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Manuais do
Núcleo de Estomaterapia:
Estomias, Feridas e Incontinência
3ª edição
Campinas
2016
ISBN 978-85-XXXXX-XX-X
FICHA CATALOGRÁFICA
Todos os direitos são reservados ao Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp.
Os manuais destinam-se à leitura online pela intranet ou por download. É permitida a utilização acadêmica
do manual, desde que citada a fonte e não seja para fins comerciais. O conteúdo dos textos publicados nos
manuais é de total responsabilidade dos autores. É proibida a impressão ou reprodução total ou parcial, por
qualquer meio ou sistema, sem prévio consentimento, ficando os infratores sujeitos às penas previstas em
lei (Código Penal. Decreto Lei 2848/40, Art. 297-298).
ISBN 978-85-XXXXX-XX-X
-2-
ÍNDICE
ISBN 978-85-XXXXX-XX-X
-5-
NE.P36 - PROTOCOLO PARA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA MUCOSITE POR MEIO DO LASER
(NOVO) __________________________________________________________________________________ 255
7.DIRETRIZES PARA ASSISTÊNCIA A PACIENTES COM INCONTINÊNCIA FECAL TRANSITÓRIA _ 267
ISBN 978-85-XXXXX-XX-X
-6-
Manual de Processos de Trabalho Revisão
o
N : 003
Núcleo de Estomaterapia:
Estomias, Feridas e Incontinência Data:
Implantação 31/01/2016
26/10/2009
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL NE.O1
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
As diretrizes descritas neste manual têm por objetivo orientar e nortear a prática dos
profissionais, especialmente médicos e enfermeiros, que prestam assistência a pacientes
com feridas no HC-UNICAMP.
RECURSOS ESPECIALIDADES
SUPERINTENDÊNCIA DIRETRIZES
ORIENTAÇÕES / AVALIAÇÕES
MÉDICAS
DIR 12 PACIENTES
ATENDIMENTO / ORIENTAÇÕES PACIENTE
ORIENTAÇÃO PARA PREVENÇÃO
ESPECIALIDADES PACIENTES E TRATAMENTO DE:
MÉDICAS INTERCONSULTA ORIENTAÇÕES /AVALIAÇÕES
ATENDIMENTO/ AULAS
ENFERMAGEM
- FERIDAS
- COMPLICAÇÕES DE OSTOMIAS
ENFERMAGEM PACIENTES
ATENDIMENTO DAMPE
FARMÁCIA MEDICAMENTOS
AVALIAR PACIENTES COM FAMILIARES E
ORIENTAÇÕES
FERIDAS OU COMPLICAÇÕES DE CUIDADORES
SUPRIMENTOS/ OSTOMIAS
MATERIAIS UNIDADES DE
ALMOXARIFADO ORIENTAÇÕES / ATENDIMENTO
FORNECEDORES DE INTERNAÇÃO
PRODUTOS PARA INFORMAÇÕES, AMOSTRAS, DOAÇÕES
FERIDAS E ESTOMAS MATERIAL
ORIENTAR TRATAMENTO DE ORIENTAÇÕES
ACESSORIA MATERIAIS PARA TESTE E
DIRETRIZES
FARMÁCIA
PADRONIZAÇÃO FERIDAS E COMPLICAÇÕES DE
OSTOMIAS INTEGRAÇÃO COM A
REDE:
DAMPE PACIENTES ORIENTAÇÕES
º SAID
º UNIDADE BÁSICA
CCIH DIRETRIZES TESTE DE MATERIAIS E
PADRONIZAÇÃO DE PRODUTOS
ORIENTAÇÕES FCM
DE USO EM FERIDAS E
AVALIAÇÃO
FISIOTERAPIA DE PACIENTES COLOSTOMIAS
CONFECÇÃO
DEM ALMOFADAS COXINS
SUGERE REGISTRA
REQUER AVALIAÇÃO DE CONDUTA PARA ORIENTA EQUIPE AVALIAÇÃO DE
ENFERMEIRO NÃO
Núcleo de
SIM
ENFERMEIRA
SOLICITAR REAVALIA
INTERCONSULTA PACIENTE
multidisciplinar
de apoio do
Equipe
NE
PROFISSIONAL REGISTRA
SOLICITADO AVALIA PARECER EM
PACIENTE PRONTUÁRIO
O NÚCLEO DE ESTOMATERAPIA
A equipe multiprofissional foi instituída por portaria interna SHC-001/2008, sendo que os
membros foram indicados pela superintendência e a participação dos mesmos é de caráter
transitório, podendo ser substituídos anualmente se necessário. A coordenação da equipe
é realizada por dois enfermeiros Estomaterapeutas, de atuação exclusiva de 30 horas
semanais cada.
Um enfermeiro exerce sua jornada de trabalho das 6h55 as 13h10 e atua como referência
nas unidades de internação do sexto andar, pediatria, UTI pediátrica e UTI-D2. O outro
enfermeiro exerce sua jornada das 13h00 as 19h10 e é referência para as unidades de
internação do quinto andar, enfermaria de retaguarda, psiquiatria, TMO e UTI-D3 e E2. O
atendimento nos ambulatórios, Centro Integrado de Hemodiálise e Hospital de Dia, são
realizados na modalidade interconsulta por ambos os enfermeiros de acordo com a
demanda.
SOLICITAÇÃO DE ATENDIMENTO
UNIDADES DE INTERNAÇÃO
A solicitação de avaliação ao enfermeiro de referência do núcleo de estomaterapia pode
ser realizada por contato telefônico (ramal 17317 OU 17800) ou solicitação de
interconsulta. Especificar o nome de solicitante, nome paciente, unidade e leito.
AMBULATORIAL
A solicitação de avaliação ao enfermeiro de referência do núcleo de estomaterapia, pode
ser realizada por contato telefônico (ramal 17317 OU 17800). Especificar o nome de
solicitante, nome paciente, unidade e leito. Avisar com antecedência para planejamento da
avaliação.
AVALIAÇÃO
A avaliação do paciente é realizada, consultando os dados do prontuário e avaliação geral
do paciente e da ferida. Os dados do paciente são cadastrados em impresso próprio do
núcleo de estomaterapia, para posterior localização e reavaliação do paciente, se
necessário. O enfermeiro da unidade deve acompanhar o enfermeiro responsável do
núcleo de estomaterapia, abrir o curativo para avaliação conjunta e refazer o curativo.
Registrar no impresso de avaliação de feridas e anotação de enfermagem a avaliação da
ferida e sugestão de indicação da terapia tópica.
INDICAÇÃO DA TERAPIA
O enfermeiro da paciente deve comunicar a indicação da terapia tópica sugerida pela
núcleo de estomaterapia ao médico responsável para que juntos decidam quanto à
prescrição do produto. A equipe deve chegar ao consenso quanto ao uso do produto para
o tratamento da ferida.
PRESCRITOR
Os produtos para terapia tópica, padronizados na instituição, podem ser indicados e
prescritos de comum acordo, entre médico e enfermeiro, conforme Ofício 155/09 da
Diretoria Clínica referente ao Protocolo de Terapias Tópicas do HC-Unicamp descrito no
processo Protocolo de Terapias Tópicas. A prescrição de produtos para terapia tópica de
Grupo responsável pela elaboração:
Vanessa Abreu da Silva, Ivan Rogério Antunes
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
26/10/2009
Assinatura ASSINADO NO ORIGINAL Assinatura ASSINADO NO ORIGINAL Assinatura ASSINADO NO ORIGINAL
ISBN 978-85-XXXXX-XX-X
- 12 -
Manual de Processos de Trabalho Revisão
o
N : 003
Núcleo de Estomaterapia:
Estomias, Feridas e Incontinência Data:
Implantação 31/01/2016
26/10/2009
PROCESSOS DE TRABALHO OU PROTOCOLOS DE COMPETÊNCIA DA ÁREA NE.P2
SOLICITAÇÃO À FARMÁCIA
O Enfermeiro da Unidade de Internação, diariamente, após avaliar o paciente e atualizar a
prescrição de enfermagem, deve providenciar o pedido do produto para a terapia tópica
para as próximas 24 horas, triando-o na 2ª via da prescrição médica. Caso não conste na
prescrição médica, o enfermeiro deve solicitar que o médico o insira no sistema
informatizado.
O Enfermeiro também pode solicitar, cancelar ou acrescentar manualmente o produto, na
segunda via da prescrição médica, informando todos os dados necessários, com as
devidas especificações do mesmo (tamanho e quantidade). A identificação do enfermeiro
solicitante com carimbo é obrigatória.
Para os Ambulatórios, os produtos para o tratamento de feridas devem ser requisitados à
Farmácia de Pacientes Internados, pelo enfermeiro, de forma criteriosa, mediante
impresso do almoxarifado (cód 126557), solicitados individualmente, para cada paciente.
Na solicitação especificar o material, quantidade, nome do paciente, HC. Lembramos que
a utilização dos produtos deve ser criteriosa, dando-se continuidade ao tratamento e os
produtos não devem ser estocados nas unidades.
TROCA DO CURATIVO
O curativo deve ser realizado pela equipe de enfermagem, de acordo com a rotina
institucional, conforme descrito no Manual de Técnicas de Enfermagem
(enfermagem_tecnicas.pdf) e protocolo de terapias tópicas (FE.P9 – PROTOCOLO DE
TERAPIAS TÓPICAS). Diariamente, após avaliar o paciente e manter a prescrição de
enfermagem atualizada, providenciar a terapia tópica necessária para as próximas 24
horas. Caso o produto não esteja disponível, a terapia tópica deve ser subistituida por
outra compatível as caracteristicas da ferida. Os produtos devem ser identificados e
separados, para cada paciente, na respectiva gazela por 24 horas.
Precauções Padrão
Devem ser adotadas sempre que prestar assistência aos pacientes, manusear equipamentos, materiais e superfícies
da assistência. Consistem em:
Higienizar as mãos (água e sabão ou álcool gel);
Utilizar barreiras e equipamentos de proteção individual (luvas, avental, máscara e protetor ocular) de acordo
com o grau de exposição à matéria orgânica ou fluidos corporais;
Realizar limpeza/desinfecção de materiais e equipamentos utilizados;
Prevenir acidentes com perfuro-cortantes;
Manusear adequadamente resíduos, materiais biológicos e roupas usadas.
Caso o profissional apresente sintomas respiratórios (resfriado / gripe), utilizar máscara cirúrgica, conter
secreções e higienizar as mãos após assoar o nariz ou espirrar.
Precauções Adicionais
Adotar Precauções Adicionais sempre que indicado pela CCIH.
Maiores informações: Manual da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (ccih.pdf).
SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL
Adotar as orientações descritas no Guia para Adequação da NR-32 no Hospital de Clínicas (NR32.pdf).
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS E COLETIVOS ESPECÍFICOS
Não se aplica
OBJETIVO
Avaliar a qualidade da assistência de enfermagem relacionada aos cuidados com a pele
do paciente por meio da notificação das feridas nas unidades de internação e da
incidência da úlcera por pressão (UPP).
FINALIDADES
Quantificar o número de pacientes com feridas nas unidades de internação
Traçar um perfil do tipo de feridas atendidas no hospital e sua distribuição nas
diferentes unidades de internação e UTIS
Identificar as unidades com maior incidência de UPP e sensibilizar a equipe quanto
à importância da prevenção;
Capacitar os enfermeiros à identificação de pacientes de risco para úlcera por
pressão e a identificação precoce do início da lesão;
Monitorar a incidência de UPP na instituição
Subsidiar o controle do consumo de materiais de prevenção e tratamento de
feridas
O indicador de incidência de úlcera por pressão faz parte do programa de qualificação da
assistência de enfermagem do DENF, sendo, no entanto gerenciados em parceria com os
enfermeiros do Núcleo de Estomaterapia.
Tecido desvitalizado
de consistência
delgada, úmida,
mucoide, macia ou
Amarelo,
Esfacelo fibrinoso e a
Cinza,
coloração pode ser
amarela, bronzeada
ou cinza e pode estar
intimamente aderido.
Tecido conectivo,
indica a proliferação
de fibroblastos,
células inflamatórias,
Granulação Vermelho novos vasos
sanguíneos. Realiza
preenchimento da
ferida no processo de
cicatrização.
Tecido epitelial
representa a fase final
do processo de
cicatrização,
Epitelização Rosa regeneração da
epiderme através da
superfície e borda da
ferida.
OBSERVAÇÕES:
Os pacientes com UPP devem ser identificados com alerta visual específico para
informar a equipe multidisciplinar e favorecer intervenções terapêuticas precoces;
O formulário deve ser preenchido pelo enfermeiro de acordo com a distribuição de
SAE na unidade, isto é, de acordo com a distribuição de evolução e banhos,
durante o qual se realiza o exame físico e se detecta as feridas;
Caso o paciente seja transferido de unidade, a equipe receptora deve avaliar o
paciente para detectar a presença ou não de UPP.
OBJETIVO
Garantir a cobrança do procedimento de curativo complexo e repasse do valor pelo SUS
ao Hospital.
FINALIDADES
Quantificar o número de procedimentos realizados no hospital
Garantir o repasse do
Forcencer informações para o controle do consumo de materiais para o tratamento
de feridas
O processo de cobrança é baseado no procedimento cadastrado na tabela DATASUS
como “Curativo Grau II com ou sem desbridamento’, código 0401010015 (Tabela SUS
– pago/curativo): “Tratamento de lesão aberta, em que há grande área de tecido afetado
nos aspectos de extensão, profundidade e exsudato (grau II), com a finalidade de
promover cicatrização, evitar contaminação e/ou tratar infecção. Necessitando de
cuidados mais complexos.” Este procedimento garante um repasse por procedimento de
curativo complexo nos atendimentos na UER, Ambulatórios e pacientes internados, com
um teto de 31 procedimentos por paciente por internação.
PROCEDIMENTO DE COBRANÇA
Pacientes internados
O enfermeiro deve abrir o formulário “Laudo SUS” (Figura 1) preenchimento no campo
“para solicitação de”, em outros o tipo de cobrança a ser realizada (curativo grau II), uma
vez que este formulário é utilizada também para outras finalidade na instituição. A terapia
tópica em uso deve ser registrada no campo medicação em uso e no campo “diagnóstico”
a etiologia da ferida em tratamento. Cada curativo realizado deve ser registrado no campo
“justificativa’, onde a equipe de enfermagem deve registrar a data e o número de curativos
realizados por dia.
Este impresso deve permanecer na prancheta do paciente e deve ser encaminhado com
ele em caso de transferencia de unidade. Na ocasião da alta ou óbito o impresso deve ser
arquivado no prontuário grampeado junto ao resumo de alta, para que a cobrança seja
realizada pelo Contas.
Figura 1
Preenchimento do LAUDO SUS para Curativo Grau II (CᅮDIGO 04.01.01.001-5)- UTI E UIA
Enfermeiro e/ou
Início
Médico
Arquivar Laudo
Técnico
SUS no prontuário
do paciente Fim
grampeado ao
resumo de alta
Início
Enfermeiro e/ou Médico
SIM
Preencher Laudo
Arquivar o Laudo
SUS (conforme Registrar
Preencher SUS no prontuário
modelo anexo) e diariamente os
formulário de do paciente, Fim
colocar laudo SUS curativos no
uso restrito grampeado no
junto com Laudo SUS
resumo de alta
prescrição médica
OBJETIVO
Sistematizar o procedimento de alta hospitalar e contrarreferência do paciente com ferida.
FINALIDADES
Orientar os profissionais de saúde no processo de alta do paciente com ferida
Melhorar a comunicação entre os profissionais do HC-Unicamp e dos municípios
da DRS-7
Uniformizar a linguagem e o registro da contrarreferência
Possibilitar a desospitalização segura e humanizada do paciente
DISCUTIR COM O
SERVIÇO SOCIAL
1ª VIA ENTREGUE
AO PACIENTE NO
PREVISÃO DE ALTA
MOMENTO DAS
CONSULTAR ORIENTAÇÕES
INTRANET
↓
VERIFICAR
ORGANIZAÇÃO DO 2ª VIA ARQUIVAR EM
MUNICÍPIO PRONTUÁRIO
↓
PREENCHER
IMPRESSO EM
2 VIAS DIRECIONAR
FAMILIAR AO
SERVIÇO SOCIAL
QUE REALIZARÁ
ENCAMINHAMENTO
AO MUNICÍPIO
1ª VIA ENTREGUE
AO PACIENTE NO
MOMENTO DAS
CONSULTAR ORIENTAÇÕES
INTRANET
↓
VERIFICAR
ATENDIMENTO
ORGANIZAÇÃO DO 2ª VIA ARQUIVAR EM
PACIENTE COM
MUNICÍPIO PRONTUÁRIO
FERIDA
↓
PREENCHER
IMPRESSO EM
2 VIAS DIRECIONAR
FAMILIAR AO
SERVIÇO SOCIAL
QUE REALIZARÁ
ENCAMINHAMENTO
AO MUNICÍPIO
INTRODUÇÃO
Uma alimentação saudável e balanceada é fundamental à saúde de qualquer indivíduo,
principalmente para o paciente com lesões e que estão em processo de reparação
tecidual. A cicatrização de feridas envolve interações físico-químicas complexas, sendo
necessária uma gama de nutrientes importantes na formação de novos tecidos, na
eliminação da oxidação tecidual e na restauração da região lesada. Nesta fase, como em
outras fases da recuperação do indivíduo, o paciente deve ter acompanhamento
nutricional, objetivando a adequação nutricional e a recuperação ou manutenção do
estado nutricional.
A avaliação do paciente deve ser multidisciplinar, de modo que os profissionais de saúde
detectem precocemente o risco nutricional, pois este pode evoluir facilmente para
desnutrição, influenciar o processo de perda da integridade tecidual e interferir no
processo de cicatrização. A desnutrição clássica é caracterizada por emagrecimento,
proeminências ósseas visíveis e salientes, desidratação e descamação da pele, entre
outros. Atentar para a anamnese alimentar, alterações de ingesta, história de perda de
peso, sintomas gastrointestinais, verificar peso e altura aproximados e controle rigoroso
de 24 horas de ingesta alimentar durante a internação.
A desnutrição nos pacientes hospitalizados é muito estudada e está presente em vários
hospitais. A porcentagem, dependendo da abordagem do estudo científico e varia em
torno de 19% até 80% dos pacientes estudados. A falta de atenção ou intervenção
nutricional pode contribuir para o desenvolvimento de úlcera por pressão em até 30% dos
pacientes internados, bem como a dificuldade de cicatrização e a deiscência de
anastomoses.
A desnutrição tanto de macro como de micronutrientes é um dos principais fatores que
influenciam a cicatrização de feridas. Se o estado nutricional de paciente está debilitado,
certamente ocorrerá o aparecimento de lesões e ou a sua cicatrização estará prejudicada.
A desnutrição nos indivíduos leva à hipoalbuminemia, anemia, linfopenia, redução do
zinco sérico e do peso corporal, que será refletida na piora da resposta imune e do
completo processo de cicatrização e recuperação tecidual.
A detecção precoce de provável ingesta alimentar inadequada deve ser verificada na
admissão, pelo enfermeiro, através da aplicação da escala de Braden, descrita no
processo Úlcera por Pressão - Prevenção e Tratamento. O item nutrição desta escala
prevê o padrão usual de consumo alimentar, caracterizado em variações de pontuação,
de 1 a 4, sendo 1= consumo alimentar muito pobre, 2= provavelmente inadequado, 3=
supostamente adequado e 4= supostamente excelente.
Grupo responsável pela elaboração:
Vanessa Abreu da Silva, Salete Brito, Akiko Toma Eguti
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: NÃO SE APLICA Nome: NÃO SE APLICA
Para cada pontuação do item nutrição, está definido o padrão de consumo alimentar
proposto:
1. Muito pobre: Nunca come uma refeição completa. Raramente come mais de
1/3 do alimento oferecido. Come 2 porções ou menos de proteína (carnes ou
laticínios) por dia. Ingere pouco líquido. Não aceita suplemento alimentar
líquido. Ou é mantido em jejum e/ou mantido com dieta líquida ou Intra Venoso
Soro por mais de cinco dias.
2. Provavelmente inadequado: Raramente come uma refeição completa.
Geralmente come cerca de metade do alimento. Ingestão de proteína inclui
somente 3 porções de carne ou laticínios por dia. Ocasionalmente aceitará um
suplemento alimentar ou recebe abaixo da quantidade satisfatória de dieta
líquida ou alimentação por sonda.
3. Adequado: Come mais da metade da maioria das refeições. Come um total de
4 porções de alimento rico em proteínas (carne e laticínios) todo dia.
Ocasionalmente recusará uma refeição, mas geralmente aceitará um
complemento oferecido. Ou é alimentado por sonda ou regime de nutrição
parenteral total, o qual provavelmente satisfaz a maior parte das necessidades
nutricionais.
4. Excelente: Come a maior parte de cada refeição. Geralmente ingere um total
de 4 ou mais porções de carne e laticínios. Ocasionalmente come entre as
refeições. Não requer suplemento alimentar.
Caso seja detectado algum déficit alimentar, solicitar avaliação nutricional pelo
nutricionista e atentar para o registro rigoroso da aceitação alimentar nas 24 horas.
INTRODUÇÃO
Avaliar a ferida é descrevê-la de forma que os registros sejam fidedignos a sua
característica clínica. Antes de avaliar a ferida, deve-se avaliar o paciente na sua
integralidade. Na história, levantar a queixa principal relacionada à ferida, o tempo de
início da lesão, tratamentos anteriores, presença de fatores que podem interferir na
cicatrização e doenças associadas.
Ao exame físico deve-se atentar para as condições gerais do paciente, oxigenação,
estado nutricional, higiene, condições para o autocuidado, condições da pele, presença
de calosidades, atrofias, edema, pulsos, sensibilidade, dor, sinais flogísticos e sinais de
infecção. Ao realizar a avaliação da ferida atentar para a sua classificação. Obter dados
mais detalhados de acordo com a descrição clínica da ferida, especificar a sua
localização, tamanho, tipo de tecido presente no seu leito, exsudato, borda, pele ao redor
e dor.
Os profissionais devem avaliar o risco nutricional, pois este pode evoluir facilmente para
desnutrição, influenciar o processo de perda da integridade tecidual e interferir no
processo de cicatrização. A desnutrição clássica é caracterizada por proeminências
ósseas visíveis e salientes, desidratação e descamação da pele, entre outros. Atentar
para a anamnese alimentar, alterações de ingesta, história de perda de peso, sintomas
gastrointestinais, controle rigoroso de ingesta alimentar durante a internação, peso e
altura aproximados.
CLASSIFICAÇÃO DA FERIDA
FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO
As feridas podem ser classificadas de diversas formas e estas auxiliam na avaliação e
evolução da lesão. Consideraremos a classificação quanto à etiologia, tempo de evolução
e acometimento tecidual.
ETIOLOGIA
A etiologia de ferida deve ser determinada para tratar a causa da lesão e também
direcionar o tratamento. Quanto à etiologia, as feridas podem ser cirúrgicas ou não
cirúrgicas. Entre as cirúrgicas, destacam-se as deiscências, fasciotomias,
peritoneostomias, enxertos e amputações entre outras. Quanto as não cirúrgicas devem
ser salientadas as lesões traumáticas e os diversos tipos de úlceras, que podem ser
classificadas em: úlcera por pressão, úlcera arterial, úlcera venosa, úlcera diabética,
úlceras traumáticas, tumorais e outras.
TEMPO DE EVOLUÇÃO
O tempo de evolução caracteriza se a ferida é aguda ou crônica. As feridas agudas são
as traumáticas (cortes, abrasões, lacerações, queimadura e outras) e as feridas pós-
operatórias (agudas intencionalmente). Estas costumam responder rapidamente ao
tratamento e cicatrizam sem complicações. As feridas crônicas geralmente são de longa
duração ou de recorrência frequente, como as úlceras crônicas. No processo de
cicatrização normal, a fase inflamatória dura em torno de 72 a 96 horas após a lesão, a
fase de proliferação ocorre em torno de duas semanas após a fase inflamatória e a
remodelação pode durar do 20º dia até dois anos após a lesão.
ACOMETIMENTO TECIDUAL
As feridas podem ser classificadas de acordo com o acometimento tecidual e são
denominadas de superficial, perda tecidual parcial e perda tecidual total.
As feridas superficiais são aquelas nas quais apenas a epiderme foi lesada. As de perda
parcial ocorrem quando o epitélio e parte da derme são destruídos. Nas de perda total
toda a epiderme, derme e camadas mais profundas como subcutâneo, músculos ou ossos
podem estar envolvidos. Caso seja necessário maior detalhamento do acometimento
tecidual este pode ser realizada pela identificação do tecido lesado na sua profundidade
máxima visualizada.
O comprometimento tecidual também pode ser caracterizado em estágios, categorias ou
graus, que variam, de acordo com o tipo de lesão. As úlceras por pressão, por exemplo,
são classificadas em categoria de 1 a 4, suspeita de lesão tissular profunda e
inclassificável, já a queimadura é classificada em graus de 1 a 3 e as úlceras diabéticas
são classificadas pela escala de Wagner em graus de zero a cinco, conforme serão
descritos posteriormente.
Para a identificação do tecido lesado as principais estruturas anatômicas devem ser
reconhecidas e diferenciadas (Quadro 1).
ESTRUTURA
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
ANATÔMICA
Composta pela epiderme, derme e subcutâneo. Recobre o corpo humano
exerce barreira de proteção indispensável à vida e isola os componentes
Pele orgânicos do meio exterior. A sua coloração varia de acordo com a etnia.
Epiderme – 1ª camada da pele;
Derme – 2ª camada da pele.
De espessura variável, composta exclusivamente por tecido adiposo, de
Subcutâneo
cor amarela, pouco vascularizada, facilmente predisposta a danos pela
(Hipoderme)
pressão e infecção. Sua principal função é o depósito nutritivo de
reserva, isolamento térmico e proteção mecânica
Anexo do sistema muscular, membrana de tecido conjuntivo, fibrosa de
camada branca e brilhante, que envolve os músculos. Varia em
Fáscia
espessura, presente em diversas regiões. É uma área propícia para o
desenvolvimento de infecção, ressecamento e desvitalidade.
Tecido vermelho, muito vascularizado, constituído de fibras musculares
com diferentes excitabilidades, recobre os ossos, articulações, nervos e
Músculo vasos, protegendo-os. Sua principal função é contração muscular quando
estimulado. Ao ser lesado, há ocorrência de sangramento e exsudação,
rompe-se facilmente. É difícil de ser pinçado.
Tecido branco, duro, resistente ao toque. Desidrata rapidamente quando
Osso exposto. Sua principal função é proteção de estruturas vitais,
sustentação do corpo e reserva cálcio, fósforo e magnésio.
Tecido conectivo branco ou acinzentado, semirrígido, aderente às
superfícies articulares dos ossos, não existem vasos sanguíneos, nervos
Cartilagem e vasos linfáticos, obtém oxigenação e nutrientes por difusão. A
cartilagem pode ser elástica, fibrosa e hialina. Pode ser encontrado entre
outros em nariz, orelha.
São formados por pequenas faixas fibrosas esbranquiçadas que se
Ligamentos estendem através do tecido subcutâneo e prendem a superfície profunda
da derme à fáscia. Sua principal função é mobilidade.
Tecido branco, brilhante e inextensível, move-se com o movimento de
Tendões articulação adjacente, liga o músculo ao osso. Tem pouca vascularização
e quando ressecado por 6 horas e costuma evoluir para necrose.
Vasos São constituídos por artérias, veias e capilares. A característica mais
Sanguíneos importante é a pulsação, que define sua origem.
AVALIAÇÃO DA FERIDA
LOCALIZAÇÃO
A localização fornece informações sobre a provável etiologia da ferida, além de permitir
direcionar o tipo de terapia tópica a ser aplicada. Considerar para descrever a localização
das feridas o esquema da divisão da superfície corporal de Celmo Celeno Porto.
TAMANHO
A avaliação do tamanho da ferida deve ser realizada na avaliação inicial e repetida
periodicamente. Estas medidas permitem avaliar sua evolução, além de demonstrar a
eficácia do tratamento proposto e prever o tempo de cura.
Deve-se mensurar a ferida em relação à maior extensão da lesão, no eixo céfalo-podálico
(vertical) e látero-lateral (horizontal) considerando um ângulo de 90° entre eles. Utilizar
régua graduada em centímetros para executar a medição. Se for de papel esta deve ser
descartada após o uso. Se for de plástico esta não deve encostar na ferida e após o uso,
deve ser lavada com água e sabão e desinfetada por fricção com álcool a 70%.
Quando ocorrerem duas lesões com uma distância mínima de 2 cm entre elas, considerar
a somatória de suas maiores extensões (vertical e horizontal).
LEITO DA FERIDA
Tecido desvitalizado
de consistência
delgada, úmida,
mucoide, macia ou
Amarelo,
Esfacelo fibrinoso e a
Cinza,
coloração pode ser
amarela, bronzeada
ou cinza e pode estar
intimamente aderido.
Tecido conectivo,
indica a proliferação
de fibroblastos,
células inflamatórias,
Granulação Vermelho novos vasos
sanguíneos. Realiza
preenchimento da
ferida no processo de
cicatrização.
Tecido epitelial
representa a fase final
do processo de
cicatrização,
Epitelização Rosa regeneração da
epiderme através da
superfície e borda da
ferida.
EXSUDATO
A produção de exsudato pela ferida faz parte do processo de cicatrização, especialmente
na fase inflamatória. O exsudato é um líquido inflamatório extracelular com concentração
proteica elevada e restos celulares, resultado da ação celular de leucócitos, no qual os
neutrófilos realizam a fagocitose, removendo corpos estranhos, bactérias e tecidos
desvitalizados. Este líquido difere do transudato, que contém baixo teor protéico e
também é composto por albumina.
A presença de exsudato deve ser avaliada, visando manutenção do meio úmido, sua
presença em quantidade adequada contribui para o processo de cicatrização, pois contém
fatores de crescimentos e outros componentes que estimulam a regeneração do tecido e
a migração celular, além de favorecer o desbridamento do tecido necrótico.
Porém seu excesso deve ser minimizado, pois, além de favorecer infecções, causa
desconforto ao paciente e pode inibir a cicatrização devido à quebra da matriz
extracelular. Além de inibir fator de crescimento e proliferação celular, ocasiona
degradação dos tecidos e maceração da pele ao redor da ferida.
Por outro lado, a desidratação do leito da ferida deve ser evitada e tratada, pois favorece
a formação de tecido desvitalizado.
Existem diversos tipos de exsudato, cujas características possibilitam maior conhecimento
da ferida e permite um registro mais preciso, dentre eles:
Seroso: é plasmático, aquoso, claro, transparente e está normalmente presente
em lesões limpas;
Sanguinolento: vermelho vivo; indica muitas vezes, ocorrência de extravasamento
de sangue ativo, proveniente de lesão vascular;
Serosanguinolento: é a mistura do exsudato seroso e sanguinolento, costuma ser
pálido, vermelho aguado;
Purulento: geralmente espesso, grosso, é o resultado de leucócitos e
microrganismos vivos ou mortos, apresenta coloração que pode variar entre
amarelo, verde ou marrom de acordo com o agente infeccioso.
A quantidade de exsudação varia durante o processo de cicatrização. Há uma quantidade
considerável de exsudação na fase inflamatório do processo de cicatrização e uma
quantidade muito pequena na fase de epitelização. Uma exsudação abundante pode
indicar uma fase inflamatória prolongada ou infecção.
Com relação à quantidade de exsudato, podemos descrever como ausente, pequena,
média e grande. Isso é realizado através da avaliação subjetiva do exsudato impregnado
na cobertura removida da ferida na troca de curativo.
O odor presente na ferida, mesmo após o processo de limpeza, geralmente está
relacionado a processo infeccioso local, sugerindo a necessidade de coletar cultura para
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Ivan Rogério Antunes, Vanessa Abreu da Silva
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BORDA DA FERIDA
A borda da ferida delimita o seu contorno e deve estar em condições adequadas para
favorecer a migração celular e propiciar a epitelização. Atentar para os fatores que
interferem na epitelização como isquemia, tecido desvitalizado e descolamento de tecido.
Outros problemas também podem ser identificados nas bordas:
Maceração: a borda apresenta-se intumescida e esbranquiçada, devido o excesso
de umidade na superfície epitelial;
Ressecamento: condição onde a borda encontra-se ressecada, geralmente
provocada pela falta de umidade adequada;
Epibolia: condição onde a borda epitelial enrola-se sobre si mesmo, inibindo o
contato e cessando a epitelização.
PELE AO REDOR
A pele ao redor deve ser examinada atentando-se à presença de sinais flogísticos
(hiperemia, calor, edema, dor) ou outros fatores que interferem na cicatrização, como
maceração, ressecamento, perda da epiderme, endurecimento, calosidades ou
hiperpigmentação, entre outros.
DOR
A dor requer uma abordagem multidisciplinar e uma anamnese detalhada. A queixa de
dor deve ser ouvida, valorizada e questionada quanto a sua intensidade. A detecção
desta pode auxiliar na determinação da etiologia da ferida, bem como aliviada para o
conforto do paciente e melhor qualidade de vida.
A dor é um fenômeno subjetivo, complexo e pessoal, resultante da interação de aspectos
cognitivos, sensitivos, emocionais e culturais e não pode ser medida com precisão,
entretanto escalas de avaliação numéricas ou analogias visuais podem contribuir para a
sua avaliação. A escala visual numérica (EVN) é graduada de zero a 10, na qual o zero
significa ausência de dor e 10 é a pior dor já sentida nas últimas 24horas. A intensidade
da dor pode ser categorizada em três níveis:
Zero = ausência de dor;
1 - 4 = dor leve;
5 - 6 = dor moderada e
7 - 10 = dor intensa.
A dor, ao ser detectada, deve ser comunicada de forma rápida e efetiva para providenciar
prescrição médica e assegurar a analgesia adequada. Protocolos de analgesia e escalas
de avaliação devem ser instituídos, exemplo:
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6. Conduta
DATA
Desbridamento
Enzimático (Papaina 10%)
Autolítico
Mecânico
Instrumental
Cirúrgico
Controle de Infecção
PHMB
Cobertura com prata
Sulfadiazina de prata
Absorção do exsudato
Alginato de cálcio
Umidade
Hidrogel
Hidrogel com alginato
Papaína 3%
AGE óleo
Proteção da ferida
Não aderente
Hidrocolóide
Rayon
Bordas e pele ao redor
Oxido de zinco
AGE Loção
Cavilon
Creme Barreira
Rubrica
7. Observações
ACHADOS CLÍNICOS
A descrição clínica precisa da ferida permite identificar a fase do processo de cicatrização
em que a ferida se encontra. Pela observação clínica, podemos identificar:
Presença de tecido inviável caracterizado pela presença de tecido desvitalizado
que deve ser removido precocemente;
Sinais inflamatórios caracterizados pela presença de sinais flogísticos (eritema,
calor, edema e dor);
Infecção local caracterizada pelo exsudato purulento aumentado, dor, odor da
ferida após limpeza e sinais sistêmicos como hipertermia, leucocitose e mal estar.
Estes dados sugerem a coleta de cultura para avaliação quantitativa e qualitativa do
agente infectante e conduta adequada. O nível de exsudação orienta o tipo de cobertura
necessário para equilibrar a umidade do leito da ferida.
As características da borda da ferida permitem identificar quando a epitelização não
avança, sendo necessário reavaliar os fatores que interferem na cicatrização bem como a
conduta terapêutica utilizada.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Em casos de desconhecimento da etiologia da lesão, solicitar avaliação de equipe
especializada, por meio de interconsulta, para estabelecimento de diagnóstico e conduta
terapêutica.
Etiologia
Dor, alteração
de temperatura localização
e edema
AVALIAÇÃO Medidas/
Espaço Morto
DA FERIDA Tamanho
Exudato
Borda ao Aspecto
redor Quantidade
Cor
Leito
INTRODUÇÃO
A reparação tecidual da ferida é um processo sistêmico, portanto depende das condições
gerais de saúde do paciente, porém algumas ações favorecem as condições locais da
ferida e viabilizam o processo de cicatrização. A cicatrização tem a finalidade de
restaurar a integridade do tecido lesado e inicia-se imediatamente após a ocorrência da
lesão e é composta por diversos estágios independentes e simultâneos, envolvendo
fenômenos químicos, fisiológicos e biológicos.
Nas feridas superficiais a cicatrização é mais simples, através da proliferação epitelial e
migração. Já nas feridas profundas o processo de cicatrização é mais complexo,
envolvendo a formação de tecido de granulação, contração e epitelização da ferida.
O processo de cicatrização é dividido em fases que se sobrepõem:
Fase de Coagulação;
Fase Inflamatória
Fase Proliferativa
Fase de Maturação
A fase de coagulação inicia-se após o surgimento da ferida, quando ocorre uma complexa
liberação de substâncias vasoativas, proteínas adesivas, fatores de crescimento e
proteases, que desencadeiam as fases seguintes do processo de cicatrização. Essa fase
tem como objetivo coaptar as bordas das feridas e formar uma matriz provisória, onde os
fibroblastos, células endoteliais e queratinócitos possam ingressar na ferida.
A fase inflamatória depende de mediadores químicos e das células inflamatórias, como os
leucócitos polimorfonucleares, macrófagos e linfócitos. No momento da lesão os
polimorfonucleares, que são responsáveis pela fagocitose das bactérias, migram ao local,
onde permanece por cerca de 3 a 5 dias. Já o macrófago permanece do terceiro ao
décimo dia no local, período em que fagocita bactérias, desbrida corpos estranhos e
direciona a formação do tecido de granulação. O papel dos linfócitos ainda não é bem
definido, eles surgem na ferida em cerca de uma semana do seu início, e tem importante
influência sobre os macrófagos. A fibronectina também tem um importante papel nesta
fase e é sintetizada por fibroblastos, queratinócitos e células endoteliais, ela adere à
fibrina, ao colágeno e a outros tipos de células, formando uma “cola” para consolidar o
coágulo de fibrina, as células e os componentes de matriz, além disso, tem propriedades
quimiostáticas e promove a fagocitose de corpos estranhos e bactérias.
A fase proliferativa, é subdividida em 3 fases: reepitelização, fibraplasia e angiogenese.
Na reepitelização ocorre a migração de queratinócitos das bordas da ferida e dos anexos
epiteliais, quando a ferida é de espessura parcial. Quando a lesão é de espessura total
ocorre apenas a migração da margem, sendo que esse movimento dos queratinócitos é
determinado pela umidade da ferida. Nessa fase os fatores de crescimento são os
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LIMPEZA
A limpeza da ferida é uma das principais etapas no seu tratamento, pois a cicatrização
não evolui enquanto não forem removidos os agentes inflamatórios da ferida. A limpeza
diária favorece a remoção de debris, microrganismos, exsudato e agentes tópicos,
prevenindo infecção da mesma e reduzindo a sua carga bacteriana. Este procedimento
otimiza a cicatrização e reduz o potencial para infecção. A cicatrização não ocorre
enquanto os agentes inflamatórios estiverem presentes.
A adequada descrição clínica da lesão vai determinar o tipo de limpeza a ser realizado,
conforme descrito no processo Limpeza da Ferida.
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CONTROLE DA DOR
A falta de assistência à dor pode afetar negativamente a cicatrização da ferida, implicando
em um impacto negativo na evolução da ferida e qualidade de vida do paciente. A dor
ativa a estimulação do sistema nervoso simpático ocasionando hipóxia tissular, além de
estimular o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal causando a liberação de cortisol, portanto a
dor deve ser avaliada e medidas devem tomadas para seu controle.
A dor em feridas deve ser adequadamente descrita e objetivamente quantificada para que
se possa entender sua origem. A dor crônica tal como isquemia, requer manutenção de
medidas para o seu controle, já a dor aguda pode ser aliviada ou minimizada através de
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medidas como umedecer a cobertura antes de sua retirada, uso de coberturas que
mantenham a umidade adequada, e administração de analgésicos antes de
procedimentos como troca de coberturas e desbridamento.
Controle ou
Eliminação da
causa
Desbridamento Limpeza
Controle do
exsudato e
FISIOLOGIA DA Cobertura e
manutenção do
CICATRIZAÇÃO proteção à ferida
leito da ferida
úmido
Cuidados com
Preenchimento
borda e pele ao
de espaço morto
redor
Redução de
Controle da dor
carga bacteriana
INTRODUÇÃO
Limpeza é a remoção de debris, isto é, fragmentos de tecido desvitalizado ou corpos
estranhos, excesso de exsudato, resíduos de agentes tópicos e microrganismos
existentes no leito da ferida.
O objetivo deste procedimento é remover o tecido inviável e reduzir o número de
microrganismos no leito da ferida, a fim de minimizar a colonização da ferida.
Este procedimento deve respeitar a viabilidade do tecido de granulação, preservar o
potencial de recuperação da ferida e minimizar a ocorrência de trauma. A manipulação da
ferida deve ser cuidadosa, rigorosa em extensão e profundidade.
A irrigação das feridas pode ser realizada de diversas maneiras, utilizando-se soro
fisiológico de volume variável, perfurado com agulha de diversos calibres. Sugere-se
nesta instituição para facilitar e uniformizar o procedimento, a irrigação com soro
fisiológico acoplado com a agulha 40/12, ofertando uma pressão aproximada de 4,5 psi.
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Observação: PSI é uma medida de pressão inglesa, conhecida por libra por polegada ao
quadrado.
ACHADOS CLÍNICOS
O tipo de ferida e a sua característica clínica definem o tipo de limpeza e irrigação
a ser realizado;
No caso de dúvida quanto à etiologia da lesão e indicação do tipo de limpeza,
solicitar avaliação especializada para definição de diagnóstico e conduta
terapêutica.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Independente do tipo de ferida todas as lesões devem ser irrigadas com soro fisiológico.
OBSERVAÇÕES
Todas as lesões devem ser irrigadas e avaliadas no dia da troca da cobertura primária.
Outro aspecto a ser considerado é a maneira de realizar a limpeza mecânica na ferida,
pois a gaze umedecida com SF, friccionada ao leito, traumatiza as células da lesão,
podendo ocasionar sangramento macroscópico e prolongar a reação inflamatória ao
trauma.
Para preservar as condições adequadas do processo celular, é importante manter a
temperatura da solução a ser irrigada em torno de 37ºC, pois é nestas condições que
ocorre a divisão celular no organismo humano e, após o processo de limpeza, demanda
30 a 40 minutos para retornar a essa temperatura e 3 a 4 horas para atingir a velocidade
normal de divisão celular.
O soro utilizado na instituição para a irrigação das feridas será o de temperatura
ambiente, enquanto aguarda-se a padronização e aquisição de equipamento próprio para
o seu aquecimento.
Quando aquecido em microondas o frasco de 250 ml deve ser aquecido por 20 segundos
e mesmo assim, antes de utilizar o soro aquecido deve-se testar a temperatura na face
interna do antebraço à semelhança da verificação da temperatura do leite de mamadeira.
Feridas
Feridas limpas INFECTADAS
Granulação Tecido
desvitalizado
(esfacelo)
INTRODUÇÃO
Desbridamento ou debridamento são sinônimos e estes termos são utilizados para
caracterizar a remoção de tecido desvitalizado da lesão. O desbridamento tem a
finalidade de promover a limpeza da ferida, reduzir o conteúdo bacteriano e preparar a
ferida para intervenções cirúrgicas.
O tecido desvitalizado é caracterizado como tecido morto, necrótico, escara, inviável ou
necrose (morte celular). Estes termos são considerados sinônimos. Outros termos
também têm sido utilizados para designar tecidos desvitalizados como:
Esfacelo (sloug) - refere-se ao tecido necrosado ou desvitalizado de
consistência delgada, mucóide, macia e é formada por bactérias, fibrina,
elastina, colágeno, leucócitos, fragmentos celulares, exsudato e grande
quantidade de ácido desoxiribonucleico. Quanto à aderência, estes podem estar
firmes ou frouxamente aderidos ao leito ou à borda da ferida.
Escara (eschar) - descrito como crosta seca, de consistência dura, entretanto
poderá tornar-se macia se hidratada. A sua coloração varia de cinza, marrom ou
preta.
Necrose designa morte celular decorrente de estímulos exógenos. Esta, quando
é evidenciada micro ou macroscopicamente, indica que a célula já está
totalmente lesada, de forma irreversível.
Necrose de coagulação ou coagulativa é decorrente da desnaturação das
proteínas e geralmente é produzida pela interrupção do suprimento sanguíneo.
Caracteriza-se pela perda de água celular. Macroscopicamente a sua coloração
varia de acordo com o tecido acometido e com o agente causador, podendo
varia de esbranquiçada ou amarelada.
Necrose de liquefação ou liquefativa é decorrente da digestão enzimática
decorrente da degradação e destruição de células mortas, bactérias e
leucócitos. Caracteriza-se pelo aspecto amolecido e liquefeito dos tecidos
mortos.
TIPOS DE DESBRIDAMENTO
DESBRIDAMENTO CIRÚRGICO
Deve ser realizada pelo cirurgião, de preferência em sala cirúrgica, sob anestesia e
técnica asséptica. O objetivo desta ressecção é remoção mais rápida, de grande área de
necrose, sepse, infecção. Estas ressecções costumam ser amplas, incluindo margem
viável da ferida.
DESBRIDAMENTO AUTOLÍTICO
O desbridamento autolítico é um processo natural que pode ser promovido através do uso
de produtos que têm por base o princípio da terapia em ambiente úmido, sendo que surge
da conjunção de três fatores: hidratação do leito da ferida, fibrinólise e a ação de enzimas
endógenas sobre os tecidos desvitalizados. Este tipo de desbridamento é seletivo,
atraumático, não requer habilidades técnicas muito específicas e geralmente é bem
tolerado pelos pacientes.
Contudo é o método de desbridamento mais lento, não devendo assim ser utilizado
quando se necessita de um desbridamento urgente. Todo o tipo de material de curativo
que promova o ambiente úmido é um excelente veículo de promoção de desbridamento
autolítico, salientando-se os hidrogéis, hidrocolóides, acido graxos exercias (AGE). Estes
criam um ambiente úmido na interface da ferida, que estimula a atividade das enzimas
proteolíticas endógenas dentro da ferida, liquefazendo e separando o tecido necrótico do
tecido saudável.
DESBRIDAMENTO ENZIMÁTICO
Este método de desbridamento passa fundamentalmente pela aplicação tópica de
enzimas proteolíticas ou exógenas no leito da ferida, como a Colagenase, Fibrinolisina ou
Papaína-Ureia. Os agentes Enzimáticos podem ser usados como método principal de
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Sônia Regina Perez Evangelista Dantas , Vanessa Abreu da Silva, Ivan Rogério Antunes e Renata Fagnani
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DESBRIDAMENTO MECÂNICO
Consiste na remoção de tecido desvitalizado, podendo ser obtida por força física através
de irrigação, fricção e uso de gaze úmida e seca. A irrigação da ferida realizada com
pressões mais elevadas que a preconizada pela Agência de Política de Saúde Pesquisa
(Agency for Healt Care Policy and Research – AHCPR) (1994) pode traumatizar tecidos
viáveis, mas também podem auxiliar na remoção de processos infecciosos ou tecidos
desvitalizados.
Este método pode ser obtido utilizando seringa e agulha com diâmetro reduzido,
especificamente a seringa de 20 ml acoplada à agulha de calibre 21. Os equipamentos
de lavagem pulsátil produzem pressão adequada e incluem proteção contra respingos e
aspiração para auxiliar a remoção de tecido necrótico liberado e minimizar respingos de
líquido contaminado na área de tratamento. A irrigação à alta pressão, com oxigênio e
soro fisiológico, remove tecidos necróticos e esfacelos, além de diminuir a carga
bacteriana da superfície da lesão.
A fricção pode ser obtida pelo esfregaço da ferida por 2 ou 3 minutos, utilizando gazes ou
esponjas macias. Este método pode ser utilizado em feridas agudas, traumáticas,
dependendo da extensão e profundidade da lesão e sob anestesia. Seu inconveniente é a
dor, traumatismo e sangramento dificultando a preservação do tecido viável. O método de
gazes úmidas e secas é utilizado para a gaze úmida aderir ao leito da ferida e ser
removido traumaticamente quando estiver seco. Este método ocasiona dor e traumatismo,
favorecendo o sangramento, além de remover não apenas a necrose, mas também os
tecidos viáveis estando em desuso por não ser seletivo.
Técnica de Cover
Técnica de Square
Técnica de Slice
ACHADOS CLÍNICOS
Os achados clínicos poderão mostrar estruturas anatômicas comprometidas e os
profissionais devem saber reconhecê-las para distinguir dos tecidos desvitalizados e
assim avaliar o que pode ser removido ou não por instrumento de corte. As principais
características do tecido vivo são a sensibilidade dolorosa à manipulação e o
sangramento.
As características do tecido desvitalizado podem variar conforme o tecido acometido e a
cor em branco, amarelho-palha, amarela, verde, castanha, cinza, marron e preta e, pode
ser macio, viscoso e frouxamente aderido à lesão ou pode ser duro, seco petrificado,
aderido, geralmente de cor escura denominado de escara. O tecido desvitalizado também
pode variar em consistência (coesividade de debris ao leito), de acordo com o nível de
umidade: duro, seco; macio, ensopado; macio fibroso; mucoide; e aderência (adesividade
de debris ao leito e facilidade de remoção), isto é, firmemente aderido, aderido somente
base, aderido frouxamente ou em moitas esparsas.
No epitélio, o tecido desvitalizado apresenta-se como uma escara, de consistência dura,
de coloração cinza, marrom ou preta. No subcutâneo, fáscia e tendão o tecido
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Com relação ao desbridamento de úlcera por pressão na região dos calcâneos não
existe uma recomendação baseada em evidência de que não deve ser realizada, existe
sim uma sugestão de alguns autores que no caso de “úlceras por pressão em região do
calcâneo com necrose seca “escara”, sem nenhum sinal de infecção, não realizar o
desbridamento, proceder a limpeza com soro fisiológico diariamente e realizar curativo
oclusivo seco. Porém deve-se realizar a reavaliação da ferida diariamente e se houver
sinal de infecção é indicado proceder ao desbridamento.
No que se refere a úlcera por pressão na região occipital não existe nenhuma
recomendação na literatura nacional e internacional que contra-indique seu
desbridamento, desde que esteja de acordo com o objetivo do tratamento e, bem como
com as condições clínicas do paciente.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
No caso de dúvida quanto à etiologia da lesão e indicação do tipo de desbridamento,
solicitar avaliação especializada para definição de diagnóstico e conduta terapêutica.
Atentar para o diagnóstico de abcessos e coleções drenáveis, celulites, infecção de partes
moles, fasciíte necrotizante, isquemias por drogas vasoativas, úlceras necróticas
isquêmicas, crostas de escoriações superficiais, vasculites.
EXAMES COMPLEMENTARES
RX, Ultrasson, cintilografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética podem
auxiliar no diagnóstico de etiologias e complicações decorrentes do tecido desvitalizado
da ferida.
CONDUTA TERAPÊUTICA
Antes de proceder à remoção do tecido desvitalizado, os profissionais devem avaliar o
paciente, a lesão e os possíveis fatores desencadeantes ou mantenedores da situação.
Os critérios para a escolha do método de remoção do tecido desvitalizado dependem:
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Sônia Regina Perez Evangelista Dantas , Vanessa Abreu da Silva, Ivan Rogério Antunes e Renata Fagnani
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AUTOLÍTICO
(auto destruíção tecido
necrótico,atividade
lisossomos, neutrófilos
e macrófagos)
SF, AGE, HIDROGEL,
FILME PERMEÁVEL,
HIDROCOLÓIDE
MECÂNICO ENZIMÁTICO
(irrigação, fricção, (enzimas, degradação e
DESBRIDAMENTO
gaze úmido-seco, liquefação)
turbilhamento) PAPAÍNA
CIRURGICO
CONSERVADOR
(urgência, infecção,
(habilidade, capacidade,
sepse, osteomielite e
instrumento de corte)
celulite avançada)
TECIDO DESVITALIZADO
(necrótico, morto, inviável, escara,
necrose, morte celular)
ESFACELO
(BACTÉRIAS, FIBRINA,
ELASTINA, COLÁGENO,
ESCARA
LEUCÓCITOS, FRAGMENTOS
(capa/crosta seca, dura, de
CELULARES, EXSUDATO)
coloração cinza, marrom ou preta)
(consistência delgada, mucóide,
macia, de coloração amarelada,
bronzeada ou cinza)
Referências Bibliográfica
NPUAP, EPUAP and Pacific Pressure Injury Alliance. Prevention and treatment of pressure ulcers:
Clinical Practice Guideline. Cambridge Media: Osborne Park, Austrália, 2014.
European Wound Management Association Document: Debridement. Na updated overview and
clarification of the principle role of debridement. Journal of Wound Care. 2013. 22(1):s1-s50.
YAMADA B F A. Limpeza e Desbridamento no Tratamento de Úlcera por Pressão. In: Blanes e
Ferreira. Prevenção e Tratamento de úlcera por pressão. Atheneu, 2014.
INTRODUÇÃO
A epiderme e as mucosas são barreiras primárias de defesa contra agentes causadores
de infecção. A ruptura dos tecidos torna o hospedeiro suscetível à colonização ou
infecção por microrganismos das floras endógena ou exógena.
A colonização é um fator de risco para a infecção, entretanto, as variáveis determinantes
ou facilitadoras da invasão bacteriana estão diretamente relacionadas com as condições
clínicas do hospedeiro, a etiologia da ferida, a espécie bacteriana e os fatores locais da
lesão, como tamanho e profundidade, presença de tecido desvitalizado ou risco de
contaminação com fezes ou urina.
A proliferação da bactéria na ferida, também depende da combinação de fatores
químicos, físicos e/ou biológicos do hospedeiro e de fatores específicos da espécie
bacteriana.
Desta forma, podemos afirmar que nem todas as bactérias que contaminam uma ferida
são capazes de causar infecção. A presença de bactérias na ferida pode resultar em
quatro situações (Figura1):
Contaminação - presença da bactéria na ferida.
Colonização - presença e multiplicação de bactérias na ferida, sem danos
teciduais ao hospedeiro.
Colonização crítica – presença e multiplicação de bactérias na ferida, com danos
teciduais perceptíveis e interferência no processo de cicatrização, mas sem
invasão do tecido adjacente.
Infecção - presença e multiplicação de um microrganismo com invasão tecidual e
lesão celular, desencadeando respostas imunológicas. A infecção em feridas
prejudica significativamente o processo de cicatrização e está diretamente
relacionada ao número e virulência do microrganismo e inversamente proporcional
às condições imunológicas do hospedeiro.
As feridas crônicas tem a doença ou uma complicação como fator causal e os riscos de
infecção estão relacionados com o controle da patologia de base ou complicação, tempo
de existência da lesão e fatores sociais, econômicos e educacionais que facilitam ou
prejudicam a proposta terapêutica.
infecção
Equilíbrio
“Bacterial Balance”
colonização
crítica
colonização
Sobrecarga
“Bacterial Burden”
contaminação
CONCEITOS
Para melhor compreensão deste processo, serão abordados alguns conceitos
relacionados, conforme descritos a seguir:
Feridas Agudas
Sinais locais de inflamação;
Retardo no processo de cicatrização (> 2 semanas) em feridas limpas;
Secreção purulenta, alterações no odor ou características do exsudato;
Dor, hiperemia e enduração;
Invasão tecidual (celulite, osteomielite, tromboflebite);
Deiscência em feridas suturadas;
Podendo evoluir para sinais sistêmicos como febre e leucocitose.
Feridas Crônicas
Alteração no exsudato (cor, consistência e quantidade);
Dor;
Odor;
Edema de bordos;
Tecido de granulação de coloração vermelha exuberante e
friável (capilarização excessiva, sangramento) ou de tonalidade
rósea e opaco;
Excesso de esfacelo/fibrina;
Lesões satélites;
Demora na evolução esperada do processo cicatricial,
sendo que este pode ser o primeiro sinal da colonização
crítica.
Podendo evoluir para sinais sistêmicos como febre e
leucocitose.
Diagnóstico de infecção
CONDUTA TERAPÊUTICA
A conduta terapêutica deve considerar a etiologia da ferida (aguda ou crônica), a
gravidade da infecção e as condições clínicas e riscos do paciente.
O tratamento tópico deve considerar a limpeza, remoção de tecidos desvitalizados e uso
de produtos com ação bactericida. A conduta terapêutica deve ser multiprofissional e o
paciente deve ser avaliado sistematicamente quanto a melhora ou piora dos sinais e
sintomas.
Infecções de tecidos adjacentes à ferida (ex. celulite) ou com sinais sistêmicos
necessitam de avaliação médica para tratamento antimicrobiano. (ccih.pdf)
ANTISSÉPTICOS
São agentes biocidas que destroem ou inibem a proliferação de microrganismos em
tecidos vivos destinados a aplicações em pele e mucosas íntegras.
São citotóxicos em tecidos com solução de continuidade e por esta razão sua
indicação deve ser restrita e limitada a pele íntegra e membrana mucosa. Também são
utilizados para limpeza na primeira abordagem de feridas traumáticas e como degermante
antes de procedimentos de desbridamento instrumental.
Os produtos com ação antisséptica são compostos de álcool, iodo, iodóforos, clorexidine,
triclosan, violeta genciana, peroxido de hidrogenio, hexaclorofeno, quaternário de amônio,
hipoclorito de sódio. No protocolo institucional temos disponível a solução aquosa de
polihexametilenobiguanida (PHMB), conforme consta na norma “Protocolo de Terapia
Tópica”.
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ANTIBIÓTICOS TÓPICOS
O uso de antibióticos tópicos deve ser restrito para agentes etiológicos invasivos
conhecidos e que não desenvolveram resistência. Podem ser indicados para infecções
primárias de pele ou descolonização de mucosa íntegra. Esses produtos representam
risco para o desenvolvimento de resistência bacteriana.
Os produtos disponíveis no mercado são:
Para bactérias Gram Positivas: mupirocina ou garamicina
Para bactérias Gram Positivas ou Negativas: bacitracina, neomicina, acetato de
mafenide ou nitrofurasona
Para Anaeróbios: acetato de mafenide ou metronidazol
Filme Prevenção de Úlcera por Pressão em Higienizar e secar a pele e, aplicar o produto;
Transparente áreas de hiperemia Manter até descolamento ou alteração das condições da pele.
Óxido zinco Prevenção (proteção da pele) de dermatite Aplicar e distribuir uma fina camada do produto na área de contato, às trocas
associada à incontinência. da fralda, após a higiene e secagem da pele.
Proteção de pele ao redor de feridas Na incontinência anal aplicar o produto perianal após a higienização.
exsudativas e em uso de terapia úmida. Após a limpeza da ferida, secar delicadamente pele ao redor e aplicar uma fina
camada.
OBSERVAÇÕES
Os produtos inadequados para o uso são: os mercuriais orgânicos, acetona, quaternários de amônia, líquido de Dakin, éter e clorofórmio,
devido à baixa atividade antisséptica, inativação na presença de matéria orgânica, possibilitando a contaminação por microrganismos
patógenos e toxicidade; conforme a portaria nº 2616, de 12 /05/1980 do Ministério da Saúde (BRASIL, 1998).
Periodicidade de Troca
Produto Composição Indicação Mecanismo de Ação Observação
Modo de usar
Após limpeza com SF 0,9%,
Pectina, gelatina, Absorve umidade
Protetor de Dermatite periestoma secar a lesão, aplicar o pó, retirar O frasco dosador é
carboximetilcelulose decorrente da pele
Pele (Pó) com lesão pele. o excesso e aplicar o multiuso.
sódica. escoriada.
equipamento coletor.
Após limpeza do estoma e
Prevenção e pele ao redor, aplicar o Quando saturada ou a cada troca
Protetor de Datar a aplicação da
Hidrocolóide Tratamento de pele equipamento coletor e a do equipamento coletor, enquanto
Pele (Placa) placa protetora.
periestoma. placa protetora em pele pele lesada.
íntegra.
Propiciar
preenchimento de
A pasta propicia
estomas Após limpeza do estoma e A cada troca do equipamento
maior durabilidade
Pasta para complicados (planos pele ao redor, aplicar a coletor para estomias
Resina sintética do equipamento
estoma ou retraídos); pasta na borda do recorte complicadas.
coletor e prevenção
Vedar a borda do do equipamento coletor.
de lesão periestoma.
estoma e proteger a
pele periestoma.
continuação
Material Finalidade Modo de Usar Periodicidade de Troca Observação
Aplicar o equipamento coletor,
Durabilidade média do
Kit coletor estoma Equipamento coletor urina conforme técnica descrita manual
equipamento em torno de 5 a Orientar cuidados alta
urinário infantil proveniente de estoma ou DENF;
7 dias, na ausência de hospitalar (Projeto PPP).
10 a 35 mm exteriorização por sonda. Realizar a limpeza do estoma 1xdia;
complicações.
Esvaziar o débito a cada plantão.
Aplicar o equipamento coletor,
Kit coletor fistula conforme orientação do fabricante; Durabilidade média do
Equipamento coletor para fístula Orientar cuidados alta
abdominal Realizar a limpeza do local da fístula equipamento em torno 7 dias, hospitalar (Projeto PPP).
abdominal.
100 a 300 mm 1xdia; na ausência de complicações..
Esvaziar o débito a cada plantão.
Aplicar o equipamento coletor
estoma, conforme técnica descrita Durabilidade média do
Kit coletor estoma Equipamento coletor para fístula ou Orientar cuidados alta
manual técnicas DENF; equipamento em torno 7 dias
100 mm - adulto proximidade de dois estomas. hospitalar (Projeto PPP).
Realizar a limpeza do estoma 1xdia; na ausência de complicações..
Esvaziar o débito a cada plantão.
Aplicar o equipamento coletor
Durabilidade média do
Equipamento coletor urina estoma, conforme técnica descrita
Kit coletor para estoma equipamento em torno de 5 a Acoplar ao sistema
proveniente de estoma ou manual técnicas DENF;
urinário adulto 7 dias, na ausência de coletor urinário.
exteriorização por sonda. Realizar a limpeza do estoma 1xdia;
complicações..
Esvaziar o débito a cada plantão.
continua
continuação
Material Finalidade Modo de Usar Periodicidade de Troca Observação
Aplicar o equipamento coletor
estoma, Durabilidade média do
Kit para drenagem
Equipamento coletor para estoma conforme técnica descrita manual equipamento em torno de 5 a Orientar cuidados alta
aberta de ostomia
com o diâmetro compatível DENF; 7 dias, na ausência de hospitalar (Projeto PPP).
45 mm
Realizar a limpeza do estoma 1xdia. complicações.
Esvaziar o débito a cada plantão.
Aplicar o equipamento coletor Durabilidade média do
Kit p/ drenagem aberta equipamento em torno de 5 a
estoma, conforme técnica descrita
de ostomia Equipamento coletor para estoma 7 dias, na ausência de Orientar cuidados alta
manual DENF;
70 mm com o diâmetro compatível hospitalar (Projeto PPP).
Realizar a limpeza do estoma 1xdia; complicações..
Esvaziar o débito a cada plantão.
Aplicar o equipamento coletor,
Kit coletor para dreno conforme técnica a ser descrita no
Equipamento coletor para débito de Durabilidade média do
adulto manual DENF;
drenos tubulares ou grandes débitos equipamento em torno de 5 a
50 mm Realizar a limpeza da inserção do
de outros tipos de drenos. 7 dias.
dreno 1xdia;
Esvaziar o débito a cada plantão.
Individualizar uso; Uso individual conforme
Encapar com capa plástica a necessidade, durante o Em caso de alta hospitalar
Colchão piramidal impermeável; período de internação; doar ao paciente;
Prevenção de Úlcera por Pressão.
(caixa de ovo) Colocar sobre o colchão hospitalar. Desinfecção diária com Em caso de óbito
álcool 70%. descartar.
OBSERVAÇÕES
Os equipamentos coletores de estomas urinários e ileostomias têm menor durabilidade, geralmente em torno de 3 a 5 dias. O
planejamento da troca do equipamento evita complicações decorrentes do extravasamento do líquido drenado;
As dermatites periestoma, estomas planos, retraídos ou mal localizados dificultam a aderência do equipamento coletor e,
consequentemente, levam ao aumento de seu consumo. Nestes casos, solicitar avaliação do NE para orientação de adjuvantes
(protetores de pele em pasta, placa, pó e disco convexidade);
INTRODUÇÃO
A úlcera por pressão (UPP) é definida como “Lesão localizada da pele e/ou tecido
subjacente, normalmente sobre uma proeminência óssea, em resultado da pressão ou de
uma combinação entre pressão e forças de cisalhamento”.
Esta lesão pode desenvolver-se em qualquer parte do corpo sob excesso de pressão (>
32 mmHg), por período prolongado, em virtude da vascularização diminuída pela oclusão
dos vasos sanguíneos e afetam a qualidade de vida do doente e são importantes causas
de morbidade e mortalidade, além de constituir uma insustentável sobrecarga econômica
para os serviços de saúde.
De acordo com a literatura, a prevalência em hospitais nos Estados Unidos varia de 3% a
14%, aumentando para 15% a 25% em instituições de longa permanência para idosos
(ILPI). No Brasil, a incidência geral em um hospital é de 39,8%, na UTI é de 41.02%, a
prevalência geral é de 18,63% e o índice parcial é de 66,67 para uma UTI. Outros estudos
apontam uma incidência de UPP de 33% e de 44,1% ambos em Unidade de Terapia
Intensiva.
As UPPs são causadas pela associação de vários fatores extrínsecos e intrínsecos ao
paciente. Os fatores intrínsecos que devem ser considerados, ao realizar avaliação em
pacientes potencias, são: idade avançada, déficit sensorial, rebaixamento do nível de
consciência, doenças agudizadas ou crônicas, história prévia de UPP, estado nutricional,
desidratação, perfusão tecidual e medicamentos. Os fatores extrínsecos são: pressão,
cisalhamento, fricção e umidade.
O principal fator de risco é a pressão e seu efeito patológico no tecido cutâneo pode ser
atribuído a sua intensidade, duração e tolerância tecidual. Por sua vez, relacionado
diretamente à imobilidade, atividade e percepção sensorial diminuído.
ACHADOS CLÍNICOS
As UPP formam-se, geralmente, em pacientes de risco, em profundidade junto aos ossos
e tecidos musculares profundos, evoluindo com erosão dos tecidos até alcançarem a
superfície. Estas lesões são classificadas em seis categorias (I,II,III, IV, Inclassificável e
Supeita de Lesão Tissular Profunda - DTI), de acordo com o acometimento tecidual,
conforme descrito no quadro 1.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Lesões que podem ser confundidas com UPP:
Escoriações traumáticas;
Lesões isquêmicas em calcanhares;
Ulcerações por infecção específica (blastomicose, tuberculose, tuberculose
cutânea, outros);
Tumores epiteliais ulcerados;
Dermatite associada à incontinência;
Lesões em saliências ósseas associadas a patologias previamente diagnosticadas.
IMAGENS
ESTÁGIOS UP CONCEITOS (Imagens autorizadas: arquivo pessoal
Enf. Helena Bajay)
É um eritema da pele integra de uma
área localizada que não embranquece
após a remoção da pressão. Em
indivíduos com a pele mais escura, a
descoloração da pele, o calor, o edema
Categoria I
ou o endurecimento também podem
ser indicadores de danos. A pele
escura pode não apresentar
esbranquecimento, sua cor pode diferir
da pele ao redor.
É uma perda parcial da pele
envolvendo a epiderme, derme ou
ambas. A úlcera é superficial e
apresenta-se como uma abrasão, uma
bolha intacta ou rompida ou uma
cratera rasa. A úlcera superficial
Categoria II
apresenta-se brilhante ou seca sem
esfacelo ou arroxeamento e este
estágio não deve ser utilizado para
descrever abrasões por adesivos,
dermatite perianal, maceração ou
escoriação.
IMAGENS
ESTÁGIOS UP CONCEITOS (Imagens autorizadas: arquivo pessoal Enf.
Helena Bajay)
“European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) e National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), 2014”
MEDIDAS PROFILATICAS
As diretrizes de prevenção são baseadas em seis estratégias, de acordo com as
recomendações da European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) e National
Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) e estão descritas a seguir:
Avaliação do Risco;
Avaliação da pele
Avaliação nutricional
Manejo da umidade
Minimizar a pressão
Cuidados com a pele e medidas preventivas;
AVALIAÇÃO DE RISCO
A avaliação do risco para UPP destaca-se como medida inicial no processo de prevenção.
O paciente deve ser avaliado na admissão e em intervalos regulares, através de avaliação
sistemática utilizando-se a Escala de Braden e de acordo com a pontuação obtida, ela irá
nos predizer o risco do paciente para desenvolver a UPP e nortear a seleção das medidas
preventivas. O núcleo de estomaterapia disponibiliza uma escala de brande para consulta
rápida (porta crachá), para orientar o enfermeiro na avaliação.
ESCALA DE BRADEN
A Escala de Braden é composta por seis subescalas que avaliam os principais fatores de
risco que são: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição, fricção e
cisalhamento.
Cada uma das subescalas varia de 1 a 4 pontos, exceto na fricção e cisalhamento, em
que o escore varia de 1 a 3 pontos. A somatória dos pontos de cada item determinará o
grau do risco para o desenvolvimento de UP. Esse escore varia de 6 a 23 pontos.
O escore do risco é subdividido em:
Baixo risco: Braden de 15 a 16 se menor ou igual a 75 anos e 15 a 18 se maior
que 75 anos;
Médio risco: 12 a 14;
Alto risco: Braden menor que 11.
2. Provavelmente 3. Adequado:
1. Muito pobre: inadequado: Come mais da metade da maioria
Nunca come uma refeição Raramente come uma das refeições. Come um total de 4
porções de alimento rico em 4. Excelente:
completa. refeição completa.
proteínas (carne e laticínios) todo Come a maior parte de
Raramente come mais de 1/3 Geralmente come cerca de
dia. Ocasionalmente recusará cada refeição. Geralmente
Nutrição: do alimento oferecido. Come 2 metade do alimento. Ingestão
uma refeição, mas geralmente ingere um total de 4 ou
Padrão usual porções ou menos de proteína de proteína inclui somente 3
aceitará um complemento mais porções de carne e
de consumo (carnes ou laticínios) por dia. porções de carne ou laticínios
oferecido. Ou é alimentado por laticínios. Ocasionalmente
alimentar Ingere pouco líquido. Não por dia.
sonda ou regime de nutrição come entre as refeições.
aceita suplemento alimentar Ocasionalmente aceitará um
parenteral total, o qual Não requer suplemento
líquido. Ou é mantido em jejum suplemento alimentar ou
provavelmente satisfaz a maior alimentar.
e/ou mantido com dieta líquida recebe abaixo da quantidade
ou IVS por mais de cinco dias. satisfatória de dieta líquida ou parte das necessidades
alimentação por sonda. nutricionais.
1. Problema: Pontuação
Requer assistência moderada a
2. Problema em potencial:
máxima para se mover. É
Move-se, mas sem vigor ou
impossível levantá-lo ou 3. Nenhum problema: Não risco > 16/18
requer mínima assistência.
erguê-lo completamente sem Move-se sozinho na cama ou Risco < ou = 16/18
Durante o movimento
que haja atrito da pele com o cadeira e tem suficiente força
provavelmente ocorre certo
lençol. Frequentemente muscular para erguer-se Risco alto < ou = 11
atrito da pele com o lençol,
escorrega na cama ou cadeira, completamente durante o Risco Moderado 12 -14
cadeira ou outros. Na maior
necessitando frequentes movimento. Risco baixo
parte do tempo mantém
ajustes de posição com o Sempre mantém boa posição na 15 - 16 (< 75 anos)
posição relativamente boa na
máximo de assistência. cama ou na cadeira. 16 - 18 (> 75 anos)
cama ou na cadeira, mas
Espascticidade, contratura ou
ocasionalmente escorrega.
agitação leva a quase
constante fricção.
Fonte: Paranhos & Santos (1999)
Grupo responsável pela elaboração:
Vanessa Abreu da Silva, Andreia Pádua Pereira, Rodrigo Marques Tonella, Rita de Cássia Souza
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
ESCALA DE BRADEN Q ADAPTADA PARA A LÍNGUA PORTUGUESA (Pontuação: Alto Risco < 22; Baixo Risco > 22)
Mobilidade: 1. Completamente imóvel: 2. Muito limitado: 3. Levemente limitado:
Faz pequenas mudanças ocasionais na posição do 4. Nenhuma limitação:
Capacidade de mudar e Não faz mudanças, nem mesmo pequenas, na Faz mudanças frequentes, embora pequenas, na
corpo ou das extremidades, mas é incapaz de fazer Faz mudanças importantes e frequentes na posição
controlar a posição do posição do corpo ou das extremidades, sem posição do corpo ou das extremidades, sem ajuda.
mudanças completamente sozinho. do corpo, sem ajuda
corpo ajuda.
2. Restrito à cadeira: 4. Todas as crianças que são jovens demais
3. Deambula ocasionalmente:
A capacidade de deambular está gravemente limitada para deambular ou deambulam frequentemente:
Atividade 1. Acamado: Deambula ocasionalmente durante o dia, porém, por
ou inexistente. Não consegue sustentar o próprio Deambula fora do quarto pelo menos duas vezes por
Grau de atividade física Permanece no leito o tempo todo distâncias bem curtas, com ou sem ajuda. Passa a
peso e/ou precisa de ajuda para sentar-se em uma dia e dentro do quarto pelo menos uma vez a cada
maior parte do turno no leito ou na cadeira.
cadeira ou cadeira de rodas. duas horas, durante as horas em que está acordado.
1. Completamente limitada: 2. Muito limitada: 3. Levemente limitada:
Percepção sensorial:
Não responde ao estímulo doloroso (não geme, Responde apenas ao estímulo doloroso. Não Responde aos comandos verbais, mas nem sempre 4. Nenhuma alteração:
Capacidade de responder
não se encolhe, não se agarra), devido à consegue comunicar desconforto, exceto por gemido consegue comunicar o desconforto ou a necessidade Responde aos comandos verbais. Não apresenta
de maneira apropriada ao
diminuição do nível de consciência, ou sedação ou inquietação, ou apresenta alguma disfunção de ser mudado de posição, ou apresenta alguma déficit sensorial que limite a capacidade de sentir ou
desconforto relacionado à
ou limitação da capacidade de sentir dor na sensorial que limita a capacidade de sentir dor ou disfunção sensorial em uma ou duas extremidades, comunicar dor ou desconforto.
pressão
maior parte da superfície corporal. desconforto em mais da metade do corpo que limita a capacidade de sentir dor.
1. Constantemente úmida: 4. Raramente úmida:
Umidade: 2. Frequentemente úmida: 3. Ocasionalmente úmida:
A pele fica constantemente úmida por suor, urina A pele geralmente está seca, as trocas de fraldas são
Grau de exposição da pele A pele está frequentemente úmida. A roupa de cama A pele está ocasionalmente úmida, necessitando de
etc. a capacidade é percebida cada vez que o feitas de rotina e as roupas de cama necessitam ser
à umidade precisa ser trocada pelo menos a cada oito horas. troca de roupa de cama a cada 12 horas.
paciente é movimentado ou mudado de posição. trocadas apenas a cada 24 horas.
Fricção e Cisalhamento:
3. Problema potencial: 4. Nenhum problema aparente:
Fricção: ocorre quando a 2. Problema:
Movimenta-se com dificuldade ou necessita de Capaz de levantar-se completamente durante a
pele se move contra as 1. Problema importante: Necessita de ajuda moderada a máxima para se
mínima assistência. Durante o movimento, mudança de posição. Movimenta-se sozinho na
estruturas de suporte. A espasticidade, a contratura, o prurido ou a mover. É impossível se levantar completamente sem
provavelmente ocorre atrito entre a pele e os lençóis, cadeira e no leito e tem força muscular suficiente
Cisalhamento: ocorre agitação levam à criança debater-se no leito e deslizar sobre os lençóis do leito ou cadeira,
cadeira, coxins ou outros dispositivos. A maior parte para levantar-se completamente durante o
quando a pele e a superfí- há fricção quase constante. necessitando de reposicionamento frequente com o
do tempo mantém uma posição relativamente boa na movimento. Mantém a posição adequada no leito e
cie óssea adjacente desli- máximo de assistência.
cadeira e no leito, mas ocasionalmente escorrega. na cadeira.
zam uma sobre a outra
1. Muito pobre:
2. Inadequada: 3. Adequada: 4. Excelente:
Em jejum e/ou mantido com ingesta hídrica ou
Dieta líquida por sonda ou NPP que fornece calorias Dieta por sonda ou NPP que fornece calorias e Dieta geral que fornece calorias suficientes para a
hidratação IV por mais de 5 dias ou albumina
insuficientes para a idade ou albumina < 3mg/dl ou minerais suficientes para a idade ou come mais da idade. Por exemplo, come/bebe a maior parte de
Nutrição: <2,5mg/dl ou nunca come uma refeição
raramente come uma refeição completa. Geralmente metade da maioria das refeições. Consome um total cada refeição/alimentação. Nunca recusa uma
Padrão habitual de completa. Raramente come mais da metade de
come apenas a metade do alimento oferecido. O de quatro porções de proteínas (carne, derivados de refeição. Geralmente come um total de quatro ou
consumo alimentar alguma alimento oferecido. O consumo de
consumo de proteínas inclui apenas três porções de leite) por dia. Ocasionalmente recusa uma refeição, mais porções de carne e derivado de leite.
proteínas inclui apenas duas porções de carne
carne ou derivados de leite por dia. Ocasionalmente mas geralmente toma suplemento dietético, se Ocasionalmente, come entre as refeições. Não
ou derivado de leite por dia. Não ingere
ingere suplemento dietético. oferecido. necessita de suplementação.
suplemento dietético líquido.
3. Adequada:
1. Extremamente comprometida: 2. Comprometida: 4. Excelente:
Normotenso. Apresenta saturação de oxigênio <95%
Perfusão Tissular e Hipotenso (PAM<50mmHg; <40mmHg em Normotenso. Apresenta saturação de oxigênio <95% Normotenso. Apresenta saturação de oxigênio >95%,
ou a hemoglobina <10mg/dl ou o tempo de
Oxigenação recém-nascido) ou o paciente não tolera as ou a hemoglobina <10mg/dl ou o tempo de a hemoglobina normal e o tempo de enchimento
enchimento capilar >2 segundos. O pH sérico é
mudanças de posição. enchimento capilar >2 segundos. O pH sérico <7,40. capilar <2 segundos.
normal
PREVENÇÃO TRATAMENTO
AVALIAÇÃO
DE RISCO AVALIAÇÃO
admissão FERIDA
(escala Braden Interconsulta SN
≤16) Cirurgia Trauma
(avaliação e desbridamento cir)
Vascular
(avaliação - exposição vascular)
TOLERÂNCIA Ortopedia
PRESSÃO (avaliação - exposição tendão/
TECIDUAL
osso)
Dermato
(avaliação – biopsia e diagnóstico
diferencial)
Plástica
(avaliação - reconstrução)
↓ M – A – PS U – FC – N
Limpeza e Desbridament
Terapia Tópica o S/N
AÇÕES
MULTIDISCIPLINARE
S I II III - IV
AVALIAÇÃO DA PELE
A pele do paciente em risco de desenvolver UPP deve ser avaliada diariamente, com
especial atenção para as principais regiões de proeminências ósseas 10. A avaliação da
pele deve ser registrada na anotação de enfermagem.
Inspecionar diariamente a pele e os locais de risco para UPP, atentando para locais de
risco com ênfase nas proeminências ósseas (sacral, trocanteres, calcâneos, maléolos,
orelhas e occipital) e também áreas em contatos com dispositivos médicos (cateter nasal
de O2, máscara de BIPAP, cabos de monitores, cadarço de fixação do tubo orotraqueal,
colar cervical, cateteres e oximetro de pulso), conforme ilustra a figura 1.
Figura 1
MANEJO DA UMIDADE
A exposição da pele à umidade, geralmente proveniente de urina e/ou fezes altera a
tolerância tecidual e aumenta o risco de UPP, portanto, deve-se evitar a exposição da
pele a umidade e protegê-la, para tanto recomenda-se
Manter o paciente limpo e seco após cada eliminação;
Higienizar diariamente a pele e após cada episódio de eliminação urinária, realizar
o procedimento de maneira suave, utilizar waper (pano de limpeza), sabonete
suave, água morna;
Utilizar em pele íntegra barreira protetora contra umidade (proveniente de
incontinência urinaria e/ou fecal) como, por exemplo, o óxido de zinco ou creme
barreira, após higiene, a cada troca de fralda;
Grupo responsável pela elaboração:
Vanessa Abreu da Silva, Angélica Olivetto de Almeida
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Solicitar avaliação nutricional para adequar as necessidades calóricas de micro nutrientes
(vitaminas e minerais) e macro nutrientes (proteínas, carboidratos e lipídios) e garantir
que os nutrientes indicados sejam administrados e providenciar suporte nutricional e
polivitamínico sempre que necessário e se não houver contra-indicação. Recomenda-se
as seguintes medidas:
Garantir a ingesta via oral e registro da aceitação alimentar no recordatório
alimentar;
Garantir a infusão rigorosa da nutrição enteral ou parenteral e registrar no
prontuário;
Justificar eventuais não administrações das dietas;
Garantir hidratação oral;
MINIMIZAR A PRESSÃO
A redistribuição da pressão, com atenção especial a áreas de proeminências ósseas,
deve ser realizada com o reposicionamento freqüente do paciente de risco e com a
utilização de superfícies de suporte, conforme descrito na técnica de mudança de
decúbito e superfícies de suporte (DENF). Devem realizadas medidas preventivas para
fricção e cisalhamento da pele, conforme descrito a seguir:
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 7
Educação
A educação consiste em implementar programas educacionais para toda a equipe
multidisciplinar, paciente e familiar com a finalidade de prevenção de UPP e reduzir a
ocorrência desta.
CONDUTA TERAPÊUTICA
Manter as medidas preventivas para evitar a formação de novas úlceras;
As UPP devem ser avaliadas e tratadas, de acordo com a característica clínica da
ferida e seu estadiamento (comprometimento tecidual), vide esquema no final
deste texto;
Orientar paciente e familiar para o cuidado após alta hospitalar;
Encaminhar o paciente para continuidade do tratamento na unidade básica de
referência de sua residência.
INTRODUÇÃO
Existem vários tipos de materiais comercializados, destinados a prevenção de úlceras por
pressão. Geralmente, são encontrados em catálogos com a terminologia “antiescara” e
tem a finalidade principal de manter proeminências ósseas longe do contato direto sobre
estes ou com a superfície do leito. Entre eles, destacam-se as almofadas de apoio,
travesseiros, coxins, superfícies de apoio e suporte. As superfícies de suporte ou apoio
são consideradas distribuidores especializados de pressão, capazes de controlar a carga
tecidual e as condições de temperatura, umidade da pele e fricção. Entretanto, pouca
evidência existe em relação à efetividade destes.
As superfícies de suporte devem ser indicadas de acordo com o risco do paciente em
desenvolver e/ou tratar úlcera por pressão, novas ou já existentes. Entretanto a escolha
do tipo de superfície depende da padronização destas nas instituições, além das
necessidades dos pacientes.
o ESPUMA
O desempenho do produto pode ser aperfeiçoado conforme
constituição da espuma em relação à resiliência, firmeza, altura,
densidade e formato. Entende-se resiliência como a capacidade de
um material voltar ao seu estado normal após sofrer tensão ou
deformação (também chamada de capacidade de memória).
Pode apresentar-se na forma modelada, piramidal ou com
densidades diferentes, ou combinação de ambas. A espuma maciça é
melhor que a em flocos.
A espuma visco-elásticas molda-se ao corpo de acordo com a
temperatura corporal e é disponibilizada em diferentes densidades.
o AR
Podem ser não-elétricas que agem por redistribuir a pressão por
imersão e envelopamento e elétricas, por transferência alternada do
peso corpóreo. Podem possuir células conectadas ou não entre si, de
forma inflável no formato tubular, em gomos ou articulados.
As células devem ter altura suficiente para manter o corpo suspenso,
sem contato com o estrado ou colchão em que a superfície de
suporte estiver apoiada.
O monitoramento do nível de enchimento é realizado com o paciente
sobre o colchão na posição dorsal e a cabeceira abaixada. A mão do
avaliador é colocada aberta sob o paciente na região sacral, entre o
colchonete de ar e o colchão comum. Se o peso do paciente impedir
a passagem da mão do avaliador entre os dois colchões, a pressão
exercida está comprometendo a circulação sanguínea local e o
colchonete não está permitindo a redução da pressão.
Grupo responsável pela elaboração:
Andréa Pádua Pereira, Vanessa Abreu da Silva
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
o ÁGUA
A redistribuição da pressão ocorre segundo as leis de Pascal e de
Ação e Reação de Newton. Seu desnivelamento durante a elevação
da cabeceira e pés anula a Lei de Pascal.
o GEL OU FLUIDO
Possui líquido no seu interior com comportamento de sólido.
Os colchões com fluidos contem em seu interior líquidos, gel e/ou
água, que permitem a redistribuição da pressão.
A densidade e a viscosidade do gel ou do fluido é que irão controlar o
grau de imersão da pessoa e, consequentemente, a sua postura. Sua
baixa tensão superficial permite ajustar-se ao contorno do corpo e
minimizar as forças de fricção e cisalhamento.
Os de fluido viscoso possuem uma substancia gelatinosa, capaz de
correr ou expandir como os líquidos e os gases, mas com maior
resistência à pressão. São exemplos de fluido viscoso o silicone e o
polivinil.
O fluido contorna-se ao corpo, redistribuindo a pressão, por imersão.
A distribuição deve ser monitorada, pois o fluido pode concentrar-se
sob as proeminências ósseas, devendo ser removido manualmente.
Tipo de
Vantagem Desvantagem
Equipamento
Altera a altura no leito. A densidade da espuma
pode ficar comprometida com o tempo, lavagem,
e após uso, bem como o peso do corpo pode
causar deformidade na espuma, limitando a sua
Fácil de instalar e transportar, não
vida útil. Trocas periódicas devem ser planejadas,
Colchonete ou se danifica quando perfurado por
observando a composição corporal individual e a
agulhas, não necessita de energia
almofada de densidade da espuma. A ação deste pode ser
elétrica, é leve, disponível em
espuma danificada por umidade, exigindo capa plástica,
várias espessuras e tamanhos,
(estático) porém esta pode comprometer a sua eficácia.
não precisa de manutenção, baixo
Pode ser quente e absorver a transpiração.
custo.
Espumas finas, de qualidade inferior ou baixa
densidade podendo ocasionar efeito insatisfatório.
Firmeza, altura e densidade são limitantes para o
envelopamento.
Altera a altura no leito. A ação deste tipo de
superfície depende de movimentos externos para
alterar a pressão sob a pessoa. Pode danificar-
se com objetos pontiagudos, além de não
Macio, confortável, plástico de fácil ocasionar firmeza nas bordas. Exige insuflação
Colchonete ou limpeza, não necessita de energia adequada e avaliação diária do nível de
almodafada de ar elétrica, boa durabilidade, fácil de enchimento, pois a insuflação insuficiente
(estático) ser inflado com ar comprimido ou interfere na ação, bem como insuflação
bomba de ar. aumentada pode ocasionar pressão excessiva e
prejudicar o ponto de contato. Células muito
infladas aumentam a pressão de interface;
enquanto que as células murchas levam ao
“bottoming out” (contato com a superfície inferior).
Utiliza fonte de energia para
produzir correntes de ar, promover
a distribuição uniforme da pressão
sobre a superfície corporal. São Necessita ser montado antes do uso, a sensação
constituídas de células ou de insuflação e desinflação pode incomodar o
Colchonete de canaletas que se enchem e se paciente, requer uso de eletricidade; o ruído do
esvaziam alternadamente, com a motor pode incomodar e a movimentação pode
ar alternado ajuda de um motor, promovendo o perturbar o sono do paciente. A pressão irá se
(dinâmico) alivio da pressão. A duração e a alternar dependendo do ciclo de
sequência dessa alternância do ar inflação/desinflação e o leito fica mais elevado. O
variam de acordo com o peso do produto dificulta sua locomoção.
fabricante. Fácil de limpar,
desinflação rápida em casos de
emergência.
continua
Tipo de
Vantagem Desvantagem
Equipamento
Exige proximidade de torneira para
conexão e intermediário acoplados
para enchimento. A movimentação
pode dificultar a realização de certos
procedimentos, a perfuração é comum
com objetos perfurantes, é pesado; a
temperatura da água pode esfriar o
paciente, sendo necessário aquecedor
ou proteção com cobertores para
Disponível facilmente na comunidade, pode evitar a hipotermia, a cabeceira da
ser utilizada em camas regulares, cadeiras ou cama não pode ser elevada, precisa
Colchões ou
poltronas no domicílio, fácil de limpar. ser mantido o enchimento correto.
almofada d’água Podem ser insuflados também ar comprimido Eficientes, porém com alguns
ou bomba de ar. inconvenientes como peso excessivo,
vazamento, enchimento dificultoso.
Mudanças de decúbito e
transferências tornam-se mais árduas.
Inapropriados em unidades de
pacientes críticos por inviabilizar a
massagem cardíaca. Exige
antisséptico para evitar a formação de
fungos na parte interna do colchão
quando cheio.
Fácil limpeza, baixa manutenção, boa
durabilidade, pode ser combinado com outros
Custo mais elevado que a espuma; é
produtos como colchão de espuma. A
lavável, porém pesado e de difícil
densidade e a viscosidade do gel ou do fluido
reparo. Estes dependem de
Colchonetes ou é que irá controlar o grau de imersão da
movimentos externos para alternar a
pessoa e consequentemente, a sua postura.
almofada de gel ou Mantém a temperatura da pele constante por
pressão. Deve ser observada a
fluido temperatura do fluido, assim como a
2 horas de contato interrupto. Quando
umidade e o material da capa. Existe
saturado, a transferência de calor cessa e a
pouca evidência sobre a eficácia deste
temperatura aumenta. Por não ser poroso,
tipo de material.
aumenta em 22% a umidade relativa da pele,
durante a primeira hora de contato.
Reduz o uso de colchonetes na instituição,
Custo inicial elevado; pode não
reduz o tempo dos profissionais, não adiciona
controlar a umidade da pele do
maior peso ao leito, pode ser reutilizado em
Colchões paciente; não existem medidas
outros pacientes após desinfecção, é fácil de
especializados objetivas para avaliação do
limpar devido a sua cobertura impermeável;
equipamento quanto à perda de suas
utiliza lençóis padronizados do hospital e
características de funcionamento.
baixo custo de manutenção.
continua
Tipo de
Vantagem Desvantagem
Equipamento
A circulação contínua de ar aquecido e
seco pode desidratar o paciente e
Requer reposicionamento do paciente com
tornar o leito e quarto mais quentes.
menor frequência, dá mais conforto, permite
As feridas precisam ser protegidas
realização de procedimentos após desligá-la,
para não ressecarem, a tosse é menos
reduz a fricção e cisalhamento, auxilia no
eficaz para eliminar secreções, o
controle da incontinência e feridas com
vazamento das microesferas pode
exsudato. A instalação, manutenção e
ocorrer e causar danos ao paciente e
Cama Fluidizada acompanhamento do funcionamento são
profissional, a altura do leito dificulta o
feitos pela assistência técnica.
(com alta perda de O ar passa em fluxo constante dentro de uma
cuidado e a remoção do paciente, o
ar) leito é pesado dificultando a
caixa funda, que contem partículas de
mobilização do mesmo, a cama é
silicone, as quais são retiradas por uma
estreita, o que impede seu uso para
película permeável. Esta estrutura permite
pacientes obesos ou com contraturas
significativa imersão da pessoa e a
graves, o paciente pode sentir-se
redistribuição da pressão sob os segmentos
desorientado por não sentir o seu
corporais, devido à movimentação das
peso, a drenagem de cateteres pode
partículas, criando características de fluidos.
ser comprometida, pois o paciente fica
afundado no leito. Custo elevado.
A cabeceira e pés da cama podem ser
levantados ou abaixados. A transferência do
paciente para fora ou dentro da cama é mais
fácil. Diminui a frequência da movimentação
ou posicionamento necessário. A instalação e Usa eletricidade, pode provocar ruídos
manutenção são realizadas por assistência indesejáveis; a superfície da cama é
técnica. escorregadia podendo levar o paciente
Cama com baixa O ar de baixa pressão tem o fluxo de ar a ter quedas durante a transferência.
perda de ar constante, passa por uma rede de células A redistribuição da pressão se dá por
permeáveis, cujo fluxo pode ser ajustado de imersão e envelopamento. Custo
forma manual ou automática. Também elevado.
permite imersão da pessoa na superfície e
redistribui a pressão. Sua capa é lisa, de
nylon e politetrafluoretileno, que ajudam a
adiminuir a fricção e permite a passagem de
ar. São a prova d’agua, impermeáveis às
bactérias e fáceis de limpar.
Cama com Terapia A cama fornece movimentação passiva,
Cinética contínua e a terapia de oscilação é usada
para favorecer a mobilização de secreção do
trato respiratório, permite prevenção de
estase urinária e reduz o risco de estase Custo muito elevado.
venosa e trombose venosa profunda. São
similares as camas com baixa perda de ar em
sua construção e nas vantagens e
desvantagens.
(COWELL 1997; CALIR 2010; CALIRI 2011; HES 2002; NIX 2007; GOMES, MAGALHÃES 2008; PULIDO SANTOS 2010)
Alto risco
Baixo e Médio Risco
(Braden < 11)
INTRODUÇÃO
Várias terminologias são utilizadas para descrever o processo inflamatório da pele na
área das fraldas: dermatite irritativa primária das fraldas, dermatite de fralda ou dermatite
associada à incontinência. Conceitualmente, o termo Dermatite Associada à Incontinência
(DAÍ) é utilizado para descrever a resposta da pele à exposição crônica a urina e fezes
resultando em inflamação e eritema, com ou sem erosão ou desnudação.
A DAI compreende um conjunto de alterações inflamatórias, de etiologia multifatorial, que
atingem a área do corpo coberta pela fralda como períneo, região glútea, abdome inferior
e coxas. As alterações que ocorrem na área das fraldas também podem ser decorrentes
do processo alérgico ao material da fralda e também pela exacerbação de outros tipos de
dermatites (psoríase, eczema atópico, dermatite seborréica, miliária, candidose, dermatite
de contato alérgica). No entanto, outros tipos de dermatites também podem ocorrer nessa
região, mas não estão relacionadas ao uso da fralda (acrodermite enteropática,
histiocitose de células Langerhans, granuloma glúteo infantil, dermatite estreptocócica
perianal, impetigo bolhoso, escabiose, sífilis congênita e Aids).
Apesar da ampla conceituação da dermatite, esta diretriz será focada apenas na
dermatite associada à incontinência.
A etiologia e a patogênese da DAI são pouco conhecidas. Alguns indivíduos são mais
susceptíveis, embora não estejam completamente conhecidos os fatores genéticos
associados. As crianças com atopia e com dermatite seborréica estão sujeitas a maior
incidência de dermatite associada à incontinência, dificultando o diagnóstico diferencial
entre elas. A ingestão de antibióticos, que causam diarreia, a maceração e a presença de
bactérias e Candida sp estão relacionados à patogenia da doença.
A DAI é a afecção cutânea mais prevalente na infância, atinge de 25 a 65% das crianças.
É mais frequente em crianças menores de 2 anos, com pico de incidência entre 9 e 12
meses. Apresenta também alta incidência em adultos e crianças com quadros de
incontinência urinária e fecal. Atualmente, a frequência e a gravidade das dermatites têm
diminuído devido à introdução das fraldas descartáveis, que apesar de serem mais
oclusivas do que as fraldas de pano apresentam maior absorção.
Esta dermatite ainda é prevalente na nossa instituição, apesar de ausência de dados
estatísticos.
FISIOPATOLOGIA
O processo inflamatório da pele inicia com a vasodilatação dos capilares da derme alta,
afluxo de células inflamatórias (linfócitos, neutrófilos e eosinófilos), edema da derme pelo
aumento da permeabilidade capilar, extravasamento do líquido intersticial pela epiderme
(espongiose) com a formação de vesículas, migração dos linfócitos para a epiderme
(exocitose).
Nesta fase, observa-se a forma aguda do eczema, em que, clinicamente, predominam o
eritema, as vesículas, a exsudação e prurido. Esta fase pode ser discreta ou subclínica.
Posteriormente, ocorrem modificações reacionais na epiderme, hiperparaqueratose,
crostas milicéricas (dessecação de material seroso, plasma ou pus), descamação em
colarete (vesículas dessecadas).
Clinicamente, observa-se o eczema subagudo, com eritema mal delimitado, descamação,
colaretes e prurido. Com a persistência do estímulo e/ou a coçagem prolongada, observa-
se espessamento de todas as camadas da epiderme (acantose, hipergranulose e
hiperquerose), fibroplasia da derme alta, ainda presença de infiltrado, linfocítico peri-
vascular predominantemente.
Esta fase corresponde clinicamente ao eczema crônico, visto por lesão em placa,
eritematosa ou hipercrômica, espessa, com acentuação dos sulcos da pele, pruriginosa
(liquenificação). As fases podem se alternar e as lesões podem se resolver, sofrer
reagudização ou caminhar para cronicidade.
A DAI é o resultado final desta série de eventos que causam lesão na região do períneo.
As lesões iniciais ocorrem no estrato córneo, induzidas por hiper-hidratação da pele, pelo
contato das fraldas saturadas, fricção, aumento da temperatura, irritantes químicos, urina
ACHADOS CLÍNICOS
O quadro clínico da dermatite associada à incontinência pode ser classificado em três
fases:
Superficial ou Eritematosa Leve: caracteriza-se por eritema e descamação na
área de contato com a fralda, é a mais comumente encontrada;
Eritematosa Intensa: caracteriza-se pelo eritema intenso, com maceração e
exsudação;
Eritematosa Eruptiva: caracteriza-se por lesões eritematosas, pápulas e pústulas,
frequentemente associadas à infecção por Candida albicans e outros agentes
bacterianos.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Candidíase;
Dermatite de contato alérgica;
Dermatite atópica;
Dermatite seborréica;
Psoríase;
Acrodermite enteropática;
Sífilis congênita;
Histiocitose de células de Langerhans;
Granuloma glúteo infantil;
Impetigo bolhoso.
EXAMES COMPLEMENTARES
O diagnóstico da DAI é clínico e, eventualmente, para afastar infecções secundárias, é
possível a realização do exame micológico direto e cultura. Na dúvida diagnóstica de
outras doenças, a biópsia está indicada, principalmente nos casos prolongados,
recidivantes ou acompanhados de lesões em outras áreas do corpo.
MEDIDAS PROFILÁTICAS
A prevenção da DAI consiste em um conjunto de ações para evitar a irritação e a
maceração da pele, reduzindo o seu contato com as fezes e a urina. Sempre que
possível, o pH cutâneo deve ser mantido ácido e a remoção da oclusão continua sendo a
melhor forma de prevenção e tratamento.
Entre as principais ações preventivas destacam-se:
Troca frequente das fraldas - as fraldas sujas de urina devem ser trocadas a
cada três ou quatro horas, antes que a sua capacidade de absorção seja superada.
As fraldas com fezes devem ser trocadas imediatamente;
Higiene diária - a higiene da pele da área da fralda deve ser realizada com
algodão ou tecido macio e água morna, para remoção da urina a cada troca das
fraldas. Para a remoção das fezes, utilizar sabonete neutro associado ao algodão
ou tecido macio e água morna. O uso de lenços umedecidos deve ser restrito aos
casos em que não for possível a higiene descrita acima, pois podem agir como
irritantes, lesando a barreira cutânea. Na nossa prática, a fim de evitar a fricção, a
remoção de resíduos de sujidade e/ou pomadas aderidas, poderão ser facilitadas
com o uso de óleo mineral.
Controle das infecções - a Candida albicans frequentemente é o principal fator de
complicação da dermatite e deve ser pesquisada e tratada em lesões com mais de
três dias de evolução.
O uso de preparações tópicas para prevenção da dermatite não é recomendado
em indivíduos com pele sadia, pois podem causar sensibilização, irritação e/ou
toxicidade percutânea.
Para evitar a umidade excessiva devem-se utilizar cremes de barreira ou pastas
mais espessas e aderentes à base de óxido de zinco ou cremes com dexpantenol.
Esses produtos aderem-se à epiderme e podem ajudar a diminuir o contato da pele
lesada com as fezes e urina. Na ausência de fatores de risco sua utilização pode
ser dispensada se as medidas de higiene forem executadas com frequência.
CONDUTA TERAPÊUTICA
Na presença de eczema, caracterizado por eritema, vesiculação/exsudação, descamação
edema e prurido é recomendado o uso de corticóide tópico (hidrocotisona 1%) 1vez/dia, à
noite, intercalado ao protetor de barreira, a cada troca de fraldas. Intensificar medidas
secativas e ventilação.
Se houver lesões micropapulosas, eritema intensificado e exsudação aumentada é
recomendado o uso de antifúngico tópico (nistatina 2vezes/dia por 7 a 10 dias) e manter o
creme de barreira intercalado a cada troca de fralda. Se não houver melhora, considerar
o uso sistêmico de antifúngico e antibioterapia e, se necessário, solicitar avaliação de
especialista (dermatologia).
PREVENÇÃO TRATAMENTO
INTRODUÇÃO
A úlcera venosa é uma lesão cutânea que acomete o terço inferior das pernas; representa
70 a 90% dos casos de úlceras dos membros inferiores e apresenta como principal causa
a Insuficiência Venosa Crônica (IVC) (Carmo et al, 2007). Esta úlcera ocorre em
consequência da alteração do funcionamento do sistema venoso, causado por uma
incompetência valvular venosa, congênita ou adquirida, que atinge o sistema venoso
superficial no caso das varizes dos membros inferiores, o profundo na síndrome pós
flebítica e/ou ambos.
A Hipertensão Venosa Crônica é uma doença que acomete a população em geral, em
torno de um terço da população mundial de adultos após a segunda década. Na
população brasileira, estima-se que cerca de 40% dos indivíduos sejam portadores dessa
enfermidade, sendo que aproximadamente 1,5% destes apresentam úlcera.
Os dados epidemiológicos de úlcera venosa variam, em função dos métodos empregados
nos estudos. De uma maneira geral a prevalência de úlcera venosa ativa, não cicatrizada
é em torno de 0,3% e esta aumenta com a idade, sendo superior a 4% em indivíduos
acima de 65 anos (ABBADE; LASTÒRIA, 2006).
Dentre as múltiplas etiologias das úlceras crônicas dos membros inferiores, a doença
venosa representa 60 a 70%; a insuficiência arterial ou a mista associada à doença
venosa representam de 10 a 25%. A etiologia da úlcera não é identificada em 3,5% dos
pacientes (ABBADE; LASTÒRIA, 2006).
O tratamento da úlcera venosa tem sido abordado de maneira inadequada em algumas
situações, ocasionando recorrência de 30% no primeiro ano e 78% após 2 anos
(ABBADE; LASTÒRIA, 2006). Estas lesões causam significativo impacto social e
econômico ao paciente, ao sistema de saúde e ao sistema previdenciário, devido ao longo
tempo de tratamento e a sua recorrência, sendo imprescindível que a equipe
multidisciplinar sistematize o tratamento nos diversos serviços de saúde e orientem os
pacientes quanto ao tratamento adequado, visando a cicatrização da úlcera, prevenção
de recidivas e/ou complicações, bem como o seguimento de medidas profiláticas e
terapêuticas relacionadas à IVC.
sangue pelo coração que “empurra” continuamente o sangue para que realize o ciclo:
coração artérias capilares veias coração. A velocidade do fluxo de sangue varia
com os movimentos respiratórios devido à variação de pressão dentro do tórax e do
abdome, fazendo com que o retorno do sangue dos membros inferiores oscile. Para
aumentar a eficiência do retorno venoso no indivíduo que está em pé existe um
mecanismo de bomba periférica, composto pela musculatura dos membros e por um
sistema de válvulas que direciona o fluxo dentro das veias profundas, conhecido como
“coração venoso periférico”.
Em um indivíduo deitado a pressão arterial no pé é em torno de 120 mmHg e na veia do
dorso do pé mede-se uma pressão em torno de 20 mmHg. A queda da pressão ocorre
devido à necessidade de gastar a pressão para empurrar o sangue pelo leito do capilar,
que apresenta uma alta resistência à passagem do sangue. Quando um ser humano
permanece em pé forma-se uma coluna de sangue cuja altura é do átrio direito ao chão.
O peso desta coluna corresponde a uma pressão hidrostática em torno de 70 mmHg.
Desta forma a pressão nas artérias dos pés será 120 mmHg + 70 mmHg e,
consequentemente nas veias, em torno de 20 mmHg + 70 mmHg. Este aumento de
pressão do lado venoso acarreta edema e pode levar ao extravasamento de outros
elementos do sangue, como proteínas e células. Para diminuir a pressão venosa no
indivíduo em pé, enfatiza-se a importância da bomba venosa periférica descrita acima.
Quando a musculatura se contrai ela ejeta o sangue da perna, o qual apenas flui em
direção proximal devido o direcionamento das válvulas. Quando a musculatura relaxa
ocorre um “vácuo” que aspira o sangue das partes mais distais do membro. Desta forma o
sistema venoso se esvazia e a coluna de sangue é quebrada, trazendo a pressão da veia
do dorso do pé para os valores normais de 20 mmHg.
Quando ocorre uma trombose venosa profunda, o processo de recanalização da veia
acarreta a destruição das válvulas. Em outros casos não há a dissolução completa do
trombo da veia, persistindo um bloqueio ao retorno sanguíneo. Também pode ocorrer a
dilatação da veia por causas genéticas ou posturais levando à insuficiência das válvulas
que estão presentes. Estas alterações, conhecidas como insuficiência venosa, levam à
falência do mecanismo de bomba venosa periférica e à incapacidade do organismo de
abaixar a pressão venosa quando o indivíduo se encontra em pé, levando ao quadro de
hipertensão venosa crônica.
A pressão hidrostática na microcirculação aumenta e acarreta uma transudação para o
espaço intersticial de líquidos e proteínas, ocasionando inicialmente o edema das
extremidades. Esse edema, inicialmente é vespertino perimaleolar e diminui com o
repouso e com a elevação dos membros. À medida que a doença se agrava, o edema
pode comprometer todo o membro e só o repouso não consegue mais extinguí-lo.
Surgem então outras alterações inflamatórias de pele e subcutâneo tais como eritema,
descamação, prurido, dermatite ocre (mancha acastanhada) decorrentes da congestão
venosa e da deposição de hemossiderina, atrofia do subcutâneo com fibrose do mesmo e
aderência da pele aos planos aponeuróticos e finalmente à formação de úlcera de estase,
a pior complicação da Insuficiência Venosa Crônica.
EXAMES COMPLEMENTARES
Os exames complementares têm a finalidade de fornecer diagnósticos mais precisos
das alterações venosas (anatômica ou funcional) para planejamento do tratamento
(SBACV, 2005).
Não Invasivos:
o Doppler de ondas contínuas: é capaz de avaliar o refluxo superficial e
profundo das veias é um exame simples, de baixo custo.
o Duplex scan: utiliza a ultrassonografia, além do Doppler. Avalia também a
anatomia vascular.
o Pletismografia a ar: avalia o volume do membro inferior de acordo com o
fluxo das veias, mede o tempo de enchimento, fração de ejeção e volume
residual.
o Fotopletismografia: determina o tempo necessário para o enchimento
capilar, avaliando hipertensão venosa nos tempos superiores há vinte
segundos.
o Fleboressonância venosa: avalia a anatomia dos sistemas venosos
superficial e profundo, avalia a possibilidade de cirurgia em pacientes que
tenham também doença profunda.
Invasivos
o Flebografia digital: indicada quando os exames não invasivos, não são
suficientes para o diagnóstico, pode ser realizada de duas maneiras para
CONDUTA TERAPÊUTICA
Úlcera venosa
Diagnóstico Clínico
Anamnese, exame físico
Pulsos
ITB
Descrição clínica da ferida
Úlcera venosa
Úlcera isquêmica
(Pulso presente ou ITB>0,9)
(Pulso diminuído ou ausente Diagnóstico Diferencial
Local: 1/3 inferior da perna/
ou ITB<0,9) Úlcera Venosa
maléolo medial; 1/3 inferior da
Local: dedos, pé, Úlcera isquêmica
perna/maléolo medial
calcâneo, lateral da perna Outros tipos de úlceras
Superficial
Profunda -Mista
Fundo vermelho vivo
Fundo pálido -Neuropatia
Margem: irregular
Margem: definida -Neoplasia
Tamanho: grandes
Tamanho: pequenas -Leishmaniose
Exsudato: moderado a excessivo
Exsudato: mínino -Outros
Dor: pouca a moderada
Dor: extrema
Reconhecer e tratar
complicações
Infecção de pertes moles
Colonização crítica
Dermatite de contato
Osteomielite
Neoplasia
INTRODUÇÃO
A úlcera isquêmica ou arterial é uma lesão cutânea, de etiologia vasculogênica,
decorrente de complicações da insuficiência arterial. Geralmente estas lesões surgem
em consequência do estreitamento progressivo do vaso sanguíneo, causado pela
doença aterosclerótica, podendo levar à obstrução gradual do fluxo sanguíneo e
consequente isquemia tecidual, ulceração e até necrose, inclusive das camadas mais
profundas dos tecidos, além de culminar com a gangrena e necessidade de amputação
do respectivo membro (IPONEMA, COSTA, 2007). Estas condições prejudicam o fluxo
sanguíneo, que apesar dos mecanismos compensatórios através da formação de
circulação colateral, não podem suprir as exigências nutritivas (nutrientes e oxigênio) da
microcirculação periférica, podendo ocasionar a desnutrição dos tecidos e a morte
destes.
Os sinais de insuficiência arterial, às vezes não são evidenciados, até que o indivíduo
sofra um traumatismo, o que exige maior aporte sanguíneo para o local, e o mesmo é
impossibilitado pela redução do fluxo decorrente da isquemia, ocasionando dor e
claudicação, fatos que levam à procura aos serviços de saúde em busca de
esclarecimento diagnóstico (AZEVEDO, 2005). Cabe ressaltar que algumas doenças
associadas à insuficiência arterial podem favorecer a formação destas úlceras, tais
como: trombose aguda, arteriosclerose obliterante, má formação arteriovenosa,
tromboangeíte obliterante, vasculites (artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico,
esclerose sistêmica, meningococemia), traumatismos agudos, anemia falciforme,
insuficiência venosa, úlceras hipertensivas, úlcera por pressão, pioderma gangrenoso,
picaduras, traumatismos, doença concomitante à neuropatia entre outras (POTERIO
FILHO, 2009).
A isquemia arterial pode ser decorrente de um quadro agudo (por trauma, trombo ou
embolo) ou crônico (secundária à aterosclerose) com a formação de trombos e ambas
podem ocasionar a formação de úlceras nos MMII. A isquemia pode ocorrer em
qualquer nível do sistema, desde as grandes artérias até as arteríolas e capilares e,
podem ser decorrentes de um trauma ou de um transtorno crônico. A obstrução do fluxo
arterial é classificada quanto à sua etiologia em anatômica (causado por trombose,
embolia e aterosclerose) e funcional (deficiência de função vasomotora gerando
obstrução reversível) (HESS, 2002).
O paciente com suspeita de úlcera isquêmica deve ser encaminhado para um serviço
especializado (Vascular) para avaliação e estabelecimento de conduta. A anamnese e
exame físico devem ser detalhados. É imprescindível que os profissionais de saúde
conheçam as diferenças básicas entre as diversas úlceras e que seja realizado o
diagnóstico correto, para que o paciente e os profissionais adotem a terapêutica
adequada, pois as condutas entre a hipertensão venosa e isquemia tecidual divergem,
Grupo responsável pela elaboração:
Luciana B. Silveira Jaroslavsky, Carla Aparecida Bosnardo
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
FATORES DE RISCOS
Existem vários fatores de risco que interferem na evolução da insuficiência arterial, tais
como idade avançada, tabagismo, diabetes, dislipidemia e hipertensão arterial, pois
estes podem favorecer os mecanismos da inflamação vascular, disfunção da célula
endotelial e das células musculares. O tabagismo é o mais importante destes fatores e
aumenta cerca de quatro vezes o risco para a evolução da doença e acelera em torno
de uma década o aparecimento da claudicação intermitente e isquemia crítica
(SMELTZER, BARE., 2005).
Além disso, os pacientes diabéticos, com insuficiência arterial, têm também risco
elevado de complicações como úlceras isquêmicas e as gangrenas, sendo essa uma
das causas mais comuns de amputação nos Estados Unidos. A diabetes ocasiona
aumento da agregação plaquetária e de fibrinogênio, favorecendo o processo
arteriosclerótico (SMELTZER, BARE., 2005). A idade avançada coloca também os
pacientes em risco ainda maior, pois à medida que ocorre o envelhecimento a túnica
intima se espessa e perde a elasticidade, favorecendo a estenose arterial (AZEVEDO,
2005).
denominada pelo fato dos tecidos comprometidos sofrerem desidratação, ficando secos,
duros, com aspecto mumificado. A pele torna-se escura, aderida aos planos profundos.
Observa-se nítida delimitação entre a parte sadia e a comprometida, podendo evoluir
com odor fétido (PORTO, 2000).
EXAME FÍSICO
Atentar para história de doença cardíaca (angina ou infarto do miocárdio) e doenças de
carótida (isquemia transitória ou acidente vascular cerebral isquêmico), pois estas
aumentam a probabilidade de presença de doença arterial periférica. Rastrear fatores
de risco para aterosclerose (tabagismo, diabetes, hiperlipidemia e hipertensão). Avaliar
pulsos e demais sinais que evidenciam insuficiência arterial (cianose, palidez, ausência
de pelos).
O exame físico deve ser direcionado para inspeção, em busca de sinais que evidenciam
insuficiência arterial (cianose, palidez, ausência de pelos, atrofias musculares, presença
de lesões e/ou crostas negras delimitadas em artelhos e áreas de gangrena), palpação
para a avaliação sistemática dos pulsos femural, poplíteo, tibial posterior, pedioso dorsal
bilateralmente, de modo a detectar assimetria entre os membros (BORGES et al, 2008).
Além disso, atentar para os sinais de palidez, rubor postural e perfusão periférica
diminuída, com tempo de enchimento venoso retardado (maior que 15 a 20 segundo)
(ROCHA, 2009; AZEVEDO, 2005).
Além disso, deve-se providenciar a Avaliação do Índice Tornozelo Braço (ITB) com
doppler. O ITB é método não invasivo, usado para a detecção de insuficiência arterial.
Esse exame baseia-se na medida das pressões arteriais do tornozelo e dos braços,
utilizando-se um esfigmomanômetro e um aparelho de doppler-ultrassom manual e
portátil.
Quanto maior a insuficiência arterial menor é o ITB, menor o fluxo sanguíneo e
consequentemente menor é o aporte de nutrientes e oxigênio ao leito da ferida e maior
a dificuldade cicatricial.
ITB 0,9 a 1,1 = normal
ITB 0,7 a 0,9 = isquemia leve
ITB 0,5 a 0,7 = isquemia moderada
ITB 0,3 a 0,5 = isquemia grave
ITB menor 0,3 = isquemia crítica
Considera-se ITB < 0,9 para se contraindicar a terapia de alta compressão, sob risco de
necrose do membro acometido.
Exames Complementares:
Doppler;
Ultrassonografia com doppler para determinação do ITB;
Mapeamento duplex arterial e arteriografia, ambos para o planejamento
terapêutico, pois permitem a avaliação da distribuição da doença arterial (ABBADE,
2010).
CONDUTA TERAPÊUTICA
Tratamento Clínico
Uso de medicamentos antiagregantes plaquetários (ácido acetilsalicílico, ticlopidina
e clopidogrell) e sinvastatina.
Cuidados Gerais: inspeção das pernas e pés, uso de sapatos fechados, macios e
com meia para proteção dos pés; orientar o enfaixamento frouxo para evitar perda
de calor da extremidade dos membros e medidas locais (higiene, secagem e
proteção entre dedos). Evitar bandagens compressivas, sapatos apertados,
fissuras, traumatismos por batidas ou pedicure e esparadrapagem, pois estes
podem gerar lesões nos membros inferiores, além de cruzamento de pernas. A
aplicação de calor local é contra indicada, bem como remoção de calosidade,
autocirurgias ou desbridamentos. As unhas devem ser mantidas com cantos retos,
lixadas ao invés de serem cortadas, devido ao risco de traumatismo (PRAZERES;
SILVA, 2009).
Controle dos fatores de risco: tabagismo, hipertensão diabetes e dislipidemia.
Estimular perda de peso e hábito de vida saudável, com exercícios físicos.
Tratamento cirúrgico
Para os estágios de claudicação é recomendada a correção cirúrgica e/ou endovascular.
Em estágios mais avançados de dor ao repouso e presença de lesão trófica com úlcera
e gangrena é recomendado o procedimento cirúrgico de revascularização (bypass) para
o restabelecimento adequado do fluxo sanguíneo (enxertos venosos ou protéticos e
angioplastia ou amputação nos casos extremos).
ÚLCERA ISQUÊMICA
Diagnóstico clínico
Anamnese, exame físico
Pulsos
ITB
Descrição clínica ferida
Úlcera venosa
Úlcera isquêmica Diagnóstico diferencial (Pulso presente ou ITB>0,9)
(Pulso diminuído ou ausente ou ITB<0,9) Úlcera venosa Local: 1/3 inferior da perna/
Local: dedos, pé, calcâneo, Outros tipos de úlceras maléolo medial 1/3 inferior da
lateral da perna o Mistas perna/maléolo medial
Profunda o Neuropatias Superficial
Fundo Pálido o Neoplasias Fundo Vermelho vivo
Margem: definida o Leishmaniose Margem: irregular
Tamanho: pequenas o Úlcera Hipertensiva de Tamanho: grandes
Exsudato: mínimo Martorell Exsudato: moderando a
Dor: extrema o Outros excessivo
Dor: pouca a moderada
INTRODUÇÃO
A ferida cirúrgica é considerada uma lesão aguda, na qual se espera uma evolução
rápida e com cicatrização por primeira intenção (BOUNOVAS et al., 2008). Deiscência é
definida por rompimento ou abertura das margens e pode ocorrer de forma precoce ou
tardia. De uma maneira geral a deiscência precoce esta associada à técnica operatória
e a tardia a processo infeccioso local (BRANDÃO et al., 2009; DEALEY, 2008).
Quanto à classificação, a deiscência pode ser total ou parcial. Na deiscência parcial
ocorre o comprometimento das camadas da pele ou parte das camadas de sutura. Já a
deiscência total acarreta solução de continuidade em todas as camadas de sutura,
podendo comprometer a função anatômica e fisiológica do tecido lesado (BORGES,
2008).
Esta condição é uma complicação pós-operatória e esta associada com altas taxas de
morbidade e mortalidade, além de aumentar os custos do tratamento, devido ao
aumento do tempo de hospitalização e necessidade de medicamentos e cuidados
tópicos específicos (WAQAR et al., 2005; SPILIOTOS et al., 2009).
Geralmente sua ocorrência acontece entre o sétimo e décimo pós-operatório (EKE;
JEBBIN, 2006). Sua incidência varia de 1 a 3%, aumentando para 12% nas cirurgias de
urgência e cerca de 4 % nas cirurgias eletivas (WAQAR, et.al., 2005).
Esta complicação representa uma falha na cicatrização da ferida cirúrgica que pode ser
afetada por múltiplos fatores de risco, didaticamente divididos em locais e sistêmicos
como mostra o Quadro 1. Suas principais causas são necrose das bordas da ferida
devido ao comprometimento vascular ou infecção e fragilidade da pele (IRION, 2005).
Outro fator facilitador da ocorrência de deiscências são os episódios de distensão
abdominal com aumento súbito da pressão abdominal e ruptura da pele.
ACHADOS CLÍNICOS
A deiscência da ferida cirúrgica pode ser precedida de isquemia das bordas, associado
aos sinais flogísticos como hiperemia, calor e dor, culminando com extravazamento de
exsudato (serosanguinolento, achocolatado e até purulento) na linha de sutura,
afastamento das bordas, descolamento de tecido ou formação de túnel e até exposição
de estruturas anatômicas ou de tecido desvitalizado. Às vezes é necessária a retirada
parcial de alguns pontos cirúrgicos para favorecer uma melhor avaliação e limpeza, bem
como expressão local.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Fistulas;
Feridas mantidas abertas intencionalmente para cicatrização por 2ª intenção ou a
serem ressuturadas posteriormente;
EXAMES COMPLEMENTARES
Cultura da ferida por biopsia (infecção);
Ultrassonagrafia abdominal (coleções);
Tomografia abdominal (fístulas).
CONDUTA TERAPÊUTICA
A conduta terapêutica depende de uma avaliação multiprofissional e poderá variar de
acordo com a extensão da deiscência, sua profundidade, exposição de estruturas e
quadro clínico do paciente.
à infecção local, portanto medidas que reduzam a carga bacteriana local devem ser
realizadas bem como a antibioticoterapia sistêmica deve ser considerada.
DEISCÊNCIA
Avaliação Multiprofissional
Avaliação da ferida
Classificação da ferida
Tamanho
Localização Comunicar
Tecido
topográfica alterações e
Exsudato
Deiscência total/ solicitar avaliação
Borda, pele ao redor
parcial da equipe médica
Infecção
Tecidos e planos s/n
Dor
comprometidos
Ardência dos pontos
TERAPIA TÓPICA
Limpeza com SF 0,9%
Preenchimento do espaço
Remoção dos tecidos
morto diário, com: Preenchimento do
desvitalizados
Gaze umidecida com SF espaço morto 3/3 dias
Manutenção do campo
AGE óleo Alginato de Cálcio
úmido
Hidrogel + Alginato Cobertura de Prata
Preenchimento do espaço
Papaína
morto
Cobertura e proteção
NE.P19 – PERITONEOSTOMIA
INTRODUÇÃO
A peritoneostomia consiste na permanência da cavidade abdominal aberta, sem
reaproximação das bordas ou da fáscia. Sua confecção é realizada cirurgicamente com
o auxílio de telas ou bolsas que são suturadas às bordas da incisão e recobrem as
vísceras (1), ou ainda, com a colocação de um dispositivo à vácuo sob aspiração
temporária (2).
A finalidade da periotoneostomia é manter a cavidade peritoneal aberta
temporariamente com o objetivo de evitar a síndrome compartimenta abdominal (SCA)
e permitir a reexploração abdominal em condições de sepse, trauma, cirurgia de
controle de danos. O fechamento do abdômen é realizado com utilização de telas
fixadas à aponeurose ou à pele, proporcionando proteção visceral, barreira contra
infecção, prevenção da evisceração e, ainda, permitindo quantificar a perda de fluidos.
Quando a peritoneostomia é confeccionada em material transparente, possibilita avaliar
o aspecto das vísceras, a característica das secreções e detectar, precocemente, a
presença de fístulas, infecções e áreas de isquemia.
Diversos materiais e técnicas são descritos para a confecção da peritoneostomia.
Utiliza-se, geralmente, uma tela absorvível ou não-absorvível e/ou folha de material
impermeável. As telas não-absorvíveis são compostas à base de nylon, polipropileno
ou Dacron e as telas absorvíveis de poliglactina ou ácido poliglicólico. Pode-se utilizar,
também, o politetrafluoretileno, que é de consistência mole, flexível e não adere à
superfície das alças intestinais. utiliza-se uma tela de poliglactina e uma folha de
material adesivo recobrindo a tela, ou ainda, a técnica de bolsa-sanduíche com
drenagem a vácuo que associa bolsa de Bogotá e folha de poliuretano.
pela ação dos macrófagos existentes no líquido peritoneal e também pela sua capacidade
de confinar uma infecção; acúmulo de gordura, em especial no omento maior, que atua
como reserva nutricional; absorção e a eliminação de substâncias para a circulação,
podendo ser utilizado em processos terapêuticos (diálise peritoneal, administração de
medicamentos). Esta mesma propriedade explica a absorção de toxinas bacterianas nos
casos de infecções graves que afetem o peritônio.
INDICAÇÕES DA PERITONEOSTOMIA
COMPLICAÇÕES DA PERITONEOSTOMIA
EPIDEMIOLOGIA DA PERITONEOSTOMIA
A peritoneostomia implica em taxas de mortalidade que vão desde 19% a 44,7%, tanto
por complicações decorrentes da peritoneostomia como também por complicações
pulmonares, renais ou falência de múltiplos órgãos, devido à utilização do método em
pacientes graves. Mesmo com os cuidados adequados de descompressão abdominal, a
mortalidade varia de 48% a 68% entre os pacientes que desenvolvem hipertensão intra-
abdominal. Entre aqueles que permanecem em fechamento temporário com o uso de
telas, 16% desenvolvem fístulas espontâneas. As fístulas também são decorrentes da
necessidade de dissecar alças e liberar aderências quando necessárias sucessivas
laparotomias. A ocorrência de hérnia ventral e a demora na resolução da ferida são
também observadas.
CONDUTAS TERAPÊUTICAS
Cirúrgica
Re-exploração periódica da cavidade abdominal, de acordo com achados
clínicos.
Fechamento da peritoneostomia
O fechamento da peritoneostomia somente será possível após a resolução do
quadro agudo que implica na redução significativa do edema visceral e
restabelecimento das funções dos órgãos e tecidos que sofreram injúria. A
melhor opção para o fechamento da peritoneostomia consiste em aproximar as
aponeuroses dos músculos reto abdominais por sutura simples. Entretanto,
devido à acomodação das bordas, do conteúdo abdominal e ao processo de
cicatrização por segunda intenção, tal procedimento não é possível para todos os
pacientes, sobretudo quando se prolonga a necessidade de manter a
peritoneostomia.
Grupo responsável pela elaboração:
Renata Furlani, Thiago Rodrigues Araújo Calderan, Vanessa Abreu da Silva
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
Peritoneostomia
Centro Cirúrgico
Tela + Gaze + compressas estéreis
fixadas com micropore
Unidade de Internação
Curativo diário, após higiene
corporal ou s/n
Técnica Asséptica
INTRODUÇÃO
A fasciotomia consiste na abertura das fáscias que revestem os músculos, realizado por
procedimento cirúrgico, utilizado no tratamento da síndrome compartimental com a
finalidade de descomprimir os elementos neuromusculares e vasculares, visando
prevenir a isquemia e a necrose tecidual.
ETIOLOGIA
A causa mais frequente da hipertensão compartimental é o edema decorrente do
aumento da permeabilidade capilar, como acontece em situações de isquemia e
reperfusão, por lesões arteriais, embolia ou trombose arterial aguda, trombose venosa,
reimplantação de membros e traumatismos.
Traumatismos que afetam importantes estruturas vasculares, discrasias sanguíneas e
terapias anticoagulantes podem predispor a hemorragias que, por sua vez, podem
relacionar-se ao aumento da pressão de um compartimento.
ACHADOS CLINICOS
Os achados clínicos clássicos são:
dor na extremidade afetada desproporcional à lesão;
dor induzida pelo estiramento dos músculos do compartimento afetado;
paralisia ou paresia dos músculos do compartimento;
hipoestesia ou parestesia na topografia dos nervos que atravessam o
compartimento afetado;
endurecimento rigidez e edema ou inflamação, ou ambos, do compartimento
afetado;
pulsos distais reduzidos ou ausentes.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Nos pacientes com traumatismos dos membros e déficit neurovascular, o diagnóstico
diferencial fica limitado primariamente a:
Síndrome compartimental;
Lesão arterial;
Lesão nervosa.
O diagnóstico diferencial é importante, pois, enquanto a síndrome compartimental e a
lesão arterial demandam tratamento imediato, a lesão neural, na maioria das vezes, é
uma neuropraxia que apresenta remissão lenta e espontânea.
As três condições citadas podem se apresentar por meio de dor associada a déficit
sensorial. A lesão arterial geralmente resulta em abolição dos pulsos distais e pele fria.
A síndrome compartimental geralmente ocorre com a circulação arterial troncular intacta
ou após sua restauração. As lesões nervosas geralmente geram pouca dor, e seu
diagnóstico é efetuado pela eliminação das outras duas condições.
EXAMES COMPLEMENTARES
Ressonância magnética;
Ultrassom doppler venoso;
Exames laboratoriais como: CPK e/ ou mioglobina.
Em situações em que há suspeita de neuropatia periférica crônica, a
eletromiografia e os testes de condução nervosa podem ser apropriados, embora
sejam pouco utilizados na prática corrente.
CONDUTAS TERAPÊUTICAS
FASCIOTOMIA
Centro Cirúrgico
Após 72h
Redirecionamento de
Reaplicar cobertura não
conduta, de acordo com
aderente (troca a cada 72h)
característica clínica da ferida
INTRODUÇÃO
Os termos fasceíte e fasciíte são encontrados na literatura, entretanto a palavra fasciíte
origina de fáscia. Assim acredita-se que fasciíte é o termo usualmente mais adequado.
A fasciíte necrotizante é definida como uma infecção necrotizante dos tecidos moles,
caracterizada por uma área de necrose extensa e de rápida progressão que podem
causar destruição rápida dos tecidos locais, necrose e sepse grave. Este tipo de
infecção é decorrente de uma flora bacteriana mista composta tanto por bacilos gram-
positivos, gram-negativos, anaeróbios e fungos e, foi descrito pela primeira vez em
1883 pelo médico urologista francês Jean Alfred Fournier, que relatou cinco casos
gangrena espontânea, todos de inicio abrupto e rápida progressão, sem nenhum causa
aparente, de localização genital e predominante no sexo masculino, em homenagem ao
seu nome essa condição recebeu o nome de Síndrome de Fournier.
Muitos são os termos utilizados como sinônimo de fasciíte, destacam-se na literatura os
termos, Síndrome de Fournier, Grangrena de Fournier, gangrena fulminante espontânea
do escroto, fasciíte necrozante do escroto ou da genitália masculina, gangrena
infecciosa do escroto e pênis, gangrena sinérgica da genitália masculina, erisipelas
gangrenosas do escroto, grangrena escrotal, dentro outros.
A fasciíte necrotizante envolve principalmente as regiões perineal, perianal e genital,
que leva à trombose de pequenos vasos subcutâneos, evoluindo para necrose da pele
suprajacente, consequente à ação conjunta das bactérias aeróbicas e anaeróbicas.
Essa condição é rara, associada com elevada taxa de mortalidade devido a sua breve
evolução da infecção bacteriana. Na fasciíte necrotizante ocorre inflamação, infecção e
necrose inicialmente da pele, com evolução em curto período para tecido subcutâneo,
fáscia muscular e músculos. Estudos apontam que a infecção e necrose podem
acometer até 4 cm2 de tecido por hora.
Sua incidência é baixa, cerca de 0,4 casos para cada 100 mil habitantes, além disso, é
uma condição predominante nos homens, com uma relação de um caso feminino para
7,5 a 10 casos masculinos. Geralmente acomete pessoas jovens e em idade produtiva
com faixa etária de 20 a 40 anos e esta associada à elevada mortalidade de 40 a 65%.
Sua etiologia pode ser idiopática e a fasciíte necrotizante pode acometer indivíduos
previamente hígidos, porém, existem alguns fatores que parecem estar relacionados ao
seu desenvolvimento, além de condições locais que comprometem a integridade da
pele, como mostra o quadro 1.
FISIOPATOLOGIA
Ocorre invasão bacteriana ou por rupturas na pele ou por meio de infecção de locais
distantes, se o hospedeiro apresenta resistência debilitada às bactérias ou um
comprometimento da integridade da pele ou mucosa local, isso favorece a invasão
bacteriana. Além disso, as toxinas bacterianas facilitam a disseminação do patógeno,
colaborando com a instalação da infecção e necrose do tecido.
A seguir as bactérias se proliferam no tecido subcutâneo, invadem e bloqueiam os vasos
sanguíneos levando á vasoconstrição e trombose, com consequente hipoxemia, com
redução da atuação do sistema imunológico no local e redução da disponibilidade de
antibiótico na lesão devido a isquemia, favorecendo ainda mais o desenvolvimento de
infecção e necrose dos tecidos.
Microbiologicamente a fasceíte necrotizante pode ser classificada em tipo I e II. No tipo I
a infecção é causada por mais de dois gêneros de bactérias, denominada infecção
polimicrobiana, tais como bactérias anaeróbicas e outros estreptococos que
estreptocócica sorogrupo A. Enquanto que no tipo II, denominada infecção
monomicrobial, a infecção é causada por somente um genero de bactéria, ou seja, pelo
grupo A estreptococos.
O diagnóstico é essencialmente clínico e devido à rápida progressão da necrose e a
gravidade da infecção deve ser o mais precoce possível.
Achados clínicos:
Manifestações locais:
o Celulite, vermelho, brilhante, tensa, e com edema;
o Dor, prurido, eritema, edema, bolhas, exsudato, odor;
o Flictenas, creptação, cianose e necrose (CARDOSO e FÉRES, 2007;
BENBOW, 2008).
Manifestações Sistêmicas:
o Febre, calafrios;
o Letargia, confusão mental;
o Taquicardia, hipotensão;
o Pele fria e pegajosa;
o Dispneia;
o Sepse e choque séptico (BENBOW, 2008; SHIMIZU e TOKUDA, 2010).
É importante salientar que as manifestações cutâneas constituem apenas a “ponta do
iceberg” uma vez que a infecção alastra-se rápida e agressivamente ao longo de planos
fasciais profundos.
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
Abcesso;
Celulite;
Miosite;
Tumoração;
Pioederma Gangrenoso.
Outras patologias (Hérnia estrangulada, herpes simples, necrose induzida por
anticoagulante)
EXAMES COMPLEMENTARES
Cultura (infecção);
Ultrossonagrafia (coleções e gases);
Tomografia abdominal (coleções) (CARDOSO e FÉRES, 2007).
CONDUTA TERAPÊUTICA
FASCIITE NECROTIZANTE
Avaliação multiprofissional
Caso o profissional apresente sintomas respiratórios (resfriado / gripe), utilizar máscara cirúrgica, conter
secreções e higienizar as mãos após assoar o nariz ou espirrar.
Precauções Adicionais
Adotar Precauções Adicionais sempre que indicado pela CCIH.
Maiores informações: Manual da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (ccih.pdf).
SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL
Adotar as orientações descritas no Guia para Adequação da NR-32 no Hospital de Clínicas (NR32.pdf).
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS E COLETIVOS ESPECÍFICOS
Não se aplica
DEFINIÇÃO
São doenças provocadas por infecção da pele e/ou tecido celular subcutâneo,
propiciadas, geralmente, por quebra da sua barreira física. As celulites, principalmente
nos pacientes neutropênicos, também podem ser causadas por disseminação
hematogênica de microrganismos.
ETIOLOGIA
No caso das erisipelas, as bactérias envolvidas são os estreptococos do Grupo B, beta
hemolíticos, enquanto nas celulites, além de estreptococos de diversos grupos, outras
bactérias também participam, com mais frequência os estafilococos. Casos de infecções
comunitárias graves, causados por estafilococos meticilino-resistentes (ORSA) não
relacionados às estirpes hospitalares, têm aparecido em todo o mundo. As bactérias
aeróbias Gram-negativas e anaeróbios podem causar celulites, principalmente em
pacientes com co-morbidades, com destaque para o diabetes. Em menor frequência, as
celulites são produzidas por Micobactérias e fungos, como é o caso de pacientes
portadores de imunossupressão, ou que sofreram cirurgias plásticas, endoscópicas, ou
realizaram algum procedimento cosmético.
EPIDEMIOLOGIA
Não há dados, no Brasil que permitam estimar o risco de aquisição dessas doenças, mas
em outros países há relatos de incidência de 10 a 100 casos por 100000 hab/ano. Os
indivíduos de 40 a 60 anos são os mais acometidos, principalmente mulheres. No
ambiente hospitalar são bastante frequentes, associadas a procedimentos invasivos,
como cirurgias e outros atos invasivos de diagnóstico e tratamento (punções venosas,
cateteres de nutrição parenteral e acesso venoso central).
São, geralmente, associadas à comorbidades e qualquer quebra da barreira física da
pele, provocadas, por exemplo, por: traumas, queimaduras, infecções produzidas por
fungos nos espaços interdigitais, entre outras. Além disso, outras doenças localizadas ou
sistêmicas que reduzam a imunidade, ou alterem a dinâmica de irrigação ou drenagem
desses tecidos podem estar relacionadas, a saber: linfedemas, insuficiência venosa,
diabetes, insuficiências renal e cardíaca, obesidade, doenças hematológicas com
granulocitopenia, entre outras, podem funcionar como facilitadores.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O diagnóstico diferencial entre a celulite e a erisipela é difícil em grande número de vezes.
Ambas manifestam-se com o aparecimento de edema, calor e rubor da pele, e ou o tecido
celular subcutâneo. No caso das erisipelas, como há o envolvimento dos vasos linfáticos
superficiais, existe uma delimitação da área de doença, dando a ela um aspecto
Grupo responsável pela elaboração:
Marcelo de Carvalho Ramos e Tiago Cristiano de Lima
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
“geográfico”, de limites nítidos. Nas celulites, os planos mais profundos são invadidos e os
limites da doença são pouco nítidos. Qualquer região da pele pode ser acometida, mas
são mais frequentes na face, couro cabeludo e membros inferiores, exatamente porque os
traumas costumam acontecer nessas áreas. A drenagem de secreção purulenta é mais
característica das celulites, causadas por estafilococos, embora possam também ocorrer
na erisipela. Ambas podem produzir bolhas e pústulas na região da pele acometida.
Podem também ser observadas hemorragias, como: petéquias, púrpuras e equimoses,
vistas mais nas erisipelas do que nas celulites. Como as erisipelas costumam recorrer,
principalmente nos pacientes com defeitos da drenagem linfática, a pele pode se tornar de
coloração ocre, acastanhada, ou mesmo escura, após sucessivas infecções, por
deposição de ferro, proveniente das hemorragias. Em ambas, os linfonodos regionais
podem estar aumentados e dolorosos.
Pode haver manifestações sistêmicas importantes, como febre e calafrios. Nas erisipelas,
o início é bem agudo, enquanto nas celulites há, geralmente, uma progressão mais lenta
da doença. No caso de celulites produzidas por anaeróbios, vista em diabéticos ou
traumas contaminados com material de solo, ou de ambiente aquático, com introdução de
corpo estranho na ferida, ou fratura exposta, pode haver crepitação pela existência de
gás.
Doenças não infecciosas também podem ser confundidas com as celulites e erisipelas,
como: o eczema de contato, eritema nodoso, farmacodermias, condrites, trombose
venosa profunda, queimaduras solares e picadas de insetos, aracnídeos (Phoneutria) e
cobra (Bothrops).
Considerando-se as duas principais etiologias dessas infecções, o marcador principal
para se fazer a distinção entre as causadas por estreptococos e estafilococos é a
produção de pus e a formação de coleções purulentas. As primeiras tendem a não
apresentar drenagem purulenta, enquanto isso é frequente nas provocadas pelo
estafilococo. A drenagem das coleções e desbridamentos das feridas, no caso de
infecções estafilocócicas faz parte do tratamento.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
As alterações laboratoriais percebidas no sangue não são típicas e correspondem a
aumento dos granulócitos com desvio à esquerda, anormalidade comum a diversas
doenças bacterianas. A natureza superficial e delimitada da erisipela a torna doença mais
localizada, com pouca alteração dos exames hematológicos e bioquímicos do sangue.
Nas celulites, entretanto, pode haver neutropenia, produzida pela doença de base, ou
quando o microrganismo envolvido é um Gram-negativo. Ao contrário das erisipelas, as
celulites, por constituírem infecções profundas, podem produzir quadros sistêmicos mais
graves, como a sepse grave com alterações laboratoriais bioquímicas e gasométricas.
O cultivo do microrganismo é útil para orientar o tratamento nos casos dessas doenças,
principalmente as que têm drenagem de material ou bolha com conteúdo purulento. Na
erisipela, a cultura do local, geralmente não produz resultado. As hemoculturas devem ser
solicitadas nos casos de celulite e naqueles em que há dúvida entre erisipela e celulite,
TRATAMENTO
São fundamentais, tanto nas erisipelas, quanto nas celulites o tratamento com antibiótico,
quando indicados, a avaliação sistêmica (no caso de sepse) e os cuidados locais. Além
disso, quando a doença localiza-se nos membros, a elevação deste é fundamental para a
facilitação do retorno venoso, com a consequente melhora da drenagem sanguínea.
ANTIBIOTICOTERAPIA
As lesões pequenas, acompanhadas, ou não de lesões drenáveis, não necessariamente
precisam ser tratadas com antibióticos.
O uso de antimicrobianos está indicado sempre que existam manifestações sistêmicas
acompanhando a doença. Sinais de sepse, por exemplo, devem ser considerados como
uma indicação do seu uso. Além disso, as lesões extensas e as localizadas na face,
também devem ser tratadas, de preferência orientado pela cultura e pesquisa de
sensibilidade.
Grupo responsável pela elaboração:
Marcelo de Carvalho Ramos e Tiago Cristiano de Lima
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
Nas erisipelas, que são causadas pelos estreptococos, é utilizada a penicilina G cristalina.
Esses organismos são, na maioria das vezes, sensíveis a concentração inibitória mínima
baixa, de modo que a penicilina procaína ou benzatina pode ser usada, nos casos em que
não há dúvida do diagnóstico clínico.
Nos casos de celulite de aquisição comunitária, as drogas antiestafilocócicas devem ser
empregadas. A escolha desse antibiótico deve ser orientada pela frequência de isolados
resistentes à oxacilina no ambiente em que o paciente vive. Nos casos em que a doença
é extensa e necessita de intervenção cirúrgica, deve ser administrado por via parenteral.
Nos pacientes hospitalizados, imunossuprimidos ou portador de outras co-morbidades,
deve ser administrado um antibiótico de largo espectro, que alcance também os Gram-
negativos. Nesses casos, a antibioticoterapia deve ser guiada, preferencialmente, pelo
resultado das culturas (de material ou hemocultura).
Sempre que houver dúvida entre erisipela e celulite, especialmente nos pacientes com
comorbidades, como o diabetes, deve-se administrar um antibiótico de maior espectro,
como os beta-lactâmicos associados a inibidores de beta-lactamase
(amoxacilina+clavulanato, ampicilina+sulbactam, piperacilina+tazobactam). Nos casos em
que existe necrose extensa, atingindo planos musculares ou existir gás, deve ser
administrado um antibiótico que cubra anaeróbios.
Eventuais coleções devem ser sempre abordadas cirurgicamente, bem como o
desbridamento de tecidos desvitalizados.
TRATAMENTO TÓPICO
A definição da terapia tópica a ser utilizada deve ser conduzida por uma adequada
avaliação da ferida, conforme descrito na diretriz especifica FE.P4 – AVALIAÇÃO DE
FERIDAS. Deve-se avaliar o tamanho da ferida, realizando o seu delineamento e
comprometimento tecidual, tipo de tecido presente em seu leito, características e
quantidade de exsudato, aspecto da borda e pele ao redor, sinais de infecção e avaliação
da dor. Providenciar analgesia se necessário. A limpeza da ferida deve ser realizada com
solução fisiológica em jato, a temperatura ambiente conforme descrito na diretriz FE.P6 -
LIMPEZA DA FERIDA. A terapia tópica e a maneira de realizar o curativo são
controversas, entretanto, nesta instituição, preconiza-se a não aderência da cobertura e
curativo oclusivo, a fim de prevenir infecção adicional. A indicação da terapia tópica será
norteada pelos achados clínicos da ferida, visando otimizar a remoção de tecido
desvitalizado, manutenção do meio úmido ideal, prevenção e tratamento de infecção,
preenchimento de descolamento e túneis, se houver, bem como a cobertura e proteção
da ferida. As feridas devem ser protegidas para que não haja o transporte de
microrganismos para outros sítios anatômicos, particularmente nos casos de infecções
produzidas pelo S. aureus, principalmente o ORSA. Além disso, o paciente deve ser
orientado a lavar com frequência as mãos e fazer uso de álcool gel. Na presença de
bolhas, rompidas ou não, recomenda-se o desbridamento das mesmas com técnica
asséptica.
Na nossa prática, temos observado bons resultados com curativos diários com ácido
graxo essencial óleo em pele ressecada e remoção gradativa de tecido desvitalizado da
epiderme.
Caso a lesão tenha comprometimento das demais camadas, o curativo deve ser
realizado, com a finalidade de manutenção de meio úmido e favorecimento de processo
enzimático e autolítico. A pele ao redor ressecada deve umectada com ácido graxo
essencial óleo. Atentar para os sinais inflamatórios e infecciosos. Na presença destes é
indicado bactericida (Sulfadiazina de Prata 1% ou cobertura com prata associado a
solução de Polihexametileno de Biguanida - PHMB). Evitar a utilização de curativos
compressivos e de antissépticos com potencial sensibilizante
ERISIPELA/CELULITE
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Avaliação da ferida
Tamanho
Delineamento das bordas
Tecido
Presença de bolhas
Avaliação Exsudato Tratamento
Multiprofissional Estase linfática Clínico
Edema
Eritema
Calor local
Infecção Antibioticoterapia
Dor Analgesia
Elevação do Membro
NE.P23 – QUEIMADURA
INTRODUÇÃO
Queimadura é uma lesão tecidual resultante da ação de agente térmico (calor ou frio),
eletricidade ou substâncias químicas, radiação.
CLASSIFICAÇÃO DA QUEIMADURA
QUANTO À ETIOLOGIA:
Térmicas;
Elétricas;
Químicas;
Radiação;.
QUANTO À PROFUNDIDADE:
1º Grau ou epidérmica - compromete apenas a epiderme;
2º Grau ou dermoepidérmica (superficial ou profunda) - compromete a
epiderme e parte da derme;
3º Grau ou espessura total: ocorre destruição das duas camadas de pele
(epiderme e derme) de forma completa.
QUANTO À EXTENSÃO:
A extensão da área queimada pode ser estimada pela Regra dos Nove, para avaliar de
forma rápida a superfície de área corporal atingida em porcentagem. Nesta regra o corpo
é dividido em regiões anatômicas segundo a tabela abaixo.
QUANTO À LOCALIZAÇÃO:
A localização da queimadura em zonas especiais também permite determinar a gravidade
da lesão, a necessidade de cuidados específicos e internação em centros especializados,
independente da sua extensão, conforme descrito adiante.
ACHADOS CLÍNICOS
A descrição clínica do paciente queimado pode ser variável de acordo com a etiologia e
profundidade da queimadura.
As lesões de 1º grau caracterizam-se pelo eritema e hipersensibilidade. Em torno de 3 a
5 dias ocorre descamação das células lesadas, que dão lugar às novas células, sem
formação de cicatriz.
As lesões de 2º grau caracterizam-se por presença de bolhas, edema, dor e perda
parcial da derme. Dividem-se em superficial e profunda:
Superficial: os queratinócitos dos apêndices (glândulas sudoríparas e sebáceas)
ficam viáveis, o que permite epitelização em cerca de duas semanas, sem
formação de cicatriz, mas podendo cursar com discromia. Devido à exposição das
terminações sensitivas estas lesões são muito dolorosas.
Profunda: apresentam coloração mais esbranquiçada que as superficiais.
Cicatrizam espontaneamente em 3 a 8 semanas a depender da quantidade de
anexos cutâneos viáveis; sempre deixam cicatrizes e eventualmente contraturas e
podem ter distinção mais difícil das lesões de espessura total.
As lesões de 3º grau caracterizam-se por destruição total da epiderme e derme. O
aspecto da lesão é geralmente branco nacarado ou marrom e ressecado. Neste grau
estão destruídas todas as terminações sensitivas, fato este que gera dessensibilização da
área afetada. Estas lesões podem cicatrizar por segunda intenção epitelizando-se desde
as bordas apenas se o diâmetro for muito reduzido. Em geral são melhor tratadas com
desbridamento e enxertos de pele.
DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO
A história clínica e o exame físico permitem identificar a etiologia da queimadura. As
informações sobre o momento da queimadura e as circunstâncias do acidente (se ocorreu
em ambiente fechado, se houve inalação de fumaça, presença de agentes químicos,
trauma associado) também favorecem a determinação da etiologia da queimadura.
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
A. Avaliar a permeabilidade das vias aéreas e estabilizar a coluna cervical;
B. Ventilação: O2 em alto fluxo (15 litros a 100%) e escarotomia para expansão
torácica se necessário;
C. Circulação: avaliar cor da pele, sensibilidade;
D. Déficit neurológico: avaliar nível de consciência;
E. Exposição: retirar roupas e adereços. Não é necessário retirar as roupas aderidas
à pele. Se queimadura por agente químico, remover agentes líquidos com irrigação
abundante e agentes sólidos (pós) mecanicamente com o uso de escovas por
exemplo. Jamais tentar neutralização de agentes químicos.
F. Fluidoterapia: avaliar a necessidade de reposição de fluidos para ressuscitação, de
modo a manter as funções vitais e evitar complicações.
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
História breve da natureza da lesão e o momento da queimadura, acrescido de um
breve interrogatório sobre as doenças pré-existentes e história de alergias;
Estimar a extensão e a profundidades da queimadura;
Examinar todas as partes do corpo para determinar se existe lesão associada. A
queimadura é a lesão mais facilmente visível. Não esquecer de fraturas, luxações e
grandes hematomas, que podem ser formados por ruptura arterial;
Cuidados com a ferida - Lavar a área lesada abundantemente com água corrente e
proteger a lesão de acordo com a rotina de curativo do serviço.
OUTROS PROCEDIMENTOS
Além do curativo, podem ser necessários no tratamento das queimaduras alguns
procedimentos tais como:
Escarotomia: indicada quando as queimaduras de terceiro grau com presença de
escara comprometem segmentos corporais (tórax, pescoço, membros) de maneira
circunferencial, com consequente prejuízo de expansibilidade ou perfusão. Nestes
casos realiza-se escarotomia, que consiste na incisão da escara geralmente
atingindo o tecido subcutâneo. Como parâmetro para a suficiência da profundidade
da incisão deve-se observar a separação das bordas da escara, que ocorre após a
incisão completa devido ao aumento de pressão nos tecidos subjacentes;
Fasciotomia: indicada quando houver comprometimento da perfusão das
extremidades devido a edema (síndrome de compartimento), a mesma deverá ser
realizada em MMSS e MMII;
Desbridamento cirúrgico: indicado em praticamente todos os casos de
queimaduras de 2º e 3° graus. Consiste na retirada mecânica de todo o tecido
necrótico (epiderme e derme), além da retirada de contaminantes (restos de roupa,
medicamentos caseiros) e limpeza meticulosa da ferida. Deve ser realizado sob
anestesia em ambiente asséptico em Centro Cirúrgico;
Enxertias de pele: padrão para o restabelecimento da cobertura cutânea, são
realizadas nos casos de queimaduras de segundo grau profundo e terceiro grau
após desbridamento e preparação da ferida.
QUEIMADURA
CLASSIFICAÇÃO
* Etiologia
* Profundidade
* Extensão
* Localização
2º GRAU
1º GRAU
(bolhas, edema e
(vermelhidão e 3º GRAU
hipersensibilidade) perda parcial
derme)
RAION/GAZE
COM
HIDRATANTES
SALFADIAZINA
PRATA 1%
INTRODUÇÃO
A enxertia de pele é um procedimento cirúrgico realizado por cirurgião qualificado, com a
finalidade de reconstrução áreas de perda cutânea em que não há condições de
aproximação primária de bordas. Este procedimento consiste em remover pele sadia de
uma área doadora (enxerto) e aplicá-la em outra área previamente indicada e preparada
para tal, denominada de área receptora, a partir da qual dar-se-á a nutrição do enxerto.
Os enxertos podem ser classificados quanto à origem da pele e sua espessura. Em
relação à origem da pele podem ser: autoenxerto (enxerto obtido do próprio indivíduo),
aloenxerto ou homoenxerto (enxerto retirado de outro indivíduo da mesma espécie) e
xenoenxerto ou heteroenxerto (enxerto retirado de indivíduo de outra espécie). Quanto à
espessura da pele os enxertos podem ser de espessura parcial, incluindo a epiderme e
quantidades variáveis da derme, ou de espessura total, incluindo a epiderme e toda a
derme. Este último contém folículos pilosos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas.
Um enxerto bem sucedido depende de vários fatores, tais como ausência de infecção
local e vascularização da área receptora, imobilização adequada e técnica asséptica. O
enxerto de pele demanda cuidados específicos com a área doadora e área receptora e
dependem da conduta da especialidade médica, do local, do tipo e da espessura da pele.
ANATOMIA DA PELE
A pele é o manto de revestimento do organismo, indispensável à vida, isolando os
componentes orgânicos do meio ambiente. Executa múltiplas funções e representa 15%
do peso corporal, possuindo uma área de cerca de 2m 2 e com espessura variando de 1 a
4mm conforme as diferentes partes do corpo. A pele subdivide-se em epiderme e derme.
A epiderme é formada predominantemente por células queratinizadas, que constituem
uma camada protetora contra a penetração de substâncias do meio ambiente. A derme
está disposta logo abaixo da epiderme e é composta de duas camadas: a papilar
(superficial) ricamente vascularizada e a reticular (profunda). De uma maneira geral a
derme é composta por substância fundamental, fibras colágenas, elásticas e reticulares. A
substância fundamental favorece a resistência mecânica da pele à compressão e ao
estiramento. Nesta camada encontram-se ainda os corpúsculos nervosos, os vasos
sanguíneos e os linfáticos. Na composição da derme predomina o colágeno, responsável
por 70% do seu peso e pela maior parte de sua função. A maior parte do colágeno da
pele encontra-se na derme que, além disso, contém fibras elásticas, responsáveis por sua
distensibilidade. A camada reticular está apoiada sobre o tecido celular subcutâneo. A
irrigação cutânea é feita quase totalmente por vasos orientados verticalmente,
provenientes da fáscia ou dos músculos adjacentes.
COMPLICAÇÕES DO ENXERTO
As principais complicações do enxerto relacionadas a sua não integração são infecção,
hematoma, seroma. Pode ainda ocorrer perda parcial ou total em
movimentação/manipulação precoce ou abrupta do curativo, prejudicando o contato entre
enxerto e área receptora.
CONDUTA TERAPÊUTICA
Nesta instituição é preconizada para a área doadora e receptora a cobertura não aderente
e rigorosa técnica asséptica.
Na área doadora
Após o procedimento cirúrgico, é aplicada a cobertura não aderente e gaze, chumaço ou
compressa estéril para conter o exsudato, fixando-as com atadura de crepe. O curativo
deverá ser mantido por 48 horas sem manuseio.
Na área receptora
Após o procedimento cirúrgico, é aplicada a cobertura não aderente e gaze, chumaço ou
compressa estéril ou, quando indicado e disponível, curativo de pressão negativa.
Identificar a área receptora quanto a não mobilização e comunicar a equipe de
enfermagem quanto ao seguimento de condutas da especialidade médica.
Área doadora
Aplicação da cobertura não aderente;
Oclusão com cobertura secundária seca (chumaço)
e fixação com atadura de crepe;
Identificar a data da realização do procedimento e
tipo de perda tecidual
INTRODUÇÃO
A palavra “tumor”, na prática, significa aumento de volume dos tecidos e neoplasia é
definida como proliferação anormal de tecidos, que foge parcial ou totalmente do controle
do organismo, com efeitos agressores sobre o hospedeiro. O termo neoplasia não deve
ser utilizado como sinônimo de câncer, pois este é o termo comumente utilizado para a
manifestação maligna. Várias classificações são propostas para as neoplasias. A mais
utilizada leva em consideração o comportamento biológico e a histogênese. De acordo
com o comportamento biológico, as neoplasias são divididas em benignas e malignas. As
neoplasias malignas apresentam crescimento rápido, desordenado e infiltrativo com
capacidade de invasão e disseminação, resultando em metástase.
As lesões neoplásicas malignas ocorrem devido à infiltração de células nas estruturas da
pele, incluindo vasos sanguíneos e ou linfáticos e podem ser derivados do tumor primário
e/ou metastático (POLETTI, 2006). Além disso, comumente provocam lesões teciduais,
que se agravam gradativamente (PINTO, SILVA, PEREIRA, RIBEIRO, 2009). A massa
tumoral visível provoca mudanças na imagem corporal do paciente, interferindo na
interação social e atividades da vida diária (GOMES, CAMARGO, 2004). Estas lesões
interferem na qualidade de vida do paciente, uma vez que culminam em deformidades e
odor desagradável (PINTO, SILVA, PEREIRA, RIBEIRO, 2009). O paciente portador de
ferida neoplásica apresenta sofrimento físico e psicológico, adicionais ao diagnóstico de
câncer e destaca-se que o bom controle dos sintomas físicos é essencial para a melhoria
das condições psicológicas, abaladas pelo pesar da ferida (FIRMINO, 2006).
De acordo com dados estatísticos americanos, cerca de 5 a 10% dos pacientes com
câncer metastático, apresentam feridas neoplásicas malignas, sobretudo nos últimos seis
meses de vida (HAISFIELD-WOLFE; RUND, 1997).
O Brasil, em 2004, registrou 141 mil óbitos por câncer. O nº de casos novos de paciente
oncológicos em 2006 foi em torno de 470 mil, demonstrando a magnitude deste problema
na população. Este número de casos está relacionado à exposição destes indivíduos aos
fatores de risco. Os fatores de risco são definidos como elementos que aumentam o risco
de um indivíduo desenvolver uma determinada doença ou sofrer um agravo. Os fatores
intrínsecos estão relacionados a idade, sexo (gênero), etnia, raça e predisposição
genética. Os fatores extrínsecos são: tabaco, álcool, hábitos alimentares inadequados,
inatividade física, agentes infecciosos, radiação ultravioleta, exposições ocupacionais,
poluição ambiental, radiação ionizante, alimentos contaminados, obesidade, situação
sócio econômica, drogas hormonais, fatores reprodutivos e a imunossupressão. A
exposição é cumulativa no tempo e o risco aumenta com a idade (INCA, 2008).
O organismo humano encontra-se exposto a múltiplos fatores de risco carcinogênicos e à
predisposição individual e imunológica progridem quando todos os mecanismos do
sistema imunológico falham. Estes têm um importante papel na resposta a esta exposição
(INCA, 2008).
As neoplasias malignas apresentam duas propriedades: invasão dos tecidos
circunvizinhos e comprometimento à distância. Metástase é definida como
comprometimento à distância por uma parte do tumor que não guarda relação direta com
o foco primário. A disseminação tumoral pode ser dividida em cinco etapas: 1) Invasão e
infiltração de tecidos subjacentes; 2) Liberação na circulação de células neoplásicas,
isoladas ou na forma de pequenos êmbolos; 3) Sobrevivência dessas células na
circulação; 4) Retenção nos leitos capilares de órgãos distantes; 5) Extravasamento de
vasos linfáticos ou sanguíneos, seguido de crescimento das células tumorais
disseminadas. As vias pelos quais o tumor dissemina são transcavitária, linfática e
sanguínea. A metástase deve ser vista como um novo tumor com autonomia para
crescimento e propagação, ocasionando mudança no tratamento (INCA, 2008).
ESTADIAMENTO DO TUMOR
O sistema TNM de classificação dos estadiamento dos tumores malignos é preconizado
pela União Internacional Contra o Câncer (UICC). Este sistema define o prognóstico e a
terapêutica do paciente tem como base:
T = descreve a dimensão do Tumor (T) primário, variando de T1 a T4;
N = descreve a extensão da disseminação em linfo Nodos (N) regionais variam de
N 0 a 31;
M = descreve a presença ou não de Metástase (M) à distância, variam de M0 a M1.
A equipe multiprofissional deve ter conhecimento do estadiamento para traçar o plano de
assistência, compreender as bases terapêuticas do tratamento médico, orientar
adequadamente o raciocínio clínico dos sinais e sintomas apresentados pelo cliente
(INCA, 2008). A sobrevida do paciente está relacionada a extensão da doença no
momento do diagnóstico, quando se inicia o tratamento adequado e preconizado para
cada tipo de câncer. Quanto mais cedo o câncer for diagnosticado, maior será a chance
de cura, de sobrevida e de qualidade de vida.
(HAISFIELD-WOLFE&BAXENDALE-COX, 1999)
A neoplasia maligna exteriorizada na pele é classificada de acordo com o
comprometimento tecidual em:
Estágio 1 - Pele íntegra. Tecido de coloração avermelhada e/ou violácea. Nódulo
visível e delimitado. Encontra-se em estado assintomático.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Várias doenças dermatológicas podem se manifestar com tumores sólidos ou ulcerados:
doenças infecciosas granulomatosas crônicas (blastomicose, leishmaniose, esporotricose,
hanseníase, tuberculose), doenças inflamatórias granulomatosas (lúpus profundo,
paniculites), tumores benignos de partes moles (lipomas, neuromas, schuwanomas,
cistos), infecções agudas (abscessos, antraz), etc.
CONDUTA TERAPÊUTICA
umedecida com SF. O odor ambiente pode ser minimizado ao dispor 5 pedras de
carvão vegetal sob o leito e/ou dispostos nos locais em que o paciente se mantém.
Controle do exsudato
O excesso de exsudato pode ser minimizado pelo pela troca frequente da cobertura
secundaria ou coberturas com a finalidade de absorção. O processo de limpeza
abundante favorece a eliminação de debris e redução de carga bacteriana e
consequentemente reduz o processo inflamatório. Utilizar cobertura não aderente
para favorecer a drenagem do exsudato. Providenciar cultura e antibioticoterapia
sistêmica e/ou biópsia.
Prurido
Dependendo do caso, podem-se empregar anti-histamínicos orais, e, se há sinais
inflamatórios como eczematização, considerar a utilização de corticóides tópicos de
potência baixa a média.
Miíase
As larvas devem ser removidas exaustivamente e gradativamente, a cada troca de
curativo e o paciente deve ser medicado com ivermectina, conforme diretriz FE.P24
– FERIDAS COM MIÍASE.
Controle da Dor
(analgesia, meio úmido)
Remoção Tecido
Desvitalizado
Controle Exsudato (desbridamento)
(troca de cobertura
secundária)
Prevenir e Tratar
Sangramento
(minimizar trauma,
cobertura não
aderente) Processo de
Limpeza (SF 0,9%)
Miíase (remoção de
larvas e ivermectina)
NE.P26 - RADIODERMITE
INTRODUÇÃO
A Radioterapia tem sido utilizada como uma modalidade de tratamento local e regional,
indicada de forma exclusiva ou associada, concomitante a outros tratamentos para o
câncer, como a quimioterapia e a cirurgia, com o objetivo de cura, remissão, profilaxia ou
paliação.
A radiodermite ou radiodermatite é uma dermatite induzida por radiação ionizante,
ocasionada por efeito colateral de radioterapia, uma das complicações decorrentes deste
tratamento. O comprometimento tecidual decorrente do tratamento vai depender da
localização do tumor, da energia utilizada, da extensão de área irradiada, da dose total,
do tempo de exposição, dos fatores de risco do indivíduo e do estado geral do doente.
Para melhor compreensão da fisiopatologia desta lesão, relembramos que a pele é
composta pela epiderme, camada superior que recobre o corpo, e a derme, camada
posterior que mantém a homeostase do tegumento. As células epidérmicas superficiais
são normalmente renovadas continuamente através da descamação e novas células são
formadas na camada basal da epiderme. A derme contém vasos sanguíneos, glândulas e
folículos e, fornece nutrientes para a renovação celular. A renovação epidérmica ocorre
aproximadamente em torno de 4 semanas, através do processo fisiológico de
cicatrização.
Em geral a camada epidérmica é particularmente sensível à radioterapia ionizante, pois
esta ocasiona danos à habilidade mitótica necessária à regeneração acarretando a perda
da integridade da pele. O dano causado depende da proliferação celular da epiderme, do
indivíduo e dos fatores de risco. A descamação ocorre quando as células morrem, pelo
efeito da irradiação e tornam-se incapazes de proliferar e restaurar o tecido lesado,
consequentemente ocorre o comprometimento da epiderme.
Na prática, as reações na pele geralmente tornam-se visíveis em, torno da segunda ou
terceira semana de tratamento radioterápico, podendo, na primeira semana, apresentar
eritema. Estas reações apresentam-se isoladas ou em associação ao eritema,
descamação seca, umidade confluente, podendo evoluir, quando não tratadas, para perda
de epiderme, sangramento e necrose. Estas reações são desconfortáveis, pois podem
ocasionar dor e ocorrer pequenas áreas de descamação.
A incidência de radiodermite não tem sido reportada nos serviços de radioterapia,
entretanto ocorrem em torno de 80% (eritema) e 10 a 15% (descamação).
A irradiação pode ocasionar efeitos colaterais em vários tecidos ou órgãos. Entre estes, a
pele é particularmente vulnerável, devido a sua exposição direta aos raios ionizantes, pois
a radiação agride os tecidos do organismo interferindo na divisão celular e manutenção da
integridade da pele.
Grupo responsável pela elaboração:
Vanessa Abreu da Silva, Heloísa Morelli, Vera Médice
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
Alguns fatores de risco podem influenciar na evolução clínica da radiodermite, entre estas:
radioterapia concomitante com quimioterapia, tabagismo, etilismo, alergias, desnutrição,
alterações hematológicas e diabetes, entre outras.
A radioterapia pode durar até oito semanas e, em algum momento, associado a
predisposição do paciente, o mesmo poderá ou não apresentar reações mais
exacerbadas.
As radiodermites podem ocorrer em diversos locais, principalmente em locais com pregas
cutâneas como regiões da cabeça e pescoço, pelve e região inguinal.
Em relação ao tempo de ocorrência as radiodermites podem ser classificadas em agudas
(ocorrem durante ou até um mês após o término da radioterapia), intermediárias
(aparecem 1 a 3 meses após o termino do tratamento) e tardias (surgem de 3 a 6 meses
ou anos após o tratamento).
ACHADOS CLÍNICOS
Os achados clínicos da radiodermite são identificados de acordo com o exame físico
minucioso na pele no local irradiado. Esta lesão é caracterizada por eritema (área
avermelhada e há alguma inflamação local), descamação seca (a pele fica vermelha e
seca, podendo ocasionar prurido e descamação) e/ou descamação úmida (a pele fica
vermelha e dolorida, podendo ter bolhas e exsudação).
Recidivas ou reações tardias de radiodermites podem ser evidenciadas a longo prazo,
posteriores ao tratamento de radioterapia.
De acordo com Radiation Therapy Oncology Group (RTOG) os critérios de toxicidade da
radioterapia na pele tem sido diferenciados em graus correlacionados ao seu
comprometimento tecidual. Na pele os critérios estão descritos no quadro ilustrativo a
seguir.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Queimadura solar;
Dermatite de contato;
Infiltrações tumorais.
MEDIDAS PREVENTIVAS
CONDUTA TERAPÊUTICA
o Toxicidade grau 2:
Avaliar a extensão da lesão, podendo-se optar por produto que favoreça
o meio úmido, como exemplo o óleo de ácido graxo essencial 3x/dia e
manter a conduta anterior de forma intercalada;
Se houver reação inflamatória intensa, reavaliar a terapia tópica,
podendo-se optar pelo uso cauteloso de corticóide tópico (1vez/dia, à
noite, por 5 dias até regressão da reação inflamatória) e manter a
conduta anterior de forma intercalada;
o Toxicidade grau 3:
Avaliar a extensão da lesão, podendo-se optar por produto que favoreça
a absorção da umidade;
Se houver descamação úmida acentuada, com sinais flogísticos,
sugestivo de infecção local, avaliar a extensão e, se necessário, reavaliar
a terapia tópica podendo-se optar por produto que propicie redução de
carga bacteriana (bactericida) 2 vezes/dia, até regressão dos sinais
infecciosos e cicatrização da lesão, como exemplo a sulfadiazina de
prata 1%; A radioterapia poderá ou não ser suspensa de acordo com
avaliação médica.
o Toxicidade grau 4:
Avaliar a extensão da lesão, podendo-se optar por produto que favoreça
a umidade e propicie o desbridamento e/ou redução de carga bactéria;
Em caso de lesão extensa, avaliar a ferida e indicar terapia tópica de
acordo com a descrição clínica da lesão, podendo-se optar por produto
enzimático e/ou bactericida 2 vezes/dia, até regressão dos sinais
infecciosos e cicatrização da lesão, como exemplo a sulfadiazina de
prata 1%.
Observações:
No domicílio a lesão (toxicidade grau 3) deve ser limpa com água tratada, sem
sabonete;
Em caso de pacientes com feridas no local irradiado, atentar para o tipo de produto
utilizado que pode interferir no tratamento radioterápico, tais como os produtos
oleosos e/ou com metais pesados. Evitar utilizá-los em torno de 2 duas horas antes
da radioterapia. Nestes casos o responsável pelo paciente deve informar o produto
utilizado ao serviço de radioterapia.
A sensação de calor e ardor pode ser aliviada por compressa fria de chá de
camomila, por 5 a 10 minutos 3x/dia. A camomila tem ação antiinflamatória,
calmante e refrescante. O chá, sem açúcar, pode ser preparado com 500ml de
água, dois saches de chá de camomila ou duas porções de camomila em flor.
Deixar esfriar a solução antes da aplicação na pele.
COMPROMETIMENTO
CONDUTA TERAPÊUTICA TÓPICA OBSERVAÇÕES
TECIDUAL
Higiene e hidratação da pele com
Remover eventuais
Nenhuma alteração hidratante (umectantes aquosos):
produtos aderidos na pele
(Grau 0) LOÇÃO ÁCIDO GRAXO ESSENCIAL
antes da radioterapia.
2x/dia.
Em caso de prurido
Eritema moderado, Limpeza da pele lesada com SF 0,9% ou reavaliar e se necessário
descamação úmida (em água tratada e aplicação de ÓLEO indicar CORTICOIDE
placas), edema ÁCIDO GRAXO ESSENCIAL 3x/dia. TÓPICO,
moderado
1 vez/dia à noite, por 5
(Grau 2)
dias.
Grau zero
Nenhuma alteração
Grau 2
Grau 3 Eritema moderado,
Descamação confluente descamação úmida (em
edema acentuado placas), edema moderado
INTRODUÇÃO
Miíase é uma infestação ectoparasitária que acomete tecidos viáveis ou necróticos
através da deposição de ovos e larvas de dípteros e podem infestar humanos ou animais.
É considerada uma zoonose neotropical e um problema de saúde pública, por estar
relacionada com fatores socioeconômicos e à falta de cuidados primários de saúde.
Apresenta maior prevalência nas regiões tropicais, acometendo comumente áreas rurais e
áreas urbanas com ocupação desordenada.
ETIOLOGIA
No Brasil, as espécies de moscas que se destacam na deposição dos ovos e larvas são a
Cochliomyia hominivorax, Dermatobia hominis e Cochliomyia macellaria. Estas moscas
são vulgarmente conhecidas como “mosca varejeira”, “mosca berneira” e “mosca tumbu”.
A deposição de ovos e larvas ocorre mais facilmente em áreas descobertas do corpo do
hospedeiro podendo ocorrer tanto em pele integra como em lesões ulcerosas e orifícios
previamente infectados, sendo as moscas atraídas pelo odor. Além disso, pode haver
deposição de ovos e larvas próximos a uma cavidade natural e consequente migração
para o seu interior como no caso das gengivas, vulva, ânus, trato urinário, entre outras. A
ingestão oral dos ovos raramente ocasiona quadro de miíase devido à sua destruição pela
acidez do suco gástrico.
FATORES DE RISCO
Os principais fatores de risco são: baixo nível socioeconômico, padrões inadequados de
higiene, enfermidades psiquiátricas, diabetes mellitus, imunodepressão, etilismo,
desnutrição e presença de úlceras varicosas além, de doenças necrosantes como as
ulcerogranulomatosas (leishmaniose e hanseníase) e tumorais.
ACHADOS CLÍNICOS
As miíases podem ser classificadas como doenças cutâneas ou primárias furunculoides,
cavitárias ou secundárias e acidentais. Uma vez depositados os ovos ou instaladas as
larvas, a infestação agrava o estado geral do paciente, levando a uma reação inflamatória
aguda dos tecidos circundantes, causando muita dor e desconforto. As larvas fazem
túneis nos tecidos moles, resultando em severa destruição tecidual. Na miíase primária
furunculoide ocorrem várias lesões, do tipo nodulares, eritematosas e com orifício central,
podendo apresentar ou não secreção serosa. A lesão exposta facilita infecções
secundárias e possíveis complicações, como erisipela, celulite, abscesso e linfangite. Na
miíase secundária, podem ser visualizadas larvas movimentando-se juntamente às
secreções seropurulentas e tecidos necrosados. Nas formas acidentais os achados
clínicos estarão diretamente relacionados ao local acometido (Na forma intestinal, por
exemplo, pode ocorrer enterocolite aguda, dor abdominal, diarreia e sangramento anal).
Grupo responsável pela elaboração:
Viviane, Sayemi Ito, Tiago Cristiano de Lima,Vanessa Abreu da Silva
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
O tratamento das miíases se baseia na morte das larvas e na retirada mecânica de todos
os organismos invasores. Em alguns casos isto requer a excisão e o alargamento do
orifício central da lesão e por vezes de desbridamento cirúrgico. Cabe ressaltar que a
remoção da larva deve ocorrer por inteiro, sem rupturas, prevenindo assim uma reação
inflamatória, infecção, granuloma e dificuldade de cicatrização. Recomenda-se o uso de
antisséptico após a remoção das larvas.
No que diz respeito ao tratamento medicamentoso, o uso de ivermectina oral (200 a
300mcg/kg), um anti-helmíntico sistêmico, pode levar à morte das larvas, uma vez que
esta droga interfere na transmissão de seus impulsos nervosos.
Outro método de tratamento consiste no uso de tópicos asfixiantes na tentativa de asfixiar
as larvas, obstruindo o orifício central, obrigando a sua saída para posterior retirada
mecânica. Porém, este método é controverso, pois a tentativa de asfixiar as larvas tanto
pode favorecer a sua retirada mecânica como pode mobilizá-las às camadas mais
profundas dos tecidos. Dentre os produtos que podem ser utilizados para esta finalidade
estão a vaselina sólida e os antissépticos éter e iodofórmio em pó, atualmente não
indicados pelo Ministério da Saúde, pois são agressivos à pele, ocasionam ressecamento
e esfoliação e quando aplicado em feridas, ocasiona incômodo pelo ardor e odor
característico.
PROFILAXIA E CONTROLE
As estratégias de prevenção e controle se baseiam em higienização pessoal adequada,
melhorias sanitárias e na utilização de cobertura para proteção de feridas e ulcerações
com tecidos necrosados e eczemas infectados, além do controle das espécies de moscas
cujas larvas são produtoras da doença. Recomenda-se a adoção de medidas de proteção
durante o sono (cortinados), o uso de repelentes e também passar todas as roupas e
fraldas que ficaram expostas em varais. É imprescindível avaliar a condição vacinal dos
indivíduos acometidos e orientar quanto à vacinação sistemática e individual com toxoide
tetânico, uma vez que as lesões são comumente profundas, sujas e possuem tecido
necrosado.
Devem ser adotadas sempre que prestar assistência aos pacientes, manusear equipamentos, materiais e superfícies
da assistência. Consistem em:
Higienizar as mãos (água e sabão ou álcool gel);
Utilizar barreiras e equipamentos de proteção individual (luvas, avental, máscara e protetor ocular) de acordo
com o grau de exposição à matéria orgânica ou fluidos corporais;
Realizar limpeza/desinfecção de materiais e equipamentos utilizados;
Prevenir acidentes com perfuro-cortantes;
Manusear adequadamente resíduos, materiais biológicos e roupas usadas.
Caso o profissional apresente sintomas respiratórios (resfriado / gripe), utilizar máscara cirúrgica, conter
secreções e higienizar as mãos após assoar o nariz ou espirrar.
Precauções Adicionais
Adotar Precauções Adicionais sempre que indicado pela CCIH.
Maiores informações: Manual da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (ccih.pdf).
SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL
Adotar as orientações descritas no Guia para Adequação da NR-32 no Hospital de Clínicas (NR32.pdf).
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS E COLETIVOS ESPECÍFICOS
Não se aplica
GASTROSTOMIA
DEFINIÇÃO
A gastrostomia é um procedimento cirúrgico que consiste na criação de um trajeto
fistuloso gastro-cutâneo na parede abdominal, com introdução de um cateter na luz
gástrica, possibilitando a infusão de nutrientes e, em alguns casos, a descompressão
gástrica.
INDICAÇÕES
A gastrostomia está indicada em pacientes que necessitam de terapia nutricional enteral
(NE) em longo prazo, ou seja, por mais de quatro semanas, quando estão
impossibilitados de alimentar-se por via oral e nos casos onde há impossibilidade de
inserção de cateter para NE por via nasal ou oral. A nutrição enteral por gastrostomia
pode constituir a única via de alimentação do paciente ou suplementar a via oral. Abaixo
são relacionadas situações clínicas nas quais há indicação de gastrostomia:
Disfagia severa, impossibilidade de ingerir alimentos por tempo prolongado ou de
inserir cateter nasal/oral
o Doenças neurológicas
o Traumatismos de face e mandíbula
o Tumores obstrutivos do trato aerodigestivo
Condições catabólicas especiais:
o Grandes queimados
o SIDA
o Fibrose cística
o Doença cardíaca congênita
Distúrbios de absorção de nutrientes:
o Síndrome do intestino curto (SIC)
o Doença inflamatória intestinal (DII)
ORIENTAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
A assistência de enfermagem ao paciente portador de gastrostomia comporta os
seguintes aspectos: avaliação periódica da gastrostomia, higiene, cuidados com a pele,
estabilização e manutenção dos dispositivos utilizados, bem como administração da NE,
água e medicamentos, conforme descrito a seguir. Registros completos e orientações
sobre os cuidados realizados são importantes para possibilitar a autonomia do paciente/
família após a alta, bem como a utilização da gastrostomia com segurança.
Avaliação
Deve ser realizada diariamente pelo enfermeiro da unidade durante a internação
hospitalar e a cada retorno no ambulatório, com observação de:
Aspecto da pele periestomal
Presença de vazamentos de líquido gástrico, de secreção, de sangramento
Posicionamento do dispositivo: comprimento externo, posição do estabilizador e
mobilidade;
Condições do dispositivo (aspecto, limpeza, desgaste, alargamento das conexões,
etc)
Permeabilidade
Dor ou desconforto durante a manipulação do cateter ou infusão da dieta
Preencher o Instrumento “Avaliação de Paciente com Gastrostomia” em duas vias, uma
ficará no prontuário e o paciente deverá receber a outra no momento da alta.
Estabilização
Retenção:
Posição: o balonete, disco interno ou outro sistema de retenção deve permanecer
em contato com a mucosa gástrica, porém sem tensão excessiva.
Volume de água: o balonete (Fig.1) é inflado com água destilada, ou, no ambiente
domiciliar, com água potável. O volume de água depende do tamanho do
dispositivo e da capacidade gástrica do paciente. Em lactentes, o volume
padronizado para as sondas de Foley é de 3 a 5 ml. É importante registrar este
volume no formulário de avaliação da gastrostomia, como parâmetro para controles
posteriores.
Estabilização externa:
Manter o estabilizador a aproximadamente 3 mm da pele, evitando pressão e
tensão exagerada do dispositivo.
Cateter de Foley: um estabilizador pode ser realizado com um segmento de cateter
ou tubo, no qual se cortou um orifício mediano, inserido por cima do cateter de
Foley antes de sua colocação na gastrostomia. Além de impedir a migração do
cateter, este estabilizador facilita o posicionamento correto, perpendicular a parede
abdominal (Fig 6). Recomenda-se que, quando frouxo, este estabilizador esteja
fixado por meio de uma cobertura pequena de gaze e micropore colocada por cima
do mesmo.
Evitar tração pelo paciente e dobras. (Pode ser fixado à roupa ou a uma faixa com
presilha, colocado dentro do macacão etc).
Na gastrostomia cirúrgica, caso haja um ponto para fixação, este pode ser mantido
se não ocorrer processo inflamatório.
Na gastrostomia endoscópica, os pontos impedem a higienização adequada abaixo
do estabilizador e podem causar tensão excessiva do cateter, por exemplo, em
caso de edema local. Verificar com a equipe cirúrgica a possibilidade de retirar os
pontos.
Início da NE
A NE pode ser iniciada, a critério do cirurgião,
Após 24 horas para gastrostomia cirúrgica
Após 3 a 18 horas, para GEP.
COMPLICAÇÕES
Complicações precoces podem ocorrer durante o procedimento (por exemplo,
perfurações de vísceras durante o procedimento endoscópico) e no período pós
operatório (sangramento, distensão abdominal e íleo prolongado). Com a PEG, a
presença de pneumo-peritônio transitório, subclínico, é frequente, mas sem gravidade. A
abertura do cateter pode resolver a distensão gástrica aguda. Dor abdominal, leucocitose,
febre, íleo paralítico são sinais de peritonite.
As complicações mais frequentes são: saída acidental do cateter (precoce ou tardia),
vazamento pelo óstio, obstrução e migração do cateter, dermatite, granuloma e infecção
periestomal. A conduta na vigência de cada complicação está descrita abaixo.
É importante orientar o paciente e seu cuidador que o cateter de gastrostomia não pode,
em hipótese alguma, ser tracionado, acidentalmente ou propositalmente, pois existe risco
grande do mesmo sair, mesmo estando fixado, e lesar internamente a mucosa gástrica ou
causar peritonite grave.
* A infusão rápida da dieta enteral pelo cateter de gastrostomia pode ocasionar distensão
gástrica, dores e cólicas abdominais, bem como diarreia.
** O alargamento da gastrostomia é uma situação de difícil controle, associada a múltiplas
complicações (dermatite, dor, infecção). Para evitar esta complicação deve-se manter
correto posicionamento e estabilização do cateter (90º), evitando torção excessiva,
movimentação inadequada do cateter e trauma contínuo contra as margens do estoma.
Não se recomenda trocar o cateter por outro de diâmetro maior, que irá perpetuar o
problema, mas por outro, menor, para possibilitar o fechamento parcial do óstio.
Pode acontecer quando a sonda Foley utilizada não possuir mecanismo que impeça sua
migração. Nesse caso, ao examinar o paciente, observa-se que a sonda está toda
introduzida, ficando para fora da pele apenas sua porção mais distal. Nesses casos, a
sonda NUNCA deve ser tracionada sem antes ter seu balonete desinsuflado, pois
provavelmente sua extremidade distal estará localizada em porção pós-pilórica e se for
tracionada, poderá causar lesão intestinal.
Dermatite
Na maioria dos casos, a dermatite está relacionada a vazamentos de líquido
gástrico que devem ser corrigidos, conforme descrito no quadro 2;
A limpeza do local deve ser realizada com solução fisiológica, de maneira suave;
Grupo responsável pela elaboração:
Elisabeth Dreyer, Maria Olímpia Correa Pimenta de Azevedo, Vanessa Abreu da Silva, Nelson Adami Andreollo
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
Infecção periestomal
A infecção precoce é mais frequente nas gastrostomias endoscópicas, quando, na
técnica utilizada, o dispositivo é introduzido por via oral. A infecção periestomal é
caracterizada pela presença de processo inflamatório local, com hiperemia ao redor da
gastrostomia, dor a manipulação, calor e edema local, exsudação purulenta, aspecto
endurecido da pele. Pode ser acompanhada de celulite e febre.
Eliminar qualquer pressão do dispositivo sobre a pele, se necessário trocando o
dispositivo de baixo perfil por um cateter de Foley até a resolução do problema.
Limpeza cuidadosa da pele várias vezes ao dia em volta do cateter com solução
fisiológico.
O tratamento consiste na administração de antibióticos sistêmicos, de acordo com
a prescrição médica.
Granuloma
O granuloma caracteriza-se pelo crescimento de um tecido avermelhado, amolecido e
friável ao redor da gastrostomia, acompanhado ou não de exsudação e de sangramento
decorrente de trauma durante a limpeza. Nem sempre o granuloma precisa ser tratado.
Caso apresente sangramento ou gere incomodo ao paciente, solicitar avaliação da EMTN
ou Núcleo de Estomaterapia. Dependendo da extensão do granuloma, ele pode ser
tratado com cauterização química com aplicação local de nitrato de prata em bastão, ou,
se muito volumoso, com eletrocauterio no centro cirúrgico. Outros tratamentos, como gel
de cloreto de sódio a 20% podem ser utilizados.
A troca do cateter de gastrostomia ou dispositivo de baixo perfil com balonete pode ser
realizada por enfermeiro apenas após a maturação do trajeto e deve ser programada de
acordo com rotinas estabelecida na instituição, podendo ser realizada ambulatorialmente.
Preconiza-se a utilização cateteres de reposição para gastrostomia ou de dispositivo de
baixo perfil, reservando o cateter de Foley apenas para utilização provisória em caso de
saída acidental. A troca programada é realizada normalmente após um período de 3 a 4
horas de jejum.
Material:
Luvas de procedimento;
Forro;
Gazes;
Duas seringas de 20 ml;
Ampolas de água destilada;
Soro fisiológico para limpeza da pele;
Lubrificante (lidocaína gel);
Cateter escolhido
Cateter de menor diâmetro que será utilizado caso não se consiga inserir o cateter
escolhido;
Preparo do cateter de Foley:
o Escolher um cateter de mesmo diâmetro que o cateter em uso
o Para e estabilização do cateter, cortar um segmento de 5 cm de
comprimento aproximadamente, de outro cateter de Foley, ou de outro tubo
flexível;
o Fazer um orifício no meio do segmento de tubo;
o Introduzir o cateter de Foley que será utilizada na gastrostomia por este
orifício; o diâmetro do orifício deve ser suficiente para não estrangular o
cateter.
Procedimento:
Higienizar as mãos;
Desinfetar a mesa auxiliar com solução de biguanida;
Separar o material;
Identificar o paciente
Explicar o procedimento ao paciente;
Posicionar o paciente em decúbito dorsal horizontal;
Calçar as luvas;
Aspirar água destilada numa seringa de 20 ml;
Abrir o cateter a ser utilizado e testar o balonete;
JEJUNOSTOMIA
DEFINIÇÃO
A jejunostomia é um procedimento cirúrgico que estabelece o acesso direto à luz do
jejuno proximal pela parede abdominal. A jejunostomia cirúrgica pode ser realizada por
laparotomia ou laparoscopia, e a percutânea por endoscopia ou sob fluoroscopia. As
jejunostomias percutâneas podem ser diretas ou transgástricas. Neste último caso, uma
sonda jejunal é inserida por uma gastrostomia prévia.
INDICAÇÕES
A jejunostomia cirúrgica pode ser realizada concomitantemente a cirurgias de grande
porte envolvendo o aparelho digestivo superior (esôfago, estômago, duodeno, pâncreas,
fígado ou vias biliares), quando, independentemente da doença ou procedimentos
cirúrgicos realizados, soluções nutricionais podem ser infundidas em nível do jejuno. É
utilizada para descompressão pós-operatória e após resolução do íleo, para nutrição até
recuperação do TGI superior.
Também pode ser realizada durante a laparotomia quando há previsão de recuperação
pós-operatória complicada e de jejum oral prolongado, bem como em pacientes
hipercatabólicos, pacientes que realizarão quimioterapia ou radioterapia.
Outras indicações incluem:
Impossibilidade ou contra-indicação para gastrostomia como situações de
gastroparesia e de alto risco de aspiração ou longo passado de gastrostomia;
Acesso ao TGI prejudicado, com envolvimento do esôfago e do estômago,
gastrectomias prévias, como em casos de estenose cáustica, de obstrução do TGI
superior após cirurgia por carcinomas do esôfago e cárdia, etc;
Fistulas do TGI alto;
DISPOSITIVOS UTLIZADOS
Em nosso meio, nas jejunostomias cirúrgicas são utilizadas, cateteres de cloreto de
polivinil adaptados ou cateteres de Foley sem balonete. No entanto existem, no mercado,
dispositivos próprios, de poliuretano ou silicone, flexíveis e radiopacos.
Para inserção de cateteter jejunal por gastrostomia prévia, podem ser utilizados
dispositivos convencionais ou de baixo perfil com uma ou duas luzes, além da via para
insuflação do balonete. Nos dispositivos com duas luzes (Fig.7), a via jejunal é utilizada
para nutrição e a gástrica para descompressão. O posicionamento jejunal ocorre por
endoscopia.
COMPLICAÇÕES
A jejunostomia pode ter complicações mecânicas, infecciosas e gastrointestinais como:
deslocamento, obstrução ou migração do dispositivo, formação de abscesso cutâneo ou
intra-abdominal, fístulas enterocutâneas, oclusão e isquemia intestinal.
A saída acidental precoce do cateter tem as mesmas implicações que nos casos de
gastrostomia e exige avaliação cirúrgica imediata. A substituição de uma sonda de
jejunostomia é uma tarefa difícil, portanto a saída precoce da mesma (até 30 dias) é uma
complicação que coloca em risco o paciente.
MANUTENÇÃO
Semelhantes aos cuidados com a gastrostomia, os cuidados de manutenção da
jejunostomia envolvem a avaliação diária, a higiene e os cuidados com a pele, a
estabilização do dispositivo e a manutenção da sua permeabilidade.
INFUSÃO DE NE
A infusão de NE não deve ser feita em bolus, já que o intestino não constitui um
reservatório e não tolera a infusão rápida de grandes volumes. No meio hospitalar
recomenda-se a infusão da nutrição enteral com bomba de infusão, conforme protocolo
da EMTN descrito no manual (emtn.pdf). No meio domiciliar pode ser utilizado o método
gravitacional (gota a gota).
Soluções nutritivas e medicamentosas hiperosmolares também devem ser evitadas.
Habitualmente fórmulas poliméricas de NE são bem toleradas, sendo as fórmulas
oligoméricas indicadas apenas quando há distúrbio de absorção.
Referência Bibliografica
INTRODUÇÃO
As dermatites periestomas envolvem todas as lesões de pele ao redor do estoma, sejam
elas agudas ou crônicas. Embora a nomenclatura dermatite suscite a denominação de
processos apenas inflamatórios, delimitados aos sinais flogísticos clássicos como eritema,
rubor, dor e calor ou às lesões primárias de pele, envolve também erosões e ulcerações,
isto é, as lesões secundárias.
Em relação à epidemiologia, a literatura demonstra ampla variação na incidência de
complicações em diferentes populações, no entanto toda literatura aponta para: a questão
ética da prevenção às complicações (especialmente a dermatite), evidência forte para
diminuição de complicações em população com melhor autocuidado e maior índice de
reabilitação ao estoma. HERLUFSEN et al (2006) relatam em seu estudo uma frequência
de 45% relacionados aos distúrbios de pele perilesional, sendo os mesmos categorizados
como leves em 57%, moderados em 33% e severos em 10% dos casos.
Quanto à causa:
Dermatite irritativa, química ou de contato - é a mais comum das complicações
e é proveniente do contato da pele periestoma com substâncias irritantes contidas
nos efluentes, tais como as enzimas digestivas fundamentalmente, constituintes
urinários (pelo pH alcalino), sabões, substâncias químicas (solventes) ou adesivos.
As enzimas digestivas contidas nas fezes e no suco gástrico ocasionam irritação da
pele, especialmente as ileostomias e gastrostomias. A urina também pode
ocasionar irritação pelo atrito e maceração. Além disso, o pH alcalino da urina pode
ser desencadeado por infecção, aumento de resíduos urinários e hipercalcemia. A
exposição crônica da pele à urina causa hiperplasia e queratinização incompleta da
epiderme, podendo acarretar em alguns pontos hiperplasia pseudoverrugosa. A
irritação proveniente dos componentes químicos dos sabões, solventes e adesivos
decorrem da alteração/elevação/alcalinização do pH da pele desencadeando a
perda da capacidade fisiológica de proteção de barreira.
ACHADOS CLÍNICOS
A dermatite periestoma caracteriza-se, geralmente por uma irritação primária,
manifestando-se na forma aguda como uma inflamação superficial (prurido, eritema,
edema e pápula), que pode evoluir para vesículas eritematosas, erosão e úlceras, se não
tratadas. Ao cronificar-se a dermatite desencadeia a morte das células epidérmicas,
dermatites infecciosas e até granulomas. A lesão pseudoverrugosa (hiperplasia)
geralmente apresenta-se com aspecto nodular ou pápula, protusão, coloração
acinzentada a vermelho-amarronzado. No eritema ou irritação a pele periestoma se
apresenta hiperemiada, com rubor progressivo, porém sem perda da integridade. A pele
eritematosa pode tornar-se edemaciada e úmida.
Erosão é a perda da camada superficial da pele, ou perda localizada da epiderme.
Pústula é a elevação da epiderme, de tamanho variável, contendo pus em seu
interior.
Úlcera é a erosão profunda da epiderme com invasão da derme, ou perda
localizada de epiderme e derme.
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
Radiodermite;
Farmacodermia;
Dermatite associada à incontinência;
Dermatite atípica;
Dermatite contato.
Trauma mecânico
Irritativa
Infecção
Dermatite Periestoma
secundária
Alérgica
Solicitar avaliação
de especialista s/n
Avaliação
(Diagnóstico e
eliminação da causa)
OBJETIVO
Demarcar o local a ser exteriorizado o estoma intestinal e/ou urinário.
FINALIDADES
Garantir a confecção do estoma em um local anatomicamente adequado
Permitir melhor adaptação dos dispositivos para a coleta dos efluentes
Prevenir complicações relacionadas à sua localização
Facilitar a reabilitação do paciente
DEFINIÇÃO
A demarcação do estoma consiste na delimitação de um local anatomicamente adequado
na parede abdominal, onde será exteriorizado um segmento intestinal, permitindo a
adaptação de um equipamento coletor.
INTRODUÇÃO
Uma colostomia ou ileostomia são definidas pela abertura do segmento cólico ou ileal na
parede abdominal, que tem por objetivo exteriorizar o conteúdo intestinal para o meio
externo.
O estoma bem localizado na parede abdominal é um direito da pessoa portadora de
estoma (Portaria Nacional nº 400 de 18/11/2009). Facilita a visibilização do mesmo e as
atividades relacionadas ao autocuidado, tais como higiene, limpeza, remoção, colocação
e manutenção do equipamento coletor, o que contribui para sua reintegração social
precoce e prevenção de complicações, e consequentemente, com melhora da qualidade
de vida.
A demarcação do local do estoma é de responsabilidade dos enfermeiros do Núcleo de
Estomaterapia, dos enfermeiros das unidades de internação capacitados para esta
atividade, em conjunto com o cirurgião e com a participação do paciente.
Visibilização do estoma
A fácil visibilização do estoma pelo paciente quando sentado, deitado ou em pé,
facilita a independência no autocuidado. Sua localização sobre a saliência
gordurosa na região infraumbilical facilita a visibilização e autocuidado.
Pacientes obesos
Atenção áreas de gordura localizada e em especial as pregas cutâneas e as
mamas pêndulas
PROCEDIMENTO DA DEMARCAÇÃO
Para a demarcação utiliza-se uma caneta marcadora a prova d’água, uma régua
milimetrada, um disco para marcação e um equipamento coletor de duas peças. Deve-se
proceder a seguinte sequência:
Reunir o material
Higienizar as mãos
Orientar o paciente quanto ao procedimento a ser realizado
Posicionar do paciente inicialmente em decúbito dorsal
Avaliar o abdome, dividindo em quadrantes
Delimitar a linha da cintura, crista ilíaca, cicatriz umbilical e o músculo reto
abdominal
Selecionar o quadrante onde será exteriorizado o estoma, conforme discutido
previamente com o cirurgião responsável
Com o uso da régua milimetrada, delimitar uma área com distância mínima de
cinco centímetros, se possível, de acidentes anatômicos (incisões cirúrgicas,
cicatrizes anteriores, cicatriz umbilical, rebordo costal, crista ilíaca ântero-superior,
linha da cintura, prega inguinal, dobras de pele e gordura localizada
Verificar se a área é suficiente para a adesividade do equipamento coletor
Demarcar provisoriamente o local com uma caneta removível (tipo esferográfica)
desenhando um círculo com aproximadamente 25 milímetros de diâmetro para
ileostomias e 30 milímetros para colostomias.
TÉCNICA DE LACUEVA
No caso de demarcação de crianças e pacientes com dificuldade de palpação do músculo
reto-abdominal, indica-se a utilização da técnica de Lacueva, conforme descrito a seguir:
OBJETIVO
Capacitar o paciente e seu familiar responsável ou cuidador quanto as atividades de
cuidados com o estoma e procedimentos na alta hospitalar, visando a reabilitação do
paciente.
FINALIDADES
Capacitar o paciente e seu familiar ou cuidado com relação respectivas atividades:
observação do estoma e pele ao redor, esvaziamento do equipamento coletor,
higiene do estoma, troca periódica do equipamento coletor, encaixe do sistema
duas peças, existência de outras marcas no mercado, encaminhamento ao pólo de
assitência a pessoa com estoma e a Associação de pessoas com estomis de
Campinas e Região;
Criar indicador “número total de pacientes com estomas confeccionados na
instituição”;
Utilizar equipamentos coletores e adjuvantes adequados e minimizar complicações
aos pacientes.
Manter parceria com a empresa Coloplast através através do Programa Ativa
PROCEDIMENTO
As orientações de alta para pacientes com estomas, devem ser realizadas pelo
enfermeiro de maneira gradativa durante a internação.
Deve-se convocar um familiar responsável ou cuidador para receber orientações, pois a
prática conjunta com familiar favorece o entendimento das orientações. É importante
utilizar linguagem simples, clara e objetiva para facilitar o entendimento. O paciente e
familiar devem ser orientados quanto às atividades de auto-cuidado:
Esvaziamento da bolsa
A bolsa deve ser esvaziada quando apresentar 1/3 do volume total, antes de dormir
ou de praticar atividades físicas, para evitar que o peso a faça descolar e a
umidade excessiva sature precocemente a base adesiva. Oriente o paciente a
lavar as mãos antes e depois do procedimento, desprezar as fezes ou urina no
vaso sanitário e lavar o interior da bolsa com água e sabonete líquido ou espuma
de sabonete em barra, lembrando de não molhar a base adesiva.
Higiene do estoma e da pele ao redor
Deve ser realizada, cuidadosamente, com água morna e sabonete neutro,
utilizando-se pedaços de tecido de algodão limpo, macio e úmido, sem esfregar,
Grupo responsável pela elaboração:
Vanessa Abreu da Silva, Maria de Lourdes Setsuko Ayrizono, Raquel Franco Leal, Mariele de Santana Franco
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
Alimentação
Orientar ao paciente a beber no mínimo dois litros de água ou líquidos diariamente
para não ficar desidratado e evitar comer na mesma refeição alimentos que
causem gases tais como brócolis, couve-flor, cebola, casca de feijão, lentilha e
grão de bico. Fezes líquidas e em grande quantidade pela colostomia ou mais de
1,5L de efluente/dia para ileostomias são sinais de diarreia e há risco de
desidratação. Neste caso o paciente deve dar preferência a alimentos
constipantes, tais como batata, mandioca, pão francês e mandioquinha. Se não
apresentar melhora com a mudança da alimentação o paciente deverá procurar
assistência médica.
Centro de Estudos
O enfermeiro pode utilizar o centro de estudos de enfermagem no 6 o andar do HC,
anexo ao Núcleo de Estomaterapia para orientação do paciente e familiares,
utilizando treinamento com simulação do cuidado.
Encaminhamento ao serviço social
O serviço social deve ser comunicado na ocasião da alta do paciente para realizar
os procedimentos de encaminhamento e agendamento do paciente no pólo de
assistência a pessoa com estoma do município.
Direitos do paciente com estoma
o Receber orientação antes da cirurgia
o Ter um estoma bem feito em um local apropriado
o Receber apoio prático e profissional sobre o cuidado e manipulação de seu
estoma, e apoio psicológico antes e depois da cirurgia, tanto no hospital
como em sua comunidade.
o Receber apoio e informações para o benefício da família, dos responsáveis
pelos cuidados pessoais e dos amigos, para que possam entender as
condições e ajustes necessários para conseguir uma vida satisfatória com
um estoma.
o Receber informações imparciais e completas a respeito de todos os
equipamentos e produtos importantes disponíveis em seu país.
o Ter acesso irrestrito a diversos produtos de ostomia disponíveis.
o Receber informações a respeito da Associação Nacional de Ostomia e dos
serviços de apoio que lhe podem ser fornecidos.
o Estar protegido de todas as formas de discriminação.
Pólo de assistência ao estomizado e distribuição de bolsas
Orientar o paciente que ele não precisa pagar pelo equipamento coletor e que ele
sairá do hospital com o agendamento no programa de assistência a pessoa com
estoma onde será atendido por um enfermeiro e receberá o todos os materiais e
equipamentos necessários de forma permamente.
Retorno no ambulatório de Estomas
Entregar ao paciente o encaminhamento com data e horário do retorno no
ambulatório de estomas, conforme disponibilidade da agenda do ambulatório.
Grupo responsável pela elaboração:
Vanessa Abreu da Silva, Maria de Lourdes Setsuko Ayrizono, Raquel Franco Leal, Mariele de Santana Franco
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
Informar ao paciente que ele não precisa agendar no computador e que nesta data
ele será atendido pelo estomaterapeuta que realizará avalaição do estoma e
reforço das orientações de cuidado.
Figura 1
INTRODUÇÃO
Fístula esôfago-cutânea cervical é uma comunicação anormal entre o esôfago e a
superfície cutânea, assim podendo ser classificada como uma fístula externa, e a
característica cervical se dá pela localização anatômica onde se encontra. Esse tipo de
fístula ocorre principalmente por deiscência anastomótica pós-cirúrgica de esofagectomia,
mas outras causas podem estar relacionadas, como traumas penetrantes em região
cervical, perfuração pela ingestão de corpos estranhos com arestas ou procedimentos
endoscópicos. Sendo uma complicação pós-operatória, acontecem normalmente entre o
quinto e o décimo dia pós-intervenção cirúrgica, em função de problemas na linha de
sutura como tensão excessiva, má vascularização e técnica inadequada.
A formação de fistulas por deiscência anastomótica esofagoviceral, em nível cervical,
pode ocorrer devido ao fato do esôfago ser um órgão pouco vascularizado em toda sua
extensão, assim comprometendo a cicatrização das suturas, e também pelo motivo de
que a anastomose do esôfago é realizada com epitélios diferenciados seja do estomago,
do intestino delgado ou do cólon. Essa anastomose de tecidos estruturalmente diferentes
quando submetida a movimento de deglutição e respiração tem uma grande chance na
formação de fístula.
Qualquer circunstância em que haja um defeito na parede do órgão ou crie condição que
interfira com a cicatrização normal pode levar à formação de uma fístula. As fístulas em
região cervical apresentam menor gravidade e evolução mais benigna quando comparada
com fístulas em região torácica, pois diminui a morbidade da deiscência, uma vez que a
saída de saliva, alimentos e demais secreções é direcionada para o exterior.
Fisiologicamente as fístulas esôfago-cutâneas podem ser classificadas conforme o
volume do efluente em 24 horas, dessa maneira as fistulas podem ser de alto débito
(maior que 500mL), moderado débito (entre 200 e 500mL) e baixo débito (menor que
200mL). Esses valores são importantes ao se considerar o tratamento, uma vez que o
débito fistuloso, além de produzir importante impacto fisiológico é fator prognóstico
independente de probabilidade de fechamento ou óbito.
O diagnóstico pode ser feito através da radiografia de tórax e estudos radiológicos
contrastados do esôfago. A tomografia computadorizada é o exame que define com
precisão a lesão esofágica.
ETIOLOGIA
FATORES DE RISCO
Vários fatores podem predispor ao aparecimento de fístulas digestivas. Dentre os
chamados fatores gerais, a desnutrição merece um destaque, tendo em vista não só a
enorme frequência com que esta condição se associa com o surgimento de fístulas pós-
operatórias, mas também pela simplicidade com que esta pode ser diagnosticada. Outros
fatores são: as intervenções cirúrgicas sobre o tubo digestivo em locais com processo
inflamatório ou neoplásico, com irrigação precária ou tensão em anastomose,
intervenções de urgência, insuficiências respiratória ou cardíaca e anemia importante
(Gomes et al, 2004).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A apresentação clínica inclui odinofagia, disfagia, edema, febre, leucocitose, dor e
crepitação local em função do enfisema associado. A sepse e suas repercussões
sistêmicas podem ser a manifestação inicial no paciente com fístula digestiva.
As fístulas externas podem ser diagnosticadas devido o extravasamento de efluente e
inflamação celulítica. Assim resultando em dor local, infecção e outras lesões perifistula.
COMPLICAÇÕES
As complicações mais ameaçadoras das fístulas são os distúrbios hidroeletrolíticos, sepse
e desnutrição. Porém outras complicações como infecção da ferida cirúrgica, lesões
cutâneas e hemorragias digestivas podem ocorrer. Para prevenir essas possíveis
complicações a hidratação adequada, uso criterioso de antibióticos, correção da anemia,
drenagem da coleção ou abscesso, suporte nutricional e controle do débito fistuloso são
indicados.
CONDUTA TERAPÊUTICA
Após o diagnóstico da fístula esôfago-cutânea cervical ser realizado por exames de
imagem e controladas as manifestações locais e sistêmicas, deve ser definida a opção de
tratamento inicial, em princípio com possibilidade de ocorrer fechamento espontâneo,
levando em consideração detalhes anatômicos e fisiológicos. São fatores favoráveis para
fechamento espontâneo das fístulas: ausência de obstrução, de sepse e de desnutrição e
além da causa ser deiscência anastomótica. Dentre os fatores desfavoráveis destacam-
se: presença de obstrução distal, um trajeto fistuloso curto, menor que 2 cm, orifício da
fístula maior que 2 cm, a presença de infecção local ou de corpos estranhos, neoplasia ou
irradiação prévia, deiscência completa da anastomose, ocorrência de epitelização do
trajeto fistuloso, determinando a chamada fístula labiada.
Grupo responsável pela elaboração:
Vanessa Abreu da Silva, Maria Isabel Pedreira de Freitas, Débora de Oliveira Cavalcanti, Lidiane Oliveira de Souza Teles, Nelson
Andreollo
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Para realizar um cuidado eficiente ao paciente, do ponto de vista da assistência de
enfermagem, deve-se atingir os seguintes objetivos: avaliação da fistula e pele ao redor,
limpeza, proteção da pele; drenagem do efluente; controle do odor; bem estar do
paciente; determinação precisa do débito; mobilização do paciente; e custo dos
dispositivos.
Avaliação
Deve-se realizar uma minuciosa avaliação quanto a localização e extensão da fistula,
abertura (retraída, rasa ou profunda), numero de trajetos, tempo de existência e tipo
(lateral ou terminal). O efluente deve ser avaliado quanto suas características, tais como
coloração, composição, PH, consistência, odor e volume.
A pele ao redor da fistula pode apresentar hiperemia, maceração, desnudação, ulceração
e freqüentemente a dermatite irritativa esta associada com relatos de dor de grande
intensidade (Figura 1).
Limpeza
A limpeza tem como objetivo remover o efluente da pele, minimizando assim o risco de
dermatite irritativa. Deve ser realizada sempre que houver contato da pele com o efluente
e por se tratar de uma pele friável deve ser realizada suavemente evitando fricção e lesão
de pele (Figura 2).
Proteção da pele
Após a limpeza a pele deve ser seca delicadamente é indicada a aplicação de um
protetor de pele, que forma uma película protetora contra a umidade e o efluente.
Recomenda-se a aplicação de uma fina camada do Composto Protetor Solução
Polimérica a 2% Spray (Cavilon Spray) (Figura 3).
Grupo responsável pela elaboração:
Vanessa Abreu da Silva, Maria Isabel Pedreira de Freitas, Débora de Oliveira Cavalcanti, Lidiane Oliveira de Souza Teles, Nelson
Andreollo
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
Desvio do Efluente
É necessária a colocação de dispositivos que ofereçam manutenção da integridade da
pele, um controle preciso do volume drenado do orifício fistuloso e que esse impeça o
contato da pele com a secreção, garantindo assim conforto e segurança ao paciente.
Assim para cada tipo de fístula e efluente o enfermeiro pode selecionar tipos específicos
de bolsas coletoras, disponiveis na instituição.
Por se tratar de uma região anatômica com pequena área e inúmeros contornos, esta
indicada à utilização de equipamentos coletores pediátricos e de uma peça, por
apresentarem maior flexibilidade e adaptabilidade aos contornos da região cervical.
Coma finalidade de preencher regiões irregulares, nivelar a pele perifistula ao nível da
pele e reduzir a ocorrência de vazamentos no equipamento coletor, indica-se a utilização
de pasta de resina sintética (Figura 5). Vale ressaltar que o recorte da base adesiva deve
ser adequado ao tamanho da fistula, evitando exposição da pele ao redor e contato desta
com a efluente, o que leva a dermatite (Figura 6).
INÍCIO
AVALIAÇÃO
PRESENÇA DE
SIM NÃO
DERMATITE?
APLICAR PÓ DE
RESINA SINTÉTICA APLICAR CAVILON® NA
SOBRE A DERMATITE PELE AO REDOR
UTILIZAR PASTA DE
COLOCAR
RESINA SINTÉTICA
EQUIPAMENTO
PARA NIVELAR A PELE
COLETOR COM
RECORTE ADEQUADO
COLOCAR
EQUIPAMENTO
COLETOR COM
RECORTE ADEQUADO
OBSERVAR LOCAL E
SISTEMA COLETOR
DESCOLAMENTO
SIM NÃO MANTER
OU VAZAMENTO?
FIM
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AQUINO, J. L. B.; LOPES, L. R.; ANDREOLLO, N. A. Fístulas e deiscências na cirurgia de
esôfago. In:Fraga, G. P.; Pereira, G. S.; Lopes, L. R. (Org.). Atualidades em clínica
cirúrgica: Intergastro e trauma. São Paulo: Atheneu, p.325- 333, 2011.
2. BORTOLAZZI, F. ET AL. Dificuldades na Assistência às pessoas com fístulas digestivas:
Estudo com enfermeiros não estomoterapeutas. Ver. Estima, v.5, n.2, p.13-17, 2007.
3. GOMES, C. H. R. ET AL. Fístulas Digestivas- Revisão de Literatura. Unimontes Científica,
Montes Claros, v. 6, n.2, p.113-122, 2004.
4. LUFT, V. C. ET AL. Fístulas do trato gastrointestinal. Moreira Jr. Editora, Porto Alegre, p.
372-377, 2004. Disponível em:
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3092. Acessado em: 03
out. 2013.
5. PINTO, C. E. ET AL. Tratamento Cirúrgico do Câncer de Esôfago. Revista Brasileira de
Cancerologia, Rio de Janeiro, v.53, n.4, p.425-430, 2007.
6. SANTOS, V. L. C. G. Cuidado com a pele em fístulas digestivas. Rev. Esc. Enf. USP, São
Paulo, v.27, n.1, p.87-93, 1993.
7. SOUZA, H. P.; GABIATTI G.; DOTTA F. Fístulas Digestivas no Trauma. Revista do Colégio
Brasileiro de Cirurgiões, Rio de Janeiro, v. 28, n. 2, p.138-145, 2001.
8. TOMASICH, F. D. S. ET AL. Influência do local de anastomose (cervical ou torácica) na
morbi-mortalidade das esofagctomias. Revista Brasileira de Cancerologia, Brasília, v.49,
n.1, p. 47-54, 2003.
OBJETIVO
Capacitar o paciente, familiar, cuidador ou responsáveis quanto aos cuidados relacionados ao
cateterismo intermitente limpo e o uso do cateter vesical externo (Uripen) pós-alta hospitalar.
INTRODUÇÃO
O cateterismo vesical intermitente (CIL) limpo consiste no esvaziamento periódico da bexiga
realizado pela introdução de um cateter via uretral, ou por meio de um conduto cateterizável
(como os condutos de Mitrofanoff ou Monti) até a bexiga ou reservatório urinário.
Sua finalidade é manter a integridade anatômica e funcional do trato urinário superior e evitar
infecções urinárias. Além disso, o cateterismo intermitente limpo permite maior independência
com menor índice de complicações, quando comparado ao apresentado pelos cateteres de uso
contínuo, impactando de modo direto no âmbito higiênico e social dos pacientes, promovendo
assim uma melhor qualidade de vida.
Pode ser realizado de forma temporária ou definitiva de acordo com a condição clínica. O CIL
definitivo geralmente é indicado para pacientes com disfunções miccionais, principalmente com
sequela de lesão raquimedular ou de doenças neurológicas congênitas. Enquanto o CIL
temporário pode ser indicado aos pacientes com quadro obstrutivo infravesical agudo, como
secundário a bloqueio raquimedular, correção cirúrgica de incontinência urinária por técnica de
sling de uretra média, ou decorrente de hiperplasia benigna da próstata (SBU 2016).
A técnica de Lápide orienta que o número de cateterização/dia deve ser realizado de acordo com
o volume de urina residual:
100 a 200ml 2 vezes/dia;
200 a 300ml 3 vezes/dia;
300 a 400ml 4 vezes/dia;
mais de 400ml 6 vezes/dia.
Deve ser realizada pelo próprio paciente, familiares ou profissionais da área de saúde, com
técnica estéril no hospital e limpa no domicílio.
Em pacientes com urina piúrica ou submetidos a ampliação vesical pode ser necessário a
utilização de cateteres de maior calibre (12 a 14 fr)
PROCEDIMENTO
Convocar um familiar ou responsável ou cuidador para receber orientações, pois a prática
conjunta com familiar favorece o entendimento e a adesão. É importante utilizar linguagem
simples, clara e objetiva para facilitar o entendimento.
As orientações de alta devem ser realizadas pelo enfermeiro na programação de alta, utilizando
manequim para treino de habilidade (Figura 1).
No dia da alta hospitalar o sistema de drenagem deve ser clampeado duas horas antes da retirada
do cateter tipo Foley®, depois desse tempo o paciente deve receber as orientações e observar a
técnica de CIL em si mesmo.
A higiene das mãos do paciente e/ou cuidador pode ser realizada com água e sabão ou
solução alcoólica a 70%.Orientar retirar adornos, relógios, anéis e outros;
Consultar a técnica a ser utilizada para a higiene das mãos com água e sabão (pág. 15) e
fricção das mãos com álcool 70% (pág. 17) está descrita no manual da Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar, (ccih.pdf);
Materiais necessários:
Para higiene das mãos: Toalha limpa, sabonete liquida ou álcool (se procedimento
realizado em ambiente sem água tratada realizar higiene das mãos com fricção de álcool 70%);
Para cateterismo: Lenço umedecido, outra toalha limpa, cateter, lubrificante, recipiente
coletor.
Sequência técnica:
Higienizar as mãos;
Desconectar o sistema do cateter vesical externo;
Após aferir volume urinário, descartar a urina no vaso sanitário;
Reconectar o sistema;
Higienizar as mãos e anotar o volume e características da urina no diário miccional.
Lavagem do frasco/bolsa
Momento recomendado:
Antes do banho;
Material necessário:
Grupo responsável pela elaboração:
Ivan Rogério Antunes, Vanessa Abreu da Silva, Renata Fagnani
Responsável pela área Data: 31/01/2019 CCIH Data: 31/01/2019 SST Data: 31/01/2019
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Sabonete líquido;
Água da torneira para locais com saneamento básico ou água filtrada/ fervida (esperar esfriar)
se não houver saneamento básico;
Pano/toalha limpa.
Sequência da técnica
Parte interna do frasco/bolsa
Higienizar as mãos;
Bolsa: fechar o sistema;
Colocar o sabonete líquido com água dentro da bolsa/frasco, chacoalhar por alguns segundos
e desprezar;
Esvaziar a bolsa/frasco para proceder o enxágüe;
Inserir água no frasco/bolsa e enxaguar abundantemente para retirar todo sabão da parte
interna.
Parte externa da bolsa/frasco
Lavar com água e sabonete líquido;
Remover o sabão com água;
Secar com um pano/toalha limpa.
Em pacientes com derivação urinária (Mitrofanof) atentar para alteração da pele ao redor do
pertuito.
Orientar o paciente quanto ao registro diário miccional e a trazê-lo ao enfermeiro do
ambulatório no dia do retorno. Estas informações são importantes para determinar do número
de cateterizações ao dia.
Preenchimento do diário miccional (Apêndice 1).
Grupo responsável pela elaboração:
Ivan Rogério Antunes, Vanessa Abreu da Silva, Renata Fagnani
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NO MOMENTO DA ALTA
Fornecer o kit de alta;
Entregar o impresso solicitando o fornecimento dos cateteres, lubrificante e gaze, pela
Unidade Básica de Saúde (Apêndice 2);
Orientar o preenchimento do impresso de diário miccional para o próximo retorno (Apêndice 1)
Entregar o Folder com Orientações para Cateterismo Intermitente Limpo, preenchido com o
material necessário, freqüência e cuidados gerais (Apêndices 3 e 4);
Entregar o encaminhamento ao ambulatório de disfunção miccional (Apêndice 5);
Checar se a equipe médica realizou o encaminhamento para o ambulatório da Urologia.
REINTERNAÇÃO HOSPITALAR
Caso o paciente necessite reinternar o procedimento deverá ser realizado com a técnica estéril
(enfermagem_tecnicas.pdf) pelo enfermeiro.
A mucosite oral é uma das principais conseqüências da citorredução induzidas pelo tratamento
antineoplásico, sendo a complicação mais comum evidenciada em pacientes submetidos a
transplante de medula óssea (variando entre 76,3 - 89% dos casos devido ao esquema
mieloablativo necessário ao procedimento) (Santos 2009, Figueiredo et al 2013). Caracteriza-se
por inúmeras alterações em mucosa oral e do trato gastrointestinal sendo evidenciada por edema,
eritema, sensação de ardência e sensibilidade a alimentos quentes e ácidos sendo, muitas vezes,
acompanhado por ulcerações dolorosas recobertas por exsudato fibrinoso (pseudomembrana) de
coloração esbranquiçada. Lembrando que essas alterações são evidenciadas em todo trato
gastrointestinal. A evolução dessas ulcerações levam a má nutrição e à desidratação além do
risco aumentado de infecções que comprometem a sobrevida do paciente. O aumento da
severidade da mucosite leva à necessidade da nutrição parenteral e uso de analgesia intravenosa.
Recentemente, o processo biológico da mucosite foi melhor elucidado e está exemplificado na
figura abaixo:
Graus de Mucosite
Escala 0 1 2 3 4
Eritema, úlcera, Úlcera, eritema Úlcera, mucosite
Toxicidade oral Sensibilidade
Nenhuma pode deglutir extenso, não pode extensa, não é
(OMS) e eritema
alimentos sólidos deglutir dieta sólida possível deglutição
Por se tratar de uma ocorrência esperada nos pacientes em transplante de medula óssea, o
tratamento da mucosite oral inclui o controle de dor e ação moduladora da inflamação como
grande foco a ser seguido pela equipe assistencial. Nesse cenário, o tratamento profilático e
curativo da laserterapia de baixa intensidade e a terapia a LED (diodo emissor de luz) aparecem
como grandes aliados. Segundo NETO (2013), essas terapias usam emissões de energias
ionizantes, altamente concentrada, que tem a capacidade de emitir luz com comprimento de onda
único e definitivo, com características distintas que geram efeitos fotoquímicos, fotofísicos e/ou
fotobiológicos.
Para os pacientes em tratamento antineoplásicos, a laserterapia de baixa intensidade é a
aplicação terapêutica de lasers e diodos luminosos monocromáticos, com potência relativamente
baixa, para o tratamento de feridas abertas, lesões de tecidos moles, processos inflamatórios e
dores associadas a várias etiologias, com dosagens consideradas baixas para efetuar qualquer
aquecimento detectável nos tecidos irradiados. Os lasers mais freqüentemente utilizados para a
bioestimulação dos tecidos estão na região do espectro eletromagnético, compreendida entre 630
e 1000nm, o que abrange a região do vermelho e infravermelho próximo.
A mucosite oral associada à quimioterapia normalmente afeta as regiões não queratinizadas como
mucosa jugal, superfície ventrolateral da língua, palato mole e assoalho da boca. Sendo assim,
essas superfícies devem ser contempladas dentro de um protocolo de laserterapia profilático e/ou
curativo institucional
Especificamente em relação ao tratamento das mucosites podem ser utilizados, preferencialmente
para o alívio da dor, laser com comprimento de onda infravermelho (780 – 808nm) ou para a
aceleração da cicatrização dessas lesões o comprimento de onda vermelho (660 nm).
Devido a alta incidência da mucosite oral nos pacientes submetidos a TCTH (transplante de
células tronco hematopoiéticas), a atuação do enfermeiro torna-se de fundamental importância
dentro da equipe multidisciplinar por ser o líder da equipe que está 24h em contato direto com o
paciente e que consegue observar, avaliar e minimizar os impactos da mucosite. Através do
parecer 024/2012 – CT, 009/2014 - CT e 004/2016 do COREN-SP e da resolução COFEN nº
0567/2018, o enfermeiro possui respaldo legal para aplicação do laser (especificamente de baixa
potência) no cuidado ao paciente com todo tipo de ferida, dentre elas a mucosite oral, desde que
previamente capacitado para obtenção de habilidade técnica e dentro de um contexto de
abordagem multidisciplinar.
Mediante a isso, em conjunto com o Núcleo de Estomaterapia do Hospital das Clínicas da
Unicamp, optou-se pela elaboração de um Protocolo Institucional de Laserterapia/Terapia a LED
para pacientes com mucosite oral submetidos a TCTH em esquemas mieloablativos. Os dias de
aplicação do laser compreendem o início do condicionamento (D1 da quimioterapia) e término no
dia de confirmação da pega de neutrófilos. Inicialmente, será aplicado a fase profilática da
laserterapia até a evolução da mucosite para Grau II (conforme avaliação da escala de mucosite
da OMS). Com o aumento da severidade da mucosite (grau III e IV), inicia-se a fase terapêutica
focando o tratamento na analgesia.
Para o procedimento, foi obtido pela unidade de Medula Óssea da Unicamp, o aparelho
especificado abaixo:
Aparelho: Diodo GaAlAs (marca: MM Optics Duo laser)
Potência do Aparelho: 100mW
A cada procedimento, a limpeza do equipamento de laser deve ser feito com biguanida e a
ponteira do aparelho envolvida com plástico PVC;
Realizar a recarga da bateria do equipamento de laser após o uso e sempre que
necessário;
Estará disponível na unidade de TMO um quadro resumo para consulta rápida ao protocolo
de laserterapia (Anexo 2);
Todo o procedimento deverá ser anotado no formulário específico apresentado abaixo para
acompanhamento da laserterapia (Anexo 3).
Realizar organização dos materiais a serem utilizados em uma bandeja: aparelho de laser
com ponteira protegida com plástico, gaze não estéril, luvas de procedimento e óculos de
proteção adequados;
Realizar a lavagem das mãos antes e após o procedimento conforme padronizado pela
CCIH;
Posicionar o paciente de maneira confortável e explicar o procedimento a ser realizado.
Solicitar ao paciente que durante a aplicação do laser, não olhar diretamente para o feixe de luz
emitido;
Após a aplicação do laser em todos os pontos citados acima. Realizar a Higiene das mãos
e proceder à limpeza do equipamento/bandeja e organização da unidade;
Realizar a anotação do procedimento em impresso próprio;
Durante o procedimento, caso o enfermeiro observe uma lesão oral diferente ou de
aspecto duvidoso, não realizar a irradiação em cima dessa lesão e comunicar a equipe médica.
Realizar discussão multidisciplinar para solicitação de interconsulta junto ao profissional
especializado (odontólogo).
Anexo 3 – Formulário de acompanhamento – Prevenção e tratamento da mucosite com laser de baixa intensidade
REFERÊNCIAS
Brasil. Resolução COFEN nº 0567/2018. Regulamento da atuação da equipe de enfermagem no
cuidado aos pacientes com feridas. Disponível em:<http://www.cofen.gov.br/wp-
content/uploads/2018/02/ANEXO-RESOLU%C3%87%C3%83O-567-2018.pdf>. Acesso em:
01/03/2018.
Brasil. Parecer COREN - SP 024/2012 - CT. Ementa: Competência do Enfermeiro para aplicação
de laserterapia em mucosite oral e existência de especialização na área. Disponível em:<
http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/parecer_coren_sp_2012_24.pdf>. Acesso em:
01/03/2018.
Brasil. Parecer COREN - SP 004/2016 - CT. Ementa: Uso do laser de baixa Intensidade por
profissional Enfermeiro, no tratamento de Feridas. Disponível em:<http://portal.coren-
sp.gov.br/sites/default/files/Parecer_n%C2%BA_004-2016.pdf >. Acesso em: 10/03/2018.
Brasil. Parecer COREN - SP 009/2014 - CT. Ementa: utilização do Laser de Baixa Intensidade
(LBI) pelo enfermeiro. Disponível em: <http://portal.coren-
sp.gov.br/sites/default/files/Parecer_009_Utilizacao_Laser_Baixa_Intensidade_LBI_por_enfermeir
o.pdf >. Acesso em: 01/03/2018.
Figueiredo ALP et al. Laser terapia no controle da mucosite oral: um estudo de metanálise. Rev.
Assoc. Med. Bras, 2013; 59(5):467-474.
Garcez AS, Ribeiro MS, Núnez SC. Laser de baixa Potência: Princípios básicos e aplicações
clínicas na odontologia. Elsevier, 1.ed, 2012. 284p.
Neiva FC et al. Analgesia com laser terapêutico após tonsilectomia. Rev. Paul. Pediatria, 2010;
28(3):322-8.
Neto AEM, Westphalen FH. Efetividade profilática e terapêutica do laser de baixa intensidade na
mucosite bucal em pacientes submetidos ao tratamento do câncer. Passo Fundo: RFO, v.18, n.2,
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Núnez SC. Protocolo de Laserterapia e Terapia Fotodinâmica - Laser duo. 2.ed. Disponível em:<
https://mmo.com.br/pt-br/protocolos/odontologia/category/15-laser-duo>. Update: 20 de abril de
2017. Acesso em: 01/03/2018.
Santos PSS et al. Mucosite oral: perspectivas atuais na prevenção e tratamento. Revista Gaúcha
de Odontologia; 2009; 57(3):339-344.
Vieira ACF, Lopes FF. Mucosite oral: efeito adverso da terapia antineoplásica. Revista de Ciências
Biológicas, 2006; 5(3):268-274.
Grupo responsável pela elaboração:
Priscila Silva Urquisa, Patrícia Umebara Pelegrini, Ivan Rogério Antunes, Renata Fagnani, Francisco José Penteado Aranha, Afonso
Celso Vigorito, Marcos Paulo Colella
Responsável pela área Data: 31/01/2019 CCIH Data: 31/01/2019 SST Data: 31/01/2019
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
INTRODUÇÃO
Pacientes internados em hospital, principalmente em Unidades de Terapia Intensiva,
apresentam risco de desenvolver diarreia ou incontinência fecal transitória. Vários fatores podem
contribuir para o aparecimento da diarreia, dentre eles o uso de medicações, administração de
nutrição enteral ou parenteral, hipoalbuminemia, infecções, alterações da flora intestinal entre
outras (Borges, 2007).
A diarreia pode ser definida pela presença de três ou mais episódios de fezes liquefeitas
ao dia, ou pela eliminação de mais de 200 g de peso fecal ao dia (Wanke, 2008). É classificada
em três categorias: diarreia persistente (duração superior a 14 dias), diarreia crônica (duração
superior a 30 dias) e diarreia aguda (duração inferior a 14 dias). A diarreia aguda sanguinolenta é
denominada disenteria (caracterizada por sangue e muco nas fezes).
Segundo Domansky e Borges (2014), as fezes líquidas são mais irritantes do que as
sólidas, pois além de possibilitarem uma maior área de contato com a superfície da pele, ainda
contém sais biliares e lipases pancreáticas que aumentam a sua vulnerabilidade para a ocorrência
de lesões. A eliminação de fezes liquefeitas e seu contato frequente com a pele do paciente
podem causar agravos, lesionando a região perineal, perianal, glútea, inguinal, bolsa escrotal e
pequenos e grandes lábios da genitália feminina. A região afetada pode evoluir com hiperemia e
inflamação, seguida ou não de ulceração, caracterizando o aparecimento da Dermatite Associada
à Incontinência (DAI). Além disso, a região sacral ou glútea comprometida, podem contribuir para
a ocorrência da Lesão por Pressão (LPP). As condutas para tratamento da diarreia ou redução
dos fatores causais devem ser manejadas pelo médico.
O uso do Sistema de Incontinência Fecal para desviar as fezes liquefeitas não é
considerado um recurso para o tratamento da diarreia, mas tem por objetivo manter a pele livre
dos fatores que podem contribuir para o seu rompimento, sendo, desta forma, um dispositivo
temporário, alternativo e seguro. Pode ser considerado como coadjuvante no tratamento de
Grupo responsável pela elaboração:
Ivan Rogério Antunes, Karla Carolina Mudo Rinaldi, Bruna Bueno Soares
Responsável pela área Data: 31/01/2019 CCIH Data: 31/01/2019 SST Data: 31/01/2019
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
lesões crônicas ou complexas instaladas na região glútea ou sacral, como por exemplo Lesões
por Pressão estágios 3 ou 4 e Síndrome de Fournier.
OBJETIVOS
Padronizar as ações para o desvio der fezes líquidas ou semilíquidas de pacientes com pouco ou
nenhum controle intestinal, através do Sistema de Incontinência Fecal, a fim de proteger a pele,
prevenir a DAI e/ou tratar lesões na região de fraldas, otimizando os resultados terapêuticos.
INDICAÇÕES
Pacientes ADULTOS com incontinência fecal caracterizada pela eliminação de fezes líquidas ou
semilíquidas e integridade da ampola retal, avaliada por profissional médico.
Critérios de indicação
Paciente acamado e com eliminação de fezes líquidas a semilíquidas (a partir de 3
episódios de fezes num período de até 24 horas);
Diarreia infecciosa (ex: Clostridium Difficile);
Condições Especiais
Lesões de pele nas regiões perianal, perineal, glútea, inguinal, bolsa escrotal, pequenos e
grandes lábios, ou em qualquer área que possa entrar em contato com as fezes;
Queimaduras extensas;
Proteção de feridas cirúrgicas (ex: artroplastia de coluna sacral, dorsal, osteossíntese de
fêmur);
Síndrome de Fournier;
Lesão por pressão com previsão de tratamento prolongado.
Critérios de contraindicação
Pacientes pediátricos;
Suspeita ou confirmação de comprometimento da mucosa retal (ex: proctite grave, proctite
isquêmica, lacerações da mucosa);
Cirurgia retal no último ano ;
Presença de hemorróidas de tratamento e/ou sintomas significativos;
Grupo responsável pela elaboração:
Ivan Rogério Antunes, Karla Carolina Mudo Rinaldi, Bruna Bueno Soares
Responsável pela área Data: 31/01/2019 CCIH Data: 31/01/2019 SST Data: 31/01/2019
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
REFERÊNCIAS NORMATIVAS
CÂMARA TÉCNICA ORIENTAÇÃO FUNDAMENTADA Nº 080/2016 COREN SP. Instalação do
dispositivo Flexi-Seal® - Sistema de Controle de Incontinência Fecal. (clique aqui)
RESPONSABILIDADES E COMPETÊNCIAS
Enfermeiro
Avaliar a indicação do uso do Sistema de Incontinência Fecal, conforme critérios de
inclusão deste protocolo;
Comunicar a equipe médica quanto à indicação para o uso do dispositivo;
Orientar o paciente e/ou familiar responsável quanto à indicação e cuidados necessários
durante o uso do dispositivo;
Grupo responsável pela elaboração:
Ivan Rogério Antunes, Karla Carolina Mudo Rinaldi, Bruna Bueno Soares
Responsável pela área Data: 31/01/2019 CCIH Data: 31/01/2019 SST Data: 31/01/2019
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
Médico
Realizar exame considerando os critérios de exclusão descritos neste protocolo;
Prescrever o Sistema de Incontinência Fecal após avaliação positiva da interconsulta
realizada;
Orientar ao paciente e/ou familiar responsável quanto à indicação e cuidados necessários
durante o uso do dispositivo.
Técnico de Enfermagem
Realizar os cuidados prescritos durante a permanência do dispositivo.
DEFINIÇÕES
INCONTINÊNCIA FECAL: quando há perda involuntária de conteúdo fecal pelo ânus. Pode variar
desde o vazamento ocasional de uma pequena quantidade de fezes ou de passagem de gases
até uma completa perda de controle do intestino.
Fonte: Convatec®
Materiais
Biombo, se necessário
Sabão líquido, se necessário
Sistema de Incontinência Fecal composto por 1 conjunto de cateter de silicone,1 seringa
de 60 ml do tipo luer-lock; 1 bolsas coletora de 1 litro com tampa
Xilocaína gel
Água destilada 500 ml
Compressas
Luvas de procedimentos
Máscara, gorro e luvas
Retirar as luvas;
Lavar as mãos;
Efetuar o registro de remoção do dispositivo no prontuário.
Cuidados especiais
● Manter região perianal limpa, seca e protegida com óxido de zinco para evitar irritação da
pele, pois se prevê um pouco de umidade ou escoamento em volta do cateter. Pacientes
com músculo do esfíncter muito fraco podem não ser capazes de manter o dispositivo
interno.
● Para evitar complicações ao paciente, não introduzir nada no canal anal enquanto este
dispositivo estiver inserido no local (ex.: termômetro, supositórios, etc.). Remover o
dispositivo antes de inserir qualquer terapia no canal anal.
● Comunicar imediatamente ao médico se qualquer das seguintes situações ocorrerem: dor
retal persistente; sangramento retal; distensão abdominal, para efetuar remoção do
dispositivo.
● Observar a câmara indicadora de insuflação do balão. Ela não pode permanecer
excessivamente expandida pois o resultado será posicionamento incorreto do balão na
ampola retal. Nesse caso, use a seringa para retirar o líquido do balão, reposicione o balão
na ampola retal e infle novamente o balão.
REFERÊNCIAS
Borges, SL. Diarreia nosocomial em unidade de terapia intensiva: incidência e fatores de risco.
Tese (Mestrado em Gastroenterologia). Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora. 2007.
Domansky, RC, Borges, EL. Manual para prevenção de lesões de pele: recomendações baseadas
em evidências. Rio de Janeiro; Editora Rúbio, 2012.
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8. TÉCNICAS
FINALIDADE DA TÉCNICA
Prevenir deformidade em pés (pé equino) e úlcera por pressão em calcâneos.
PRINCÍPIOS GERAIS
Manter alinhamento nos MMII.
Utilizar a tala preferencialmente em decúbito dorsal e a mesma não deve
ultrapassar mais de 2 horas de uso contínuo sem descanso. Entretanto quando
utilizado em decúbito lateral o tempo de uso pode ser maior, em função da
distribuição do peso do membro inferior sobre a tala.
A tala não substitui a mudança de decúbito periódica.
Retirar a tala de posicionamento para realizar a higiene diária e recolocar após.
A tala é de uso individual e descartável após uso e, caso haja sujidade trocar a
atadura de revestimento.
MATERIAL
1 par de tala moldável de tamanho médio (63x09x02 cm);
4 u de atadura de algodão 20/20 cm, sendo 2u para acolchoar cada tala;
4u de atadura de crepe 20/20 cm, sendo 2u para fixar a atadura de algodão à tala e
2u para fixar a tala aos MMII.
Observações:
Inspecionar, periodicamente, se o acolchoamento do calcanhar e panturrilha está
adequado, de modo a impedir o contato direto do membro com a estrutura metálica
da tala.
Atentar para o tamanho da dobradura da tala de modo a garantir o comprimento
correto ao tamanho do membro inferior (pé e panturrilha).
FINALIDADE DO CURATIVO
Uniformizar o procedimento na instituição;
Observação periódica do aspecto das alças intestinais/ cavidade abdominal;
Aplicação tópica local;
Proteção da área exposta;
Diminuição de edema;
Exploração periódica da cavidade;
Fixação e contenção.
PRINCÍPIOS GERAIS
O curativo deve ser realizado com técnica asséptica.
A cavidade abdominal é considerada mais limpa que a pele ao redor e o processo
de limpeza deve ser de dentro para fora (irrigação/limpeza deve ser realizada sobre
a tela, irrigação pelos orifícios da borda e posterior limpeza da pele ao redor).
Curativo com enfaixamento abdominal para segurança e melhor mobilidade.
Utilizar precaução de contato, isto é uso de avental não estéril e luva procedimento
se necessário.
Realizar a troca do curativo após a higiene corporal diária
MATERIAL
SF 0,9% o suficiente para remoção de exsudato. A quantidade varia de acordo com
o aspecto clínico da lesão;
Seringa 20 ml
Gazes;
Compressa ou chumaço - o suficiente para absorver o exsudato por, pelo menos,
12 a 24 horas;
Luva estéril;
Luva de procedimento;
Kit curativo;
3 unidades de atadura de crepe de 20 cm;
6 unidades de tiras fita adesiva ou esparadrapo de 10cm comprimento x 15cm
largura.
PROCEDIMENTO
Preparar as faixas de fixação e contensão: desenrolar as 3 ataduras de crepe de
20cm e dobrá-las ao meio. Em seguida sobrepô-las em forma de escama de peixe,
FINALIDADE DA TÉCNICA
Uniformizar o procedimento na instituição;
Aplicar tratamento local para alivio da dor, prevenção de infecção e tratamento da
área queimada.
PRINCÍPIOS GERAIS
O curativo deve ser realizado com técnica asséptica e em 3 camadas;
A terapia tópica indicada para queimadura é a sulfadiazina de prata 1% com troca
do curativo a cada 24 horas.
MATERIAIS
Avental de proteção e luvas de procedimento;
SF 0,9%;
Lençóis limpos;
Chumaço ou compressas estéreis;
Material de curativo estéril se necessário;
Sulfadiazina de prata 1%;
Cuba rim estéril;
Avental e luvas estéreis;
Raion ou gaze de algodão;
Atadura de crepe de acordo com a área queimada;
Avental estéril.
DESCRIÇÃO DA TÉCNICA
Paramentar-se com avental e luva de procedimentos;
Realizar a higiene diária do paciente (pele íntegra) de acordo com a rotina
institucional com água e sabonete neutro ou clorohexidine degermante, em caso do
paciente apresentar microrganismo multirresistente;
Avaliar a necessidade de analgesia para realização do curativo;
Umedecer o curativo anterior com soro fisiológico antes de sua retirada;
Retirar o curativo anterior;
Trocar a roupa de cama e utilizar lençóis limpos;
Abrir material estéril e iniciar o curativo;
Paramentar-se com avental estéril para o grande queimado e luva estéril;
Irrigar abundantemente a área lesada com SF a 0,9%, removendo-se tecidos
desvitalizados e restos de pomada a cada troca de curativo. Observar o aspecto da
Grupo responsável pela elaboração:
Vanessa Abreu da Silva, Luciana Bueno da Silveira Jaroslavsky
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: Dr. Luis Gustavo Oliveira Cardoso Nome: Sr. Jacques Gama
Observações:
Avaliar periodicamente a perfusão periférica em membros;
Prestar cuidado especial nas mãos e pés. Os dedos devem ser envolvidos
separadamente na 1ª e na 2ª camada, mantendo-os enfaixados na posição
funcional, evitando sequelas;
Manter membros em abdução e pescoço em hiperextensão com uso de coxim de
lençóis sobre os ombros;
Face e períneo devem ser tratados pelo método de exposição. A reaplicação da
sulfadiazina de prata 1% deve ser realizada a cada 12horas. Face e boca devem
ser tratadas com Ácido Graxo Essencial ou vaselina líquida, devido ao risco de cair
sulfadiazina de prata na mucosa oral ou ocular. Os olhos devem ser irrigados com
água destilada ou SF 0,9%;
Os lençóis e cobertores não precisam ser estéreis, apenas limpos e serem de uso
individual.
ANEXOS
NE.A1 - NORMAS, PORTARIAS E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
QUE EMBASAM O FUNCIONAMENTO DA ÁREA
REFERÊNCIAS
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Vanessa Abreu da Silva
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Grupo responsável pela elaboração:
Vanessa Abreu da Silva
Responsável pela área Data: 31/01/2016 CCIH Data: 31/01/2016 SST Data: 31/01/2016
Nome: Vanessa Abreu da Silva Nome: NÃO SE APLICA Nome: NÃO SE APLICA
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(Frente) (Verso)
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Grupo responsável pela elaboração:
Ivan Rogério Antunes, Vanessa Abreu da Silva, Renata Fagnani, Angélica Olivetto de Almeida, Daniela Fernanda dos Santos Alves, Elaine Cristina Cândido
Responsável pela área Data: 10/04/2019 CCIH Data: 10/04/2019 SST Data: 10/04/2019
Nome: Ivan Rogério Antunes Nome: NÃO SE APLICA Nome: NÃO SE APLICA