid, Dogmatil, Modulan,
Tiapridal...

HIPNÓTICOS
 Considera-se hipnótica toda substância, natural ou sintética, capaz de induzir sono
próximo ao fisiológico, ou promovê-lo criando ciclos artificiais.
 São conhecidos como soníferos, sedativos, indutores do sono, noolépticos.

A insônia:
 A caracterização da insônia inclui uma redução de horas de sono como queixa diária,
associada a sintomas funcionais de intensidade variável.
 Comumente, os pacientes referem ansiedade, taquicardia, sudorese e outras sensações,
exacerbadas durante o dia e acrescidas de irritabilidade, sonolência, dificuldade no
raciocínio, distúrbios da memória e queda do potencial físico.

Drogas Hipnóticas:
 Sedativos vegetais: maracujá, mulungu, espinheiro alvar, etc. Em alguns produtos,
combinam-se a barbitúricos, visando potencializar o efeito hipnótico. Outros
associam-se a sal inorgânico de propriedade sedativa (brometo). Ex: maracugina,
passiflorine, sedanus.
Todos sob forma de solução líquida.
 Anti-histamínico: O efeito colateral mais frequente é a sedação. São antagonistas da
histamina, acetilcolina, adrenalina e plasmacinina, demonstrando ação
hipoglicemiante leve, que estimula indiretamente o apetite. Ex: Agasten, Benadryl,
Fenergan, Muricalm, Sonin.
 Barbitúricos: Agem deprimindo globalmente as funções do SNC pelo impacto
neurofisiológico difuso, abrangendo hipotálamo, sistema límbico e córtex.
Este medicamento apresenta muitos efeitos colaterais, sobre tudo, quando em longo
tratamento. Dispondo-se hoje de medicamentos igualmente potentes e destituídos desses
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inconvenientes, não convém utilizar barbitúricos com finalidade hipnótica, exceto em casos
muito particulares. Ex: Gardenal, Alepsal, Fenobarbital.
 Benzodiazepínicos: Apresenta 4 efeitos gerais (ansiolítico, sedativo/hipnótico, mio-
relaxante, anti-convulsivante).
Bioquimicamente, atuam aumentando a afinidade dos receptores do GABA nos sistemas
gabaenérgicos, e possivelmente, são agonistas da glicina. Ex: nitrazepam, flurazepam,
flunitrazepam, triazolam, estazolam e midazolam.

Contra-indicações: miastenia grave, glaucoma, distúrbios respiratórios importantes,


gravidez, amamentação, uso do álcool.

Toxicidade: se mostra baixa em todos os derivados. A duração do sono varia em torno de 8


horas.
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ANSIOLÍTICOS
 Drogas em geral sintéticas, atuam basicamente no alívio ou eliminação da ansiedade, e
em consequência , da tensão muscular e emocional.
 São conhecidos como tranquilizantes, calmantes, psico-harmonizantes, psico-
sedativos, estabilizadores emocionais.

Principais ansiolíticos:
 Benzodiazepínicos;
 Propanodiólicos;
 Beta-bloqueadores adrenérgicos;
 Hipnóticos;
 Timolépticos;
 Antipsicóticos.

Indicações:
 Distúrbios psíquicos em que predomine excitação/agitação;
 Associado a neurolépticos no tratamento de psicoses sintomáticas;
 Combinado a antidepressivo nos casos mais graves de depressão ansiosa;
 Quadros de abstinências;
 Integrante de fórmulas para sonoterapia;
 Anticonvulsivantes;

Contra-indicações:
 Miastenia;
 Glaucoma;
 3 primeiros meses de gravidez;
 Lactação;
 Hepato e nefropatias graves.
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Efeitos Colaterais:
 Além da sonolência, perda parcial da atenção, redução dos reflexos, sensação de
cansaço.
 Podem ainda ser observados: dermatoses, obstipação intestinal, vertigens, tonturas e
distúrbios renais.
 O uso prolongado determina aumento de peso e redução do desejo sexual, distúrbios
da memória e da coordenação motora, bem como dependência.

Mecanismo de Ação:
 Os efeitos farmacológicos e terapêuticos dessas drogas, é consequência de uma ação
seletiva sobre os mecanismos inibidores pós-sinápticos, em que o GABA é o
neurotransmissor.

Intoxicação:
 O quadro tóxico é evidenciado por depressão do SNC, vertigens, fraquezas, tontura,
sonolência, hipotonia muscular e coma superficial.
 A excreção das drogas e seus metabólitos se faz principalmente pela via urinária, fezes
e vômitos.

Medicamentos comercializados:
 Diazepam (Valium, Dienpax);
 Oxazepam (Miorrelax, Adumbran);
 Medazepam (Diepin, Medazepol);
 Temazepam (Temazepax);
 Clorazepato (Tranxilene);
 Bromazepam (Lexotan);
 Lorazepam (Lorax, Vagofil);
 Cloxazolan (Olcadil).
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ANTIDEPRESSIVOS
 São drogas sintéticas de efeito psicanaléptico prioritário sobre o humor e secundário,
sobre a psicomotricidade, aliviando a depressão manifestada clinicamente por tristeza,
apatia, ansiedade.
 Indicados em especial para as depressões endógenas.

Classificação:
 Antidepressivos Timolépticos (bloqueadores das monoaminas, estimulantes do
humor):
a) tricíclicos: imipramina, clomipramina, amitriptilina, doxepina;
b) Tetracíclicos: maprotilina, mianserina;
c) Derivado da isoquinolina: nomifensina.
 Timeréticos (inibidores da M.A.O., estimulantes da psicomotricidade):
tranilcipromina.
 Antipsicóticos desinibidores: levomepromazina, trifluorpeeridol, pipotiazina,
penfluridol, sulpiride.
 Psico-estimulantes: anfetamínicos e outros (cafeína, dinitrila, etc).

Mecanismo de ação:
 Os timolépticos agem inibindo a recaptação de noradrenalina e serotonina livres, aos
depósitos pré-sinápticos. Em consequência aumentam a excitabilidade das estruturas
límbicas, responsáveis pelo humor, elevando-o.
 As depressões que envolvem baixa atividade noradrenérgica, respondem melhor à
imipramina, nortriptilina e maprotilina.
 As depressões que envolvem baixa atividade serotoninérgica, respondem melhor à
clomipramina e amitriptilina.

Intoxicação:
 Ocorre com doses próximas a 1g (geralmente letal com 2g), se caracteriza por um
envenenamento: agitação, confusão mental, hipertermia,, taquicardia, midríase,
insuficiência renal aguda, convulsões, fibrilação atrial, parada cardíaca.
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PSICO-ESTIMULANTES
 São drogas que estimulam a psicomotricidade, a vigília e, secundariamente, o humor.
 A maioria deriva de um núcleo comum: a cadeia fenilalanina, cujo composto mais
importante é a metilanfetamina.
 Atualmente são utilizados como anorexígenos ou moderadores de apetite nos obesos,
sendo assim utilizados pelos endocrinologistas também.
 São considerados fármacos de dependência.
 Como psico-estimulantes naturais, existe a cafeína e o guaraná, embora com efeitos
bem mais discretos.

Contra-indicações:
Glaucoma, gestação, afecções graves cardíacas, hepáticas e renais, agitação psicomotora,
disritmia cerebral, epilepsia, depressão melancólica, ingestão concomitante de bebidas
alcoólicas.

Efeitos Colaterais:
 Irritabilidade, inquietude, instabilidade emocional, insônia, anorexia, hipertensão
arterial, taquicardia, fraqueza, tremores, sudorese, obstipação.
 Como efeitos positivos, suprime a sensação de cansaço, facilita o trabalho intelectual
nas esferas perceptiva e associativa, auxilia a adequação da conduta infantil com
disfunção cerebral mínima.

Drogas psico-estimulantes:
 Anfetamínicos: Fenfluramina, Fenproporex, Dietilpropiona.
 Mazindol: 2mg ou 1,5mg + 5mg de diazepan.
 Cafeína: 100mg ou Cafergot (100mg de cafeína + Tartarato de ergotamina 1mg).
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PSICODISLÉPTICOS
 São substâncias que retêm a capacidade de promover disfunções psíquicas como efeito
principal, mesmo em doses baixas, suficientes para intoxicar.
 Geralmente representados por princípios ativos naturais de origem vegetal.

Classificação:
 Euforizantes e desinibidores: opiáceos, cocaína, álcool, cannabis.
 Alucinógenos e despersonalizantes: mescalina, psilocibina, bufotenina, taraxeína,
adrenolutina, lisergamida (LSD), fenciclidina.
 Efeito somático: midríase, sudorese, vasoconstrição, taquicardia, hipertensão arterial,
etc.
 Efeito psíquico: na esfera do humor (euforia, ansiedade ou apatia), na esfera sensorial
(ilusões coloridas, visões distorcidas de objetos reais, alucinações geométricas,
alucinações auditivas e sinestésicas, perda da noção do tempo, alucinações de
memória.

ANTI-PARAPSICOTRÓPICO
 Anti-epilépticos;

 Anti-parkinsoniano.
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DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS

Conceito de Drogas:
Qualquer substância capaz de agir no centro de gratificação do cérebro, usada fora dos
padrões médicos ou socioculturais, devido aos seus efeitos estimulantes, euforizantes e/ou
tranquilizantes.

Condições de Exposição:
 Dose: quanto maior a dose, maior o efeito tóxico.
 Vias de introdução:
– oral - efeito em 1 h;
– mucosa – efeito em 5 min;
– intra-venosa – efeito em 30 seg;
– respiratória - “crack” - efeito intenso, 5 seg.

COMO SE CLASSIFICAM?
 Depressoras: Álcool , Heroína, Benzodiazepina;
 Estimulantes: Cocaína, Crack, Ecstasy;
 Perturbadoras: Haxixe, outros alucinógenos, com origem ou não na planta Cannabis
sativa (maconha).
Todas causam dependência física ou psicológica

DROGAS DE ABUSO:
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CAFEÍNA
 É o estimulante legal mais usado no mundo;
 É associada ao café e bebidas à base de cola;

EFEITOS: Produz verdadeira euforia; Aumenta a vivacidade; Aumenta a performance


mental e motora.

NICOTINA
 Droga LEGAL e MORTAL;
 Uma gota de nicotina na pele de um coelho, causa a morte deste em 10 segundos.

EFEITO: Estimulante.

CONSEQUÊNCIAS: Náuseas; Dor de cabeça; Perda de apetite; Doenças pulmonares e


digestivas; Câncer; Morte; Dependência psicológica e física.

ÁLCOOL
 As bebidas alcoólicas representam as drogas mais antigas;
 É obtido pela fermentação ou destilação de diversos vegetais.

EFEITOS:
Pequenas doses: euforia, perda de reflexos, perda da capacidade crítica, sensação de anestesia,
sonolência, sedação.
Uso excessivo: náuseas, vômitos, tremores, suor abundante, dores de cabeça, tonturas,
agressividade, diminuição da atenção,
concentração e reflexos.
Uso crônico: cirrose, atrofia cerebral, vários tipos de câncer.
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CONSEQUÊNCIAS: falta de coordenação motora; diminuição sensitiva; rosto vermelho;


sono e até uma espécie de coma; polineurite; anemia; úlceras cutâneas; doenças em todos os
orgãos do corpo, em especial no: Estômago – gastrite, Fígado – cirrose, Coração,
Cérebro, deficiência de vitaminas: B1, B2,B6,B12,CO.

ALUCINÓGENOS
1. COGUMELOS – Famosos no México onde desde a Antiguidade eram utilizados.
2. JUREMA – O vinho de Jurema era usado por índios e caboclos no Brasil. A Jurema
sintetiza uma substância alucinógena – a dimetiltriptamina ou DMT.
3. MESCAL OU PEYOT – Cacto que produz uma substância alucinógena que é a
mescalina.

EFEITOS :alucinações, delírios, dilatação das pupilas, suor excessivo, taquicardia, acessos
de pânico.

CONSEQUÊNCIAS:O consumidor pode ser tomado por delírio persecutório de grandeza ou


acessos de pânico.

LSD
 Foi descoberto por Albert Hoffman em 1938 que inadvertidamente engoliu o produto
em vez de outro. Teve sensações estranhas e ensaiou a droga nele e em outros colegas.
 Nos anos sessenta era uma substância de culto entre os estudantes, bandas musicais e
Intelectuais.
 Nas esferas militares houve quem pensasse que se tratava de uma excelente “lavagem”
ao cérebro de inimigo.
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EFEITOS: Distorções no funcionamento do cérebro, alterando as funções específicas =


alucinações; Pode trazer satisfação (Boa Viagem); Pode deixar a pessoa amedrontada
(Má Viagem)
Delírios; Juízos falsos da realidade – pensar que faz coisas impossíveis como andar na
água, voar, etc.; Pulsação acelerada;
Pupilas dilatadas; Suor excessivo; Excitação; Convulsões.

CONSEQUÊNCIAS: Flashback – se não consumir durante semanas ou meses, começa a


sentir os mesmos efeitos de como se estivesse a consumir; Intoxicação física;
Consequências psíquicas; Comportamento violento; Depressão.

MACONHA / HAXIXE
 A Maconha é o nome dado a uma planta chamada cientificamente Cannabis sativa;
 É conhecida há séculos;
 Oriunda da Ásia Central os seus primeiros registos históricos são de mais de 200 anos
A .C., na China, Egito e Índia;
 Nos anos sessenta era a “DROGA DA MODA”, no auge da contestação hippie (com o
LSD-25);
 O haxixe é uma substância ativa, extraída da Maconha;
 A Maconha tem um alto teor de alcatrão (substância cancerígena);
 O Haxixe é usado por utilizadores que já precisam de doses mais fortes.

EFEITOS: Excitação; Relaxamento; Euforia; Desorientação no tempo e espaço;


Taquicardia; Dilatação na pupila; Olhos vermelhos; Boca roxa; Diminuição dos reflexos;
Vontade de rir; Depois pode sentir: pânico, desespero,angústia, letargia.

CONSEQUÊNCIAS: Prejuízo da atenção; Prejuízo da memória – fatos recentes;


Alucinações; Ansiedade; Pânico; Paranóia; Síndrome emotivacional (desânimo); Afeta
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vários órgãos do corpo; Provoca câncer, sobretudo nos pulmões; Diminuição da produção
de testosterona, portanto capacidade reprodutiva menor; Reduz a capacidade de aprender e
memorizar; Provoca bronquite; Perda de capacidade respiratória.

INALANTES E SOLVENTES
 Estão presentes em muitos produtos comerciais:
Voláteis: Éter; clorofórmio; benzina.
Solventes: Colas; tintas; vernizes; removedores; limpa chamas;
Esmaltes.
 Passaram a ser utilizados como droga nos E.U.A. por volta de 1960.
 Hoje consome-se mais em países do 3º Mundo.
 São utilizados por meninos de rua como forma de sanar a fome.

EFEITOS:
Excitação: Tonturas; Náuseas; Tosse; Espirros; Saliva excessiva.
Depressão leve: Confusão; Desorientação; Dificuldade na fala e visão; Perda de autocontrole;
Início de alucinações.
Depressão profunda: Redução da consciência; Falta de coordenação motora; Lentidão de
reflexos; Alucinações.
Depressão Tardia: Baixa da Pressão arterial; Convulsões, Coma ou Morte.

CONSEQUÊNCIAS: Deprime o Sistema Nervoso Central; Baixa a tensão arterial;


Diminuição da respiração; Diminuição dos batimentos cardíacos; Parada cardíaca; Problemas
renais; Uso prolongado – tentativas de suicídio; Destruição de neurônios; Apatia; Dificuldade
de concentração; Déficit de memória; Lesões na medula, fígado, rins e nervos periféricos;
Danos na molécula óssea.
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ECSTASY
 Produto químico que se associa os efeitos das anfetaminas e do LSD;
 Primeiros efeitos -20 minutos depois de tomar - pode durar horas;
 Foi sintetizada pela Merck Alemã no início do século e foi usado como moderador de
apetite;

CURIOSIDADE: é conhecido como pílula do amor porque aumenta a concentração de um


neurotransmissor chamado SEROTONINA que é o responsável pelas comunicações entre
os neurônios e que está ligada às sensações amorosas.

EFEITOS: Euforia; Bem estar; Age no cérebro aumentando a concentração de dopamina,


que alivia momentaneamente as dores e aumenta a serotomia, que está ligada às sensações
amorosas; Provoca alucinações.

CONSEQUÊNCIAS: Perda de apetite; náuseas; Câimbras; Contrações oculares;


Espasmo no maxilar; Fadiga; Depressão; Dor de cabeça; Diminui a potência sexual no
homem; Visão turva; Manchas roxas na pele; Movimentos descontrolados dos membros;
Crises bulímicas; Insônias; Descontrole da tensão arterial; Febre alta; Desidratação;
PODE PROVOCAR A MORTE; Associado a bebidas alcoólicas pode provocar um
choque cardiorrespiratório.

COCAÍNA
 Pó branco extraído das folhas de um arbusto chamado coca;
 Há mais de 5000 anos que os Índios sul-americanos têm o hábito de mascar coca para
diminuírem o cansaço e suprirem a fome;
 Era usada como remédio, há 150 anos, no tratamento das dores, sífilis, asma,
tuberculose, etc.;
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 A 1ª bebida tipo coca-cola, apareceu em 1863 e chamava-se Vin Mariani;


 A coca-cola começou a ser fabricada em 1885 e até 1903, continha pequenas
quantidades de cocaína;
 Nos E.U.A. e Reino Unido, muitas pessoas ficaram dependentes de coca-cola e os
fabricantes resolveram tirar a cocaína da bebida. Nos nossos dias a coca-cola NÃO
TEM COCAÍNA.

EFEITOS: Excitação psíquica (sensação que é forte, poderoso, influente, importante ...);
Depois, acha-se perseguido, espionado; Aumento da frequência cardíaca; Suor excessivo;
Perda de apetite; Zumbido nos ouvidos; Diarréia; Aperto no peito; Exaustão; Insônia,
Perda de desejo sexual; Sensação de estar doente.

CONSEQUÊNCIAS: Excitação psicomotora; Perda de autocrítica; Perda de


agressividade; É vasoconstritora, daí: problemas arteriais – tromboses; Necrose dos
tecidos do centro nasal e do palato; Devido à vasoconstrição local, às vezes o nariz e a
boca formam uma só cavidade; Overdose, provoca convulsões e morte; Cegueira
irreversível; Infecção: sanguínea, pulmonar, coronária.

NOTA BEM: outro perigo é a cocaína ser adulterada.


É comercializada a peso e então acrescentam-lhe produtos como:
 Soda cáustica
 Solução de bateria de carro
 Água sanitária
 Cimento
 Pó de vidro
 Hormônios que engordam o gado
 Pó de talco

CHEGA AO CONSUMIDOR APENAS COM 30% DE PUREZA


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CRACK (Cocaína + Reagente Químico)


 É “fast – food” das drogas
 É 5 vezes mais potente que a cocaína
 Tem efeito instantâneo
 Desaparecimento rápido –10 minutos
 Tem elevado consumo

EFEITOS: Atinge rapidamente o cérebro provocando alterações Bioquímicas; Causa


dependência rapidamente; São mais freqüentes as overdoses; Deixa forte vontade de usar
vários dias seguidos.

CONSEQUÊNCIAS: Desestrutura a personalidade; Insônias; Agitação psicomotora;


Agressividade; Emagrecimento; Perda de autocrítica e da moral; Dificuldade em
estabelecer relações afetivas; Hiperatividade; Aumento da P.A; Coma; Convulsões;
Derrame cerebral; Danos no aparelho respiratório; Tosse; Cansaço; Tremores; Paranóia;
Lábios, língua e garganta queimados; Marginalidade; Prostituição; Comportamento anti-
social.

HEROÍNA

 A heroína é uma variação da morfina, que por sua vez é uma variação do ópio, obtida
da papoula (ópio).
 O ópio começou por ser usado (venda livre) no século XIX como “cura para tudo” –
sobretudo para dores fortes.
 Tem que entrar na corrente sanguínea para ter efeito.
 A heroína no mercado negro encontra-se contaminada com impurezas.
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EFEITOS: O consumidor sente-se na “maior”; Não causa mal- estar (indisposição);


Sonolência; Fora da realidade; Pupilas contraídas; Primeiro – sensação de euforia e
conforto, Depois- depressão profunda.

CONSEQUÊNCIAS: Surdez; Cegueira; Delírios; Inflamação das válvulas cardíacas;


Coma; Morte; Necrose de tecidos e veias; O corpo deixa de produzir algumas substâncias
vitais (como a endorfina); Produz outras em demasia (noradrenalina), que acelera os
batimentos cardíacos e a respiração; O corpo perde capacidade de controlar a temperatura;
Estômago e intestinos descontrolados, causando diarréia, vômitos e fortes dores
abdominais.

TIPOS DE TRATAMENTO:
 Abordagem psicoterápica - rever a relação do porquê a droga passou a ser tão
importante.
– Individual
– grupos (troca de vivências)
– familiar
• Uso de medicações
– Ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos.
• Prevenção da recaída: controle.
• Informação: paciente pensa ter conhecimento.

FORMAS DE TRATAMENTO:
• Unidade básica de saúde;
• Hospital geral;
• Serviços ambulatoriais;
• Unidades especializadas;
• Clínicas especializadas;
• Comunidades terapêuticas.
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TIPOS DE TERAPIAS: Farmacológica; cognitiva-comportamental; psicodinâmica;


familiar; de casal; multifamiliar; ocupacional; grupos de ajuda mútua (AA, NA); grupos
familiares; religião.

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