Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Triagem e Avaliacao Do Estado Nutricional PDF
Triagem e Avaliacao Do Estado Nutricional PDF
1
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
Objetivo:
Esta diretriz tem por finalidade proporcionar aos profissionais da saúde uma visão
geral sobre a triagem e avaliação do estado nutricional dos pacientes, com base na
evidência científica disponível. O tratamento do paciente deve ser individualizado
de acordo com suas condições clínicas e com a realidade e experiência de cada
profissional.
Conflito de interesse:
Nenhum conflito de interesse declarado.
Introdução
adversos de pacientes com doenças crônico- ser indicado para os idosos hospitali-
Figura 1
Enchimento capilar,
formato, coloração,
fragilidade da unha
5. História dietética: existe método reco- alimentos, às diferentes interpretações dos tipos
mendado? de alimentos ou preparações, bem como ao peso
dos alimentos, aos alimentos informados erro-
Os inquéritos dietéticos podem fornecer in- neamente, à sazonalidade da alimentação e aos
formações, tanto qualitativas como quantitativas, erros sistemáticos como a variação intrapessoal.
a respeito da ingestão alimentar, sendo estes utili- Por outro lado, os erros relacionados ao QFA
zados para avaliar o consumo alimentar de indi- são os mesmos descritos para o R24h, exceto a
víduos e populações em um determinado período sazonalidade da alimentação38(B).
de tempo estabelecido previamente33(B)34(D).
Recomendação
Dentre os métodos mais utilizados para A recomendação é a combinação de métodos
estimar a dieta, pode-se destacar o questionário quantitativos e qualitativos para melhor apri-
de frequência alimentar (QFA) e o recordatório morar instrumentos culturalmente sensíveis,
de 24 horas (R24h)33,35(B). capazes de apreender a realidade sociocultural
da população estudada39(B). Não existem mé-
O QFA é método de avaliação da ingestão todos de história dietética validados para uso em
dietética e, fundamentalmente, importante em população hospitalizada.
estudos epidemiológicos que relacionam a dieta
com a ocorrência de doenças crônicas36(B). Um 6. Quais são as principais medidas an-
dos objetivos do QFA é conhecer o consumo tropométricas recomendadas para a
habitual de alimentos por um grupo populacio- avaliação nutricional?
nal e, neste sentido, a estrutura do instrumento
contempla o registro da frequência de consumo As medidas antropométricas podem ser in-
de alimentos em unidades de tempo: dias, se- dicadoras sensíveis de saúde, de condição física,
manas, semestres ou anos, podendo contemplar de desenvolvimento e de crescimento. O peso é
ou não fracionamentos destas unidades37(B). uma medida simples, mas representa a soma de
todos os compartimentos corporais, e deve ser
Este método raramente tem acurácia sufi- avaliado com cautela em algumas condições. O
ciente para ser usado para avaliar a adequação peso não discrimina a composição corporal, a
da ingestão de nutrientes, tanto em indivíduos condição hídrica, como desidratação e edema, e as
quanto em grupos35(B). diferenças na estrutura óssea dos indivíduos40(B).
vatura espinhal grave42(D). Dentre os métodos aguda e crônica, e pode ser usada para estimar
indiretos, a extensão dos braços, ou chanfradura, o grau de desnutrição48,49(B).
é uma alternativa para a medida indireta da es-
tatura, especialmente de indivíduos jovens ou de Recomendação
meia-idade em cadeira de rodas43(D). Já a medida As principais medidas antropométricas reco-
da altura do joelho está fortemente correlacionada mendadas para a avaliação nutricional são: peso
com a estatura e diminui pouco com a idade44(B), corporal, medida direta ou indireta da estatura/
sendo, portanto, indicada para idosos. comprimento, índice de massa corporal (IMC),
circunferências e as dobras cutâneas.
Na impossibilidade de verificação do peso em
pacientes acamados e na ausência de cama-balan- 7. Quando indicar a impedância bioelé-
ça, pode-se realizar a estimativa do peso corporal do trica (BIA) na avaliação do estado
indivíduo por meio da fórmula de Chumlea42(D). nutricional?
O nitrogênio ureico urinário é uma medida nutricional65(B). Entretanto, a CTL pode ser
insensível para o cálculo do BN em pacientes um indicador útil de risco de complicações
cirúrgicos61(B). infecciosas em idosos66(B).
Recomendação
Contagem total de linfócitos
A albumina sérica é preditora de morbi-
mortalidade e não de desnutrição. Balanço
O uso da contagem total de linfócitos nitrogenado não é considerado bom método de
(CTL) como marcador de estado nutricional avaliação devido a suas limitações. Contagem
ainda é bastante controverso. Enquanto al- total de linfócitos pode ser um indicador útil
guns autores relacionaram redução na CTL de risco de complicações infecciosas em idosos,
com a desnutrição63(B)64(D) outros autores mas não é considerado bom método de avaliação
relataram fraca associação entre CTL e estado nutricional.
2. Gallagher-Allred CR, Voss AC, Finn SC, 10. Kondrup J, Rasmussen HH, Hamberg
McCamish MA. Malnutrition and clinical O, Stanga Z. Nutritional risk screening
outcomes: the case for medical nutrition (NRS 2002): a new method based on an
therapy. J Am Diet Assoc 1996;96:361-6. analysis of controlled clinical trials. Clin
Nutr 2003;22:321-36.
3. I n d e n t i f y i n g p a t i e n t s a n t r i s k :
ADA’s definitions for sreening and nu- 11. Soeters PB, Reijven PL, van Bokhorst-de
trition assessment. Council on Practice van der Schueren MA, Schols JM, Halfens
(COP) Quality Management Committee. RJ, Meijers JM, et al. A rational approa-
J Am Diet Assoc 1994;94:838-9. ch to nutritional assessment. Clin Nutr
2008;27:706-16.
4. Portaria 272 MS/SVS de 08 de abril de
1998. 12. Guigoz Y, Vellas B, Garry PJ. Mini
Nutritional Assessment: a pratical as-
5. Portaria SAS Nº 131 de 08 de março de sessment tool for the nutritional state
2005. of elderly patients. Facts Res Geronto
l1994;4(suppl 2):15-59.
6. Resolução da Diretoria Colegiada - RCD
n° 63, de 6 de julho de 2000. 13. Gazzotti C, Albert A, Pepinster A, Peter-
mans J. Clinical usefulness of the mini
7. ADA Quality-Management-Committee: nutritional assessment (MNA) scale in
American Dietetic Association Revised geriatric medicine. J Nutr Health Aging
2008 Standards of Practice for Registered 2000;4:176-81.
Dietitians in Nutrition Care; Standards
14. Alves de Rezende CH, Marquez Cunha T,
of Professional Performance Registered
Alvarenga Junior V, Penha-Silva N. Depen-
Dietitians; Standards of of Practice for
dence of mini-nutritional assessment scores
Dietetic Technicians, Registered in Nutri- with age and some hematological variables
tion Care; and Standards of Professional in elderly institutionalized patients. Geron-
Performance for Dietetic Technicians, Re- tology 2005;51:316-21.
gistered in Nutrition Care;and Standards
of Professional Performance for Dietetic 15. Vellas B, Guigoz Y, Baumgartner M, Garry
Technicians, Registered. J Am Diet Assoc PJ, Lauque S, Albarede JL. Relationships
2008;108:1538-42. between nutritional markers and the mini-
Professional Performance for Registered and reproducibility for food groups. Int J
Dieticians (generalist, specialty, and ad- Epidemiol 1997;26 (Suppl 1):S37-48.
vanced) in Nutrition Support. J Am Diet
Assoc 2007;107:1815-22. 37.Slater B, Philippi ST, Marchioni DM,
Fisberg RM. Validação de questionários
30. Dharmarajan TS, Adiga GU, Norkus de frequência alimentar - QFA. Rev Bras
EP. Vitamin B12 deficiency. Recognizing Epidemiol 2003;6:200-8.
subtle symptoms in older adults. Geriatrics
2003;58:30-4. 38. Bingham AS. The dietary assessment of
individuals: methods, accuracy, new tech-
31. Tyler I, Wiseman MC, Crawford RI, Bir- niques and recomendations. Nutr Abstr
mingham CL. Cutaneous manifestations Rev1987;57:705-42.
of eating disorders. J Cutan Med Surg
2002;6:345-53. 39. Cassidy CM. Walk a mile in my shoes:
culturally sensitive food-habit research. Am
32. Glorio R, Allevato M, De Pablo A, Ab- J Clin Nutr 1994;59(1 Suppl):190S-7.
bruzzese M, Carmona L, Savarin M, et al.
Prevalence of cutaneous manifestations in 40. Seltzer MH, Slocum BA, Cataldi-Betcher
200 patients with eating disorders. Int J EL, Fileti C, Gerson N. Instant nutritio-
Dermatol 2000;39:348-53. nal assessment: absolute weight loss and
surgical mortality. JPEN J Parenter Enteral
33. Fisberg RM, Colucci AC, Morimoto Nutr 1982;6:218-21.
JM, Marchioni DM. Food frequency
questionnaire for adults from a popu- 41. Kyle UG, Pirlich M, Schuetz T, Lochs
lation-based study. Rev Saude Publica H, Pichard C. Is nutritional depletion
2008;42:550-4. by Nutritional Risk Index associated
with increased length of hospital stay? A
34. Buzzard IM. Rationale for an international population-based study. JPEN J Parenter
conference series on dietary assessment Enteral Nutr 2004;28:99-104.
methods. Am J Clin Nutr 1994;59(1
Suppl):143S-5. 42. Chumlea WC, Roche AF, Steinbaugh ML.
Estimating stature from knee height for
35. Slater B, Marchioni DM, Fisberg RM. persons 60 to 90 years of age. J Am Geriatr
Estimando a prevalência da ingestão ina- Soc 1985;33:116-20.
dequada de nutrientes. Rev Saude Publica
2004;38:599-605. 43. Jarzen PF, Gledhill RB. Predicting height
from aem measurement. J Pediatr Ortho-
36. Ocke MC, Bueno-de-Mesquita HB, dontics 1993;13:761-65.
Goddijn HE, Jansen A, Pols MA, van
Staveren WA, et al. The Dutch EPIC food 44. Chumlea WC, Guo SS, Steinbaugh ML.
frequency questionnaire. I. Description Prediction of stature from knee height for
of the questionnaire, and relative validity black and white adults and children with ap-
61. Konstantinides FN, Konstantinides NN, Part II: Laboratory evaluation. Nutrition
Li JC, Myaya ME, Cerra FB. Urinary urea 2000;16:131-40.
nitrogen: too insensitive for calculating
nitrogen balance studies in surgical clinical 65. Kuzuya M, Kanda S, Koike T, Suzuki Y,
nutrition. JPEN J Parenter Enteral Nutr Iguchi A. Lack of correlation between total
1991;15:189-93. lymphocyte count and nutritional status in
the elderly. Clin Nutr 2005;24:427-32.
62. Cheatham ML, Safcsak K, Brzezinski SJ,
Lube MW. Nitrogen balance, protein loss, 66. Cereda E, Pusani C, Limonta D, Vanotti
and the open abdomen. Crit Care Med A. The association of Geriatric Nutritional
2007;35:127-31. Risk Index and total lymphocyte count with
short-term nutrition-related complications
63. Law DK, Dudrick SJ, Abdou NI. Immuno- in institutionalised elderly. J Am Coll Nutr
competence of patients with protein-calorie 2008;27:406-13.
malnutrition. The effects of nutritional re-
pletion. Ann Intern Med 1973;79:545-50. 67. Izaks GJ, Remarque EJ, Becker SV, Westen-
dorp RG. Lymphocyte count and mortality
64. Omran ML, Morley JE. Assessment of pro- risk in older persons. The Leiden 85-Plus
tein energy malnutrition in older persons, Study. J Am Geriatr Soc 2003;51:1461-5.