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Fala da agente entrevistada: Acredita que o trabalho na unidade teve muitas melhorias,

pois de um tempo para cá a unidade não é procurada somente em situações de


emergência (doença) mas também trabalham para manter a saúde e ver os resultados dos
projetos executados nesse espaço.

Forças instituintes: O Diário Popular procurou a UBS para comparações deu uma UBS que
estava em bom estado e uma UBS em mau estado, a Virgílio Costa ficou no exemplo da
unidade de mau exemplo e a partir daí com a força da mídia UBS recebeu a sua reforma
para quê a população tivesse um espaço digno para consultar e também participar de
programas da mesma.

Força organizantes: A agente disse que todos os projetos conversam com a rede bem
cuidar, portanto ela não vê uma ação de força organizante no ambiente.

A mudança: Logo quê a UBS recebeu a notícia não é mudança para reforma toda a equipe
sesentiu mais tranquila e aliviada, foi reconfortante utilizar um espaço digno de promover
saúde a partir do momento o que é equipe retornou para unidade básica houve uma alegria
maior, pois naquele espaço poderia haver promoção e prevenção na saúde.

Trabalho Psicologia Institucional

1) Da escolha da organização que possui potencial de análise Institucional e


organizacional

A escolha do grupo foi pela UBS Virgílio Costa


1.1) Da justificativa do interesse pela análise institucional e organizacional

Sobre Instituições observamos em Barenblitt, que as instituições são lógicas, são


árvores de composições lógicas que, segundo a forma e o grau de formalização
que adotem, podem ser leis, podem ser normas e, quando não estão enunciadas
de maneira manifesta, podem ser hábitos ou regularidades de comportamentos”.
(Barenblitt, pag. 25)

Também em Barenblitt uma organização é a materialização das instituições, pois


para vigorar, para cumprir sua função de regulação da vida humana, as
instituições têm de realizar-se. E em que elas se materializam? Em dispositivos
concretos que são as organizações. As organizações, então, são formas
materiais muito variadas que compreendem desde um grande complexo
organizacional tal como um ministério Ministério da Educação, Ministério da
Justiça, Ministério da Fazenda, entre outros.

Dessa forma, o anseio foi estudar a Instituição Saúde Publica, e para isso
escolhemos estudar a Organização Sistema Único de Saúde (SUS), adentrando
neste terreno através de uma pesquisa de campo nas Unidades Básicas de Saúde
(UBS) pois são a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o site do Ministério da Saúde, o objetivo desses postos é atender até 80% dos
problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de encaminhamento
para outros serviços, como emergências e hospitais.

Porém, na realidade, observamos um distanciamento entre a qualidade utópica


que é pregada pelo Ministério da Saúde, através de leis e informativos, para com
a que é apresentada aos usuários cidadãos brasileiros.

Ilustrando este conflito observamos no site do Ministério da saúde uma lista de


atendimentos os quais o cidadão deveria poder encontrar nas UBSs:
 Ter acesso a ações de promoção, prevenção e tratamento relacionadas a saúde da
mulher, da criança, saúde mental, planejamento familiar, prevenção a câncer, pré-natal
e cuidado de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.
 Fazer curativos
 Fazer inalações
 Tomar vacinas
 Coletar exames laboratoriais
 Ter tratamento odontológico
 Receber medicação básica
 Ser encaminhado para atendimentos com especialistas.

(fonte: http://maismedicos.gov.br/o-que-tem-na-ubs).

Entretanto, a escolha da UBS Virgílio Costa foi proposital na medida em que ela
recebeu uma série de denuncias sobre descumprimento de seus deveres e
péssimas condições de instalações desde 2014 (Conforme site da Câmara
Municipal de Pelotas).

Conforme apurado, os remédios eram guardados em locais inapropriados


prejudicando sua conservação, os usuários sofriam com o pouco espaço do
prédio alugado pela prefeitura, e não havia autoclave, o que impossibilitava a
impermeabilização dos instrumentos.

1.3 Analise da demanda institucional +++++++++++++++++++++++++


(perguntar ao prof)

“Conforme, Baremblitt o institucionalismo enfatiza a necessidade de se ter


presente a ideia de que a demanda não é espontânea, a demanda não é o
primeiro passo de um processo: ela é produzida, de tal modo que existe um
passo anterior à demanda que é a oferta. A demanda não existe por si.” (pg.61)

1.3.1) Da análise da oferta e criação da demanda

Para Barrenblitt, passo importante para começar a compreender uma demanda


institucional é observar a dinâmica de uma organização e decifrar, analisar,
esmiuçar o pedido que esta organização faz de uma análise e de uma
intervenção. Para dizê-la provisoriamente: quais são os aspectos conscientes,
manifestos, deliberados, voluntários deste pedido, e quais são seus aspectos
inconscientes e/ou não-ditos.

O grupo apresentou uma oferta que seria a vontade de conhecer melhor o


funcionamento da UBS Virgilio Costa, especificamente para a funcionária
responsável do estabelecimento, que nos autorizou a gravar uma entrevista e
também assinou um termo de confidencialidade, onde nos comprometíamos que
as informações prestadas apenas seriam usadas para o trabalho de Psicologia
Institucional, e assim foi criada a demanda.

Aspectos Conscientes: ....

Aspectos Inconscientes e não ditos: ..............

b) Análise burocrática da organização

Para Barenblitt, a burocracia é a divisão supostamente científica da organização


dos trabalhos e atividades desenvolvidas em uma organização, desta forma
existem as forças onde há o organizado, que se pode ilustra como famoso
organograma ou fluxograma, que é necessário, mas que tem uma tendência
"natural" a cristalizar-se (entre aspas porque nada tem a ver com o natural), uma
tendência histórica a esclerosar-se e a adotar uma série de vícios, entre os quais
o mais conhecido é a burocracia.

Observamos desta forma uma “suposta divisão cientifica” do trabalho na referida


UBS se deu da seguinte forma:

Gerente administrador – responsável por todos os pedidos de manutenção do


predial e pedidos de medicamentos, pagamento das contas de água, luz,
acompanhamento do ponto e freqüência dos funcionários.
Médico Clinico Geral: Responsável pelo atendimento básico dos usuários
referente a suas demandas de saúde, emissão de laudos, emissão de receitas
médicas.

Auxiliar de Enfermagem: Responsáveis pelo pré-atendimento dos usuários,


preenchimento de uma ficha de anaminese inicial onde é perguntado qual a
queixa de saúde do usuário ( dor, desconforto, acidente, entre outros),
aferimento da preção arterial e verificação de glicemia.

Auxiliares de Serviços Gerais:

Auxiliar 1: Responsavel pela farmácia, entrega de medicamentos prescritos da


receita médica, organização e zelo pela segurança dos medicamentos.

Auxiliar 2: Responsavel pela emissão de senhas, emissão de cartão SUS,


abertura do cadastro dos usuários,

Funcionários da Limpeza: Responsável pela manutenção da limpeza de toda


UBS.

Segurança: Responsável: Responsável pela segurança do local.

Conforme observado na entrevista com a responsável pela UBS, foi-nos


apresentado um de seus fluxos de trabalho (“fluxograma cristalizado”) referente
ao pedidos dos remédios, onde a Gerente Administradora acessou um software
em seu computador, onde preenchia as requisições de medicamentos que eram
encaminhadas automaticamente para o sistema da Secretaria Municipal de
Saúde.
Dos Fluxos Burocraticos observados no atendimento a usuários:

1) O Usuário chega até a UBS e é atendido pela secretaria que pergunta seu
nome e se te cartão SUS ->

-> Se ele tem cartão SUS é aberta uma senha no sistema ma que ele possa
passar pelo atendimento.

-> O Usuario aguarda sentado na sala de espera e será chamado pela Auxiliar
de Enfermagem onde será feita uma avaliação inicial.

-> O Usuario volta para sala de espera e aguarda ser chamado pelo seu nome
por um Médico.

 Médico atende e verifica se é necessário receitar remédios ao pasciente.


 Pasciente sai da consulta com o médico e se for necessário vai a farmácia
da UBS retirar remédios.

(d) Quais as instituições que se demonstram presentes e qual a força ???


institucional destas instituições;

1- Instituição da Saúde Publica: Está lógica prega o atendimento publico de


saúde gratuito e universal a toda a população brasileira.

1 – Instituição Trabalho: A lógica ou instituição trabalho determina que para um


indivíduo conseguir o seu sustento e/ou sustento de sua família ele deve
trabalhar, ou seja, vender sua força de trabalho a uma organização.
Instituições e seus atravessamentos:

3 – Instituição Tecnologia da Informação (ou de dados): Observamos os


aspectos computacionais e de inteligência da informação quando os funcionários
fazem requisições a Secretária Municipal de Educação por meio de software
especializado.

4 – Instituição Educação: Relações interpessoais entre os funcionários, respeito


dos usuários para com os trabalhadores e eventuais reclamações ao serviço
prestado.

5 – Instituição Segurança: Observamos a lógica onde deve haver um funcionário


apenas para garantir a “segurança” devido ao medo de assalto ou roubo aos
equipamentos da UBS ou medicamentos.

Qual a dinâmica de forças instituintes e organizantes que apresentam


potencial de modificação institucional;

1) Forças Instituintes

“Conforme Barenblitt, geralmente não se pode presenciar o nascimento de uma


instituição, o que se pode presenciar são grandes momentos históricos de
revolução e de transformação de uma instituição. Essas forças que tendem a
transformar as instituições ou também tendem a fundá-las (quando ainda não
existem), a isso se chama o instituinte, forças instituintes. São as forças
produtivas de lógicas institucionais.

Este grande momento inicial do processo constante de produção, de criação de


instituições, tem um produto, geram um resultado, e este é o instituído. O
instituído é o efeito da atividade instituinte. (pag. 29)

O instituinte aparece como um processo, enquanto o instituído aparece como um


resultado. O instituinte transmite uma característica dinâmica; o instituído
transmite uma característica estática, estabilizada.
Desta forma:

1) Forças Instituidas: Observamos presente a força ou lógica burocrática no


atendimento aos usuários, onde não importavam qual a dor ou qual o desespero
do usuário, todos usuarios deveriam esperar e segui o fluxo comum de
atendimento para passar com o médico e obter sua receita e remédio especifico.

2) Forças Instituintes: Reclamações frequentes dos usuários e principalmente a


reclamação da Imprensa, onde através de denuncia do jornal Diario Popular de
Pelotas, sensibilizou-se os vereadores da camara municipal frente ao descasos
enfrentados na UBS Virgilio Costa.

2)Forças organizantes

Para Barenblitt, existe o organizante e o organizado. Há uma atividade


permanentemente crítica e transformadora, otimizadora das organizações – o
organizante. E há o organizado, que se pode ilustrar com o famoso organograma
ou fluxograma, que é necessário, mas que tem uma tendência "natural" a
cristalizar-se (entre aspas porque nada tem a ver com o natural), uma tendência
histórica a esclerosar-se e a adotar uma série de vícios, entre os quais o mais
conhecido é a burocracia, embora não seja o único. (Pg. 30)

Organizado: o Gerente administrativo fazia os pedidos de reforma e manutenção


do prédio alugado – SEM SUCESSO.

Organizante: está força através da sensibilização dos vereadores, propiciou que


uma licitação pela reforma da UBS fosse aberta com urgência e a demanda
ganhasse o destaque na administração do município.

(f) Qual a implicação do grupo com esta organização e instituições?


De acordo com Baremblitt, a implicação se define como o processo que acontece
na organização de analistas institucionais, na equipe de análise institucional, a
raiz de seu contato, de sua interseção com a organização analisada, intervinda.
Também é um conceito que tem certa dívida com a chamada contra
transferência da Psicanálise.

A implicação inicial e portanto raiz de nosso contato com a UBS Virgílio Costa
se deveu a um dos participantes do grupo morar no bairro Fragata (bairro que a
UBS presta atendimento) sendo que as reclamações da comunidade eram
constantes e observáveis na convivência com entes do bairro.

(g) Qual a análise das implicações do grupo ( do grupo de alunos??);

Conforme definição de Baremblitt (pagina 60), um campo de análise é um


“recorte”, uma delimitação de um objeto, podendo ser desde pequeno até
amplíssimo, onde nos propomos a aplicar o aparelho conceitual do
institucionalismo, implicando em um processo de compreensão dos inteligentes
que atuam neste campo.

Sobre a análise de uma implicação, nos apoiamos em Baremblitt, que compara


o conceito de imlicação ao de contra transferência em Psicanálise, que é uma
reação; consciente ou inconsciente; que o material do paciente ( no caso a UBS
Virgílio de Moraes) produz no analista (grupo de estudantes) ; e na análise
institucional a implicação não é apenas um processo nem psíquico nem
inconsciente, mas um processo de materialidade múltipla, complexa e
sobredeterminada, um processo econômico, político, psíquico heterogêneo por
natureza, que deve ser analisado em todas as dimensões. E não é apenas
reativo, ou seja, não é a resposta da equipe interventora e analisadora ao contato
com seu objeto, pois é prévia a este contato; não começa no usuário: é recíproco,
é simultâneo e é parte indissolúvel do processo de análise da organização, ou
seja, é o contrário de uma análise "objetiva". (pg,65)
Fazendo então a analise múltipla e dos aspectos conscientes e inconscientes,
os ditos e não ditos, temos as seguintes implicações sofridas:

- Relato da integrante do grupo nas diversas vezes que necessitou de


atendimento da UBS e não conseguiu atendimento ou foi mal atendida.

- Medo que a integrante tinha de sua mãe (ou familiares) precisar as UBS e não
conseguir atendimento digno.

- Foi levantado por um dos integrantes do grupo a perplexidade que todo


brasileiro sente ao ver que apesar de toda reclamação da comunidade as
reformas não andavam, e no entanto, quando surgiu a denuncia de um órgão de
impressa (Correio Popular) os vereadores se sensibilizaram e correram para
aprovar uma reforma.

- Foi levantado pelo grupo também o questionamento se realmente os


vereadores queriam ajudar as pessoas do bairro ou se queriam ter seus nomes
aparecendo nos jornais, do quando eles lutaram pela aprovação da reforma da
UBS Virgilio de Moraes. Será que eles queriam apenas marketing gratuito em
seus nomes?

- Quando fizemos a entrevista e percebemos o posto de saúde lotado e pessoas


com dor e chorando esperando pacientemente sentadas serem chamadas pelo
médico.

(h) Considerações finais.


Referências:

BAREMBLITT, G.. Compêndio de análise institucional e outras correntes, 1ª ed.


Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1992.

Visita ao site: < http://maismedicos.gov.br/o-que-tem-na-ubs> em 15/06/2019.

Visitaaosite:<https://www.pucsp.br/prosaude/downloads/bibliografia/Diretrizes%
20operacionais_AB_2015.pdf> em 15/06/2019.

Visita ao site: < http://www2.camarapel.rs.gov.br/imprensa/comissao-de-saude-


comprova-denuncia-sobre-ubs-virgilio-costa/> em 15/06/2019

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