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ADM 2operiodo Baixa PDF
ADM 2operiodo Baixa PDF
CDD 378
22. ed.
Direitos desta edição reservados a UNITINS.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da UNITINS.
Matemática Aplicada..................................................................................179
Psicologia Organizacional...........................................................................355
Coordenação Editorial
Maria Lourdes F. G. Aires
Assessoria Editorial
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Didático-Pedagógica
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Lingüístico-Textual
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Digital
Helena Carolina Costa e Lima Prestes
Projeto Gráfico
Douglas Donizeti Soares
Irenides Teixeira
Katia Gomes da Silva
Ilustração
Geuvar S. de Oliveira
Capa
Igor Flávio Souza
Equipe Fael
Créditos
Coordenação Editorial
Leociléa Aparecida Vieira
Assessoria Editorial
William Marlos da Costa
Revisão
Juliana Camargo Horning
Lisiane Marcele dos Santos
Apresentação
garante que o prédio cresça com segurança, certo? Estudaremos questões
fundamentais aos nossos dias: centralização e descentralização. O que
fazer? Que decisão tomar? Vamos ver, vamos ver.
Falando em decisão, estudaremos o escopo do processo decisório nas
organizações, reconhecendo o ambiente e as necessidades nele inseridas.
Ainda nas abordagens contemporâneas, conheceremos o conceito e as aplica-
ções das organizações de aprendizagem, e no final você deve se responder:
será que a minha é assim? Será que pode se transformar em uma?
Nossa viagem é longa, e atravessamos o planeta para chegarmos ao Japão
e conhecermos o modelo japonês de administração, estudando e entendendo
suas raízes históricas e as influências geradas em toda a indústria ocidental.
Nessa aula, vamos fazer uma reflexão confuciana: tudo o que ouço, esqueço;
tudo o que vejo lembro; tudo o que faço, aprendo. O que isso quer dizer? Vamos
conhecer algumas ferramentas que nos auxiliarão no dia-a-dia, vamos colocar a
mão na massa, implementando mudanças possíveis em nossas organizações.
Por fim, vamos mergulhar nas quatro grandes áreas da empresa –
Gestão de Pessoas, Marketing, Produção e Finanças, conhecendo, de forma
detalhada, as ações e tarefas desenvolvidas, as particularidades e termos
que envolvem cada uma delas.
Um forte abraço
Prof. André Pugliese
EMENTA
Administração e o contexto organizacional. Estrutura organizacional.
Funções administrativas. A dinâmica do processo decisório. Tendências em
administração.
OBJETIVOS
Plano de Ensino
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
• Administração e contexto organizacional
• Estrutura organizacional
• Processo decisório
• Organizações de aprendizagem
• Modelo japonês de administração e gestão da qualidade
• Grandes áreas da empresa: gestão de pessoas, marketing,
produção e finanças
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
DRUCKER, Peter F. Profissão de Administrador. São Paulo: Thomson Learning,
2001.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da escola cien-
tífica à competitividade na economia globalizada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
TANURE, Betânia. Estratégia e Gestão Empresarial: construindo empresas brasi-
leiras. São Paulo: Campus, 2004.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
DRUCKER, Peter F. Prática da Administração de Empresas. São Paulo: Thomson
Learning, 2003.
OLIVEIRA, Djalma de P. R. de. Excelência na Administração Estratégica. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 1999.
Aula 1
Administração e Contexto
Organizacional
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• reconhecer os diferentes níveis da organização;
• compreender a importância da eficiência e da eficácia para as organi-
zações, e as suas diferenças.
Pré-requisitos
Para que você compreenda bem o conteúdo dessa aula, é importante relembrar
os princípios da Administração Científica e da Teoria Clássica da Administração,
bem como os diferentes níveis hierárquicos visualizados nas organizações. Esse
conteúdo foi abordado na disciplina Teoria Geral da Administração.
Introdução
Vou pedir permissão e perguntar: você já sabe, efetivamente, por que esco-
lheu estudar Administração? Se você ainda não sabe bem, não se preocupe,
pois o objetivo desta disciplina é justamente levá-lo a um melhor entendimento
da profissão que resolveu abraçar.
De forma bem generalista, podemos dizer que o objetivo de qualquer pessoa que
escolha a Administração como profissão é melhorar o desempenho de organizações,
e, conseqüentemente, seus resultados. Mas como poderia fazer isso? Melhorando os
processos da organização, seu modus operandi. Vamos clarear isso?
Você já foi mal atendido em uma loja, já demorou para conseguir um docu-
mento em uma repartição pública, já comprou um produto que não correspondeu às
expectativas? Certamente que sim, e vou parar por aqui para você não se lembrar
das empresas com as quais tais episódios aconteceram e ficar nervoso, ok?
Historicamente, a Administração é abordada como um conjunto de funções,
uma série de papéis e aplicação de habilidades específicas. Todas elas estão rela-
cionadas ao comportamento do administrador e são dependentes uma das outras.
Teoricamente, como vimos desde o início de nosso curso, elas fundamentam o
exercício de nossa função, mas é necessário que observemos bem o contexto das
organizações, pois esses papéis têm se transformado nos últimos tempos.
Segundo Silva (2001, p. 5), “uma teoria é um conjunto de conceito de idéias
que explica e prediz fenômenos sociais e físicos”.
Mas será que a prática da Administração tem muito a ver com suas teorias?
Por que tanta teoria é sempre uma pergunta recorrente, mas as teorias consti-
tuem-se a base do entendimento e do alicerce do desenvolvimento de nossas
ações, de nossas decisões. Vamos ler mais sobre isso?
Você lembra quem foi o estudioso da administração (que não era adminis-
trador) que primeiro definiu os princípios de nossa ciência? Quem respondeu
Fayol acertou, parabéns! Ele foi realmente o primeiro a definir princípios para
a administração, bem como as funções básicas da empresa e do administrador
(planejamento, organizacão, coordenação, comando e controle). Por acaso,
esse é o nosso próximo assunto.
Estratégico Conceituais
Tático Humanas
Operacional Técnicas
Hellriegel e Slocum Jr, citados por Silva (2001), sugerem o estudo de outras
habilidades gerenciais, além das acima mencionadas, e que estão intrinseca-
mente ligadas às necessidades de nosso tempo:
• habilidades de comunicação – relacionadas ao recebimento e envio de
informações, pensamentos, sentimentos e atitudes;
• habilidades de pensamento crítico – relacionadas à consideração meticu-
losa das implicações de todos os elementos conhecidos de um problema.
Para poder cumprir todos esses papéis, é preciso que o administrador reúna
uma série de competências. Vamos identificar algumas delas? Vamos em frente!
Parece estranho, mas pense bem. Não dá para se fazer bem feito a coisa
errada? Claro que sim. Por isso, reiteramos que é possível ser eficiente sem
que sejamos eficazes, mas é impossível a eficácia sem eficiência. Vejamos um
quadro com alguns elementos de diferenciação:
Síntese da aula
Nessa primeira aula, você reforçou o conceito de administração, ampliando
a análise em termos de funções, níveis e contexto organizacionais. Analisamos
as competências necessárias aos gestores contemporâneos e as diferenças entre
eficiência e eficácia. Vimos o quanto é imortante sermos eficientes, e como ser
eficaz, nos dias de hoje, é imprescindível.
Atividades
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2003.
SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2001.
Na próxima aula
Na próxima aula, conheceremos como se forma a estrutra da organização,
seus aspectos formais e a diferença entre as estrutras organizacionais. Vamos ter
a oportunidade de saber se nossa organização está adaptada aos desafios do
terceiro milênio. Ficou curioso? Já vamos iniciar!
Aula 2
Estrutura organizacional
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• compreender as diferenças entre organizações com gestão centralizada
e descentralizada;
• identificar as diferenças entre as estruturas de organizações mecanis-
ticas e orgânicas.
Pré-requisitos
Para que você compreenda bem o conteúdo dessa aula, é importante relem-
brar alguns conceitos estudados na unidade anterior, bem como as caracterís-
ticas da Burocracia, conteúdo também abordado na disciplina Teoria Geral da
Administração. Por fim, é importante que você tenha em mente, de forma clara,
as diferenças entre as organizações mecanísticas e orgânicas, que vimos na
Teoria Contingencial. Bom estudo!
Introdução
O ambiente exerce influência nas organizações, independente de seu tamanho,
atividade, objetivos e missão. Essa influência tanto pode ser positiva, vestindo-se
de oportunidade, quanto negativa, mostrando-se uma iminente ameaça.
Organização
achatada
2.2 Departamentalização
Segundo Faria (2002), departamentalização é o processo de estabelecer
unidades compostas de grupos, com funções relacionadas. Cada agrupamento
é atribuído a um chefe, com autoridade para dirigi-las.
Segundo essa premissa, é necessário que as atividades sejam agrupadas
de forma lógica. Existem alguns critérios para esse agrupamento, que segundo
Faria (2002) são os descritos a seguir:
Figura 2: Organograma
Figura 3: Organograma
Figura 4: Organograma
Figura 5: Organograma
Figura 6: Organograma
2.3.1 Radial
Segundo Faria (2002) é o tipo mais simples. Há o chefe, única autoridade
da organização, e os executores das tarefas, que, apesar de diretamente subor-
dinados, não possuem relações formais. É uma estrutura utilizada por organiza-
ções mais rudimentares. Vejamos a ilustração.
2.3.2 Linear
Existem duas configurações para a estrutura linear: simples (vertical) ou departa-
mental. Nas estruturas lineares simples, a autoridade é representada por uma linha
vertical, do superior ao inferior, e as ordens e/ou comunicações fluem em sentido
vertical. Modelo muito adotado por pequenas empresas. Nas estruturas lineares
departamentais, a base configura- se semelhante, mas a delegação/hierarquia é
distribuída a subordinados de mesma linha hierárquica, fluindo destes para os
elementos da escala imediatamente inferior. Vejamos as representações a seguir.
2.3.3 Funcional
Essa estrutura caracteriza-se pela decomposição da direção em diferentes
funções. Cada função é exercida por indivíduos que possuam aptidões espe-
ciais. Segundo Faria (2002), nessa estrutura se aplica o princípio da especiali-
zação das funções de cada tarefa, e suas características são:
• autoridade dividida: baseia-se na especialização e dentro de uma auto-
ridade de conhecimento. Cada subordinado recorre a muitos superiores,
mas dentro dos assuntos da especialidade de cada um;
2.3.4 Linha-Staff
É uma estrutura semelhante à departamental, com a inserção de um órgão
de assessoria (staff), que tem a função de aconselhar o corpo diretor da organi-
zação em suas decisões. O staff não é responsável direto por quaisquer decisões
tomadas no âmbito da organização.
Faria (2002) nos mostra que as principais funções do staff, são:
• serviços: atividades especializadas (contabilidade, pessoal, compras,
P&D, processamento de dados, propaganda, etc.);
• consultoria e assessoria: atividades especializadas (assistência jurídica,
métodos e processos, consultoria trabalhista, etc.);
Ainda segundo Faria (2002), essas funções podem existir em qualquer nível
de uma organização do tipo linha-staff:
• fusão da estrutura linear com a estrutura funcional, quando ocorre o
predomínio da primeira;
• coexistência entre as linhas formais de comunicação e as linhas diretas
de comunicação, ocorrendo uma conciliação entre as linhas formais de
comunicação, entre superiores e subordinados, que representam a hierar-
quia, e as linhas diretas de comunicação entre qualquer órgão e staff;
• separação entre os órgãos executivos e os órgãos assessores;
• hierarquia versus especialização, ocorrendo a manutenção da hierar-
quia, sem abrir mão da especialização.
Esse tipo de estrutura, como qualquer outro, possui vantagens e desvanta-
gens. Como vantagens, podemos destacar a manutenção do princípio de autori-
dade única, unidade de comando e assessoria especializada, sem interferência
do staff no comando dos prestadores de serviços.
Em contrapartida, as desvantagens desse tipo de estrutura são:
• possibilidade de conflitos entre a assessoria e os órgãos;
• o profissional de staff, por muitas vezes, carece de prática profissional;
• o profissional de linha, por sua maior experiência e tempo de prática,
pode rejeitar novas idéias;
• possível enfraquecimento da linha, por pressões do staff.
2.4.1 Centralização
A centralização é percebida quando a maior parte das decisões é tomada
pelos ocupantes de cargos situados nos esferas mais elevadas da hierarquia
organizacional. Percebe-se, assim, uma concentração de autoridade nos pontos
centrais da organização, daí o conceito de centralização.
A centralização norteia-se por ações uniformes, por princípio. Se o objetivo
é a manutenção do estado atual das coisas, uma autoridade central, obviamente
ocupando níveis superiores na organização, indica o que deve ser feito.
Segundo Faria (2002), existem determinadas decisões que, normalmente,
devem ser centralizadas:
• decisões que envolvem custos muito altos: não necessariamente custos finan-
ceiros, mas de reputação da empresa, de moral dos colaboradores, etc.;
• decisões de políticas ou diretrizes para a empresa e seu planejamento
social: a centralização de tais decisões facilita a uniformidade de ação,
proporcionando maior coerência no planejamento.
A centralização de decisões é necessária à sobrevivência da organização,
mas deve haver cuidado para que não exceda um certo limite. Segundo Faria
(2002), a falta de coragem ou a falta de confiança muitas vezes provoca em
excesso de centralização, já que os dirigentes partem do princípio de que seus
subordinados são incapazes de tomar, até mesmo, pequenas decisões.
O oposto da centralização é... descentralização, nosso próximo assunto.
2.4.2 Descentralização
Como são tomadas as decisões na sua organização? As pessoas são consul-
tadas? Existe discussão (no bom sentido) antes de qualquer escolha? É disso que
falaremos agora.
cação e o seu processo de gestão. Segundo Faria (2002), os principais meios utili-
zados para a formalização da estrutura organizacional, e de seus processos são:
• organograma: é a apresentação gráfica da estrutura organizacional de
uma empresa, especificando as linhas formais de autoridade, os níveis
hierárquicos e a divisão das atividades;
Síntese da aula
Nessa aula, vimos como se estruturam as organizações. Vimos a departamen-
talização, seus tipos, e a importância de uma definição clara dos papéis a serem
desempenhados. Vimos, também, a diferença entre as organizações que traba-
lham de forma centralizada ou descentralizada, suas vantagens e implicações.
Para finalizar, retomando assunto discutido na Teoria Contigencial, estudamos as
diferenças entre as organizações de estrutra orgânica e mecanística. É isso aí!
Atividades
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2003.
FARIA, José Carlos. Administração: teoria e aplicações. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2002.
Na próxima aula
Na próxima aula vamos conhecer algumas teorias que embasam o processo
decisório nas organizações. Não se esqueça de que uma característica impor-
tante para você, futuro administrador, é que seja um eficaz tomador de decisões.
Está decidido, vamos começar logo!
Anotações
Aula 3
Processo decisório
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• compreender a importância do processo decisório para as organizações;
• conhecer os tipos de decisão enfrentados pelos gestores nas organiza-
ções contemporâneas.
Pré-requisitos
Para um bom entendimento deste conteúdo, é imprescindível a compreensão
das habilidades necessárias aos gestores contemporâneos. Uma das caracterís-
ticas importantes aos gestores atuais é o entendimento de seu posicionamento
enquanto decisor. Nesse prisma, é importante entender o escopo de suas deci-
sões e o ambiente no qual a organização se insere. Bom estudo!
Introdução
Qualquer que seja a organização, de um carrinho de cachorro-quente até uma
grande corporação, todas se deparam, constantemente, com a necessidade de tomar
decisões. Porém, as dimensões são diferentes, variando de acordo com a complexi-
dade e exigências de cada problema; isto não significa dizer que uma decisão em
uma grande corporação seja mais importante do que em uma pequena.
Vantagens Desvantagens
Grande compromisso do grupo com a decisão. Maior consumo de tempo.
Inapropriada influência da dinâmica
Melhor entendimento por parte do grupo do
de grupo (dominação, inflexibilidade,
problema.
pensamento grupal).
Redução da probabilidade de uso de Tendência a ter compromisso com as
evasivas. soluções de qualidade inferior.
Consideração mais compreensiva do
problema e assuntos relacionados.
Síntese da aula
Nesta aula, estudamos os aspectos importantes para a análise do gestor
em seu processo decisório. Analisamos e referenciamos algumas importantes
teorias, revisitamos alguns assuntos importantes e posicionamos a organização
em um ambiente de incerteza, que é exatamente igual ao em que atuamos hoje,
em qualquer organização. Por fim, identificamos as variáveis que compõem o
modelo racional de tomada de decisão, muito útil para a sua implemetação nas
empresas. É isso aí!
Atividades
Referências
CERTO, Samuel. Administração Moderna. São Paulo: Pearson Education, 2003.
DAFT, Richard. Organizações: Teorias e Projetos. São Paulo: Thomson Pioneira,
2002.
SHIMIZU, Tamio. Decisão nas Organizações. São Paulo: Atlas, 2001.
Na próxima aula
Na próxima aula, estudaremos um assunto muito interessante e importante
para nossas organizações, o aprendizado. Será que todas as organizações
realmente aprendem. Será que temos, em nossas equipes, pessoas capazes de
tranformar, a partir de seus conhecimentos, a organização? Pronto para o apren-
dizado? Vamos lá!
Anotações
Aula 4
Organizações de aprendizado
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• conhecer os conceitos relacionados às organizações de aprendizagem
(learning organizations);
• conhecer as cinco disciplinas da organizações que aprendem.
Pré-requisitos
Para a compreensão desta aula, é imprescindível que você relembre aspectos
relacionados à Teoria de Sistemas, estudada em nosso primeiro período. Vimos
que os sistemas estão sempre em processo de retroalimentação (feedback) e o
aprendizado para as organizações são os momentos em que elas aprendem e,
sobretudo, implementam as proposições que nascem no seio de suas equipes.
Como você já aprendeu, vamos adiante!
Introdução
Aprendemos a todo o momento. E o ideal seria que aplicássemos o que
aprendemos em prol de um objetivo maior, não é verdade? Quanto mais a
organização aprende, mais pode criar diferencias que a posicionem de maneira
estratégica e positiva no mercado. É por aí que vamos passear agora.
4.2 Conceito
Segundo Senge (1990), as Organizações que Aprendem são organizações em
que as pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar o futuro.
Senge (1990) assevera que as organizações que aprendem são organiza-
ções nas quais as pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar
os resultados que realmente desejam, nos quais se estimulam padrões de pensa-
mento novos e abrangentes, a aspiração coletiva ganha liberdade e as pessoas
aprendem continuamente a aprender juntas.
As organizações que aprendem concentram suas forças em métodos de apren-
dizagem e não, apenas, em métodos de ensino. É preciso que o enfoque se desloque
dos métodos de ensino e passe a se concentrar nos métodos de aprendizagem.
Pode-se, assim, destacar uma premissa que afeta a transformação de uma
empresa numa organização de aprendizagem: nem sempre o ensino resulta em
aprendizagem. A aprendizagem ocorre de modo mais eficaz, se a pessoa está
preparada para aprender, o que resulta de uma combinação de crescimento e
experiência, e quando aquele que aprende está motivado a aprender.
As organizações, de um modo geral, não aprendem apenas quando se
dispõem a tal. Aprendem, se a informação e o conhecimento lhes despertam o
interesse e desde que atendam a suas expectativas. Aprendem com as experiên-
cias cotidianas, quando descobrem novas maneiras de fazer coisas que já prati-
Níveis de domínio das disciplinas: o domínio de cada disciplina tem três níveis:
• adoção de novas práticas;
• compreensão dos princípios que regem aquelas práticas;
• essências, isto é, o estado de ser que os indivíduos ou grupos experi-
mentam enquanto avançam no domínio das disciplinas.
Etapas do processo de domínio das disciplinas: esse domínio das disciplinas
não ocorre de uma única vez, mas percorre três etapas:
• cognitiva: primeiro contato com o novo e se reflete, também, num novo
vocabulário, na tentativa de mudar o comportamento;
• novas regras: à medida que os velhos pressupostos se afrouxam devido
às novas idéias experimentadas, as pessoas começam a testar regras de
ações novas baseadas nos novos pressupostos;
• valores e pressupostos operantes: as pessoas conseguem reunir as regras
que refletem novos valores de ação e pressupostos operantes, inclusive
em situações de estresse e de ambigüidade. Nessa etapa, ocorre a
apreensão do novo pelas pessoas, tornando-o parte de si.
Espero que o apendizado tenha valido muito a pena. Até o próximo assunto.
Síntese da aula
Vimos nessa aula, a importância do conhecimento para as organizações.
O conceito de organização de aprendizagem vem alinhado com o aumento da
competitividade e de melhor gestão do conhecimento gerado dentro e fora da
organização. Com conhecimento das cinco disciplinas, ampliamos a análise
dessa nova organização, na qual conhecer tem a importância que merece.
Atividades
1. Com base nos estudos de Senge, responda: podemos afirmar que todas as
organizações são efetivamente organizações de aprendizagem?
Referências
GARVIN, David A. et al. Aprender a aprender. HSM Management. 18 jul/ago.
1998. p. 60-64.
SENGE, Peter. A quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende.
São Paulo: Best Seller, 1990.
Na próxima aula
Na próxima aula, estudaremos um importante assunto para as organiza-
ções: a qualidade. A partir do modelo japonês de administração, identificaremos
importantes aspectos de diferenciação das organizações e também paralelos
quanto à competitividade das organizações nos dias de hoje. Para que você
desenvolva o gosto pela administração, trabalharemos algumas ferramentas
importantes para a gestão. Mão na massa!
Anotações
Aula 5
O Modelo Japonês de Administração
e a Gestão da Qualidade
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• conhecer o modelo japonês de administração e a gestão da qualidade;
• entender a metodologia PDCA e conhecer as ferramentas administra-
tivas que a compõe.
Pré-requisitos
Para um bom entendimento desta aula, é preciso que você retome alguns
conceitos aprendidos na disciplina Teoria Geral da Administração em nosso
primeiro período. Vamos revisitar Taylor, Ford e Fayol, amplando os seus conhe-
cimentos e verificando a implementação dos princípios, defendidos por eles com
maior racionalidade. Vamos em busca da qualidade?
Introdução
Será que existem diferenças entre o modelo de gestão japonês e os outros
que conhecemos? Será que o modelo japonês influenciou a industrialização e os
processos produtivos de nossas empresas, quer sejam fabricantes de produtos e/
ou prestadoras de serviços? Esse é o nosso assunto agora. Prepare-se para uma
viagem no tempo e no espaço. Vamos para o outro lado do mundo, e percebe-
remos que ele está muito perto de nós. Vamos lá!
Para começarmos, vejamos um quadro comparativo entre as idéias ociden-
tais e orientais:
era dada uma determinada tarefa, e, de forma coletiva, a missão era realizá-la
da melhor forma possível.
5.4 PDCA
Um dos princípios da Qualidade é a busca pela melhoria contínua. De nada
vão adiantar informações, indicadores, gráficos e outras ferramentas, se não
houver, por parte do administrador, a percepção da necessidade de sempre
buscar melhorar todos e quaisquer processos organizacionais.
A filosofia do melhoramento contínuo pode ser representada pelo ciclo
PDCA, que também é conhecido como ciclo de Shewhart, que foi o seu ideali-
zador, mas muitos também o conhecem como ciclo de Deming – que você viu
em nosso capítulo sobre a Gestão da Qualidade – que foi efetivamente o respon-
sável por seu desenvolvimento e reconhecimento.
P D
A C
5.5 Ferramentas
É hora de colocarmos a mão na massa. Você, que a essa altura já é um
apaixonado pelas coisas da administração, vai se deliciar. Está preparado?
5.5.1 Brainstorming
O brainstorming é um processo de geração de idéias, no qual os indiví-
duos de um grupo emitem o maior número de idéias possível, buscando resolver
algum problema existente na organização. A utilização desta ferramenta é muito
importante, pois as idéias surgem de forma espontânea e rápida.
dianamente. É importante frisar que nas cartas de controle estão inseridas causas
comuns (intrínsecas ao processo) e causas especiais (aleatórias).
Segundo Marshall Jr. (2004), as causas comuns estão relacionadas ao funcio-
namento do próprio sistema (por exemplo, projetos e equipamentos), enquanto as
causas especiais refletem ocorrências fora dos limites de controle (falha humana,
queda de energia, matéria-prima inadequada etc). Vejamos a ilustração a seguir.
LSE
LSC
Indicador da Qualidade
Média
LIC
LIE
Tempo
Fonte: adaptado de Marshall Jr (2004, p. 93).
Métodos Mão-de-obra
Fertilizante
Fonte: adaptado de Marshall Jr (2004, p. 96).
100%
DIAGRAMA DE PARETO
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
A B C D E
Bola para frente. Vamos agora entender a relação entre gravidade, urgência
e tendência? Vamos à matriz GUT!
Note que a última coluna (GUT) refere-se à multiplicação dos três fatores, o
que indica, efetivamente, o problema que deverá ser tratado prioritariamente.
A nossa próxima ferramenta será nossa auxiliar no desenvolvimento de
planos de ação. Não se preocupe com a sopa de letrinhas - 5W2H.
5.5.7 5W2H
Não se assuste com este nome. Esta é mais uma ferramenta administrativa
que irá ajudá- lo em sua organização.
É usada quando o administrador deseja mapear e padronizar os processos
organizacionais e para a confecção e elaboração de planos de ação. É para
o uso de gerentes, e indica responsabilidades, métodos, objetivos, prazos e
recursos utilizados.
Como falamos no início, não é para você se assustar com o nome. Abaixo
relacionaremos o significado de cada um dos 5W e 2H. Eles representam as
iniciais de palavras que vão nortear o desenvolvimento do trabalho. Seguirão na
tabela a seguir, com a devida tradução:
5W 2H
What - O Que? How - Como?
When - Quando?
Where - Onde?
Perceberam? Nesta ferramenta você identificará o que será feito por quem,
quando, onde e por que será feito. Complementando teremos como será feito, e
quanto custará.
Abaixo você encontrará um exemplo que certamente o ajudará na sua
compreensão:
Plano de Ação
Setor: Serviços de Apoio e Logística
Objetivo: Reduzir custos internos de geração de fotocópias em 30%
Responsável: João
Prazo: 30-6-200X
CUSTOS
O QUE QUEM QUANDO ONDE POR QUE COMO
(HOW
(WHAT) (WHO) (WHEN) (WHERE) (WHY) (HOW)
MUCH)
Há suspeitas Comparação
de as cláusulas com outros Remuneração
Reavaliação
Em nossa de desconto contratos de 100 horas
de contratos
empresa e por volume (mercado) de técnicos +
e negociação Joana Até 15-4-X
nos forne- não estarem e pesquisa R$ 2.000,00
com os
cedores compatí- junto a em despesas
fornecedores
veis com o fornecedores diversas
mercado alternativos
Há muitas
Nos Conversas
cópias
departa- com as
Estabelecimento particulares
mentos chefias e Remuneração
de maior e também
Paulo Até 10-5-X e cargos responsáveis de 150 horas
rigor nas documentos
com poder pela análise de técnicos
autorizações que poderiam
de autori- de fluxo de
circular por
zação tarefas
e-mail
Realocação Remuneração
Para facilitar das de 120 horas
Na admi-
Centralização a implemen- máquinas de técnicos +
Carlos Até 10-5-X nistração
dos serviços tação de e colabo- R$ 5.000,00
central
controles radores do em obras e
setor mudança
Fonte: Marshal Jr. (2004, p. 103).
Síntese da aula
Nessa aula, pudemos conhecer alguns dos principais aspectos relacionados
ao modelo japonês de administração. Conhecemos os preceitos da gestão da
qualidade e, por fim, com gostinho de mão na massa, trabalhamos com algumas
ferramentas administrativas que vão ajudar você a melhorar a gestão das orga-
nizações. Espero que lhes sejam muito úteis, pois a nós o são.
Atividades
Referências
MARSHALL Jr. et al. Gestão da Qualidade. Rio de Janeiro: FGV, 2004.
MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: da revo-
lução urbana à revolução digital. São Paulo: Atlas, 2004.
MEIRELES, Manuel. Ferramentas administrativas para identificar, observar e analisar
problemas: organizações com foco no cliente. São Paulo: Arte e Ciência, 2001.
RODRIGUES, Marcus Vinícius. Ações para a Qualidade. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2004.
Na próxima aula
Visitaremos as quatro grandes áreas da organização, começando pelas
áreas de pessoas e de marketing. Está na hora de observarmos e começarmos a
nos identificar com as áreas da empresa. Já está pronto? Sei que sim.
Anotações
Aula 6
Grandes áreas: gestão de pessoas
e marketing
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• conhecer os processos e a estrutura da área de pessoas em uma
organização;
• conhecer os processos e a estrutura da área de marketing em uma
organização.
Pré-requisitos
É importante que você relembre os parâmetros dos sistemas abertos e também,
que tenha entendido bem todos os aspectos relacionados à estrutura das organiza-
ções, vistos até aqui. Por uma questão de respeito aos autores citados, não faremos
distição entre os termos administração de recursos humanos e gestão de pessoas.
Introdução
Chiavenato (2000) nos ensina que a administração de recursos humanos diz
respeito à administração de pessoas que participam das Organizações e que nelas
desempenham determinados papéis. Sabemos que as pessoas passam a maior
parte de seu tempo trabalhando em organizações, e essas, conseqüentemente,
causam um grande impacto sobre as vidas e qualidades de vidas dos indivíduos.
Nesse contexto, as organizações são constituídas de pessoas e dependem delas
para atingir seus objetivos; em contrapartida, as pessoas dependem das organiza-
ções, para que possam alcançar vários objetivos pessoais que, isoladamente, com
esforço individual, não seriam possíveis de se alcançar. Segundo Chiavenato (2000),
“as organizações surgem exatamente para aproveitar a sinergia dos esforços de
vários indivíduos que trabalham em conjunto”. De acordo com Kwasnicka (1995),
“a Administração de Recursos Humanos representa o esforço das organizações
em atrair, preparar, adaptar, desenvolver e incorporar de forma permanente, bons
profissionais ao esforço produtivo”. O conceito clássico que temos de Recursos
Humanos é o homem certo, no lugar certo e no momento certo.
6.1.2 Objetivos
Os principais objetivos da área de pessoas são:
• criar, manter e desenvolver um contingente de pessoas com habilidades,
motivação e satisfação para realizar os objetivos da organização;
• criar, manter e desenvolver condições organizacionais de aplicação,
desenvolvimento e satisfação plena das pessoas, e alcance dos obje-
tivos individuais;
• alcançar a eficiência e eficácia por intermédio das pessoas.
6.1.3 Dificuldades
Destacamos a seguir, algumas dificuldades encontradas:
• lidar com os meios e não os fins;
• lidar com recursos vivos;
• lidar com todas as pessoas, de diferentes departamentos e chefias;
• não controlar diretamente os eventos e condições que produzem a efici-
ência e eficácia;
• razoável poder e controle sobre os destinos da organização;
6.1.4 Princípios
Não há um campo comum que defina claramente o que o profissional de RH
deve fazer, mas se estabeleceram dez princípios para serem usados em soluções
de problemas e tomada de decisão em sua área de atuação.
Princípio de justiça: imparcialidade, equidade, objetividade e racionalidade.
Respeito: considerar valores e crenças pessoais
Respeito ao todo organizacional: sempre considerar o impacto das decisões
sobre o sistema global.
Serviço: ações e atitudes contributivas para a vida da organização.
Advocacia: ações e atitudes legais.
Autoridade: mais em função de influência e menos de comando.
Razão: procedimentos, políticas e práticas devem sempre ser embasados
na razão.
Papel de RH: desde trabalhos burocráticos de suporte, integração, estra-
tégica, fomento ao desenvolvimento de boas relações interpessoais, até a
oferta de serviços demandados pelas regulamentações ou leis trabalhistas.
Todo versus a parte: apoiar a ligação entre serviços e programas, ressaltando a
importância de todas as áreas que são igualmente essenciais e significantes.
Mediação e não arbitragem: tratar os conflitos pela linha de mediação e não
arbitrariamente, mediação gera compromisso e reconciliação e arbitragem
impõe a decisão à força a uma das partes.
Esses princípios apenas norteiam as ações de RH e são extremamente genéricos,
pois o intuito é ter parâmetros que transcendam todos os tipos de Organização.
6.2 Marketing
Marketing: fazendo vendas ou fazendo clientes? Quando Henry Ford disse:
“você pode comprar um carro de qualquer cor, desde que seja preto”, jamais
imaginou que as coisas evoluiriam tanto em termos de marketing.
Avançamos várias fases: do marketing de massa; para o marketing de
segmento; marketing de nicho; marketing one to one e chegamos a um marke-
ting personalizado.
6.2.2 Fundamentos
Para Kotler (2000), os conceitos fundamentais de marketing são:
I – definição de marketing
Marketing é um processo social e gerencial pelo qual pessoas e grupos obtêm
aquilo de que necessitam e desejam mediante a criação, oferta e troca de
produtos de valor com outros;
II – conceitos centrais de marketing
Relacionaremos a seguir os principais conceitos relacionados à Gestão
Mercadológica – Marketing:
• Mercados-alvo e segmentação – todo produto ou serviço contém caracterís-
ticas que os profissionais de marketing devem traduzir em benefícios para
o mercado-alvo. São esses benefícios que o consumidor percebe estarem
disponíveis em um produto, que terão impacto na capacidade percebida
de atender à(s) necessidade(s) e ao(s) desejo(s) do consumidor.
• Profissionais de marketing e clientes potenciais – um profissional de marke-
ting é alguém que ativamente busca uma resposta de um ou mais clientes
potenciais, para uma troca de valores. Um cliente potencial é identificado
como alguém que deseja efetuar uma troca e tem condições de fazê-lo.
• Necessidades, desejos e demandas – necessitar é estar em um estado
de privação de alguma satisfação básica. Desejos são anseios por algo
específico que venha satisfazer necessidades. Demandas são desejos por
produtos específicos, apoiados pelo poder de compra.
• Produto ou oferta – qualquer coisa oferecida para venda que satisfaça
uma necessidade ou desejo. Os produtos consistem em três componentes
primários: bens, serviços e idéias. Um produto físico proporciona a ação
ou serviço desejado.
• Valor e satisfação – valor é a estimativa do consumidor quanto à capacidade
geral do produto de satisfazer suas necessidades, esta estimativa é determinada
de acordo com o menor custo possível de aquisição, propriedade e uso.
• Troca e transações – efetuar uma troca significa obter um produto desejado,
mediante o oferecimento em retorno de alguma coisa desejável. Para que o
potencial de troca possa existir, cinco condições são essenciais (p. 34). Uma
transação é a comercialização de valores e envolve várias dimensões.
• Relacionamentos e redes – o marketing de relacionamento desenvolve relacio-
namentos ganha-ganha de longo prazo entre empresas de marketing e partes-
chave (fornecedores, clientes, distribuidores). O resultado final do marketing
de relacionamento é um patrimônio corporativo singular denominado rede de
marketing, de relacionamentos profissionais mutuamente compensadores.
• PM – Pesquisa de Mercado
• SDP – Segmentação, Definição de público-alvo e Posicionamento
• MM – Mix de Marketing ou composto de marketing
• E – Execução ou implementação
• C – Controle ou monitoramento
• A – Avaliação e feedback
Síntese da aula
Nessa aula, visitamos duas áreas importantíssimas da organização.
Conhecemos a estrutura e o processo da área de gestão de pessoas (recursos
humanos) e também a área de marketing, que trata do relacionamento com o
mercado, com os clientes e suas necessidades. Para reflexão deixo a seguinte
afirmação. Apenas se tivermos equipes compostas de pessoas felizes faremos
nossos clientes felizes. Gestão de pessoas para o marketing.
Atividades
( ) Verdadeiro ( ) Falso
Referências
BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administração - construindo uma vantagem
competitiva. São Paulo: Atlas, 1998.
CARVALHO, Antonio Vieira de.; NASCIMENTO, Luiz Paulo do. Administração
de Recursos Humanos. São Paulo: Pioneira, 1997.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2000.
KOTLER, Phillip. Marketing de A a Z. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
KWANISCKA, Eunice Lacava. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 1995.
Na próxima aula
Dando continuidade às grandes áreas da empresa, vamos conversar sobre a
área de produção, onde dedicamos nossa energia (gestão de pessoas) para fabricar
produtos/serviços que atendam às necessidades dos clientes (marketing). Vamos
estudar, também, a área financeira da organização, conhecendo seus processos e
estruturação. É uma pena, mas estamos no fim. Pronto para a última? Vamos lá!
Anotações
Aula 7
Grandes áreas: produção e finanças
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• conhecer os processos e a estrutura da área de produção em uma
organização;
• conhecer os processos e a estrutura da área finaceira e suas principais
aplicações e tarefas.
Pré-requisitos
É importante que você tenha compreendido bem os princípios relativos à
Administração Científica de Taylor e as aplicações de Ford, para um melhor
entendimento dos processos de gestão da produção. Para a função financeira,
você também utilizará os princípios vistos em nossa disciplina Teoria Geral da
Administração (primeiro período), além de relembrar questões referentes à estru-
tura organizacional, vistos neste material, em nossa segunda aula.
Introdução
Todas as organizações trabalham com o objetivo de produzir algo,
sejam bens ou serviços. Para tanto uma importante questão é identificar a
necessidade de recursos financeiros necessários para que se transformem os
esforços da organização em algo que atenda às necessidades dos clientes.
Vamos começar com a área de produção e seus processos. Está preparado?
Na seqüência conheceremos as peculiaridades da área financeira da organi-
zação. Vamos em frente!
7.1 Produção
Kwasnicka (1995) nos ensina que as organizações, para sobreviver, devem
produzir algo de que as pessoas necessitem, ao preço que elas estão dispostas
a pagar. A função Produção é uma atividade de transformação de matéria-prima
em utilidades necessárias ao consumidor.
7.2 Finanças
Os aspectos financeiros das empresas passaram por diferentes enfoques no
decorrer dos tempos, como vários processos e estruturas da administração.
No passado, a principal preocupação voltava-se à obtenção de fundos;
depois, em como utilizá-lo, e, nesta fase, houve trabalhos significativos para desen-
volver uma análise sistemática da empresa e o fluxo de fundos correspondente.
Nos dias de hoje, o principal enfoque baseia-se no processo decisório, na
busca de valor para o negócio. Quais decisões financeiras maximizam a valo-
rização da empresa? De acordo com Gropelli e Nikbakht (1998), finanças é a
aplicação de uma série de princípios econômicos para maximizar a riqueza ou
valor total de um negócio.
Para Kwasnicka (1995), o valor da empresa hoje depende do fluxo de ganho
que se espera gerar no futuro. As decisões financeiras afetam ambos: o volume
do fluxo de ganho ou lucratividade e os riscos que envolvem esses ganhos.
Todas as perguntas acima são imprescindíveis, para que o gestor tenha subsí-
dios suficiente para basear suas decisões.
Síntese da aula
Nessa aula, a nossa última, conhecemos de forma geral, as estrututuras e
funções das áreas de produção e finanças de uma organização. Vimos as princi-
pais decisões relacionas a cada uma delas, analisando de forma sistêmica e inte-
grada. Lembro também que estas duas áreas serão estudadas de modo pormenori-
zado em outas disciplinas de nosso curso, como a Gestão da Produção e Logística
e a Administração Financeira e Análsie de Investimentos. Até lá, fica o gostinho.
Atividades
Ações Decisões
Gastos com automação comercial
Reforma de linhas de produção antigas
Captar recursos do mercado estrangeiro
Repassar as bonificações aos acionistas
Reinvestimento dos lucros na empresa
Adoção de novas tecnologias
Referências
BATEMAN,Thomas S.; SNELL, Scott A. Administração: construindo uma vantagem
competitiva. São Paulo: Atlas, 1998.
GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração Financeira. São Paulo:
Saraiva, 1998.
KWANISCKA, Eunice Lacava. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 1995.
LEMES JÚNIOR, Antonio Barbosa et al. Administração Financeira: princípios,
fundamentos e práticas brasileiras. Rio de Janeiro: Elsiever, 2002.
STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. Tradução de Alves
Calado. Rio de Janeiro: LTC, 1994.
Anotações
Coordenação Editorial
Maria Lourdes F. G. Aires
Assessoria Editorial
Darlene Teixeira Castro
Revisão Didático-Pedagógica
Marilda Piccolo
Revisão Lingüístico-Textual
Ivan Cupertino Dutra
Revisão Digital
Douglas Donizeti Soares
Projeto Gráfico
Douglas Donizeti Soares
Irenides Teixeira
Katia Gomes da Silva
Ilustração
Geuvar S. de Oliveira
Capa
Igor Flávio Souza
Equipe Fael
Créditos
Coordenação Editorial
Leociléa Aparecida Vieira
Assessoria Editorial
William Marlos da Costa
Revisão
Juliana Camargo Horning
Lisiane Marcele dos Santos
Apresentação
compreensão dos procedimentos que lhe permitirão realizar seus estudos
e organizar suas produções acadêmicas de forma coesa e significativa.
Disponibilizará, também, instrumentais indispensáveis para que você seja
capaz de atingir seus objetivos nesse curso: o estudo e a pesquisa nas
áreas de conhecimento em que está inserido.
Neste caderno de conteúdos e atividades, você conhecerá os vários
tipos de conhecimento humano e suas principais diferenças. Saberá,
também, que o conhecimento científico é um tipo de conhecimento que
utiliza determinados métodos e procedimentos para alcançar seus obje-
tivos. Você entrará em contato com as diferentes modalidades de pesquisa
científica e conhecerá o instrumental de cada uma delas. Além disso,
aprenderá como registrar e comunicar trabalhos científicos, bem como as
técnicas de elaboração do projeto de pesquisa, do artigo científico e do
trabalho de conclusão de curso – TCC.
Ao preparar este material, buscamos lhe oferecer subsídios nessa
perspectiva. Portanto, o que se verá nele é resultado de nossa experiência
como professores da disciplina, tendo por base a pesquisa bibliográfica
por meio da produção e da síntese de textos. A bibliografia indicada
pode e deverá ser referência para suas consultas.
Faça bom uso do material. Ele será seu grande companheiro para
sistematizar suas atividades de produção acadêmica.
Prof.ª Leila Amaral
EMENTA
Fundamentos da teoria do conhecimento, epistemologia, ciência, ideo-
logia, crise paradigmática e pós-modernidade. Disciplinaridade, interdiscipli-
naridade e perspectivas multidisciplinares e multirreferenciais na produção e
difusão do conhecimento científico. Métodos e técnicas de estudo. Tipos de
trabalho científicos e normas de elaboração: resenha, resumo, artigo científico
Plano de Ensino
e comunicação científica.
OBJETIVOS
• Compreender os pressupostos teórico-metodológicos básicos de
iniciação à pesquisa científica.
• Refletir sobre as diferentes abordagens metodológicas utilizadas
em pesquisa.
• Discutir a contribuição das abordagens multi e interdisciplinares na
produção e na divulgação do conhecimento científico.
• Utilizar as técnicas de elaboração do trabalho acadêmico-científico.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
• O processo de construção do conhecimento
• O conhecimento científico e o método
• A pós-modernidade e a crise dos paradigmas
• Múltiplos olhares do conhecimento científico
• A pesquisa científica: tipos e técnicas
• Tipos e normas de trabalhos científicos
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ANDRE, Marli Eliza D. A. O papel da pesquisa na formação e prática dos profes-
sores. Campinas: Papirus, 2001. (Série Prática Pedagógica)
BARROS, Aidie de Jesus Paes. LEHFELD, Neide A. de Souza. Projeto de pesquisa:
propostas metodológicas. 12. ed. rev. amp. Petrópolis: Vozes, 2001.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues (Org.). Repensando a pesquisa participante. São
Paulo: Brasiliense, 1984.
GIL, Antonio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina. Fundamentos de metodologia científica.
São Paulo: Atlas, 2003.
SEVERINO, A J. Metodologia do trabalho acadêmico. 21. ed. São Paulo:
Cortez, 2000.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CERVO, A. L., BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo: McGrraw-
Hill, 1977.
GOLDENBERG, Miriam. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa
em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Record, 1997.
LAKATOS, Eva M; MARCONI, Marina de. A metodologia científica. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2000.
MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. São
Paulo: Saraiva, 2003.
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.
SANTOS, Antonio. R. dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento.
Rio de Janeiro: DP & A, 2002.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:
Cortez, 2004.
Aula 1
O conhecimento e suas
principais modalidades
Objetivo
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• identificar as características do senso comum, da teologia e da filosofia.
Pré-requisitos
Para esta primeira aula, na qual se inicia a construção de novos saberes que
o auxiliarão nessa caminhada na universidade, sugerimos leituras sobre o que
é conhecimento e sobre como se constituiram os vários tipos de conhecimento.
Assim, no sítio <http://www.puc-io.br/sobrepuc/depto/dad/lpd/download/
tiposdeconhecimento>, você encontrará um texto que discorre sobre os tipos de
conhecimento – senso comum, conhecimento mítico/religioso, filosófico e cientí-
fico - e, também, sobre os tipos de métodos científicos.
Introdução
O conhecimento é uma peculiaridade humana, pois o ser humano é o único
ser que, em sua vivência, é capaz de planejar a sua ação sobre o meio que
o cerca e construir um conhecimento sobre essa ação. Alguma vez você já se
perguntou se o conhecimento de um astrônomo, de um líder religioso, de um
renomado intelectual e das demais pessoas têm alguma relação? Em um primeiro
momento, parece que não, pois temos a tendência de julgar as modalidades
de conhecimento por meio de uma hierarquia, ou seja, colocando uns como
mais importantes do que outros. Atribuímos um papel de destaque ao conhe-
cimento produzido pelos estudiosos e depreciamos a experiência cotidiana da
qual todos nós participamos. Nesta aula, optamos por tratar as modalidades
do conhecimento como diferentes, sem julgá-las como inferiores ou superiores
umas das outras, pois, de certa forma, todos nós nos servimos delas em graus
diversos e valorizamos as diversas maneiras de conhecer o mundo. Assim, temos
o senso comum ou conhecimento vulgar; a teologia ou conhecimento religioso;
a filosofia ou conhecimento especulativo e a ciência ou conhecimento científico.
Este último será tratado detalhadamente na próxima aula. Vejamos agora a defi-
nição de conhecimento e, em seguida, os principais aspectos do senso comum,
da teologia e da filosofia.
Portanto, o senso comum é aquele conhecimento primeiro, que nos situa frente
aos desafios do cotidiano, ao qual recorremos nas mais variadas situações e no
qual também confiamos, pois faz parte da experiência de nossos antepassados.
Entre as principais características desse conhecimento, destacamos:
• o senso comum é um tipo de conhecimento empírico baseado na
experiência vivida das pessoas, ou seja, desenvolve-se pelo acúmulo
de situações vividas. Por exemplo, uma doceira com vários anos de
experiência não saberia explicar as propriedades químicas dos ingre-
dientes que usa, nem porque seus bolos são tão deliciosos, porém é
reconhecida pelo seu trabalho;
• é um conhecimento ingênuo, isto é, não passa por nenhum tipo de
julgamento ou crítica. As situações vividas são tratadas como coisas
naturais, ou seja, desde sempre foi assim. Um exemplo que atesta esse
caráter é a maneira como as famílias definem desde cedo o papel
social do homem e da mulher. Você já reparou que os presentes que
costumamos dar às crianças diferem por aquilo que acreditamos ser
papel social masculino ou feminino? Se for um menino, provavelmente,
ganhará uma bola ou carrinho de brinquedo; se menina, uma boneca,
fogãozinho, maquiagem de brinquedo. Esses objetos não são neutros.
Nós usamos o carro para sair de casa, da mesma forma a bola pode
ser utilizada para se jogar em um campo ou quadra, ambos em sua
simbologia apontam que lugar de homem é fora de casa. Por outro
lado, a boneca é uma imitação do bebê e pode significar que a
responsabilidade pela educação das crianças é do gênero feminino.
Da mesma forma, o fogãozinho representa os afazeres domésticos
aos quais a figura feminina está vinculada. Sem perceber, reforçamos
os valores de uma cultura machista que situa as mulheres no espaço
doméstico privado e propõe ao homem o mundo fora de casa, espaço
público, onde estão concentradas as atividades políticas e no qual se
exerce o poder;
• é também um conhecimento subjetivo, pois o ponto de referência dos
julgamentos é a opinião de quem julga, ou seja, é um conhecimento que
exprime sentimentos e opiniões individuais e de grupos. Assim, é comum
observarmos que, diante de uma cultura diferente, o senso comum irá
compará-la com seu modo de viver e de ver as coisas. Por exemplo, diante
Síntese da aula
Nesta aula, você pôde observar que, apesar de serem tratados de forma
hierarquizada, os saberes não estão em níveis diferenciados, mas procuram dar
conta da diversidade de elementos que compõem a realidade. O conhecimento
permite que nossa consciência se relacione com o mundo externo. Da mesma
forma que em uma viagem podemos escolher vários roteiros para chegar ao
nosso destino, no conhecimento, várias são as vias de acesso. Precisamos desco-
brir qual a que melhor nos conduzirá em nossa eterna busca da verdade.
Atividades
Referências
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2002.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1995.
Na próxima aula
Na próxima aula, refletiremos sobre o conhecimento científico e seus métodos e
sobre como esse conhecimento pode contribuir para o seu desenvolvimento acadê-
mico, por meio da utilização de mecanismos para realizar pesquisas e trabalhos
acadêmicos. Veremos, também, que o conhecimento científico é diferente do senso
comum, da teologia e da filosofia pelo fato de ser racional, sistemático, confiável.
Aula 2
O conhecimento científico
e o método
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• identificar as principais características do conhecimento científico;
• compreender as principais concepções metodológicas desde Galileu
aos dias atuais.
Pré-requisitos
Você terá mais facilidade para acompanhar essa aula se revisar a aula ante-
rior e observar as diferenças entre as outras formas de conhecimento – baseiam-
se na opinião, na fé ou na reflexão – e o conhecimento científico que se funda
na comprovação empírica. Além disso, no sítio <http://www.ecientificocultural.
com/ECC2/artigos/metcien1.htm> você encontrará artigos que versam sobre o
tema dessa aula: o que é conhecimento científico, quais suas principais caracterís-
ticas, o que é método, quais são os mais relevantes, entre outras temáticas afins.
Introdução
A ciência ou o conhecimento científico é visto pelas pessoas de maneira
antagônica: para algumas, seria o caminho de redenção da humanidade, pois
permite ao ser humano obter um conhecimento que não tem limites. Ela seria,
dessa forma, uma oportunidade de superar as limitações que nossa condição
humana nos impõe. Por outro lado, muitos a interpretam como uma forma muito
perigosa de relacionar-se com o mundo, pois abre a possibilidade de dominar
e de modificar a natureza e os seres humanos. São várias as definições sobre
o conhecimento científico. Vamos encontrar nessas definições elementos comuns
que o diferenciam de outras formas de conhecimento que produzimos, tais como
o senso comum, a filosofia, a religião, a arte.
Além disso, o método tornou-se fundamental nas ciências para que chegás-
semos aos resultados que temos hoje, pois ele é o elemento que garante o rigor
e a correção em seu desenvolvimento sistemático. Porém, é muito difícil falarmos
Saiba mais
Saiba mais
Assim, o valor de uma teoria não é medido por seu caráter de verdade, mas
pela possibilidade de ser falsa. A falseabilidade seria o critério de avaliação
das teorias científicas garantindo, dessa forma, o progresso científico, pois é
a mesma teoria que vai sendo corrigida por novos fatos que a falsificaram
(CHAUÍ, 1995).
Saiba mais
era a passagem de uma realidade para o seu oposto. Assim, era impossível
compreender a doença sem saber o que era a saúde, compreender a escuridão
sem saber o que era a luz, o quente sem o frio.
Hegel (1770-1831) também reconhecia que a realidade era processo
contínuo. E poderia ser compreendida porque era perfeitamente racional, mas
não uma racionalidade estática, e sim dinâmica.
O método usado para compreender a realidade era a dialética, única forma
de apreender a realidade em sua totalidade, abarcando o afirmativo e o nega-
tivo, as coisas e sua contradição.
Hegel desenvolve a dialética em três momentos:
1. TESE – afirmação de uma idéia;
2. ANTÍTESE – negação da tese afirmada;
3. SÍNTESE – é o momento de união entre as partes postas pela tese e
antítese em um todo único, em que são anuladas as imperfeições e se
conserva a positividade de cada uma delas.
Como Hegel propunha a dialética no campo das idéias, Marx e Engels
propuseram a dialética materialista, isto é, não é a consciência humana que
transforma a realidade, como queria Hegel, mas é o contrário, é a realidade
material que transforma a mentalidade, a consciência humana.
Como desdobramentos posteriores da dialética materialista, teremos, então,
a construção das leis da dialética que passam a fundamentar os procedimentos
do método dialético:
• lei da passagem da quantidade à qualidade – o processo de transfor-
mação das coisas se faz por saltos. Mudanças mínimas de quantidade
vão se acrescentando e provocando, em determinado momento, uma
mudança qualitativa: o ser passa a ser outro. O exemplo clássico é o
da água esquentando; ao alcançar 100ºC, deixa o estado líquido e
passa para o gasoso. [...] Na biologia, segundo a teoria evolucionista
de Darwin, alterações acumuladas levam à formação de uma nova
espécie [...];
• lei da interpenetração dos contrários – a dialética considera a contra-
dição inerente à realidade das coisas. E justamente a contradição é a
força motriz que provoca o movimento e a transformação. A contra-
dição é o atrito, a luta que surge entre os contrários. Mas os dois pólos
contrários são também inseparáveis, e a isso chamamos de unidade dos
contrários, pois, mesmo em oposição, estão em relação recíproca. Por
estarem em luta, há a geração do novo. Por exemplo, o ovo de galinha
já tem, em germe, a sua negação; nele coexistem duas forças: que ele
permaneça ovo e que ele venha a ser ave;
Síntese da aula
Nesta aula, apresentamos sinteticamente as características do conhecimento
científico que é o conhecimento racional, factual, verificável, metódico, falível,
geral e útil. Assim, ficou mais fácil a você identificar as principais diferenças
entre o conhecimento científico e as demais modalidades do conhecimento
humano, bem como compreender as possibilidades e limitações da ciência.
Você teve, também, a oportunidade de compreender o conceito de método e
sua evolução ao longo da história, obedecendo à preocupação que as pessoas
da época tinham em relação à resolução de seus problemas. Percebeu que as
construções metodológicas de Galileu, Bacon e Descartes privilegiam ora a
racionalidade ora a experiência. E sobre a concepção atual de método, o que
você precisa saber?
• A indução é o processo mental que, partindo de dados particulares,
tira conclusões gerais, que ainda não estavam presentes nas partes
examinadas.
• O raciocínio dedutivo parte de uma lei, teoria ou hipótese geral que é
aceita por todos e da qual é possível tirar conclusões particulares.
• O método hipotético-dedutivo parte de uma idéia geral sob a forma
de uma hipótese que será, ou não, validada a partir da investigação
dos fenômenos.
• O método dialético apreende a realidade em sua totalidade, por meio
da análise das contradições, abarcando o afirmativo e o negativo, as
coisas em sua contradição nas fases da tese, antítese e síntese.
Atividades
4. Para Hegel, o método que deveria ser utilizado para compreender a reali-
dade era o dialético, única forma de apreender a realidade em sua totali-
dade, abarcando o afirmativo e o negativo, as coisas e sua contradição.
Este pensador desenvolveu o método dialético em três momentos. Assinale a
alternativa que corresponde aos mesmos.
a) Qualidade, negatividade e seletividade.
b) Legalidade, realidade e positividade.
c) Tese, antítese e síntese.
d) Mudança, contradição e quantidade.
Para a atividade três, você levou em conta que o método científico é uma cons-
trução histórica e que não se pode atribuir a um ou outro pensador o título de pai
desse método. As contribuições de Bacon e Descartes foram fundamentais para
a consolidação do campo das ciências e permitem a você compreender como
utilizar os raciocínios dedutivo e indutivo para estudar determinado fenômeno.
Finalmente, na atividade quatro você percebeu que a alternativa que corres-
ponde às fases do método dialético de Hegel é a letra (c). Hegel desenvolve a
dialética em três momentos:
1. tese – afirmação de uma idéia;
2. antítese – negação da tese afirmada;
3. síntese – é o momento de união entre as partes postas pela tese e antítese
em um todo único, em que são anuladas as imperfeições e se conserva
a positividade de cada um deles.
Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2002.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1995.
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de. A metodologia científica. São Paulo:
Atlas, 2000.
______. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2003.
MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia Científica na era da informática. São
Paulo: Saraiva, 2003.
Na próxima aula
Como você observou, o conhecimento não é estático. Ele muda à medida
que a sociedade e os indivíduos que a compõem também elegem novas formas
de compreender o mundo que os cerca. O pano de fundo da nossa próxima aula
é o desafio de enfrentar a complexidade dos fenômenos humanos sem reduzi-
los a apenas um enfoque disciplinar, o que empobreceria sua compreensão.
Refletiremos sobre a crise dos paradigmas científicos e sobre as novas abordagens
que daí resultam, tais como a interdisciplinaridade e a multirreferencialidade.
Anotações
Aula 3
Pós-modernidade e conhecimento:
a interdisciplinaridade e a
multirreferencialidade
Objetivo
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• reconhecer os limites e as vantagens de uma prática integradora do
conhecimento nas pesquisas.
Pré-requisitos
Você poderá aproveitar melhor esta unidade se revisar o método cartesiano,
visto na unidade dois. Busque compreender o processo de fragmentação que é
imposto ao objeto a ser investigado. Dessa forma, terá mais clareza e compre-
ensão de que, por mais especializado que seja um conhecimento, ele estará
limitado a perceber alguns dos aspectos da realidade complexa que compõem a
investigação, sobretudo em ciências humanas. Você poderá também visitar o sítio
<http://www.unb.br/ppgec/dissertacoes/proposicoes/proposicao_jairocarlos.
pdf> e encontrar uma boa discussão sobre a multidisciplinaridade, a pluridiscipli-
naridade e a interdisciplinaridade, o que favorecerá a sua compreensão sobre o
tema da aula.
Introdução
Como você pôde perceber na aula dois, o método analítico proposto por
Renée Descartes tornou-se procedimento corriqueiro nas investigações cientí-
ficas. Em função disso, todo e qualquer problema deveria ser investigado decom-
pondo-o em suas menores partes para que pudesse ser mais bem estudado. A
principal conseqüência dessa postura epistemológica foi a especialização e a
fragmentação do saber. Como você também pôde observar, são inúmeras as
especialidades dos saberes científicos. Por um lado, isso representou a possi-
bilidade de um conhecimento aprofundado; mas, por outro, causou uma sepa-
ração entre as diferentes formas do conhecimento que chega, em muitos casos,
a dificultar a percepção do todo. Um exemplo dessa tendência são as espe-
cialidades médicas. Geralmente, vai-se a um clínico geral para que ele possa
realizar um exame prévio e encaminhar o enfermo a um especialista. Esse
Assim, o que este autor está querendo evidenciar é que a ciência, sob os
moldes de uma racionalidade e de uma objetividade que conduzem a um conhe-
cimento demonstrável e confiável, já não mais se sustenta.
Santos (1983) nos fala também de rupturas epistemológicas: a primeira,
quando a ciência constrói-se contra o senso comum, visto aqui como um conhe-
cimento falso com o qual é preciso romper para que se torne possível o conhe-
cimento científico, racional e válido. E uma segunda ruptura: o reencontro da
ciência com o senso comum. Santos (1989, p. 41) nos mostra que
enquanto a primeira ruptura é imprescindível para constituir
a ciência, mas deixa o senso comum tal como estava antes, a
segunda ruptura transforma o senso comum com base na ciência.
Com essa dupla transformação pretende-se um senso comum
esclarecido e uma ciência prudente, ou melhor, uma nova confi-
guração do saber [...], ou seja, um saber prático que dá sentido
e orientação à existência e cria o hábito de decidir bem.
3.2 Multidisciplinaridade
Antes de iniciarmos a discussão sobre a interdisciplinaridade é preciso
compreender a perspectiva anterior a ela: a multidisciplinaridade. Esta pode
ser compreendida como um conjunto de disciplinas atuando de forma simul-
tânea, sem que as relações entre elas apareçam. Na multidisciplinaridade, que
é a forma como nossos currículos escolares estão organizados, não há cola-
boração entre as várias áreas do conhecimento. Várias disciplinas pesquisam
sobre o mesmo assunto, mas não são capazes de provocar sinergia. Maheu
(2006) afirma que
de acordo com o conceito de multidisciplinaridade, recorre-se
a informações de várias matérias para estudar um determinado
elemento, sem a preocupação de interligar as disciplinas entre
si. Assim, cada matéria contribuiu com informações próprias
do seu campo de conhecimento, sem considerar que existe
uma integração entre elas. Essa forma de relacionamento entre
as disciplinas é considerada pouco eficaz para a transferência
de conhecimentos, já que impede uma relação entre os vários
conhecimentos.
Saiba mais
essa dificuldade inicial, por mais que represente um grande desafio, é válida
porque o conhecimento produzido é permeado por vários discursos, e assim é
mais democrático e corre menos risco de ser fragmentado.
O grande mal a ser evitado é a transformação da interdisciplinaridade em
um modismo. Esta prática, de transformar as novidades em moda, é comum no
Brasil. O que se vê é uma justaposição de disciplinas (multidisciplinaridade) que
de interdisciplinar só tem o nome.
Síntese da aula
Vimos, nesta aula, que:
• a especialização do conhecimento levou à fragmentação e à perda da
visão do todo;
• a construção de uma ciência pós-moderna requer uma nova postura
epistemológica que alie ciência e senso comum;
• a multidisciplinaridade é uma forma de tratar determinado assunto sob
vários enfoques, sem estabelecer conexões entre eles;
• a interdisciplinaridade busca estabelecer um diálogo entre os vários
campos do conhecimento, procurando estabelecer uma prática que
compreenda a complexidade dos fenômenos. No entanto, há ainda
certa dificuldade em exercer essa prática, pois a maioria dos pesqui-
sadores está habituada a trabalhar de forma isolada, mas esse quadro
vem se revertendo rapidamente.
Atividades
a) Multidisciplinaridade c) Interdisciplinaridade
b) Protodisciplinaridade d) Disciplinaridade
Referências
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995.
Na próxima aula
Agora que você já sabe o que é conhecimento científico e, também, seus
principais métodos, bem como as discussões atuais acerca de uma nova postura
epistemológica, apresentaremos, a seguir, os diferentes níveis da pesquisa e
como a pesquisa está vinculada ao desenvolvimento econômico, cultural e social
de uma nação. Apresentaremos também os objetivos, fontes e procedimentos
da coleta de dados que fazem parte da pesquisa, bem como os diferentes tipos
de pesquisa, com o intuito de aprofundar o que iniciamos nas aulas anteriores.
Esperamos com isso contribuir para que você possa aperfeiçoar seus procedi-
mentos de pesquisa e desenvolver com eficácia suas investigações.
Aula 4
A pesquisa científica:
conceitos e modalidades
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• identificar o conceito de pesquisa científica e os seus principais níveis;
• descrever os diferentes tipos de pesquisa.
Pré-requisitos
Para uma compreensão mais ampla dos conteúdos dessa aula, releia o
tópico sobre o conhecimento científico e suas características na aula dois.
Procure refletir sobre a maneira como se dá o processo de desenvolvimento da
ciência. Com isso, será mais bem interpretado o sentido da pesquisa científica
e sua importância para a atividade acadêmica. Sobre os tipos de pesquisa, no
sítio <http://www.sbi_web.ifsc.usp.br/metodologia_pesquisa_cientifica.pdf>
você encontrará slides identificando os principais tipos quanto aos objetivos,
às fontes de dados e aos procedimentos de coleta. É apenas uma pequena
introdução que o familiarizará com o tema dessa aula.
Introdução
É muito comum associarmos a pesquisa com a atividade daqueles cientistas
geniais, meio doidos, às vezes trancados em seus laboratórios realizando expe-
riências mirabolantes. Na verdade, a pesquisa pode ser feita por todos aqueles
que tenham a curiosidade necessária e dominem os métodos adequados. O
pesquisador individual, hoje, é um personagem em extinção. As agências
financiadoras aprovam projetos que tenham abordagem interdisciplinar, com a
formação de grupos de pesquisadores.
A pesquisa em rede, viabilizada pela Internet, possibilita que um mesmo
problema seja investigado por vários grupos de vários países, em intercâmbio
sistemático. Problemas na área ambiental, de saúde, de educação, entre outros,
que afetam o globo, em suas várias regiões, são investigados em rede. Pesquisar,
como você verá nesta aula, é algo extremamente importante para o desenvol-
a) Dados censitários
O levantamento sistemático de dados censitários a respeito de uma popu-
lação constitui a sociometria. Os países que dispõem de um banco de dados a
respeito, sistemática e periodicamente, os atualizam e editam, possibilitando aos
b) História de vida
É outro método de pesquisa amplamente utilizado em sociologia. A história de
vida “compõe-se de relatos, depoimentos, memórias e documentos pertencentes ao
depoente” (COSTA, 2001, p. 234). É um tipo de fonte de coleta de dados e informa-
ções que apresenta vantagens como fator importante para recuperar interpretações
“não-oficiais” sobre certos acontecimentos, e pode revelar novos aspectos desses
acontecimentos, a visão de quem viveu e testemunhou. Atualmente, tem-se valori-
zado “a análise dos valores, das tradições, da expressão de opinião” que permitem
a decifração mais apurada desses depoimentos (COSTA, 2001).
c) Levantamento histórico
Trata-se de realizar levantamentos de documentação para apreender o
processo de transformação de determinado fenômeno. Esses documentos cons-
tituem fonte preciosa de informação, tais como correspondências, diários,
contratos, relatos de viajantes, atas de instituições, entre tantos outros.
As fontes de pesquisa anteriormente citadas podem ser usadas de forma combi-
nada, dependendo do objetivo a ser alcançado e do problema a ser desvendado.
Saiba mais
Síntese da aula
Nessa aula você aprendeu que a ciência é um tipo de conhecimento sistema-
tizado, ou seja, planejado e organizado metodologicamente. Logo, a pesquisa
– um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar
respostas aos problemas que são propostos – é uma de suas principais carac-
terísticas, na qual dois níveis fundamentais se destacam: a pesquisa acadêmica
e a de ponta. Muito do que sabemos sobre o tipo de pesquisa adequado para
analisar um fenômeno é determinado pelo próprio objeto da pesquisa. Assim
temos pesquisas segundo os objetivos, que se subdividem em exploratórias,
descritivas e explicativas; temos as pesquisas segundo as fontes: pesquisa de
campo, laboratório e bibliográfica e, por fim, as pesquisas segundo os proce-
dimentos de coleta: experimental, ex-post-facto, levantamento, estudo de caso,
pesquisa-ação, bibliografia e documento. As pesquisas científicas proporcionam
o avanço desse tipo de conhecimento e, muitos de seus resultados, podem favo-
recer a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Atividades
III. Para realizar uma pesquisa não são necessários conhecimentos disponí-
veis nem a utilização cuidadosa de métodos e técnicas.
Referências
COSTA, C. Sociologia, introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna,
2001.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. São
Paulo: Melhoramentos, 1999.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MÁTTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informática. São Paulo:
Saraiva, 2003.
SANTOS, A. R. dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. Rio
de Janeiro: DP & A 2002.
SOUZA, H. M. M. R. de. Análise experimental dos níveis de ruído produzido por
peça de mão de alta rotação em consultórios odontológicos: possibilidades de
humanização do posto de trabalho do cirurgião dentista. Rio de Janeiro: Fiocruz,
1998. Disponível em: <http://portalteses.cict.fiocruz.br/transf.php?script=thes_
chap&id=00010712&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 13 jul. 2006.
Na próxima aula
Você já identificou o que é conhecimento científico e quais os seus principais
métodos, bem como descreveu os diferentes tipos de pesquisa científica. Agora você
precisa se familiarizar com a linguagem acadêmica, com o discurso científico e com
os mecanismos de divulgação dos mesmos. Veremos na próxima aula as várias
Anotações
Aula 5
Tipos de registro e apresentação de
trabalhos acadêmicos
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• identificar os diferentes tipos de registro e apresentação de trabalhos
acadêmicos;
• utilizar os procedimentos de elaboração e apresentação de trabalhos
acadêmicos.
Pré-requisitos
Para um melhor aproveitamento desta aula, sugerimos que você leia o capítulo
IV e V do livro Metodologia do trabalho científico, de Antônio Joaquim Severino,
que está na bibliografia do plano de ensino dessa disciplina no caderno de
conteúdos e atividades. A leitura do capítulo IV desse livro é importante, pois nele
você encontrará as diretrizes para a realização de um seminário e no capítulo V,
no item três, encontrará as formas de trabalho científico: o resumo e a resenha.
No sítio <http://www.caminhosdalingua.com/Resenha.html> você encontrará,
também, algumas dicas que o ajudarão a produzir textos acadêmicos.
Introdução
Ao adentrar o universo acadêmico, você lidará com uma série de leituras
de textos científicos. A linguagem desses textos é bem diferente daquela que
estamos habituados no nosso dia-a-dia: jornal, revista, texto literário. Muitos
trabalhos didáticos e científicos serão solicitados para as diversas disciplinas
com as quais você entrará em contato. Daí a importância de saber sintetizar
um texto, retirar as principais idéias de determinado autor, relacionar essas
idéias a outros autores ou textos. Ao familiarizar-se com as técnicas de elabo-
ração de resumos, fichamentos e resenhas, você encontrará menos dificuldade
em reconhecer um texto científico, bem como em construí-lo.
Existem, também, diferentes maneiras de apresentar trabalhos acadêmicos:
seminários, mesas redondas, painéis, palestras, comunicações, conferências,
etc. Os seminários são a forma mais utilizada, portanto, conhecer suas técnicas
de organização é fundamental para que você compreenda como apresentar ou
divulgar um trabalho acadêmico.
5.5.2 Modalidades
O seminário, na sua estrutura e funcionamento, apresenta três modalidades.
Conheça-os a seguir.
a) Clássico: seminário clássico ou individual é aquele em que os estudos
e a exposição ficam a cargo apenas de um estudante. O estudo pode
abranger um determinado assunto ou parte dele.
Síntese da aula
Nesta aula, você aprendeu que a redação científica é a forma mais usual
na construção de textos acadêmicos. Ela exige clareza de expressões, objetivi-
dade na apresentação, precisão na linguagem e utilização correta das normas
gramaticais. O importante é que você leve em conta que o texto científico será
lido e que o leitor precisa compreender o que você está querendo comunicar.
Embora seja um texto técnico, deve ter uma linguagem acessível. A elabo-
ração de seus trabalhos acadêmicos: resumos, resenhas, etc. será norteada
pelos parâmetros dessa redação. Os resumos, as resenhas e os fichamentos
fazem uso da técnica de sublinhar que consiste em ler o texto e destacar as
palavras-chave e as idéias principais do autor. Os resumos podem ser indica-
tivos, informativos e críticos, cada um com suas aplicabilidades específicas. A
resenha, apesar das divergências de diversos autores, é um texto que se apro-
xima muito do resumo crítico, porém mais bem elaborado, com informações
sobre o autor da obra, as teorias que utilizou e, por fim, uma argumentação a
favor ou contrária às idéias do mesmo. A resenha exige maturidade intelectual,
ou seja, capacidade de associar teorias e produzir uma crítica das mesmas.
Os trabalhos acadêmicos podem, também, ser apresentados em seminários,
painéis, conferências, palestras e comunicações. A organização de seminários
é a forma mais usual de apresentar as discussões sobre determinado assunto
ou tema, sobretudo no meio acadêmico. O seminário também exige a obser-
vação de alguns pontos fundamentais: seleção do tema, sua divisão em tópicos,
divisão de tarefas (coordenador, relator, secretário, comentador), síntese das
idéias, exposição do tema e discussão. O seminário é, também, uma técnica
de estudo, pois na sua elaboração, a pesquisa é fundamental.
Atividades
2. Maria vai organizar, pela primeira vez, um seminário e está com dúvidas sobre
os procedimentos a serem adotados. Ela resolve perguntar a você os passos que
deve seguir, se precisa dividir conteúdos, etc. Marque a alternativa que repre-
senta a resposta metodologicamente adequada, ou seja, aquela que esclareça
a Maria os passos que ela deve percorrer para organizar um seminário.
Referências
ABNT – Disponível em: <http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_página>.
LAKATOS, Eva; MARCONI, Marina. A metodologia científica. São Paulo: Atlas,
2000.
_______. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2003.
MAGOSSI, Wilson. Metodologia Científica. Disponível em: <http://geocites.
yahoo.com.br/wmagossi/texto/doc>.
MEDEIROS, João Bosco. Técnicas de Redação. São Paulo: Atlas, 2000.
O MULATO. Disponível em: http//www.algosobre.com.br/assunto/ler.asp?
conteúdo=202. Acesso em: 21 jul. 2006.
OLIVEIRA, Jorge L. Texto técnico: guia de pesquisa e de redação. Brasília:
abcBSB, 2003.
Na próxima aula
Agora que você já compreendeu a linguagem acadêmica e como elaborar
uma série de textos científicos, vai perceber que não é tão complicado realizar
uma pesquisa científica. Porém, como vimos na aula quatro, a pesquisa científica
exige rigor e planejamento e o projeto de pesquisa é o primeiro passo para a
sua realização. A seguir, veremos como elaborar um projeto de pesquisa, quais
seus principais elementos constitutivos e a sua utilidade.
Anotações
Aula 6
O projeto de pesquisa: normas
de elaboração
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• identificar os elementos básicos para estruturar um projeto de pesquisa;
• elaborar um projeto de pesquisa.
Pré-requisitos
Como pré-requisito para esta aula, sugerimos que você leia o capítulo quatro,
item três do livro Metodologia do trabalho científico, de Antonio Joaquim Severino,
cuja bibliografia está relacionada no plano de ensino dessa disciplina. A leitura
desse capítulo é fundamental, pois nele você encontrará os principais elementos
que constituem um projeto de pesquisa. Reveja, também, o conceito e as modali-
dades de pesquisa abordadas na aula quatro. No sítio <http://www.univille.br/
arquivos/2340_LV_Guiaprojeto_2006digital.pdf> você também encontrará um
roteiro para construção de projetos de pesquisa.
Introdução
Como você já teve a oportunidade de aprender ao longo deste semestre, a
pesquisa é fator fundamental para a construção do conhecimento da sociedade.
Muitas descobertas foram encontradas por mero acaso. Mas, mesmo frente a
esse “acaso”, havia, por parte do observador (pesquisador), um propósito cientí-
fico. Podemos definir esse propósito como um projeto. Desde sua matrícula nesta
universidade, ao que você deseja fazer depois de formado, a delimitação de
objetivos, metas e caminhos a serem seguidos estão contidos no seu propósito de
vida. Com as atividades acadêmicas não acontece de forma diferente.
como ao tipo de problema a ser resolvido. Porém é preciso definir com clareza
quais as etapas por que passará a pesquisa, quais os recursos necessários para
atingir os resultados e como tudo isso se processará. Outro aspecto importante é
a construção de um planejamento detalhado para que se possa acompanhar o
andamento da pesquisa e assim permitir avalia-
ções parciais dentro do processo.
Ao iniciar a viagem rumo à pesquisa, será
necessária a definição de um “roteiro de viagem”,
ou seja, um projeto de pesquisa. Um projeto de
pesquisa necessitará de elementos fundamen-
tais, como: tema; revisão de literatura; problema;
seleção e delimitação do problema; hipóteses;
objetivos geral e específico; justificativa; metodo-
logia; recursos; produção escrita do planejamento;
e bibliografia.
6.4 Problematização
O problema é o núcleo em torno do qual se desenvolve uma pesquisa. Sem
problema não há pesquisa. Mas, o que é um problema? Geralmente é uma
necessidade humana, transformada em uma pergunta, que deverá ser respon-
dida pela pesquisa. Por exemplo, atualmente o mundo passa por uma epidemia
de gripe aviária. Esse é um problema real para o qual uma pesquisa deveria
responder com eficácia a perguntas que ele suscita. As dúvidas da pesquisa
seriam: como o vírus passa das aves para os seres humanos? Poderá haver
6.12 Bibliografia
A construção e execução de um projeto de pesquisa não surgem do nada.
Pelo contrário, emanam da inquietação natural do ser em buscar respostas.
Entretanto, ao longo da pesquisa e mesmo no início, podemos nos “espelhar” em
pesquisadores que já tenham tratado do assunto. Surge aí a necessidade de citá-
los no projeto para dar sustentação científica ao que foi proposto. Considera-se
bibliografia materiais coletados em livros, revistas, Internet, leis, anuários, jornais
e uma vastidão de fontes de informação.
Síntese da aula
Como você viu nesta aula, o desenvolvimento de uma pesquisa acadêmica
necessita de um planejamento, um projeto de pesquisa, um roteiro pré-deter-
minado que o oriente, como pesquisador, durante a sua trajetória em busca
de conhecimento. Nesse roteiro, destacam-se: a escolha do tema, a definição
do problema, a justificativa pela qual passa sua pesquisa, seus objetivos e as
possíveis conclusões. Assim ao elaborar um projeto de pesquisa você estará
traçando o caminho que deseja seguir para alcançar as respostas que o levaram
a inquietar-se sobre determinado fenômeno.
Atividades
A seqüência correta é
a) 1,2,3,4 c) 3,2,4,1
b) 4,3,2,1 d) 4,1,2,3
Na atividade dois, você percebeu que precisa retomar o texto dessa aula
e reler a forma de construção de objetivos gerais. A alternativa com a seqü-
ência correta é a letra (d), (4, 1, 2, 3), pois o verbo irá exprimir a real intenção
do pesquisador. Por exemplo, se você quer conhecer acerca de determinado
assunto, use “apontar, citar, conhecer”.
Referências
GIL, Antonio C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.
MALDANER, Jair José et al. In: Caderno de conteúdos e atividades: curso seqüen-
cial em administração. UNITINS – EaD, Palmas, TO, 2005.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:
Cortez, 2004.
Na próxima aula
Ao final de um curso de graduação será exigido do acadêmico um trabalho
científico para demonstrar a aprendizagem alcançada ao longo do período
de estudo. A seguir, apresentaremos a você as informações necessárias para a
elaboração de trabalhos de conclusão de curso. Será apresentado um roteiro
sistematizado para que você se norteie na época da construção do seu trabalho
de conclusão de curso. Existem várias modalidades de trabalho de conclusão
curso como papers, resumos, monografias, artigo científico, TCC, etc. Das moda-
lidades evidenciadas, abordaremos as duas últimas.
Anotações
Aula 7
Artigo e TCC: normas de elaboração
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• identificar os elementos constituintes do Trabalho de Conclusão de Curso
e do artigo científico;
• utilizar as normas da ABNT na elaboração de trabalhos acadêmicos.
Pré-requisitos
Você terá mais facilidade no acompanhamento desta aula se for capaz
de operacionalizar os aplicativos de construção de texto disponíveis em micro
computadores, como Word e Open Office. No sítio <http://www.bu.ufsc.br/
ArtigoCientifico.pdf>, você encontrará um esquema de elaboração do artigo cien-
tífico que lhe dará subsídios para melhor compreender a aula. Da mesma forma,
no sítio <http://www.unesc.net/intranet/index_camp.php?campanha=28>, o
TCC é o foco e as normas de elaboração que lá se encontram o ajudarão,
também, a ter uma compreensão antecipada dos temas desta aula.
Introdução
Ao iniciar a elaboração de trabalhos acadêmicos – artigos, monografias,
teses e dissertações – para a conclusão do curso de graduação, pós-graduação
etc., o acadêmico deverá estruturar um “projeto de pesquisa”, visto na aula seis.
Para tal, deve ter em mente um “assunto” sobre o qual deseja dissertar, assim
como um orientador que aceitará as responsabilidades e atribuições descritas
nas normas para elaboração do trabalho de conclusão de curso da Instituição
na qual o aluno está matriculado.
Não há, ainda, uma norma rígida que defina exatamente como um trabalho
deve ser formatado na Universidade. A ABNT, contudo, possui uma norma
(NBR 14724) para apresentação de trabalhos acadêmicos caracterizados como
monografia, dissertação e tese. Nota-se que as normas estão em constante
revisão. Antes de formatar o material produzido, verifique se há alterações na
3,0 cm
3,0 cm 2,0 cm
2,0 cm
ANEXOS OU APÊNDICES
GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS
TEXTO
SUMÁRIO
RESUMO
EPÍGRAFE
AGRADECIMENTOS
DEDICATÓRIA
FOLHA DE AVALIAÇÃO
FOLHA DE ROSTO
CAPA
muito curtos não devem ser antecedidos por uma introdução muito longa.
Geralmente, os professores estipulam seu limite conforme a necessidade do
trabalho solicitado).
O desenvolvimento do trabalho é composto por tantos capítulos ou subtítulos
quantos se fizerem necessários para a solução do problema de pesquisa ou
trabalho. A grande maioria dos trabalhos acadêmicos exigirá a apresentação
de um referencial teórico, ou seja, uma revisão da literatura a respeito do tema
do trabalho, que pode ser dividido em tantos capítulos quantos se fizerem neces-
sários. Outro assunto a ser tratado refere-se às metodologias, nas quais o autor
classifica o trabalho de acordo com critérios previamente definidos e apresenta
os métodos e técnicas utilizadas para a coleta, análise e tratamento dos dados
da pesquisa. Mais elementos podem ser agregados de acordo com as neces-
sidades do trabalho. Em relação à apresentação dos capítulos do desenvolvi-
mento, é preciso lembrar que cada capítulo inicia uma nova página, e que os
capítulos podem ser divididos em seções. A numeração dos capítulos e seções é
progressiva e utiliza algarismos romanos ou arábicos, de acordo com o critério
estabelecido pelo autor. A numeração dos títulos deve ir até três algarismos
(1.1.1, por exemplo), não sendo aconselhável ir além disso.
A conclusão ou considerações finais consiste em um fechamento do trabalho,
em que os principais aspectos abordados são recapitulados resumidamente, e
as recomendações feitas são apresentadas sinteticamente. Aconselha-se evitar
apresentar questões que sejam polêmicas ou controversas na conclusão, expondo
somente os aspectos que possam ser considerados aceitáveis sem maiores discus-
sões. A conclusão do trabalho também pode apontar possibilidades de estudos
mais profundos ou outros problemas que possam vir a ser objeto de análise pelo
autor ou por outros pesquisadores, bem como as limitações do estudo desenvol-
vido, caso não tenham sido apresentadas na introdução.
A NBR 14724/02 considera opcionais os aspectos referentes à impor-
tância, síntese, projeção, repercussão e encaminhamentos futuros de trabalho
na conclusão. Um aspecto que não pode ser esquecido: conclusões não podem
introduzir elementos novos no trabalho. Mesmo que corram o risco de ser repeti-
tivas, as conclusões devem apenas trazer o que já foi tratado no trabalho.
d) Anexos: são documentos não elaborados pelo autor e usados para funda-
mentar, comprovar ou ilustrar a argumentação dele. Seu sistema de identifi-
cação é semelhante ao dos apêndices.
Ex.: Zotti citado por Haidar (1972, p. 126-127) afirma que “a maior parte dos alunos,
após alguns anos de estudos regulares, abandonava o colégio e buscava apresentar o
ingresso nas faculdades tentando a sorte nos exames parcelados”.
Recomenda-se que o assunto, uma vez escolhido, seja delimitado para que se
possa aprofundar e aprimorar conhecimentos, aplicáveis a um pequeno conjunto
de fatores ou variáveis que compõem o campo de estudo abordado. Ou seja, é
preferível escrever de forma detalhada e consistente sobre poucas coisas do que
falar genericamente sobre muitas coisas.
Agora que você já possui as noções básicas para construir seu Trabalho de
Conclusão de Curso, gostaríamos de sugerir um modelo de fluxograma para
facilitar sua tarefa. Este modelo foi adaptado do livro Como fazer uma mono-
grafia, escrito pelo professor Délcio Vieira Salomon:
Escolha do
assunto
Documentação
Redação
b) Resumo
É a apresentação sintetizada dos pontos principais do texto, destacando
os aspectos de maior interesse e importância. O resumo deve apre-
sentar, de forma concisa, os objetivos, a metodologia e os resultados
alcançados, não ultrapassando 250 palavras. Não deve conter cita-
ções. “Deve ser constituído de uma seqüência de frases concisas e não
de uma simples numeração de tópicos. Deve-se usar o verbo na voz
ativa e na terceira pessoa do singular” (ABNT. NBR 6028, 2003, p. 2).
Deve, ainda, ser redigido em um único parágrafo.
c) Palavras-chave
d) Corpo do texto
e) Referências
Devem ser organizadas e apresentadas em ordem alfabética de
acordo com o sobrenome do primeiro autor. Dessa forma, somente as
citações que figuram no texto devem ser referenciadas. Para elabo-
ração das referências, deve ser observada a norma NBR 6023 da
ABNT, 2002.
Síntese da aula
Na nossa última aula, após compreender o que é conhecimento e suas
modalidades e perceber que o conhecimento científico é aquele característico
da sociedade moderna, você observou como, depois de cursar uma graduação,
precisa apresentar como pré-requisito para diplomar-se, um trabalho de
conclusão de curso, que pode ser um TCC, um artigo e, em muitas instituições,
um projeto de pesquisa. Observou, também, que esses trabalhos científicos
devem ser formatados segundo as normas da Associação Brasileira de
Normas técnicas (ABNT), bem como as disposições reguladas pela instituição
em que você estuda. Portanto, os TCCs e os artigos científicos são trabalhos
que o levam à rotina de pesquisa e aprimoramento em assuntos pontuais
inerentes ao curso em conclusão. Todo saber aprendido e apreendido durante
a carreira universitária é colocado à prova durante a elaboração do TCC e
do artigo científico.
Atividades
a) f, v, v, v b) v, f, v, v
c) f, f, v, v d) f, f, f, v
Referências
ABNT. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/m3_asp?cod_pagina>.
MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. São
Paulo: Saraiva, 2003.
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.
Anotações
Coordenação Editorial
Maria Lourdes F. G. Aires
Assessoria Editorial
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Didático–Pedagógica
Marilda Piccolo
Revisão Lingüístico–Textual
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Digital
Helena Carolina Costa e Lima Prestes
Projeto Gráfico
Douglas Donizeti Soares
Irenides Teixeira
Katia Gomes da Silva
Ilustração
Geuvar S. de Oliveira
Capa
Igor Flávio Souza
Equipe Fael
Créditos
Coordenação Editorial
Leociléa Aparecida Vieira
Assessoria Editorial
William Marlos da Costa
Revisão
Juliana Camargo Horning
Lisiane Marcele dos Santos
Apresentação
mais direcionado para o fim de que este trabalho se destina. Na terceira
aula, o assunto a ser tratado corresponde à função do segundo grau, função
exponencial e logarítmica, fundamentais em muitas situações da matemática
financeira e estatística e, também, em economia.
Progressões aritméticas, progressões geométricas, demanda e oferta de
mercado, na quarta aula, são os temas a serem abordados. A abordagem
das P.A. e P.G. é simples e objetiva, apenas para dar direção aos problemas
de séries de pagamentos na disciplina de matemática financeira. A demanda
e oferta de mercado são aplicações das funções de primeiro e segundo graus,
voltadas bastante para a área de economia com importância elevada à admi-
nistração e contabilidade em tomada de decisões para optar em projetos de
investimentos e em produtos novos, no processo de controle na produção.
Nas aulas cinco e seis, vamos tratar o preço de equilíbrio, receita total,
custo total e ponto de nivelamento, lucro total com importância similar à
demanda e oferta de mercado. Nas aulas seis e sete, o assunto a ser tratado
é o cálculo diferencial e integral, com os conteúdos de limites de funções,
derivadas e integrais. Esses temas serão tratados com relevância signifi-
cativa, dada à importância dos mesmos, em aplicações e otimização de
sistemas gerenciais na estrutura do curso, dentro da estrutura curricular.
Bons estudos!
EMENTA
Funções polinomiais de primeiro e segundo graus; exponenciais
e logarítmicas; seqüências numéricas; funções como modelos matemá-
ticos; limites e continuidade; derivadas e técnicas de derivação; e inte-
grais indefinidas.
Plano de Ensino
OBJETIVOS
• Solidificar conhecimentos básicos das operações fundamentais
no conjunto dos números reais.
• Resolver equações de primeiro e segundo graus.
• Apresentar as progressões aritméticas e geométricas.
• Construir, ler e interpretar gráficos.
• Reconhecer e definir as funções polinomiais básicas.
• Compreender e interpretar limites de funções algebricamente e
graficamente.
• Calcular derivadas.
• Aplicar conteúdos de máximos e mínimos às organizações.
• Resolver integrais.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
• Operações fundamentais e expressões algébricas
• Equações do primeiro grau e do segundo grau
• Domínio e imagem de funções
• Função do primeiro grau e quadrática
• Demanda e oferta de mercado
• Preço de equilíbrio e receita total
• Custo total, ponto de nivelamento e lucro total
• Função exponencial e logarítmica
• Seqüências numéricas e estudo dos limites de funções
• Estudo das derivadas e dos máximos e mínimos
• Aplicações gerais envolvendo máximos e mínimos
• Noções de integrais
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
SILVA, Sebastião Medeiros. Matemática: economia, administração, ciências
contábeis. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
WEBER, Jean E. Matemática para Economia e Administração. 2. ed. São Paulo:
Harbra, 2001.
SILVA, Sebastião Medeiros da et al. Cálculo básico para cursos superiores. São
Paulo: Atlas, 2004.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
LEITHOLD, Louis. Matemática aplicada à Economia e Administração. São Paulo:
Harbra, 1988.
MUROLO, Afrânio Carlos; BONETTO, Giácomo. Matemática aplicada à
Administração, Economia e Contabilidade. São Paulo: Thonson Learning, 2004.
VERAS, Lilia Ladeira. Matemática aplicada à Economia. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 1999.
Aula 1
Operações fundamentais e
cálculo algébrico
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• compreender e operacionalizar as operações fundamentais;
• realizar cálculos algébricos básicos.
Pré–requisitos
Para que você possa atingir os objetivos propostos nessa aula, é neces-
sário que tenha um bom domínio das quatro operações e também raciocínio
lógico matemático.
Introdução
No cotidiano da vida estamos a todo momento nos deparando com os números
e as suas operações fundamentais, em diferentes situações. Deparamos-nos,
a todo o instante, com situações–problema em várias áreas do conhecimento
humano como as finanças e a administração, ciência, tecnologia e outras que
necessitam de respostas claras e objetivas.
Os números e suas operações, bem como os conceitos algébricos, são utili-
zados desde a Antigüidade. Os filósofos gregos Aristóteles e Euclides foram os
precursores na utilização de símbolos para indicar números desconhecidos e
para expressar a solução de um problema utilizando os mesmos.
Giovanni (2007) cita que, por volta de 1400/1500, Stifel (Alemanha),
Cardano e Bombelli (Itália) passaram a usar as letras para montar equações nas
soluções de problemas.
Finalmente, o advogado e matemático francês, François Viète, introduziu o
uso sistemático das letras, para representar valores e fenômenos desconhecidos
e os símbolos das operações usados até hoje.
O cálculo literal fez com que o avanço na matemática, com o passar do
tempo, fosse imenso e evoluisse até os dias de hoje.
Sinais iguais
+ 5 + 7 = + 12
– 5 – 7 = – 12
Então, somamos os módulos dos números envolvidos e conservamos o sinal.
Sinais diferentes
+5–7=–2
–5+7=+2
Conserva-se o sinal do maior módulo e dele subtraímos o menor valor,
também em módulo.
5 2 7 5 4 1
+ = − =
3 3 3 3 3 3
Denominadores diferentes
Para somar frações com denominadores diferentes, reduz-se as frações ao
mesmo denominador e, então, soma-se os numeradores.
1 3 4 9 13
+ = + =
3 4 12 12 12
1.3.2 Multiplicação
No cálculo desta operação, multiplicamos os numeradores entre si e os
denominadores também entre si.
3 7 21 5 15
⋅ = 3 ⋅ =
5 2 10 7 7
1.3.3 Divisão
Na divisão de frações, conservamos a primeira fração e multiplicamos (como
no item anterior) pelo inverso da segunda fração.
2 7 2 9 18
÷ = ⋅ =
5 9 5 7 35
1.3.4 Potenciação
A potenciação é um processo onde a operação de multiplicação ocorre de
forma repetida.
Potência de expoente Inteiro
Seja a um número real e m e n inteiros positivos. Então, temos as seguintes
propriedades:
1) an = a . a . a . ... a 2) a0 = 1
n vezes 0
Ex. : 27 = 1
Ex. : 32 = 3 ⋅ 3 = 9
n 1
3) a1 = a 4) a =
an
1
Ex. : 35 = 35
2
1 1
Ex. : 52 = =
5 25
n
5) a ⋅ a = a m n+m
6) an ÷ am = an−m (a ≠ 0 )
2 3 2+ 3 5
Ex. : 4 ⋅ 4 = 4 = 4 35
Ex. : = 35−2 = 33
32
7) (a ) n m
= an ⋅ m
Ex. : (62 ) = 62 ⋅ 3 = 66
1.3.5 Radiciação
Dado um número real a, a raiz enésima desse número é indicada pela
expressão:
n
am
n é o índice
a é o radicando
m é o expoente
Obs. 1: quando o índice é par, apenas existe raiz de números reais positivos.
Obs. 2: quando o índice é ímpar, existe raiz de qualquer número real.
Propriedades
n
a) a m = a, com “a” ∈ R+ , n ∈ N e n > 1
2
2
Ex.: 5 = 52 = 5
n
b) am = n:p
a m : p , com p ≠ 0 e p divisor comum de m e n
Ex.: 16 x 4 = 16 ÷ 4 x 4 ÷ 4 = 4
x
m n m.n
c) a = a, com a ∈ R+ , m ∈ N, m > 1 e n > 1
Ex.: 3 a = 6 a
n n n
d) a ⋅ b= a b, com a ∈ R + , b ∈ R + , n ∈ N e n > 1
3
Ex.: 3 (a ⋅ b) = a ⋅ b
3
n
a a
e) n
= n , com a ∈ R + , b ∈ R∗+ , n ∈ N e n > 1
b b
4
2 2
4
= 4
Ex.: 3 3
Saiba mais
• Subtração
• Multiplicação
• Divisão
6x 3y 4 9xz 6 3x 2 y 4 9z 5
(6x y3 4
)
− 9xz 6 ÷ (2xz ) =
2xz
−
2xz
=
z
−
2
• Potenciação
(2xy z ) 3 2 4
= 16x 4 y12z 8
1.7 Fatoração
Fatorar é transformar equações algébricas em produtos de duas ou mais
expressões, chamadas fatores.
Ex.: ax + ay = a . (x + y)
Existem vários casos de fatoração como:
Síntese da aula
Nessa aula, fundamentamos os conceitos das operações de adição,
subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação, no conjunto dos
números reais e conceitos que envolvem a álgebra elementar e suas operações,
bem como a fatoração e os produtos notáveis.
Atividades
(-2)
2
a) 23 = b) =
(-3)
3
c) = d) 50 =
(-0,1) (2)
3 5
e) = f) =
4 -2
g) 2 2
3 = h) 3 =
-3
1
(1 )
3
i) = j) =
2
-1
2
k) =
5
9
a) 81 = b) =
36
3
c) 3
-27 = d) (256 ) 4 =
4
(216 ) 3
-
e) =
3x – y
3x – 2y
a) 4.000 b) 1.000
c) 3.000 d) 2.000
x+2
2a
a x
3a + 1 x+3
a) 8 b) 4 c) – 27 d) 1
i) 8 j) 1 k) 5/2
a) 9 b) 1/2 c) – 3 d) 64 e) 1/216
Referências
GIOVANNI, José Ruy et al. A Conquista da Matemática: a + nova. São Paulo:
FTD, 2007.
SILVA, Sebastião Medeiros. Matemática: economia, administração, ciências
contábeis. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
Na próxima aula
Na próxima aula, abordaremos os conteúdos de regra de três, porcentagem,
função e equação do primeiro grau, relevantes para as disciplinas subseqüentes
dentro da estrutura curricular, como certamente o é, sendo essas matemática
financeira, estatística, administração financeira e orçamentária, na área econô-
mica, administração e contabilidade.
Anotações
Aula 2
Regra de três, porcentagem
e função do primeiro grau
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• recordar os conceitos básicos na resolução de problemas utilizando
regra de três e proporção;
• descrever a função do primeiro grau.
Pré–requisitos
Para que você possa atingir os objetivos propostos nessa aula, é neces-
sário que tenha um bom domínio das operações com o conjunto dos números
reais, frações, cálculo algébrico e, também, raciocínio lógico na resolução de
situações-problema.
Introdução
Ao depararmos com situações-problema que necessitam de cálculos mate-
máticos simples, ou cálculos que envolvem o conceito de funções, regra de
três e porcentagem, a ferramenta indispensável na solução dessas situações
é, muitas vezes, o uso do raciocínio lógico. Quase sempre o resultado encon-
trado está correto, mas será que, se alguém solicitar a transcrição das opera-
ções mentais para o papel, você conseguiria equacionar de maneira matema-
ticamente correta?
2.1 Proporção
Considere a seguinte situação:
Usando um molde de aço inox e oito quilos de pó de gesso, um artesão
fabrica 10 cilindros iguais a estes da figura a seguir.
Observação
Os números 10, 8, 15 e 12 são chamados termos da proporção.
Os termos 10 e 12 são chamados de extremos.
Os números 8 e 15 são chamados de meios.
A leitura é assim: 10 está para oito, assim como 15 está para 12.
Solução 2
Vamos substituir a interrogação na equação anterior por uma incógnita
(valor procurado), que pode ser uma letra qualquer, geralmente o x. Depois,
multiplicamos os extremos pelos meios e resolve-se a equação encontrada, como
mostra a resolução a seguir:
10 15
=
8 x
120
10x = 8 ⋅ 15 ⇔ x = = 12
10
Solução:
No de automóveis Semanas
2000 1
5000 X
2000 1
= ⇒ 2000x = 5000 ⇒ x = 2,5
5000 x
No de operários Dias
15 60
10 X
15 x
= ⇒ 10x = 900 ⇒ x = 90
10 60
2.3 Porcentagem
O símbolo (%) aparece com bastante freqüência no nosso dia a dia Devemos
entender, com bastante segurança, o que ele realmente representa em nosso coti-
diano. Como exemplo, temos as situações a seguir: a gasolina subiu 12%; houve um
reajuste de 24% no salário; e promoção com desconto de 40% à vista; entre outros.
Podemos definir porcentagem como uma proporção direta, com uma carac-
terística particular, que é a de apresentar uma das grandezas com uma fração
de denominador igual a 100.
Todos estes termos são bastante conhecidos de todos nós. Assim, vamos ver
alguns exemplos numéricos para darmos uma noção dessa grandeza.
Exemplos:
15
a) 15% de 2000 = ⋅ 2000 = 30
100
40
b) 40% de 1600 = ⋅ 1600 = 640
100
Exemplos:
(3, 4) – 2, 1
2
2º elemento 2º elemento
1º elemento 1º elemento
Observações
a) De um modo geral, sendo x e y dois números racionais quaisquer,
temos: (x, y) ¹ (y, x).
Exemplo:
(1, 4) ≠ (4, 1)
b) Dois pares ordenados (x, y) e (z, t) são iguais somente se x = z e y = t.
Coordenadas cartesianas
Os números do par ordenados são denominados coordenadas cartesianas.
Exemplos:
A (3, 5) ⇒ 3 e 5 são as coordenadas do ponto A.
Denominamos de abscissa o 1º número do par ordenado e ordenada o 2º
número desse par.
Assim:
(3, 5)
2º elemento
coordenadas
1º elemento
y
4
–4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 x
–1
–2
–3
–4
Localização de um ponto
Para localizar um ponto em um plano cartesiano, utilizamos a seqüência
prática.
a) O 1º número do par ordenado deve ser localizado no eixo das abscissas.
b) O 2º número do par ordenado deve ser localizado no eixo das ordenadas.
c) No encontro das perpendiculares aos eixos x e y, por esses pontos,
determinamos o ponto procurado.
Exemplo:
Localize o ponto (4, 3) e o ponto (– 3, – 2) no plano cartesiano.
y
(4,3)
4
–4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 x
–1
(-3,-2) –2
–3
–4
Produto cartesiano
Dados dois conjuntos A e B, não-vazios, denominamos produtos cartesianos
A x B o conjunto de todos os pares ordenados (x, y) onde:
A x B = {(x, y) / x ∈ A e y ∈ B}
Exemplo:
Dados os conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {3, 4}.
Com auxílio do diagrama de flechas, formaremos o conjunto de todos os
pares ordenados em que o primeiro elemento pertença ao conjunto A e o
segundo pertença ao conjunto B.
A B
1. .3
2.
.4
3.
Assim, obtemos o conjunto: { (1, 3), (1, 4), (2, 3), (2, 4), (3, 3), (3, 4)}.
Esse conjunto é denominado produto cartesiano de A por B e é indicado por:
A x B, onde x ∈ A e y ∈ B.
2.6 Funções
Seja D um subconjunto não-vazio de números reais. Definir em D uma função
f é explicar uma regra que a cada elemento x∈D faça corresponder um único
número real y.
A=D B = CD
x y
im
1
f (x ) = Þ D=R¹0
x
3
f (x ) = Þ D=R¹ 4
x-4
• Domínio da função raiz quadrada: o radicando deve ser sempre maior
ou igual a zero.
Exemplo:
f ( x ) = x + 3 Þ D = R ³ -3
2.9 Gráfico
O gráfico de uma função polinomial do 1º grau, y = a x + b, com a ≠ 0, é
sempre uma reta. Exemplo:
Vamos construir o gráfico da função y = 3x – 1:
a) Para x = 0, temos y = 3 · 0 – 1 = –1; portanto, um ponto é (0, –1).
b) Para y = 0, temos 0 = 3x – 1; portanto, x = 1/3 e então o outro ponto
é (1/3;0).
x y
0 –1
1/3 0 0 x
–b/a
++++++++++++++
y<0
f(x) = – ax + b
y>0
–b/a
++++++++++++++
y<0
Exemplo:
a) Estudar o sinal da função f (x) = x – 8, x – 8 = 0 / x = 8, então o sinal
da função será:
++++++++++++++
–b/a = 8
y
x=4
P (4,1)
x
4
x+y=5
S = {(4;1)}
Exemplo:
3x – 4 > 0 / 3x > 4 / x > 4/3
S={x ∈ R / x > 4 / 3 }
Síntese da aula
Nessa segunda aula, você aprendeu a regra de três, porcentagem e a função
do primeiro grau. Todas essas operações são fundamentais para a construção
de conceitos que envolvem a matemática financeira, estatística, economia, admi-
nistração, além da área da contabilidade.
Atividades
a) 19,68 b) 45,71
c) 23,43 d) 35,32
II. 18 = 12
60 x
a) 40 b) 30
c) 45 d) 38
22 30
III. =
13 x
a) 14,45 b) 19,45
c) 14,34 d) 17,72
a) 8 b) 9
c) 15 d) 20
a) 7 b) 4
c) 12 d) 18
a) 30m b) 24m
c) 40m d) 18m
a) 48m2 b) 60m2
c) 25m2 d) 42m2
a) R$ 2.500,00
b) R$ 2.250,00
c) R$ 1.500,00
d) R$ 2.800,00
a) f ( x ) = 3x − 20 b) f ( x ) = 3x 4 − 2x + 4
2 2
c) f ( x ) = d) f ( x ) =
2x − 6 5x − 15
2
e) f(x) = 4x − 20 f) f ( x ) =
2x + 10
4 4
g) f ( x ) = h) f ( x ) =
5x − 7 4x + 36
I. 2 x – 5 = 9
a) 6 b) 7 c) 8 d) 5
II. 4x + 5 = x – 7
a) –4 b) 4 c) 14 d) 2
III. – 3x + 4 = 7x + 4
a) –1 b) 2 c) 1 d) 0
IV. – 4 – 3 ( 3x + 2 ) = x – 4
II. − 2x + 5 ≥ 3
a) x ≥ −2 b) x > 4 c) x ≤ 1 d) x < 0
III. − 5x + 2 > 3
1 3 4
a) x ≥ 8 b) x > − c) x ≤ d) x <
5 2 3
Referências
WEBER, Jean E. Matemática para Economia e Administração. 2. ed. São Paulo:
Harbra, 2001.
GIOVANNI, José Ruy et al. A Conquista da Matemática: a + nova. São Paulo:
FTD, 2007.
Na próxima aula
Na próxima aula, você irá relembrar como se define e resolve função e
equação do segundo grau, função exponencial e logarítmica. Todos estes temas
são relevantes na solução de problemas aplicados à economia, contabilidade
e administração. Encontramos aplicações em situações na matemática finan-
ceira como o cálculo da parcela de tempo em financiamentos, com o auxílio de
propriedades dos logaritmos e soluções gráficas das curvas de demanda, oferta,
preço de equilíbrio, etc.
Anotações
Aula 3
Função e equação do segundo grau,
função exponencial e logarítmica
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• definir, algebricamente e graficamente, a função do segundo grau;
• introduzir as funções exponencial, logarítmica e as propriedades
operatórias.
Pré–requisitos
Para que você possa atingir os objetivos propostos nessa aula, é necessário que
você tenha compreendido a resolução das equações de primeiro grau e também a
representação de pontos, no plano cartesiano, e as construções gráficas.
Introdução
No campo da matemática, as aplicações desse modelo de função abrangem
várias áreas do conhecimento humano. Na engenharia, por exemplo, temos a apli-
cação em cálculos de estruturas e também em cálculo de áreas. Na física, lançamento
de projéteis, no estudo da dinâmica da partícula e, na área de economia e adminis-
tração, em oferta de mercado, receita total, preço de equilíbrio, entre outras.
Nessa aula, o foco principal do nosso estudo se concentra nos conhecimentos
básicos da definição e nas propriedades fundamentais que as governam.
Evidentemente, o estudo dessa função é muito importante e, no decorrer do
nosso curso, devemos salientar a importância dessa função para que os nossos
horizontes, em nível de aplicação da função quadrática, sejam alargados com
aplicações diretas na matemática financeira e em economia.
Classificação
Incompletas: Se um dos coeficientes (b ou c) for nulo, temos uma equação
do 2º grau incompleta.
1º caso: b = 0 Solução
x² = 9
Ex.: x² – 9 = 0 x = +3 e x = – 3
2º caso: c = 0 Solução
x (x – 9) = 0
Ex.: x² – 9x = 0 x=0ex=9
3º caso: b = c = 0 Solução
2x² = 0
Ex.: 2x² = 0 x=0
−b ± D
x= onde D = b2 − 4 ⋅ a ⋅ c
2 ⋅ a
Exemplos resolvidos
b) – x² + 4x – 4 = 0 Substituindo na fórmula:
a = – 1, b = 4 e c = – 4 b± D 4± 0 4±0
x= = =
D = 4² – 4.( – 1).( – 4) = 16 – 16 = 0 2a −2 −2
4
x′ = x '' = = −2
−2
S = { – 2}
c) 5x² – 6x + 5 = 0
a = 5; b = – 6; c = 5
D= ( – 6)² – 4.5.5 = 36 – 100 = – 64
Note que D < 0 e não existe raiz quadrada de um número negativo. Assim,
a equação não possui nenhuma raiz real. Logo: S = { }.
Definição
Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer
função f de R em R dada por uma lei da forma f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c
são números reais e a ≠ 0. Vejamos alguns exemplos de funções quadráticas:
a) f (x) = 2x2 – 5x + 1, onde a = 2, b = – 5 e c = 1;
b) f (x) = x2 – 4, onde a = 1, b = 0 e c = – 4;
c) f (x) = x2 + 3x + 5, onde a = 1, b = 3 e c = 5;
d) f (x) = – x2 + 3x, onde a = – 1, b = 3 e c = 0;
e) f (x) = – x2, onde a = – 1, b = 0 e c = 0 .
Gráfico
O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, y = ax2 + bx + c, com
a ≠ 0, é uma curva denominada parábola. Exemplo:
Vamos construir o gráfico da função y = x2 + x.
y
8
(-3, 6) 6
(-2, 6)
x y = x2 + x
-2 2
4
-1 0
0 0
2
1 2 (-2, 2) (1, 2)
2 6
0
(–1, 0) (0, 0) x
_ 1,_1
2 4
Observação:
• se a > 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima;
• se a < 0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo.
−b ± b2 − 4ac
f ( x ) = 0 ⇒ ax 2 + bx + c = 0 ⇒ x =
2a
− (−7 ) ± 7 2 − 4 ⋅ 3 ⋅ 2 7 ± 25 7 ± 5
x= ⇒ x= = ⇒
2 ⋅ 3 6 6
1
2
x' = ⇒ x '' = 3
6 x' = 2
– b
2a
0 x
– ∆ a<0
4a
Imagem
O conjunto–imagem Im da função y = ax2 + bx + c, a ≠ 0 é o conjunto dos
valores que y pode assumir. Há duas possibilidades:
a) quando a > 0.
Im = {
y ∈ R / y ≥ yV =
−D
4a }
Y
0 X x
b) quando a < 0.
y
0 X x
Im = {
y ∈ R / y ≤ yV =
−D
4a }
a) ∆ > 0
b) ∆ = 0
a>0
0 x1 = x2 x
c) ∆ < 0
y>0
0 x
II – a < 0
a) ∆ < 0
y
x1 y>0 x2
0 x
y<0 y<0
y < 0 ⇔ (x < x1 ou x > x 2 )
y > 0 ⇔ x1 < x < x 2
y = 0 ⇔ x = x1 = x 2
b) ∆ = 0
y x1 = x2
0 x
y<0 y<0
y < 0 ⇔ ∀x ≠ x1 e x 2
y > 0 ⇔ ∃x ∈ R
y = 0 ⇔ x = x1 = x 2
c) ∆ < 0
0 y<0 x
y > 0 ⇔ ∀x ≠ x1 e x 2
y < 0 ⇔ ∃x ∈ R
y = 0 ⇔ ∃x ∈ R
ax 2 + bx + c > 0 ax 2 + bx + c < 0
ax 2 + bx + c ³ 0 ax 2 + bx + c £ 0
Exemplo:
x2 – 5x + 6 > 0
5 ± 25 − 24
x=
2
5 ±1
x= ⇒ x ' = 3 e x '' = 2
2
++++++++++++++ ++++++++++++++
2 4
f ( x ) = ( 0,5 )x
x
æ 1ö
f (x ) = ççç ÷÷÷
è 3ø
Representação gráfica:
a) f ( x ) = 2x
y
X f(x)=2 x
–1 1/2
0 1
1 2
(0;1)
2 4
x
3 8
x
æ 1ö
b) f (x ) = ççç ÷÷÷
è 2ø
x
y
æ 1ö
X f (x ) = ççç ÷÷÷
è 2ø
–1 2
0 1
1 1/2 (0;1)
2 1/4
x
3 1/8
Considerações importantes:
• o gráfico é uma curva exponencial que passa por (0; 1);
• o domínio da função é R;
• a imagem é R*+ ;
• o gráfico não intercepta o eixo x;
• quando “a” > 1, a função é crescente;
• quando o 0 < a < 1, a função é decrescente.
Exemplo:
Chama-se montante (N) a quantia que uma pessoa deve receber após
aplicar um capital C, a juros compostos a uma taxa i durante um período n. O
montante pode ser calculado pela fórmula N = C (1+i)n. Supondo que o capital
Definição
Dados os números reais positivos a e b, com a ≠ 1, se b = ac, então o expo-
ente c chama–se logaritmo de b na base a. Exemplo:
32
Log 2 = x Û 2x = 32 Û 2x = 25 Û x = 5
Propriedades operatórias
a) Logaritmo de um produto
Log (a )
M × N
= Log aM+ Log Na
b) Logaritmo de um quociente
M
N
Log a = Log aM - Log Na
æ7ö
Log ççç ÷÷÷ = Log7 - Log3
è 3ø
Log57 = 7 × Log5
Representação gráfica:
a) construir o Gráfico da f (x ) = Log 2x
y
x y = f(x)
1/4 -2
1/2 -1
(1;0)
1 0 x
2 1
4 2
1/4 2
1/2 1
(1;0)
1 0 x
2 -1
4 -2
Considerações importantes:
• o gráfico da função logarítmica passa pelo ponto (1; 0);
• o gráfico nunca toca o eixo y;
• se a > 1 a função é crescente;
• se 0 < a < 1 a função é decrescente;
• o domínio é R*+ ;
• a imagem é R.
Síntese da aula
Nessa aula, vimos a função quadrática e suas implicações, e definição das
funções exponencial e logarítmica, com suas conseqüências e propriedades.
Aprendemos, também, a construção gráfica dessas funções para possibilitar e
auxiliar a leitura e interpretação de dados.
Atividades
a) f (x ) = x 2 + 3x – 10 b) f (x ) = - 3x 2 + 10
3
c) f (x ) = 4x 3 + x d) f (x ) = - x 4
4
1 2
e) f (x ) = x
2
b) (– 4, – 5) e (–1/2, – 81/4)
a) 4 b) 2 c) 3 d) 5
a) 4 b) 2 c) 3 d) 5
8
27
6. Na resolução da expressão logarítmica Log 2 a solução é:
3
a) 4 b) 2 c) 3 d) 5
Referência
SILVA, Sebastião Medeiros. Matemática: economia, administração, ciências
contábeis. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
Na próxima aula
Progressão aritmética, progressão geométrica, demanda e oferta de mercado
são os assuntos a serem abordados na próxima aula. As seqüências são impor-
tantes em aplicações da matemática financeira, nas séries de pagamentos anteci-
pados e séries de pagamentos postecipados, que em breve estaremos estudando
na disciplina de matemática financeira. A demanda e oferta de mercado já se
enquadram em aplicações dos conteúdos já trabalhados nas primeiras duas
aulas, como as funções do primeiro e segundo graus.
Anotações
Aula 4
Progressões aritméticas e geométricas,
demanda e oferta de mercado
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• recordar a soma dos termos de uma seqüências numérica;
• interpretar graficamente a demanda e a oferta de mercado como aplica-
ções das funções do primeiro e segundo graus.
Pré–requisitos
Para que você possa atingir os objetivos propostos nessa aula, é muito impor-
tante que tenha compreendido o estudo das operações, equações do primeiro
grau e do segundo grau.
Introdução
Existem vários tipos de seqüências numéricas que poderíamos estudar,
mas, nessa aula, daremos uma atenção especial a apenas duas delas. Como o
próprio título desta aula sugere, iremos recordar os conceitos das progressões
aritméticas (P.A.) e geométricas (P.G.), com um objetivo muito importante e bem
definido: aplicar esses conceitos na matemática financeira.
Nessa aula, além de conceituar P.A. e P.G., vamos trabalhar com as equações da
soma dos termos finitos dessas progressões. A progressão aritmética está diretamente
ligada à definição de juros simples, e a progressão geométrica nos ajuda a definir
juros compostos, mas isso é assunto para outra disciplina: a Matemática Financeira.
As aplicações e a determinação da demanda de mercado e oferta de mercado
de bens e serviços são fatores integrantes das decisões a serem tomadas em
organizações empresariais. Tais aplicações envolvem, diretamente, conceitos já
vistos, como funções de primeiro e segundo graus nas formas algébricas, como
também em formas gráficas, visando à sua aplicação.
Neste tema, trabalharemos a aplicabilidade das funções de primeiro e
segundo graus, tanto na forma algébrica quanto na gráfica.
an = a1 + (n -1) × r
(a1 + an )
Sn = × n
2
Exemplos:
a) encontrar o vigésimo termo da P.A. (5, 8, 11, ...).
an = a1 + (n -1) × r
a20 = 5 + (20 -1) × 3
a20 = 5 + 57
a20 = 62
an = a1 + (n -1) × r an - a1 = (n -1) × r
an - a1 118 - 48 70
r= r= = =5
(n -1) 15 -1 14
(a1 + an )
an = a1 + (n -1) × r Sn = × n
2
a40 = 2 + (40 -1) × 2 (2 + 80)
S 40 = × 40
a40 = 2 + 78 2
a40 = 80 Sn = 41 × 40 = 1640
an = a1 × qn-1
1- qn
Sn = a1 ×
1- q
Exemplos:
a) calcular o sexto termo da P.G. (27, 135, 675,...)
an = a1 × qn-1
a6 = 27 × 56-1
a6 = 27 × 3125
a6 = 84375
an = a1 × qn -1
16777216 = 4n
16777216 = 4 × 4n- 1 log 4n = log16777216
16777216 = 41+n n × log 4 = log16777216
16777216 = 4n log16777216
n=
log 4
n = 12
1- qn
Sn = a1 ×
1- q
1- 510
S10 = 9 ×
1- 5
S10 = 21972654
D = P0 + m P, com m < 0.
b) Variação do intervalo de D:
45 - D
isolar P na equação D = 45 – 5P aí teremos P = .
5
45 - D
Porém, o P é positivo e teremos então > 0 , isto é, D < 45
5
portanto, o D varia no intervalo ] 0, 45 [.
c) Gráfico: o gráfico é uma reta.
45 D = 45 – 5P
(Demanda)
D
P
P 9
Obs.: o gráfico é um segmento de reta que une os pontos (P, D) = (0, 45) e
(P, D) = (9, 0) não incluindo–os, evidentemente.
1
A função determinada pela relação S = -5 + P , com 10 < P < 20, onde
2
P é o preço por unidade e S é a correspondente oferta de mercado.
S
1
S = -5 + P
2
5 10 < P < 20
S>0
10 20
–5
Síntese da aula
Trabalhamos e fundamentamos os conceitos básicos das progressões arit-
méticas e progressões geométricas necessárias ao desenvolvimento das séries
de pagamentos da disciplina de matemática financeira, que será trabalhada
no próximo semestre. Outros temas abordados foram a demanda e a oferta
de mercado dentro da ótica matemática; a importância destes conceitos são
necessários à economia cuja área tem importância significativa nas áreas da
administração e contábeis.
Atividades
a) 88 b) 98 c) 116 d) 118
a) 10 b) 13 c) 8 d) 9
4. O primeiro termo da P.A., cuja razão vale 3, sabendo que a7 = 21, corres-
ponde a:
a) 1 b) 3 c) 5 d) –4
6. Em uma P.A., o quinto termo vale 30 e o vigésimo vale 50. Quanto vale o
oitavo termo dessa progressão?
a) 4000 b) 13.000
c) 8000 d) 5000
a) 256 b) 128 c) 32 d) 48
10. A soma dos dez primeiros termos de uma P.G., na qual o 1º termo é a1=10
e a razão é q=2, corresponde a:
11. Quantos termos devemos considerar na P.G. (3; 6; ...) para obter uma soma
igual a 765?
a) 19 b) 14 c) 8 d) 22
a) S = – 200 + 10 P , P ≤ 50
b) S = –10 + P / 2, para P ≤ 40
Referências
BELLOTTO FILHO, Antonio; GRECO, Antonio Carlos; SANTOS, Carlos Alberto et
al. Matemática para o 2º Grau. São Paulo: Ática, 1998.
GIOVANNI, José Ruy; BONJORNO, José Roberto. Matemática: uma nova abor-
dagem. São Paulo: FTD, 2000.
Na próxima aula
Na próxima aula, abordaremos o preço de equilíbrio, receita total, custos
totais e ponto de nivelamento relativo a um bem ou serviço. Tais conceitos apre-
sentam aplicações diretas nas instituições que produzem bens ou prestam serviços
a diferentes instituições.
Anotações
Aula 5
Preço de equilíbrio, receita total,
custo total e ponto de nivelamento
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• calcular a receita total e custo total de um bem ou serviço;
• determinar o ponto de nivelamento entre as funções receita total e a
venda de um bem ou serviço.
Pré–requisitos
As compreensões destes temas se completam diante dos conhecimentos
prévios de funções, do primeiro e segundo graus, operações fundamentais e
os conceitos de demanda e oferta de mercado, para efetivar leituras e análises
gráficas e proporcionar condições para calcular.
Introdução
A determinação do preço de equilíbrio envolve diretamente a lei de mercado,
isto é, a lei da oferta e procura.
A descrição, através do cálculo do ponto de equilíbrio entre a quantidade
demandada de um determinado produto, iguala–se à quantidade de oferta do
mesmo, em um mercado.
A informação do cálculo da receita total está atrelada à quantidade produ-
zida de um determinado produto ou bem, onde os custos para tal processo são
determinantes para a decisão da empresa.
O ponto de equilíbrio entre a quantidade demandada de um determinado
produto iguala-se à quantidade de oferta do mesmo, em um mercado.
A determinação final dos custos de produção de determinado produto
associa–se a condições favoráveis ou não, para que esse produto possa ser
disponibilizado no mercado ou não.
O cálculo do custo total da produção de um determinado bem está diretamente
envolvido com conceitos vistos anteriormente, como o estudo das funções que no
momento surgem novamente envolvidas em aplicações na área administrativa.
Tabela 2
Q CT
0 5
1 5,5
2 7,5
3 8,5
4 9,0
5 9,5
6 10
7 12,5
8 13
9 13,5
10 14
Tabela 3
Q CT
0 0
1 164
2 272
3 348
4 416
5 500
6 624
7 812
8 1088
9 1476
10 2000
Em cada uma das tabelas acima, estão indicados os custos totais de produção
(CT) em relação às quantias despendidas na produção de quantidades variáveis
de três produtos, bens ou serviços.
Observe o gráfico da tabela 1, cuja equação é CT = 40 + 2q, que é uma
equação do primeiro grau.
CF, CV, CT CT = 40 + 2q (custo total)
1040
940
840
740 Cv = 2q (custo variável)
640
540
440
340 CT = CF + CV
240
140
40 CF = 40 (custo fixo)
Observações
Custos unitários, onde q é a quantidade produzida, são significativos:
CF
Custo Fixo Médio ⇒ CFM =
q
CV
Custo médio variável ⇒ CVM =
q
CT
Custo Médio ⇒ CM =
q
Síntese da aula
Vimos nessa aula os conteúdos de preço de equilíbrio, receita total, custo
total e ponto de nivelamento. Tais conteúdos são relevantes na produção de
determinados bens ou serviços, com o propósito de verificar custos, receitas e o
equilíbrio financeiro que, em disciplinas como matemática financeira e adminis-
tração financeira e orçamentária, vamos tratar com ênfase maior.
Exemplo:
4q q
1) sejam as funções RT = e CT = + 3 para 0 ≤ q ≤ 20;
10 10
Solução:
Fazer RT = CT
4q q
= +3 4q = q + 30
10 10
3q = 30 q = 10
Atividades
a) 3 e 7 b) 7 e 3 c) 3 e 4 d) 4 e 7
b) D = 10 – 0,2 P , S = –11 + P / 2
a) 60 e 3q b) 60 e 4q c) 60 e 5q d) 60 e 6q
1
5. O ponto de nivelamento no caso em que RT = 0,6q, CT = 2 + q, 0 £ q £ 30
2
equivale a:
a) 20 b) 30 c) 10 d) 21
a) RT = 2q, CT = 2 + q, 0 £ q £ 4
b) RT = 18q - q2 , CT = 39 + 2q, 0 £ q £ 18
Referências
SILVA, Sebastião Medeiros. Matemática: economia, administração, ciências
contábeis. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
WEBER, Jean E. Matemática para Economia e Administração. 2. ed. São Paulo:
Harbra, 2001.
Na próxima aula
Na aula a seguir, trabalharemos os conteúdos de lucro total, importante
tema para consolidar as unidades três e quatro, mais direcionadas às aplicações
da economia, administração e contábeis. Os conteúdos de limite de funções e
derivadas são ferramentas imprescindíveis para o desenvolvimento do cálculo
diferencial e integral e outras áreas como a física, química, engenharia, etc.
Anotações
Aula 6
Lucro total, estudo dos limites de
funções e derivada
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• definir e interpretar o cálculo do lucro total de certo bem ou utilidade;
• calcular o limite de funções;
• calcular a derivada de funções.
Pré–requisitos
Conhecimento prévio das operações elementares, funções do primeiro e
segundo graus, além de conhecimentos relativos à receita total e custo total.
Conhecimento de funções, domínio de funções e gráficos de funções.
Introdução
A função lucro está diretamente associada a organizações empresariais,
onde o mesmo é o objetivo final.
No lançamento de certo produto ou de uma determinada utilidade, o fator
preponderante refere-se ao fator lucro. Sabemos que, na maioria das empresas,
além da atividade social que desempenha, o objetivo final é o lucro.
Já o estudo dos limites de funções e derivadas está direcionado ao comportamento
das funções. Este comportamento define algumas condições relativas à avaliação de
limites das funções, e o comportamento das funções derivadas, essenciais a área da
economia, cuja relevância é fundamental às áreas de administração e contábeis.
Exemplos:
q
a) se RT = 2 q e CT = 3 + , com 0 ≤ q ≤ 5
2
temos que LT = RT – CT
q
LT = 2 q – 3 – logo
3q 2
LT = - 3 , para 0 ≤ q ≤ 5
2
RT/CT/LT q
CT = 3 +
2
RT = 2q
10
5,5
4,5
4
CT = 3 + q/2
3
3q
LT = -3
2
q
2 5
qe = 2
–3
Pela direita de x =1
x
1
L i m f (x ) = L
x®b
d) no caso em que um dos limites laterais não existe ou, no caso de ambos
existirem, porém com valores diferentes, diremos que a função não tem
limite no ponto x = b.
x
b
L i m f (x ) = L i m f (x ) = f (b) = L
x ® b+ x ® b-
Como os limites laterais são finitos, iguais e iguais também a f (b), afirmamos
que a função é contínua.
Graficamente:
y
L1
L2
x
b
Então:
L i m f (x ) = L1 L i m f (x ) = L 2
x ® b+ x ® b-
L i m 2x + 1= 7 / L i m 2x + 1= 7
+
x®3 x ® 3-
f (3) = 2 × 3 + 1= 7
Comportamento de f à esquerda de x = 0
Análise gráfica:
æ 1 ö÷
a) L i m ççç 2 ÷÷ = +¥
çè x ÷ø
x ® 0+
Podemos observar que a curva, quando o x tende a zero pelo lado direito,
sobe indefinidamente, isto é, vai para o mais infinito.
æ 1 ö÷
L i m ççç 2 ÷÷ = +¥
b) çè x ÷ø
x ® 0-
Aqui de novo, quando o x tende a um valor muito próximo de zero pelo lado
esquerdo, a curva vai, de novo, para o mais infinito.
æ 1 ö÷
çç ÷÷ = 0
c) L i m ççè x 2 ÷ø
x ® +¥
Devemos entender que o x tende para um valor muito grande (mais infinito),
e a curva vai decrescendo até quase encostar no eixo do x e, com isso, o valor
do limite tende para zero.
æ 1 ö÷
L i m ççç 2 ÷÷ = 0
d) çè x ÷ø
x ® -¥
-6 -4 -2 0 2 4 6
–2
–4
a) L i m f (x ) = +¥
x ® 0+
b) L i m f (x ) = -¥
x ® 0-
c) L i m f (x ) = 0
x ® +¥
d) L i m f (x ) = 0
x ® -¥
t
S
y
Q f(x)
f(x + ∆x)
∆y
f(x) P θ
∆x
ε θ
0 x x + ∆x x
f (x + Dx ) - f (x )
f ' (x ) = L i m
Então: Dx
Dx ® 0
x 2 + 2xDx + Dx 2 - x 2
f ' (x ) = L i m
Dx
Dx ® 0
2xDx + Dx 2
f ' (x ) = L i m
Dx
Dx ® 0
Dx (2x + Dx )
f ' (x ) = L i m
Dx
Dx ® 0
f '(x ) = L i m 2x + Dx = 2x
f '(x ) = 2 × (10) = 20
Dx ® 0
Existem fórmulas para o cálculo das derivadas das funções que serão
mostradas no decorrer deste curso, mas, por enquanto, vamos calcular a derivada
de uma função simples, usando a definição. Isto servirá como um ótimo exercício
introdutório, que auxiliará no entendimento pleno da definição acima.
Então f’(10) = 2 .10 = 20
Logo, a derivada da função f(x)=x2 é igual a 2x e no ponto x=10 a derivada
será igual a 20; o que significa que o coeficiente angular da reta tangente a
curva no ponto x=10 é igual a 20.
Regras de derivação
a) f (x ) = k Þ f '(x ) = 0 (onde k é uma constante)
b) f (x ) = x n Þ f '(x ) = nx n -1
c) f (x ) = eu Þ f '(x ) = u' × eu
d) f (x ) = ln x Þ f '(x ) = 1/ u
e) f (x ) = um Þ f '(x ) = m × um-1 × u' (para equações polinominais)
f) f (x ) = u × v Þ f '(x ) = u × v '+ v × u'
u v × u'- u × v '
g) f (x ) = Þ f ' (x ) =
v v2
Síntese da aula
Vimos a função lucro total, definição de limites, cálculo de alguns limites
básicos e limites laterais, continuidade de algumas funções e o estudo das deri-
vadas, como a interpretação geométrica e o cálculo da derivada de funções.
Atividades
II. L i m x3 – 2x2 + 4x – 3
x–2
a) 14 b) –10 c) –24 d) – 27
III. L i m -4x 3 - 4x + 1
x ® -2
a) 3 b) 5 c) 4 d) – 25
x2 + 6
IV. L i m
x 2 -1
x®4
a) lim (4x 3 - x 2 + x -1 )
x®0
b) lim (1- 4x 2 )
x®3
x3 - x2 +1
c) lim
1- 2x
x ®1
7. Determine:
2
a) lim 7 b) lim c) lim (5x 3 + x )
3
x®4 x ® -1 x®2
æ 1 ö
d) lim ççç 4x 2 - x ÷÷÷ e) lim (3x 2 + x 1)
è 2 ø
x®3
x ® -4
8. Calcule:
4x 2 x3
c) lim d) lim
x +1 x 2 -1
x®3 x®5
5x 3 - 6x 2 + 3x lim f (x )
9. Dada a função f (x ) = 3 2 , então o valor do equivale a:
x - x + 3x x ®1
a) –3/2 b) 3/2 c) 2/3 d) –2/7
6
10. O valor do limite lim (2x -1) corresponde a:
x ®1
a) 1 b) –1
c) – 2 d) 0
1- x
11. Dada a função f (x ) = , verifique se a f (x ) é contínua nos pontos x = 0
x +1
e x = – 1 e responda a alternativa correta:
12. Nas funções abaixo, a derivada de primeira ordem de cada função a seguir
corresponde a:
I. f (x) = x30
V. f (x) = ln (5x+1)
Nas atividades quatro, cinco, seis, sete, oito, nove e 10, bastou aplicar a
técnica de resolução de limites que consiste em substituir o valor da tendência pela
variável para se chegar às respostas desejadas. Sendo as respostas corretas:
Atividade quatro = a) 22/15; b) – 22/15; c) –22/17; d) 22.
Atividade cinco = a) –1; b) – 35; c) –1.
Atividade seis = a) 5; b) –3; c) 17; d) –7.
Atividade sete = a) 7; b) 2/3; c) 42; d) 66; e) 31.
Atividade oito = a) 6; b) 2; c) 9; d) 125 / 24.
Atividade nove = letra (c).
Atividade dez = letra (a).
Referências
SILVA, Sebastião Medeiros. Matemática: economia, administração, ciências
contábeis. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
WEBER, Jean E. Matemática para Economia e Administração. 2. ed. São Paulo:
Harbra, 2001.
LEITHOLD, Louis. Matemática aplicada à Economia e Administração. São Paulo:
Harbra, 1988.
Na próxima aula
Na aula final desta apostila, vamos abordar os máximos e mínimos de funções
e integrais, relevantes à continuidade dos assuntos voltados para a economia.
Anotações
Aula 7
Máximos e mínimos de funções e
estudo das integrais
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• determinar os possíveis pontos de máximos e mínimos das funções
elementares;
• calcular integrais impróprias básicas.
Pré–requisitos
Conhecimentos prévios das operações fundamentais, funções, limites e deri-
vadas, já trabalhadas nas aulas um, dois e seis desta apostila.
Introdução
Os máximos e mínimos de funções se apresentam de duas maneiras dife-
rentes: uma delas, como processo inverso da diferenciação, e a outra como a
área sob uma curva.
Procederemos de maneira simples e objetiva a dar, ainda que de maneira sutil, um
enfoque matemático, buscando um direcionamento maior às suas aplicabilidades.
Esses conteúdos que serão abordados nessa aula nos levam a aplicações
bastante práticas na engenharia de produção, otimização de sistemas adminis-
trativos e outros.
A utilização desses sistemas torna viável a produção de muitos produtos, emba-
lagens, lançamentos de novos produtos e aproveitamentos da matéria prima.
Nos temas anteriores, trabalhamos os conteúdos de limites de funções e
derivadas de funções, relevantes ao desenvolvimento desse conteúdo, visando
buscar aplicações que vêm de encontro às necessidades da área em questão.
f’(x) + DECRESCENTE
f’(x) + CRESCENTE
mL
x
ìïf (x ) é contínua em x = a e
ïï
Se ïíf '(a) = 0 ou
ïï
ïîïf '(x ) é descontínua em x = a
– f’ muda de + para – em x = a
(MÁXIMO LOCAL)
– f’ muda de – para + em x = a
então
(MÍNIMO LOCAL)
– f’ não muda de sinal em x = a
Não existe máximo e nem mínimo local.
ì
ïïïf ''(a) > 0 Þ mínimo relativo em x = a
então ïíf ''(a) < 0 Þ máximo relativo em x = a
ïï
ïïf ''(a) = 0 Þ o teste falha.
î
ìïf (x ) é contínua em x = a e se
Se ïí
ïïf ''(a) = 0 ou f ''(x ) é descontínua em x = a
î
Exercícios
1) Determinar o ponto de máximo local ou de mínimo local das funções
a seguir:
a) f(x) = 2x2 – 20x + 6
1º passo: encontrar a primeira derivada da função
f‘(x) = 4x – 20
2º passo: fazer f‘(x) = 0
4x – 20 = 0
4x = 20
x=5
3º passo: encontrar a coordenada y do ponto P (5, y), substituindo
x = 5 na função original
mL (5,–44)
x 3 5x 2
2) Dada a função a seguir f (x ) = - + 4x + 1 determinar:
3 2
a) extremos locais;
b) determinar o ponto de inflexão;
c) estudar a concavidade da função.
1° passo: f‘(x) = x2 – 5x + 4
2° passo: aplicar a fórmula de Báskhara para determinar x´ e x´´
x´= 4 e x ´´= 1
4° passo: f”(x) = 2x – 5
f”(4) = 2 . 4 – 5 = 3 então P1 é mL;
f”(1) = 2 . 1 – 5 = –3 então P2 é ML.
Concavidade:
1° passo: f” = 0
2x – 5 = 0
2x = 5
x = 5/2
ou seja ++++++++++++++++++
Exemplo:
x3
Se f(x) = x2, então a sua primitiva é F (x ) = .
3
Sejam as funções dadas a seguir:
f (x) = x2 + 2; g (x) = x2 – 5 ; h(x) = x2 + 12
Podemos observar tranqüilamente que as diferenciais dessas três funções
são todas iguais:
f’(x) = 2xdx; g ´(x) = 2xdx; h ´ (x) = 2xdx
Então, as integrais dessas três funções são exatamente iguais a ∫ 2x dx = x 2 + c.
O c, que é chamada de constante de integração, não podemos defini–lo ainda,
pois não temos ferramentas básicas. Nós não saberemos se será + 2 ou – 5 ou
+ 12. Então, em todas as integrais impróprias, o c se faz presente.
Notação da integral: ò f (x) dx
2
2x
ò 2x dx = 2
+ C = x2 + C
7.6 Propriedades
a) Integral de uma soma de funções é igual a soma das integrais dessas
funções
ò [f (x) ± g (x)] dx = ò f (x) dx ± ò g(x) dx .
b) Se F é uma primitiva de f e k uma constante, então k F é uma primitiva
de k f, pois:
( k P)’ = k P´ = k f
xn + 1
2) ò x n dx =
n +1
+C
dx
3) ò x
= ln x + C
U n +1
4) ò un du = + C (u é uma expressão polinômica)
n +1
òe
u
5) du = eu + C
Existem muitas outras regras de integração, porém, para nós, neste momento,
apenas essas mais simples interessam.
Síntese da aula
Vimos, nessa aula, a definição de reta tangente, máximos e mínimos, e
definição de integrais e cálculos de integrais de funções polinomiais simples das
funções, conteúdos também abordados nessa aula.
Atividades
a) ò 10 dx b) ò dx
1
3
c) ò 4
× dx d) ò x 2 dx
ò (x - 5x + 4) dx ò (x 7 ) dx
4 9
e) f) - 8x 5 + 9x
òe ò (5x - 7 )
5x 6
g) dx h) dx
ò (7x + 1)
5
i) dx
a) 10x + C b) x + C
c) 3 / 8 x2 + C d) 2/3 x3/2 + C
Referências
LEITHOLD, Louis. Matemática aplicada à Economia e Administração. São Paulo:
Harbra, 1988.
SILVA, Sebastião Medeiros. Matemática: economia, administração, ciências
contábeis. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
______; et al. Cálculo básico para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 2004.
WEBER, Jean E. Matemática para Economia e Administração. 2. ed. São Paulo:
Harbra, 2001.
Anotações
Coordenação Editorial
Maria Lourdes F. G. Aires
Assessoria Editorial
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Didático-Pedagógica
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Lingüístico-Textual
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Digital
Helena Carolina Costa e Lima Prestes
Projeto Gráfico
Douglas Donizeti Soares
Irenides Teixeira
Katia Gomes da Silva
Ilustração
Geuvar S. de Oliveira
Capa
Igor Flávio Souza
Créditos
Equipe Fael
Coordenação Editorial
Leociléa Aparecida Vieira
Assessoria Editorial
William Marlos da Costa
Revisão
Juliana Camargo Horning
Lisiane Marcele dos Santos
Apresentação
podem contribuir para o sucesso desses projetos.
Na aula um: revisão sobre a Teoria Geral dos Sistemas, essencial para a
compreensão das demais aulas deste caderno de conteúdos e atividades.
Na aula dois: como e porque surgiram os computadores, sua evolução
até os dias atuais e como tudo isso transformou a sociedade moderna.
Na aula três: os diferentes tipos de redes de computadores e as tecnolo-
gias básicas utilizadas. Noções básicas e essenciais de segurança da infor-
mação e dos riscos inerentes ao descaso com a mesma.
Na aula quatro: a terceirização e a gestão de TIC. Aspectos importantes
para que as iniciativas de informatizacao sejam bem-sucedidas.
Na aula cinco: alguns aspectos relativos à Gestão da Inovaçao Tecnológica
e a importância do conhecimento como meio de potencializar a TIC.
Na aula seis: aspectos relevantes do downsizing, da reengenharia de
processos e os impactos na área da TIC.
Na aula sete: aspectos relevantes à estruturação e implementação de
projetos. Os paradigmas do software livre e do software proprietário.
Nosso foco é mostrar o quanto a tecnologia poderá ser bem utili-
zada, se compreendido o contexto em que ela estará: não existe tecno-
logia ruim ou boa, o que existe é a necessidade de entendimento do
ambiente em que se planeja desenvolver um projeto nessa área.
Bons estudos!
Prof. Igor Yepes
EMENTA
Tecnologia da Informação. Reengenharia de Processos. Terceirização.
Downsizing. Software e hardware. Redes de Computadores. Aplicativos.
Automação de Escritórios. Internet e Intranet. Correio eletrônico. Sistemas de
Informação. Banco de Dados.
Plano de Ensino
OBJETIVOS
• Apresentar os principais conceitos de tecnologia adotados nas orga-
nizações modernas.
• Proporcionar a compreensão do uso adequado das diversas tecnolo-
gias e suas aplicabilidades.
• Demonstrar aos alunos o potencial da internet e outros meios de
tecnologia para comunicação e para os processos organizacionais.
• Apresentar experiências relacionadas ao uso dessas tecnologias em
diversos setores da economia.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
• Fundamentos de sistemas e sistemas de informações
• Evolução e histórico da computação e fundamentos de computação
• Redes de comunicação e noções de segurança da informação
• Gestão do conhecimento e gestão de TI
• Relação usuário versus gestão da inovação tecnológica
• Gestão de projetos
• Software livre e software proprietário
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ABREU, Aline F. de; REZENDE, Denis A. Tecnologia da Informação: aplicada a
sistemas de informação empresarial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
LAURINDO, Fernando J. B. Tecnologia da Informação: eficácia nas organiza-
ções. São Paulo: Futura, 2002.
OLIVEIRA, Jayr Figueiredo. Tecnologias da Informação e da Comunicação. São
Paulo: Érica, 2003.
REZENDE, Denis A. Planejamento de Sistemas de Informação e Informática. São
Paulo: Atlas, 2003.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALBERTIN, Alberto L. Administração de Informática: funções e fatores críticos de
Sucesso. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
BIASCA, Rodolfo E. Resizing: reestruturando, replanejando e recriando a empresa
para conseguir competitividade. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
COLANGELO FILHO, Lucio. Implantação de sistemas ERP: um enfoque de longo
prazo. São Paulo: Atlas, 2001.
PEPPERS, Don; ROGERS, Group. CRM ganha força no país. HSM MANAGEMENT
38, maio-junho 2003, p. 49-59.
DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento Empresarial: como
as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus,
1998.
LIMA, Lauro de Oliveira. Mutações em educação segundo McLuhan. São Paulo:
Vozes, 1998.
SOUZA, Márcio. A comunicação na aldeia global. São Paulo: Vozes, 2005.
Aula 1
Fundamentos de
sistemas de informação
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• compreender a relação entre sistemas e empresas;
• apresentar os conceitos de informação e mostrar o valor da informação
empresarial.
Pré-requisitos
Noções de teoria geral de sistemas e de empresas, vistos na disciplina Introdução
à Administração, no primeiro período.
Introdução
Caro aluno, vamos iniciar a disciplina Tecnologia da Comunicação e da
Informação, revisando alguns conceitos básicos da teoria geral dos sistemas e de
empresas. Assim, poderemos ter a concepção correta da importância da tecnologia
da informação e da comunicação nas organizações.
A partir dessa aula, você poderá, também, compreender a importância dos
sistemas de informações nas organizações e como o uso da tecnologia poderá
auxiliá-lo na tomada de decisões. Para desenvolvermos este assunto, serão apre-
sentados os conceitos de informação e, ainda, determinaremos a importância dela
em qualquer organização.
1.2 Empresa
Partindo do princípio de que a empresa é um sistema que interage com o
meio interno e externo no qual ela está envolvida, os conceitos encontrados para
empresa geralmente contemplam a relação entre as partes (os meios) que se
integram para atingir algum resultado, geralmente econômico.
Sistemas e empresas são conceitos que estão intimamente relacionados. É
importante que esteja bem claro: a informática e os recursos de tecnologia da
informação e comunicação não são partes essenciais para a construção de uma
empresa. No entanto, isso não significa dizer que o uso da tecnologia é algo
secundário; atualmente, como meio para o armazenamento e processamento de
informações, ela se faz fundamental para a empresa moderna.
É importante conceituar sistemas empresariais abertos e fechados, para que
se possa entender melhor essa abordagem.
Problemas
Estratégicos
Problemas
Táticos
Problemas
Operacionais
Saiba mais
No qual temos:
a) subsistema de entrada: coleta de informações e dados;
b) subsistema de processamento: execução das informações e os dados.
Neste ponto, são elaboradas as tarefas, os cálculos, os requisitos
funcionais e outros;
c) subsistema de saída: relatórios, telas de sistemas, geração de produtos
e outros.
É importante lembrar, conforme a visão sistêmica, que toda essa decomposição
apresenta dependências com os processos de entrada, processamento e saída.
Fonte: <http://www.nautilus.ginfo.com.br>.
Saiba mais
Síntese da aula
A relação entre sistemas e empresas é estreita e exige vários cuidados espe-
ciais, que vão desde a elaboração dos objetivos e os meios de alcançá-los
até o comportamento da empresa frente ao seu meio ambiente. Os sistemas
de informações estão associados a esses conceitos e, por isso, se fez neces-
sária esta abordagem. Vimos que todos os conceitos de Sistemas, Empresas e
Informações são fundamentais para que se compreenda a importância da TIC
em uma organização. Entender que sistemas de informações e tecnologia são
conceitos distintos será o primeiro passo para que se saibam quais tecnologias
serão úteis à realidade da sua empresa.
Atividades
a) V, V, V, V, F c) V, V, F, V, F
b) V, V, F, F, F d) V, V, F, V, V
Referências
ABREU, Aline F. de; REZENDE, Denis A. Tecnologia da Informação: aplicada a
sistemas de informação empresarial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Na próxima aula
Na próxima aula, faremos uma pequena incursão às origens da compu-
tação e veremos as transformações sociais que ela gerou.
Anotações
Aula 2
Fundamentos de computação
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• conhecer a história e a evolução dos computadores;
• entender hardware e software.
Pré-requisitos
Conhecer um pouco de história da humanidade é importante para poder
associar certos períodos da evolução das tecnologias computacionais a determi-
nados fatos marcantes, como guerras e descobertas científicas. Tais temas você
certamente já estudou no ensino médio. É hora de relembrar!
Introdução
O surgimento do computador teve como alicerce a necessidade humana de
realizar cálculos cada vez mais complexos, de forma cada vez mais rápida. Era
vital para o avanço científico e tecnológico, o desenvolvimento de ferramentas
que propiciassem essa evolução. Vamos compreender, também, os conceitos
técnicos da computação. Para minimizar a presença dos termos técnicos, utili-
zaremos uma linguagem simples e objetiva. E como já estudamos as teorias de
gestão, oportunidade em que muitas vezes comentamos sobre algum conceito
técnico, você não encontrará dificuldades com as sopinhas de letras e as termi-
nologias usadas pela informática.
2.1 O computador
O computador nada mais é do que uma potente calculadora, uma máquina
capaz de efetuar uma seqüência de operações, mediante um programa, de
tal forma que se realize um processamento sobre um conjunto de dados de
entrada, obtendo-se, como resultado, outro conjunto de dados ou informa-
ções de saída.
2.1.1 O início
Segundo a Wikipédia (2006), um dos primeiros equipamentos utilizados
para resolver problemas matemáticos foi o ábaco, dispositivo formado por uma
moldura com bastões ou arames paralelos, dispostos no sentido vertical. Cada
bastão contém sete bolas móveis, que podem ser movidas para cima e para
baixo. Assim, de acordo com o número de bolas na posição inferior, temos
um valor representado. Tal dispositivo remonta às antigas civilizações grega e
romana, mas, apesar de ser uma ferramenta interessante para realizar cálculos
matemáticos, não pode ser categorizada como computador, pois carece de um
elemento fundamental chamado programa.
Conforme o Museu Virtual de Informática (2008), uma das primeiras calcula-
doras mecânicas foi a Pascalina, desenvolvida pelo filósofo, físico e matemático
francês Blaise Pascal (1623 – 1662). Essa máquina representava os dados e resul-
tados, mediante diferentes posições das suas engrenagens.
O primeiro computador (ainda totalmente mecânico) foi a Máquina
Analítica criada por Charles Babbage, matemático, professor da Universidade
de Cambridge. Babbage apresentou sua proposta em 1834, ponto de partida
para os modernos computadores eletrônicos.
Em 1947, na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, foi desen-
volvido o ENIAC – Electronic Numerical Integrator And Calculator – o primeiro
computador totalmente eletrônico. Tratava-se de uma máquina enorme, a qual
ocupava três salas com um total de setenta e dois metros quadrados, sendo
composto por aproximadamente dezoito mil válvulas eletrônicas e pesava cerca
de trinta toneladas. O ENIAC tinha capacidade de realizar cinco mil opera-
ções aritméticas por segundo, o que atualmente é facilmente superado por uma
pequena calculadora.
Em 1965 a DEC – Digital Equipment Corporation lança o primeiro minicom-
putador que obteve sucesso comercial. Era suficientemente pequeno para ser
colocado em uma bancada de laboratório e tinha um custo aproximado de U$
16.000,00.
Finalmente, em 1981, a IBM lança o IBM-PC, cuja missão era ser protago-
nista absoluto de uma nova estratégia: conquistar a fatia de mercado formada
pelos usuários domésticos. Esse novo equipamento, que já contava com uma
aparência e dimensões bem próximas dos computadores atuais, proporcionou
rápido crescimento do mercado de computadores. O MS-DOS – Microsoft Disk
Operating System foi o software básico lançado para o PC da IBM, estabele-
cendo uma longa parceria entre a IBM e a recém-nascida Microsoft.
Desde o surgimento IBM-PC, em 1981, até hoje, os computadores vêm
evoluindo em termos de recursos e velocidade de processamento, de forma extre-
mamente rápida.
Síntese da aula
Vimos, de forma resumida, o surgimento e a evolução dos modernos computa-
dores, da primeira à quarta geração, bem como as transformações sócias geradas
por essa nova tecnologia. Frisamos a necessidade de conhecimentos em informática
para os gestores, para os quais as ferramentas disponibilizadas pela computação
transformaram o modo de conduzir suas atividades. Estudamos os diferentes tipos
de hardware (parte física do computador) e software (parte lógica – os programas),
conceituando e exemplificando cada um deles. Finalmente, vimos as principais
ferramentas (programas) utilizadas na automação de escritório, como os editores
de texto, as planilhas de cálculo, entre outros.
Atividades
a) V, F, F, F
b) F, V, V, F
c) V, V, V, F
d) V, F, F, V
Na atividade dois deve ser assinalada a alternativa (c), pois incorre em erro ao
afirmar que browser é um programa responsável por bloquear o acesso indevido
às informações do computador, quando na verdade ele é um navegador para
acesso à Internet (Ex.: internet Explorer e FireFox).
A atividade três questiona sobre a interdependência entre hardware e
software. No caso do software, devemos ter certeza de que o equipamento que
está sendo adquirido vai ser compatível com o software utilizado na empresa.
Ou seja: se o software é muito exigente em termos de processamento e de
recursos computacionais, os equipamentos devem ser mais poderosos (conse-
qüentemente de preços mais elevados). Caso contrário, se o software exige
pouco do hardware, como é o caso de sistemas mais antigos ou que não utilizam
plataformas gráficas pesadas, não há necessidade de adquirir equipamentos
topo de linha, os quais ficariam subutilizados.
Na atividade quatro, a alternativa correta é a (b). O software é a parte
lógica do computador, o responsável pelo controle dos parâmetros passados ao
meio físico, como a impressora, o monitor, etc. O hardware é o equipamento. O
conjunto dos objetos tangíveis. Assim sendo, software não pode ser classificado
como dispositivo físico ou equipamento.
Referências
CRUZ, Tadeu. Sistemas de informações gerenciais: tecnologia da informação e a
empresa do século XXI. São Paulo: Atlas, 1998.
LAUDON, Jane P.; LAUDON, Kenneth C. Sistemas de Informação Gerenciais:
administrando a empresa digital. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
Museu Virtual de Informática. Disponível em: <http://piano.dsi.uminho.pt/
museuv/index.html>. Acesso em: 7 fev. 2008.
WIKIPÉDIA – Enciclopédia Livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/
wiki/Abaco>. Acesso em: 24 ago. 2006.
Na próxima aula
Na próxima aula estudaremos o teleprocessamento de informações, as
redes e a teleinformática e, com isso, poderemos compreender os sistemas de
telecomunicações e seus recursos, bem como as formas de proteção básica para
segurança da informação.
Anotações
Aula 3
Redes e Telecomunicações
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• entender a utilidade das soluções baseadas no ambiente de internet;
• compreender os conceitos básicos de segurança da informação.
Pré-requisitos
Os conhecimentos básicos de informática adquiridos na aula um são sufi-
cientes para a compreensão deste conteúdo.
Introdução
Os sistemas de telecomunicações tomarão conta de nossa abordagem
neste capítulo, no qual você compreenderá o teleprocessamento de informa-
ções, as redes e a teleinformática e, com isso, poderá ter uma visão geral
dos sistemas de telecomunicações e seus recursos. Nesse capítulo, veremos
que a internet revolucionou a forma de comunicação entre pessoas e orga-
nizações e deu acesso a muitas informações, muitas vezes em tempo real.
É importante entender as diferenças entre as soluções que são baseadas em
web e aquelas que utilizam um ambiente computacional tradicional, como a
plataforma cliente/servidor, para que você possa aplicar, com eficiência, todo
o potencial que ela possa oferecer. Este estudo procurará ser o mais objetivo
possível. Adotaremos uma linguagem clara e objetiva, na qual serão utilizados
termos técnicos somente naquilo em que for necessário, tornando, assim, o
estudo agradável e proveitoso. A Tecnologia da Informação e da Comunicação
desempenha um papel tão relevante, nas atividades diárias dos diversos tipos
de organizações e pessoas, que devem ser tomadas providências especiais
para proteger e garantir que os dados e informações gerados pelo uso das
TICs sejam precisos, confiáveis e seguros. Nesse capítulo, veremos as princi-
pais ameaças aos sistemas de informação computacionais e as formas básicas
de proteção à integridade dos dados digitais.
Saiba mais
3.1 Telecomunicações
Na gestão das TICs, além de compreender os aspectos físicos e lógicos, faz-se
necessário o entendimento dos sistemas de telecomunicações. Mas, antes de ver
quais são esses sistemas, vamos entender os conceitos de comunicação e teleco-
municação. Abreu e Rezende (2003) nos apresentam os seguintes conceitos:
a) comunicação – processo pelo qual uma informação gerada em um ponto
no espaço e no tempo, chamado fonte, é transferida a outro ponto no
espaço e no tempo, chamado destino. Podemos dizer de forma bem
simples: são quaisquer sinais transmitidos, por quaisquer meios, do
emissor para o receptor;
b) telecomunicação – é a transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioe-
letricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de
símbolos, caracteres, imagens, sons ou informações de qualquer natureza.
Dentre os sistemas de telecomunicações, temos:
• teleprocessamento de informações – você deve estar lembrado
quando estudamos que a menor unidade computacional é o bit
e que, quando digitamos algum dado, eles logo são convertidos
para uma seqüência de zero e um. Pois bem, essa é a base do tele-
processamento de informações quando se utilizam recursos como
modems, por exemplo. Quando usamos a linha telefônica de casa
para acessar a internet, constatamos, na prática, esse sistema de
telecomunicação. Tudo acontece de forma até simples: o computador
utiliza sinais digitais, ou seja, 0 e 1, e o sinal da linha telefônica é
analógico, portanto, ambos incompatíveis. O hardware, neste caso,
o modem, converte o sinal analógico da linha telefônica em digital e
vice-versa. Por isso, conseguimos navegar na internet.
• redes e comunicação de dados – é o mais simples de todos e
será comum encontrá-las nas organizações. Portanto, uma rede
de computador consiste em dois ou mais computadores e outros
dispositivos (impressoras, fax, etc.) ligados entre si, compartilhando
dados, trocando mensagens e otimizando recursos. As redes contri-
Saiba mais
Entre os serviços que podem ser utilizados pela empresa com auxílio da
internet, podemos destacar os seguintes:
Uma senha considerada ideal deve ter ao menos oito caracteres, ser
composta por números, letras (maiúsculas e minúsculas) e símbolos, ser
simples de digitar e fácil de lembrar. E agora você deve estar se pergun-
tando: como vou fazer para lembrar de uma senha assim? Segue uma dica
para construção de senhas:
a) tenha como hábito iniciar as suas senhas com um símbolo (*, &, #, ~,
...) ou número – ou os dois. Exemplo: %;
b) selecione uma frase que você lembre com facilidade e utilize para
a senha apenas as iniciais de cada palavra. Ex.: Quem canta seus
males espanta = Qcsme;
c) termine suas senhas novamente com um símbolo ou número. Exemplo:
3#.
Seguindo esses passos básicos, você terá uma senha como %Qcsme3#,
lembrando que os números e símbolos, você poderá utilizar como padrão
para todas suas senhas. Outros exemplos:
Cão que Ladra não Morde = %CqLnM3#
Quem não chora não mama = %Qncnm3#
Viu como é fácil? Dessa forma, você terá uma senha praticamente invio-
lável e fácil de lembrar. Logicamente, os três exemplos de senha dados neste
tópico já não são boas senhas pois já são conhecidas. Convém lembrar que
vai depender do sistema a ser utilizado para determinar as características da
senha. Alguns sistemas só aceitam números nas senhas e possuem restrições
quanto ao tamanho da mesma, enquanto outros aceitam qualquer caractere
alfanumérico e permitem senhas com muito mais que oito caracteres.
Para maior segurança, as senhas devem ser alteradas com certa freqüência,
por exemplo, uma vez por mês ou a cada dois meses. Não convém utilizar
uma mesma senha eternamente, pois facilita a ação de quem possa ter um
convívio mais próximo com você e tenha por ventura visto você digitando a
senha repetidas vezes e memorizado as posições no teclado.
Finalmente, não utilize computadores de terceiros ou computadores aces-
sados por muitas pessoas (por exemplo, em LAN houses, cybercafes, stands
de eventos, etc.) para operações que requeiram utilização de suas senhas
pessoais, pois é possível que em tais computadores alguém tenha instalado
algum malware.
Síntese da aula
As soluções baseadas na internet procuraram quebrar eventuais barreiras
que existiam antes do mundo se interligar e se tornar sem divisas. Estudamos os
conceitos básicos de telecomunicações, aprofundando um pouco nas redes de
computadores, nas quais foram vistos os conceitos de LAN, MAN e WAN , os
tipos de conexões utilizados com destaque às redes sem fio (Wireless).
Foram apresentados os conceitos básicos sobre segurança da informação,
apresentando sucintamente algumas das tribos digitais responsáveis por ações
de segurança e invasão em ambientes de redes computacionais.
Atividades
III. incêndio
V. erros de usuário
Na atividade dois deve ser assinalada a alternativa (d) pois todos os itens
listados representam risco à integridade dos sistemas de informações da empresa.
Referências
ABREU, Aline F. de; REZENDE, Denis A. Tecnologia da Informação: aplicada a
sistemas de informação empresarial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Cartilha de Segurança para Internet. Disponível em: <http://cartilha.cert.br/
conceitos/> Acesso em: 7 fev. 2008.
IBM. Disponível em: <http://www.ibm.com/br/industries/wholesale/solution/
areas/crm/>. Acesso em: 7 fev. 2008.
LAUDON, Jane P.; LAUDON, Kenneth C. Gerenciamento de sistemas de infor-
mação. São Paulo: LTC, 2001.
MACLUHAN, M. Os meios de comunicação como extenções do homem. São
Paulo: Cultrix, 1979.
Wikipédia – Enciclopédia Livre. ERP. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/
wiki/ERP>. Acesso em: 7 fev. 2008.
Wikipédia – Enciclopédia Livre. Vírus de Computador. Disponível em: <http://
pt.wikipedia.org/wiki/Virus_de_computador>. Acesso em: 25 ago. 2006.
Na próxima aula
Agora que você já adquiriu um bom conhecimento sobre as bases da infor-
mática e alguns dos seus recursos (como, por exemplo, as redes de computa-
dores e a internet ) , vamos falar um pouco sobre terceirização, os desafios da
tecnologia da informação e comunicação junto às organizações e apresentar a
você a estratégia de gestão Balanced Scorecard.
Anotações
Aula 4
Gestão da Tecnologia da Informação
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• entender qual o desafio da tecnologia da informação e comunicação
junto às organizações;
• identificar a importância do Balanced Scorecard como estratégia de
gestão de TIC.
Pré-requisitos
Em relação a estes conceitos, consideramos importante que você compre-
enda os impactos da tecnologia na gestão das organizações. As disciplinas
Introdução à Administração e a Sociologia Aplicada à Administração certa-
mente lhe ofereceram o aporte teórico necessário.
Introdução
Imagine a informática sem o usuário. Certamente não haveria razão para a
sua existência. Já pensou um software sem usuário ou uma rede de comunicação
sem alguém para desfrutá-la. Eles, os usuários, são a causa da necessidade
da tecnologia e também das dores de cabeça. O relacionamento entre usuá-
rios e tecnologia tende a ser complicado; no entanto, o gestor de TIC deve ter
habilidades para identificar os problemas e minimizá-los, para que haja menos
tensões e mais efetividade no uso das ferramentas de trabalho proporcionadas
pelas tecnologias. E outra, de nada valeria falar em gestão do conhecimento se
não houver um esforço contínuo em entender o usuário.
4.1 Terceirização
O setor que mais utiliza esse recurso, sem dúvida alguma, são as empresas
de tecnologia. Esse modelo já é popular há algum tempo em fabricantes de
hardwares e softwares, como a IBM e a Oracle, mega-empresas americanas.
Como próprio Hagel III (2003) cita, ao explorar os ativos de outras empresas,
em vez de construir ou comprar os seus, você reduz o risco financeiro, entra em
novos mercados com mais rapidez e permanece apto a reagir de imediato às
mudanças tecnológicas e mercadológicas futuras.
que eles não fazem nada; outros, por sua vez, aproveitam o contato para fazer uma
seção de terapia. Enfim, cada pessoa tem suas peculiaridades e é necessário saber
lidar adequadamente com cada perfil profissional.
Esclarecendo e
traduzindo a visão
e a estratégia
Comunicando e Realizando
estabelecendo BSC e alinhamentos
vínculos estratégicos
Planejando e
estabelecendo
metas
Fonte: Norton e Kaplan (1997).
Síntese da aula
A terceirização é uma estratégia amplamente usada na área de TIC. Uma das
vantagens de terceirizar é poder ampliar o foco na atividade-fim da empresa. O
sucesso do trabalho dos profissionais de TIC está condicionado à sua habilidade
de gerir e lidar com os conflitos. Assim, gerenciamento de equipe, habilidade de
liderança e habilidades pessoais (flexibilidade, criatividade, paciência e persis-
tência) são imprescindíveis para esse profissional estabelecer um bom relaciona-
mento com o seu usuário-cliente. O BSC é uma importante ferramenta para auxi-
liar na avaliação dos objetivos estratégicos organizacionais. Nele, são levados
em conta indicadores que antes não faziam parte da análise organizacional.
Atividades
a) V, F, V, V, V
b) F, V, V, F, F
c) V, V, V, V, F
d) V, V, F, V, V
Referências
CRAINER, Stuart. Grandes Pensadores da Administração. São Paulo: Futura, 2000.
GATTONI, Roberto L. C. Gestão do conhecimento organizacional na condução de
projetos corporativos em tecnologia da informação: um caso prático. (Dissertação,
Mestrado em Informação Gerencial e Tecnológica) - Belo Horizonte: UFMG, 2000.
HAGEL III, John. Pensando fora do Quadrado. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
______. Uma orquestra de terceirizados. Hsm Management, n. 38, mai./jun. 2003.
KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. A estratégia em ação: Balanced
Scorecard. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
VARGAS, R. V. Gerenciamento de Projetos: estabelecendo diferenciais competi-
tivos. Rio de Janeiro: Brasport, 2000.
Na próxima aula
Estamos já bem avançados em nossas aulas. Chegou a hora de estudar a
questão da inovação tecnológica nas organizações e de falar um pouco sobre
Gestão de Conhecimento, temas da nossa próxima aula. A gente se vê lá!
Anotações
Aula 5
Gestão do conhecimento
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• compreender o conceito de pesquisa e desenvolvimento;
• identificar as diferenças entre dado, informação e conhecimento.
Pré-requisitos
Consideramos importante que você tenha aprendido as questões técnicas da
TIC, pois perceberá que é por meio do conhecimento que todas essas tecnolo-
gias se desenvolvem e evoluem.
Introdução
A palavra tecnologia facilmente é associada à conotação de mudança histo-
ricamente determinada, evolução. Todavia, há diferenças sutis mais importantes
entre ciência aplicada, técnica e tecnologia. Para demarcar os contornos destas
atividades, apresentaremos, nessa aula, os conceitos de invenção e inovação.
Nunca se deu tanta importância ao conhecimento como nesses últimos tempos.
Esse fenômeno marca o início de nova fase histórica denominada como socie-
dade do conhecimento. Mas, o que você entende por conhecimento? Será que
é a mesma coisa que informação? A resposta é não. A confusão entre dado,
informação e conhecimento pode gerar enormes dispêndios, com iniciativas
de tecnologia que dificilmente produzem resultados satisfatórios. As empresas
investem pesadamente em soluções, antes de saber exatamente quais são seus
problemas, e o resultado acaba sendo desastroso.
inovação, por outro lado, tem aplicação prática e possibilita a sua aplicação
visando fins econômicos. Assim, nem todo avanço no conhecimento tem,
necessariamente, implicações na produção, circulação e consumo de merca-
dorias. É importante destacar que estes dois processos são interdependentes:
a descoberta de novos princípios cria a possibilidade de sua aplicação a
curto ou longo prazo, do mesmo modo que um novo emprego de recursos
econômicos pode conduzir à descoberta de novos conhecimentos.
Ainda com base no documento do MCT, podemos observar que os países
desenvolvidos empreendem ações governamentais que integram políticas
econômicas e de ciência e tecnologia, visando a aumentar a competitividade
internacional. Atualmente, ante a constatação de que a inovação tecnoló-
gica stricto sensu não garante competitividade e não resolve sérios problemas
sociais vinculados a processos de produção, o conceito sofre uma reava-
liação, de maneira a incluir também:
• a organização e gestão do trabalho dentro da organização;
• formas de atualização e qualificação profissional;
• desenvolvimento de novas formas de relação capital/trabalho e/ou
de organização do trabalho na organização;
• descentralização com integração (social, produtiva, administra-
tiva e política);
• formação de recursos humanos qualificados em colaboração com as
universidades, etc.
5.3.1 Dados
De acordo com Davenport e Prusak (1998), dados são um conjunto
de fatos distintos e objetivos relativos a eventos. Em um contexto organi-
zacional, dados são descritos como registros estruturados de transações.
Vamos exemplificar: quando um cliente vai a um posto de gasolina e enche
o tanque de seu carro. Essa operação pode ser parcialmente descrita como
dado: quando ele fez a compra; quantos litros de combustível consumiu;
quanto pagou. Os dados não revelam por que ele procurou um posto e não
outro, e não podem prever probabilidade daquele cliente voltar ao mesmo
posto. Desta forma, para a gestão de dados, é necessário levar em conta
alguns aspectos quantitativos (custos, velocidade e capacidade) e qualita-
tivos (relevância e clareza).
5.3.2 Informação
A informação tem por objetivo mudar (ou confirmar) o modo como algo é
compreendido pelo seu receptor, exercendo alguma forma de impacto sobre
o julgamento e comportamento deste.
Ela deve informar (dar forma), modelar, de modo que a pessoa que
a recebe possa ter condições de fazer alguma estabelecer novas perspec-
tivas ou insights. Por exemplo: um e-mail profissional cheio de divagações
pode ser considerado informação por seu redator, porém para o receptor
puro ruído.
Como vimos, a informação circula pelas organizações por redes de hard
e soft, e sua gestão tende a incluir aferições de conectividade e transações
(quantitativas), informatividade e utilidade (qualitativas). Diferentemente de
dado, a informação deve ter relevância e propósito. Existem alguns métodos
de transformação de dado em informação.
• Contextualização: sabe-se qual a finalidade dos dados coletados.
• Categorização: as unidades de análise ou os componentes essen-
ciais dos dados são conhecidos.
• Cálculo: os dados podem ser analisados matemática ou estatisticamente.
• Correção: os erros são eliminados dos dados.
• Condensação: os dados podem ser resumidos para uma forma
mais concisa.
5.3.3 Conhecimento
E agora, conhecendo o conceito de dado e informação, você já tem
condições que arriscar o que significa conhecimento? Intuitivamente podemos
afirmar que conhecimento é mais amplo, mais profundo e mais rico do que
dados e informação. Quando falamos que alguém é esclarecido, com conheci-
mento sobre determinado assunto, queremos dizer que é inteligente e tem boa
bagagem cultural.
A definição de conhecimento que iremos apresentar não tem a pretensão de ser
definitiva e cabal, mas acredita-se que possa expressar as características que tornam
o conhecimento valioso e que dificulta a sua boa gestão no âmbito organizacional.
Davenport e Prusak (1998, p. 8) afirmam que
conhecimento é uma mistura fluida de experiência condensada,
valores, informação contextual e insight experimentado, a qual
proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de
novas experiências e informações. Ele tem origem e é aplicado
na mente dos conhecedores. Nas organizações, ele costuma estar
embutido não só em documentos ou repositórios, mas também em
rotinas, processos, práticas e normas organizacionais.
Síntese da aula
Nessa aula, aprendemos que há diferenças entre conceitos de invenção e
inovação. A primeira está associada ao desenvolvimento teórico; a segunda visa
à aplicabilidade econômica. Vimos, também, que a pesquisa e desenvolvimento
devem ser políticas governamentais e empresariais. Por sua vez, o conhecimento é
a chave, a vantagem competitiva sustentável. Assim, diferenciar dados, informação
e conhecimento é imprescindível para gerir o conhecimento organizacional.
Atividades
Referências
MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia. Inovação Tecnológica e Transferência
de Tecnologia. Brasília: MCT, 2001.
DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento Empresarial: como as
organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
Na próxima aula
Pois é, estamos quase chegando ao final da disciplina, mas ainda com
vários tópicos importantes para ver. Estudaremos na aula seguinte as bases do
downsizing e da reengenharia, estratégias muito usadas na área de tecnologia
da informação e comunicação para incrementar a gestão organizacional.
Anotações
Aula 6
Downsizing e Reengenharia
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• definir o conceito e o contexto de implantação do downsizing;
• compreender o conceito de reengenharia e suas implicações.
Pré-requisitos
Em relação a esses conceitos, consideramos importante que você compre-
enda os impactos da Revolução Industrial na gestão das organizações. As disci-
plinas Introdução à Administração e a Sociologia Aplicada à Administração
certamente lhe ofereceram o aporte teórico necessário.
Introdução
Até agora estudamos o quanto as informações são relevantes para a gestão
das organizações e, também, como a presença da tecnologia tem influenciado
o seu funcionamento. No entanto, é inevitável relacionarmos também fenômenos
econômicos à nossa análise do contexto em que as organizações operam.
Nas últimas décadas houve, em escala mundial, crise de petróleo,
inflação, dívida externa, crise de energia, entre outros. Todos esses acon-
tecimentos, associados ao avanço tecnológico, influenciaram sobremaneira
a forma de gerir as organizações: competitividade mundial, evolução da
filosofia empresarial, redefinição das necessidades de grupos, mudanças do
processo produtivo, etc.
A cada dia, surge uma nova tendência e cabe a cada um de nós criticidade,
para identificar as melhores práticas e empregar aquela que melhor se adequar
ao contexto a ser modificado. Nessa aula, iremos conhecer um pouco mais
duas estratégias que ganharam força nas décadas de 80 e 90, motivadas pela
necessidade de aumentar a produtividade e de responder mais rapidamente à
concorrência.
6.1 Downsizing
O termo downsizing significa, em tradução literal, redução de tamanho. Essa
redução representa um achatamento na estrutura organizacional da empresa.
Apesar de estar ligado à unidade de recursos humanos, tem seu significado na
da disciplina Tecnologia da Informação e da Comunicação por tratar da política
de demissão de funcionários.
Essa abordagem traz à tona o enxugamento no quadro de colaboradores de
uma organização, delegando maior responsabilidade a gerentes e funcionários.
É importante compreender esse conceito para sua aplicação correta.
Síntese da aula
Como qualquer ferramenta, seja o downsizing, seja a reengenharia de
processos, é importante compreender a cultura e os processos da empresa. Mais
uma vez, foi citada a importância de se ter um planejamento estratégico condi-
zente com a realidade da empresa.
Atividades
Referências
CASSIO, Wayne F. 13 Mitos (e os fatos) sobre o Downsizing. HMS MANAGEMENT.
São Paulo, n. 37, mar./abr. 2003.
______. Revista de administração de empresas. HSM MANAGEMENT. n. 37,
mar./abr., 2003. São Paulo: HSM do Brasil, 2003.
CRAINER, Stuart. Grandes Pensadores da Administração. São Paulo: Futura, 2000.
GONÇALVES, J.H.L. Reengenharia: guia de referência para executivos. Revista
de Administração de Empresas. São Paulo: 34, jul./ago., 1994.
HAMMER, Michael; CHAMPY, James. A reengenharia de empresa. São Paulo:
Dinalivro, 1995.
JOIA, L. A. Reengenharia e tecnologia da informação: o paradigma do cama-
leão. São Paulo: Pioneira, 1994.
SANCHES, Daniel. Downsizing: reformulando e redimensionando sua empresa
para o futuro. 2006. Disponível em: <http://www.agenegocios.com.br/new/a.
asp?a=4&c=71>. Acesso em: 17 fev. 2008.
WILKPÉDIA – Enciclopédia Livre. Downsizing. Disponível em: <http//pt.wikpedia.
org/wiki/downsizing>. Acesso em: 7 fev. 2008
Na próxima aula
Estamos chegando ao final desta apostila. Nossa última tarefa será conhecer
as metodologias de gestão de projetos em TI e, na seqüência, estudar sobre um
tema muito interessante e polêmico: softwares livres e softwares proprietários.
Anotações
Aula 7
Gestão de Projetos
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• conhecer as metodologias de gestão de projetos em TI;
• compreender o conceito básico de softwares livres e softwares proprietários.
Pré-requisitos
Em relação a esses conceitos, consideramos os conhecimentos e experiências
que você adquiriu até o momento suficientes e adequados para que atinja os obje-
tivos propostos.
Introdução
Já estudamos sobre a importância da reengenharia de processos, da terceiri-
zação, do downsizing e da relação com o usuário para a TIC. Agora, entenderemos
a importância da organização moderna voltar à tecnologia da informação e da comu-
nicação para uma área de projetos. Este tema é crescente nas principais empresas
do mundo, pois conforme vimos, a TIC está presente nas principais atividades da
organização e, por isso, ela se tornou grandiosa e também de difícil gestão.
Conhecer os fundamentos e as estratégias de gerência de projetos possibilitará a
você maximizar desempenhos e o alcance de excelentes resultados. O gerenciamento
de projeto garante estrutura, foco, flexibilidade e controle na busca dos resultados.
Outro tema que tem chamado bastante atenção nos debates sobre TIC trata
do uso de softwares livres e softwares proprietários. Esse é um debate que, além
de gerar muita discussão, vem causando muita polêmica. Mas, para nós, o que
importa é entender as diferenças entre eles, para então decidir sobre a melhor
opção de investimento. Como fizemos anteriormente, abordaremos, de forma bem
objetiva, esse assunto; não é objetivo deste estudo entrar demasiadamente nos
termos técnicos que o compõe. Após compreender os conceitos básicos, você estu-
dará quais serão os principais aplicativos e os seus custos e terá mais uma infor-
mação para a tomada de decisão. Bom estudo!
Outros esforços
Projeto
Embrionária
Estágio de
Maturidade
da Média Gerência
Reconhecimento
da Alta Gerência
Reconhecimento
Crescimento
Maturidade
Fonte: Kersner (2002).
• clientes;
• fornecedores;
• contratantes;
• gerente do projeto;
• membros da equipe do projeto;
• usuários do produto ou serviço, entre outros.
Ter alinhadas as expectativas de todos quanto ao desenvolvimento do projeto
é peça fundamental no sucesso do produto/serviço gerado após o seu encerra-
mento. Desde a fase de concepção, na qual estão sendo levantados os requi-
sitos e os objetivos do projeto, os interesses poderão ser diversos. Mesmo todos
estando envolvidos no mesmo contexto. Caso o produto ou serviço não esteja
dentro das expectativas dos envolvidos, fatalmente ele será subutilizado ou nem
chegará ser utilizado pela organização.
Tendo definido projetos e gerenciamento de projetos, estudaremos as
metodologias que são aplicadas para o desenvolvimento de projetos na área
de TIC.
7.1.6 PMBOK
Vamos iniciar comentando sobre o PMBOK. Metodologia que nasceu nos
EUA em 1996, lançada pelo Project Management Institute (PMI) – Instituto de
gerenciamento de projetos – tendo como objetivo identificar as práticas e conhe-
cimentos necessários para o gerenciamento de projetos.
Anteriormente, vimos a importância do planejamento estratégico e a
necessidade de mapear ou remodelar os processos organizacionais para
um crescimento sustentável e, ainda, como as TICs exercem papel funda-
mental na geração e armazenamento de informações, base para a tomada
de decisões.
Decorrente disso, a profissão de gerenciamento de projetos tornou-se emer-
gente, e o objetivo principal do documento PMBOK é identificar e descrever as
práticas de gerenciamento normalmente aceita.
7.1.7 ITIL
Outra metodologia para a gestão das TICs é o ITIL. Essa sopinha de letras
tem tido grande significado para o controle de desenvolvimento e manutenção
de sistemas de informações. Segundo o IT Service Management (2008), o Reino
Unido identificou que, apesar de muitos esforços estarem sendo direcionados
para a redução de custos e riscos, inclusive o desenvolvimento de projetos com
esse intuito, havia pouca informação disponível a respeito de como controlar os
sistemas de informação IS (Information Systems), a partir do momento em que
eles eram implementados (IT Service Management forum Brasil).
Ainda segundo o IT Service Management Forum Brasil, esses estudos
indicavam, ainda, que mais de 80% do custo dos serviços de informática
estavam relacionados ao dia-a-dia de sua operação, e apenas 20% ao
Implementação
Segundo entrevista de Malcon Fry (especialista em ITIL) à Galegale
Consultores & Associados Ltda, a primeira ação no plano de implementação do
ITIL é efetuar uma análise entre os processos atuais da empresa e os processos
sugeridos pelo ITIL. Quanto maior a diferença entre os processos, mais tempo
terá para sua efetiva implementação. Não há um prazo fixado para isso, pois
cada organização possui uma realidade distinta e, não podemos esquecer, o
contexto no qual ela está envolvida poderá contribuir positiva ou negativamente
para essa implementação. Segundo Fry (2008), o ITIL pode ser aplicado a qual-
quer que seja o tamanho do departamento de tecnologia das organizações
porque é baseado em processos e não em funções. Por exemplo, não importa
quão grande ou pequena é a área de TIC, ela tem que executar mudanças. O
ITIL é ainda alinhado ao negócio, o que garante que mesmo a menor área de TI
fique alinhada aos negócios da empresa.
Entre os principais benefícios de adotar o ITIL estão:
a) melhoria da satisfação do cliente com os serviços de TIC;
b) busca a redução do risco de não atingir os requisitos de negócios para
os serviços de TIC;
c) busca da redução de custos para o desenvolvimento de procedimentos
e práticas dentro de uma organização;
d) identificar e divulgar padrões e orientações para todo o pessoal
envolvido;
e) melhorar o fluxo de comunicação e informação entre o pessoal de TIC e
os seus clientes;
f) buscar maior produtividade e melhor uso de habilidades e experiência;
g) uma nova abordagem de qualidade para os serviços de TIC.
Tanto o PMBOK quanto o ITIL vêm comprovar que há uma necessidade de
alinhar planejamento estratégico com o plano estratégico de informações. É
importante lembrar que essas são metodologias que vêm auxiliar esse processo
de integração. Para promover essa integração, além de um planejamento
estratégico afinado é necessário que o gestor tenha um perfil adequado para
conduzir o trabalho.
• sistemas proprietários – aqueles que são pagos e cujo código fonte não
é livremente disponibilizado (Windows);
• sistemas gratuitos – aqueles que não são pagos, mas cujo código fonte
também não é de livre acesso (BeOS).
• sistemas open source (código aberto) – aqueles cujo código fonte é
aberto (Unix);
• sistemas livres – aqueles que são Open Source, e cujo código fonte
pode ser livremente alterado (Linux, BSD).
Essa classificação se aplica a todo tipo de software, seja ele básico, aplica-
tivo ou utilitário. A seguir, veremos um pouco sobre a história do software livre e
sobre os seus princípios e ideologia.
7.2.2 História
Segundo a Enciclopédia Livre Wikipédia (2008), os desenvolvedores de
software da década de 70 costumavam compartilhar seus programas de forma
similar à apregoada pela filosofia do software livre. Posteriormente, as organiza-
ções começaram a impor restrições aos usuários, mediante contratos de licença
de software. Em 1984, Richard Stallman iniciou o projeto GNU, fundando a
Free Software Foundation (FSF). Ele inseriu os conceitos de software livre e copy-
left, especificamente desenvolvidos para dar liberdade aos usuários e restringir
as possibilidades de propriedade.
Software livre se refere à liberdade dos usuários executarem, copiarem,
distribuírem, estudarem, modificarem e aperfeiçoarem o software. Mais precisa-
mente, ele se refere a quatro tipos de liberdade, para os usuários do software:
a) a liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liber-
dade n.º um);
b) a liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para
as suas necessidades (liberdade n.º dois). Acesso ao código-fonte é um
pré-requisito para esta liberdade;
c) a liberdade de redistribuir cópias, de modo que você possa ajudar ao
seu próximo (liberdade n.º três);
d) a liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos,
de modo que toda a comunidade se beneficie (liberdade n.º quatro).
Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.
A Wikipédia (2008) cita ainda que o movimento do software livre é um
movimento social, e este não considera ético aprisionar conhecimento científico,
o qual deve estar sempre disponível, permitindo, assim, a evolução da huma-
nidade. Por outro lado, o movimento pelo código aberto não é um movimento
social. Este é voltado ao mercado e prega que o software desse tipo traz diversas
Síntese da aula
Nessa aula, conhecemos os elementos e condicionantes principais para
o gerenciamento bem-sucedido de projetos. A decisão de implementar a
solução de um problema ou a inovação de processos requer um projeto bem
com objetivos claros e bem definidos. As etapas precisam ser bem estruturas,
os conflitos devem ser gerenciados e o sucesso comemorado. As pessoas
envolvidas nos projetos são fundamentais do início ao fim, e o gerente do
projeto é o líder responsável por todo o processo.
Atividades
2. Marque com V para verdadeiro ou F para falso. Com relação aos softwares,
podemos afirmar:
Referências
BRUCE, A.; LANGDON, K. Como gerenciar projetos. São Paulo: Publifolha,
2000.
CLELAND, D. I. Gerência de projetos. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 1999.
FRY, Maicon. Galegale Consultores & Associados Ltda. Entrevista: Uma
Lição sobre ITIL Disponível em: <http://www.galegale.com.br/sis/lenoticia.
php?id=23&c=32>. Acesso em: 17 fev. 2008.
Anotações
Coordenação Editorial
Maria Lourdes F. G. Aires
Assessoria Editorial
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Didático-Pedagógica
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Lingüístico-Textual
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Digital
Helena Carolina Costa e Lima Prestes
Projeto Gráfico
Douglas Donizeti Soares
Irenides Teixeira
Katia Gomes da Silva
Ilustração
Geuvar S. de Oliveira
Capa
Igor Flávio Souza
Equipe Fael
Créditos
Coordenação Editorial
Leociléa Aparecida Vieira
Assessoria Editorial
William Marlos da Costa
Revisão
Juliana Camargo Horning
Lisiane Marcele dos Santos
Apresentação
organização.
Aprofundaremos a relação entre organização e indivíduo, elucidando o
significado do trabalho para a constituição da subjetividade humana, na aula
três. Já na aula quatro, compreenderemos o comportamento individual e orga-
nizacional interligados ao contexto empresarial. Continuaremos nossa cami-
nhada teórica na aula cinco, com os fatores que influenciam o comportamento
das pessoas na organização, tais como: motivação, atitudes e liderança.
Como nem tudo “são flores”, sabemos que as doenças fazem parte do
cotidiano humano. Por isso, trataremos, na aula seis, das doenças ocupacio-
nais que assolam o ser humano em suas relações de trabalho, e os conflitos
ocorrentes dentro da organização. Finalizaremos nosso percurso teórico, na
aula sete, falando sobre a eficiência interpessoal, habilidades e competências
essenciais no ambiente organizacional.
Estaremos juntos durante todo o semestre, buscando respostas que serão
contruídas durante nossos estudos. Você, acadêmico, não pode ficar de fora
dessa fascinante viagem. Juntos, buscaremos o conhecimento do universo
fantástico entre psicologia, trabalho, organização e pessoas, e a relação
estabelecida entre esses. Diante dessas expectativas, com dedicação,
motivação e persistência, temos convicção de que você obterá grandes
conhecimentos para a sua vida pessoal e profissional.
Sucesso a você e bons estudos!
Prof.ª Marta Azevedo dos Santos
Prof.ª Raquel Castilho Souza
EMENTA
Psicologia das organizações. Psicologia como ciência. Comportamento
humano nas organizações. Comportamento na sociedade. Motivação.
OBJETIVOS
• Compreender a história da psicologia, suas perspectivas epistemo-
Plano de Ensino
CONTÉUDO PROGRAMÁTICO
• História da Psicologia e seu campo de atuação
• Psicologia Organizacional e sua relação com o trabalho como
apropriação humana
• Aspectos da personalidade como motivação, atitude, liderança e
eficiência interpessoal
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia aplicada à administração de empresas:
psicologia do comportamento organizacional. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
BOWDITSCH, James L. et al. Elementos do comportamento organizacional. São
Paulo: Pioneira Thomson, 2004.
FIORELLI, José Osmir. Psicologia para administradores. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de pessoas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
WAGNER III, John A. et al. Comportamento organizacional: criando vantagem
competitiva. São Paulo: Saraiva, 2003.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BOCK, Ana Mercês Bahia. A perspectiva sócio-histórica na formação em psico-
logia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso
das organizações. São Paulo: Pioneira Thompson, 2004.
HERSEY, Paul et al. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da
liderança situacional. 11. reimp. São Paulo: EPU, 2005.
KANAANE, Roberto. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo
ao século XXI. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
QUINN, Roberto E. et al. Competências Gerenciais: princípios e aplicações. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2003.
RODRIGUES, Denize Ferreira et al. Aspectos comportamentais da gestão de
pessoas. Rio de Janeiro: FGV, 2003.
WEIL, Pierre. Relações Humanas na Família e no Trabalho. 49. ed. Petrópolis:
Vozes, 2005.
ZANELLI, José Carlos. O psicólogo nas organizações de trabalho. Porto Alegre:
Artmed, 2002.
Aula 1
A Psicologia e sua evolução
como ciência
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• compreender a evolução da psicologia como ciência e suas principais
abordagens;
• identificar o objeto de estudo da psicologia e os campos de atuação dos
psicólogos.
Pré-requisitos
Para acompanhar essa aula, você precisa ter algumas leituras referentes
à psicologia geral. Para tanto, é importante que recorra ao sítio do Conselho
Federal de Psicologia - CFP (www.cfp.org.br), onde encontrará material refe-
rente a esta ciência. Esse conhecimento é importante para você compreender
o desenvolvimento histórico da psicologia como ciência e sua importância no
campo de atuação.
Introdução
Você estudará, nessa primeira aula, o contexto histórico do desenvolvimento
da psicologia, bem como seu aparecimento como ciência.
Desde a antiguidade, o homem se pergunta qual a origem do pensamento
humano. Muitas teorias foram formuladas na tentativa de responder esse ques-
tionamento. Na Grécia Antiga, os filósofos já discutiam sobre esta questão, tais
como Sócrates, Platão e Aristóteles, motivo pelo qual a psicologia surgiu no bojo
da filosofia.
Com o passar dos anos e o desenvolvimento da história da humanidade,
várias teorias passam a ser delineadas como ciência. Dentre elas, temos, no
século XIX, a solidificação da psicologia científica.
Neste tema, estudaremos como aconteceu a separação da psicologia da
Filosofia, como surgiram as cinco abordagens que constituíram a Psicologia
Mas por que a psicologia levou tanto tempo para se separar dessas disciplinas? O que
faltava para que se tornasse ciência?
b) Funcionalismo
O Funcionalismo teve como foco a operação, ou seja, o funcionamento dos
processos conscientes e não a estrutura ou o conteúdo da cons-
ciência, como o Estruturalismo buscava. O Funcionalismo é
a primeira abordagem psicológica nascida nos EUA.
O principal interesse do Funcionalismo era a utilidade
ou o propósito dos processos mentais para o orga-
nismo vivo, em suas permanentes tentativas de adap-
tar-se ao seu ambiente. Tais processos mentais eram
considerados atividades que levavam a conseqüências
práticas, que direcionaram a aplicação da psicologia a
problemas do mundo real.
Em 1890, William James propõe as idéias norteadoras do
funcionalismo, mas tal termo foi inicialmente utilizado
por Titchener em 1898. Apesar de muitos consi-
derarem W. James o fundador do Funcionalismo,
ele foi mais um orientador. Quando se considera
o funcionalismo como uma escola distinta, John
Dewey costuma receber o crédito por sua fundação,
em 1896.
Apesar do foco de interesse ter sido alterado, o objeto de estudo da
psicologia, durante o Funcionalismo, continuou sendo a consciência e o
método a introspecção.
c) Associacionismo
Deriva de questões filosóficas, sendo muito utilizado em processo
sobre a aprendizagem que ocorrem por meio de uma associação
de idéias, partindo de uma idéia simples para mais complexa. Para
o associacionismo, o aprendizado se estabelece, inicialmente, por
meio de idéias simples. Posteriormente, a pessoa terá capacidade de
aprender algo mais complexo, no qual estariam associadas às apren-
dizagens anteriores.
Saiba mais
c) Fenomenologia
O próprio conceito fenomenologia já apresenta seu significado: o estudo do
fenômeno. Edmund Husserl queria descrever o fenômeno da consciência;
para tanto, utiliza-se da filosofia para a descrição da subjetividade.
A consciência, nessa perspectiva, está sempre orientada para algo, é
sempre consciência de alguma coisa, é fruto de uma intencionalidade.
Aqui há uma relação dialética entre sujeito e objeto. O sujeito constata
a realidade, modificando-a se modifica em um processo de construção
de conhecimento. Nesse conhecimento, há uma consciência de mundo
e de ser no mundo.
Para a compreensão deste mundo, é necessário trabalhar as atitudes
humanas, a partir das vivências próprias de cada um, e atribuições de
significados dessas vivências por meio da consciência.
Nesta teoria, não existe apenas subjetividade, ou consciência pura de
algo, ela é sempre em relação a alguma coisa, motivo pelo qual as
pessoas constroem a personalidade em interação, como um processo
de ir e vir, no qual cada cultura pode influenciar na forma de ser e
sentir o mundo real e imaginário de cada um. E cada um pode cons-
truir a cultura.
Saiba mais
d) Psicologia sócio-histórica
Essa teoria se constituiu dentro do marco dialético,
no qual o sujeito e o objeto estão em relação com
o contexto social. Difere da fenomenologia no que
tange ao saber referente aos processos básicos e
superiores do ser humano. Para Jacob Lev Vygotsky,
(1896-1934), precursor desta teoria, o pensamento
e a linguagem são os processos constitutivos e cons-
trutores da personalidade humana.
Vygotsky (1997) afirma que o que leva a ocorrência
do desenvolvimento, de qualquer processo em qualquer
espécie, é a necessidade, de forma que o desenvol-
vimento da própria personalidade ocorre devido à
necessidade.
Existe, para nós seres humanos, uma necessidade,
vinda de nosso ambiente sócio-histórico, de reestruturarmos
estes processos básicos, pois, diferentemente dos demais animais
de nosso filo, nós vivemos em um ambiente cultural que é a força motriz
para o desenvolvimento da personalidade do sujeito e é o que permite
ao sujeito desenvolver-se como ser humano.
Dessa forma, podemos compreender que o ser torna-se sujeito humano
somente na interação com sua cultura e sociedade, pois é apenas nesta
relação que os processos superiores (através da zona de desenvolvi-
mento proximal), aqueles que nos caracterizam como seres humanos,
vão se construindo. O que vem a demonstrar a importância e o impacto
de outro ser humano na formação da personalidade do sujeito.
Esta construção da personalidade partilhada com o outro ocorre desde
a concepção da criança, ou seja, desde o momento que a criança esta-
belece uma interação com o mundo humano concreto, com o outro ser
humano já imbuído da cultura e história da sua sociedade.
Como vimos até aqui, o saber psicológico se constitui a partir dos
processos mentais desenvolvidos nas teorias psicológicas. Teorias estas
que direcionam para um objeto de estudo. Mas qual é esse objeto?
Veremos a seguir.
Mas será que essa proposta de objeto de estudo, de a psicologia estudar intera-
ções, atenderia a todas as teorias psicológicas e a todos os campos de atuação?
Para tais estudiosos, cada uma das segmentações da psicologia está, na
verdade, estudando uma forma de interação. Como cada uma delas preocupa-se
apenas com aquela fração do conhecimento, acaba perdendo a informação de
que está estudando uma forma de interação.
Assim, o que todas as psicologias estão estudando nada mais é do que formas
diferenciadas de interação, relacionando-as com seu método de trabalho.
Síntese da aula
Nesta aula, fizemos uma retrospectiva histórica de como a psicologia se
constituiu. Sua desvinculação da filosofia e da medicina, bem como sua elabo-
ração como disciplina independente. Posteriormente, verificamos a evolução da
psicologia como ciência e seu desdobramento em abordagens e teorias psico-
lógicas, as quais Ana BocK (2004) define como Behaviorismo, Psicanálise,
Fenomenologia e psicologia sócio-histórica. Terminamos a viagem histórica na
descrição de como a psicologia se constituiu em profissão e a necessidade de
sua aplicabilidade.
Atividades
4. O que vem a ser, na sua concepção, uma interação humana, de acordo com
os princípios psicológicos? Logo que descrever a sua percepção quanto ao
questionamento, encaminhe-a para a web-tutora, para que possamos abrir
uma discussão a respeito da temática. Lembre-se compartilhar informações e
conhecimentos contribui para a construção de novos saberes. Aguardamos
você na interatividade.
Referências
BOCK, Ana Mercês Bahia. A perspectiva sócio-histórica na formação em psico-
logia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
______. Psicologia e Compromisso Social. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2004.
BOCK, Ana Mercês Bahia et al. Psicologias: uma introdução ao estudo de psico-
logia. São Paulo: Saraiva, 1999.
SCHULTZ, Duane P. et al. História da psicologia moderna. São Paulo: Cultrix,
1994.
VYGOTSKY, Jacob Lev. Obras escolhidas: fundamentos de defectologia. Moscou:
Editorial Pedagógica, 1997.
Na próxima aula
Como você acha que deve ser o trabalho do psicológo organizacional? Ele
deverá trabalhar de forma isolada ou coletiva? A quem deverá atender: aos inte-
resses da organização ou do indivíduo que nela trabalha? Veremos, na próxima
aula, como a psicologia inseriu-se no espaço da organização, auxiliando nos
processos do mundo do trabalho. Até lá!
Anotações
Aula 2
Psicologia Aplicada às Organizações
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• descrever em que consiste a Psicologia Organizacional;
• compreender o objeto de estudo da Psicologia Organizacional e sua
aplicabilidade.
Pré-requisitos
Para a compreensão da psicologia aplicada às organizações, inicialmente
faz-se necessário que você tenha compreendido o conceito de psicologia, sua
história e possibilidades de intervenção, apresentados na aula um. Aliado a
isso, é importante o conhecimento do processo histórico do mundo do trabalho,
ou seja, das diferentes concepções de trabalho para o homem, na história da
civilização. Para tanto, você pode acessar o sítio que fala sobre o trabalho:
<http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho>.
Introdução
Como vimos na aula anterior, a psicologia é uma área de conhecimento que
trabalha com o homem e suas interações. Dessa forma, onde existem pessoas,
a psicologia pode atuar. Com o passar do tempo, o campo de aplicabilidade
da psicologia expandiu-se, foi quando a psicologia organizacional passou a ser
uma das áreas de atuação do psicólogo.
A Psicologia ocupou-se sempre em explorar, analisar e compreender como
interagem as múltiplas dimensões que caracterizam a vida das pessoas, dos
grupos e das organizações, construindo, a partir daí, estratégias e procedimentos
que possam promover, preservar e restabelecer a qualidade de vida e o bem-
estar das pessoas. Portanto, surgiu a necessidade de se criar uma área que viesse
a ter um olhar sobre as instituições de trabalho, para compreender integralmente
o homem, já que tal compreensão passa pela sua inserção no mundo do trabalho
e das relações que são criadas no interior das organizações em que trabalha.
É de extrema importância que você tenha uma visão mais ampla das orga-
nizações para que possa atuar de forma a contribuir para o desenvolvimento
e crescimento delas. Este tema trará, para você, aspectos norteadores para a
compreensão do mundo do trabalho e das organizações.
Síntese da aula
Nesta aula, vimos a importância do trabalho da Psicologia no âmbito da
organização, bem como das ações que podem ser realizadas dentro da mesma,
objetivando a atualização profissional, a melhora da qualidade de vida da
organização e das pessoas que nela atuam. Vimos, ainda, como o psicólogo
organizacional é de fundamental importância para a organização.
Atividades
Referências
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia aplicada à administração de empresas:
psicologia do comportamento organizacional. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
FIORELLI, José Osmir. Psicologia para administradores. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2006.
KANAANE, Roberto. Comportamento humano nas organizações: homem rumo
ao século XXI. São Paulo: Atlas, 1999.
ZANELLI, José Carlos. O psicólogo nas organizações de trabalho. Porto Alegre:
Artmed, 2002.
Na próxima aula
Como você vê a transformação do significado do trabalho na história da
civilização? Qual sua real função desde os primórdios da humanidade? É a
construção da subjetividade humana, como um ato de criar e recriar-se? Ou uma
atividade árdua, de castigo e obrigação? Na próxima aula você compreenderá
melhor esses questionamentos. Até lá!
Anotações
Aula 3
O significado e re-significado do
trabalho para o Homem
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• identificar a natureza do trabalho, bem como a sua importância para o
homem;
• compreender a transformação do conceito do trabalho na sociedade e
na vida do homem.
Pré-requisitos
Para o acompanhamento dessa aula é importante que você tenha um conhe-
cimento prévio sobre o mundo do trabalho e suas implicações. Para tanto, poderá
acessar os sítios do Sebrae e da Conaje, que falam sobre o mundo do trabalho:
<http://www.sebrae.com.br> e <http://www.conaje.com.br>. Esse conheci-
mento é importante para que possamos aprofundar o saber sobre a construção
da subjetividade humana e seu comportamento na organização.
Introdução
Desde o início da civilização, o homem é considerado um ser social, apreen-
dendo normas, valores, regras, hábitos de vida e elegendo uma forma de ser, cons-
truindo assim sua identidade. E é por meio do trabalho que o homem apropria-se da
natureza na qual está inserido, evoluindo-se enquanto indivíduo ativo e cidadão.
Neste panorama, o sujeito, apropriando-se da natureza a seu serviço por
meio do trabalho, muda também a sociedade ajudando no seu desenvolvimento,
para assim, realizar-se dentro da mesma.
Dessa forma, podemos afirmar que o trabalho compõe a vida do homem
que é construída pelas relações que surgem nesse processo de interação, princi-
palmente se este homem sente-se realizado ao exercer a função a ele atribuída.
Esta relação homem-trabalho é estabelecida de forma dialética, sendo respon-
sável pela formação da identidade humana.
dade de interagir com o meio, com pessoas e consigo mesmo, garantindo seu
crescimento, desenvolvimento e aperfeiçoamento como ser humano.
Sendo assim, o homem, segundo Kanaane (1999), necessita redefinir o
sentido que atribui ao trabalho, passando agora a construir sua subjetividade,
promovendo o auto-desenvolvimento e o desenvolvimento das relações humanas
que o caracterizarão como um ser social, estabelecendo vínculos e as interde-
pendências que tais relações possibilitam.
A partir dessas relações, as pessoas desenvolvem o seu autoconhecimento,
sua auto-estima, percebendo-se como um ser atuante,
com condições de poder influenciar e ser influenciado,
possibilitando melhores condições de qualidade de
vida no trabalho.
Contudo, você pode perceber, como diz o
ditado, que o trabalho dignifica o homem.
Nesse sentido, concluímos que o trabalho
e as relações humanas desenvolvidas no
próprio processo laboral, são condições
necessárias para o desenvolvimento pessoal
e profissional.
Diante dessas relações, desenvolvemos várias dimensões interpessoais, como
a habilidade de comunicar, de ouvir e compreender o que os outros nos dizem,
dar e receber feedback, como também identificar as necessidades, sentimentos
e comportamentos dos outros, bem como reconhecer, diagnosticar e lidar com
os conflitos que podem surgir. Oferecendo a nós mesmo, por meio dessas rela-
ções, a habilidade de modificar nossos comportamentos e opiniões, bem como
o comportamento do grupo diante dos objetivos que desejam alcançar.
Situação que tende a propiciar um clima positivo no ambiente de trabalho,
por meio de afeto, compreensão, cooperação e respeito. Sobre esses aspectos
estudaremos mais à frente, ao falarmos sobre os fatores que influenciam o
comportamento organizacional.
Então, ao nos referirmos ao mundo do trabalho e à constituição social do
mesmo, temos que levar em conta, sempre, que este é construtor e constitutivo do
ser humano como formador de identidade.
Só nos humanizamos frente a outros seres humanos e mediados pelas
mudanças dialéticas que a realidade cotidiana nos coloca. Inevitavelmente, para
nos criarmos e recriarmos enquanto sujeitos, o trabalho é a mediação funda-
mental para o nosso vir-a-ser como sujeitos no mundo, possibilitando, assim, a
evolução tecnológica, econômica e social. Nessa evolução tecnológica, há um
crescimento considerável nas organizações de trabalho. Diante disso, tem-se a
necessidade de compreender como as pessoas se comportam no ambiente orga-
nizacional, assunto que será abordado na próxima aula.
Síntese da aula
Nessa aula, vimos como o trabalho se constitui na história da humanidade.
Inicialmente, como um castigo, para, depois, estabelecer uma relação entre o mundo
e a construção da subjetividade. Compreendemos a importância do trabalho para
a constituição da realidade social, bem como a dialética estabelecida entre o meio
e a constituição da subjetividade, esta sendo formada pela relação com o trabalho.
Finalizamos o saber sobre o significado do trabalho como fator de resignificação
da própria subjetividade humana, quando nos remetermos ao trabalho como trans-
cendência humana. Para vermos se, de fato, você compreendeu os assuntos abor-
dados, vamos agora responder algumas atividades de estudos?
Atividades
Referências
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia aplicada à administração de empresas:
psicologia do comportamento organizacional. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
KANAANE, Roberto. Comportamento humano nas organizações:o homem rumo
ao século XXI. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
Na próxima aula
Como você acha que se formam as organizações? E como se estabelecem
as relações entre as pessoas no interior destas organizações? Aproveite para
pensar sobre o assunto e discuta com seus colegas, para que possamos apro-
fundar estes conhecimentos na próxima aula.
Anotações
Aula 4
O comportamento organizacional e
o seu contexto
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• reconhecer a importância do estudo do Comportamento Organizacional;
• identificar os vários contextos constituidores das organizações.
Pré-requisitos
Para atingir os objetivos propostos para essa aula, é importante que você
tenha noções dos enfoques comportamentais na administração, tratados na ciência
do comportamento. Se você não está seguro quanto a este conteúdo, recorra
ao material da disciplina Teoria Geral da Administração, e também ao material
das aulas anteriores, especialmente às aulas dois e três, nas quais foi abordada
a questão da aplicabilidade da Psicologia em uma organização, bem como a
transformação do significado do trabalho para o colaborador. Este conhecimento
é fundamental para compreender a importância do estudo do comportamento
organizacional e os vários contextos constituidores das organizações.
Introdução
O que vem à tona quando começamos a nos questionar sobre o comporta-
mento organizacional? É a organização que se comporta ou os indivíduos que
nelas estão se comportando? O nosso comportamento como colaborador provoca
algum impacto no clima psicológico da organização na qual trabalhamos?
Então, pessoal! Nessa aula iremos responder a tais questionamentos, bem
como abordar essa temática de forma mais detalhada, observando que a mesma
surgiu dentro da Administração como uma teoria interdisciplinar. Busca desen-
volver e integrar, nos colaboradores de determinada organização, o conheci-
mento sobre o que deve ser feito e, também, habilidades específicas de como
efetivamente fazer o que deve ser feito em contextos variados. Para que isso
aconteça, devem ocorrer vários níveis de análise de entraves e possíveis soluções
dentro das organizações.
Saiba mais
ensivos com o outro, para de sentir e compreender a sua postura, seus medos e
dificuldades. Até mesmo porque as negociações envolvem problematizações e,
neste ato, devemos resolver os problemas de forma que haja ganhos, benefícios
e vantagens para todos os envolvidos. Para isso, é fundamental a reciprocidade
no ambiente organizacional.
Assim, a reciprocidade diz respeito a trocas mútuas, que podem acontecer
entre pessoas, grupos ou entre pessoas e grupos. A reciprocidade está relacio-
nada com a capacidade de reconhecer o outro em interação. Isso faz com que
a organização torne-se um processo de reciprocidade entre as pessoas, desde
que correspondam seus compromissos com o colaborador.
Por um lado, a organização deseja certas habilidades daquelas pessoas que
contrata, a fim de atingir seu objetivos. As pessoas contratadas também possuem
seus objetivos (crescimento pessoal, melhores salários, benefícios, treinamento
especial, reconhecimento, possibilidade de ascensão funcional) e querem atingi-
los por intermédio da organização de que participam. Quando isso se concretiza,
podemos dizer que houve uma reciprocidade entre organização e colaborador.
Da mesma forma que as organizações se adaptam ao ambiente externo
que se apresenta, as pessoas também se adaptam às condições ambientais que
lhes são impostas.Quando existem pessoas, a adaptação sempre acontece,
não importa o ambiente de interação: escola, trabalho, igreja, casamento,
relações pais e filhos, etc. O que vai determinar as escolhas das pessoas (ou
adaptação) vai depender da história de vida de cada sujeito e das condições
atuais que se apresentam.
As empresas buscam, no seu dia-a-dia, analisar certos cenários para definir
como atuar no mercado. O que oferecer e como oferecer determinado produto, a
fim de se adaptar às mudanças econômicas mas nem sempre conseguem obter todas
as informações necessárias para tal. E, quando pensamos em um contexto organi-
zacional, percebemos que, muitas vezes, o colaborador comum não tem acesso às
informações necessárias para se adaptar ao ambiente. Isso pode prejudicar não
somente os colaboradores, mas a própria organização. Daí a importância de traba-
lhar a negociação e reciprocidade com a equipe no ambiente organizacional.
Mas, para isso, também é preciso conhecermos as características do compor-
tamento organizacional, assunto esse que trataremos a seguir.
NÍVEL CARACTERÍSTICAS
Engloba o comportamento organizacional como
um todo, abrangendo, como acontece, a comuni-
Nível macroorganizacional ou
cação, a liderança, o gerenciamento de conflitos
macroperspectiva
e, conseqüentemente, o estresse, negociações,
desenvolvimento e aplicação de políticas.
NÍVEL CARACTERÍSTICAS
Estuda o comportamento das várias equipes que
Nível mesoorganizacional ou compõem a organização. Os estudos utilizam-se
intermediário dos conhecimentos sobre empowerment, dinâ-
mica de grupos, produtividade dos grupos.
Estuda o comportamento do indivíduo quando
este trabalha sozinho. A ênfase desses estudos
Nível microorganizacional ou
encontra-se nos trabalhos sobre personalidade,
microperspectiva percepção, motivação, diferenças individuais,
aptidões, interesses.
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2004).
Síntese da aula
Esta aula sintetizou o que é comportamento organizacional, sua importância,
as principais influências que recebe, sua principal forma de ação e seu papel no
mundo dos negócios. Vimos que estudar o comportamento organizacional só é
possível por meio da compreensão das relações que permeiam a vida das pessoas
que compõem o grupo de colaboradores, e isso se tornou um grande desafios para
os gestores que estão à frente dos processos organizacionais, visto que tais ações e
comportamentos refletem no clima organizacional da empresa. Foram apresentados
os contextos existentes dentro das organizações e como as pessoas respondem a
eles, considerando a negociação e a reciprocidade como fatores fundamentais nas
Atividades
Referências
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia aplicada à administração de empresas:
psicologia do comportamento organizacional. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
BOWDITCH, James L. et al. Elementos de comportamento organizacional. São
Paulo: Pioneira Thompson, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso
das organizações. São Paulo: Pioneira Thompson, 2004.
FIORELLI, José Osmir. Psicologia para administradores. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
HERSEY, Paul et al. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da
liderança situacional. 11. reimp. São Paulo: EPU, 2005.
KANAANE, Roberto. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo
ao século XXI. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
MAXIMIANI, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: da revo-
lução urbana à revolução digital. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
RODRIGUES, Denize Ferreira et al. Aspectos comportamentais da gestão de
pessoas. Rio de Janeiro: FGV, 2003.
WAGNER III, John A. et al. Comportamento organizacional: criando vantagem
competitiva. São Paulo: Saraiva, 2003.
Na próxima aula
Você já sabe o que é motivação? Nossas atitudes são reflexos do nosso
estado motivacional? E nós já nascemos líderes? Discutir esses questionamentos
é importante quando consideramos que são as pessoas que dão vida a orga-
nização. Então, na próxima aula, você verá como esses fatores influenciam no
comportamento organizacional. Até lá!
Aula 5
Motivação, atitudes e liderança:
fatores influenciadores do
comportamento organizacional
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• reconhecer a importância da motivação e atitudes para o comporta-
mento humano nas organizações;
• conceituar liderança e identificar o porquê da necessidade de um
líder nas relações interpessoais, no ambiente de trabalho, em grupos e
sociedade.
Pré-requisitos
Para acompanhar esta aula, é importante você ter estudado, criteriosamente,
os princípios da Introdução à Administração, apresentados no primeiro período,
em que foram abordados alguns aspectos dessa temática que iremos trabalhar
nesta aula. Recorra ao material da disciplina Introdução à Administração (primeiro
período) e releia o conteúdo. Como também é importante ter compreendido, em
especial, as aulas três e quatro dessa disciplina, em que foram tratados a trans-
formação do significado do trabalho para o homem e o comportamento organi-
zacional, pois evoluiremos nossos estudos. Esses conhecimentos são fundamentais
para você compreender como a motivação do indivíduo, suas atitudes, bem como
a capacidade de liderar influenciam o processo organizacional. Vale lembrar que
as motivações internas, ações externas e conhecimentos são necessários, para que
o indivíduo possa desempenhar a sua função com mais entusiasmo e dedicação.
Introdução
Olá, pessoal!
Aqui estamos para dar um grande passo teórico sobre as teorias psicoló-
gicas aplicadas às organizações. Até aqui você estudou sobre a psicologia e
sua evolução, como surgiu a psicologia nas organizações, entre outras teorias
fundamentais para o nosso estudo nesta disciplina.
Mas, agora, você vai estudar alguns dos aspectos que mais influem nessas
relações no ambiente de trabalho, contribuindo para que seu estabelecimento
seja positivo, e por que, algumas vezes, temos dificuldades em nos relacio-
narmos. Então, diante disso, indagamos a você:
Qual a necessidade de conhecermos os processos motivacionais? E as
atitudes? Já nascemos líderes ou adquirimos essa capacidade conforme
nosso desenvolvimento?
Diante de tantos questionamentos, é importante sabermos que a motivação, as
atitudes dos indivíduos e a capacidade de liderar são temas que atualmente vêm
sendo discutidos em todos os âmbitos organizacionais. Temas fundamentais para
compreendermos o comportamento organizacional, visto que todo comportamento
é motivado, e isso tem influência direta nas ações, atitudes dos indivíduos.
Falar em liderança é falar em grupo, em equipe. E toda organização
é composta de grupos ou, pelo menos, de agrupamentos de pessoas. Para
tanto, é de extrema necessidade que os grupos que compõem as organizações
tenham à sua frente um líder.
Percebem-se, muitas vezes, várias dificuldades de produtividade, de inte-
ração entre colaboradores, de crescimento pessoal e profissional no contexto
empresarial. Isso resulta da falta de compreensão, de reconhecimento dos inte-
resses e necessidades das equipes de colaboradores, o que afeta, diretamente,
o desempenho deles. Então, vamos em frente, aos nossos estudos!
5.1.2 Atitudes
Geralmente, para que as pessoas se sintam motivadas ou despertadas por
algo que gera prazer, é necessário modificar alguma atitude comportamental
própria, em relação ao contexto ou situação, em que vive e que, por algum
motivo, lhe causa insatisfação ou desprazer.
Então, as atitudes do indivíduo em relação aos objetos do meio social estão
relacionadas com a sua experiência de vida, crenças, valores, sentimentos,
cultura, pensamentos, na medida em que vai organizando as informações adqui-
ridas. Dessa forma, segundo Bock (1999), o indivíduo vai desenvolvendo uma
predisposição para agir com forte carga afetiva, que o predispõe para uma
determinada ação, nomeadas de atitudes.
O indivíduo, ao assumir uma atitude, encontra-se diante de um conjunto de
valores que o influenciaram. Segundo Kanaane (1999), ele se agrupa conforme
as atitudes semelhantes em determinadas situações, com o objetivo de amenizar
fatores discordantes que se fazem presentes, quando se depara com pessoas
que apresentam atitudes diferentes das suas.
Kanaane (1999, p. 79) nos ensina que atitude é “uma reação avaliativa,
aprendida e consolidada no decorrer da experiência de vida do indivíduo”, que
tem componentes básicos presentes em sua formação:
• afetivo-emocional: voltados aos sentimentos ou a reações emotivas que
o indivíduo apresenta em determinadas situações;
• cognitivo: são as crenças individuais, os conhecimentos e os valores
relacionados à situação, objeto ou pessoa;
5.1.3 Liderança
Existem várias pesquisas e estudos sobre liderança. Estudos que, algumas
vezes, têm divergências, por isso há uma enorme diversidade de abordagens a
respeito de liderança, demonstrando assim a relevância do assunto.
Mas você sabe o que é liderança? Você se considera um líder? É preciso que
domine esses conhecimentos, para que possa atuar melhor como profissional e
conhecer melhor as pessoas que trabalham com você. Até mesmo porque o compor-
tamento de liderar não diz respeito, por exemplo, a uma relação de gerente e cola-
borador, mas a qualquer tipo de interação entre pessoas. Então vamos em frente!
Geralmente, a liderança pode ser considerada como um processo de dirigir
o comportamento das pessoas rumo ao alcance de alguns objetivos. Dirigir,
nesse caso, significa levar as pessoas a agir em uma certa maneira ou a seguir
em um curso particular de ação. Também pode ser considerada como uma tenta-
tiva, no âmbito da esfera interpessoal, dirigida por um processo de comuni-
cação, para a consecução de alguma meta ou de algumas metas. Os elementos
que caracterizam a liderança são, portanto, quatro: a influência, a situação, o
processo de comunicação e os objetivos a alcançar.
Tudo isso reflete na habilidade de influenciar pessoas para o alcance de
objetivos de forma voluntária. Essas definições enfatizam que o líder está envol-
vido com outras pessoas para alcançar objetivos. A liderança é recíproca e
ocorre entre pessoas, sendo uma atividade focada em pessoas e não em ativi-
dades burocráticas ou que visem, exclusivamente, a resolver problemas.
Num sentido mais amplo, devemos lembrar, também, que liderança envolve
o uso do poder e política.
Saiba mais
Assim, o líder tem basicamente o papel de introduzir força, vigor e rumo defi-
nido nas organizações. Para que os trabalhos de várias pessoas possam atingir
determinado objetivo, em uma certa sincronia, é necessário que haja liderança.
Mas não significa, em uma relação direta, administrar, uma vez que busca inovar,
desenvolver e focalizar as pessoas e não somente os processos.
Por meio da liderança, uma pessoa influencia outras
pessoas em função dos relacionamentos
existentes. Os líderes possuem tipos de
poderes pessoais que vão influenciar em
sua forma de agir junto ao grupo, volun-
tariamente, como vimos antes.
Outro fator que precisamos ques-
tionar em relação a esse assunto é se
existe uma relação da liderança com os
traços de personalidade. O que pensa
sobre isso?
Os primeiros estudos sobre a liderança começaram com a identificação e locali-
zação de traços de personalidade típicos do líder. A inadequação teórica, a dificul-
dade na mensuração dos traços e o não-reconhecimento de diferenças nas situações
fizeram com que a teoria dos traços caísse em descrédito. Atualmente, considera-se
que certos traços de personalidade, em combinação com outros aspectos da lide-
rança, como comportamento, atitudes, assertividade, formam a base das teorias.
A ênfase atual mudou, em grande parte, dos traços para a identificação
de comportamentos de liderança. Dentro desta visão, o sucesso da liderança
depende de comportamentos apropriados, habilidades e ações e não de traços
pessoais. Isso é muito significativo, uma vez que comportamentos podem ser
aprendidos e modificados, enquanto que traços são relativamente rígidos. Os
três diferentes tipos de habilidades que os líderes utilizam são:
Síntese da aula
Estudamos, no decorrer da aula, que são vários os fatores que influenciam
no comportamento organizacional, entre eles, a motivação, atitude e liderança.
A motivação torna o trabalho prazeroso, mais dinâmico e as satisfações serão
refletidas nas atitudes do colaborador, assim como na sua vida. Vimos também,
que estudos sobre a motivação humana e atitudes para os profissionais são uma
necessidade para o sucesso de todos os envolvidos, em especial nos ambientes
organizacionais. As pessoas são diferentes no que diz respeito à motivação: as
necessidades variam de indivíduo para indivíduo. As atitudes do colaborador refli-
tirão nos valores, expectativas e necessidades que atribui ao trabalho. Assim,
podemos dizer que a motivação é a energia que promove a satisfação social e
profissional. Além disso, estudamos o que é liderança, suas características e o
que está relacionado a esse assunto. Enfatizamos, também, que existem modos
de ação num líder que podemos dizer que é a sua forma de agir, mas outras
que são desenvolvidas diante das relações que surgem na convivência com o
outro, dependendo de cada situação específica. E, nesse sentido, temos que estar
atentos a esses fatores que são de extrema importância para a compreensão do
comportamento organizacional.
Atividades
Referências
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia aplicada à administração de empresas:
psicologia do comportamento organizacional. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
BOCK, Ana Mercês Bahia et al. Psicologias: uma introdução ao estudo de psico-
logia. São Paulo: Saraiva, 1999.
HERSEY, Paul et al. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da
liderança situacional. 11º reimpressão. São Paulo: EPU, 2005.
KANAANE, Roberto. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo
ao século XXI. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
RODRIGUES, Denize Ferreira et al. Aspectos comportamentais da gestão de
pessoas. Rio de Janeiro: FGV, 2003.
VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de pessoas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
ZANELLI, José Carlos. O psicólogo nas organizações de trabalho. Porto Alegre:
Artmed, 2002.
Na próxima aula
Você sabe o que pode gerar uma situação conflituosa no ambiente organi-
zacional? Já ouviu falar sobre Estresse, Síndrome de Burnout e LER/DORT? No
dia-a-dia organizacional, temos que buscar formas, estratégias para resolver
todos os problemas de ordem emocional que possam provocar sérios conflitos
para a organização, principalmente para as pessoas que nela se encontram.
Então, na próxima aula, você irá conhecer teoricamente sobre algumas doenças
do trabalho, como também compreender a natureza desses conflitos. Até lá!
Aula 6
O adoecer no trabalho e os
conflitos organizacionais
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• identificar o estresse ocupacional;
• compreender a Síndrome de Burnout e diferenciá-la de algumas doenças
ocupacionais, como a LER/DORT.
Pré-requisitos
Para acompanhar essa aula, você precisa ter algumas leituras referentes às
doenças ocupacionais, isto é, as doenças que ocorrem dentro do espaço orga-
nizacional. Doenças essas que assolam a maioria das pessoas que estão frente
ao mercado de trabalho e que, muitas vezes, apresentam sintomas diretos e não
sabem o que ocorre com seu organismo. Para tanto, você pode acessar ao sítio:
<http://www.portal.saúde.gov.br>. Esses conhecimentos são necessários, tendo
em vista as doenças provenientes da relação de trabalho.
Introdução
Nossa aula trata do adoecimento no trabalho, mas não daquele adoeci-
mento causado por agentes biológicos (bactérias, vírus), químicos (solventes) ou
físicos (má iluminação ou mobiliário inadequado). Foram escolhidos três temas
que tratam do adoecimento psicossomático.
O primeiro tema trata de estresse que não é, em si, o indicativo de adoeci-
mento. No entanto, a exposição prolongada a situações estressantes pode gerar
o desenvolvimento de várias enfermidades. Devemos lembrar, ainda, que o
estresse não é uma condição inerente ao trabalho e, sim, à vida. Contudo, como
nossa sociedade se estruturou de forma a passarmos grande parte de nossas
vidas no ambiente de trabalho, é importante considerarmos, em um tópico espe-
cial, o estresse no trabalho.
Assemelhando-se ao estresse, porém com características mais profundas,
temos a Síndrome de Burnout. Doença de cunho organizacional, refere-se àquele
que chegou ao seu limite por falta de energia, não tendo mais condições de
desempenho físico ou mental. Veremos suas diferentes perspectivas teóricas, bem
como sintomas e algumas orientações em como detectá-la.
Falaremos, também, nessa aula, sobre outra doença ocupacional, chamada
LER/DORT que se apresenta como uma sobrecarga músculo-esquelética e mental.
Essa doença está relacionada com fatores ergonômicos, organizacionais, psicos-
sociais e individuais. Essa síndrome deve ser vista e tratada como intervenção de
estratégia organizacional.
Essas doenças, que afetam o mundo do trabalho, mudam a forma de rela-
cionamento entre as pessoas. Cada indivíduo passará a ter uma atitude frente
aos problemas que aparecem no cotidiano laboral. Quando o portador não
possui equilíbrio necessário para a resolução dos mesmos, é comum desen-
volver conflitos com as pessoas com as quais convive na organização, devido
sua instabilidade emocional causada pela doença. Sobre isso, trataremos ao
final desta aula.
6.1 Estresse
O estresse foi descrito como alterações fisiológicas que se processam no
organismo, quando este se encontra em situação que requeira adaptação.
Repetindo, a qualquer situação que requeira adaptação. Note que não quer
dizer que necessite ser descrita como uma situação ruim. Ele também aparece
quando estamos motivados, energizados, fazendo várias coisas ao mesmo tempo.
É por isso que, às vezes, lemos notícias de pessoas narrando que desenvolveram
um câncer no período mais feliz de suas vidas. Apesar de ser um momento de
grande felicidade também, exigiu uma grande adaptação ou alto estresse.
Esse termo foi usado pela primeira vez, da forma que se entende até
hoje, pelo psicólogo clínico Herbert J. Freudenberger, em 1974. Ele usou o
A partir do que você já estudou até aqui, será que consegue distinguir o estresse da
Síndrome de Burnout?
o conflito, assim como pode trazer prejuízos, pode trazer benefícios para o grupo?
Grande parte das pessoas e dos grupos acredita que os conflitos entre eles
serão sempre prejudiciais. Muitas vezes, fazemos de tudo para evitá-los, acredi-
tando que situações conflituosas provocam sentimentos desagradáveis, criando
um clima negativo. Mas cada tipo de atrito pode acarretar conseqüências tanto
positivas quanto negativas.
O conflito pode ser considerado positivo, quando provoca uma reavaliação
no grupo, buscando as causas, na tentativa de reorganização, aumentando,
conseqüentemente, a produção grupal e, muitas vezes, motivando o grupo
para alcance de metas. Nesse sentido, o grupo aceita desafios para buscar
Síntese da aula
Como você pôde perceber, a relação entre a saúde e o processo de adoeci-
mento, no que diz respeito ao estresse, é um assunto muito discutido ultimamente,
levando-se em conta a importância da relação estabelecida entre trabalho, orga-
nização e bem-estar. Vimos, também, que o estresse, quando em estado mais
evoluído, chega a uma exaustão profunda, levando a chamada Síndrome de
Burnout. Esta apresentando características individuais e gerais quando se leva em
conta a própria organização. Outra doença ocupacional que vimos até então é
a LER/DORT, condição cuja detecção e atendimento estão pouco desenvolvidos.
Isso não diminui sua importância. As organizações devem estar prontas para
atender essas demandas e, também, para refletir sobre as condições de trabalho
que estão sendo oferecidas. Finalizando o assunto sobre as doenças que podem
estar relacionadas diretamente ao mundo do trabalho, temos que considerar a
necessidade de um equilíbrio entre as características psicológicas individuais e as
características da própria organização, como o ambiente de trabalho e a capa-
cidade de adaptação dentro do mesmo. Vimos, também, como estas doenças
podem gerar em certo desequilíbrio emocional, diminuindo a capacidade de reso-
lução de conflitos. Situações estas comuns no cotidiano, quando existem pessoas
que apresentam opiniões diferentes sobre as situações. Finalizando, elencamos
algumas estratégias de ação que podem auxiliar na resolução destes conflitos.
Atividades
Referências
ALMEIDA, C.M. As reformas sanitárias nos Anos 80: crise ou transição? Tese de
doutorado. Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz: Rio de
Janeiro, 1995.
CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso
das organizações. São Paulo: Pioneira Thompson, 2004.
FRANÇA, Ana Cristina Limongi et al. Stress e trabalho. São Paulo: Atlas, 1999.
HERSEY, Paul et al. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da
liderança situacional. 11. reimp. São Paulo: EPU, 2005.
MELLO FILHO, Júlio et al. Psicossomática Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
QUINN, Roberto E. et al. Competências Gerenciais: princípios e aplicações. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2003.
VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de pessoas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
WEIL, Pierre. Relações Humanas na família e no trabalho. 49. ed. Petrópolis:
Vozes, 2005.
Na próxima aula
A partir do exposto até aqui, vimos que as doenças no mundo do trabalho
estabelecem relação direta com características individuais dos sujeitos. Como
você estabelece a relação entre as características individuais dos sujeitos e a
eficiência no desenvolvimento profissional? Na próxima aula, veremos a consti-
tuição dessas características no ambiente da organização.
Anotações
Aula 7
Eficiência interpessoal no
ambiente organizacional
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• identificar a importância da eficiência interpessoal para o comporta-
mento humano;
• relacionar a eficiência interpessoal ao desenvolvimento profissional.
Pré-requisitos
Estudamos concepções teórico-psicológicas que buscam responder como
cada sujeito chega a ser aquilo que é. A partir disso, no decorrer desta disci-
plina, tentamos mostrar, nessas concepções, os diversos caminhos teóricos
para a compreensão do comportamento organizacional e, conseqüentemente,
como o comportamento de cada indivíduo influencia o ambiente de trabalho.
Nessa aula, focaremos nossos estudos sobre eficiência interpessoal e desenvol-
vimento profissional. Então, para que você tenha êxito no alcance dos objetivos
propostos, é preciso que você esteja seguro sobre as teorias psicológicas e sobre
o comportamento organizacional já estudados até o momento, pois evoluiremos
em nossos estudos. É importante que reveja os assuntos trabalhados anterior-
mente nas aulas deste material. Assim, verá o quanto é fundamental para você,
como acadêmico, compreender melhor e mais profundamente que cada ser
humano tem suas particularidades e que suas ações e reações, não somente na
vida pessoal mas profissional, dependem de motivações internas, ações externas
e equilíbrio emocional, entre outras habilidades, o que reflete na eficiência inter-
pessoal do ser humano.
Introdução
Olá, pessoal! Chegamos a nossa última aula. Nesta disciplina, constru-
ímos uma trajetória muito rica, com muitos conhecimentos acerca do comporta-
mento humano, sob o foco psicológico e sua influência no ambiente organiza-
cional. Agora é hora de aprofundarmos um pouco mais nossos estudos, para
concluirmos nossos conteúdos com chave de ouro. Tudo que foi estudado, nas
aulas anteriores, está relacionado com o contexto de trabalho, onde a maioria
de nós passamos grande parte de nossas vidas, não é mesmo?
Estudar sobre a evolução do significado do trabalho e sobre comportamento
humano é fascinante, às vezes, difícil, diante de tantas diversidades comportamen-
tais. Tivemos a oportunidade, inclusive, de reavaliar algumas das nossas atitudes
pessoais, profissionais, em relação a nós mesmos, a um amigo, colega, à família,
grupo, entre outros, ao nos depararmos com as teorias até então trabalhadas.
Mas ainda falta algo extremamente importante para finalizarmos nossos
estudos a respeito da psicologia aplicada às organizações. Apesar de termos
aprendido muitas coisas interessantes, falta conversarmos ainda efetivamente
sobre a eficiência interpessoal e desenvolvimento profissional.
Você já ouviu falar sobre essas habilidades ou como adquiri-las? Eficiência interpessoal e
desenvolvimento profissional é colocar em prática tudo que estudamos até aqui?
Síntese da aula
Esta aula sintetizou a importância de desenvolvermos a eficiência interpes-
soal no ambiente de trabalho. Vimos que essa habilidade está relacionada com
a inteligência emocional do indivíduo, que é a capacidade de conhecer, geren-
ciar nossas emoções e sentimentos. Estudamos, também, que, para o indivíduo
possuir tais capacidades, é preciso desenvolver algumas habilidades, conforme
apresentado pelo psicólogo Goldemam, para que possa relacionar bem com
o outro. Para nos desenvolvermos profissionalmente, devemos considerar todos
esses fatores. Até mesmo porque o conhecimento técnico e o saber teórico
não são suficientes para atingirmos o sucesso tão almejado, quando estamos
atuando. Devemos nos ater como profissionais, a todos esses aspectos, para
compreendermos o comportamento organizacional.
Atividades
1. Como você vê a importância da eficiência interpessoal para o comporta-
mento humano? Descreva, em dez linhas suas percepções quanto ao ques-
tionamento e, depois, agrupe-se com três a quatro colegas e discuta os
apontamentos. A partir disso, estruturem em um texto único o que foi discu-
tido em plenária a conclusão do grupo e abram uma discussão com a turma.
Posteriormente a isso, comente, por meio do ambiente virtual de aprendi-
zagem, em fórum com o web-tutor, suas impressões sobre a temátiva.
a) A, B, C, D, E. c) D, A, C, E, B.
b) C, E, A, B, D. d) E, D, B, A, C.
a) F, V, F, V. b) V, V, V, V.
c) F, F, V, V. d) V, V, F, F.
Referências
Anotações
Coordenação Editorial
Maria Lourdes F. G. Aires
Assessoria Editorial
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Didático-Pedagógica
Marilda Piccolo
Revisão Lingüístico-Textual
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Digital
Helena Carolina Costa e Lima
Projeto Gráfico
Douglas Donizeti Soares
Irenides Teixeira
Katia Gomes da Silva
Ilustração
Geuvar S. de Oliveira
Capa
Igor Flávio Souza
Equipe Fael
Créditos
Coordenação Editorial
Leociléa Aparecida Vieira
Assessoria Editorial
William Marlos da Costa
Revisão
Juliana Camargo Horning
Lisiane Marcele dos Santos
Apresentação
dade de observar, se faz presente não só em nossa vida profissional, mas
pode ser considerada uma parte integrante do nosso dia a dia. Observe que,
independentemente do ramo da atividade, o Direito Comercial sempre está
muito próximo, seja por exercermos a atividade empresarial, por utilizarmos
uma das espécies de contratos mercantis ou, ainda, por utilizarmos dos títulos
de crédito, quando fazemos compras à prazo.
Os conteúdos foram planejados de forma lógica, iniciando a aula 1 com
uma teoria geral do Direito Comercial, a fim de dar-lhe maiores subsídios
para as aulas posteriores. Na aula 2, apresentamos as espécies de sociedade
e, na aula 3, tratamos, de forma mais detalhada da Sociedade Anônima e da
Sociedade Limitada, que são as espécies mais comuns.
A teoria geral dos contratos e o tipo de contratos são estudados na aula
4. Os títulos de crédito são estudados na aula 5 e, na aula 6, estudamos a
propriedade industrial. A aula 7 fecha o nosso ciclo de estudos, abordando a
ordem econômica na Constituição Federal de 1988.
Nossos textos são apenas referências: você deverá participar ativamente de
nossas aulas e sempre consultar as leis específicas de cada assunto tratado.
Bons estudos.
Prof.ª Ângela Issa Haonat
EMENTA
Conceito. Divisão e evolução histórica do Direito Comercial. Direito
Comercial no Brasil. Tipos de sociedades. Importância dos contratos
mercantis no Brasil. Leasing. Mandado Comercial. Factoring. Contratos
Internacionais do Comércio. Direito Internacional como ramo do Direito
Público. Lacunas em Direito Internacional do Comércio. Títulos de crédito.
Plano de Ensino
OBJETIVOS
• Conhecer os conceitos e princípios regentes do Direito Comercial e
Societário e as espécies de sociedade.
• Reconhecer os títulos de crédito em espécie.
• Estudar a teoria geral dos contratos e os contratos em espécie.
• Perceber como se dá a proteção da ordem econômica na
Constituição Federal.
• Analisar as formas de proteção no direito de propriedade
industrial.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
• A evolução do Direito Comercial
• A empresa e o empresário
• Das espécies de sociedade
• Da teoria geral dos contratos e dos contratos em espécie
• Dos títulos de crédito
• Da proteção da ordem econômica na Constituição Federal
• Da propriedade industrial
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BORBA, José E. T. Direito Societário. 9. ed. Rio de janeiro: Renovar, 2004.
FAZZIO JUNIOR, Waldo. Fundamentos do Direito Comercial. 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2007.
TOMAZETTE, Marlon. Direito Societário. 2. ed. São Paulo: Juarez de Oliveira,
2004.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. 4. ed. São Paulo: Saraiva,
2003. v. 3.
ROCCO, Alfredo. Princípios de Direito Comercial. São Paulo: LZN, 2003.
Aula 1
O que é Direito Comercial?
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• reconhecer as fases de evolução do Direito Comercial;
• conceituar empresa e empresário.
Pré-requisitos
Para compreender o nosso conteúdo, é necessário o conhecimento básico
dos ramos do Direito, que você estudou no período passado. Reveja em seu
caderno de atividades que o Direito Comercial é um ramo de Direito privado
e, como tal, rege as relações comerciais e econômicas entre particulares. Após
essa pequena revisão, você estará familiarizado o suficiente para conhecer as
Teorias que marcaram a evolução do Direito Comercial, bem como o conceito
de empresa e de empresário.
Introdução
O Direito Comercial é um dos ramos do Direito Privado, ao lado do Direito
Civil. O Direito Comercial sofreu significativa transformação com o advento
do novo Código Civil (BRASIL, 2002), que passou a regular grande parte do
conteúdo dessa disciplina, nos artigos 966 a 1.195, denominando-a como Direito
de Empresa e revogando toda a primeira parte do Código Comercial de 1850.
Apesar de estar disciplinado no Código Civil, sob a denominação de Direito
de Empresa, o Direito Comercial não perdeu sua autonomia como disciplina uma
vez que possui princípios e normas próprios. O próprio Código Civil ressalta
que em determinados assuntos, mesmo que ali tratados, aplica-se a lei especial,
como, por exemplo, as sociedades anônimas, o cheque, etc.
Consideramos que o desenvolvimento do Direito Comercial ocorreu em três
fases distintas, que passamos então a estudar com a finalidade de compreender
as modificações inerentes a cada período, passando pelo conceito da disci-
plina, das teorias que o norteiam e ainda por suas fontes, para então definirmos
empresa e empresário.
PERÍODO CARACTERÍSTICAS
• O Direito Comercial era considerado como um
1ª Subjetivo Corporativista direito fechado e classista.
fase • Século XII ao XVIII • A solução dos conflitos ocorria dentro da própria
classe e com base nos usos e costumes do lugar.
• Aboliu as corporações de ofício.
Período Objetivo
• Estabeleceu liberdade de trabalho e de
• Tem início com o
comércio, extensivo a todos que praticassem
2ª liberalismo e se conso-
determinados atos previstos em lei.
fase lida com o Código
• A base do direito comercial se desloca da
Comercial Francês de
figura do comerciante para a figura dos atos
1808.
de comércio.
Período Subjetivo Moderno • Direito empresarial, que regulamenta, além do
• Teoria da Empresa, comércio, qualquer atividade econômica orga-
3ª
na Itália em 1942 e nizada, para a produção ou circulação de
fase
no Brasil com o novo bens e serviços, exceto a atividade intelectual.
Código Civil (2003) (art. 966, parágrafo único do CC).
Fonte: Fuhrer (2005, p. 15).
Quadro 2: Teorias
atividades das empresas e dos empresários comerciais, bem como os atos consi-
derados comerciais, mesmo que esses atos não se relacionem com as atividades
das empresas”. Ao que Fazzio (2007, p. 36), conclui, dizendo que o Direito
Comercial deve ser visto como
[...] complexo normativo positivo, focaliza as relações jurídicas
derivadas do exercício da atividade empresarial. Disciplina a
solução de pendências entre empresários, bem como os institutos
conexos à atividade econômica organizada de produção e circu-
lação de bens (contratos, títulos de crédito, insolvência, etc.). Tem
por objeto a empresa, como unidade serviçal do mercado cuja
existência está amarrada ao intuito de lucro.
1.5.1 Da empresa
A partir do conceito de empresa construído pela doutrina delineou-se o
conceito de empresário, tal qual disposto no art. 966 do Código Civil.
Antes de conceituar a empresa, vamos demonstrar a relação desse conceito
com a Teoria da Empresa, que é a teoria a qual nos filiamos após o advento
do Código Civil de 2002. Marcelo M. Bertoldi e Márcia Carla Pereira Ribeiro
(2006, p. 50) lecionam que
o direito brasileiro filia-se ao sistema subjetivo italiano - teoria da
empresa -, voltando à doutrina suas preocupações para a concei-
tuação jurídica da empresa como atividade econômica a gerar
direitos e obrigações, na medida em que este conceito é que
determina e delimita o conteúdo do direito comercial moderno.
1.5.2 Do empresário
Se a empresa é uma atividade econômica organizada, existe um sujeito de
direito exercendo essa atividade, que o Código Civil conceituou, no art. 966.
Tomazette (2004, p. 10) explica que
o empresário é o sujeito de direito, ele possui personalidade,
pode ele tanto ser uma pessoa física na condição de empre-
sário individual quanto uma pessoa jurídica na condição de
sociedade empresária, de modo que as sociedades empresá-
rias não são empresas, como afirmado na linguagem corrente,
mas empresários.
para nós em direito comercial? É que as pessoas necessitam estar em pleno gozo
da capacidade civil, para realizar atos da vida civil. Isso não quer dizer que
o incapaz não possa ser dono de uma empresa, porém, para exercer atos de
gestão dessa empresa, ele necessita ser representado ou assistido, conforme o
grau de sua incapacidade.
Os casos de incapacidade absoluta e relativa estão previstos nos arts. 3º e
4º do Código Civil (sugerimos que releia este tópico em seu caderno de ativi-
dades do semestre passado). Lembrando que, não estando a pessoa no gozo de
sua capacidade total, ela deverá ser representada (absolutamente incapaz) ou
assistida (relativamente capaz), para exercer os atos da vida civil.
Quadro 5: Restrições
Art. 199, § 3º Art. 222, após
Art. 176 da CF
da CF a EC n.º 36
Exploração de jazidas, em É vedada a partici- A propriedade de empresa jornalís-
lavra ou não, e demais pação direta ou indi- tica e de radiofusão sonora e de sons
minerais e os potenciais de reta de empresas ou e imagens é privativa de brasileiros
energia hidráulica – somente capitais estrangeiros natos ou naturalizados há mais de 10
serão explorados mediante na assistência à anos, ou de pessoas jurídicas constitu-
concessão, por brasileiros saúde. ídas sob as leis brasileiras, desde que
ou por empresa constituída 70% do total do capital social seja de
sob as leis brasileiras. brasileiros.
Fonte: Bertoldi e Ribeiro (2006, p. 63-64).
Síntese da aula
Em nossa aula inicial procuramos trabalhar uma noção geral da disciplina,
tratando da sua evolução da Teoria de Atos de Comércio para a Teoria da
Empresa (nos moldes da teoria italiana), demonstrando que, atualmente, importa
Atividades
1. O estudo do Direito Comercial implica conhecer sua origem, evolução e
conceito. Diante da evolução do Direito Comercial, que mudou substan-
cialmente o foco de seu objeto, quando passou da Teoria dos Atos de
Comércio para a Teoria da Empresa, procure construir, com suas palavras,
um conceito para a disciplina, baseado no conceito trabalhado em aula,
que melhor agasalhe essa nova teoria. Redija o conceito em um parágrafo
de, no máximo, 10 linhas. Seja objetivo e coerente.
Referências
BERTOLDI, M. M.; RIBEIRO, M. C. P. Curso Avançado de Direito Comercial. 3. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Novo Código Civil. Disponível
em: <http://www.senado.gov.br> Acesso em: 9 abr. de 2008.
COELHO, F. U. Manual de Direito Comercial. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
FAZZIO Jr., W. Fundamentos do Direito Comercial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
FUHRER, M. C. A. Resumo de Direito Comercial. 34. ed. São Paulo: Malheiros,
2005.
PROENÇA, J. M. M. Direito Comercial I. São Paulo: Saraiva, 2005.
TOMAZETTE, M. Direito Societário. 2. ed. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2004.
Na próxima aula
Você irá estudar e conhecer as principais espécies de sociedades comer-
ciais. Dar-se-á ênfase às sociedades anônimas e às sociedades limitadas que
são as mais utilizadas.
Aula 2
Das espécies de sociedade comercial
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• reconhecer as espécies de sociedades comerciais;
• identificar as diferenças entre os tipos societários.
Pré-requisitos
A compreensão das sociedades em espécies exigirá conhecimentos prévios
que você adquiriu na aula 1, como o conceito de empresa e de empresário.
Reveja esses conceitos.
Introdução
O Código Civil (BRASIL, 2002) revogou a primeira parte do Código
Comercial e passou a disciplinar o Direito de Empresa. Assim, algumas
sociedades que existiam no Código Comercial desapareceram do nosso
sistema, como foi o caso da sociedade de capital e indústria. Outras não
deixaram de existir, mas sofreram grandes modificações, como foi o caso
das sociedades limitadas. Nesta aula, vamos demonstrar uma classificação
que compreende as sociedades personificadas e não personificadas, estu-
dando cada uma delas, com mais ênfase às sociedades anônimas e às
sociedades limitadas.
Síntese da aula
A aula nos apresentou as espécies de sociedades de acordo com a macro
classificação do Código Civil, lembrando que este revogou a sociedade como foi
o caso da sociedade de capital e indústria e alterou, substancialmente, as socie-
dades limitadas, inclusive revogando a Lei que a disciplinava. Apresentamos
uma visão panorâmica das demais sociedades que, mesmo sendo subutilizadas,
pertencem ao ordenamento jurídico brasileiro.
Atividades
Referências
BERTOLDI, M. M.; RIBEIRO, M. C. P. Curso avançado de Direito Comercial. 3. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Novo Código Civil. Disponível
em: <http://www.senado.gov.br> Acesso em: 9 abr. de 2008.
CAMPOS, N. R. P. R. de. Noções essenciais de Direito. 3. ed. São Paulo: Saraiva,
2005.
Na próxima aula
Você complementará o estudo da classificação das sociedades, analisando
as sociedades limitadas e as sociedades anônimas.
Anotações
Aula 3
Da sociedade anônima e da
sociedade limitada
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• reconhecer como são constituídas as sociedades anônimas;
• analisar as mudanças na sociedade limitada a partir do Código Civil.
Pré-requisitos
A sociedade limitada e a sociedade anônima são sociedades personifi-
cadas, de acordo com a classificação que você estudou na aula passada. A
sociedade limitada passou a ser tratada apenas no Código Civil, que revogou a
Lei que as disciplinava, enquanto as sociedades anônimas são regidas também
pela Lei n.º 6.404/76, a qual recomendamos que você dê uma olhada prévia.
A referida lei poderá ser obtida no sítio <http://www.planalto.gov.br>.
Introdução
A Sociedade Anônima, também chamada de companhia, é uma sociedade
de estrutura bem mais complexa do que as demais espécies de sociedade. Seu
capital é dividido em ações, o que a torna uma sociedade de capitais e não
intuito personae, como as sociedades limitadas. Desse modo, nas sociedades
anônimas, cada sócio responderá apenas pelo montante das ações subscritas.
Outra característica das sociedades anônimas é que, não importa o seu objeto,
ela será sempre uma sociedade empresária. A sociedade limitada, por seu turno,
difere da sociedade anônima, pois é basicamente uma sociedade de pessoas.
Contudo, essa sociedade sofreu inúmeras mudanças com o Código Civil (BRASIL,
2002). Estudaremos, nesta aula, a sociedade limitada e as alterações sofridas
com o advento do novo Código.
SUBSCRIÇÃO
O compromisso assumido pelo futuro sócio em adquirir uma certa quantidade de ações
mediante a entrada com determinada importância em dinheiro, bens ou créditos. Para que se
inicie o processo de criação da sociedade, é necessário que o total do capital seja subscrito.
Saiba mais
Saiba mais
b) Partes beneficiárias
Partes beneficiárias são regulamentadas pela LSA e, segundo Coelho
(2003, p. 189), podem ser definidas como “títulos negociáveis, sem
valor nominal e estranhos ao capital social, que conferem aos seus titu-
lares direito de crédito eventual, consistente na participação nos lucros
da companhia emissora”. Aliás, essa é a regra contida no art. 46 § 1º
da LSA, como se lê a seguir.
Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos nego-
ciáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social, denomi-
nados partes beneficiárias.
§ 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de
crédito eventual contra a companhia, consistente na participação
nos lucros anuais (artigo 190).
Saiba mais
c) Bônus de subscrição
Regulados nos arts. 75 a 79 da LSA, conforme Coelho (2003, p. 189),
os bônus de subscrição são títulos de investimento de pequena presença
no mercado brasileiro e “conferem aos seus titulares o direito de subs-
creverem ações da companhia emissora, quando de futuro aumento de
capital desta”. Bertoldi e Ribeiro (2006, p. 268) mencionam que “ao
Saiba mais
Mas há, também, ações que não possuem valor nominal. Portanto,
o valor nominal significa que as ações não poderão ser emitidas
por preço inferior ao seu valor nominal (art. 13 da LSA). Já a ação
sem valor nominal fica liberada de qualquer valor mínimo preesta-
belecido, o que, em outras palavras, significa maior facilidade para
trazer o preço de emissão para a realidade do mercado. Borba
(2004, p. 211) explica que “se a ação não tem valor nominal,
a sua expressão, como fração do capital, ajusta-se, automatica-
mente, a cada modificação do capital”. Contudo, mais adiante
o autor menciona que essa diferenciação não tem sentido para a
amortização, o resgate, o reembolso e a liquidação, considera-se
o valor patrimonial da ação e não sua expressão em relação ao
capital social.
II. Valor patrimonial: para Bertoldi e Ribeiro (2006, p. 239), o valor
patrimonial, também chamado de valor real, “leva em conta o patri-
mônio líquido da sociedade para a sua determinação”. Para se
chegar a esse patrimônio líquido,
basta que se tomem, de um lado, todos os bens e direitos da
companhia (ativo), e de outro, as suas obrigações (passivo).
A diferença entre esses elementos resultará em seu patrimônio
líquido, que, se dividido pelo número de ações, resultará no valor
patrimonial de cada ação.
3.3.2 Diretoria
A Diretoria consiste no órgão composto por, no mínimo, dois membros,
acionistas ou não, eleitos pelo Conselho de Administração ou pela Assembléia
Geral, com o fim de representar, de forma legal, a sociedade.
SOCIEDADE LIMITADA
Com características de Com características de
sociedade de pessoas sociedade de capitais
Permite-se que seja regida pelas normas
Permite-se que seja regida supletivamente
das sociedades anônimas, desde que
pelas normas das sociedades simples.
haja previsão.
A cessão de quotas depende da anuência Os sócios têm a liberdade de definir se a
de todos. cessão de quotas é livre.
Só poderá ser administrador quem for Permite-se que um terceiro seja adminis-
sócio na sociedade. trador da sociedade.
Exclusão do sócio pela quebra da affectio Os sócios podem deliberar a extinção da
societatis. sociedade, em virtude do falecimento de um
sócio, ou a continuação com seus herdeiros.
Fonte: Tomazetti (2004, p. 161-162).
a) falência;
b) término do prazo;
c) consenso unânime dos sócios;
d) deliberação por maioria na sociedade por tempo indeterminado;
e) falta de pluralidade de sócios não recomposta em 180 dias;
f) extinção da autorização para funcionar.
Esta aula teve a finalidade de identificar as duas espécies de sociedade mais utili-
zadas em nosso sistema. Em sua primeira parte, abordamos a sociedade anônima,
que é, de longe, a mais complexa e, em seguida, abordamos a sociedade limitada,
uma vez que ela foi a que mais sofreu modificações no novo Código. A sociedade
limitada surgiu como forma de dar maiores garantias aos empreendedores, que, em
caso de contratempos em seus negócios, respondiam com o seu patrimônio pessoal.
Por esse ângulo, a sociedade limitada funcionou como uma grande conquista.
Síntese da aula
Estudamos as sociedades anônimas, que são a espécie de sociedade mais
complexa que conhecemos. Procuramos priorizar, na medida do possível, suas
características mais importantes, trazendo ainda para nosso campo de estudo
alguns conceitos importantes como o que é CVM, ações, as espécies de ações
e os órgãos da sociedade anônima. A sociedade limitada foi abordada de
forma a demonstrar que, apesar de ser uma das sociedades mais utilizadas, as
mudanças que advieram com o novo Código Civil quase a aproximaram das
sociedades anônimas em matéria de complexidade.
Atividades
1. Os valores mobiliários que não representam parcelas do capital social e
que conferem a seu titular direito de participação nos lucros da sociedade
anônima denominam-se:
a) partes beneficiárias
b) commercial papers
c) debêntures
d) bônus de subscrição
Referências
BERTOLDI, M. M.; RIBEIRO, M. C. P. Curso avançado de Direito Comercial. 3. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
BORBA, J. E. T. Direito Societário. 9. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2004.
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Novo Código Civil. Disponível
em: <http://www.senado.gov.br> Acesso em: 9 abr. de 2008.
COELHO, F. U. Manual de Direito Comercial. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
FUHRER, M. C. A. Resumo de Direito Comercial. 34. ed. São Paulo: Malheiros,
2005.
PROENÇA, J. M. M. Direito Comercial I. São Paulo: Saraiva, 2005.
TOMAZETTE, M. Direito Societário. 2. ed. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2004.
Na próxima aula
Você vai estudar a Teoria Geral dos Contratos que, apesar de matéria do
âmbito do Direito Civil, servir-nos-á como base para estudar os contratos comer-
ciais em espécie que serão vistos na aula 5.
Anotações
Aula 4
Da Teoria Geral dos Contratos e dos
Contratos em Espécie
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• analisar a Teoria dos Contratos em consonância com a doutrina e a
jurisprudência;
• conhecer os contratos em espécie.
Pré-requisitos
Você estudou Direito Civil no semestre passado e pôde perceber que, para
realizar os atos da vida civil, a pessoa necessita de estar no pleno gozo de sua
capacidade (de direito e de fato). Ao contratar, os mesmos requisitos observá-
veis aos atos jurídicos devem estar presentes e, ainda, devem-se observar os
princípios que norteiam os contratos. Você pode reler no seu caderno de ativi-
dades o que você aprendeu sobre atos jurídicos.
Introdução
Se tomarmos nota com atenção pode-se verificar que, a cada momento,
estamos contratando algo com alguém. No plano individual, contratamos com
alguém de igual para igual, como no caso de uma compra e venda simples,
o que é uma situação; ou estamos diante de outra situação, quando contra-
tamos com alguém mais forte economicamente, como é o caso dos serviços
bancários, dos seguros, dos planos de saúde, que são os chamados contratos
de adesão (você apenas adere) sem poder modificar qualquer cláusula. No
âmbito do direito comercial, os contratos chegam a ser bem mais complexos,
pois envolvem sempre quantias vultosas e grandes negócios, podendo-se até
mesmo falar em negócios internacionais (contratos internacionais), contratos
que envolvem empresas de concessão, seja de automóveis, seja de outros
produtos, como bebidas. Fala-se, ainda, em contratos de leasing, contratos de
franchising e outros, que serão apresentados na aula seguinte, após o estudo
da teoria geral dos contratos.
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social
do contrato.
4. QUANTO AO AGENTE
Contratos personalíssimos Contratos impessoais
Intuito personae. Firmados em razão de caracte- Aqueles em que as qualidades pessoais
rísticas especiais de um ou ambos contratantes. do contratante são indiferentes.
5. QUANTO À EXISTÊNCIA
Contratos principais Contratos acessórios
Aqueles que se encontram subordinados
Aqueles que existem por si mesmo.
à existência de um contrato principal.
6. QUANTO À FORMA
Contratos solenes Contratos não solenes
Formais. Devem obedecer uma forma pres- Aqueles de forma livre. Orais, escritos,
crita em lei para serem válidos. por instrumento público e/ou particular.
7. QUANTO AO OBJETO
Contrato preliminar Contrato definitivo
Aqueles cujo objeto é justamente a cele- Contratos finais, resultantes das negocia-
bração de um contrato definitivo. ções preliminares.
8. QUANTO À DESIGNAÇÃO
Contratos Contratos
Contratos inominados Contratos mistos
nominados coligados
Resultantes da
interligação de
Não estão discipli- Formados pela combi-
vários contratos
nados em lei, porém nação de um contrato
Possuem designação típicos,
podem ser estipu- típico com algumas
própria. constando,
lados pelas partes cláusulas criadas pelas
entretanto,
(art. 425 CC). partes.
no mesmo
documento.
Fonte: Gonçalves (2004, p. 101-104).
Quadro 2: Artigos
Art. 17 da Lei n. 4.55/64 Art. 1º da Lei n. 7.492/86
Considera-se instituição financeira,
Consideram-se instituições financeiras,
para efeito desta lei, a pessoa jurí-
para os efeitos da legislação em
dica de direito público ou privado,
vigor, as pessoas jurídicas públicas ou
que tenha como atividade principal ou
privadas, que tenham como atividade
acessória, cumulativamente ou não, a
principal ou acessória a coleta, inter-
captação, intermediação ou aplicação
mediação ou aplicação de recursos
de recursos financeiros (Vetado) de
financeiros próprios ou de terceiros,
terceiros, em moeda nacional ou estran-
em moeda nacional ou estrangeira, e
geira, ou a custódia, emissão, distri-
a custódia de valor de propriedade
buição, negociação, intermediação ou
de terceiros.
administração de valores mobiliários.
• de administração de caixa;
• com aplicação financeira.
b) Conta corrente
Sérgio Covello citado por Fuhrer (2005, p. 83) define conta corrente
como
contrato em virtude do qual o banco se obriga a receber os valores
que lhe são remetidos pelo cliente (correntista) ou por terceiros, bem
como a cumprir as ordens de pagamento do cliente até o limite de
dinheiro nela depositado ou do crédito que se haja estipulado.
c) Desconto
Fuhrer (2005, p. 84) baseia-se no art. 1.858 do Código Civil Italiano
para definir o que é o desconto. Assim, extraído o conceito da defi-
nição legal temos que “é o contrato pelo qual o banco, deduzida uma
taxa, antecipa ao cliente o valor de um crédito contra terceiro, ainda
não vencido, mediante a cessão desse mesmo crédito”. Ainda segundo
Fuhrer (2005, p. 84)
a operação se completa com o endosso do título ao banco e o
lançamento do crédito a favor do cliente. Se o crédito não for
pago no vencimento o banco poderá exigir a restituição da soma
antecipada, dispondo além disso dos direitos cambiais caracterís-
ticos dos títulos de crédito descontados. O redesconto, ou seja, o
novo desconto, feito pelo banco junto à outro banco, só pode ser
feito no Banco Central (art. 10, IV, da Lei 4.595/64).
d) Antecipação bancária
Fuhrer (2005, p. 84) explica que antecipação bancária é o fenômeno
consistente em
adiantamento de dinheiro, vinculado a uma garantia real. A
garantia pode ser dada em títulos de crédito, direitos, merca-
dorias ou títulos representativos de mercadorias. A anteci-
pação pode ser dada isoladamente ou dentro de um contrato
de conta corrente.
• Antecipação
• A garantia é a essência do negócio.
• Os títulos não passam para a propriedade do banco.
• Abertura de crédito
• A garantia é um acessório facultativo.
• Desconto
• Os títulos passam para a propriedade do banco.
e) Abertura de crédito
O exemplo mais comum de contrato de crédito é o cheque especial. No
contrato de abertura de crédito, segundo Fuhrer (2005, p. 85)
obriga-se o banco a colocar à disposição do cliente, ou de
terceiro, por prazo certo ou indeterminado, uma importância, até
o limite estipulado, facultando-se a utilização pelo todo ou parce-
ladamente. A operação pode se dar a descoberto (sem outra
segurança, além da confiança no cliente) ou acompanhada de
alguma garantia (hipoteca, penhor, fiança, etc.).
f) Cartões de crédito
Os cartões de crédito, como nos ensina Fuhrer (2005, p. 86), surgiram
nos Estados Unidos, por volta de 1949, e, a partir daí, se populari-
zaram por todo o mundo. Representam certa segurança para o usuário
e para o estabelecimento que o recebe, além de ser uma atividade
de grande rentabilidade para a instituição concedente. Fortuna (2006,
p. 214) aponta aspectos importantes tanto para o estabelecimento como
para os consumidores, pois ao serem
utilizados para a aquisição de bens ou serviços nos estabeleci-
mentos credenciados, para os quais trazem a real vantagem de
ser um indutor no crescimento das vendas e a suposta desvan-
tagem de um rebate no seu preço à vista pela demora no prazo
do repasse dos recursos proveniente das vendas.
Saiba mais
Essa discussão toda se coloca para saber se o Código Civil revogou a Lei
n. 4.728/65, alterada pelo decreto 911/69. Isso, porém, não foi o que ocorreu.
Os dispositivos processuais relativos à alienação permanecem em vigor, até
mesmo pelo disposto no art. 2.043 do Código Civil. Segundo Fazzio (2005, p.
553), é alienação fiduciária o contrato pelo qual
uma pessoa (fiduciante) obtém financiamento para a aquisição de
bem móvel, durável, alienando referido bem ao fiduciário, como
garantia de pagamento do débito assumido. O bem fica na posse
direta e depósito daquela, enquanto a posse indireta e o domínio
resolúvel ficam com o fiduciário. É o mecanismo da alienação
fiduciária em garantia.
a) O leasing operacional
b) O leasing financeiro
c) O lease-back
d) O self-lease
Rizzardo (2000, p. 51) leciona que esta espécie é “o leasing consigo
mesmo ou formado entre empresas integrantes do mesmo grupo finan-
ceiro. Mantêm-se no âmbito das empresas coligadas. Uma arrenda ou
loca à outra determinado bem, com opção de aquisição”.
Celso Benjó apud Rizzardo (2000, p. 52) considera que o self-lease
é uma modalidade de financial lease e pode, basicamente,
assumir duas formas: na primeira, as partes contratantes (lessee
and lessor) estão vinculadas, ou seja, possuem um elo que lhes
permite ser classificadas ora como sociedade controladora e
controlada, ou mesmo como sociedades coligadas. Na segunda,
é o próprio fabricante que assume o papel de financiador e
utiliza o leasing como método de fianciamento.
Rizzardo (2000, p. 13), por seu turno, ensina que não há dificuldades na
identificação da faturização, pois
pode-se afirmar que se está diante de uma relação jurídica entre
duas empresas, em que uma delas entrega à outra um título de
crédito, recebendo, como contraprestação, o valor constante do
título, do qual se desconta certa quantia, considerada a remune-
ração pela transação.
Quadro 5: Conceitos
CONCESSÃO
AGÊNCIA DISTRIBUIÇÃO
COMERCIAL
Representa uma espécie de O distribuidor tem à sua
Baseada na revenda de
intermediação na realização disposição o bem a ser
mercadorias.
de negócios comerciais. negociado.
O bem é colocado à dispo- O revendedor adquire
sição do distribuidor mediante o produto e o revende
A retribuição do agente se depósito ou consignação, ou em seu nome e por
dá por comissão sobre as seja, a mercadoria não passa conta própria; a sua
vendas realizadas. para a sua propriedade, como retribuição decorre da
ocorre com o revendedor própria margem obtida
(concessionário). na revenda do produto.
Síntese da aula
Nesta aula, procuramos trazer uma visão geral sobre os contratos e, ao mesmo
tempo, trabalhar, em especial, alguns contratos que terão aplicabilidade prática no
seu dia-a-dia profissional, como a variada gama de contratos com as instituições
financeiras, os contratos de leasing, de franchising, de factoring e de concessão.
Atividades
Com relação à atividade dois, você deve ter contemplado que os contratos
de franchising ganham espaço à olhos vistos, após realizadas as pesquisas de
mercado em torno do empreendimento, ele apresenta vantagens a ambas as
partes, uma vez que o franqueado irá iniciar um negócio com um produto já
conhecido e aceito no mercado e, para o franqueador, significa obter lucro com
o produto que ele desenvolveu. Você destacou marcas famosas que utilizam esse
sistema? Se sim, parabéns, com certeza concluiu com êxito sua resposta.
Na atividade três, a alternativa correta é a letra (d) que enumera de forma
correta os três requisitos. As demais, (a) e (b), mesclam requisitos que são obri-
gações do franqueador, e a letra (c) menciona apenas duas das obrigações do
franqueado.
Na atividade quatro, a alternativa correta é a letra (a), que enumera corre-
tamente a classificação quanto aos efeitos. As demais alternativas estão erradas
pois a letra (b) menciona a classificação quanto à formação, a letra (c) menciona
a classificação quanto ao momento da execução e a letra (d) menciona a classi-
ficação quanto ao agente.
As atividades lhe deram a oportunidade de alcançar os objetivos determi-
nados para esta aula de analisar a Teoria dos Contratos em consonância com a
doutrina e a jurisprudência e de conhecer os contratos em espécie.
Referências
ANDRADE, L. P. da S. Direito Civil: contratos. Porto Alegre: Síntese, 1999.
BERTOLDI, M. M.; RIBEIRO, M. C. P. Curso Avançado de Direito Comercial. 3.
ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
CUNHA, S. S. da. Dicionário compacto de Direito. São Paulo: Saraiva, 2003.
FAZZIO JR., W. Fundamento do Direito Comercial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
FORTUNA, E. Mercado financeiro. 16. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.
FUHRER, M. C. A. Resumo de Direito Comercial. 34. ed. São Paulo: Malheiros,
2005.
GONÇALVES, V. E. R. Títulos de crédito e contratos mercantis. v. 22. São Paulo:
Saraiva, 2004.
MANCUSO, R. de C. Leasing. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
RIZZARDO, A. Factoring. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
______. Leasing: arrendamento mercantil no Direito Brasileiro. 4. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2000.
VENOSA, S. de S. Direito Civil: contratos em espécie. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2003.
Na próxima aula
Você estudará os títulos de crédito. O crédito é a mola que movimenta o
direito societário. Se hoje é fácil fazer uma operação de transferência de crédito,
isso nem sempre foi assim. Na época em que se exercia o comércio por nave-
gação e a comunicação não era tão eficiente, houve a necessidade de criar
mecanismos que funcionassem e dessem a necessária mobilidade à moeda de
um lugar para outro.
Anotações
Aula 5
Dos Títulos de Crédito
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• conhecer as regras gerais dos títulos de crédito;
• identificar as espécies de títulos de crédito.
Pré-requisitos
Os títulos de crédito estão disciplinados no Código Civil e em leis esparsas.
O cheque, especialmente no que diz respeito ao cheque pós-datado, observa
também outra fonte que é a jurisprudência. Desse modo, é importante você fazer
uma releitura do conteúdo fontes do direito do 1º período.
Introdução
O crédito sempre foi essencial à atividade mercantil. Pode-se considerar
que os títulos de crédito surgiram da necessidade dos comerciantes de facilitar
a venda dos seus produtos, por meio da venda a prazo, bem como para ele
próprio utilizar-se de recursos alheios, como nos casos em que toma empréstimo
em instituições bancárias, a fim de aumentar o seu capital de giro.
Em nossa aula, vamos conhecer alguns títulos de crédito mais utilizados,
suas principais características, bem como a lei que os regem.
Tabela 1: Legislação
Decreto n. 2.044 de 1908, alterado pelo
Letra de Câmbio e Nota Promissória
Decreto n. 57.663 de 1966 - LUG
Cheque Lei n. 7.357/1985
Duplicata (mercantil e de serviço) Lei n. 5.474/1968
Cédula Rural Pignoratícia, Nota de Crédito
Rural, Nota Promissória Rural e Duplicata Decreto-Lei 167/1967
Rural
Cédula de Produto Rural Lei n. 8.929/94
Cédula de Crédito Bancário e Certificado
Lei n. 10.931/2004
de Cédula de Crédito Bancário
Letra de Crédito Imobiliário e Cédula de
Lei n. 10.931/2004
Crédito Imobiliário
Fonte: Proença (2005, p. 145-146).
Quadro 1: Dispositivos
SAQUE ACEITE ENDOSSO AVAL
• Ato cambiário a partir • Ato cambial por meio • Ato cambial destinado • Ato cambial de garantia.
do qual um título de do qual o sacado a transferir o crédito Não deve ser confundido
crédito é emitido, concorda com o representado por deter- com a fiança (garantia
gerando, três situações: pagamento do valor minado título à ordem. acessória de uma obri-
a) o sacador, que dá mencionado na letra de • É o meio pelo qual gação principal).
a ordem de pagar; câmbio. se processa a transfe- • O aval é obrigação autô-
b) o sacado, que é o • A partir do aceite, o rência do título de um noma. Acarreta ao avalista
destinatário de uma sacado torna-se o obri- credor a outro. as mesmas obrigações do
ordem de paga- gado principal. avalizado.
mento (pessoa do • O aceite é concedido • O CC prevê (arts. 1642,
devedor principal); na própria letra, não IV e 1.647, III) que
c) o beneficiário dessa valendo em relação a nenhum dos cônjuges,
ordem de paga- terceiros a promessa salvo os casados com
mento (credor ou feita em documento separação total, poderá
tomador). separado. conceder aval sem autori-
zação do outro.
Fonte: Proença (2004, p. 148-155).
Quadro 3: Requisitos
5.6.3 Da duplicata
A duplicata é um título de crédito criado pelo ordenamento jurídico brasi-
leiro. É regulada por lei específica (Lei das Duplicatas, Lei n. 5.474/68), embora
essa não tenha sido a lei que lhe deu origem (Lei n. 187/1936). Bertoldi e
Ribeiro (2006, p. 441) explicam que a nova lei veio “melhorar significativa-
mente a estrutura jurídica da duplicata”, pois na lei anterior essa espécie de
título era mais útil como instrumento fiscal. Bertoldi e Ribeiro (2006, p. 441)
definem duplicata como
Título de crédito à ordem e formal, originado necessariamente
de um contrato de compra e venda mercantil ou de prestação
de serviços. É um documento formal na medida em que, para a
sua validade como título de crédito, deverá conter determinados
requisitos (Lei da Duplicata, art. 2º, § 1º). A duplicata somente
é admitida quando decorrente de uma relação causal que a ela
dá suporte, ou seja, somente ao se verificar a existência de um
contrato de compra e venda e ou de prestação de serviços é que
é de se admitir a extração da duplicata.
5.7 Do cheque
O cheque está disciplinado no ordenamento jurídico brasileiro pela Lei n.
7.357/85. Bertoldi e Ribeiro (2006, p. 426) definem o cheque como “ordem
de pagamento à vista, sacado contra um banco ou instituição financeira asseme-
lhada, para que pague à pessoa indicada ou ao seu portador quantia previa-
mente depositada pelo emitente da ordem”. Assim, os autores destacam três
pessoas envolvidas na operação:
a) o emitente ou sacador, pessoa que detém fundos previamente deposi-
tados em uma instituição financeira e, por meio do cheque, emite ordem
de pagamento;
b) o sacado, contra quem a ordem é passada (instituição financeira);
c) o tomador ou beneficiário, o favorecido com a ordem de pagamento.
Esclarecem ainda os autores que “tratando-se o cheque de um título formal e
de modelo vinculado, além de ter de obedecer a padrões determinados quanto ao
formato em que se apresenta, deverá preencher obrigatoriamente certos requisitos”.
Esses requisitos são os constantes do art. 1º da Lei do Cheque (Lei n. 7.357/85)
Art . 1º O cheque contém:
I. a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e
expressa na língua em que este é redigido;
II. a ordem incondicional de pagar quantia determinada;
III. o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar
(sacado);
IV. a indicação do lugar de pagamento;
V. a indicação da data e do lugar de emissão;
VI. a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com
poderes especiais.
Síntese da aula
A aula teve como finalidade apresentar os títulos de crédito, sua natureza
jurídica e suas especificidades. Para isso, iniciamos o estudo com a teoria geral
dos títulos de crédito, passando ao estudo dos títulos em espécie, como a letra de
câmbio, a nota promissória, a duplicata e o cheque. De cada título apresentamos
as principais características e particularidades, tais como os requisitos formais de
sua apresentação e outros como a prescrição, a espécie de ação cabível, etc.
Atividades
3. Cite quais são e explique o teor de cada um dos princípios gerais dos títulos
de crédito. Você pode montar uma tabela, colocando de um lado os princípios
gerais dos títulos de crédito e, do outro lado, a explicação de cada um.
4. Após o prazo prescricional dos títulos de crédito, quais ações judiciais serão
cabíveis? Responda em um parágrafo de, no máximo, 10 linhas.
Referências
BERTOLDI, M. M.; RIBEIRO, M. C. P. Curso avançado de Direito Comercial. 3. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
CAMPOS, N. R. P. R. de. Noções essenciais de Direito. 3. ed. São Paulo: Saraiva,
2005.
GONÇALVES, V. E. R. Títulos de crédito e contratos mercantis. v. 22. São Paulo:
Saraiva, 2004.
PROENÇA, J. M. M. Direito Comercial I. São Paulo: Saraiva, 2005.
Na próxima aula
Vamos estudar a propriedade industrial. A propriedade industrial é uma das
espécies de propriedade intelectual ou imaterial. No entanto, diferentemente dos
direitos autorais que são estudados no Direito Civil, a propriedade industrial é
estudada no Direito Comercial.
Anotações
Aula 6
Da Propriedade Industrial
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• compreender que a propriedade industrial é uma das espécies da
propriedade imaterial;
• reconhecer os bens protegidos pela propriedade industrial.
Pré-requisitos
O assunto que vamos estudar envolve conceitos novos, como patente e
registro. A sugestão é que você dê uma olhada na Lei n. 9.279/96, que poderá
ser acessada no sítio <http://www.planalto.gov.br>.
Introdução
A propriedade imaterial ou intelectual é o gênero do qual decorrem as espé-
cies: propriedade industrial e direito do autor. Nosso objeto de estudo recairá
principalmente sobre a propriedade industrial, que está indubitavelmente ligada
à disciplina ora em estudo. Vamos estudar a Lei n. 9.279/96 (Lei da Propriedade
Industrial) que, daqui por diante, chamaremos de LPI, bem como as particulari-
dades dos objetos de proteção da propriedade industrial.
Saiba mais
6.5.1 Da invenção
Coelho (2003, p. 82) leciona que a invenção “é o ato original do gênio
humano”. Pode-se, assim, considerar invenção todo ato original do gênio humano
que possua aplicação na indústria. São três os critérios necessários para que
determinada coisa seja considerada como invenção (arts 8º ao 15 da LPI):
• atividade inventiva (criatividade);
• novidade (que não existe ainda no estado da técnica);
• industriabilidade (produção para o mercado).
Ou seja, o objeto da atividade inventiva deve ser considerado como novi-
dade, ser totalmente desconhecido, não estar compreendido no estado da
técnica atual (Ex. criação do primeiro aparelho de telefone).
Apesar de a doutrina definir no que consiste a invenção, a LPI preferiu, ao
invés de dar um conceito legal, trabalhar um critério de exclusão que deverá ser
observado. Assim, conforme o art. 10 da LPI, por exclusão, chega-se ao que não
poderá ser objeto de invenção.
Art. 10. Não se consideram invenção nem modelo de utilidade:
I. descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;
II. concepções puramente abstratas;
6.6 Da patenteabilidade
Verificado quais são os objetos passíveis de ser patenteados, resta-nos saber
como o fazer? Quais são os requisitos a serem preenchidos? Como esses bens
vão receber a devida proteção jurídica?
Saiba mais
6.7.2 Marca
Bertoldi e Ribeiro (2006, p. 112) esclarecem que “os produtos ou serviços,
colocados à disposição do público consumidor, são geralmente identificados
mediante sinais distintivos, visualmente perceptíveis, sinais esses que são
chamados de marca”.
O art. 122 da LPI dispõe que “São suscetíveis de registro como marca os
sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições
legais”. Daí decorre a explanação de Bertoldi e Ribeiro (2006, p. 113) sobre a
própria lei delimitar que apenas pode ser objeto de registro como marca aquilo
que for perceptível pela visão, excluindo-se, assim, a possibilidade de marcas
olfativas ou sonoras, por exemplo.
A marca, tal como o desenho industrial, será objeto de registro, desde que
observados os requisitos legais, que apresentamos a seguir.
• Novidade relativa: explica Coelho (2003, p. 90) que
não se exige da marca que represente uma novidade absoluta,
isto é, a expressão lingüística ou signo utilizado não precisam ser,
necessariamente, criados pelo empresário. O que deve ser nova
é a utilização daquele signo na identificação de produtos indus-
trializados ou comercializados, ou de serviços prestados.
• Não colidência com marca notória: Coelho (2003, p. 90) menciona que
estas, “mesmo não registradas no INPI, merecem a tutela do direito
industrial, em razão da Convenção de Paris, da qual participa o Brasil”
(art. 126 LPI).
• Não impedimento: a lei impede o registro, de acordo com Coelho (2003,
p. 91), de determinados signos. Como exemplo o autor cita: as armas
oficiais do Estado ou, ainda, o nome civil sem autorização do titular,ou
seja, conforme o que dita o art. 124.
A particularidade que se destaca quanto às marcas é que a sua proteção se
restringe apenas à classe a que esta pertença. Conforme Coelho (2003, p.91),
o INPI classifica as diversas atividades econômicas como indústria, comércio e
serviços, agrupando-as pelo critério de afinidade (art. 125 da LPI). O art. 123
da LPI, classifica as marcas em 3 espécies.
Art. 123. Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I. marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir
produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de
origem diversa;
II. marca de certificação: aquela usada para atestar a confor-
midade de um produto ou serviço com determinadas normas ou
especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natu-
reza, material utilizado e metodologia empregada; e
III. marca coletiva: aquela usada para identificar produtos ou
serviços provindos de membros de uma determinada entidade.
Desse modo, a marca de certificação (atesta determinado produto ou serviço
se este atende a normas de qualidade fixadas por organismo oficial ou particular)
e a marca coletiva (informa se o fornecedor do produto ou serviço é filiado a uma
entidade, geralmente a associação dos produtores ou importadores do setor). A
própria lei menciona ainda, nos arts. 125 e 126, respectivamente, a marca de alto
renome e a marca notoriamente conhecida, que não podem ser confundidas.
Síntese da aula
Apresentamos o conceito de propriedade intelectual, entendido como gênero
do qual decorrem as espécies propriedade industrial e direito do autor. Sendo a
propriedade industrial estudada no âmbito do direito comercial e o direito do autor
no Direito Civil. Você estudou que a propriedade industrial é regulada pela Lei n.
9.279/96 e, ainda, que a proteção da patente recai sobre a invenção e o modelo
de utilidade, e a proteção do registro, sobre a marca e o desenho industrial.
Atividades
Para responder à atividade dois, você deve saber que a disciplina do uso
das marcas está contida no art. 132 da Lei de Propriedade Industrial. Você não
tem esse artigo? Vamos lá! O titular da marca não poderá impedir: (I) que os
comerciantes ou distribuidores usem os sinais distintivos que lhe são próprios
juntamente com a marca dos produtos comercializados; (II) que os fabricantes
de acessórios utilizem as marcas para indicar o produto; (III) a livre circulação
do produto no mercado interno; e por último (IV) a citação da marca em obra
científica ou literária.
Para resolver a atividade três, você deve ter recorrido ao que aprendeu no
início da aula. A patente, como você viu, protege a invenção e o modelo de
utilidade. Busque os requisitos dos mesmos, tais como a originalidade.
Referências
BERTOLDI, M. M.; RIBEIRO, M. C. P. Curso avançado de Direito Comercial. 3. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
COELHO, F. U. Curso de Direito Comercial. v. 3. 4. ed. São Paulo: Saraiva,
2003.
Na próxima aula
Você vai conhecer como se dá a proteção da ordem econômica na
Constituição Federal. Assim, vamos precisar que você dê pelo menos uma olhada
no conteúdo do art. 170 da Constituição Federal. Verá ainda os institutos da
fusão, da incorporação, da transformação e da cisão de empresas, bem como
a desconsideração da personalidade civil.
Anotações
Aula 7
Da atividade econômica à luz da
Constituição Federal
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
• analisar os princípios da Constituição Federal que norteiam a ordem
econômica;
• reconhecer as hipóteses de desconsideração da personalidade jurídica.
Pré-requisitos
Para acompanhar o conteúdo, recomendamos que você, inicialmente, faça a
leitura do art. 170 da Constituição Federal. Ele reúne os princípios que norteiam
a ordem econômica na Constituição. Sem observar essas regras, tudo o que
aprendemos perderia o sentido. Recomendamos, ainda, a leitura do art. 50 do
Código Civil, que trata da desconsideração da personalidade jurídica.
Introdução
O conhecimento da forma como a atividade econômica se encontra discipli-
nada na Constituição Federal é conteúdo fundamental em nosso estudo, seja pela
hierarquia da norma constitucional, seja pela interdisciplinaridade do Direito
Constitucional com o Direito Comercial. Desta forma, para analisar os pressu-
postos do regime jurídico comercial vigente no País, não poderíamos deixar de
iniciar pelas disposições constitucionais relativas a aula. Passamos então a uma
breve análise na ordem econômica, à luz da Constituição Federal, especial-
mente da análise do seu art. 170.
Federal, bem como dos princípios contidos nos seus incisos, pode-se compre-
ender a preocupação do legislador constituinte. Bertoldi e Ribeiro (2006, p.
129) extraem da leitura do art. 170 da Constituição Federal que
o regime constitucional que regula a ordem econômica não serve
somente para garantir o livre funcionamento do mercado (princípio
da auto-regulação), mas também para enunciar direitos, interesses
e garantias fundamentais aos quais este mercado deverá obedecer,
como é o caso dos direitos dos trabalhadores, dos consumidores,
de toda a coletividade por um meio ambiente saudável, etc.
Vamos refletir sobre o que significa a livre iniciativa e quais casos necessitam
de autorização do Estado? Para responder, vamos reproduzir o que ensina Silva
(2007, p. 709).
Em primeiro lugar, quer dizer precisamente que a Constituição
consagra uma economia de mercado, de natureza capitalista,
pois a livre iniciativa, que, especialmente, significa a garantia da
iniciativa privada, é um principio básico da ordem capitalista.
Em segundo lugar, significa que, embora capitalista, a ordem
econômica dá prioridade aos valores do trabalho humano sobre
todos os demais valores da economia de mercado. Conquanto se
trate de declaração de princípio, essa prioridade tem o sentido
de orientar a intervenção do Estado na economia, a fim de fazer
valer os valores sociais do trabalho, que ao lado da livre inicia-
tiva, constitui um dos fundamentos não só da ordem econômica,
mas da própria República Federativa do Brasil.
Quadro 2: Responsabilidades
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA RESPONSABILIDADE OBJETIVA
Necessidade de se provar a culpa do Não há necessidade de se provar a culpa
agente do agente.
7.5.1 Da transformação
Bertoldi e Ribeiro (2006, p. 331), repetindo o teor do art. 220 da Lei das
Sociedades Anônimas – LSA, mencionam que a transformação “é a operação pela
qual uma sociedade passa de uma espécie para outra, sem que isso signifique a
extinção da sociedade anterior e a criação de uma nova”. A transformação, segundo
Tomazetti (2004, p. 443) “é alteração do tipo societário de uma sociedade, inde-
pendentemente de dissolução ou liquidação”. A transformação está disciplinada nos
arts. 220 a 222 da LSA e nos arts. 1.113 a 1.115 do Código Civil.
7.5.2 Da incorporação
A incorporação está prevista no art. 227 da LSA. Está prevista, ainda, no
Código Civil, nos arts. 1116 a 1118. Consiste no ato pelo qual uma ou mais
sociedades são absorvidas por outra, que irá lhe suceder tanto nos direitos como
nos deveres. Esclarece Tomazetti (2004, p. 446) que, com a incorporação, a
sociedade que foi absorvida desaparece.
7.5.3 Da fusão
Bertoldi e Ribeiro (2006, p. 332) lecionam que a fusão “ [...] também se
apresenta como um ato de concentração de empresas, na qual duas ou mais
sociedades se unem, resultando dessa união uma nova sociedade que, diante
da extinção de todas as sociedades envolvidas, as sucederá em todos os direitos
e obrigações”. Na fusão, há uma nova pessoa jurídica e as demais deixam de
estar disciplinadas na Lei das S/A e no Código Civil.
7.5.4 Da cisão
A cisão é o ato pelo qual a sociedade transfere parcelas de seu capital para
uma ou mais sociedades, que podem ser constituídas para este fim específico ou
já existem. A cisão poderá ser total ou parcial. Se for total, a primeira sociedade
será extinta (a que deu origem à cisão) e, se for parcial, o seu capital será divi-
dido em conformidade com o art. 229 da LSA.
Síntese da aula
Apresentamos a proteção constitucional da ordem econômica, a partir
da análise do art. 170 da Constituição Federal, demonstrando como algumas
práticas, como a concorrência desleal e a infração à ordem econômica contra-
riam os princípios constitucionais. Estudamos a desconsideração da personali-
dade jurídica e, ainda, as transformações das sociedades.
Atividades
Referências
BERTOLDI, M. M.; RIBEIRO, M. C. P. Curso avançado de Direito Comercial. 3. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
SILVA, J. A. da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 29. ed. São Paulo:
Malheiros, 2007.
Anotações