Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
REVISTA
CEEEC
2019/ ano I
Sumário
Um caminho para a inclusão
EDITORIAL............................
10 anos
..............................................
...1
DEPOIMENTOS DE
CONHECENDO
AS DEFICIÊNCIAS
Desafios, possibilidades
e conquistas
UM CAMINHO PARA
INCLUSÃO
Escola, família, AEE e equipe
multiprofissional
Eu faço parte
Construtores da história
do CEEEC
ALUNOS...............................................3
MERCADO DE TRABALHO.....................................................47
ENTREVISTA .........................................................................50
(anexar texto)
CEEEC, 10 ANOS!
Texto coreográfico produzido pela Profª Rose Costa e apresentado pela OFICINA DE DANÇA CEEEC por ocasião da
Caminhada em defesa dos direitos da Pessoa com Deficiência. Setembro / 2019.
Cartas ao CEEEC
Antes de 2011 eu tinha uma vida muito parada. Não sabia ler, assinar meu nome e
quase não saia de casa. Frequentava apenas a igreja com a família e algumas festas.
De 2011 para cá minha vida mudou completamente, para muito melhor. Hoje eu
assino meu nome, aprendi a ler e escrever em Braille, sei usar o notebook e o celular,
locomover com mais segurança através das técnicas de O.M que aprendi. O CEEEC
contribuiu muito comigo, posso até dizer que “comecei a viver” a partir do dia que
passei a frequentar esta escola. Fiz muitas amizades, participo dos eventos e do coral
da escola.
Percebo que ouve uma grande mudança na minha vida depois que passei a frequentar o CEEEC. Houve uma evolução.
Tinha muita vontade de ter acesso as tecnologias como por exemplo usar o celular e o notbook. Hoje eu utilizo com
facilidade, facilitar a comunicação com os familiares, posso acessar muitas coisas no como youtube, google, “whatsapp”.
Quando tinha acesso a leitura em tinta eu gostava muito de ler, mas passei em bom tempo seu ler devido ao problema
visual. Com o aprendizado do Braille eu voltei a ler, que era meu maior sonho. Hoje tenho uma lista dos livros que já li
em Braille. Quanto a minha mobilidade melhorou muito. Antes eu batia demais nas coisas, me queimava e me cortava
muito. Com o aprendizado das técnicas de O.M aprendi a me proteger mais. Com o atendimento psicológico percebi
que estou mais solta, alegre...
O CEEEC me proporcionou mais independência.
- Núcleo de DV
Eu sou Rodinei, tenho 32 anos e estou no CEEEC desde 2010, foi aqui
que eu comecei a melhorar a leitura e a escrita. O CEEEC é um lugar
que aprendi a conviver melhor com os colegas e as professoras que
são muito legais.
Gosto muito do núcleo de dança, do coral e dos filmes que participo.
O CEEEC é muito bom pra mim, pois aprendi a me soltar mais e
mandar a timidez embora. É um lugar de muita alegria, pois faço
muitas amizades. Valeu CEEEC, obrigada por tudo e por me fazer
feliz!
Aluno Rodinei Tony Nogueira dos Santos, 32 anos –
Núcleo de Deficiência Intelectual
Gostei muito do CEEEC, tenho muita saudade e sinto falta daí. A minha experiência foi muito boa.
Com vocês aprendi bastante coisas que eu não sabia e que não conseguia fazer, isso tudo para
mim foi maravilhoso: os carinhos, os cuidados que vocês tinham comigo, as conversas com vocês
para tirar as dúvidas, as brincadeiras divertidas, as gincanas, as festinhas e de fazer amizade com
colegas, até hoje não esqueço deles que foram pessoas maravilhosas para mim. Só tenho a
agradecer. Muito obrigado e que Deus abençoe vocês. Um beijo no coração de cada um.
Núcleo de Surdos
Criação do CEEEC
Telma Jaíne Cardoso - Gestora do CEEEC
O Colégio Estadual Professora Ielita Neves Cotrim Silva foi Em março de 2009, com muitas dificuldades e limitações,
criado em 2001 e contava com número significativo de tais como: número reduzido de funcionários e professores,
alunos, entretanto, ao longo dos anos houve uma queda escassez de recursos financeiros e materiais didático-
significativa de matrículas. Diante dessa situação, em pedagógicos, iniciamos as atividades ofertando
2008, a instituição vivenciou um processo de atendimento educaional especializado para pessoas com
autoavaliação, discussões e debates com a comunidade deficiência, transtorno do espectro autista – TEA,
escolar, representantes da Diretoria Regional de educação transtornos específicos da apendizagem e altas
– DIREC/24 e da Secretaria de Educação do Estado da habilidades/superdotação, objetivando a efetiva inclusão.
Bahia, visando a otimização e a ressignificação do espaço Em 2010, todo o espaço físico foi adaptado e reetruturado,
físico da instituição de ensino que estava subutilizado. com as adequações das salas de atendimento, banheiros,
Inicialmente, contamos com o então, Coordenador de rampas, corrimões, instalação de piso tátil, sinalização
Educação Especial do Estado da Bahia, João Prazeres, e sonora, tátil e visual, garantindo aos estudantes a
sugerimos a implantação de Salas de recursos acessibilidade arquitetônica.
Multifuncionais no referido espaço. No entanto, ele não Atualmente, o CEEEC atende uma média de 140 alunos,
atendeu ao nosso pedido e apresentou uma sem limite de idade, provenientes de vários contextos e
contraproposta: a criação do Centro de Educação Especial. classes sociais.
proposta que nos deixou felizes, otimistas, mas ao mesmo O CEEEC como instituição pública, mantida pela
tempo, apreensivos, não sabíamos direito a dimensão Secretaria de Educação do Estado da Bahia, se propõe a
desse projeto. era algo novo na Bahia, estava iniciando o ofertar o Atendimento Educacional Especializado – AEE,
processo de implantação dos centros no interior do Estado. Por se tratar de um serviço especializado, oferta de
A partir daí, dialogamos com a comunidade escolar, recursos humanos, técnicos, tecnológicos, físicos e
visitamos instituições em alguns municípios que materiais com o objetivo de possibilitar o acesso e a
trabalhavam com o público alvo da Educação Especial e complementação e/ou suplementação do currículo comum
estudamos muito sobre a temática. Os estudos e debates ao estudante.
culminaram na elaboração de uma nova proposta Ao contrário das escolas de ensino comum que
pedagógica, tendo como foco a Educação Especial e normalmente atendem a população do seu bairro e/ou
Inclusiva, ofertando o Atendimento Educacional imediações, o CEEEC recebe alunos de vários pontos da
Especializado – AEEMesmo com a resistência da maioria cidade e imediações, inclusive cidades vizinhas ( desde que
dos professores, um pequeno grupo de profissionais não tenham Atendimento Educacional Especializado
aceitou o desafio proposto, devido à carência de serviços nessa área, em seu local de origem). Ao longo de sua
de AEE e a dimensão educacional e social de tal projeto trajetória, o CEEEC foi pioneiro, ousou e está construindo
para a região muito. No entanto, tem a exata dimensão de que por
participar de um processo, muito há ainda por ser feito.
Implantação de Centros de
Educação Especial
Professor João Prazeres não pararam por aí, juntamente com a minha equipe sempre
Coordenador de Educação Especial da SEC- BA pensando no melhor para os profissionais do (AEE) e os
(Período - 2007 a 2012) estudantes com necessidades educacionais especiais,
realizamos projetos de formação com recursos do plano de
ação articulada (PAR) nas diversas áreas da Educação
Especial em várias regiões do Estado da Bahia.
Seguimos implantando novos Centros de Educação Especial.
A região sudoeste sempre apresentou uma carência de
políticas públicas que contemplasse formação de
profissionais na área de educação especial, preocupado com
essa realidade, fui até diretoria regional de educação de
Caetité e em entendimento com o diretor e sua equipe, fomos
visitar a escola Ielita Neves Cotrim Silva que estava para ser
Muito antes de assumir a Coordenação de Educação Especial, extinta. Logo fiz a proposta para implantação de um Centro
participei do movimento social de pessoas com deficiência, de Educação Especial na referida unidade, sendo aceito a
não limitando minha participação em Salvador e Região proposta pela diretoria Regional, começamos o processo de
Metropolitana tendo como meta fortalecer o movimento e reuniões envolvendo direção e profissionais que atuavam na
conscientizar o seguimento de pessoas com deficiência sobre unidade, começando os primeiros passos para efetivação do
seus direitos enquanto cidadãos. Criando instituições em Centro de Educação Especial de Caetité. Vale ressaltar a
diversas regiões do Estado da Bahia. compreensão e a sensibilidade de toda comunidade que
Em 2007 assumindo a coordenação de Educação Especial da participou da construção desse processo, entendendo a sua
Secretaria de Educação do Estado da Bahia, busquei importância para toda Região.
desenvolver ações que contemplassem as pessoas com Fiquei muito feliz na condição de coordenador de educação
deficiência, focando as ações no atendimento educacional especial por ter conseguido implantar alguns Centros de
especializado, intensificando a implantação de salas de Educação Especial em diversas Regiões do estado da Bahia,
recursos multifuncionais e novos Centros de Atendimento podendo contribuir para garantia de oportunidades das
educacional especializado. pessoas com necessidades Educacionais Especiais atendidas
Uma das primeiras ações como coordenador de Educação pelos referidos Centros que apesar das dificuldades
Especial foi a realização de um seminário, através de vídeo enfrentadas, seus gestores e toda equipe de profissionais
conferência onde foi discutido a proposta de implantação de realizam um trabalho de qualidade fazendo a diferença em
uma Rede de Educação Especial, envolvendo as Instituições cada região. Posso afirmar que foi um grande momento de
Especializadas, os Centros de Educação Especial, as prazer e alegria ter ido a Caetité no dia 9 de março do ano de
Universidades Públicas e Privadas, as diretorias Regionais de 2009 juntamente com Secretário de Educação da época para
Educação e Instituições Afins. Importante enfatizar que para inaugurarmos o Centro Estadual de Educação Especial de
essa ação, contei com total apoio de meus Auxiliares e toda Caetité com a presença e participação de toda equipe da
equipe da SEC e do Instituto Anísio Teixeira (IAT). Diretoria Regional de Educação, Gestores, Professores,
Na condição de coordenador de Educação Especial, e ser uma profissionais de apoio do Centro, familiares de pessoas com
pessoa com deficiência, a minha intenção foi de oferecer deficiência, pessoas com deficiência e a comunidade em geral.
formação aos profissionais do (AEE) condições de trabalho, Neste período na coordenação de educação especial, sempre
que atendesse as necessidades do público alvo, garantindo- pensando em oferecer condições para que as pessoas com
lhes igualdades de direitos, condições de aprendizagem, deficiência do estado da Bahia, pudesse ter oportunidade de
respeitando os limites e possibilidades de cada um.As ações desenvolver suas habilidades através de profissionais
devidamente habilitados para o atendimento do (AEE), foi para que as ações fossem realizadas, posso afirmar que não
firmado um convênio entre a Secretaria de Educação do realizei todos os projetos idealizados por mim e toda a equipe,
Estado da Bahia e a UNEB para formação de 160 mas tenho a convicção de que tentei fazer o melhor para o
especialistas, para atuarem nos centros de educação especial, bem estar dos milhares de crianças, jovens e adultos com
nas salas de recursos multifuncionais e instituições deficiência do nosso estado. Sou grato a todos que
especializadas. contribuíram direto e indiretamente para que os a
Quero ressaltar que não fiz nada sozinho, sempre trabalhei Coordenação de Educação Especial cumprisse o seu papel
com apoio da minha equipe, com os centros, com as como um órgão da estrutura da Secretaria de Educação do
instituições e diversos parceiros que muitos contribuíram Estado da Bahia.
relativas à educação especial na 1ª Conferência Regional
Caminhos intercruzados na
de Educação promovida pela Direc – 24 no ano de 2007.
Educação Especial Neste evento, tivemos a participação do Coordenador de
Educação Especial da Secretaria de Educação, o
professor João Prazeres, que nos falou sobre a proposta
de implantação de centros estaduais de referência para
produzir atendimento, formação e suporte aos alunos
especiais matriculados na rede regular de ensino.
A proposta foi recebida com bastante entusiasmo por
nós da DIREC-24 e pela equipe gestora do então Colégio
Estadual Professora Ielita Neves Cotrim Silva em vias de
ser extinto.
Após a oficialização da sua criação em 2009, o trabalho
de implantação foi bastante árduo e teve a DIREC, os
gestores e professores do CEEEC como protagonistas.
Dos cerca de 25 professores integrantes do antigo
Colégio Ielita, somente ao permaneceram, impondo à
Jorge Adilson Gondim Pereira
nós a imperiosa missão de nutrir a nova escola com
professores e funcionários.
Professor e Ex-diretor da DIREC-24 (2007/2011)
Em retrospectiva, entendemos ter sido, não só válido,
mas, necessário o esforço empreendido por nós à favor
Falar brevemente da minha participação em relação à
da Educação Especial de Caetité. Hoje, a comunidade
implantação do CEEEC – Centro Estadual de Educação
territorial, em que pese os limites ainda enfrentados
Especial de Caetité é motivo de muita honra e gratidão.
pela educação pública, goza dos benefícios deste
Num contexto social em que a memória cultural e
relevante estabelecimento. Portanto, parabenizamos e
educacional se perde progressivamente, lançar uma
desejamos vida longa ao CEEEC!
revista comemorativa aos dez anos desta instituição,
contando suas histórias de resistência e trabalho
docente voltado para os alunos especiais é fato digno de
louvor.
Nesse sentido, queremos parabenizar aos gestores,
professores, auxiliares, servidores administrativos e de
apoio que dão vida à essa escola, que ajudaram a
implantá-la e a consolidá-la como uma instituição
respeitada socialmente em virtude do que produz
pedagogicamente.
Os meus caminham se intercruzaram com a educação
especial assim que assumi o cargo de diretor da
Diretoria Regional de Educação (DIREC-24). Naquela
época, me foi solicitado pela Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais (APAE), professores para
atuarem na escola mantida pela referida associação em
Caetité. A solicitação foi atendida com a disposição de
professores excedentes das escolas estaduais.
A ideia de instalar um Centro Estadual de Educação
Especial em Caetité surgiu a partir das demandas
Depoimentos:
Profª Albertina Mª
Silveira F. Pereira
Comecei a trabalhar como professora alfabetizadora em diversos setores da área de Educação Especial, pois,
ainda muito jovem, na Escola Estadual Professor Waldir seria o caminho necessário para ingressar no mundo das
Cardoso, em Caetité. Dez anos depois, assumi a direção pessoas com deficiência. Abracei a causa! Por ter
da mesma, permanecendo por aproximadamente nove habilidades com as artes e, devido a necessidade do uso
anos. Logo após, fui convidada a assumir a coordenação de recursos adaptados para os alunos da instituição, fui
do Programa Ciclo Básico de Aprendizagem –CBA trabalhar no núcleo de adaptação e produção de
atendendo a todos os municípios jurisdicionados à materiais específicos visando um melhor desempenho
Direc/24. Foi um período de experiências valiosas para dos alunos durante o atendimento pedagógico. Apesar de
meu crescimento profissional. atender à demanda da instituição, meu trabalho era mais
Com o surgimento dos Projetos Estruturantes AVE/TAL direcionado aos alunos do Núcleo Visual. Nesse ínterim,
e FACE recebi a proposta para fazer parte da equipe de pude perceber quão significativo foi poder contribuir
coordenação de tais projetos. Por me identificar demais para o processo de inclusão dessas pessoas com quem
com trabalhos artísticos, abracei a causa com tanto aprendi, no convívio diário, mostrando-me que a
determinação e entusiasmo. Etapa essa da minha vida vida tem seus desafios, mas também possibilidades.
que fez desabrochar os talentos artísticos que estavam Tudo isso fez com que eu me tornasse, a cada dia, um
intrínsecos em mim e anseiavam ser compartilhados, ser humano mais sensível e defensor na luta das pessoas
para que pudessem despertar em outros, talentos das com deficiência.
artes visuais e musicais que talvez não soubessem que Agora como professora aposentada, ainda me vem à
possuíam. Foram momentos gratificantes e ímpares! lembrança os bons momentos de dedicação,
Após alguns anos fui removida para o Colégio Estadual concentração e amor ao confeccionar cada material, pois
Profª Ielita como professora de Língua Portuguesa. Atuei sabia o quanto iria facilitar o aprendizado de cada aluno.
nessa área até quando surgiu a proposta de transformá- Contudo, afastada das atividades que desenvolvia, não
lo no Centro de Educação Especial. Confesso que temi o deixei de acreditar numa educação inclusiva, onde todos
desafio de enfrentar essa nova realidade, porém, com o tenham a oportunidade de ter uma vida mais justa e
apoio dos colegas e gestorfui em busca de conhecimento igualitária.
reconheço que as pessoas com deficiência são
Edna Teixeira Silva –
capazes de aprender e realizar inúmeras coisas das
Funcionária quais duvidava. Além disso, acredito que, graças ao
contato com essas pessoas me tornei um ser humano
melhor e, por isso, sou grata pela oportunidade de
viver essa experiência ímpar em minha vida.
NAYARA LAVINE –
Sou Edna Teixeira, moro em Caetité, sou INSTRUTORA SURDA
funcionária pública e trabalho na instituição CEEEC
desde 11 de julho 2005. Quando fundou o CEEEC já
trabalhava aqui. Minha função é a de serviços gerais,
ou seja, promover a limpeza da escola para acolher
bem os alunos. Gosto de participar e de contribuir
no processo de inclusão proporcionado pelo Centro
para o progresso da educação especial. Sinto me
honrada em fazer parte desta maravilhosa equipe.
Olá tudo bem? Sou Nayara Lavine. Vou contar
Adoro o que faço. É a minha alegria trabalhar nesse
minha experiência no Centro Estadual de Educação
espaço, que é muito importante para muitas
Especial de Caetité – CEEEC, mas antes vou relatar
crianças e adultos que tem deficiência. Amo! Eles
um pouco da minha história. Quando criança
são especiais para todos nós. Obrigada meu Deus
estudava em Caetité e na escola não havia intérprete
por me dar a oportunidade de fazer parte desta
de Libras e, para mim, a professora só mexia a boca
maravilhosa equipe.
e eu não entendia nada. Uma colega ouvinte que
sentava ao meu lado, me ajudava. O tempo foi
Juliana Junqueira Aguiar – passando e eu conclui o ensino Fundamental I, mas
não queria continuar estudando porque não tinha
Funcionária acessibilidade. Então, aos 19 anos de idade, minha
mãe entrou em contato com a Escola Idalice Nunes
em Guanambi e fiquei feliz por saber que iria
aprender Libras. Foi lá que tive minha primeira
experiência com a língua de sinais. Logo que cheguei
Trabalhei em uma creche municipal durante sete na instituição, os surdos conversavam comigo, mas
anos até que vieram as mudanças, e então, fui eu não entendia. Aos poucos fui aprendendo e meu
informada que iria trabalhar numa nova escola, o desenvolvimento e compreensão foi ampliando,
Centro Estadual de Educação Especial de Caetité - pois, até então, só usava gestos e mímicas. Eu ia e
CEEEC. A partir daí surgiram as inquietudes, pois voltava de Guanambi todos os dias. Era muito
pensava o tempo todo como seria essa nova cansativo. Minha mãe sempre me apoiava e também
experiência, já que trabalharia com um público exigia muito de mim. Minhas irmãs Laís e Eny me
diferente, pessoas com deficiência. Assim, em 2009 ajudavam nas atividades escolares, mas nem sempre
mergulhei nesse novo universo, mesmo sem saber o ficava claro para mim.
que me esperava. Aos poucos fui descobrindo como
é interessante e maravilhoso trabalhar com essas Em 2009 foi fundado o CEEEC e minha mãe ficou curiosa
pessoas, e como os alunos especiais têm muito para para saber como funcionava. Conversou com a diretora e
nos ensinar. Com eles fiz novas descobertas e posso logo percebi que o atendimento era por especialidade, ou
afirmar que aprendo muito, todos os dias. Hoje seja, por núcleos. Encontrei Vanessa, Hayala, Alex,
Edinéia, surdos que já conhecia há alguns anos. Comecei Atualmente quem desenvolve esta função é a professora
a frequentar e a professora Eva Alzira me auxiliava no Ana Marta
apoio pedagógico e Thiago nas aulas de Libras.
Agora, 2019, estou muito feliz porque trabalho como
Em outro momento, com a professora Cynara eu tinha instrutora surda nessa instituição e ajudo alunos surdos
aula de português como segunda língua. Eu me recordo que vem dos distritos e da sede. Sinto que sou referência
que nesta época, nós surdos produzíamos apresentações surda para eles ensinando-lhes a
teatrais, músicas e passeios temáticos. Foi ótimo! cultura e identidade surda, a valorização do ser Surdo e a
Aos 24 anos fiz meu primeiro vestibular, mas não fui importância de fazer parte de uma comunidade surda.
aprovada, continuei frequentando o CEEEC. Em 2012 fiz Ensino a língua própria do surdo a LIBRAS e o ensino é
o concurso da prefeitura de Caetité, e a professora Eva diferenciado da segunda língua - português L2, porque é
atuou como intérprete e fui aprovada. Fiquei muito feliz. a primeira língua dos surdos - L1. O contato e interação
Sou grata ao CEEEC, que foi importante para mim na de surdos com outros surdos é fundamental para a
troca de experiências e na construção de novos fluência da língua. Obrigada equipe do CEEEC.
conhecimentos.
ALUNO
Eu sou Alex Pereira, sou surdo e resido em Caetité. Vou fazia o atendimento de apoio pedagógico. Retornei aos
contar um pouco da minha história. Quando era criança estudos no Colégio Estadual Seminário São José no turno
estudava na Escola que ficava no Centro Social e Lavine era noturno e, concluindo o Ensino Fundamental II ingressei no
minha colega. Ela me ajudava muito. Era muito difícil porque CETEP para cursar o curso Técnico em Administração. Foi
a professora só oralizava e nós não entendíamos nada. um período de grande aprendizado contabilizando também
Ninguém sabia Libras. Aos 19 anos de idade tive contato com os três estágios realizados durante o curso. O terceiro estágio
a Libras e comecei a desenvolver e aprender muitas coisas ocorreu no NTE/13 e foi o mais significativo na construção de
novas. Em 2009, após a criação do CEEEC, comecei a conhecimento específico da área. Conclui o Ensino Médio em
frequentar e Thiago ensinava Libras e a professora Eva Alzira 2016 e sou grato ao CEEEC pelo incentivo e apoio.
Custódia Rosa de Carvalho – Mãe de toda a minha família. Lucas é um menino
extremamente inteligente, amoroso, criativo,
aluna espetacular, e o C E E E C soube reconhecer suas
dificuldades, e valorizar o que ele tem de melhor.
( anexar texto)
CONHECENDO AS DEFICIÊNCIAS
Recuso-me a ser considerada excepcional, deficiente. Não sou. Sou surda. Para mim, a língua de sinais
corresponde à minha voz, meus olhos são meus ouvidos. Sinceramente, nada me falta. É a sociedade que
me torna excepcional... (Emmanuelle Laborrit, O Vôo da gaivota)
Todos nós somos diferentes e únicos e, aceitar o outro a falta de ambientes e materiais acessíveis nos contextos
em sua singularidade, requer conhecimento sobre sua escolar,
história, luta e resiliência. Para os surdos, não é familiar e social levando-os a exclusão de informações
diferente: quanto mais estudamos sobre eles, mais que acontece em seu entorno.
entendemos a complexidade da inclusão e a urgência de
mudanças de paradigmas.
Considera-se pessoa surda, aquela que por ter perda
auditiva, compreende e interage com o mundo por meio
de experiências visuais e manifesta sua cultura
principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais
– Libras1. Visto dessa forma, a compreensão do ser
surdo distancia-se da concepção clínica de deficiência,
que necessita de reabilitação, e busca se aproximar de
uma concepção socioantropológica do sujeito, que
considere a sua individualidade, sua identidade e sua Assim, o Atendimento Educacional Especializado - AEE
cultura. na área de surdez do CEEEC, considera todos esses
A comunicação é uma das principais barreiras fatores e busca oferecer um serviço que tenha como
enfrentadas pela pessoa surda, e mesmo com o pilar o uso da Libras. O objetivo do serviço prestado é de
reconhecimento da Libras, os surdos, em sua maioria, viabilizar uma comunicação mais efetiva, favorecer o
enfrentam dificuldades no seu dia-a-dia por falta de desenvolvimento acadêmico e a inclusão social. O
acessibilidade comunicacional e atitudinal, assim como, atendimento didático-pedagógico acontece em três
1
Art. 2º, Decreto 5626/05
momentos distintos: AEE de Libras, de Língua
Portuguesa e em Libras.
O ensino de Libras tem como objetivo primordial a contextualizada, preferencialmente, por um instrutor
aquisição da Língua de Sinais e, consequentemente, o ou professor surdo, que transmita aos educandos a
desenvolvimento da linguagem e da competência Libras e também os seus aspectos históricos e culturais.
comunicativa do educando. Além da melhoria na A presença de um instrutor surdo fluente, para o
comunicação cotidiana, este atendimento contribui atendimento de Libras, é importante para que os
para a aquisição de base conceitual em Libras acerca dos alunos, especialmente as crianças, tenham uma
temas e/ou conteúdos abordados na escola comum. referência linguística e cultural, com a qual se
Para isso, o ensino de Libras deve acontecer de forma identifique.
O ensino da Língua de Sinais é planejado após avaliação diagnóstica com o estudante, a fim de averiguar o estágio
de uso da língua e estabelecer estratégias de intervenção pedagógica, que possibilite a aquisição e/ou ampliação do
vocabulário de Libras. Para que este objetivo seja alcançado são realizados estudos da estrutura da Libras; obras
culturais surdas na literatura nas artes plásticas e na tecnologia; comunicação e interação entre os pares surdos por
meio de atividades de formação e recreação em grupo, dentre outras.
O desenvolvimento da linguagem pelo estudante surdo manifestações e produções artísticas culturais. Assim, a
favorece o fortalecimento da comunicação e do aquisição da língua de sinais pelo surdo e o contato
relacionamento entre os pares, além de proporcionar a frequente entre eles é elemento essencial para a
construção da sua identidade e a inserção na construção da afetividade, para o processo de
comunidade surda, ambiente propício para a formação autoaceitação, sociabilidade, elaboração da autoestima
política do sujeito, participação social, promoção de e do desenvolvimento cognitivo.
Processos Mentais
EDPM
A língua de sinais é
uma língua, não são gestos
nem linguagem.
BIBLIOGRAFIA
“Acreditar na potencialidade da pessoa com deficiência intelectual deve ser o catalizador de ações que reposicionem o
sujeito, tirando-o da posição de mero espectador para posicioná-lo como protagonista de suas operações intelectuais.”
Shipper &Vestena
Para tratar do tema Deficiência Intelectual é necessário, impede de aprender e desenvolver-se. “O deficiente
primeiramente, desarmar-se dos preconceitos arraigados intelectual aprende de acordo com suas características em
durante décadas. Embora o discurso cotidiano sobre a ritmo próprio.” (RODRIGUES,2013, p.54).
pessoa com deficiência intelectual ainda reproduza o O conceito e a caracterização da Deficiência intelectual –
estigma social com uso e abuso de termos e ideias DI adotada no Brasil pelo Ministério da Educação (MEC)
impactantes que impedem sua inserção social. Os últimos segue o modelo proposto pela Associação Americana de
estudos buscam abolir esse equívoco comprovando que a Deficiência Mental (AAMR) e serve como ponto de
pessoa com essa deficiência além da inteligência possui partida para implementação de Políticas Públicas que
características cognitivas diferenciadas, o que não a visam um atendimento especializado a estas pessoas.
demora em firmar a cabeça, sentar- se, andar, falar) e na pessoa com deficiência intelectual apresenta alterações
dificuldade no aprendizado (dificuldade de compreensão de nos processos mentais que interferem na aquisição da
normas e ordens, dificuldade no aprendizado escolar). leitura, dos conceitos matemáticos, na realização das
É preciso que haja uma série de sinais associados para que se atividades da vida diária, no desempenho social, entre
suspeite de deficiência intelectual, por isso as áreas de outras habilidades. Entretanto, vale ressaltar que essas
evidência das necessidades devem ser determinadas através alterações não são determinantes por si só para o seu
A ausência de um dos sentidos, como a visão pode trazer❖ A iniciação da escrita e leitura, tanto para criança como para
consequências para o desenvolvimento e aprendizagem dos o adulto, se faz com o conhecimento da reglete e a punção, a
indivíduos. A falta da visão, além de afetar a locomoção do discriminação tátil, a destreza e o uso dos dedos.
sujeito no espaço físico, afeta também a sua capacidade de❖ O sistema Braille na sua aplicação, quase todos os sinais
leitura e escrita. No entanto, toda pessoa é capaz de conservam a sua significação original. Apenas algumas
desenvolver-se e aprender algo independentemente de suas vogais acentuadas e outros símbolos são representados por
limitações, desde que sejam respeitadas e principalmente se sinais que lhes são exclusivos.
forem estimuladas de forma adequada. ❖ Dentro desta estrutura, são obtidas as combinações
Nesse sentido, as pessoas com baixa visão ou cegueira podem diferentes que constituem o Sistema pelo qual, em todo o
apropriar-se de conhecimentos sistematizados e elaborados mundo, as pessoas cegas têm acesso à leitura e à escrita de
socialmente assim como participar efetivamente no meio suas respectivas línguas.
social, desde que recebam os estímulos e orientações ❖ O pré-Braille - auxilia no domínio das habilidades,
necessárias ao seu desenvolvimento, construção de desenvolve a percepção tátil e de espaçamentos diferentes
aprendizagens e conceitos. entre os pontos Braille.
No CEEEC, o núcleo visual visa o pleno desenvolvimento dos
sujeitos através de serviços como Braille, Soroban; Atividade SOROBAN
da Vida Autônoma – AVA; Estimulação Essencial; Avaliação
Funcional da Visão, Estimulação visual; Orientação e
Mobilidade – OM; Escrita Cursiva. Estes serviços específicos ❖ O Ábaco, ou Soroban é um instrumento de calcular
para o público DV são oferecidos por meio do atendimento característico dos povos orientais e já era utilizado bem antes
educacional especializado e é determinado de acordo com o da era cristã.
comprometimento, a faixa etária, o desenvolvimento ❖ É um recurso didático para facilitar a aprendizagem do
cognitivo e os interesses de cada um adotando-se princípios cálculo
metodológicos compatíveis aos diversos casos.
Para abordagem educacional é necessário à comprovação do
nível de desempenho visual.
BRAILLE
Orientação e Mobilidade
LETRA CURSIVA
ESTIMULAÇÃO VISUAL
Atendimento
Atividades
Para alunos com cegueira, são disponibilizados Já os alunos surdos têm à disposição o
leitores de tela como Jaws, NVDA e outros. Dicionário em Libras, que exibe os verbetes
como textos, desenhos ilustrativos da posição e
O Jaws é um leitor de telas movimento dos braços, mãos e dedos.
compatível com sistemas
operacionais Windows. O aplicativo ProDeaf traz
dicionário de português e Libras,
O NVDA é também um leitor onde um avatar faz a tradução.
de telas para computadores com
o sistema operacional Windows, Tem ainda o Hand Talk. Ele
porém gratuito e possui um converte conteúdo português
sintetizador de voz multilíngue, (digitado, falado ou fotografado)
livre para mais de 40 idiomas. em para Libras.
Além da Colmeia, uma placa de acrílico com perfurações correspondentes a cada tecla
do teclado e quando fixada sobre o mesmo, evita o pressionamento de teclas indesejadas
por aqueles que apresentam movimentos involuntários.
Considerações Finais
O uso desses diferentes recursos no CEEEC tem possibilitado mediar situações/ações pedagógicas com
garantia de melhores resultados aos alunos, inserindo-os nas diferentes possibilidades acometidas no
ambiente educacional e auxiliando na aquisição de novas formas de construir o conhecimento.
Serviço de
Vale saber Itinerância
O serviço de itinerância se caracteriza como uma ação ações de apoio à escola regular visando o sucesso do estudante
pedagógica que está relacionado ao Atendimento Educacional com deficiência.
Especializado – AEE e é realizado por professores com Assim, a itinerância é definida como um serviço de
formação específica que se desloca de seu local de trabalho ( orientação e acompanhamento pedagógico realizado por
Centro Estadual de Educação Especial de Caetité – CEEEC) meio de visitas periódicas que variam de acordo com a
com o propósito de atender ao estudante com deficiência e a necessidade do estudante e das escolas comuns. Esse
equipe pedagógica da instituição escolar em que se encontra serviço poderá ocorrer em diversas unidades de ensino,
inserido. Este serviço objetiva orientar procedimentos dessa forma o professor especializado que realiza esse
metodológicos e/ou o uso de equipamentos específicos que acompanhamento deverá apresentar à direção do CEEEC
promovam o acesso ao currículo comum, bem como encadear um instrumento de registro das escolas atendidas.
Todos os dias, perguntas, avisos e elogios como estes e forma sua base através do vínculo pofessor / aluno. Quando
outras tantas formas de expressão vindas dos pais ou consecutivamente, o primeiro “toca” a alma do segundo e
responsáveis pela pessoa com deficiência, adentram o percebe suas demandas: familiares, escolares, sócio –
nosso Centro Estadual de Educação Especial – CEEEC. afetivas e psíquicas, apresentadas com palavras e
Trazem, informalmente, sinais de algo imprescindível entre comportamentos visualizados e/ou silenciados. Ganha
espaço educacional e família: PARCERIA - unidade possível maturidade quando, a partir dessa base, constrói o seu
de estimulação e motivação pedagógica, sócio – afetiva e Plano de Desenvolvimento Individual – PDI e cria
psíquica no desenvolvimento de um ser humano. condições para que ele extrapole as paredes da sala de
Mas a Antropologia e a Psicologia nos ensinam que fazer atendimento, adentre o lar, a escola, a comunidade e
parceria implica, entre outras coisas: diálogo, saída do local transforme em experiência de vida, as intervenções vividas
de conforto, renúncia, conciliação e reaprendizagem sobre no Atendimento Educacional Especializado - AEE. Se firma
a maneira de enxergarmos o mundo; empatia como quando a família permite que essas experiências se
ferramenta básica de convivência uns com os outros; busca misturem às vividas no seu cotidiano e gere emancipação
de um lugar possível para chegar frente à diversidade de na vida do seu filho, filha ou ente de sua responsabilidade.
caminhos trilhados. Algo bastante difícil de ser construído Quando lhe ajuda a processar o que Piaget chamou de
na atualidade, convenhamos. “individuação” do sujeito. Ou seja, compreender-se pessoa
No CEEEC a parceria com as famílias certamente não foge com deficiência que tem: nome, corpo, cheiro, idade,
a estes desafios. Se abastece deles para encontrar esse lugar endereço, família, emoção e potencialidades. Alguém que
possível de chegar a um objetivo comum junto as famílias. pode contar com o outro, mas quando necessário, recorre
Para atender as demandas apresentadas pelo processo do às suas reservas de resiliência e autoestima para melhor
que chamamos acima de estimulação e motivação gerenciar as armadilhas mentais e sociais impostas ao seu
pedagógica, sócio – afetiva e psíquica para o cotidiano. Percebe o lugar social que se encontra como
desenvolvimento de um ser humano. Especialmente aqui, potencializador de um território de identidade possível de
da pessoa com deficiência. sonho e, portanto, tradutor de uma vida mais feliz.
Mas como essa parceria acontece? Podemos dizer que ela Mas para que isso ocorra, é preciso que a família esteja
consciente do seu papel de mediadora, sobretudo, como funciona nos tempos e espaços de suas vidas;
emocional desses indivíduos. Para isso é preciso algo compreender-se diverso, falível, mas sobretudo, resiliente;
fundamental: aprender a cuidar de si para orientar o outro. entender os limites, reações e possibilidades do outro a
E por isso, parceria aqui se desdobra também em partir do conhecimento desses estágios do desenvolvimento
atendimento aos pais e / ou responsáveis. Isso se dá através em si mesmo.
de reuniões bimestrais coletivas a partir de palestras com Nesse sentido, urge que pais e mestres se voltem para a
temas relacionados a clientela e reuniões periódicas entre construção de ferramentas que lhes ajudem a lidar com
pais e professores. Parece humanamente impossível suas inquietações cotidianas ao lado de filhos e alunos
orientar pessoas, sejam elas com ou sem algum especiais. Busquem através das orientações
comprometimento físico ou intelectual sem primeiro cuidar multiprofissionais dadas no CEEEC, o centramento de suas
de si mesmo. Possivelmente as relações tendem ao desgaste emoções usando-as a favor de uma orientação postulada no
e à somatização de aspectos negativos. Isso ocorre “a curto tempo e ritmo de seus entes queridos, em detrimento da
ou a longo prazo e os sentimentos de infelicidade, desgosto somatização de alguns aspectos considerados negativos. De
e raiva dão origem a doenças mais graves quando outro modo, fortaleçam a parceria imprescindível entre
arrastadas por muito tempo”. [CAIRO, P.1]. Para tanto, família e espaço educacional para o desenvolvimento sócio
pressupõe-se que o orientador tenha primeiramente, um – afetivo e psíquico da Pessoa com Deficiência.
conhecimento filosófico e psicológico da construção de seu
self com o tempo e os recursos que tem. Saber quem é e Profª Rose Costa & Profª Sônia Carvalho
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
A equipe multiprofissional é uma forma especial de nosso município. O trabalho da equipe é desenvolvido por
organização, composta por profissionais com formação e meio do atendimentos dos alunos matriculados no CEEEC
qualificação específicas e em que objetiva-se a ajuda mútua e de alunos das escolas da Rede Municipal que se localizam
entre profissionais e tem com intuito principal, oferecer aos próximo ao Centro Educacional, onde cada profissional
alunos atendidos condições necessárias para potencializar atende em um dia da semana e a frequência doa
suas habilidades, respeitando suas singularidades. Além de atendimentos variam de acordo a demanda de cada área,
viabilizar momentos de orientações à equipe pedagógica, podendo variar de acordo à procura e quantidade de alunos
mediadores de aprendizagem e famílias de modo a que necessitem do atendimento.
contribuir para uma melhor relação e interação entre os Com a parceria da Equipe e o Centro, pode-se perceber as
envolvidos. Atualmente, a equipe multiprofissional que contribuições significativamente ao processo de ensino e
realiza os atendimentos no CEEEC, é formada pela aprendizagem bem como no aspecto sócio cultural, além do
Fonoaudiólogo Mércia Moreira, Psicopedagoga Juliana enriquecimento da prática profissional que abrange
Martins e Psicóloga Jeane Soares. atendimentos diversos, muitas vezes distantes e/ou
O trabalho realizado em parceria com o CEEEC é de suma ausentes na prática clínica.
importância uma vez que, o mesmo viabiliza o
fortalecimento e ampliação dos atendimentos realizados
pela equipe, garantindo a muitos alunos condições de
atendimento com os profissionais, o que para muitos
poderia ser inviável seja pela distância, por condições
financeiras ou outras diversas questões que impedem o
acesso e acompanhamento destes.
Outro aspecto importante é o fortalecimento das ações e os
planos de Educação Especial e Inclusiva dentro do
(Anexar fotos)
FORMAÇÃO
A formação continuada é temática presente nas propostas
educacionais em diferentes espaços, em que se discute e se
efetiva as ações e redes de ensino. A oferta do atendimento
educacional especializado e a implementação de diferentes
espaços de serviços especializados têm sido acompanhadas de
uma crescente demanda na formação de professores e
profissionais de educação. Desta forma, o CEEEC em parceria
com a Secretaria Estadual e Municipal de Educação e parceiros
têm oferecido ao longo dos seus 10 anos de existência a
Formação Continuada para o Atendimento Educacional
Especializado. Tal proposta de formação tem integrado um rol
de ações que compõe a oferta de cursos que se destina aos
professores das redes municipais, estaduais e particulares de
CURSOS: TDAH, Deficiência Intelectual, Baixa
ensino do Território de Identidade Sertão Produtivo.
Visão, Libras, Braille, Soborã.
As ações de formação tem como finalidade a construção de
PALESTRA: Educação Inclusiva – Os impactos das
práticas pedagógicas que visam fomentar a discussão sobre
“novas” políticas Públicas.
temas vinculados à educação especial tais como, o próprio
MESA REDONDA: Atendimento Educacional
conceito de educação especial, o diagnóstico, a deficiência, as Especializado.
práticas pedagógicas com estes alunos, com base nas quais, se
✓ Participação na Jornada Pedagógica da Rede Estadual
sustentam as práticas sociais e o processo de inclusão do
– Caetité
público-alvo da educação especial no ensino comum.
✓ Palestra: Educação Especial: Realidades e
Ao se abordar a temática da educação especial e inclusiva
Desafios – Ministrada pelo Prof. João Prazeres -
busca-se contemplar “a ausência de uma discussão teórica e
CEEEC
conceitual que colabora para a manutenção do modelo
✓ Encontros com gestores e professores da Rede
tradicional de educação especial” (GARCIA; MICHELS, 2008).
Regular de Ensino – DIREC/24
Para quebrar esse paradigma o CEEEC vem se fortalecendo na
✓ Oficinas com professores e alunos da Rede Regular de
defesa de um modelo de inclusão que respeite as diferenças nos
Ensino - CEEEC
processos de mediação, promovendo a posse de instrumentos
✓ Oficinas e encontros com pais - CEEEC
tecnológicos, linguísticos e comunicativos que possibilitem
✓ Encontro Regional de Surdos - Brumado
perceber no aluno, sua capacidade, seu lugar na escola, na
✓ Oficina de Libras – CETEP
família e nas relações sociais, ampliando as ideias, significados
✓ Seminário Temático – Secretaria Municipal de
e sentidos ao longo do processo.
Educação - Caetité
No decorrer destes 10 anos foram promovidos cursos,
✓ Palestra com professores e alunos – Colégio Estadual
palestras, oficinas, simpósios, encontros além da participação
Tereza Borges Cerqueira
em diferentes espaços da equipe do Ceeec como colaboradores
✓ Visita a G.E. Prudêncio Sobrinho – Aroeiras/Caetité
na construção de novos saberes sobre e para a inclusão de
alunos com deficiência no contexto escolar e social.
ANO DE 2010
ANO DE 2012
Cursos:
✓ Participação em eventos na UNEB: Palestra, mesa Educação Inclusiva: Um “novo” desafio para os
ANO DE 2014
ANO DE 2017
Cursos:
Orientações e Estágios
ANO DE 2018
✓ Alunos da UNEB – História, Biologia, Matemática,
✓ Curso Básico de Libras Letras com Português, Letras com Inglês e História.
✓ Curso: Mediação Escolar para Estudantes com TEA ✓ Alunos da FG – Enfermagem, Especialização em
✓ Curso: Formação para Tradutor e Intérprete de Psicopedagogia.
Libras/Língua Portuguesa, ✓ Especialização em Libras
✓ Mesa Redonda: JP da rede municipal de ensino de ✓ Alunos do CETEP - Técnico em Enfermagem e
Caetité: O Plano Municipal de Educação (Lei Nº 789, Administração
de 22 de junho de 2015) e o desafio de uma Educação ✓ Alunos do IEAT – Normal Médio
Inclusiva
✓ Palestra na UNEB
✓ TransformaÊ
✓ Oficina de Libras com os alunos da Unidade de ( anexar fotos em todos os
Educação Infantil Daisy Barreira de Alencar eventos que faltam)
✓ Encontro de formação com os pais.
ANO DE 2019
Artes manuais
A arte tem um papel muito importante na formação integral • Aquarela – pintura com lápis
do educando, pois possibilitam o desenvolvimento da • Recorte e colagem
sensibilidade, da criatividade e demais potencialidades desde • Pintura e confecção de adornos e telas.
os primeiros anos de vida da criança. Nasce no CEEEC no Assim o projeto evidencia sua eficácia através do universo
ano de 2017 o Projeto ‘’VivArte’’ através da implantação de lúdico e mágico favorecendo aos educandos o exercício da
oficinas de artes laborais. Conforme a Lei de Diretrizes e cidadania.
Bases da Educação Nacional (LDBEN) Lei 9.394, de Norma Fernandes de Souza
20/12/96, artigo 26, parágrafo 2° O ensino de arte constituirá
Componente curricular obrigatório nos diversos níveis da
educação básica, de forma a prometer o desenvolvimento
cultural dos alunos. (Brasil 1997:32) A arte deve considerar a
pessoa com deficiência enquanto um ser histórico social e
cultural. É fundamental nesse processo da descoberta pela
arte que o professor saiba o que propor e em quais situações,
elaborando atividades que possibilitem o desenvolvimento
de competências, bem como busque sanar dificuldades
apresentadas pelo educando. Para tal, é preciso compreender
a importância do fazer artístico como manifestação de
atividade criativa do homem no mundo, para assim
determinar a importância da arte na escola. Quanto a
inserção dos alunos nas oficinas de artes laborais se dará após
análise do perfil vocacional de cada aluno, que dessa forma os
participantes possam meio à satisfação pessoal desenvolver
de forma eficaz suas habilidades e ao mesmo tempo interagir
com o ambiente social. Assim, arte como meio lúdico é
considerada um dos fatores que favorecem o
desenvolvimento da autoestima dos educandos, pois
desencadeia experiências importantes como o prazer em
aprender através da descoberta, o reconhecimento das
potencialidades físicas, emocionais, cognitivas e sócio
culturais. Enfim, a arte é uma experiência plena para o ser
humano. O Projeto VivArte, visa estimular os estudantes a
usar criatividade nas produções e por isso é importante
oferecer aos alunos uma ampla variedade de materiais e
ensinar pequenas técnicas. O foco não e a formação de
artistas profissionais, mas sim de estudantes que se
enxerguem da sua própria aprendizagem de forma criativa. O
projeto acontece a partir das seguintes oficinas:
• Pintura de tecido
• Artesanato com palitos
• Oficina de bijuterias
• Confecção de tapetes
• Reciclagem (utilizando sucatas) confecção de
objetos diversos.
CORAL
O coral do CEEEC é formado por crianças, jovens e adultos que, Refletindo sobre a necessidade em se considerar o universo
através da oficina, têm a oportunidade de exercitar a voz e o sonoro/musicado aluno no desenvolvimento de uma educação
corpo, cantando canções de universos musicais variados, sem se musical significativa, viu-se também a necessidade de construir
distanciar da cultura local, que representa a lente principal para uma metodologia baseada na cultura do aluno, explorando o que
os diversos gêneros musicais a que são levados a experimentar. lhe é familiar, partindo de uma realidade, ao mesmo tempo
As aulas contam, com exercícios de respiração, vocalizes, oportunizando o acesso a novos caminhos com relação a
alongamentos, além de experimentação sonora através de conhecimentos musicais. Assim, este projeto busca se
variações timbrísticas da voz, propriedades sonoras e os sons do familiarizar com o repertório musical trazido pelos alunos
próprio corpo, como também, apreciação de diversos estilos participantes, acentuando também a importância de se trabalhar
vocais. a partir dessa realidade, pois faz com que a criança, o jovem e o
adulto busquem novos meios de expressão a partir do que é
proposto.
Professora responsável: Maria Lima
Aluna Karine
Aluna Joice
Eu sempre gostei de ouvir músicas! Fazendo parte agora do coral passei a gostar
mais ainda e comecei aprender novas técnicas.
Aluno Leandro
Eu sempre gostei de ouvir músicas! Fazendo parte agora do coral passei a gostar mais ainda e comecei
aprender novas técnicas.
Aluno Leandro
Com o coral eu aprendi muitas coisas como conhecer as notas musicais e disciplinar a minha voz. A música é
tudo na minha vida.
Aluno Rodinei
OFICINA DE DANÇA DO CEEEC
O que você está fazendo nesse exato momento? Talvez você nem
tenha se dado conta de que esteja dançando! Sim! Dançando! Para
Klauss Vianna, renomado bailarino e coreógrafo brasileiro,
“dançar não é suar a camisa”, somente. Para ele, isso pode ser
traduzido como ginástica. Dançar também tem a ver com
consciência da emoção e intenção nos gestos. E pasme: “A dança
também se faz pensando e sentindo”.
A OFICINA DE DANÇA CEEEC tenta se inspirar nesse
conceito. É um projeto de expressão corporal idealizado e
desenvolvido a partir do AEE – Atendimento Educacional
Especializado no próprio CEEEC - Centro Estadual de Educação
Especial de Caetité, como uma estratégia para o desenvolvimento
dos processos mentais da Pessoa com Deficiência e Transtornos.
Uma possibilidade psicomotora capaz de escrever no cérebro as
respostas para as suas dificuldades perceptivas, motoras,
emocionais. É idealizado e desenvolvido pela Profª Rose Costa,
apoiado pela Diretora Telma Jaine Cardoso Teixeira Bonfim e
colaborado pela professora Ivanete da Silva Souza e demais
professores do e no Centro Estadual de Educação Especial de
Caetité, junto à Pessoa com Deficiência e Transtornos da
Aprendizagem. Tem como objetivo trabalhar a expressão corporal
como potencializadora: da funcionalidade do corpo e das suas
possibilidades particulares e sociais; do emprego correto da
emoção nos gestos; do corpo como elemento psicomotor
fundamental para a emancipação da leitura e da escrita na sua
caminhada de sujeito aprendente. Sobretudo, um caminho para
aceitar-se, emancipar-se e ser feliz. Para fazer ARTE!
“Perdido seja o dia em que não se dançou nem um só dia.”
Nietzsche.
PRODUÇÃO AUDIOVISUAL
Além do Atendimento Educacional Especializado - AEE, o Centro Já existem oito produções audiovisuais no Catálogo de
Estadual de Educação Especial também oferece aos seus alunos edições do CEEEC, são eles: “Família: base de tudo”,
projetos diversificados. Dentre eles, a oficina de produção “Era uma vez...”, “Documentário institucional -
audiovisual. CEEEC”, “Registro de Evento - Transformaê 2018”,
Desde o ano de 2018, o Núcleo de Audiovisual do CEEEC realiza “Folclore”, “O verdadeiro significado do Natal”, ‘Zap
produções de artes cênicas ligadas a multimídia e tem como Zap’ em Família” e “Carcará”. É importante salientar
principal objetivo a participação dos alunos como protagonistas que todos os enredos dos filmes produzidos carregam
das peças e dos filmes propostos, estimulando a interação e a reflexões acerca dos temas trabalhados.
autoestima. Neste ano de 2019, já existiu dois projetos em
A elaboração destes projetos inicia-se com a organização dos andamento: O vídeo midiático que divulgará o trabalho
roteiros, preparação dos figurinos, cenários e filmagem, realizado no CEEEC e o novo projeto com a participação
encerrando com as edições de imagem e som. Essas etapas são dos alunos chamado” Respeito às Diferenças” que já
coordenadas pelas professoras de AEE Rita de Cássia Neves de está em construção.
Jesus e Ivonildes de Santana Santos.
CEEEC EM MOVIMENTO
DEPOIMENTOS DOS GESTORES DAS Com o objetivo de superar esses desafios, firmamos nos anos de
2017 e 2018 uma parceria com o CEEEC, por ocasião, de
ESCOLAS COMUNS
recebermos na Unidade de Educação Infantil Daisy França
Barreira de Alencar, um aluno surdo. Uma parceria que rendeu
IEAT - INSTITUTO DE EDUCAÇÃO ANÍSIO bons frutos.
TEIXEIRA – ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL O atendimento educacional especializado do CEEEC foi
Uma das missões do Instituto de Educação Anísio Teixeira é fundamental nesse processo de acolhida e inclusão da criança ao
promover a inclusão social. ambiente escolar, dando-nos o apoio necessário na organização
Nesse sentido, no intuito de acolher jovens que possuem algum dos recursos pedagógicos.
tipo de deficiência, o IEAT articulou uma importante parceria Assim, foram ofertadas para a turma da pré-escola oficinas de
com o CEEEC. Essa instituição está sendo fundamental no Libras (Língua Brasileira de Sinais), ministradas quinzenalmente
acompanhamento e assistência na formação educativa dos pela professora itinerante Eva Alzira da Silva Dias. E para realizar
nossos estudantes, no que se refere à aplicabilidade de ações o acompanhamento diário da criança surda na sala de aula,
pedagógicas embasadas no princípio da atenção à diversidade e contamos com a instrutora da Libras Nayra Lavine dos Santos
educação de qualidade para todos, observando, acima de tudo, os Pinheiro.
aspectos cognitivos, emocionais, psicossociais e culturais. Todas as atividades realizadas priorizaram a adequação em Libras
É importante mencionar ainda o empenho dessa unidade no dos conteúdos e das tarefas escritas, o que facilitou o entendimento
apoio dado ao profissional da educação que acolhe esses jovens, da criança surda e a promoção de uma aprendizagem significativa
através de palestras, oficinas, visitas periódicas, pré-agendadas para todos.
ou sempre que se fazem necessárias. O trabalho dessas profissionais juntamente com a professora da
Assim, essa aliança fortalece e assegura o direito do aprendiz a turma regular foi permeado de muito diálogo, compromisso,
participar de uma comunidade educacional de forma digna e colaboração e dedicação, o que possibilitou a continuidade e o
igualitária, estando assim, apto a ser incluídos nos diversos sucesso das ações, pois os sinais da Libras ensinados nas oficinas
contextos sociais. eram exercitados diariamente pelas crianças nas aulas, com o
auxílio da instrutora.
A convivência entre crianças com e sem deficiência proporcionou
Maria Cristina Cardoso Gondim -
Gestora do IEAT a elas a vivência de valores essenciais para a vida, como a ajuda
mútua, a solidariedade e a empatia. Estas tiveram a oportunidade
de vivenciar e aprender com as diferenças do outro, trocando
experiências e construindo novos saberes.
ESCOLA RAIOS DE SOL – ESCOLA DA e buscamos meios para conseguir o que almejamos, ainda que
Resumo
____________________
______________________
1Artigo publicado na Revista Benjamin Constant, edição 58 volume 2 -
Julho - Dezembro de 2015.
² Mestranda em Ensino - PPGEn-UESB, Especialista em Educação
Especial: deficiência visual- UNEB, Professora de AEE, Braille- CEEEC.
RESUMO
RESUMO
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PELO ALUNO COM
DEFICIÊNCIA VISUAL¹
________________________
² Especialista em Educação Especial: deficiência auditiva – UNEB;
¹Publicado nos anais do III Seminário Internacional Formação em Tradução e Interpretação de Libras no Contexto
Cooperação Brasil-Quebec: diversidade e educação, 2017. Educacional; Professora de AEE, EDPM em Libras – CEEEC.A
² Mestranda em Ensino - PPGEn-UESB, Especialista em Educação
Especial: deficiência visual- UNEB, Professora de AEE, Braille- CEEEC.
_____________________________
____________________________
Consciência negra
Discriminados
Algumas famílias trazem ALEGRIA!
Vida negra vida negro E quando se precisam,
Naquele tempo
lá estão elas:
Havia sofrimento
Não aguento ver mostrando o que é certo e errado.
Tanto tormento
Caminhando lado a lado.
Discriminados
Pela sua cor
Mas, em outras,
Não lhe deram valor
Nem tinham amor pode existir:
INTRIGA!
Vida negra vida negra
Negro não tinha direito BRIGA!
Viver na igualdade
CONFLITO!
De andar com liberdade
Consciência negra INIMIGO!
Marco Antônio ( DI)
Vida negra vida negra
Negro não tinha direito
Viver na igualdade
De andar com liberdade
Ricardo (DV)
Maria Aparecida (DI)
.
preferido. A internet me ajuda a perfeiçoar meus desenhos.
Sempre faço pesquisa no youtube. Hoje com 25 anos de idade
faço arte para vender. A essência da arte está em minha infância
feliz. Amo natureza e curto cuidar do meu cavalo. Adoro treinar
coisas novas com ele. Gosto de viajar e conhecer lugares
diferentes. Ah, em 2018 fiquei muito feliz pois conquistei minha
carteira de habilitação. Agora posso dirigir tranquilamente. Eu
nasci surdo e tenho muitos parentes que são surdos. Aprendi
Libras no CEEEC e sou eternamente grato as professoras que
tanto me ajudaram a desenvolver meu potencial. Geralmente sou
chamado para visitar escolas e falar sobre minha história.
O caminho da inclusão educacional é um processo de construção coletiva em busca do pleno desenvolvimento e habilidades das pessoas
com deficiência. A educação inclusiva apresenta o desafio de oportunizar a todos o acesso a aprendizagem. Diante disso, o AEE tem um
papel preponderante na tarefa de viabilizar o processo de aprendizagem, autonomia e comunicação por meio das intervenções e do
fazer pedagógico. O aluno com deficiência precisa de recursos pedagógicos adaptados como instrumentos para facilitar e auxili ar o
aprendizado e a socialização, de acordo com suas necessidades e especificidades. Devido à escassez desses recursos didáticos, a prática
de confecção desses materiais faz parte da rotina dos professores/especialistas do CEEEC.
A seguir algumas adaptações pedagógicas produzidas no AEE.
(anexar mais fotos e legendar)
INFOGRÁFICO
O Centro Estadual de Educação Especial de Caetité – CEEEC tem um papel muito importante na promoção da inclusão das
pessoas com deficiência, pois atua diretamente com esse público e luta a dez anos pela defesa dos seus direitos. Assim, quanto mais
preparado e adaptado for o ambiente para receber essas pessoas, mais contribuirá para melhoria da qualidade de vida de todos.
A acessibilidade na escola também tem a ver com a valorização das diferenças colocando em evidência que elas fazem parte do cotidiano
das pessoas. Desse modo, todos os tipos de deficiência causam alterações (completas ou parciais) em uma ou mais áreas do corpo
humano, comprometendo a função física. E para que essas pessoas possam se locomover com segurança e autonomia é importante que
as escolas sejam projetadas para todos, uma vez que a Norma de Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos (ABNT NBR 9050:2015) determina que escolas brasileiras públicas e privadas devem ser acessíveis. A obrigatoriedade visa ao
desenvolvimento da cultura de valores inclusivos na rede de ensino e traz diversos benefícios. O CEEEC se esforça a cada dia para
garantir essa acessibilidade ao seu público.
PAREDE COM
CORRIMÃO
auxilia a
locomoção de
cegos
ALARME DE
INCÊNDIO que
emite som e luz
para alertar
surdos
PISTA TÁTIL:
pisos de
orientação que
orienta cegos,
sinaliza porta ou
guichê à frente.
CORES ESCURAS E
CONTRASTANTES
(amarelo e azul) nas
portas mostram a
quem tem baixa
visão o limite entre
parede e porta.
PISO DA CALÇADA
podotátil facilita a
locomoção e orienta
cegos e pessoas com
baixa visão
ENTREVISTA
NOME: MILLENA SOUZA NUNES uma conquista individual, heterogênea, regulada pelo aprendiz,
FORMAÇÃO: Licenciatura em Ciências Biológicas -UNEB- intransferível e que não cabe nos velhos padrões e modelos
CAMPUS VI
Pós graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional; Pós idealizados criados por nossa sociedade ainda arcaica e
graduada em AEE e Educação Inclusiva; Pós graduanda em preconceituosa. Eu me entreguei ao trabalho sem defesas, me
Libras e Braille.
lancei nesse universo ainda novo para mim e entre leituras e o
fazer diário no AEE com cada aluno, cada história, cada núcleo
de atendimento e seus encantos e tanta gente vestida de tanto
conhecimento e aberta a partilhar fui sendo moldada como um
novo ser humano e fui construindo minha identidade
profissional; o que era só um emprego logo passou a ser trabalho
de militância, minha missão, uma dádiva divina muito especial.