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Os estampos são compostos de elementos comuns a todo e quaisquer tipos de ferramentas (base,
inferior, cabeçote ou base superior, espiga, colunas de guia, placa de choque, placa guia, parafusos e pinos de
fixação, e outros) e por elementos específicos e responsáveis pelo formato da peça a produzir (matriz e
punções).
COMPONENTES DO ESTAMPO
1 - Haste ou Espiga 8 - Pino de Fixação
2 - Cabeçote ou Placa Base Superior 9 - Parafuso de Fixação
3 - Placa de Choque 10 - Placa Extratora
4 - Porta Punção 11 - Guia da Tira
5 - Punção 12 - Matriz
6 - Coluna Guia 13 - Placa Base Inferior
7 - Bucha Guia 14 - Calços
Outra definição dá-se por processos de conformação mecânica, realizado geralmente a frio, que
compreende um conjunto de operações, por intermédio das quais uma chapa plana é submetida a
transformações por Corte ou deformação, de modo a adquirir uma nova forma geométrica.
Figura 3 - Corte
Figura 4 – Entalhe
PUNÇÃO
Figura 5 - Puncionamento
REPUXO
RECORTE
Figura 6 - Recorte
Figura 7 - Transpasse
Figura 8 – Dobramento
DOBRA EM “U”
Na dobra em “U” a chapa é forçada contra duas
matrizes ocorrendo a dobra simultânea das duas abas.
DOBRA EM “L”
A dobra em “L” ocorre em apenas um lado da chapa
sendo obrigatório o uso de um sujeitador ou “Prensa
Chapa” para evitar o “escorregamento” da chapa para
dentro da matriz.
REPUXO OU EMBUTIMENTO
O repuxo ou embutimento é uma operação de
estampagem onde uma chapa, inicialmente plana, é
transformada em um corpo oco sem que haja
aparecimento de rugas e trincas. As ferramentas que
permitem a obtenção da forma desejada são chamadas
de estampos, constituídos por um punção, uma matriz
e um sujeitador chamado de prensa-chapa. Durante a
operação de repuxo, o punção obriga a chapa
penetrar na matriz movida pela ação de uma força
denominada de força de repuxo (FR). O material da
chapa flui para dentro da matriz, configurando
gradativamente as paredes laterais da peça.
Figura 13 - Repuxo
REPUXO PROFUNDO
(DEEP DRAWING)
O repuxo é considerado “profundo” quando a sua
altura é maior ou igual à metade do seu diâmetro.
CALANDRAGEM
A calandragem é um processo de conformação pelo
qual se dá forma a laminados, chapas, vigas, tiras,
trilhos, entre outros, pela passagem do material entre
rolos, conferindo-lhe assim espessura constante e um
acabamento de qualidade. A calandragem pode ser
feita com metais, polímeros (termoplásticos ou
borrachas), ou mesmo vidros (laminação a quente).
Figura 15 – Calandragem
Figura 16 – Perfilamento
HIDROFORMING
O processo de hidroconformação consiste na obtenção
de peças metálicas por conformação a partir da
aplicação simultânea de pressão hidrostática de fluido e
esforços de compressão sobre o material a ser
conformado (chapas, ou tubos). Seu campo de
aplicação é muito variado, por permitir a fabricação de
peças das mais complexas geometrias, com
significativos aumentos da relação resistência
mecânica/peso e da economia de mão de obra e
material. O sucesso das peças hidroconformadas se
deve a diversos fatores, dependentes de características
inerentes ao material, dos parâmetros adotados, da
geometria da peça, etc. Entre as maiores limitações do
processo estão os fenômenos de falhas por estricção,
enrugamento e ruptura.
Figura 16 – Hidroconformação
O estudo econômico, também chamado de lay out de tira, é o estudo que proporciona o aproveitamento máximo da chapa
ou, em outras palavras, a obtenção da maior quantidade de peças em uma mesma chapa. Este estudo visa encontrar a melhor
distribuição das peças na chapa bem como calcular as distâncias ótimas entre as várias peças. As distâncias mínimas necessárias para
um corte eficiente e correto são apresentadas na figura 17.
Economia do material.
Forma e as dimensões do material a empregar.
Sentido de laminação, especialmente para as peças que devem ser dobradas.
A economia do material é o aspecto mais importante, que justifica os cálculos para assegurar uma
utilização racional do material.
A determinação do intervalo ou espaço a deixar entre as duas peças e nos cantos da chapa varia conforme as
dimensões da peça e espessura do material.
A Tabela 1 abaixo mostra as dimensões mínimas a serem aplicadas no estudo.
A economia do material é o aspecto mais importante, que justifica os cálculos para assegurar uma utilização racional do
material.
A determinação do intervalo ou espaço a deixar entre as duas peças e nos cantos da chapa varia conforme as dimensões da
peça e espessura do material.
Para o cálculo do percentual de aproveitamento da chapa utiliza-se a fórmula abaixo:
Ap x n x 100
% Utilização =
Ac
Onde:
NOTA: O comprimento da chapa depende do tipo de ferramenta. Para o cálculo de peças que utilizam bobina, pode-se
calcular o aproveitamento por metro ou pela estimativa do comprimento total da bobina.
EXEMPLO 2
EXEMPLO 3
Conforme mostrado nos exemplos acima, é muito importante a realização de um estudo considerando o maior
número possível de combinações.
Vale ressaltar que o aumento do número de peças por golpe impacta diretamente no custo do ferramental. O fator
determinante neste caso é o volume de produção.
As folgas entre Punção e Matriz são definidas em função do material da espessura da peça. Conforme mostrado na figura 18,
o esforço cortante é produzido pelo movimento descendente da faca superior que, ao penetrar no material a ser cortado, cria:
𝑓
= 0,005 𝑥 𝑒 𝑥 √𝑇𝑐
2
EXERCÍCIO 1:
Determinar as dimensões do Punção e Matriz para estampar a peça abaixo:
𝑓
= 0,005 𝑥 2 𝑥 √36
2
Furo Ø20
Ø Punção = 20 (Nominal)
Ø Matriz = 20,12 (Nominal + folga total)
Disco Ø40
Ø Punção = 39,88 (Nominal – folga total)
Ø Matriz = 40 (Nominal) Material: Aço Laminado (SAE 1020)
A força de corte depende diretamente do tipo de material, da espessura da chapa e do perímetro de corte.
𝐹𝑐 = 𝑃 𝑥 𝑒 𝑥 𝑇𝑐 onde:
Fc = Força de Corte
P = Perímetro de corte
e = Espessura da chapa
Tc = Tensão de Cisalhamento (conforme tabela).
EXERCÍCIO 2:
Baseado no exercício 1 acima, calcular o esforço de corte para um estampo de corte com três peças por golpe:
Fc = P x e x Tc
Fc = (20 x π) x 2 x 36
Fc = 4.523 kg
Fc = (40 x π) x 2 x 36
Fc = 9.047 kg
Fc = (4.523 + 9.047) x 3
Fc = 40.710 kg Considerando o fator de segurança o
indicado é uma Prensa de 60 toneladas.
A primeira etapa do dimensionamento da matriz é a definição da espessura que pode ser obtida com a equação abaixo:
3
𝐸𝑚 = √𝐹𝑐 onde:
Em = Espessura da Matriz
Fc = Força de Corte Total
EXERCÍCIO 3:
3
𝐻 = √𝐹𝑐
3
𝐻 = √40.710
A distância de uma aresta de corte com as laterais da matriz depende do tipo de aresta:
Também existem valores orientativos para as distâncias entre os furos de parafusos, pinos de guia e arestas de corte. As
diferentes distâncias entre elementos da matriz são apresentadas nos desenhos da Figura 21 abaixo:
Matrizes acima de 200 mm são necessariamente construídas em partes (postiços), em função tanto de distorções
provenientes de tratamento térmico quanto da diminuição da altura necessária para suportar o esforço de corte. Isto porque o
dimensionamento da altura do postiço é feito em função da força de corte incidente sobre ele. Ou seja, cada postiço deverá suportar
os esforços correspondentes ao perímetro de corte que ele possui. As Figuras 22 e 23 mostram exemplos de matrizes construídas com
postiços.
As molas utilizadas em estampos devem ser escolhidas entre as molas comerciais de forma criteriosa. Existem vários tipos e
tamanhos de molas para estampos que são comercializadas de forma a atender a maioria das aplicações. As molas possuem
características específicas que são:
Constante elástica
Curso útil da mola
A constante elástica mostra a força que esta mola vai exercer em seus apoios quando sofrer uma unidade de comprimento de
compressão. O curso total da mola é o valor que a mola pode ser comprimida até que suas espiras se encostem, curso que nunca deve
ser atingido. Toda a nomenclatura para as partes da mola e dimensões específicas se encontra na figura 24.
Atualmente, com a disponibilidade que temos de comprar molas no mercado (vários fornecedores), dispensa a necessidade
de fabricação de molas o que sem dúvida alguma, traz um grande benefício no momento da sua reposição ou substituição por quebra.
Com isso, todo o trabalho do projetista se resume a saber a aplicar corretamente as informações fornecida pelos fabricantes
de mola, para definir apenas dois itens:
Para se calcular as molas, devemos conhecer a força de extração. Esta força é aquela que tem o objetivo de extrair o punção
de dentro do furo cortado, pois, quando furamos uma determinada peça o furo pode prender o punção.
Para o entendimento, a extração é determinada com os pontos em que se dará interferência na extração.
Então consideremos a força de extração (Fe):
Ø 𝑑𝑜 𝐹𝑢𝑟𝑜
𝐹𝑒 = 3 𝑎 5% 𝑑𝑎 𝐹𝑐 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 ≥ 10
𝑒
Ø 𝑑𝑜 𝐹𝑢𝑟𝑜
𝐹𝑒 = 10 𝑎 20% 𝑑𝑎 𝐹𝑐 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 < 10
𝑒
As molas de matriz (estampo) são fabricadas usando arame de seção transversal projetada para proporcionar um equilíbrio
ideal entre as características de condução de carga e a vida útil. São produzidas sob processos cuidadosamente controlados, com
equipamentos especiais. Todas as etapas de fabricação são acompanhadas de perto por rígidos controles de qualidade, inspeções e
testes para garantir que a vida útil seja um fator importante e constante na fabricação de cada mola de matriz.
SELEÇÃO DE MOLAS
Uma regra geral para a seleção de molas é sempre usar o número máximo de molas comportadas pela matriz e que produza a
carga exigida com o mínimo de deflexão. Isto aumentará a vida útil da mola, reduzirá a possibilidade de falha da mola e dos resultantes
tempos de parada, perdas na produção e aumentos nas despesas de manutenção. As despesas das molas de matriz constituem uma
porcentagem muito pequena do custo total da matriz. Uma pequena economia nas molas de matriz pode ser um ato mal orientado
que pode resultar em grande gastos de tempo perdido e mão-de-obra.
Quanto mais rápido o funcionamento de uma mola, mais atenção deve ser prestada aos seus limites de fadiga. Para matrizes
ou dispositivos de acionamento lento, é possível obter um bom desempenho com molas que operam próximo à sua deflexão máxima.
Ao aumentar-se a velocidade de acionamento, diminui a vida útil da mola, com a mesma deflexão. Ao selecionar uma mola de matriz, é
necessário determinar o tipo de desempenho esperado da mola: curso curto, médio ou longo. Para aplicações de curso curto ou médio,
use as deflexões tabuladas para vida longa. Para aplicações de curso longo, use as deflexões baseadas em vida máxima. Outro método
de seleção de uma mola é calcular primeiro o valor do curso operacional a que as molas estarão sujeitas, conforme indicado no layout
da matriz.
Selecione as molas na faixa apropriada de serviço que operarão eficazmente no curso exigido. Calcule o número necessário
de molas, dividindo a carga total exigida pela carga proporcionada por uma só mola. Arredonde o número de molas até o número par
mais alto para obter um desempenho equilibrado.
DIÂMETRO DO FURO: Identifica o diâmetro externo da mola de matriz. As molas existem em oito diferentes tamanhos de
furo que correspondem às dimensões padrão de brocas. Cada mola é fabricada para caber no furo, de maneira que o diâmetro externo
da mola seja efetivamente menor que o diâmetro do furo.
ALTURA DA MOLA
L0 = Comprimento Livre
f1 = Pré-carga
Δf = Percurso da Operação
Dd = Diâmetro da Haste
Dh = Diâmetro do Furo
EXERCÍCIO 4:
Fc = 40.710 kg
Ø𝐹𝑢𝑟𝑜 20
a) Considerando que = = 10 ...
𝑒 2
5
Fe = 5% da Fc 𝐹𝑐 = 100
𝑥 40.710 = 2.035 𝑘𝑔
b) O Curso de Trabalho depende da aplicação (espessura da peça, penetração na matriz, detalhes do produto, etc.).
Para fins de cálculo, definimos o Curso de Trabalho de 15 mm.
1ª. OPÇÃO: 12 Molas Carga Média, Ø32 x 64, 389 kg/mola, Curso de trabalho = 19 mm
2ª. OPÇÃO: 8 Molas Carga Extrapesada, Ø40 x 76, 652 kg/mola, Curso de trabalho = 19 mm
Para comprimentos de dobra considerados pequenos, utilizam-se estampos que possuem a forma a ser dobrada. Para
fabricação de perfis dobrados ou alguns tipos de peças com comprimentos de dobras considerados grandes, utilizam-se prensas
dobradeiras/viradeiras com matrizes e machos (punções). O dobramento pode ser conseguido em uma ou mais operações, com uma
ou mais peças por vez, de forma progressiva ou em operações individuais.
Os estampos de dobra, em geral, recebem peças semiprocessadas vindas de outros estampos de corte ou simplesmente
recortadas por guilhotinas.
Na operação de dobramento devem-se levar em conta quatro fatores importantes:
A capacidade elástica do material
Retorno Elástico
O raio interno mínimo da peça a ser dobrada
O comprimento desenvolvido da peça
As forças que atuam na operação de dobramento.
O dobramento é uma operação onde ocorre uma deformação por flexão. Quando um metal é dobrado, a sua superfície
externa fica tracionada e a interna comprimida. Estas tensões aumentam a partir de uma linha interna neutra, chegando a valores
máximos nas camadas externa e interna.
Em outras palavras, em um dobramento a tensão varia de um máximo negativo na camada interna para zero na linha neutra
e daí sobe a um máximo positivo na camada externa (Figura 30).
Devido à elasticidade do material, depois da operação de dobra, a peça obtida tende readquirir a forma primitiva, isto é,
tende a “reendireitar”. Isto acontece por causa da deformação elástica remanescente que precede a deformação plástica permanente.
Na execução das ferramentas, poderá ser levado em conta este fenômeno, dando ângulos de dobra mais fechados do que os
da peça, de maneira que, depois do retorno elástico os ângulos ficarão os desejados. Não existe cálculo para determinar a diminuição
dos raios e dos ângulos; é feito por tentativa, por meio de provas e experiências.
Apenas para orientação, podemos considerar que, para compensar o efeito do retorno elástico e se obter o produto com
curvatura r e a dobra seja feita com ângulo ἀ é necessário que o punção apresente um raio r’ e a dobra seja feita com ângulo ἀ’:
𝑟 ′ = 𝑘 (𝑟 + 0,5 𝑒) − 0,5 𝑒
ἀ′ = 𝑘 ἀ
O retorno elástico depende do material “r/e” (raio / espessura). É maior nos materiais mais duros.
O valor do fator “K” é obtido na tabela 3:
Calcular o raio do Punção e o ângulo de Dobra para a Material: Aço Inoxidável duro
peça da figura 32 ao lado:
𝑟 5
Pelo diagrama da Figura 31 temos: = = 2,5
𝑒 2
k = 0,85
Quanto menor o raio de dobramento, maiores são as tensões desenvolvidas na região tracionada. Um excessivo
tracionamento provocado por um pequeno raio de dobramento pode vir a romper as fibras externas da chapa dobrada.
Define-se o raio interno mínimo de dobra, como o menor valor admissível para o raio para se evitar grande variação na
espessura da chapa na região dobrada. Este valor é função do alongamento que o material sofre ao ser tracionado e da espessura da
chapa que está sendo dobrada.
EXERCÍCIO 6:
Calcular o raio de dobramento mínimo para uma chapa de 1,5 mm de aço inox 304 com alongamento garantido de 60%.
Quando se quer produzir uma peça dobrada, é necessário conhecer a dimensão inicial da chapa a ser utilizada - o chamado
comprimento desenvolvido da peça.
A variação da espessura da chapa na região da dobra impede que o comprimento desenvolvido seja simplesmente a soma
dos comprimentos retos e curvos da peça. Deve-se levar em conta esta variação de espessura da região dobrada, para obter o exato
comprimento da chapa que vai dar origem à peça.
Para calcular o comprimento desenvolvido da chapa devemos separar as partes retas das partes com dobra. Para o cálculo
das dobras aplica-se a seguinte fórmula:
𝑒 𝛼
𝐿𝑑 = (𝑅𝑖 + 𝑥 𝐾) 𝑥 𝜋 𝑥 onde:
2 180
EXERCÍCIO 7:
Calcular o desenvolvimento da peça da figura 34
ao lado:
Espessura = 2 mm
a) Cálculo das partes retas
𝐿𝑟𝑒𝑡𝑎𝑠 = 18,5 + 5 + 38 + 16,5 + 10 = 88
2 90
𝐿𝑑1 = (1,5 + 𝑥 0,6) 𝑥 3,14 𝑥 = 3,297
2 180
Numa dobra simples em matriz, parte da chapa fica presa pelo prensa chapa e a outra parte permanece livre, todo o conjunto
funcionando como uma viga em balanço.
O punção ao descer exerce a força de dobramento (Fd) sobre a parte em balanço da chapa, que começa a se deformar. Parte desta
força é transferida à parede lateral da matriz à medida que a chapa se deforma. A força lateral é máxima quando a chapa atingir uma
posição de 45º com a horizontal.
A força de dobra varia de acordo com o tipo de dobra. Na prática temos três tipos:
Dobra em “V”
Dobra em “U”
Dobra em “L”
Fd = Força de Dobra
Td = Tensão de Dobra (kg/mm2)
l = abertura do “V”
b = largura da peça
NOTA:
l/e 10 8 6
r/e 1,6 1,4 1
Para Tr = 30 a 35
7,5 Tr 8,7 Tr 9,1 Tr
kg/mm2
Td
Para Tr = 34 a 42
9,4 Tr 11 Tr 11,25 Tr
kg/mm2
Tabela 4 – Tensão de Dobra
EXERCÍCIO 8: EXERCÍCIO 9:
Calcular a Força para dobrar uma peça com os seguintes dados: Calcular a Força para dobrar uma peça com os seguintes dados:
b = 1.000 mm / e = 3 mm / l = 50 mm / Tr = 40 kg/mm2 b = 20 / e = 2 / l = 16 / r = 2,8 / Tr = 40 kg/mm2
Como l/e = 50/3 = 16,6 > 10 Td = 2Tr = 80 kg/mm2 Como l/e = 16/2 = 8 e r/e = 2,8/2 = 1,4, pela Tabela 3, temos:
Td = 11 Tr = 11 x 40 = 440 kg/mm2
2 𝑒2 2 𝑒2
𝐹𝑑 = 𝑥 𝑇𝑑 𝑥 𝑥𝑏 𝐹𝑑 = 𝑥 𝑇𝑑 𝑥 𝑥𝑏
3 𝑙 3 𝑙
2 32 2 22
𝐹𝑑 = 𝑥 80 𝑥 𝑥 1.000 = 𝟗. 𝟔𝟎𝟎 𝒌𝒈 𝐹𝑑 = 𝑥 440 𝑥 𝑥 20 = 𝟏. 𝟒𝟔𝟕 𝒌𝒈
3 50 3 16
1
𝐹𝑑 = 𝑥 𝑇𝑑 𝑥 𝑒 𝑥 𝑏
6
EXERCÍCIO 10:
Calcular a Força para dobrar uma cantoneira de aço com os
seguintes dados:
Tr = 40 kg/mm2 / b = 1.000 mm / e = 3 mm
Td = 2Tr
1
𝐹𝑑 = 𝑥 2 𝑥 40 𝑥 3 𝑥 1.000 = 40.000 𝑘𝑔
6
DOBRA EM “U”
1
𝐹𝑑 = 𝑥 𝑇𝑑 𝑥 𝑒 𝑥 𝑏
3
A força de dobra calculada acima não leva em
consideração as forças dos Sujeitadores e Prensa Chapas, bem
como, a planificação da face do fundo da dobra.
A força dos Sujeitadores e Prensa Chapas é definido em
torno de 20 a 25% da força de dobra.
Para planificação do fundo da dobra a força pode
chegar ao dobro da força de dobra.
Devido a forma construtiva das Prensas Excêntricas
deve-se tomar um cuidado especial na utilização de ferramentas
de dobra “U” e “V” devido a possibilidade de “travamento” da
máquina.
Figura 39 – Exemplo de Dobra em “L” e “U”
1. Espiga
2. Placa Base Superior
3. Material a embutir
4. Prensa-Chapa
5. Parafuso Limitador
6. Parafuso de Fixação
7. Placa Base Inferior
8. Saída de ar
9. Mola
10. Punção
11. Matriz
12. Extrator mecânico
TRAÇÃO
São as formas que tendem a alargar o material, como se verifica na Figura 41, supondo que o mesmo tenha sido fixado pelas
suas abas laterais, para evitar a tendência, natural neste caso, à contração no sentido perpendicular. A deformação que sofrerá a chapa
será chamada estiramento, e se consegue com a redução da espessura do material.
COMPRESSÃO
A figura 42 abaixo nos apresenta um aspecto deste esforço, onde, por sua direção, alivia o material, evitando a flexão, por
meio de dispositivos apropriados. Neste, a deformação chama-se encolhimento, e se consegue com a perda de superfície e, portanto,
aumentando a espessura do material.
TRAÇÃO E COMPRESSÃO
Quando a chapa é submetida, numa direção, a forças de tração e, em direção transversal, a forças de compressão, o
resultado será como se indica na figura 43 abaixo, se as forças estão convenientemente equilibradas, muda um pouco a forma, porém,
a superfície fica igual e, por conseguinte, a espessura não varia. Este é o caso ideal do embutimento, que nunca se obtém
perfeitamente, mas sim com muita aproximação.
A capacidade de alongamento é função da velocidade de endurecimento pelo trabalho mecânico a frio de cada material. Esta
capacidade é medida pelo coeficiente de encruamento “n” (tangente à sua curva tensão deformação). Em materiais com elevado
coeficiente de encruamento, a deformação localizada causa um incremento rápido da resistência mecânica e o material se torna
capacitado a resistir cada vez mais à deformação.
Em materiais de pequeno coeficiente de encruamento, a deformação localizada causa uma estricção (redução de seção) e
uma perda da resistência mecânica. Comparativamente, os aços baixo carbono e o inox tipo 430 apresentam coeficientes n iguais a
0,22 enquanto que para o aço inox 304 este coeficiente atinge a n = 0,48.
A capacidade de endurecimento de um aço é uma função que depende basicamente de sua composição química. A tabela 5
abaixo mostra as propriedades mecânicas dos materiais de estampagem, conforme a NBR-5915.
A capacidade de embutimento de um material depende da sua relação de deformação plástica que é uma medida da
resistência à estricção do material.
A severidade máxima de repuxo é a condição limite de repuxo para uma única operação. É determinada para os aços
inoxidáveis, a partir da relação prática, válida para o intervalo de 25 a 600 de d/e.
𝑑
𝛽𝑜𝑚𝑎𝑥 = 2,15 − 0,001 𝑥 onde “d” é o diâmetro do Punção e “e” é a espessura da chapa.
𝑒
100 (𝐷 − 𝑑)
𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜 % =
𝐷
A redução % varia de 40 a 60% para os aços inoxidáveis austeníticos e de 40 a 55% para os aços ferríticos. Em estampagem
profunda, o grau de redução varia de acordo com o raio da matriz utilizada. À medida que os raios das matrizes decrescem, diminuem
também a estampabilidade dos aços inoxidáveis.
É a tolerância natural que se deve deixar entre punção e matriz, e corresponde à espessura do material a embutir, mais 40%
da tolerância máxima de laminação, para permitir que o material se adapte à forma do punção e evite o excesso de atrito que origina
rachaduras e marcas na peça embutida.
EXEMPLO:
Para embutir uma chapa de 4 mm de espessura, cuja tolerância de laminação é ± 0,1, teremos uma folga de:
0,1 𝑥 40
𝑇𝑜𝑙𝑒𝑟â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎 = = 0,04
100
É o arredondamento que se faz nas arestas da parte ativa do punção e da matriz, para evitar trincas e rupturas no material
que sofre a ação do embutimento. Este está em função da chapa a ser trabalhada e praticamente se consegue de acordo com as
características do material da forma seguinte:
Material Raio
Aço 8 a 10 espessuras
Alumínio 4 a 5 espessuras
Latão 6 a 8 espessuras
Tabela 6 – Raios de Embutir
NOTA:
1. Estes valores podem ser diminuídos para embutimentos pouco profundos.
2. Não convém aumentar o raio, porque se sobrecarregam os valores indicados e poderiam formar-se dobras no
Material.
3. Arredondar as bordas do punção para evitar esforços inúteis na chapa. O raio que se deve utilizar neste caso é
arbitrário, porém não convém que seja menor que duas vezes a espessura da chapa.
A velocidade de embutimento é um fator crítico. Uma velocidade excessiva pode conduzir a fraturas ou a uma redução
excessiva de parede na peça repuxada, principalmente em metais de menor ductilidade (maleabilidade).
A velocidade de conformação deve ser escolhida à luz das seguintes considerações:
4.7 LUBRIFICANTES
Em geral, utiliza-se um lubrificante para evitar os contatos metal-metal que levam à adesão a frio entre eles. Com esta
finalidade, o lubrificante deve ser aplicado uniformemente em toda a superfície metálica.
Frequentemente, à medida que se aumenta a efetividade de um lubrificante, aumenta também a dificuldade de sua
remoção. No caso dos aços inox, devido ao seu apelo estético esta remoção deve ser considerada principalmente no caso de
necessidade de recozimento posterior, onde a queima dos resíduos dos lubrificantes podem manchar a peça.
Existem vários tipos de lubrificação:
Lubrificação de película grossa, que evita totalmente o contato metal-metal.
Lubrificação de película fina ou mista, que permite algum contato metal-metal.
Lubrificação de fronteira, que permite uma aderência física entre o lubrificante e a superfície, o que reduz a espessura
do filme.
Lubrificação de pressão extrema, onde as superfícies metálicas mudam pela ação de uma reação química que forma
compostos de baixa resistência e cedem facilmente à aplicação de uma deformação.
Lubrificação de película sólida onde a separação metal-metal é feita pela interposição de uma capa de substâncias
sólidas. O mecanismo desta lubrificação é idêntico ao da película grossa.
Alguns lubrificantes atacam determinados metais, inclusive aos aços inoxidáveis. Lubrificantes a base de chumbo e zinco
promovem a corrosão intergranular nos aços inoxidáveis quando estes são submetidos a tratamento térmico ou trabalho a quente e
por isso devem ser evitados.
Considerando:
Tr - Resistência a Tração Conforme tabela – kg/mm2
s – Fator de Correção 𝛽𝑜 − 1
𝑠=
𝛽𝑜𝑚𝑎𝑥 − 1
𝜋
Ac – Área de atuação do 𝐴𝑐 = (𝐷2 − 𝑑02 ) em cm2
4
Prensa-chapa
p – Pressão do prensa-chapa 0,5 𝑑
𝑝 = 0,25 [(𝛽𝑜 − 1)2 + ] 𝑥 𝑇𝑟 em kg/cm2
100 𝑒
Definem-se:
FR – Força de Repuxo 𝐹𝑅 = 𝜋 𝑥 𝑑 𝑥 𝑒 𝑥 𝑇𝑟 𝑥 𝑠
Fpc - Força do Prensa-chapa 𝐹𝑝𝑐 = 𝑝 𝑥 𝐴𝑐
É a determinação das dimensões da chapa e de sua forma para, depois da ação de embutir, obter-se a peça desejada com a
máxima economia de material.
Os desenvolvimentos determinados teoricamente correspondem normalmente a figuras de corpo geométricos regulares ou
com seção circular. Não são exatos, devido ao estiramento que sofrem as paredes dos recipientes.
Um problema de fundamental importância no estudo do repuxo é a determinação do formato e das dimensões da chapa
recortada. Os cálculos para essa determinação são sempre aproximados, e baseiam-se na equivalência das superfícies (no caso de
chapas finas) ou na igualdade dos volumes (no caso de chapas grossas).
Para obtermos chapas recortadas que proporcionam melhores produtos e menor sucata, devemos recorrer à determinação
por tentativas. O acabamento do produto se obtém com uma operação de refile.
Para repuxo cilíndrico, de chapas finas, pela equivalência das superfícies, teremos:
Para peças não cilíndricas (Figura 48), as dimensões do blank vão ser o comprimento desenvolvido pela largura desenvolvida
da cuba acrescidos de uma borda para o contato com o prensa chapa. As dimensões desenvolvidas são tomadas em relação à fibra
média (metade de espessura). O comprimento desenvolvido das regiões dobradas (2, 4, 6 e 8 – Figura 49) é calculado pela fórmula
apresentada na página 24:
𝑒 𝛼
𝐿𝑑 = (𝑅𝑖 + 𝑥 𝐾) 𝑥 𝜋 𝑥
2 180
𝐷𝑐𝑖 = √𝑑22 + 4 𝑥 𝑑1 𝑥 ℎ
ℎ = 90 𝑚𝑚
Então...
𝐷𝑐𝑖 250,66
𝑡= = = 7,83 𝑚𝑚
32 32
Com estes valores, pode-se traçar o blank teórico para o primeiro teste (“try-out”) do estampo com o objetivo de se definir o
blank real.
As ferramentas de corte simples podem ser alimentadas com peças individuais, com tira ou bobina. Neste caso é necessário
prover um sistema de avanço da tira.
`
Produto
Produto
As ferramentas de Dobra simples recebem o blank já recortado oriundo de processos anteriores de corte em Guilhotina,
Ferramenta de Recorte ou corte a Laser.
Produto
Blank recortado
Dobra Final
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Figura 55 – Exemplo de Ferramenta de Dobra Modular (2 estágios)
Independente da produção, os Ferramentais Progressivos são utilizados principalmente quando não é possível realizar todas
as operações em um único golpe da prensa, devido à complexidade do produto, número de operações ou condições de resistência dos
elementos da matriz (punção e matriz).
Desta forma, a cada golpe da prensa, a tira é introduzida na ferramenta, deslocando num espaço determinado, caracterizado
como o “passo” da ferramenta. A cada passo são realizadas as operações de forma progressiva (Figura 56).
A dimensão do passo é obtida normalmente de três modos: Tope (batente da tira), Faca de Avanço ou Dispositivo de
Alimentação conjugado ou externo a Prensa. No caso do uso de alimentadores, o passo é garantido através de Furos e Pinos Pilotos.
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Nas Ferramentas Transfers o produto é transferido de uma estação para outra através de um mecanismo apropriado,
acionado de forma mecânica (interligado com o martelo da prensa) ou através de acionamento pneumático.
A cada golpe da prensa o produto é preso através de garras e deslocado para o estágio seguinte. Este processo pode ser feito
em uma mesma prensa/ferramenta ou através do deslocamento de uma prensa para outra através de manipuladores.
Estas prensas se diferenciam das demais pelo comando do cabeçote, que pode ser de uma ou várias colunas e a armação
destas prensas é de ferro fundido ou de chapas de aço soldadas. O cabeçote recebe o movimento de um pistão que se desloca pela
ação de um fluído, dentro de um cilindro, ou seja, o acionamento se faz através de uma pistão ou cilindro hidráulico. Estas prensas
possuem uma bomba de óleo que transmitem o óleo através de canalizações e o se faz através acionamento das válvulas de comando.
As vantagens das prensas hidráulicas são: a força e pressão uniforme, independente da posição e do curso, devido à
facilidade existente para se regular a pressão do óleo, o que permite utilizar somente a força necessária e que esta seja controlada.
A figura 3.1 apresenta uma prensa hidráulica.
FUNCIONAMENTO
As prensas hidráulicas têm seu funcionamento baseado no princípio de Pascal. Onde a pressão exercida em um ponto
qualquer de um líquido estático é a mesma em todas as direções exercendo forças iguais em áreas iguais. Quando se aplica uma força
de 10 Kgf em uma área de 1 cm², obtemos como resultado uma pressão interna de 10 Kgf/cm² agindo em toda a parede do recipiente
com a mesma intensidade. Este princípio, descoberto e enunciado por Pascal, levou a construção da primeira prensa hidráulica no
início da Revolução Industrial.
São máquinas utilizadas na conformação e corte de materiais diversos, onde o movimento do martelo (punção) é proveniente
de um sistema mecânico (o movimento rotativo é transformado em linear através de bielas ou manivelas). As prensas excêntricas são
classificadas em: mecânicas de engate por chaveta ou acoplamento e mecânica com freio e embreagem. Os dois modelos apresentam
máquinas com o corpo em forma de “C” ou corpo em forma de “H”. A figura 3.2 apresenta estes tipos de prensas excêntricas.
FUNCIONAMENTO
Existem três tipos de operação para as prensas excêntricas:
MANUAL ou AJUSTE: utilizado para regular a prensa durante uma troca de ferramenta.
INTERMITENTE (bimanual ou pedal): neste modo de operação a máquina trabalha apenas um golpe por acionamento que pode
ser operado através de bimanual (apenas comprimindo os botões do comando simultaneamente) ou através de pedal
(pneumático ou elétrico). Como forma de garantir a segurança do operador em nenhum dos casos, se os acionadores ficarem
pressionados, a máquina executará mais do que um golpe.
CONTÍNUO: A máquina parte pelo bimanual ou pedal, (o que estiver conectado) e interrompe o golpeamento apenas com a
emergência o pressionando novamente o acionador.
APLICAÇÕES
São utilizadas nas estamparias em operações de corte e conformação e, em alguns casos, repuxos moderados.
Um dos fatores importantes no processo de estampagem é a qualidade da chapa. Qualquer variação na chapa (dureza,
dimensões, tensões, etc.) afetam diretamente a qualidade da peça estampada.
Uma Linha de Estampagem, além da Prensa, é composta de alguns periféricos com funções específicas no processo. Os
principais deles são:
Desbobinador – suportar e garantir o desenrolamento da bobina.
Endireitador – eliminar as curvas e tensões da chapa.
Alimentador – garantir a alimentação da chapa na ferramenta.