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16/10/2014

fmvz-unesp
F ACU L D AD E D E M E D I CI NA V E TE R I NÁR I A E Z OOTE CNI A - BOTU CATU
DEPARTAMENTO DE CIRURGIA E ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA

Disciplina de Cirurgia de Pequenos Animais


Anatomia
 Intestino grosso
fd fe
Afecções cirúrgicas do  Ceco
 Bolsa cega
intestino grosso, reto e ânus  Cólon ascendente
 Orifício cecocólico
MV MsC Victor José Vieira Rossetto  Cólon transverso
PG Cirurgia de Pequenos Animais  Cólon descendente
Orientação
 Segmento mais longo
Profa. Dra. Cláudia Valéria S. Brandão  Reto
2014

Anatomia Anatomia
 Reto  O esfíncter anal externo demarca o limite
 Segmento do intestino que corre pelo canal caudal do reto
pélvico e termina no ânus  Existem 2 músculos esfinctéricos
 Junção colorretal  Interno
 Entrada pélvica
 Externo
 Sétima vértebra lombar
 Ponto de penetração seromuscular da artéria retal
 Controlam a defecação
cranial  Sacos anais

Anatomia

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Megacólon Introdução
 Aumento persistente do diâmetro do
intestino grosso + hipomotilidade grave
devido a constipação
 Constipação
 Defecação difícil ou infrequente + fezes duras e secas
 Obstipação
 Constipação extrema!
 Passagem pelo canal pélvico impossível…

kcrgs.com.br

Fisiopatologia Classificação
Falha em eliminar fezes
 Congênito
 Doença neuromuscular rara
 Idiopático adquirido
Retenção fecal, desidratação e solidificação fecal  Forma mais comum em gatos
 Rara em cães
 Anormalidade da inervação
 Secundário
Distensão prolongada grave INÉRCIA  Inércia colônica: Traumatismo neurológico,
endocrinopatias, má-formações vertebrais…
 Obstrução de saída
Alterações irreversíveis na musculatura lisa e nervos colônicos

Apresentação clínica
Brandão, C. V. S.

 Constipação ou obstipação
 Depressão, anorexia e vômito
 Tenesmo
 Distenção do cólon e presença de fezes
duras na entrada da pelve
 R-X/U-S
 Descartar doenças

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Tratamento Fecaloma
 Clínico
 Amolecedores fecais, enemas, evacuação digital,
dietas ricas em fibras, drogas procinéticas…
 Sem bons resultados
 Lesões crônicas e graves
 Cirúrgico
 Colectomia total ou subtotal

Introdução Introdução
 Dilatação do cólon com  Felinos
fezes impactadas e Idosos

Brandão, C. V. S.

Rossetto, V.J.V.

partidas  Obstipação, disquesia,


dor abdominal, poucas
fezes, perda de peso...

Brandão, C. V. S.

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Tratamento
 Manejo da causa primária
 Laxantes e lubrificantes
 Enema e compressão manual
 Em casos de insucesso
 Colotomia

Prolapso de reto e anal Introdução


 Protrusão de toda a parede retal ou de
apenas a mucosa através do ânus
 Endoparasitismo e enterites -> jovens
 Tumores e hérnias perineais -> adultos a
idosos
 Qualquer afecção que cause TENESMO
 Urolitíase
 Prostatopatias…

Exame físic . Exame físic .


 Grau de prolapso
 Poucos mm a vários cm
Renato Sampaio

 Evolução/ grau de
esforço
 Tecido evertido fica
edematoso
 Escoriação,
sangramento,
ressecamento e
necrose ortopedia-veterinaria.blogspot.com
Renato Sampaio

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Exame físic . Tratamento


 Diferenciar de intussuscepção prolapsada!  O tratamento depende da causa, grau de
 Inserção de sonda/termômetro na junção prolapso, cronicidade e se o prolapso for
mucocutânea ao longo da massa prolapsada recorrente ou não
 Intussuscepção progride!  Prolapso retal agudo tratamento clínico
 Prolapso retal não progride!  Prolapso retal crônico, não redutível e
severamente traumatizado tratamento
cirúrgico

Tratamento clínico Tratamento clínico


 Lavagem com SF estéril
 Massagem e lubrificação com gel
hidrossolúvel
 Redução manual
 Colocação de sutura em bolsa de tabaco ao
redor do ânus
 Remoção da sutura após 5 dias
Fossum et al., 1997

Redução manual Tratamento cirúrgico


 Amputação do reto
 Colopexia quando o prolapso retal recidivar
repetidamente após redução manual ou
amputação

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Complicações Prognóstico
 Redução manual  Bom
 Tenesmo, disquezia,
hematoquezia e  Tratar a causa primária
recorrência
 Prolapsos crônicos sem redução manual ou
 Amputação retal
 Hemorragia,
cirurgia
extravasamento de  Ruim
conteúdo fecal,
estenose anal, infecção  Necrose e sepse
e incontinência fecal
mp2sportarena.blogspot.com

Atresia anal Introdução


 Congênita
Google imagens

 Incomum em cães e gatos


 Graus
 Grau I: estenose anal
 Grau II: ânus imperfurado e reto terminando
imediatamente cranial ao ânus
 Grau III: o reto terminal localiza-se na cavidade
pélvica
 Grau IV: o reto terminal localiza-se na entrada da
cavidade pélvica ou cavidade abdominal

Sinais clínicos Atresia anal Grau II


 Grau I
 Normais até o desmame
 Constipação, tenesmo...
 Grau II a IV
 Normais até as primeiras 2 a 4 semanas
 Subdesenvolvimento e distensão abdominal
FMVZ/UNESP Botucatu

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Diagnóstico Tratamento
 Exames radiográficos  Grau I
 Determinar a posição
do reto terminal
 Dilatação com vela ou remoção da parte
estenosada
 Grau II e III
 Mobilização do reto terminal e reconstrução
anal por meio de abordagem perineal
 Grau IV
FMVZ/UNESP Botucatu
 Abordagem abdominal

Atresia anal Grau II Prognóstico


 Ruim
 Mortalidade cirúrgica elevada
 Distenção crônica do cólon e reto pode lesar
irreversívelmente esses órgãos

Pós-operatório imediato 1 semana de pós-operatório

Infecção/ Impactação do saco


Introdução
anal
 É um acúmulo anormal
de secreções
secundário a
inflamações, infecções
ou obstruções ductais
 Comum
 10% dos cães
 Raças pequenas e toy
www.dog-care-health-and-supplies.com
www.veterinarycancer.com

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Patogenia Patogenia
Ruptura de abscesso
 As secreções Glândula adanal
impactada
de glândula adanal

Obstrução Acúmulo de continuam a se


ductal secreção acumular , os sacos
ficam impactados e se
rompem!

Supercrescimento
Inflamação bacteriano

www.dog-care-health-and-supplies.com

Patogenia Sinais clínicos


 Diversos fatores podem contribuir para a  Lambedura ou
mordedura da base da
hipersecreção crônica
cauda ou região anal
 Endócrinos
 Tenesmo
 Infecciosos
 Disquezia
 Alérgicos
 Constipação
 Comportamentais
 Hematoquezia
 Frouxidão anal
 Obesidade…

Exame físico Diagnóstico


 Região do saco anal  Sinais clínicos
inchada e inflamada
 Achados do exame físico
 Lesão drenante
 R-X
 Compressão digital  Fistulograma para ajudar a determinar se o
pode expelir secreções trato drenante está associado com a região do
normais ou anormais saco anal
 Diagnóstico diferencial
www.vethelpdirect.com
 Neoplasias, fístulas perineais, endoparasitoses,
traumatismos anais…

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Tratamento Clínico Tratamento clínico


 A maioria dos casos  Infusão de agentes Psílio®
ceruminolíticos Plantago ovata
responde bem ao
tratamento clínico  Amolecimento de
secreções secas
 Compressão manual
 Acréscimo de fibra na
 Lavagem com SF
dieta
acrescida ou não de
clorexidine a 0,5% ou  Torna as fezes mais
firmes e volumosas que
iodopovidona a 10%
distendem o ânus e
 Antibióticos comprimem os sacos Hipernatural.com
smalltowndog.webs.com/grooming.htm Criasaúde.com.br
anais

Tratamento cirúrgico Pré-operatório


 Quando há falha na terapia clínica  Jejum de alimentos sólidos 24 h antes
 Uso de laxantes 24 h antes
 Adiada até que se controle a inflamação/  Enema de água morna 3 h antes da cirurgia
infecção  Não realizar próximo à cirurgia -> Liquefaz o conteúdo
 Ambos os sacos anais devem ser removidos intestinal e promove disseminação do material
contaminado!!!
mesmo que apenas um esteja  Remoção manual das fezes
comprometido (Fossum et al., 1997)  Tricotomia e antissepsia
 Evitar uma 2ª cirurgia  Antibióticoterapia contra aeróbios e anaeróbios G –
 Saculectomia  Cefalosporinas IV
 Metronidazol + Cefalosporinas, Aminoglicosídeos ou
 Fechada X Aberta Sulfa-Trimetoprim VO

Técnica fechada Técnica aberta


 Inserção de sonda ou  Inserção da lâmina do
pinça hemostática bisturi ou ponta de
 Identificar sua extensão uma tesoura fina
 Cera ou resina acrílica  Incisão do ducto
 Incisão curvilínea através da pele, SC,
sobre o saco esfíncter externo e
 Dissecção delicada saco anal
 Ligadura do ducto  Dissecção
 Ligadura
Fossum et al., 1997 Fossum et al., 1997

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Cuidados pós-operatórios Complicações


 Colar  Infecção
 Amolecedor fecal por 2-3 semanas  Deiscência
 Óleo mineral  Estenose anal
 1-2 ml/kg VO
 Tenesmo
 Lactulose
 0,5-1 ml/kg TID VO
 Prolapso retal
 Incontinência temporária
ou permanente

Neoplasias Retais Introdução


 Lesões benignas
 Pólipos adenomatosos
 “Pólipos se compõem de uma lâmina própria
ramificada coberta por uma superfície epitelial
ANORMAL que tem continuidade com uma
mucosa retal NORMAL” (Aronson, 2003)
 Sem predisposição sexual
 Raros em gatos
 Collies

Introdução Introdução
 Pólipos podem ocorrer como lesão isolada  Lesões malignas
ou múltipla, elevados ou pedunculados  Carcinoma
 Idosos
 Machos
 Pastor Alemão e Poodle
 3 formas: infiltrativa, ulcerativa e proliferativa

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Sinais clínicos e exame físico Diagnóstico


 Tenesmo  Sinais clínicos e achados do exame físico
 Disquezia  R-X simples e contrastado/U-S
 Hematoquezia  TC
 Prolapso retal  Colonoscopia
 Protuberância do pólipo pelo ânus durante a  Avaliar a extensão do tumor e biópsia
defecação
 Histopatologia
 Obstrução parcial ou completa
 Constipação e distenção do cólon

Tratamento Abordagem anal


 Cirurgia  Suturas de fixação na
mucosa retal
 A abordagem depende do tipo e localização do
tumor  Tração e eversão da
 Tumores benignos na porção caudal abordagem
mucosa
anal  Ressecção do pólipo
 Tumores malignos abordagem ventral, dorsal ou  Em geral, não há
de restabelecimento retal necessidade de excisão
de espessura total
 Sutura

Abordagem anal Abordagem anal


Tobias, 2010
Tobias, 2010

Tobias, 2010

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Abordagem ventral Abordagem dorsal


 Lesões na junção  Lesão envolvendo o
colorretal reto caudal ou médio
 Acompanhada por  Incisão curvilínea
osteotomia púbica  Transecção do m.
 Insição sobre a retococcígeo
aponeurose adutora  Incisão parcial do m.
 Martelo e osteótomo ou elevador anal
serra oscilatória  Ressecção
 Aproximação das
extremidades

Abordagem de restabelecimento
Complicações
retal
 Lesão colônica distal  Deiscência da
ou mesorretal não anastomose
atingível pelo abdome  Infecção
ou demasiadamente  Formação de
grande ou cranial para constrição
abordagem anal
 Incontinência fecal
 Eversão da parede retal
 Lesão do esfíncter anal
 Incisão através da
externo
parede retal
 Lesão dos nervos pedal.com.br
 Sutura
perineais

Prognóstico
 Neoplasias benignas  Neoplasias malignas
 Bom  Reservado
 Depende da forma da
massa, velocidade de
crescimento e
possibilidade de
ressecção completa
 Massas anulares -> pior
prognóstico: 1,6 meses
(Church et al., 1987)

img258.imageshack.us

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Obrigado!!!

vjvrossetto@hotmail.com
vrossetto@fmvz.unesp.br

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