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O objetivo desse formato final é retificar o máximo possível os terços cervical e médio
para que a lima penetre com menor tensão na região apical. Ao atuar em terços,
elimina-se a tensão e diminui a chance de fratura do instrumento e iatrogenias,
principalmente em canais curvos.
Os terços cervical e médio normalmente são retos e, quando apresentam curvaturas,
normalmente são compensadas pelos desgastes compensatórios. Além disso, tem-se
uma maior quantidade de microrganismos quando comparados ao terço apical que
possuem uma virulência menor. Como são terços relativamente retos, amplos e
maiores, possuem menos complexidade anatômica, podendo se utilizar instrumentos
maiores e retos, como as Gates, promovendo um maior alargamento. (Maior número
de microorganismos, menor virulência e menor complexidade anatômica, primeira
região do canal a ser instrumentada, permitindo um maior alargamento através do uso
de instrumentos com maior diâmetro)
Já o terço apical possui microrganismos mais virulentos (menor concentração de
oxigênio) e possuem maior complexidade anatômica (delta apical, ramificações, canal
acessório etc), sendo que sua instrumentação é mais difícil. A zona crítica apical é uma
região de mais difícil acesso e limpeza.
Objetivos de começar pelo terço cervical: Diminui a chance da ocorrência de
iatrogenias; Elimina/neutraliza o conteúdo séptico tóxico do terço cervical que poderia
ser empurrado para a região apical.
Tipos de tratamento:
A utilização dessa técnica em canais constritos e curvos faria com que o instrumento
trabalhasse tensionado em todos os terços, mesmo utilizando um instrumento de
menor diâmetro (aumento progressivo do diâmetro). Essa técnica é utilizada em
dentes que possuem o terço cervical e médio mais amplos, como o canino superior e
incisivo central superior. A forma cônica progressiva já é uma forma original desses
dentes (anatomia favorece que o instrumento não trabalhe de forma simultânea).
A obturação também pode ser dificultada, pois essa técnica resulta em canais
estreitos.
As técnicas que começam pelo preparo da região apical devem possuir odontometria
prévia ao inicio da instrumentação, após a abertura coronária. (Para as técnicas coroa-
ápice, inicialmente, só é necessário medir o comprimento aparente do dente – CAD).
Em canais curvos, a odontometria se modifica após realizar o preparo dos terços
cervical e médio, pois a retificação desses terços muda a curvatura.
Outro problema dessa técnica é que, ao levar o instrumento da coroa ao ápice, os
microrganismos que estão em maior quantidade na região cervical e média são
levados para uma área de menor volume que é o terço apical, aumentando a chance
de ocorrer um flare up (elevar número de microrganismos para a região apical). No
caso de dentes com necrose pulpar, há necessidade de neutralizar esses canais
radiculares no terço cervical e médio (indiretamente, inicia-se da coroa até o ápice do
mesmo jeito).
Outras desvantagens da técnica:
• Aumenta chance de exacerbar processos.
• Provocar desvios em canais curvos.
• Cateterismo (conceito acima): é contra-indicado nas necropulpectomias, pois o
instrumento funciona como um êmbolo, podendo forçar material séptico para região
apical (agudização de processos). O certo a se fazer era neutralizar o conteúdo séptico
tóxico com o preparo químico-mecânico (solução irrigadora). Entretanto, essa
neutralização é realizada da coroa em direção ao ápice, não justificando a utilização da
técnica do ápice à coroa do dente.
Desvantagens:
- Um desgaste exagerado do segmento cervical aumenta o risco de perfuração
radicular e de fraturas verticais durante as manobras de obturação, ou mesmo quando
os dentes estiverem em função.
TÉCNICA:
Em casos de curvatura o preparo cervical deve ser realizado antes da curvatura. Deve-
se organizar sequencialmente os instrumentos de acordo com o canal. Utilizar limas do
tipo K-flex até no máximo a 25#, por terem uma ótima flexibilidade e devido a sua
capacidade de acompanhar a curvatura do canal, e pré-curvar a lima previamente a
instrumentação o escalonamento regressivo será o anatômico.
Canais retos: Limas tipo K;
O preparo do terço cervical e médio deve ser sempre acompanhado de irrigação e
aspiração.
A Técnica de instrumentação pode ser sintetizada em 6 etapas clínicas:
3 – Realize o pré-alargamento do terço cervical e médio com limas manuais #40 até
#25, respeitando o cursor em CAD-4mm, da seguinte forma:
4 – Escolha uma lima tipo K #40, a qual deverá se ajustar passivamente às paredes
do canal. Não force. Realize movimentos de alargamento e limagem no comprimento
que a lima alcançou.
C) Odontometria
9 – Insere-se uma lima tipo K no interior do canal, ajustada no CRI, de forma que o
cursor fique apoiado no ponto de referência na coroa.
D) Preparo apical
*Canais curvos: pré-curvar o instrumento, usar limas flexíveis. O preparo apical não
segue a regra de 2 a 4 instrumentos. Deve se usar até a LK 25 independente do IAI.*
19 – A cada troca de instrumento realize a patência do canal, como descrito no item
17. *O primeiro instrumento utilizado no CT é denominado IAI e o último instrumento
utilizado no CT é denominado IAF*
Serve para subir o preparo até a coroa, para dar mais expulsividade ao canal .
Diferenças:
-Escalonamento regressivo PROGRAMADO: O recuo é previamente determinado
milímetro a milímetro do comprimento de trabalho.
-Escalonamento regressivo ANATÔMICO: O recuo é ditado pela condição anatômica
do canal. A lima do recuo deve ser utilizada até encontrar resistência sem forçar.
JUSTIFICATIVA: Essa dimensão fixa de 1mm nem sempre pode ser aplicada em canais
curvos. O instrumento seguinte de diâmetro superior muita das vezes não apresentará
flexibilidade suficiente para atingir o diâmetro previamente determinado, assim como
a pressão empregada poderá promover iatrogenias no preparo.