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A CIDADANIA EM T. H.

MARSHALL

(UMA CONTRIBUIÇÃO À CRÍTICA DA CIDADANIA LIBERAL)

(467) SILVA, Mônica Apolonio da

Universidade Estadual de Maringá

RESUMO

O trabalho pretende contribuir para a compreensão crítica do conceito de


cidadania atual, a partir do estudo da cidadania em T. H. Marshall. A "nova cidadania",
apregoada pelo neoliberalismo, assume características perfeitamente adequadas ao atual
momento do desenvolvimento do capital. O que possibilitou sua elaboração? O conceito
atual de cidadania se explica pelo esgotamento do modelo econômica anterior, foi
tecido nas malhas dos conceitos e práticas social-democratas. Compreender o conceito
de cidadania típico do Estado do Bem-Estar Social é compreender a configuração de um
conceito de cidadania que o substituiria no momento imediatamente posterior. Ao
compreendermos as características da cidadania naquele momento, a partir de sua
explicação na realidade material, é possível captarmos o que muda no conceito de
cidadania atual, em função do novo momento de desenvolvimento do capital, permeado
pela lógica neoliberal. Thomas Humphrey Marshall (1893-1981), considerado um
clássico no estudo da cidadania, representa o momento histórico do chamado Estado de
Bem-Estar Social, que vem sendo desmontado na atualidade. Busco em T.H. Marshall o
conceito de cidadania produzido naquele momento histórico, assim como a realidade
política, econômica, histórica e social que possa explicá-lo.
Parte II

EDUCAÇÃO, CIDADANIA E CONSERVAÇÃO DA ORDEM

Uma significativa parcela de autores brasileiros fazem referência ao trabalho de


T. H. Marshall, contudo, parecem fixar-se apenas em seu histórico da cidadania e, talvez,
este seja o problema. É ao discutir as questões relativas às mudanças na estratificação
social, sob as coordenadas do Welfare State, que T. H. Marshall deixa claro que não há
qualquer intenção de eliminar as desigualdades e muito menos converter a sociedade
capitalista numa sociedade igualitária. Ele tem plena consciência de que o capitalismo é
um sistema de desigualdade por definição e a desigualdade é o ingrediente indispensável
para fazer dos homens empreendedores motivados a perseguir e alcançar o sucesso
econômico.

A confiança de T. H. Marshall no Estado do Bem-Estar Social o leva a acreditar


numa civilização unificada através da cidadania, efetivada por uma política social que
tome medidas igualitárias. Ele reconhece, todavia, o conflito entre estas medidas, que
caracterizam a intervenção do Estado, e o mercado livre.

Esta chamada civilização unificada tornaria as desigualdades sociais aceitáveis


e, até mesmo, sem função do ponto de vista econômico, o que seria proporcionado pela
separação, cada vez maior, entre as rendas real e nominal.

A base de suas afirmações são as conquistas do Estado do Bem-Estar Social


quanto aos serviços sociais de grande porte que não exigem qualquer pagamento para
usufruir dos benefícios. Cita como exemplo a saúde e a educação. Também as bolsas de
estudo, a assistência judiciária a preços acessíveis, a regulamentação de aluguéis, etc.,
são fatores que podem, de formas diferentes, manter a renda real (acesso ao bem-estar)
relativamente constante, apesar das diferentes rendas nominais (remuneração). Assim, as
vantagens obtidas por uma renda nominal maior não desapareceriam, mas seriam
limitadas a uma área restrita do consumo. É em suas idéias sobre a educação como um
fator atuante na estratificação social, contudo, que sua concepção mostra-se visivelmente
liberal, presa a princípios que limitam sua pretensão democrática.

A cidadania é tida como a possibilidade concreta de se conquistar uma


igualdade humana básica, diante da qual as desigualdades econômicas pouco significam.
A educação é considerada um pré-requisito indispensável para o exercício dos direitos
civis, o mais essencial de todos os direitos do cidadão. Afinal, a condição necessária para
a liberdade é o bom senso, que precisa ser formado. Assim, a educação consiste num
direito, pois é condição para o exercício dos direitos civis, aliado a um dever público de
exercer o direito.

A relação entre educação e estratificação social é vista como natural, afinal, na


sua visão liberal, a vida parece ser uma corrida onde apenas alguns podem ser vitoriosos;
é uma lei inexorável. Ele desvela o real significado da educação na sociedade burguesa;
apesar de declarar a formação da cidadania como grande objetivo, a escola educa para a
vida egoísta, para as leis do mercado, sobrepondo uma moralidade, própria do cidadão,
que atenua as ações e intenções egoístas, individuais. Este direito à educação acaba por
fazer da cidadania um fator de estratificação social.

Assim é que a cidadania se faz necessária; uma moralidade a ser construída,


formada no indivíduo da sociedade burguesa que, sem deixar de ser egoísta, deve estar
disposto (espontaneamente) a defender a ordem pública porque acredita na legitimidade
da mesma e na justiça da igualdade de oportunidade (formal).

O fato de considerar a educação formadora da cidadania e, ao mesmo tempo,


um instrumento de seleção dos que são "naturalmente" mais aptos a conquistar, pelo
próprio esforço e capacidade pessoal, seu lugar na sociedade, galgando melhores postos
no mercado de trabalho, denuncia sua visão seletiva que, no meu entendimento é fruto da
concepção atômica das relações sociais e da lógica fragmentária, típicas do pensamento
liberal. É necessário esclarecer, contudo, que essas características do pensamento liberal
foram construídas no processo histórico de seu desenvolvimento, indissociável da
sociedade capitalista que vive, conforme FRIGOTTO (1995), o chamado "dilema
burguês", cujo grande desafio é adequar a democracia, a educação, a cidadania aos seus
interesses, numa contradição insolúvel.

WELFARE STATE E NEOLIBERALISMO: DIVERGÊNCIAS E CONFLUÊNCIAS

T. H. Marshall encara o Estado de Bem-Estar Social britânico como "o ponto


culminante de um longo movimento de reforma social que se iniciou no último quartel
do século XIX" (MARSHALL, 1967b, p.117).
É preciso reconhecer que, realmente, o Estado de Bem-Estar Social
desempenhou um papel relevante em relação não só ao crescimento da economia, mas a
uma certa redistribuição de renda e riqueza e integração política das classes populares.
Estes dois últimos, decorrentes do acesso a alguns bens e serviços como: educação,
saúde, moradia, transporte, legislação social, etc. Segundo Borón, estes avanços jamais
seriam alcançados se esperássemos os benefícios do mercado.

O tom com o qual T. H. Marshall se refere ao Estado do Bem-Estar Social, em


fins da década de 1960, reflete os problemas com os quais este último passa a conviver:
"insegurança econômica e uma necessidade de contenção da despesa pública"
(MARSHALL, 1967b, p.119).

O que não se pode esquecer, e que T. H. Marshall não revela, é que este padrão
de acumulação capitalista serviu mais para satisfazer as necessidades do capital do que
das camadas populares, graças, segundo Borón, a sua natureza "estadocêntrica" e sua
diligência responsável na gestão dos interesses capitalistas.

O esgotamento do Estado de Bem-Estar Social retratado por T. H. Marshall


marca o surgimento do neoliberalismo. Os avanços caminhavam de encontro aos limites
impostos pelo capital industrial, financeiro e trustes internacionais que, na subseqüente
década de 70, não puderam tolerar as baixas taxas de crescimento e as altas taxas de
inflação. Como afirma Atilio BORÓN (1996) "O impulso reformista se deteve diante das
portas das fábricas e dos bancos". E, nos anos 80, quando Thatcher assume o governo
britânico, um componente importante do receituário neoliberal entra em cena: um amplo
programa de privatização, que atingiu a habitação pública e as indústrias básicas como o
aço, a eletricidade, o petróleo, o gás e a água.(ANDERSON, 1996)

Como os neoliberais puderam articular-se prontamente, diante do esgotamento


do Estado de Bem-Estar Social? Perry ANDERSON (1996) esclarece que a configuração
do Neoliberalismo remonta ao momento de auge do Estado de Bem-Estar Social, como
expressão dos embates existentes e pouco focalizados por T. H. Marshall. Em 1947,
Hayek promoveu uma reunião em Mont Pèlerin, na Suíça, onde compareceram
adversários do Estado de Bem-Estar Social europeu e do New Deal norte-americano. A
Sociedade de Mont Pèlerin, fundada a partir desta reunião, precisou amargar 20 anos de
espera para que seus ideais, chamados neoliberais, ganhassem terreno.

O neoliberalismo, que nasceu de um combate teórico e prático ao Estado de


Bem-Estar Social, é o retorno da ortodoxia, que sempre viu na social democracia sua
inimiga central. Esta proposta refundacional do capitalismo, como o entitula BORÓN
(1996), considera o desemprego como natural e necessário (confrontando com a política
de pleno emprego do Estado de Bem-Estar Social), a desigualdade como valor positivo
(enquanto o Estado de Bem-Estar Social procurava enfrentá-la) e a democracia um valor
secundário, pois, de acordo com HAYEK (apud ANDERSON, 1996), a mesma pode
tornar-se incompatível com a liberdade dos agentes econômicos de disporem de suas
rendas e propriedades como quizerem.

A ideologia neoliberal que, hoje, torna-se hegemônica, juntamente com a


reedição das "teorias econômicas neoclássicas", se expressa na política do chamado
neoconservadorismo. Exatamente por não considerar que haja nada de muito errado com
o sistema econômico é que esta nova roupagem liberal abre espaço para o retorno da
ortodoxia, o que, na América Latina, dá-se através da aplicação do receituário do
Consenso de Washington.

A convicção neoliberal de que o Estado deve ficar fora da arena econômica é


exacerbada pelo estabelecimento de relações diretas que se fazem entre esfera pública,
ineficiência e corrupção. Tudo isso, sem se discutir a origem dos escândalos públicos: a
necessária existência de um corruptor privado operando junto a um funcionário estatal.

Todo o discurso de "limpeza" do Estado aparece em resposta ao suposto


fracasso do Estado de Bem-Estar Social, deixando de esclarecer que a solução apontada
(ausência do Estado na esfera econômica) foi o problema diante do qual o Estado do
Bem-Estar-Social atuou, como um socorro emergencial ao capitalismo.

Ao compararmos o pensamento de T. H. Marshall e as idéias dos neoliberais de


hoje, percebemos que algumas delas são compatíveis porque convenientes ao atual
momento de desenvolvimento do capital. Exemplos são: a manutenção da desigualdade,
a defesa do fim das divergências ideológicas e a reedição da teoria do capital humano.

De acordo com FRIGOTTO (1995), ao detectar os mentores da veiculação da


teoria do capital humano rejuvenescida, entre nós, como o Banco Mundial, BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento), UNESCO (Organização das Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura) e OIT (Organização Internacional do Trabalho), a
integração econômica e a valorização da educação básica estão "subordinadas à lógica
do mercado, do capital e, portanto, da diferenciação, segmentação e exclusão". A
capacidade de abstração e a criatividade dos trabalhadores flexíveis e polivalentes, que
garantem a dimensão participativa do novo conceito de cidadão, restringem-se a
exigências que pretendem a subordinação do trabalhador aos objetivos da empresa e, em
última instância, a subsunção cordata à nova ordem capitalista.

As características do momento atual, sob a hegemonia neoliberal, apresentam,


todavia, nova roupagem que lhe dá o aspecto mutante, como um camaleão, que se
apresenta diferente de acordo com as condições particulares, em diferentes países que
tentam aplicá-lo. Neste momento, os principais conceitos e princípios do Estado de Bem-
Estar Social são dissolvidos e a cidadania, como um desses princípios, não pode ser
poupada. A importância da cidadania é ainda maior porque continha em seu conceito o
compromisso estatal. Como este Estado está sendo desmontado sob a alegação de
excesso de gastos sociais, a cidadania é a grande vilã. Urge reconceituar a cidadania, e o
neoliberalismo tem se saído muito bem na empreitada.

NECESSIDADE DA CRÍTICA CONSEQÜENTE À CIDADANIA LIBERAL

O conceito de cidadania do Estado de Bem-Estar Social, tão bem expresso por


T. H. Marshall, continua fazendo parte da história da sociedade capitalista como uma
referência democrática. A alusão à cidadania do Welfare State pode ser considerada
ainda pertinente, pois no atual momento está sendo destruída pelo neoliberalismo. Em
tempos de globalização da economia, quando a relação entre Estado e mercados sofre
profundas alterações, gerando inseguranças frente à lógica da exclusão que ganha terreno
dia-a-dia, as conquistas de acesso ao bem-estar não podem ser esquecidas e nos servem
de âncora para conter a desintegração total das sociedades contemporâneas. Este é um
movimento real que apresenta ares conservadores, afinal, o conceito de cidadania que
discutimos até aqui não poderia ser reeditado num momento que vem negando
sistematicamente os conceitos e práticas social democratas e, até mesmo, demonizando-
as.

Penso que a cidadania defendida pela social democracia, e tão bem esclarecida
por T. H. Marshall, não serve de referência àqueles que "ainda" pretendem romper com
os limites burgueses de concepção da realidade e organização da sociedade. A cidadania,
restrita aos limites liberais, permanece carregada das contradições que caracterizam o
sistema capitalista. Se mantivermos o objetivo de formação da cidadania para a educação
é preciso urgentemente explicitar o conceito de cidadania que pretendemos. Uma nova
concepção de cidadania para ser construída necessita superar a cidadania liberal como
aparência, que funciona como dissimulação das contradições e preservação da ordem
capitalista.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O Estado de Bem-Estar Social, que vem sendo rechaçado, como o grande


causador da falência do Estado, e seu correspondente conceito de cidadania, oferecem o
cenário que serve de contraponto ao atual pensamento neoliberal e às políticas públicas
(principalmente na América Latina) ditadas pelos novos "senhores" do mundo; Banco
Mundial, BID, UNESCO e OIT, entre outros.

O projeto social que ganha hegemonia na atualidade, apesar de ser composto


por um conteúdo contraditório, tem um núcleo comum que é a crença na regulação da
vida social pelo mercado. A imagem de um cidadão que resolve tudo no mercado, como
um consumidor, está ligada à idéia da necessidade de inserir-se nesse novo momento de
competitividade e competência através da participação no processo produtivo,
colaborando para o sucesso da empresa e contribuindo, conseqüentemente, para
alavancar o desenvolvimento do país. Assim, a luta é para conseguir estar incluído no
processo competitivo, desconsiderando a necessária existência dos excluídos. Estas
idéias assustadoras ganham força na atualidade e, provavelmente, aparecem sem
subterfúgio porque se aproveitam da falta de ameaça premente; a ausência da alternativa
keynesiana e o fracasso do socialismo real.

As contradições do capitalismo, contudo, persistem e enfrentá-las ou dissimulá-


las não é tarefa fácil.

A partir do entendimento de que a prática revolucionária passa,


necessariamente, pela negação da ordem a ser destruída, penso que a educação que
assuma essa perspectiva deve investir no desvelamento das contradições da sociedade a
ser negada. Revelar a farsa da cidadania liberal pode constituir-se em função precípua da
educação, na atualidade, demonstrando a impossibilidade de conciliar democracia e
capitalismo. O Estado de Bem-Estar Social foi insuficiente para fazer esta conciliação,
os compromissos com o capital não permitiram que os avanços democráticos se
efetivassem. O trabalho de T. H. Marshall é expressão disso, principalmente quando da
sua preocupação com a Sociedade Afluente.

A possibilidade de trabalhar na perspectiva do desmonte da cidadania liberal


pode oferecer à educação a oportunidade de inserir-se num esforço, somado a outras
instituições sociais, de construção concreta de uma nova cidadania. Apostar nisso é
apostar no espaço contraditório das lutas humanas, acreditando que essas lutas produzem
a história. Estaríamos, dessa forma, aproveitando-nos do ambiente moderno, cuja
descrição de Marx e Engels mantém-se atual. Neste ambiente, nos defrontamos numa
(con)fusão de possibilidades de mudança, que se abrem continuamente e, ao mesmo
tempo, de retrocessos desintegradores.

Todas as relações fixas, enrijecidas, com seu travo de antigüidade e veneráveis


preconceitos e opiniões, foram banidas; todas as novas relações se tornam antiquadas
antes que cheguem a se ossificar. Tudo o que é sólido desmancha no ar, tudo o que é
sagrado é profanado, e os homens finalmente são levados a enfrentar (...) as verdadeiras
condições de suas vidas e suas relações com seus companheiros humanos. (Apud
BERMAN, 1986, p.20)

Estar atento, compreensivelmente vivo, num mundo onde ser revolucionário ou


conservador pode significar dois lados de uma mesma moeda e, ainda, essa decisão fazer
toda a diferença, parece ser o grande desafio.
BIBLIOGRAFIA CITADA:

ANDERSON, Perry. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, Emir; GENTILI, Pablo


(org.) Pós-Neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. 3. ed. São Paulo :
Paz e Terra, 1996. p.9-23.

BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade


São Paulo: Companhia das Letras, 1986.

BORÓN, Atilio. A sociedade civil depois do dilúvio neoliberal. In: SADER, Emir;
GENTILI, Pablo (org.) Pós-Neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático.
3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. p.63-118.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ. Informativo /


UNED-PB, Pato Branco, abril 1995, p.4

O perfil pedagógico do cidadão que queremos formar no CEFET-PR.

Perfil profissional do egresso da educação tecnológica.

FERREIRA, Nilda Teves. Cidadania: uma questão para a educação. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1993.

FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real. São Paulo: Cortez,


1995.

LASKI, Harold J. O liberalismo europeu. São Paulo: Mestre Jou, 1973.

MARSHALL, Thomas Humphrey. As ciências sociais na formação do assistente social.


Suplemento de Debates Sociais - nº2 - 1969.

MARSHALL, Thomas Humphrey. Cidadania, classe social e status. Rio de Janeiro:


Zahar, 1967a. Política social. Rio de Janeiro: Zahar, 1967b.

WARDE, Miriam Jorge. Liberalismo e educação. São Paulo, 1984. Tese (Doutorado em
Educação - Filosofia) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

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