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INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ – IFCE

DIRECAO DE ENSINO – CAMPUS CRATEUS


CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA. (SEMESTRE 2018.2)
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
PROF: NILTON JUNIOR

FICHAMENTO

Carlos Alberto Alves de Miranda1

Marta Kohl de Oliveira 2

VYGOTSKY E O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE CONCEITOS

1
Estudante do segundo semestre do curso de Geografia/Licenciatura IFCE Campus Crateús

2
Autora do trecho; Vygotsky e o processo de formação de conceitos, do livro “teorias psicogenéticas em
discussão” para o Fichamento.
LA TAILLE, Yves de, OLIVEIRA, Marta Kohl de, DANTAS, Heloysa. 1992.
Piaget, Vygotsky, Wallon – teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo:
Summus.
SUBSTRATO BIOLÓGICO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO
DESENVOLVIMENTO HUMANO E O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE
CONCEITOS

Palavra-chave; Vygotsky, sistema simbólico, formação e conceitos

“Falar da perspectiva de Vygotsky é falar da dimensão social do


desenvolvimento humano. Interessado fundamentalmente no que chamamos
de funções psicológicas superiores, e tendo produzido seus trabalhos dentro
das concepções materialistas predominantes na União Soviética pós-revolução
de 1917, Vygotsky tem como um de seus pressupostos básicos a idéia de que
o ser humano constitui-se enquanto tal na sua relação com o outro social. A
cultura torna-se parte da natureza humana num processo histórico que, ao
longo do desenvolvimento da espécie e do indivíduo, molda o funcionamento
psicológico do homem. Esse teórico multidisciplinar, contudo, que chegou a
estudar medicina depois de formado em direito e literatura, deu grande
importância ao substrato material do desenvolvimento psicológico,
especialmente o cérebro, tendo realizado estudos sobre lesões cerebrais,
perturbações da linguagem e organização de funções psicológicas em
condições normais e patológicas. Suas proposições contemplam, assim, a
dupla natureza do ser humano, membro de uma espécie biológica que só se
desenvolve no interior de um grupo cultural” (p. 24);

“A linguagem humana, sistema simbólico fundamental na mediação entre


sujeito e objeto de conhecimento, tem, para Vygotsky, duas funções básicas: a
de intercâmbio social e a de pensamento generalizante. Isto é, além de servir
ao propósito de comunicação entre indivíduos, a linguagem simplifica e
generaliza a experiência, ordenando as instâncias do mundo real em
categorias conceituais cujo significado é compartilhado pelos usuários dessa
linguagem. Ao utilizar a linguagem para nomear determinado objeto estamos,
na verdade, classificando esse objeto numa categoria, numa classe de objetos
que têm em comum certos atributos. A utilização da linguagem favorece,
assim, processos de abstração e generalização. Os atributos relevantes têm
de ser abstraídos da totalidade da experiência (para que um objeto seja
denominado "triângulo" e deve ter três lados, independentemente de sua cor
ou tamanho, por exemplo) e a presença de um mesmo conjunto de atributos
relevantes permite a aplicação de um mesmo nome a objetos diversos (um
pastor alemão e um pequinês são ambos cachorros, apesar de suas
diferenças” (p. 27);

Segundo a autora, para Vygotsky a dimensão social do desenvolvimento é de


suma importância, pois o ser humano se desenvolve na sua relação com o
outro social em um processo histórico onde a cultura molda o funcionamento
psicológico do homem conforme o desenvolvimento da espécie (filogenética) e
do indivíduo (ontogenética). Logo no interior de um grupo cultural ele relata
que o ser humano torna se parte de um membro biológico.
A autora fala ainda que Vygotsky refutou a ideia de funções fundamentais fixas
e imutáveis, acreditava que o cérebro era como um sistema aberto de grande
plasticidade, onde os modos e a estrutura de funcionamento são modelados
conforme o desenvolvimento humano. Ele também ressaltava que o cérebro é
formado por sistemas funcionais complexos. Vygotsky apresenta a ideia de
mediação que é a relação do homem com os objetos, mediada pelos sistemas
simbólicos (representações dos objetos e situações do mundo real no universo
psicológico do indivíduo), onde possibilita planejar o futuro, imaginar coisas,
etc.
De modo geral, a autora menciona que o sistema simbólico que Vygotsky
falava permitia o desenvolvimento da abstração e da generalização e alavanca
para os processos psicológicos superiores, de origem social (humano), ou
seja, a cultura dá ao indivíduo um universo de significados que são as
representações da realidade, onde a função mental superior torna se base na
operação com sistemas simbólicos que são construídas de fora para dentro
deixando então internalizado.

A autora aborda que a linguagem é o sistema simbólico fundamental na


mediação entre sujeito e objeto do conhecimento, onde a interação social é a
comunicação entre os indivíduos e o compartilhamento dos significados,
podemos dizer que ao nomear um objeto significa dar uma categoria a ele com
atributos comuns. Signos (palavras, símbolos e etc.) são mediadores na
relação do homem com o mundo.
O pensamento conceitual segue uma linha genética que inicia da formação de
conjuntos sincréticos (nexos vagos e subjetivos), passa pelo pensamento por
complexos (baseado em ligações concretas e factuais) e chega à formação de
conceitos (baseados em ligações abstratas e lógicas), de maneira geral não é
uma trajetória reta e a sua formação de conceitos refere-se a cotidianos ou
espontâneos, ou seja desenvolvidos no decorrer da atividade pratica da
criança, já o conceito cientifico geralmente inicia-se em definição verbal e
percorrem nas leituras e nos trabalhos escolares, que vão da experiência para
a abstração.

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