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SAÚDE

PÚBLICA
UNIDADE I
Conceitos Fundamentais em Saúde Pública

Saúde: É o estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e seu ambiente,


mantendo assim suas características estruturais e funcionais normais.

Doença: É um conjunto de fenômenos produzidos dentro do organismo que sofre a


ação de uma causa mórbida ou agente etiológico.

Comunidade: É um grupo social determinado por limites geográficos e/ou valores


e interesses comuns.

Saúde da Comunidade: É o resultado de uma relação recíproca do homem com


seu ambiente e está determinada pela interação do homem com seu ambiente e o impacto
dos serviços de saúde sobre eles.

Indicadores de Saúde: São valores através dos quais avaliamos os níveis de


saúde de uma determinada população.

Morbidade: Incidência de doenças em uma comunidade, em determinado período


de tempo.

Patogênico: Qualquer agente capaz de produzir doenças.

Profilaxia: Conjunto de medidas propostas para prevenir ou atenuar as doenças,


bem como suas complicações e conseqüências.

Prodômico: São as manifestações, ou os sintomas iniciais de uma moléstia.

Saneamento: Ato ou processo de garantir condições sanitárias ou salubres.

Sanitários: Referente a saúde, restauração ou manutenção da saúde ou a ausência


de qualquer agente que possa prejudicar a saúde.

Vigilância Epidemiológica: controle das doenças transmissíveis.

Vetor: É um condutor de doenças.

Dejetos: Excrementos (fezes e urina).

Zoonose: Infecção ou doença infecciosa transmissível em condições naturais, entre


animais vertebrados e o homem.

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Hospedeiro: Homem ou animal (inclusive aves e artrópodes), que ofereça, em
condições naturais, substância ou alojamento a um agente infeccioso.

Agente Infeccioso: Organismo capaz de produzir infecção ou doença infecciosa.

Agente Etiológica: Fator vivo ou inanimado, cuja presença ou ausência é


indispensável ao início ou manutenção de um processo mórbido.

Incubação: É a fase de uma doença infecciosa que vai do momento da infecção até
o aparecimento dos primeiros sintomas. Mortalidade: incidência de mortes em uma
comunidade em determinado período de tempo.

Notificação: Comunicação oficial da ocorrência de casos de determinada doença, à


autoridade competente por um notificante (médicos, hospitais, laboratórios, etc.).

Período de Latência: É o período em que as manifestações clínicas da doença


deixaram de ocorrer, porém, o indivíduo ainda está doente.

Antígeno (Ag): Substâncias que, quando introduzidas no organismo, estimulam a


formação de anticorpos.

Anticorpos (Ac): Substâncias produzidas pelo próprio organismo, e que tem a


propriedade de reagir especificamente com os antígenos, que serviram para estimular a
sua produção.

Exercícios Propostos
1. Defina.
Agente Etiológico:
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Antígeno:
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Anticorpo:
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Vetor:
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Zoonose:
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2. Explique.
Período de latência:
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Morbidade:
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Mortalidade:
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3. O que é profilaxia e qual a sua importância para a Saúde Pública?


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UNIDADE II

Saúde Pública: É o campo de conhecimentos e atividades que tem por objetivo


promover, proteger e recuperar a saúde da comunidade, através de medidas de alcance
coletivo, visando a participação ativa e motivação da população, com a utilização de seus
próprios recursos de forma organizada.

Centro de Saúde: É o local destinado a prestar assistência médico-sanitária a


uma determinada população.
Presta atendimento nas quatro especialidades básicas: Clínica médico-cirúrgica;
assistência ginecológica / obstétrica e pediatria.
Pode ou não ter atendimento odontológico.

Posto de Assistência Médica (PAM): É o local destinado a prestar assistência


médico-ambulatorial e odontológico a uma população determinada.
Possui atendimento médico permanente nas atividades básicas, e também outras
especialidades.

Unidade Básica de Saúde (UBS): É o local destinado a prestar assistência


médico-sanitária a uma determinada população através da atenção primária (práticas
simples e eficazes) e pessoal elementar.

Desenvolve as seguintes atividades:


• Atenção a alimentação e nutrição.
• Atenção a saúde materno-infantil.
• Imunização.
• Educação para a saúde.
• Fornecimento de medicamentos.
• Coleta de material para exames laboratoriais.
• Atenção a saúde do adulto.

Funções da Saúde Pública:


• Proteger a saúde, através de medidas de saneamento básico, vigilância
epidemiológica, educação, trabalho, higiene, etc.
• Promover a saúde, através de medidas específicas voltadas para a saúde materno-
infantil, do pré-escolar, do escolar, do idoso, do adolescente; mental e ocupacional.
• Recuperação da saúde através do tratamento e reabilitação dos doentes.

Equipe de Saúde Pública:


É uma equipe multiprofissional, que tem o objetivo de prestar assistência integral a
saúde da comunidade, preocupando-se principalmente com a família, com pacientes não

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hospitalizados, com grupos específicos das populações e com problemas que afetam a
comunidade como um todo.

Componentes da Equipe de Saúde:


• Pessoal Técnico de Nível Superior: médico, enfermeiro, odontólogo, assistente
social.
• Pessoal Técnico e Auxiliar de Nível Médio: auxiliar de enfermagem, técnico de
laboratório.
• Demais Componentes: pessoal de conservação e limpeza, auxiliar administrativo,
agente de saúde.

Funções do Auxiliar de Enfermagem em Saúde Pública:


• Preparar pacientes para exame médico.
• Fazer coletas e providenciar exames laboratoriais.
• Administrar medicamentos e inalações.
• Fazer curativos.
• Aplicar vacinas.
• Auxiliar na coleta de dados estatísticos.
• Atender e acompanhar pacientes em casos de emergência.
• Controlar o armazenamento e transporte de vacinas.
• Orientação pós consulta.
• Participar de programas preventivos.
• Manter ambiente limpo, em ordem e equipado.

Exercícios Propostos
1. Defina Saúde Pública e cite suas funções.
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2. Defina Centro de Saúde e comente sobre sua importância.


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3. Defina Unidade Básica de Saúde e cite as atividades nele desenvolvidas.


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4. Defina equipe de Saúde Pública.


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5. Cite os componentes da equipe de Saúde Pública.


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6. Cite as funções que o auxiliar de enfermagem desempenha em Saúde


Pública.
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7. Qual a diferença entre Saúde Pública e Saúde da Comunidade?


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UNIDADE III
Evolução da Doença

História Natural da Doença


Segundo Leavell e Clark, para que ocorra uma doença é necessária a ação conjunta
de vários fatores (ambientais e individuais), chamado de complexo causal da doença.
Isso irá produzir um estímulo patogênico que permitirá a instalação da doença e
determinará a sua evolução.

A história natural da doença foi dividida em dois períodos:


Período pré-patogênico: O indivíduo não está doente.
Ele entra em contato com o agente etiológico e, por interação de fatores ambientais
e individuais,, é gerado o estímulo para o desencadeamento da doença.

Período patogênico: Inicia-se por alterações a nível celular, estendendo-se para


os tecidos e órgãos. Na fase inicial (período de incubação), o indivíduo exerce suas
atividades normalmente. Na fase seguinte (período prodrônico), aparecem sinais e
sintomas, que não permitem um diagnóstico clínico específico. Na etapa final do período
patogênico (período de estado), aparecem os sinais e sintomas característicos da doença,
permitindo assim a realização do diagnóstico clínico exato.
A doença pode ter uma evolução aguda ou crônica e, em ambos os casos pode ou
não haver seqüelas, culminando em cura ou morte.

Dependendo da intensidade e duração do estímulo patogênico, a doença poderá ter


cinco tipos de evolução:
• Cura definitiva.
• Cura clínica.
• Cura com seqüela.
• Doença crônica ou incapacidade definitiva.
• Morte.

Durante a evolução da doença, podemos ter “recaída” (após a cura clínica, os sinais
e sintomas da doença reaparecem), ou a recidiva (ocorre após o período de latência).

Níveis de Prevenção da Doença


Considerando que a doença envolve fenômenos de interação entre agente,
hospedeiro e ambiente, pode-se efetuar a prevenção alterando-se um ou mais destes três
elementos, de tal forma, que a interação não aconteça, ou seja, interrompida em favor do
homem.

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Os níveis de aplicação de medidas assistenciais na prevenção, promoção,
recuperação e reabilitação da saúde, estão divididos em três fases: primária, secundária e
terciária.

Prevenção Primária: É realizado no período pré-patogênico e se divide em duas fases.


• Promoção da Saúde: Visa a manutenção do estado da saúde.
- Educação sanitária.
- Nutrição adequada.
- Boas condições de trabalho.
- Educação sexual.
- Exames médicos e odontológicos periódicos.
- Exame pré-natal.
- Saúde mental.

• Proteção Específica: compreende as medidas aplicáveis a uma doença ou grupo de


doenças específicas, na tentativa de interceptar as causas das mesmas, antes que
elas atinjam o homem.
- Prevenção de acidentes de trabalho.
- Utilização de flúor e cloro na água.
- Imunização.
- Saneamento do meio.
- Educar os indivíduos sobre substâncias cancerígenas (fumo, álcool, agrotóxico).
- Orientar para evitar o contato com substâncias causadoras de alergia.
- Controle adequado de vetores.

Prevenção Secundária: É realizado no período patogênico, e se divide em duas fases:


• Diagnóstico e Tratamento Precoce, através de:
- Vigilância sanitária.
- Exames seletivos.
- Notificação de casos descobertos.
- Exames de contatos.
- Controle de doenças transmissíveis.
- Controle na disposição de objetos.

• Limitação do dano ou invalidez, através de:


- Enfermagem domiciliar.
- Tratamento adequado para interromper o processo mórbido e evitar futuras
complicações.
- Promover meios para conter a invalidez e evitar a morte.

Prevenção Terciária: também realizado no período patogênico, e visa a reabilitação


física, mental e social do indivíduo, através de:
• Exploração e fortalecimento da capacidade remanescente do indivíduo (fisioterapia,
fonoaudiologia, psicoterapia, etc.).
• Educação da comunidade para aceitar os deficientes no convívio social.
• Conscientização das empresas, no sentido de absorver o reabilitado no mercado de
trabalho.

A responsabilidade de prevenção e controle das doenças compete a um grupo de

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cidadãos e a comunidade como um todo, e vai variar de acordo com a doença e o
conhecimento de quando e onde aplicar medidas para interromper sua história natural.
A comunidade desempenha um importante papel em todos os níveis de prevenção,
envolvendo a utilização de técnicas e métodos disponíveis para supressão de agentes
causadores de doenças e o auxílio aos cidadãos na prevenção de doenças e incapacidade.
A saúde da comunidade está determinada pela interação do homem e seu ambiente
e o impacto dos serviços de saúde sobre estes, portanto, podemos concluir que a saúde da
comunidade é algo mais que a soma da saúde de cada um dos seus membros.

Exercícios Propostos
1. Defina período pré-patogênico e patogênico.
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2. Explique como se divide o período patogênico.


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3. Quais são os níveis de prevenção da doença?


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4. Cite em que períodos da doença são realizados os níveis de prevenção.


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5. Cite exemplos de atividades desenvolvidas em cada nível de prevenção.


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6. Qual a importância dos níveis de prevenção para a Saúde Pública?


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UNIDADE IV
Atividades desenvolvidas em Centros de Saúde

Pré-Consulta: consiste no preparo e orientação do cliente para a consulta médica,


coleta de dados sobre antecedentes familiares e pessoais, identificação de queixas,
verificação de estatura, peso e sinais vitais.
É realizada pelo auxiliar de enfermagem ou enfermeira.

Pós-Consulta: é feita após a consulta médica e consiste em reforçar as orientações


médicas, orientar quanto aos cuidados com a saúde e encaminhar o cliente a outras
atividades.
É realizada pelo auxiliar de enfermagem.

Consulta Médica: atendimento médico para supervisão de saúde e/ou


diagnóstico e controle de tratamento dos clientes.

Vacinação: orientação e aplicação de vacinas, segundo esquema previsto.


Executado pelo auxiliar de enfermagem ou enfermeira.

Trabalhos de Grupo: aulas, palestras, demonstrações, discussão em grupo, com


o objetivo de orientar sobre aspectos de saúde.
Executada pelo auxiliar de enfermagem, enfermeira e/ou outros profissionais de
saúde.

Visita Domiciliar: consiste no atendimento à família, prestado em domicílio e


que envolve basicamente a coleta de informações, observação das necessidades individuais
e familiares, orientação quanto indicações feitas pelos centros de saúde, cuidados com a
saúde, encaminhamentos indicados de todos os elementos da família e execução de
cuidados de enfermagem, quando necessários.
É realizado pela auxiliar de enfermagem, agente de saúde ou enfermeira.

Atendimento de Enfermagem: é realizado intercaladamente com as consultas


médicas e visa a orientação quanto aos cuidados com a saúde e detecção de possíveis
anormalidades que exijam encaminhamento para a consulta médica.
Consistem na comparação de dados de peso, altura e estatura com os padrões

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normais; identificação das principais queixas, observação de sinais que possam indicar
anormalidades, encaminhamento para consulta médica, se necessário; reforço e
complementação de orientações, realização de orientações, realização de
encaminhamentos necessários. É realizado pelo auxiliar de enfermagem ou enfermeira.

Consulta de Enfermagem: atividade sistematizada que visa identificar


problemas de saúde, prescrever e implantar medidas que constituem meios para a
promoção, proteção, recuperação e reabilitação do cliente.
Consiste no histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, plano de
assistência e avaliação.
É realizada exclusivamente pela enfermeira.

Para realizar essas atividades, são prestados dois tipos de atendimento:

- Atendimento de Rotina: o cliente comparece periodicamente ao centro de saúde,


seguindo o cronograma do programa ao qual ele estiver inscrito.
Este atendimento tem como objetivo proteger e recuperar a saúde, bem como,
acompanhar a evolução da doença.

- Atendimento Eventual: o cliente comparece eventualmente, geralmente com a doença


já manifestada.

Exercícios Propostos
A. Explique o que são atendimentos de rotina e atendimento eventual.
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B. Cite e explique as ações realizadas nos atendimentos feitos no C.S.


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C. Quais atividades que o Auxiliar de Enfermagem pode realizar no C.S.


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UNIDADE V
Programas de Saúde
São diretrizes traçadas pelo Ministério da Saúde e que devem ser seguidas pelas
Secretarias de Saúde.

Temos como objetivo a melhoria das condições de saúde da população e isso é feito
através dos seguintes programas:

A. Programa de Saúde da Mulher.

B. Programa de Saúde da Criança.

C. Programa de Saúde do Adulto.

D. Programa de Saúde do Idoso.

E. Programa de Saúde Mental.

F. Programa de Saúde do Trabalhador.

A. Programa de Saúde da Mulher

Objetivos Específicos:
• Assegurar o direito da mulher às ações da saúde gerais e específicos, que incluem
promoção, proteção e recuperação da saúde.
• Assistir às necessidades globais da saúde da mulher, tanto as que abrangem o
aparelho reprodutor, quanto as decorrentes das condições de saúde nas
necessidades ginecológicas, obstétricas, clínicas e mentais.
• Diagnosticar e tratar o mais precocemente possível suas patologias.
• Assegurar assistência até o fim da vida.

Para atingir esses objetivos, são desenvolvidas as seguintes atividades:

Assistência Ginecológica
Dá-se através de consultas médicas de rotina, de orientações individuais ou em
grupo, procurando sanar o problema vivido naquele momento e orientá-la quanto aos
problemas futuros que poderão surgir.
Executam-se procedimentos voltados para o diagnóstico, tratamento e profilaxia

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das doenças do aparelho reprodutor (inclusive câncer de colo de útero e de mama),
doenças sistêmicas (desnutrição, doenças crônico-degenerativas, etc), doenças
sexualmente transmissíveis e orientação e acompanhamento de planejamento familiar.

Prevenção do Câncer (CA) de Colo


A prevenção se dá através de exames ginecológicos, que devem ser realizados
periodicamente por toda mulher.
Independentemente do exame médico, a mulher deve prevenir-se quanto a
possíveis anomalias através de alguns procedimentos básicos:

a) Observar possíveis corrimentos, que apresente aspecto e odor diferente do


corrimento natural (secreção incolor e sem cheiro).
b) Antes de iniciar uma vida sexual ativa, a mulher deve procurar o médico a fim de se
orientar quanto a anticoncepção e realizar exames de prevenção de câncer e outras
anormalidades.
c) Durante a vida sexual ativa, a mulher deve consultar no mínimo uma vez por ano o
ginecologista.
d) A realização dos exames ginecológicos periódicos é o principal fator na prevenção
do câncer e de outras doenças ginecológicas.

Os exames ginecológicos mais conhecidos para prevenção do CA do colo uterino são


o colpocitologia oncótica (citopatológico ou papanicolau).

Colpocitologia Oncótica
Tem por objetivo o diagnóstico precoce do CA de colo uterino, através da coleta de
material feita pelo médico, enfermeira ou auxiliar de enfermagem (treinados para isso).
O material (muco) é colhido com uma espátula descartável que se encaixa no colo
uterino e é feito em movimento giratório. Esse material colhido é colocado em uma lâmina
e separado para ser enviado ao laboratório.
O resultado do exame virá do laboratório até a próxima consulta da cliente.

Orientações a Serem Dadas à Cliente


• Evitar uso de Medicação Tópica.
• Duchas Vaginais.
• Exame Ginecológico ou Relações Sexuais 24 horas antes do exame.

Colposcopia
Tem como objetivo, também, o diagnóstico precoce do câncer de colo uterino.
É feito somente pelo médico, através do uso do colposcópio (aparelho que aumenta
as células), para observação da superfície do colo e células diferenciadas, antes e após a
aplicação de ácido acético (5%).
O colo uterino é rotineiramente fotografado, assim como, eventuais lesões, quanto
presentes.
Após isso, é feito o teste de Schiller (passa-se uma solução de iodo no colo uterino).

Orientações a Serem Dadas à Cliente


• Evitar Duchas Vaginais.

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• Medicação Tópica.
• Exame Ginecológico e Relações Sexuais 48 horas antes do exame.
• O exame não é realizado durante o período menstrual. (sangramentos não
menstruais, não contra-indicam o exame).

Cuidados de Enfermagem para a Realização desses Exames


• Respeitar a individualidade da paciente, realizando o exame em sala fechada ou com
cortinas.
• Explicar a ela o que será feito (de forma simples e clara).
• Posicionar a cliente, evitando expô-la muito. (posição ginecológica em ambos os
exames).
• Trocar o lençol descartável a cada paciente que realizar os exames.
• Manter atitude profissional adequada (evitar comentários próximos à cliente).
• Utilizar sempre materiais descartáveis e, no caso de não descartáveis, esterilizá-los
após uso.
• Manter ambiente em ordem e limpo.
• Auxiliar o médico, no que for necessário (colposcopia).

Prevenção do Câncer (CA) de Mama


É feito através de auto-exame das mamas.
Pode ser feito pelo médico durante a consulta ginecológica (exame) ou pela própria
cliente (auto-exame), todos os meses em sua própria casa.
O exame ou auto-exame das mamas, nada mais é do que a palpação dos seios e a
pressão dos mamilos, para verificar presença de nódulos e secreção.
O período ideal para se fazer o auto-exame é o primeiro ou sendo dia após o término
da menstruação.
Se a mulher está na menopausa, a data ideal é o primeiro dia de cada mês (isso
garante regularidade e rotina no auto-exame).

Ao fazer o auto-exame, toda mulher deve ter as seguintes noções: as mamas nem
sempre são rigorosamente iguais.
O auto-exame não substitui o exame ginecológico de rotina; a presença de nódulo
mamário não é, obrigatoriamente, neoplasia maligna; um grande número de problemas
nas mamas é descoberto pela própria mulher.
Portanto, oriente a cliente que não adianta só olhar, tem que tocar.

Fatores de Risco Associados ao Câncer de Mama


• História Familiar.
• Primeira Gestação Tardia.
• Nuliparidade.
• Disfunções Hormonais.
• História de Patologia Benigna na Mama.
• Obesidade.
• Menarca Precoce.
• Menopausa Tardia.
• Não Lactação.
• Exposição a Radiação.

As neoplasias malignas são um grande problema de saúde pública; tanto o câncer de

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colo uterino como o de mama, são responsáveis pela grande maioria dos óbitos na
população feminina.

Portanto, oriente a cliente a fazer pelo menos uma vez por ano um exame com
colpocitologia e não esquecer de examinar suas mamas mensalmente.

Assistência Pré-Natal
São realizados procedimentos que visam promover a saúde e identificar
precocemente os problemas que possam resultar em risco para a saúde da gestante e do
concepto.

Atividades Realizadas
• Orientações quanto a importância do pré-natal.
• Acompanhamento da evolução da gravidez com consultas médicas periódicas:
- Uma vez por mês até o 7º mês.
- A cada 15 dias no 8º mês.
- Semanalmente no 9° mês de gestação.
• Orientações sobre a gestação e parto, através de palestras.
• Orientações gerais quanto aos cuidados que a gestante dever ter em relação a seu
corpo durante a gestação.
• Orientações quanto a alimentação, vestuário, exercícios e vacinação.
• Orientações quanto aos cuidados com o recém-nascido.
• São solicitados exames de rotina (urina, hemograma, PPF, VDRL, fator Rh, tipo
sangüíneo, glicemia).
• Preparo psicológico para o parto e puerpério.

Assistência ao Puerpério
É o período que se inicia logo após o parto e dura por Seis Semanas.

São realizados procedimentos voltados a assistência e orientação da mãe em relação


ao recém-nascido e a si mesma; e a avaliação e suplementação nutricional

Atividades Realizadas
• Acompanhamento das modificações que ocorrerão para o corpo da mulher voltar ao
normal (involução uterina, incisão cirúrgica, etc.), através de consultas médicas e de
enfermagem periódicas.
• Orientações através de palestras quanto aos cuidados com ela e o recém-nascido.
• Orientações quanto ao planejamento familiar.
• Orientações quanto a importância do aleitamento materno e como fazê-lo.
• Orientações quanto a alimentação adequada e hidratação.

Planejamento Familiar
É um grande recurso utilizado para orientação dos casais, a fim de permitir que o
mesmo decida qual o método mais adequado para evitar uma gravidez.

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Através de palestras e ilustrações, são ensinados de maneira fácil e clara quais os
métodos anticoncepcionais existentes e como eles funcionam.

A partir daí, o casal irá decidir quando quer ter um filho ou como não tê-lo.

Métodos Anticoncepcionais

- Pílulas (Contraceptivo Oral):


São compostas por hormônios, que vão interferir no funcionamento dos órgãos
(atua sobre o sistema nervoso central e impede a ovulação).
Seu uso deve ter sempre indicação e acompanhamento médico, pois pode causar
vários efeitos colaterais.

- Dispositivo Intra-Uterino (DIU):


São dispositivos feitos de polietileno com ou sem cobre, colocados dentro do útero,
pelo médico. Ele impede a chegada do espermatozóide para fecundar o óvulo e a nidação.
Pode causar infecções e perfurações uterinas.

- Diafragma:
É um anel de borracha que tem por função recobrir a entrada do útero e impedir a
passagem do espermatozóide.
Deve ser colocado antes do ato sexual e retirado somente após 8 horas.

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- Camisa de Vênus (Camisinha):
É uma bolsa cilíndrica que é colocado no pênis ereto, de modo a envolvê-lo,
evitando que o esperma penetre na vagina.

- Esterilização Feminina (Laqueadura):


É a interrupção cirúrgica dos canais da trompa de Falópio.

- Esterilização Masculina (Vasectomia):


É a interrupção cirúrgica dos canais dos ductos deferentes.

- Método Rítmico (Ogino-Knauss ou Tabelinha):


Baseia-se no calendário relativo aos dias férteis da mulher, sendo evitada as relações
sexuais nesses dias. Esse método só pode ser usado por mulheres que apresentam o ciclo

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menstrual regular, ou seja, ciclo de 28 dias ou outro intervalo de dias fixos. Calculam-se os
dias férteis pela data da ovulação que ocorre, aproximadamente, no meio do ciclo (se for
um ciclo de 28 dias, a ovulação ocorrerá em torno do 14º dia).
Como este é um dado aproximado, deve-se respeitar um período de segurança de 4
dias antes e 4 dias após a metade do ciclo.

- Temperatura Basal Matinal:


Consiste na tomada da temperatura diária, montando um gráfico, que tem por
objetivo detectar o período fértil (a temperatura corporal decai discretamente antes da
ovulação e após, aumenta de 0,5 a 1°C, permanecendo assim até próximo a menstruação).

- Geléia Espermicida:
É um creme colocado na vagina e tem corno objetivo a destruição dos
espermatozóides. Por apresentar uma grande margem de erro, deve ser usado junto com o
diafragma.
Seu uso apresenta vários inconvenientes, entre eles a excessiva secreção vaginal,
irritação ou inflamação da vagina. Atualmente seu uso vem sendo abandonado.

Obs: Um método muito utilizado é o coito interrompido, porém, não é nada seguro,
já que qualquer quantidade de sêmen depositado na vagina ou próximo a ela, tem uma
quantidade muito grande de espermatozóides. Assim, a chance de uma gravidez é
extremamente grande, se a mulher estiver no período fértil.

Assistência ao Climatério
É o conjunto de alterações somáticas e psíquicas que ocorrem no final do período
reprodutor da mulher.
É realizado através de procedimentos que visam orientar a mulher a compreender o
que é menopausa e prepará-la para essa nova fase da vida.
A menopausa é o fim da menstruação e da vida fértil da mulher.
Uma mulher só é considerada menopausada, após estar sem menstruar por 12
meses consecutivos.

Atividades Desenvolvidas
• Diagnóstico e tratamento precoce das patologias próprias da idade.
• Introdução da mulher nos grupos de trabalho da Unidade Básica de Saúde.
• Apoio psicológico.
• Orientações quanto aos sinais e sintomas que ocorrem ou podem ocorrer nessa fase
e quando podem aparecer (para a maioria das mulheres ocorre por volta de 45 a 52
anos).
• Orientações quanto a necessidade ou não de reposição hormonal (controle e
indicação feitas pelo médico).
• Orientações quanto a alimentação adequada.

B. Programa de Saúde da Criança

Objetivos Específicos

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• Promover a melhoria da assistência à criança, mediante atendimento de rotina, de
forma precoce, periódica e contínua.
• Detectar o mais precocemente possível processos patológicos, que prejudicam a
evolução do crescimento e desenvolvimento da criança.
• Imunizar, através de vacinas, para aumentar a resistência da criança.

Crescimento e Desenvolvimento da Criança


O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança se dá através do
gráfico padronizado pela Secretaria do Estado da Saúde (SES).

Ele propicia a identificação dos prováveis riscos de desenvolvimentos, permitindo a


intervenção precoce.

Através da monitorização do crescimento e de outras informações que o gráfico


reúne, obtém-se uma visão abrangente da criança, promovendo saúde e contribuindo na
prevenção da desnutrição.

Existem dois modelos de gráficos padronizados, em azul para meninos e rosa para
as meninas, isto porque, as características de crescimento são diferentes entre os sexos.

Para se conseguir um bom desenvolvimento e crescimento da criança, são


necessários algumas ações básicas na assistência prestada à criança.

São elas:
• Incentivo ao aleitamento e orientação alimentar para o desmame (educação e
informação quanto ao processo e importância da lactação; tratamento de problemas
biológicos que possam impedir o aleitamento e apoio à implantação de alojamento
conjunto).
• Assistência e controle das infecções respiratórias agudas (diagnóstico precoce e
tratamento imediato da doença no centro de saúde e, se necessário,
encaminhamento à serviços mais complexos).
• Imunização (será visto à parte).
• Controle de doenças diarréicas (diagnóstico precoce e tratamento imediato,
utilizando como instrumento a terapia de reidratação oral, principalmente).
• Assistência e controle das doenças alérgicas (diagnóstico precoce e orientações
quanto aos cuidados com o alérgico).
• Fornecer suplemento alimentar para crianças desnutridas menores de 5 anos.
• Controle da cárie dentária e doenças peridontais, através do serviço de Saúde Bucal.

Atividades Desenvolvidas
• Orientações quanto aos diferentes tipos de alimentos para cada faixa etária:
- De 0 a 4 meses: exclusivamente leite materno
- De 4 a 12 meses: leite materno, ovos, carnes, frutas, vegetais e água.
- A partir dos 12 meses: alimentação rica em proteínas, vitaminas e carboidratos.
• Orientação quanto a alimentos alternativos (utilização de partes não convencionais
dos alimentos).
• Orientações quanto a saúde bucal (educação alimentar, escovação correta dos
dentes após as refeições, uso de fio dental).
• Atendimento odontológico.
• Atendimento médico.

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• Vacinação.
• Controle de peso, estatura e desenvolvimento neuro-motor.
• Distribuição de leite para crianças desnutridas.
• Distribuição de flúor e soro de reidratação.

O atendimento à criança será periódico (mensal ou de acordo com a realidade


local).

Imunização (ato ou processo de tornar imune)


Para entendermos o que ocorre no organismo quando tomamos vacinas, se faz
necessário explicar alguns conceitos.

Imunidade: É a capacidade do organismo de combater e vencer as agressões infecciosas.


A imunidade pode ser: natural ou adquirida através de contato com o agente
infeccioso, sendo que a imunidade adquirida pode ser ativa ou passiva.

Imunidade Adquirida Ativa: É aquela que resulta da presença de anticorpos formados


pelo próprio organismo, diante da presença de um determinado antígeno.
Pode ser natural (aparece após a entrada de microorganismos virulentos no
organismo), ou artificial (é aquela introduzida pela aplicação de certos Ag específicos,
chamados de vacinas).

Vacina: É um preparado, aplicado no organismo para produzir imunidade no receptor.


Pode ser uma suspensão de germes vivos ou mortos ou uma solução de antígenos
virosos ou bacterianos.

Imunidade Adquirida Passiva: É a imunidade adquirida por meio de AC, produzidos


por outro animal ou pessoa. Pode ser natural (quando a mãe passa Ac para o filho), ou
artificial (soro produzido no cavalo).

Programa Nacional de Imunização (PNI)


São normas instituídas pelo Ministério da Saúde e visam controlar as doenças
transmissíveis.
Tem como objetivo a ampla extensão da cobertura vacinal, para alcançar adequado
grau de proteção imunitária da população contra as doenças imunopreveníveis.

Contra-Indicações Gerais à Vacinação


As vacinas de bactérias atenuadas ou vírus vivos atenuados em princípio não devem
ser administrados quando a pessoa:
• Tem imunodeficiência congênita ou adquirida (exceto AIDS).
• Está acometida de neoplasia maligna.
• Está em tratamento com corticosteróides em dose alta, ou submetidas a outras
terapêuticas imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica, radioterapia, etc.).
• Grávidas (salvo em casos de risco de exposição a algumas doenças virais).
• Doentes com AIDS, não deve ser dado a BCG.

Calendário Básico de Vacinação da Criança


Ao Nascer.
• BCG - ID - dose única - contra formas graves de tuberculose.

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• Vacina contra hepatite B - 1ª dose - A primeira dose da vacina contra a hepatite
B deve ser administrada na maternidade, nas primeiras 12 horas de vida do recém-
nascido. O esquema básico se constitui de 03 (três) doses, com intervalos de 30 dias
da primeira para a segunda dose e 180 dias da primeira para a terceira dose.

1 mês.
• Vacina contra hepatite B - 2ª dose.

2 meses.
• VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano) - 1ª dose - contra diarréia por
Rotavírus. É possível administrar a primeira dose da Vacina Oral de Rotavírus
Humano a partir de 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias de idade (6 a 14 semanas de
vida).

• VOP (vacina oral contra pólio) - 1ª dose - contra poliomielite (paralisia


infantil).

• Vacina tetravalente (DTP + Hib) - 1ª dose - contra difteria, tétano, coqueluche,


meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b. O
esquema de vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade com a vacina
Tetravalente e dois reforços com a Tríplice Bacteriana (DTP). O primeiro reforço aos
15 meses e o segundo entre 4 e 6 anos.

4 meses.
• VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano) - 2ª dose - contra diarréia por
Rotavírus. É possível administrar a segunda dose da Vacina Oral de Rotavírus
Humano a partir de 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias de idade (14 a 24 semanas
de vida).

• VOP (vacina oral contra pólio) - 2ª dose - contra poliomielite (paralisia


infantil).

• Vacina tetravalente (DTP + Hib) - 2ª dose - contra difteria, tétano, coqueluche,


meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b.

6 meses
• VOP (vacina oral contra pólio) - 3ª dose - contra poliomielite (paralisia
infantil).

• Vacina tetravalente (DTP + Hib) - 3 ª dose - contra difteria, tétano,


coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae
tipo b.

• Vacina contra hepatite B - 3 ª dose.

9 meses
• Vacina contra febre amarela - dose única - A vacina contra febre amarela está
indicada para crianças a partir dos 09 meses de idade, que residem ou que irão
viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO
e DF), área de transição (alguns municípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e
RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Se viajar
para áreas de risco, vacinar contra Febre Amarela 10 (dez) dias antes da viagem.

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12 meses.
• SRC (tríplice viral) - dose única - contra sarampo, rubéola e caxumba.

15 meses.
• VOP (vacina oral contra pólio) - reforço - contra poliomielite (paralisia infantil)

• DTP (tríplice bacteriana) - 1º reforço - contra difteria, tétano e coqueluche.

4-6 anos.
• DTP (tríplice bacteriana) - 2 º reforço - contra difteria, tétano e coqueluche.

• SRC (tríplice viral) - reforço - contra sarampo, rubéola e caxumba.

10 anos
• Vacina contra febre amarela – reforço.

Calendário de Vacinação do Adolescente


Adolescente que não tiver comprovação de vacina anterior, seguir este esquema.
Se apresentar documentação com esquema incompleto, completar o esquema já iniciado.

11 a 19 anos (na primeira visita ao serviço de saúde).


• Hep B - 1ª dose - contra hepatite B.

• dT - 1ª dose - contra difteria e tétano. Adolescente que já recebeu anteriormente 03


(três) doses ou mais das vacinas DTP, DT ou dT, aplicar uma dose de reforço. É
necessário doses de reforço da vacina a cada 10 anos. Em ferimentos graves,
antecipar a dose de reforço para 5 anos após a última dose. O intervalo mínimo
entre as doses é de 30 dias.

• FA - dose inicial - contra febre amarela. Adolescente que resida ou que for viajar
para área endêmica (estados: AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF),
área de transição (alguns municípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e
área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Em viagem
para essas áreas, vacinar 10 (dez) dias antes da viagem.

• SCR - dose única - contra sarampo, caxumba e rubéola. Adolescente que tiver duas
doses da vacina Tríplice Viral (SCR) devidamente comprovada no cartão de
vacinação, não precisa receber esta dose.

1 mês após a 1ª dose contra Hepatite B


• Hep B - 2 ª dose - contra hepatite B.

6 meses após a 1ª dose contra Hepatite B


• Hep B - 3 ª dose - contra hepatite B.

2 meses após a 1ª dose contra Difteria e Tétano


• dT - 2ª dose - contra difteria e tétano.

4 meses após a 1ª dose contra Difteria e Tétano


• dT - 3ª dose - contra difteria e tétano.

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A cada 10 anos por toda a vida
• dT - reforço - contra difteria e tétano. Adolescente grávida, que esteja com a vacina
em dia, mas recebeu sua última dose há mais de 5 (cinco) anos, precisa receber uma
dose de reforço. Em caso de ferimentos graves, a dose de reforço deve ser
antecipada para cinco anos após a última dose.

• FA - reforço - contra febre amarela.

Características Gerais das Vacinas

Vacina contra a Tuberculose (BCG)


Produto: Composta por bacilos atenuados.
Idade para Vacinação: A partir do nascimento
Dose: Única de 0,1 ml (em qualquer idade).
Via de Administração: Intradérmica (ID), preferencialmente no braço direito, na altura
da inserção inferior do músculo deltóide.
Contra-Indicações: as mesmas das contra-indicações gerais.
Obs: Recomenda-se adiar a vacinação nos casos de afecções dermatológicas
extensas (em atividade), criança com peso inferior a 2.000g.
Reação-Vacinal: Aparece no local de aplicação um nódulo, que evolui para úlcera e
crosta (duração média de sete a dez semanas), e freqüentemente deixando uma pequena
cicatriz.
Obs: Em crianças que receberam o BCG há seis meses ou mais, nas quais está
ausente a cicatriz vacinal, indica-se a revacinação,
Conservação: Entre 4º e 8º C, protegida da luz solar direta.
Depois de aberta, deve ser utilizada em até 6 horas.

Vacina Combinada Contra a Difteria, Coqueluche e Tétano (DPT)


Produto: É uma associação de toxóides diftérico e tetânico e bacilo pertussis inativado.
Idade para Vacinação: Dois meses até seis anos e 11 meses.
Doses e Intervalos: São aplicados 3 doses com intervalo de 60 dias entre elas.
Doses de Reforços:
1º Reforço - uma dose seis a doze meses após o término da vacinação básica.
2º Reforço - uma dose aos cinco ou seis anos de idade
Outros reforços: 1 dose a cada 10 anos, com a vacina dupla tipo adulto (d T).
Via de Administração: Intramuscular profunda (IM) na região glútea, vasto lateral da
coxa (crianças menores de um ano), ou região deltóide.
Dosagem: 0,5 ml.
Contra-Indicações: Crianças com quadro neurológico em atividade ou naquelas que
apresentarem convulsões até 72 horas após a aplicação da vacina, ou nos casos de reação
anafilática.
Obs: nesses casos utilizar a vacina dupla tipo infantil (DT).
Conservação: Em geladeira entre 4º e 8º C (fora do congelador).
Reações Pós-Vacina: Pode ocorrer febre moderada e irritabilidade

Vacina Combinada Contra a Difteria e o Tétano


Produtos:
Vacina dupla tipo infantil (DT).
Vacina dupla tipo adulto (d T).

Obs: a vacina DT contém a mesma concentração de toxóides tetânicos e diftéricos

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que a tríplice. Já a d T, contém menor quantidade de toxóide diftérico.

Indicação:
Dupla Tipo Infantil (DT): Em crianças até 5 anos e 11 meses, que tenham
contra-indicação à tríplice.
Dupla Tipo Adulto (d T): Em pessoas a partir de 7 anos que não tenham
recebido DPT ou DT.

Doses e Intervalos:
DT: mesmo esquema da DPT
d T: duas doses com intervalo de 60 dias e uma terceira dose seis meses após a
segunda.
Reforço: as pessoas com esquema básico completo e reforços atualizados, devem receber
mais uma dose a cada 10 anos.
Via de Administração: intramuscular profundo (IM) na região do deltóide, glúteo ou
vasto lateral da coxa (em menores de um ano).
Dosagem: 0,5 ml.
Conservação: Em geladeira entre 4º e 8º C.
Reação Pós-Vacina: Irritabilidade e febre.

Vacina Contra o Tétano (TT)


Produto: Composta por toxóide tetânico (toxina inativada).
Indicação: Só é utilizada na falta da dupla tipo adulto (d T).
Doses, Reforços, Via e Local de Aplicação, Dosagem e Conservação: Seguir
esquema da d T.

- Em Gestante
Gestante Não Vacinada: deve ser aplicada 2 doses de d T (ou na sua falta TT), com
intervalo de 60 dias.
1ª Dose: Administrada o mais precocemente possível na gestação.
2ª Dose: Até 20 dias antes do parto.
3ª Dose: Seis meses após a 2ª Dose (deve ser administrada para adequada proteção da
mãe e prevenção do Tétano neonatal em gestação futura).

Gestantes Vacinadas: Completar o esquema até 3 doses.

Obs: Quando a gestante já estiver vacinada com três doses, aplicar um reforço a
cada 5 anos.

Profilaxia do Tétano após Ferimento - Veja “doença Tétano”.

Vacina Contra a Poliomielite (Sabin).


Produto: Composta de três tipos de poliovírus atenuados (trivalente).
Idade para Vacinação: A partir de 2 meses.
Doses e Intervalos: São aplicadas 3 doses com intervalo de 2 meses entre elas.
Reforços:
1º Reforço - uma dose 6 a 12 meses após o término da vacinação básica.
2º Reforço - uma dose aos cinco ou seis anos.
Via de Administração: Via Oral (V.O.)
Dosagem: Varia de acordo com o laboratório produtor.
Contra-Indicações: São as mesmas das contra-indicações gerais.

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Obs: no caso de diarréias graves e/ou vômitos intensos, recomenda-se adiar a
vacinação.
Conservação: em geladeira entre 4º e 8º C.
Obs: após abertura do frasco, este deve ser utilizado no prazo máximo de uma
semana. Em caso de regurgitação ou vômito logo após a sua administração, deve ser
aplicada nova dose.

Vacina Contra Sarampo


Produto: Composta de vírus vivo atenuado.
Idade para vacinação: a partir de nove meses.
Doses e Intervalos:
- 1ª Dose - aos 9 meses.
- 2ª Dose - aos 12 ou mais.
Obs: Após diluição da vacina, utilizá-la em um prazo máximo de 8 horas.

Vacina Contra Hepatite B


Produto: Existem dois tipos
- 1ª Geração: Que contém partículas virais maturadas obtidas do plasma de
portadores do vírus.
- 2ª Geração: Preparada por método de engenharia genética e obtida por
recombinação do ADN (é a usada pelo Ministério da Saúde).
Idade para Vacinação: A partir do nascimento.
Doses e Intervalos: São aplicadas 3 doses com intervalo de um mês entre a primeira e a
segunda dose; e a terceira dose será aplicada seis meses após a primeira.
Obs: Para facilitar a administração, os C.S. têm seguido a orientação de aplicação
no 1º mês, 2º mês e 9º mês, junto com as demais vacinas.
Via de Administração: Via intramuscular (IM) ou subcutânea (SC), no músculo
deltóide e, em crianças, na face lateral da coxa.
Dosagem:
- 0,5 ml para neonatos, lactentes e crianças menores de 11 anos.
- 1,0 ml para adultos.
- em grupos de riscos o dobro da dose (crianças: 1,0 ml e adultos: 2,0 ml).
Conservação: Entre 2º e 8º C, protegida da luz solar direta.
Reação Pós-Vacina: Pode ocorrer dor no local da administração, febre, cefaléia, mal
estar e fadiga.
Contra Indicações: Em casos de doença febril ou infecção aguda em atividade, a vacina
deve ser adiada.
Obs: A vacina em gestantes, só deve ser feita quando houver risco de infecção.

Calendário Extra-Oficial de Vacinas


São vacinas que já existem no mercado, porém, não fazem parte do P.N.I. ou são
usadas somente em casos específicos.

Vacina contra Febre Amarela


Produto: composta de vírus vivo atenuado.
Idade para Vacinação: a partir de 6 meses de idade.
Indicação: Residentes ou que se dirijam para área endêmicas, de acordo com a situação
de risco.
Dose: Única.
Reforço: A cada 10 anos.

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Via de Administração: subcutânea (SC).
Contra-Indicações: As mesmas das contra-indicações gerais.
Conservação: Em geladeira entre 4º e 8º C.
Obs: Após a diluição, a vacina deve ser aplicada no prazo máximo de 1 hora.

O início da proteção ocorre entre ô oitavo e o décimo dia, após a administração da


vacina.

Vacina contra Febre Tifóide


Indicada para comunicantes íntimos de portadores, e para viajantes ou residentes
de áreas de grande incidência.
Idade para Vacinação: A partir de 6 meses.
Via de Administração: Subcutânea (SC).
Dosagem:
- 0,5 ml para crianças com mais de 10 anos.
- 0,25 ml em crianças de 6 meses a 9 anos e 11 meses.
Doses e Intervalo: Duas doses, com intervalo de 4 ou mais semanas ou três doses com
intervalo semanal.
Reforços: A cada 3 anos, se a exposição se mantiver.
Contra-Indicações: Febre e Processo Viral.

Vacina contra Meningite por Haemophylus Influenzae B


Idade para Vacinação: A partir de 2 meses (até 5 anos).
Doses e Intervalos:
- 03 doses entre 2 meses e 6 meses ou;
- 02 doses entre 6 meses e 11 meses, com intervalo de 30 a 60 dias.
Via de Administração: Intramuscular na região glútea ou deltóide.
Dosagem: 0,5 ml.
Contra-Indicações: As mesmas das contra-indicações gerais.
Obs: Dose única a partir de 1 ano.

Vacina Meningocócica AJC


Idade para Vacinação: A partir de 2 anos.
Dose: Única.
Reforços: A cada 3 anos.
Dosagem: 0,5 ml.
Via de Administração: Intramuscular na região deltóide ou glútea.
Contra-Indicações: As mesmas das contra-indicações gerais.
Obs: Em casos de epidemia, aplica-se a vacina aos 18 meses e um reforço aos 2 anos.

Vacina contra Hepatite A


Idade para Vacinação: A partir de 12 meses.
Doses e Intervalos: 3 doses.
- As 2 primeiras com intervalo de 30 dias e a 3a dose 6 meses após a dose inicial.
Dosagem:
- Crianças: 0,5 ml.
- Adultos: 1,0 ml.

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Via de Administração: Intramuscular, no deltóide.
Reação Pós-Vacina:
- Pode ocorrer cefaléia, mal estar, fadiga, febre, náuseas e perda do apetite.
Conservação: Em geladeira entre 2º e 8º C.

Vacina contra Rubéola


Indicação: Mulheres e Adolescentes.
Dose: Única.
Dosagem: 0,5 ml.
Via de Administração: Subcutânea profunda.
Obs: Assegurar-se que a cliente não esteja grávida e nem fique nos primeiros 90 dias após
a sua administração.

Vacina contra Varicela


Idade para Vacinação: A partir de 12 meses.
Dose: Única.
Dosagem: 0,5 ml.
Via de Administração:
- Subcutânea profunda ou intramuscular na região deltóide ou glútea.
Obs: Em adolescentes maiores de 12 anos aplicar 2 doses, em intervalo de 30 a 60 dias.

Vacina Contra Gripe (Vaxigrip)


Idade para Vacinação: A partir de 6 meses.
Dose: Única.
Via de Administração: Intramuscular na região deltóide ou glútea.
Obs: Já vem com seringa própria.

Vacina Anti-Herpética
Indicação:
- Recomenda-se para clientes portadores de herpes vírus (oftálmico, orogenital, Zooster).
Doses e Intervalos: 3 séries de 6 doses, uma a cada 7 dias.
Reforço: Após 6 meses e após 1 ano (sempre em três séries).
Via de Administração: Subcutânea profunda.
Obs: Essa vacina diminui a freqüência e a gravidade das lesões, melhorando o
conforto do cliente.

Vacinas de Alergias Respiratórias (asma, bronquite, rinite alérgica).


Indicação: É administrada após teste de sensibilidade.
O tratamento é feito em 3 fases
- Primeira fase: a cada 7 dias.
- Segunda fase: a cada 15 dias.
- Terceira fase: a cada 30 dias.
Idade para Vacinação: A partir de 2 anos (ou a partir de 1 ano, a critério médico).
Via de Administração: Subcutânea.

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Vacina Pneumo 23
Idade para Vacinação: A partir de 2 anos.
Indicação:
- Específica para pacientes imunodeprimidos, esplenectomizados, idosos (> de 60 anos).
Reforço: A cada 5 anos.
Via de Administração: Intramuscular na região glútea ou deltóide.
Obs: Já vem com seringa própria.

C. Programa de Saúde do Adulto


Tem como objetivo a prevenção e controle das doenças crônico-degenerativas (em
especial hipertensão arterial e diabetes mellitus), das doenças transmissíveis pela
imunização e o controle da tuberculose e hanseníase.

O programa de assistência ao adulto se divide em 4 sub-programas:

1 - Objetivos do sub-programa Diabetes


• Diagnosticar e tratar precocemente a doença e suas alterações.
• Acompanhar o paciente ambulatoriamente, visando o controle dos sintomas e
complicações agudas.
• Desenvolver atividades educativas, a fim de promover a integração do paciente na
sociedade e no trabalho.

Noções sobre Diabetes Mellitus


É o excesso de açúcar no sangue, ocasionado pela falta de insulina no organismo,
causado por mau funcionamento do pâncreas.

Quadro Clínico
- Poliúria.
- Polidipsia.
- Cansaço.
- Polifagia.
- Perda de peso.
- Dormência ou dor nas mãos e pés.
- Perda de consciência em casos extremos.

Controle do Diabetes
Feito através de dieta, medicação (insulina ou hipoglicemiante oral) e exercícios
físicos moderados.

Orientação
- Quanto à medicação, dieta e exercícios físicos.
- Incentivo ao tratamento e educação para a auto aplicação, autocontrole e monitorização.
- Participação em grupos especializados.
- Cuidados gerais de higiene.
- Importância do cuidado com os pés.

2 - Objetivos do sub-programa Hipertensão


• Captar os hipertensos não tratados ou tratados inadequadamente.
• Possibilitar orientação e tratamento dos casos detectados.

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• Reabilitar os casos com seqüelas.
• Conscientizar o indivíduo quanto a importância da dieta e da medicação.

Noções sobre Hipertensão Arterial


É a elevação da pressão arterial igual ou superior que 150 x 90 mm Hg. Pode causar
doenças cardíacas, renais e acidente vascular cerebral (A.V.C.).

Quadro Clínico
- Cefaléia (principalmente na nuca).
- Taquicardia.
- Fraqueza.
- Tontura.
- Náuseas.
- Mal Estar.

Controle da Hipertensão Arterial


- Dieta hipossódica ou assódica.
- Perda de peso, se necessário.
- Acompanhamento médico.
- Controle freqüente da pressão arterial.
- Medicações (anti-hipertensivos).

Orientações
- Quanto à continuidade da medicação prescrita.
- Quanto à dieta.
- Evitar stress e o nervosismo.
- Participação em grupos especializados.

3 - Objetivos do sub-programa Hanseníase


• Diagnóstico precoce reduzindo o índice de morbidade.
• Estimular a apresentação voluntária.
• Preservar a unidade familiar e estimular a integração social.
• Eliminar o estigma da doença.

Noções sobre Hanseníase (Lepra)


É uma doença infecto-contagiosa exclusiva da espécie humana, causada pelo bacilo
Mycobacterium Leprae, que atinge a pele e os nervos.
A transmissão dessa doença ocorre através de vias aéreas superiores e ferimentos.
A hanseníase não é hereditária e sua disseminação ocorre através dos vasos
linfáticos.
No início, ela está na fase indeterminada porém, pode evoluir para formas mais
graves.

Quadro Clínico
- Manchas hipocrônicas e insensíveis.
- Queda dos pelos.
- Dormência e formigamento.
- Regiões Anestesiadas.

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Diagnóstico
- Exame físico e anamnese.
- Baciloscopia.
- Biopsia das lesões.
- Reação de Mitsuda.
- Testes de sensibilidade ao calor, dor e tato.

Teste ou Reação de Mitsuda


É usada uma suspensão de M leprae, inativado pelo calor e adicionado de ácido
fênico.
Dose: Aplicado 0,1 ml intradérmico na face interna do braço esquerdo.
Leitura: Feita na 4ª Semana.
- Ausência de infiltração. = Negativo (H)
- Infiltração 3 - 5 mm. = Positivo fraco (+)
- Infiltração 6 - 10 mm. = Positivo franco (++)
- Infiltração + 10mm. = Positivo intenso (+++)
Interpretação
- Positivo = Resistente a Doença
- Negativo = Pouca Resistência.

Obs: Um resultado “positivo” desse teste indicará que o indivíduo apresenta certa
resistência e pode evoluir para a forma tuberculóide. Ao contrário, um resultado “negativo”
indicará falta de resistência e provável evolução para forma Virchowiana.

Orientações
• Proteção dos pés e mãos, devido a falta de sensibilidade.
• Exame físico freqüente, para detecção de possíveis lesões.
• Quanto ao cuidado com as lesões existentes:
- Importância do tratamento e dos medicamentos corretos.
- Importância dos exames anuais para controle.

4 - Objetivos do sub-programa Tuberculose


• Reduzir a morbidade e mortalidade, através de programas de orientação.
• Diagnóstico e tratamento precoce dos pacientes.
• Orientação e tratamento, quando-necessário, dos comunicantes.

Noções sobre Tuberculose


É uma doença crônica e contagiosa, causada pelo bacilo de Koch.
Afeta qualquer idade, porém, é mais comum entre indivíduos de 15 a 35 anos.
Sua transmissão e disseminação estão muito ligadas ao fator sócio-econômico da
população.

Quadro Clínico
- Tosse que persiste ao tratamento comum.
- Hipertermia à tarde.
- Sudorese à noite.
- Dor no peito ou nas costas.
- Perda de peso.
- Fraqueza.

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- Palidez.
- Anorexia.
- Escarro hemoptóico (em casos avançados).

Diagnóstico
- Cultura de BK no escarro.
- Raio X de tórax.
- Prova Tuberculínica (PPD - teste de Manteaux): em casos específicos.

Teste de Manteaux
É usada uma proteína purificada, extraída da cultura de bacilos mortos da
tuberculose.
Dose: Aplicado 0,1 ml intradérmico na face anterior ou dorsal do braço.
Leitura: Feita após 72 horas.
Característica do Teste: Forma uma enduração (botoeira).
Interpretação
- 0 - 4mm = não reator.
- 5 - 9mm = reator fraco (duvidoso).
- > 10mm = reator forte.

Obs: Esse teste auxilia no diagnóstico, porém, não deve ser usado isoladamente (a
reação “positiva” indica que o indivíduo teve contato com o bacilo, mas não que tenha a
doença, porém deve receber o tratamento preventivo).

Tratamento
- Medicamentos (por um período de, no mínimo, 3 meses).
- Dieta
- Repouso.

Orientações
- Importância do tratamento correto.
- Importância da alimentação adequada e repouso.
- Higiene.
- Importância do acompanhamento médico.

O programa de assistência ao adulto é desenvolvido de maneira periódica,


atendimento mensal ou eventual, através do atendimento médico, de enfermagem ou de
outros profissionais da saúde e deve ser dada ênfase à educação e orientação do paciente e
seus familiares.

D. Programa de Saúde Mental


Tem como objetivo promover, proteger e recuperar a saúde mental da população e
reduzir os riscos de morbidade psiquiátrica.

Atividades Desenvolvidas
- Discussões sobre saúde mental junto à população.
- Trabalhos em grupos de gestantes, pais, tuberculosos e hansenianos.
- Diagnóstico e tratamento a nível ambulatorial de clientes encaminhados de outros
serviços de saúde.
- Orientação quanto a importância do tratamento correto.

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- Auxiliar na readaptação social.
- Assistência a todos que necessitem atendimento específico nessa área.

A assistência é desenvolvida de maneira periódica ou eventual, através de


atendimento médico, de enfermagem e de outros profissionais da saúde.

E. Programa de Saúde do Idoso


Tem como objetivo a prevenção e controle das doenças crônico-degenerativas
próprias da senilidade, procurando diagnosticá-las o mais precocemente possível, para
orientar e tratar adequadamente.
Tem como objetivo também manter o idoso o mais lativo possível.

Atividades Desenvolvidas
- Palestras e discussões sobre os processos de diminuição gradual da capacidade fisiológica
e como conviver com ela.
- Atendimento médico.
- Promover encontros da terceira idade com organização de bailes, festas, caminhadas.
- orientar quanto à importância da alimentação e hidratação corretas.
- orientar quanto à importância de visitas periódicas ao médico.
- orientar quanto às atividades que pode realizar em casa.
- orientar quanto aos cuidados de higiene.
- orientar quanto à importância da participação nos programas de assistência específicos.

A assistência é desenvolvida de maneira periódica ou eventual, através de


atendimento médico, de enfermagem e de outros profissionais de saúde (psicólogo,
assistente social, etc.), dando especial atenção à orientação do paciente e à família para
uma melhor adaptação de ambos.

Calendário de Vacinação do Adulto e do Idoso


A partir de 20 anos.
• dT - 1ª dose - contra difteria e tétano. A partir dos 20 (vinte) anos, gestante, não
gestante, homens e idosos que não tiverem comprovação de vacinação anterior,
seguir o esquema acima de 3 doses. Apresentando documentação com esquema
incompleto, completar o esquema já iniciado. O intervalo mínimo entre as doses é
de 30 dias.

• FA - dose inicial - contra febre amarela. Adulto / idoso que resida que irá viajar
para área endêmica (estados: AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF),
área de transição (alguns municípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e
área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Em viagem
para essas áreas, vacinar 10 (dez) dias antes da viagem.

• SR e/ou SCR - dose única - contra sarampo, caxumba e rubéola. A vacina dupla
viral - SR (Sarampo e Rubéola) e/ou a vacina tríplice viral - SCR (Sarampo,
Caxumba e Rubéola) deve ser administrada em mulheres de 12 a 49 anos que não

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tiverem comprovação de vacinação anterior e em homens até 39 (trinta e nove)
anos.

2 meses após a 1ª dose contra Difteria e Tétano


• dT - 2ª dose - contra difteria e tétano.

4 meses após a 1ª dose contra Difteria e Tétano


• dT - 3ª dose - contra difteria e tétano.

A cada 10 anos por toda a vida


• dT - reforço - contra difteria e tétano. Mulher grávida que esteja com a vacina em
dia, mas recebeu sua última dose há mais de 05 (cinco) anos, precisa receber uma
dose de reforço. Em caso de ferimentos graves em adultos, a dose de reforço deverá
ser antecipada para cinco anos após a última dose.
• FA - reforço - contra febre amarela.

60 anos ou mais
• Influenza - dose anual - contra influenza ou gripe. As vacinas contra Influenza são
oferecidas anualmente durante a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso.

• Pneumococo - dose única - contra pneumonia causada pelo pneumococo. A


vacina contra pneumococos é aplicada durante a Campanha Nacional de Vacinação
do Idoso nos indivíduos que convivem em instituições fechadas, tais como casas
geriátricas, hospitais, asilos e casas de repouso, com apenas um reforço cinco anos
após a dose inicial.

Problemas Comuns na Senilidade e Cuidados a serem Dispensados


• Fragilidade Emocional
- Ouvir seus problemas e dispensar-lhe algum tempo de atenção diária.
- Dar oportunidade para ele executar tarefas cotidianas.
- Pedir sua opinião sobre assuntos discutidos.
- Evitar mudanças bruscas em sua rotina.
- Procurar ajuda especializada para auxiliá-lo.

• Momentos de Amnésia
- Não demonstrar impaciência diante de seus lapsos de memória.
- Procurar ajuda especializada.
- Dar-lhe atenção, sempre que possível.

• Diminuição da Acuidade Sensorial


- explicar que esta diminuição é um processo normal.
- fazê-lo entender a necessidade de ajuda para realizar algumas tarefas.
- em caso de inapetência, oferecer-lhe alimentos diversificados.
- em caso de diminuição da audição, falar claro, em tom alto e olhando para o idoso.

• Diminuição da Resistência Orgânica


- Evitar gripes e resfriados.
- Evitar contato com pessoas com processo infeccioso.
- Evitar acidentes.
- Manter a pele bem hidratada.
- Colocar apoio no quarto e no banheiro para auxiliá-lo na movimentação.

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• Distúrbios Digestivos
- Oferecer alimentos leves e sem gordura.
- Fazer várias refeições ao dia.

• Tendência a Arteriosclerose
- Evitar alimentos ricos em colesterol.
- Estimular e promover exercícios leves (caminhadas).

• Alterações na Eliminação Renal


- Estimular ingestão hídrica durante o dia.
- Higiene adequada e freqüente.
- Uso de fraldas, se necessário.

F. Programa de Saúde do Trabalhador


Tem como objetivo promover e preservar a saúde dos trabalhadores.
As ações básicas para se conseguir a saúde ocupacional são feitas pelos profissionais
de Segurança, Higiene e Medicina do trabalho, através de técnicas simples, que visam a
prevenção primária e a proteção da saúde.
São realizados através de exames pré-admissionais, exames periódicos de saúde,
fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI’s) e da atuação da Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

Exercícios Propostos
1. O que são Programas de Saúde e quais os seus objetivos?
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2. Cite os objetivos do Programa de Saúde da Mulher.


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3. Quais os exames ginecológicos mais conhecidos para prevenção do
câncer de colo uterino? Explique-os e cite por quem são realizados.
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4. Quais são os fatores predisponentes para o câncer de mama?


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5. O que você entende por auto-exame de mama?


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6. Quem realiza o exame e o auto-exame de mamas?


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7. Qual o período ideal para se fazer o auto-exame de mamas?


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8. Cite os cuidados que o auxiliar de enfermagem deve ter quando a


paciente for fazer exame de prevenção de câncer de colo uterino?
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9. Qual o objetivo da assistência no pré-natal?


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10. Cite as atividades que são realizadas na assistência ao pré-natal.


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11. O que são e para que servem os métodos anticoncepcionais?
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12. Cite alguns métodos anticoncepcionais.


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13. Defina Planejamento familiar.


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14.O que é puerpério e quais são as atividades realizadas na assistência ao


puerpério?
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15. Explique: climatério e menopausa.


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16.Quais são os objetivos da assistência ao climatério, e quais atividades


são realizadas?
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17. Quais os objetivos do Programa de Saúde à criança?


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18. Porque é importante se fazer o acompanhamento periódico do


crescimento e desenvolvimento da criança?
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19.Qual o objetivo da assistência à saúde odontológica?


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20. Que orientações você daria à criança ou à mãe, para evitar a cárie
dentária?
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21. Cite as atividades realizadas no Programa de Assistência à criança.


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22. Defina: imunização, imunidade, imunidade adquirida passiva natural e


imunidade adquirida ativa.
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23. Qual o objetivo do Programa Nacional de Vacinação?


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24. O que são vacinas?


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25. Complete os quadros abaixo

Idade Vacinas
BCG
DPT e Poliomielite
Sarampo
Tríplice Viral
dT
Hepatite B

Vacinas Cobre qual Doença


DPT
Hepatite B
BCG
Tríplice viral
dT
Poliomielite

26. Qual a via de administração das seguintes vacinas: DPT, tríplice viral,
BCG, Sabin, Hepatite B e Sarampo?
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27. Qual a diferença entre a vacina dupla infantil e dupla adulto?


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28. Porque é importante a gestante ser imunizada contra o tétano?


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29. Cite algumas vacinas do calendário extra-oficial.


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30. Quais os objetivos do Programa de Saúde do adulto?


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31. Cite as principais doenças abrangidas pelo Programa de Assistência do


Adulto.
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32. Quais os objetivos dos sub-programas de: tuberculose, Diabetes


Mellitus, Hanseníase, hipertensão?
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33. Cite os sinais e sintomas de: tuberculose, Diabetes Mellitus,


Hanseníase e hipertensão.
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34. Explique para que são realizados os testes de: Mitsuda e Manteaux.
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35. Como é feito o diagnóstico da: tuberculose e Hanseníase?


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36. Que orientações você daria a um paciente com: tuberculose, Diabetes


Mellitus, Hanseníase, hipertensão?
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37. Quais os objetivos do Programa de Saúde do Idoso?


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38. Cite as atividades realizadas no Programa de Saúde do Idoso.


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39. Que orientações você daria à família de um idoso quanto a: fragilidade


emocional, diminuição da resistência orgânica, amnésia?
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40. Quais os objetivos do Programa de Saúde Mental?


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41.Cite as atividades realizadas no Programa de Saúde Mental.


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42. Cite os objetivos do Programa de Saúde do Trabalhador.


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43. Como é feito o controle da saúde do trabalhador?


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UNIDADE VI
Visita Domiciliar
E uma ação de saúde feita junto às famílias, no seu local de moradia, com o objetivo
de conhecer a realidade e coletar dados para auxiliar o planejamento da assistência,
visando a promoção e proteção da saúde de grupos da comunidade.
É realizada pelo auxiliar de enfermagem, enfermeiro ou agente de saúde.

Objetivos da Visita Domiciliar


• Prestação de cuidados simples de enfermagem, quando for necessário ao cliente e
conveniente ao serviço de saúde.
• Orientação de um ou mais membros da família, para a prestação de cuidados
simples e de higiene no domicílio.
• Supervisão dos cuidados delegados aos familiares (é feita com visitas periódicas).
• Coleta de informações sobre as condições sócio-econômicas da família.
• Coleta de informações sobre as condições de saúde da família.

Importante
• A atitude do agente de saúde é fundamental para o sucesso da realização da visita.
• O profissional deve assumir atitude compreensiva para com as dificuldades que a
família enfrenta (deve ser simpático, permitir que a família exponha seus
problemas, respeitando seus traços culturais e experiências).
• Não deve assumir atitude crítica, dizendo à família que tudo está errado (primeiro
deve conquistar a confiança das pessoas, para depois sugerir e aconselhar mudanças
nos hábitos familiares).
• As visitas domiciliares devem ser anotadas sempre que realizadas, evitando-se fazer
anotações na frente do cliente.
• O preenchimento atende às exigências de cada instituição.

Exercícios Propostos
1. O que é visita domiciliar?
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2. Quais os objetivos da visita domiciliar?

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3. Quem realiza a visita domiciliar?


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4. Que cuidados deve ter a pessoa que realiza a visita domiciliar?


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UNIDADE VII
Noções de Saneamento Básico
Além de conservar e melhorar a saúde, a Saúde Pública se encarrega de prevenir a
doença, orientando não apenas o homem doente, mas também os que não estão,
investigando as causas das doenças que existem no ambiente que o rodeia.
A saúde pública, no controle das doenças, tem como um de seus principais aliados o
“saneamento do meio”.
Saneamento do meio, segundo a OMS, é “o controle de todos os fatores do meio
físico que exercem ou podem exercer efeito deletérico sobre o bem estar físico, mental e
social do ser humano”.

Objetivos do Saneamento do Meio


-Abastecimento de água potável suficiente e adequada ao consumo.

- Coleta e disposição de águas residuais (esgotos, sanitários, resíduos líquidos industriais,


águas pluviais).

- Acondicionamento, coleta, transporte e/ou destino do lixo e limpeza urbana.

- Combate à poluição das águas, ar e do solo.

- Controle de qualidade dos alimentos.

- Saneamento dos locais de trabalho, das escolas, dos hospitais, das habitações e dos
clubes.

- Saneamento e planejamento territoriais.

- Saneamento dos meios de transporte.

- Saneamento nas situações de emergência: (enchentes, terremotos, etc.).

- Controle dos roedores e artrópodes causadores de zoonoses.

- Controle da poluição ambiental (ruídos e a localização de cemitérios, lixões, etc.).

42
Saneamento Básico:
É a parte do saneamento do meio voltada para os seguintes serviços:

- Abastecimento de água.

- Coleta e disposição de esgotos.

- Acondicionamento, coleta, transporte e destino do lixo.

- Água
Formando rios, lagos, oceanos, lençóis subterrâneos, vapor da atmosfera etc.
A água está em constante movimentação no nosso planeta, através do ciclo
hidrológico.
O calor solar provoca a evaporação; o vapor sobe e precipita-se sob a forma de
chuva, granizo ou neve.
Parte dessa precipitação tendo alcançado o solo, corre superficialmente em direção
aos lagos, rios e oceanos; outra penetra a terra, formando os lençóis subterrâneos, e outra
ainda, volta para a atmosfera.

Classificação das Águas


- Meteóricas = chuva, neve.
- Superficiais = rios, oceanos, lagos.
- Subterrâneos = lençóis freáticos e lençóis artesianos.

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Lençóis Freáticos ou Livres: São de água livre e fica mais próxima a superfície
podendo, portanto, ser mais facilmente contaminado.

Lençóis Artesianos: a água encontra-se entre camadas impermeáveis sem


contaminação, porém, podem conter substâncias minerais dissolvidas em excesso, o que a
torna imprópria para o consumo.

Uso da Água
- Doméstica: Alimentação, higiene pessoal e ambiental.
- Pública: Escolas, hospitais.
- Comercial: Bares, restaurantes, escritórios.
- Recreacional: Piscinas.
- Agrícola: criação de animais, irrigação de plantações.
- Industrial: Como matéria prima.

Água e Doenças
Água como veículo de doenças por agentes microbianos.
Ex: Cólera, febre tifóide, poliomielite, etc.

Água como causadora de doenças por conter agentes químicos.


Ex: Pesticidas, despejos industriais, chumbo.

Abastecimento de Água
Meio Rural
Nos meios rurais, onde não existe sistema de água encanada, o abastecimento é
feito através da retirada de água de poços, rios etc., sendo que a captação da água é feita
principalmente através de poços (freáticos ou artesianos).
Para que os poços freáticos ou rasos não sejam contaminados, é preciso que sejam
obedecidos alguns critérios como:

- Perfurar o poço a uma distância mínima de 50m em relação à habitação.

- Manter o poço cercado impedindo assim a contaminação da terra que o circunda e da


água que ele serve.

- Usar outro material que não corda para puxar a água do poço, pois pode ser fonte de
microorganismos, sendo mais aconselhável o uso de bombas normal ou motorizada.

- Manter o poço sempre coberto evitando assim as enxurradas e o acesso de animais.

- De preferência, construir uma parede de tijolos ao redor da abertura do poço, para


formar uma barreira contra a penetração de águas externas e outras sujidades.

- Localização: Devem ser localizados no ponto mais elevado do lote e direção oposta aos
escoamentos provenientes de fossas, depósitos de lixo, etc.

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Recomendam-se as Seguintes Distâncias
- A 15 metros de fossas secas a 20 metros de fossa séptica a 45 metros de fossa negra.
- A 15 metros de depósitos de lixo.

Desinfecção:
- Deve ser feita sempre após o término da construção do poço.
- Após qualquer reparo e sempre que houver suspeita de contaminação.
- Utiliza-se hipoclorito de sódio ou hipoclorito de cálcio.

Meio Urbano
Nos meios urbanos, onde ocorrem maiores concentrações populacionais, há a
necessidade de um sistema público de abastecimento de água.

O processo de tratamento da água pública consiste, basicamente, em:


- Manancial: é a fonte de água (rios, córregos, represas).

- Sistema de Captação: conjunto de obras que possibilitam a retirada de água dos


mananciais (barragens).

- Reservatório de Acumulação: armazenam um certo volume de água.

- Adução: conjunto de encanamentos e peças destinados a promover a circulação da água


entre os diversos elementos do sistema de abastecimento.

- Recalque: conjunto de bombas e motores complementares.

- Tratamento: reduz as impurezas e melhora a qualidade da água.

- Distribuição: conjunto de tubulações e peças destinadas a conduzir a água até as


instalações prediais.

Nas instalações prediais (residenciais, comerciais, industriais, hospitalares) devem


ser observados alguns cuidados:

- A caixa d’água deve ser lavada com água sanitária a cada 6 meses.

- A água de ingestão deve ser filtrada, fervida (15 minutos após levantar fervura), ou
clorada (1 gota de cloro para cada litro d’água).

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Esgotos
Os esgotos são constituídos por excretas humanos e água de uso doméstico,
comercial, industrial, etc.
A disposição inadequada de esgotos, principalmente em países subdesenvolvidos,
pode disseminar doenças que, associadas a outros fatores, como má nutrição, resultam em
um alto índice de morbidade e mortalidade.
As doenças mais comuns derivadas da disposição inadequada de esgotos são:

• Diarréia.

• Verminose.

• Teníase.

• Esquistossomose.

• Cólera e outras.

Os esgotos contribuem também para a proliferação de insetos (moscas, mosquitos),


roedores e outros vetores de doenças.

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Coleta e Tratamento
Existem dois tipos de sistema de disposição de esgoto doméstico: o do meio rural e
o do meio urbano.

No Meio Rural
O tipo de solução usada para coleta dos dejetos são as fossas.

- Fossa Seca:
Esse tipo de fossa é feito especificamente para a deposição de dejetos humanos, sem
auxílio ou interferência de água, e nela as águas domésticas não têm acesso.
É construída fazendo-se uma escavação não profunda, de cerca de 2,5 metros, sem
atingir o lençol freático (fica a 1,5 metro deste, evitando a contaminação).
A fossa seca deve ser protegida contra enxurradas, coberta por uma “casinha” sem
luz direta, com ventilação junto ao teto e sem janelas, para evitar moscas.
Esse tipo de fossa deve ser utilizado somente até que os dejetos alcancem cerca de
40 cm abaixo do nível do terreno, quando então deve ser aterrada, abrindo-se outra em
local diferente.
Enquanto a fossa estiver em uso, sua abertura deve ser mantida fechada com tampa
de madeira ou de cimento.
- A distância entre a fossa e um poço de água deve ser de, no mínimo, 15 metros.

- Fossa Negra:
É um tipo de fossa semelhante à fossa seca, porém o seu fundo atinge ou está a uma
distância inferior a 1 ,5m do lençol freático. Não é uma solução recomendável do ponto de
vista sanitário, pois contamina o lençol freático. Seu uso só é tolerável quando o
abastecimento de água não for proveniente do lençol freático ou quando puder ser
localizado, no mínimo, a 45m de distância do poço e em local inferior a este.

Fossa Séptica:
Consistem em caixas de concreto fechadas e impermeáveis, enterrada no solo, que
recebe todo o dejeto proveniente dos vasos sanitários, lavatórios, tanques de lavar roupa,
pias de cozinha e ralos.
É aconselhável que as águas provenientes das pias de cozinha, passem por uma
caixa de gordura antes de chegarem à fossa.
Na caixa séptica, as matérias insolúveis do esgoto doméstico são digeridas e
sedimentadas, sofrendo decomposição por meio da ação de bactérias anaeróbias.
A limpeza dessas caixas deve ser feita a cada 6 meses ou 2 anos.
O uso da fossa séptica limita-se a mais ou menos 300 pessoas.

No Meio Urbano
Com o crescimento das comunidades e o aumento da concentração demográfica,
tornou-se necessária a utilização de soluções de caráter coletivo (sistema público) para
remoção e a disposição das águas residuais.
As águas residuais provêm basicamente de quatro fontes:
- Esgotos Domésticos: material fecal, águas de lavagem (banho, roupas, utensílios e pisos).
- Resíduos Líquidos Industriais: são, de modo geral, líquidos orgânicos provenientes de
indústrias alimentícias, matadouros e outras fontes similares.
- Águas Pluviais.

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- Águas de Infiltração: provenientes do sub solo, introduzindo-se na rede de esgotos.

O esgoto sai pelas canalizações sanitárias individuais, sendo despejado nos coletores
gerais das ruas, de onde é encaminhado para uma estação de tratamento.
As estações de tratamento têm como objetivo reduzir os conteúdos orgânico,
inorgânico e microbiano, limitando os riscos que estes representam para a saúde pública e
o meio ambiente.
Dessa forma, preservam-se os rios, lagos e mares para fins de abastecimento,
agricultura, indústria e recreação.
Existem vários tipos de tratamento de esgoto: lagoa de oxidação, decantadores,
grades, desintegradores, etc.

- Resíduos Sólidos ou Lixo:


Os resíduos sólidos (lixo), constituem-se de resíduos das atividades humanas ou
materiais considerados imprestável ou irrecuperável.
O lixo participa direta ou indiretamente, da poluição ambiental, podendo
disseminar baratas, moscas, ratos, aumentando dessa forma, a incidência de zoonoses.
A contaminação do solo, das águas e dos animais pelo lixo propicia o aumento da
incidência de doenças como diarréia, verminose, cólera, leptospirose, etc.

Classificação do Lixo:
- Domiciliar: proveniente das residências.
- Comercial: proveniente de estabelecimentos comerciais.
- Industrial: proveniente das indústrias.
- Público: proveniente da varreção e capinação de vias, parques, mercados, etc.
- Radioativo: proveniente de usinas atômicas.
- Contaminado: proveniente de hospitais, laboratórios, ambulatórios, etc.

Fases dos Cuidados com o Lixo


- Acondicionamento.
- Coleta.
- Transporte.
- Tratamento e/ou disposição final.

Acondicionamento:
O acondicionamento inadequado do lixo oferece meios para proliferação e
desenvolvimento, principalmente, de moscas, ratos e baratas.
O acondicionamento é de responsabilidade direta da população.

a) Recipiente a ser Utilizado:


- Pode ser: metálico, plástico rígido, ou saco plástico não transparente.
- Deve ser: hermético, com fechamento adequado, resistente, de capacidade para seu fim.

b) Manipulação de Resíduos Putrescíveis:


- Restos orgânicos, animais e vegetais devem ser previamente envolvidos em papel, o que
reduzirá odores e acesso de insetos.

c) Conservação dos Recipientes e Arredores:


- Recipientes não descartáveis devem ser lavados após a coleta de lixo.
- Os locais ao redor do recipiente devem ser mantidos limpos.
- Recomenda-se a utilização de prateleiras ou bases para sustentar os recipientes, o que
dificulta ou impede o acesso de ratos, baratas, cães, etc.

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Coleta e Transporte do Lixo:
É um serviço público (atualmente terceirizado).

a) Local e Freqüência:
- Local: normalmente o lixo a ser coletado é colocado na calçada, na frente de casa.
- Freqüência: o lixo domiciliar é coletado geralmente 3 vezes por semana.
- Lixo de hospitais, comerciais e de escolas deve ser coletado diariamente.

b) Sistema de Coleta e Transporte:


Os veículos utilizados na coleta de lixo e seu transporte podem ser de tração animal
(em pequenas comunidades) ou de tração mecânica e podem ter:
- Carroceria Comum: não recomendável por permitir derrame de resíduos nas vias
públicas e deixar o lixo exposto.

- Carroceria Convencional (tipo Prefeitura ou tipo baú): tem as mesmas


desvantagens da carroceria comum e exige a presença de uma pessoa no alto da caçamba,
devido à altura da mesma.

- Carroceria Especial (com compressão do lixo no interior da caçamba): tem as


vantagens de evitar derrame de resíduos, aproveitamento integral do espaço da carroceria,
ser coberta e impermeável, protege o operário de acidentes.

Tratamento e/ou Disposição Final do Lixo:


O tratamento e/ou disposição final do lixo, quando inadequado, cria problemas
sanitários e prejuízos econômicos.
Para o tratamento do lixo no local em que foi produzido, têm sido postas em prática
as seguintes medidas:
- Trituração - Predial: aparelhos especiais liquidificam o lixo e o despeja nos esgotos
(somente para restos de alimento).
- Incineração Predial: usado em edifícios e hospitais: método caro que requer controle
técnico e causa poluição do ar.

Para o tratamento do lixo pelo sistema público, os métodos mais indicados são:
- Aterro Sanitário: método eficiente que não causa dano ao ambiente. O lixo é
depositado em uma escavação previamente preparada no terreno, espalhado, compactado,
coberto diariamente com camadas de terra de 15 cm de espessura e compactado
novamente.
É um processo de custo mais elevado, que exige técnica e local apropriado.
- Digestão Aeróbica: tratamento feito por fermentação, que visa estabilização da
matéria orgânica em adubo podre. O adubo resultante não é aconselhável para alimentos
que são consumidos crus.
- Reutilização dos Resíduos: este método permite o reaproveitamento de metais,
papel, vidro, trapos e plásticos como matéria prima. É utilizado o método da coleta
seletiva.
- Incineração: é um método eficiente, desde que não contribua para a poluição do ar. As
cinzas produzidas requerem solução quanto ao destino. As latas devem ser separadas e
compactadas
- Sistema de Desativação Eletrotérmica: é feito por uma máquina, similar a

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gigantescos fornos de microondas, que esquenta e fuzilam a estrutura molecular dos
germes, sem queimar o lixo nem produzir fumaça.
Após esse processo, o lixo pode ser depositado em aterros sanitários convencionais.
Este é o método mais moderno que existe e será usado para tratar o lixo hospitalar.

Outros Métodos Utilizados, mas que não são Recomendáveis:


- Aterro a Céu Aberto: é o tipo de aterro conhecido como lixão, um sistema
inconveniente, que causa grandes problemas sociais e de saúde.

- Espalhamento ou Semi Enterramento: utilizado pelos chacareiros como adubo


e/ou como alimento para os animais.

Lixo Hospitalar:
É o conjunto de resíduos resultantes das atividades do hospital.

Classificação:
- Resíduos Médico-Cirúrgicos: são aqueles provenientes das salas de cirurgia, de
parto, de curativo e laboratório.
- Resíduos Alimentares: é o refugo de preparo de alimentos e sobras não utilizadas por
pacientes e funcionários.
- Ciscos: resíduos provenientes de limpeza geral do hospital (papel, trapos, latas,
varreduras de piso, etc.).
- Resíduo Séptico: é todo lixo proveniente de unidades consideradas contaminadas.

Cuidados com o Lixo Hospitalar


Armazenamento:
O lixo deve ser depositado em recipientes facilmente acessíveis, fechados e passíveis
de limpeza adequada. Uma das soluções adotadas tem sido o uso de “containers”.
Deve ser armazenado em áreas amplas, em local de fácil acesso, porém isolado, e
devem ser mantidas boas condições de limpeza.

Acondicionamento:
Deve ser acondicionado em sacos descartáveis de polietileno de coloração branco
leitosa.
Material cortante deve ser previamente acondicionado em latas ou caixas
reforçadas.
Lixo séptico deve ser separado e identificado com listras padronizadas, avisos, etc.

Transporte:
Deve ser feito em veículos próprios: fechados, não permitindo o derramamento do
lixo e passíveis de limpeza adequada.

Destino final:
Atualmente a solução indicada por lei é a incineração, porém já foram importadas
máquinas que operam pelo sistema de desativação eletrotérmica, que serão usados para
esse fim.

Saneamento de Habitação:
Uma habitação adequada faz parte das necessidades básicas do homem,
contribuindo para seu bem-estar físico, mental e social. Proporciona abrigo e preserva a
intimidade e individualidade das pessoas.

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A proliferação de favelas, cortiços e habitações subnormais, a falta de espaço, a
ausência de saneamento básico, a promiscuidade e a total ausência de conforto contribuem
para o aparecimento de doenças físicas e mentais.

Necessidades Fundamentais de Moradia:


Deve atender às necessidades fundamentais de ordem:
Fisiológica:
- Conforto térmico.
- Conforto acústico
- Conforto visual
- Qualidade e quantidade de ar, água, solo, insolação e espaço.

Psicológica:
- Satisfação estética
- Acesso adequado ao trabalho, escola, serviços de saúde e pontos de lazer.
- Proteção contra acidentes.
- Facilidade para a manutenção de limpeza da casa e higiene dos moradores.

Epidemiológicas:
- Disponibilidade de água em quantidade e qualidade.
- Disposição adequada de esgotos e águas residuais.
- Segurança e limpeza fora do domicílio.
- Local adequado para lavagem de roupa.
- Espaço suficiente para reduzir ao mínimo a infecção por contágio.
- Proteção do reservatório doméstico de água contra a poluição.
- Ausência de insetos e animais transmissores de doenças.

Cabe ao poder público oferecer serviços de saneamento básico, limpeza pública,


transportes, educação de saúde e comunicação.
A higiene da habitação e de seu entorno visa toda a comunidade, não sendo
toleradas, em zonas urbanas, a conservação e criação de animais (porcos, cavalos, etc.).

Saneamento dos Alimentos:


O saneamento dos alimentos consiste em prevenir e combater a interferência de
certos fatores que possam afetar a qualidade dos produtos alimentícios durante os
processos de cultivo, armazenamento, industrialização e consumo, tendo em vista a
promoção da saúde e a prevenção de doenças.
Técnicas de conservação, controles de manipulação, condições normais de produção
e comercialização devem ser utilizados e/ou obedecidos para a oferta de alimentos sadios e
apropriados para o consumo.

Alimentos Impróprios para o Consumo:


Alimentos Contaminados:
São os que provêm da fonte contendo bactérias, vírus, fungos e essa contaminação
pode ter ocorrido devido a vários fatores.
Ex: Vegetais Crus Contaminados por parasitas que causam verminoses.

Alimentos Deteriorados:
São os alimentos que entraram em processo de putrefação e produção de toxinas
devido ao cultivo de fungos, bactérias, vírus, etc.
Essa deterioração pode ocorrer por vários fatores.
Ex: Conservação além do prazo de validade previsto.

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Alimentos Adulterados:
Os que sofreram modificação de características, com perda de nutrientes e /ou
adição de substâncias estranhas e prejudiciais à saúde do consumidor.
Essa adulteração pode ocorrer por vários fatores.
Ex: Utilização de hormônios ou antibióticos em animais de corte ou que forneçam
derivados (ovos, leites).

A qualidade dos alimentos depende do saneamento do meio ambiente, ou seja, do


controle da poluição ambiental, das zoonoses, das condições de trabalho e da saúde do
homem que os cultiva, produz, manipula, comercializa, prepara e serve.

Higiene dos Hábitos Alimentares


Todo o trabalho de saneamento alimentar estará inutilizado se não houver o
cuidado nos pequenos hábitos domésticos, entre eles temos:
- Ferver a água para beber, sempre que possível.
- Proteger os alimentos, mantê-los coberto.
- Não deixar restos de comida nos utensílios usados
- Lavar bem frutas e verduras.
- Não permitir que as crianças comam alimentos que caíram no chão.
- Evitar ingerir carnes cruas ou mal cozidas.
- Não ingerir alimentos velhos ou que exalam odores não compatíveis.
- Desprezar alimentos enlatados se o recipiente estiver estufado, amassado ou enferrujado.
- Isolar utensílios usados por portadores de moléstias infecto-contagiosas.
- Manter rigorosamente limpos os locais usados para as refeições e para o armazenamento
das mesmas.

Além de todos esses controles, o saneamento do meio ainda se ocupa do controle de


vetores e zoonoses, do saneamento dos locais de trabalho, do saneamento das escolas e do
saneamento nas situações de emergências, sempre visando promover e proteger a saúde da
comunidade.

Exercícios Propostos
1. O que é saneamento básico e qual sua importância para a Saúde
Pública?
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2. Defina o que é saneamento do meio.


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3. Qual a importância da água no controle das doenças?


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4. Que orientações você daria a uma pessoa que fosse construir um poço?
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5. Que orientações você daria a uma pessoa sobre o cuidado com a caixa
d’água?
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6. Qual a importância do saneamento do esgoto, no controle das doenças?


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7. Que tipos de fossa existem? Quais são?


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8. Que orientações você daria a uma pessoa que fosse construir uma fossa
seca?
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9. Porque o uso da fossa negra é condenável?


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10. Que orientações você daria a uma pessoa que fosse construir uma fossa
séptica?
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11. Qual a importância do saneamento do lixo para a Saúde Pública?


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12. Fale como dever ser feito: o acondicionamento do lixo, a coleta e o


transporte.
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13.Cite algumas maneiras de tratamento do lixo, quanto a seu destino final.


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14. O que é lixo hospitalar?


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15. Qual deve ser o seu destino final?


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16.Quais os cuidados que se deve ter quanto ao acondicionamento correto


do lixo hospitalar?
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17. Qual a importância do saneamento das habitações para a Saúde


Pública?
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18. Qual a importância do saneamento dos alimentos para a Saúde Pública?


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UNIDADE VIII
Doenças Endêmicas e Epidêmicas

Endêmica:
É o aparecimento de moléstias que ocorrem mais ou menos constantemente em
determinada localidade.

Epidêmica:
Surto extenso ou período de incidência exageradamente elevada de uma moléstia
em uma comunidade ou região.

Paredêmia:
Epidemia muito difundida que atinge a maioria dos habitantes de uma região ou,
mesmo, o mundo inteiro.

As doenças mais comuns são:

 Malária: (doença endêmica).


É uma doença infecciosa transmissível, de evolução crônica, com manifestações
agudas e períodos de latência que podem simular a cura.
Também conhecida por impaludismo, febre tremedeira, terçã benigna, terçã
maligna e febre quartã.

Agente Etiológico: São Protozoários do Gênero Plasmodium.


- Plasmodium Vivax.
- Plasmodium Malariae.
- Plasmodium Falciparum.
- Plasmodium Ovale (malária ovale) - somente na África Ocidental.

Modo de Transmissão:
- Direta pela picada da fêmea do mosquito Anopheles infectado.
- Indireta por meio de transfusão sangüínea contaminada pela Plasmodium, ou pelo uso de
material de injeções contaminada, também por via congênita.

Reservatório: Homem

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Vetor: Mosquito Anopheles (Fêmea).

Período de Incubação:
- P. Falciparum 12 dias.
- P. Vivax 14 dias.
- P. Malariae 30 dias.

Obs: Quando a infecção é causada por transfusão de sangue, a incubação vai


depender do número de parasitas presentes no sangue.

Período de Transmissão: Enquanto houver gametócitos infectados no sangue do


paciente (varia segundo a espécie do parasita e a resposta ao tratamento).

Obs: O mosquito, depois de infectado, assim permanece por toda vida.

- P. Malariae 3 anos.
- P. Vivax 1 a 2 anos.
- P. Falciparum 1 ano.

Quadro Clínico:
As manifestações clínicas da malária diferem de acordo com a espécie do
Plasmodium infectante e com o grau de imunidade do hospedeiro humano.

P. Falciparum: (febre terçã maligna)


- Hipertermia.
- Calafrios.
- Cefaléia.
- Prostração.
- Sudorese.

P. Vivax (febre terçã benigna)


P. Malariae (febre quartã)
- Mal estar indefinido.
- Hipertermia.
- Calafrios.
- Cefaléia.
- Sudorese.
- Prostração.
- Delírio.
- Vômitos.
- Diarréia.

Complicações: (são mais comuns na infecção causada pelo P. falciparum).


- Convulsões.
- Icterícia.
- Alterações no mecanismo de coagulação.
- Choque.
- Insuficiência renal.
- Encefalite aguda.

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- Coma.

Diagnóstico:
- Exames laboratoriais (sangue e urina, etc.).
- Exame clínico.

Tratamento:
- Medicamentos antimaláricos (cloroquina, Quinina, Amodiaquina).

Profilaxia:
- Combate ao Transmissor (inseticidas).
- Educação Sanitária
- No domicílio, uso de repelentes, inseticidas de ação residual, telas em janelas e portas,
uso de mosqueteiro nas camas.
- Controle de doadores de sangue.
- Tratamento de portadores.
- Medidas de saneamento (aterro e drenagem), para eliminação dos focos.
- Melhoria das Habitações.
- Tratamento profilático individual de acordo com a faixa etária.
- Notificação Compulsória.

Cuidados de Enfermagem
- Controle de sinais vitais.
- Observar e anotar quantidade e características das eliminações.
- Estimular repouso e alimentação.
- Higiene e troca de roupa,s quando necessário.
- Hidratação e medicação, de acordo com prescrição médica.
- Observar e anotar sinais de complicações.

 Febre Amarela: (doença endêmica).


É uma doença infecciosa aguda de duração breve e gravidade variável.
Na maioria das vezes, apresenta um quadro clínico indefinido, porém, pode causar
na minoria dos infectados, formas graves e levar à morte.

Existem Duas Formas da Doença:


- Febre Amarela Urbana:
É transmitida do homem infectado para o não infectado, através da picada do
mosquito.
- Febre Amarela Silvestre:
É uma zoonose de animais silvestres (macacos de matas quentes e úmidas), que
ocasional-mente é transmitida ao homem através da picada do mosquito.
Nesta forma de febre amarela, o homem entra acidentalmente no ciclo.

Agente Etiológico: Arbovírus do grupo B (Flavivírus)

Reservatório: - Zonas Urbanas: O Homem.


- Zonas Silvestres: Macacos, alguns roedores e marsupiais.

Vetor: - Forma Urbana: Aedes Aegypti.


- Forma Silvestre: Haemagogus (várias espécies).

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Modo de Transmissão: Picada do mosquito Aedes aegypti ou Haemagogus infectados.

Período de Incubação: 3 a 6 dias.

Período de Transmissão: O sangue do homem é infectante para o mosquito antes de


começar a febre e durante 3 a 5 dias do início da enfermidade.

Obs: O mosquito, depois de infectado, assim permanece por toda vida.

Quadro Clínico
- Pode se apresentar de uma maneira indefinida, quase sem sintomas.
- Febre.
- Cefaléia.
- Dores musculares generalizadas.
- Prostração intensa.
- Às vezes calafrios.
- Náuseas.
- Vômitos.
- Diarréias.

Complicações:
- Desidratação.
- Icterícia.
- Oligúria ou anúria.
- Manifestações hemorrágicas (equimoses, epistaxes, diarréia sanguinolenta).
- Obnubilação.
- Torpor.
- Coma.

Diagnóstico:
- Exame clínico.
- Exames de laboratório (sangue e urina, etc.).

Tratamento:
Não há medicamentos específicos, só sintomáticos (antitérmicos e analgésicos).

Profilaxia:
- Combate ao vetor.
- Vacinação.
- Vigilância epidemiológica.
- Notificação compulsória.

Cuidados de Enfermagem:
- Controle de sinais vitais
- Cuidados de higiene
- Observar e anotar quantidade e características das eliminações
- Observar e anotar sinais de complicações
- Estimular repouso e alimentação
- Promover conforto ao paciente, devido a sua condição dolorosa.
- Administrar medicação prescrita.

 Dengue: (doença epidêmica).

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É uma doença febril aguda que se caracteriza por começo repentino e, nos casos
mais graves (dengue hemorrágica), pode levar a morte.

Agente Etiológico: Flavovírus (arbovírus do grupo B).

Reservatório: Homem.

Vetor: Aedes aegypti (Mosquito).

Modo de Transmissão: Pela picada de mosquitos infectados.

Período de Incubação: 3 a 15 dias (geralmente 5 a 6 dias).

Período de Transmissão: O homem pode infectar os mosquitos antes de começar a


febre até o 5º dia após o início da doença.

Quadro Clínico:
- Febre (tem duração de 5 a 7 dias).
- Cefaléia intensa.
- Dores oculares.
- Mialgias.
- Artralgia.
- Erupção cutânea (pode aparecer 3 a 4 dias depois de começar a febre).

No caso de dengue hemorrágica apresentará:


- Febre alta.
- Anorexia.
- Vômitos em borra de café.
- Cefaléia.
- Dor abdominal.
- Fenômenos Hemorrágicos:
(petéquias, equimoses, gengivorragia, epistaxe, que podem levar ao choque e morte).

Complicações:
- Hipovolemia.
- Trombocitopenia.
- Hepatomegalia.
- Pneumonia.
- Alterações no miocárdio.
- Convulsões.

Diagnóstico:
- Exame físico.
- Exames de laboratório (sangue).

Tratamento:
- Medicações sintomáticas.
- Reposição de líquidos perdidos, através de hidratação venosa e sangue.
- Oxigenoterapia (para pacientes cianóticos ou dispnéicos).

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Profilaxia:
- Combate aos vetores.
- Evitar acúmulo de água em vasos, latas, pneus, vidro (combate ao criadouro).
- Manter caixas d’água e reservatórios limpos e tampados.
- Uso de mosquiteiros e repelentes.
- Notificação compulsória.

Cuidados de Enfermagem:
- Controle de sinais vitais.
- Cuidados de higiene.
- Hidratar e medicar, conforme prescrição médica.
- Proporcionar conforto ao paciente, devido a sua condição dolorosa.
- Estimular repouso.
- Oxigenoterapia, se necessário.
- Observar e anotar quantidade e característica das eliminações,
- Observar e anotar sinais de complicações.
- Estimular alimentação e, se necessário e prescrito, passar sonda nasogástrica.

 Esquistossomose: (doença epidêmica).


É uma doença causada por parasitas (classe dos platelmintos), que se caracteriza
por uma fase aguda, muitas vezes despercebida, e uma crônica, na qual podem aparecer as
formas graves, evidenciadas principalmente pela hipertensão portal ou pulmonar, também
conhecida como barriga d’água.

Agente Etiológico:
- Schistosoma Mansoni (Brasil).
- Schistosoma Haematobium.
- Schistosoma Japonicum.

Reservatório: O homem Hospedeiro intermediário: são os caramujos do gênero


Biomphalaria (para o schistosoma mansoni).

Modo de Transmissão: A infecção se adquire por contato com água que contém larvas
(cercarias), provenientes dos caramujos infectados pelo miracídeo (ovo).
Fezes de pessoas infectadas com ovos penetram no caramujo água (larvas) penetra
no homem e o infestam.

Período de Incubação: 2 a 6 semanas.

Período de Transmissão: O homem pode liberar os ovos durante 20 anos ou mais. Os


caramujos infectados podem liberar cercarias durante várias semanas. (doença não é
transmitida de pessoa a pessoa).

Quadro Clínico: Vai depender do número e local onde estão os parasitas no homem:
Na Esquistossomose Aguda:
- Diarréia (às vezes com sangue).
- Febre.
- Cefaléia.
- Calafrios.
- Sudorese.

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- Náuseas.
- Vômitos.
- Pruridos no local de entrada da larva.
- Dor abdominal.
- Emagrecimento.
- Anorexia.
- Mialgias.
- Tosse.

Na Esquistossomose Crônica:
O quadro clínico vai depender do órgão afetado.
O órgão mais comumente afetado é o fígado porém, pode acometer o pulmão, rins e
sistema nervoso central.

Quando o Fígado é Acometido, irá ocorrer:


- Ascite.
- Astenia.
- Edema.
- Esplenomegalia.
- Febre.
- Hematêmese.
- Hepatomegalia.
- Hipertensão Portal.
- Melena.
- Palidez.
- Sede.
- Sonolência.
- Sudorese.

Complicações:
- Varizes Esofágicas.
- Comprometimento Pulmonar.
- ICC.

Diagnóstico:
- Exame Físico.
- Raio X.
- Exame de Laboratório (sangue, fezes).
- Biópsia Retal.

Tratamento:
- Medicamento antiparasitário.
- Diuréticos (nos casos de ascites).
- Esplenectomia, em alguns casos.

Profilaxia:
- Instalação de rede de esgotos.
- Combate ao caramujo.
- Não fazer uso de águas paradas.
- Educação sanitária.
- Tratamento medicamentoso específico.

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- Notificação compulsória.

Cuidados de Enfermagem:
- Controle de sinais vitais.
- Cuidados de higiene.
- Observar e anotar quantidade característica das eliminações.
- Medicar conforme prescrição médica.

 Doença de Chagas: (doença endêmica).


É uma infecção generalizada, causada por um protozoário e transmitida ao homem
e outros animais através de um triatomíneo. Apresenta as formas aguda e crônica. É
também conhecida por tripanossomose ou tripanossomíase.

Agente Etiológico: Trypanossoma cruzi.

Reservatório: Homem, animais domésticos, ratos, gambás, morcegos.

Vetor: Inseto hematófago da família reduviida (sub família triatomina). Também


conhecido como barbeiro, chupão, chupança e fincão.

Modo de Transmissão:
- Através do contato com fezes contaminadas, com as mucosas, conjuntivas ou a pele.
- Por transfusão sangüínea.
- Acidentes de laboratório.
- Via transplacentária e através do leite materno.

Período de Incubação:
- Aproximadamente 5 a 14 dias após a picada do vetor ou 30 a 40 dias após a transfusão.

Período de Transmissão: Durante a fase aguda da doença; e com número pequeno de


parasitos, durante toda a vida em indivíduos sintomáticos e assintomáticos.
O vetor depois de contaminado, assim permanece durante toda a sua vida (cerca de
2 anos).

Quadro Clínico:
Na Fase Aguda: Geralmente passa desapercebida.

Sinal de Porta de Entrada do Protozoário:


Geralmente o olho (edema unilateral - sinal de Romãna), ou a pele (chagoma de
inoculação: lesão cutânea pouco saliente, endurecida, avermelhada e pouco dolorosa);
desaparece espontaneamente, em torno de 1 a 2 meses.

- Adenites cervicais, axilares e inguinais.


- Astenia.
- Cefaléia.
- Febre.
- Mal estar.
- Hepatoesplenomegalia.

Observação:

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As manifestações da fase aguda podem regredir espontaneamente, entrando o
paciente em um estado de cura aparente, podendo permanecer assintomático por cerca de
10 a 20 anos.

Na Fase Crônica:
- Miocardite Chagásica.
- Megaesôfago.
- Megacólon.

Complicações:
- Ocorrem de acordo com o órgão afetado.
- Disfagia.
- Regurgitação.
- Constipação Intestinal.
- Insuficiência cardíaca.
- Arritmias.

Diagnóstico:
- Exame físico.
- Anamnese.
- Exames laboratoriais (sangue).
- Raio X.
- ECG.

Tratamento:
- Medicamentos Sintomáticos.

Profilaxia:
- Aplicação de inseticida de efeito residual.
- Melhoria de habitação.
- Educação sanitária.
- Seleção de doadores de sangue.
- Uso de mosquiteiros.
- Notificação compulsória.

Cuidados de Enfermagem:
- Controle de sinais vitais.
- Medicar conforme prescrição médica.
- Observar e anotar sinais de complicação.
- Encaminhar paciente para fazer exames.
- Administrar oxigenoterapia, se necessário e prescrito.
- Demais cuidados de enfermagem, dependerá do quadro clínico do paciente.

 Cólera: (doença endêmica).


É uma doença intestinal bacteriana aguda, que se caracteriza por começo repentino
e, se não tratado adequadamente, pode levar à morte horas após o seu início.

Agente Etiológico: Vibrio Cholerae (produzem enterotoxina).

Reservatório: Homem

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Modo de Transmissão: Através da água, alimentos, moscas e mariscos contaminados.

Período de Incubação: De horas a 5 dias (em média 2 a 3 dias).

Período de Transmissão: Enquanto o paciente eliminar a bactéria.

Fatores Predisponentes:
Sócio-econômicos, Climáticos de higiene e saneamento.

Quadro Clínico:
- Diarréia Intensa Aquosa (“água de arroz”).
- Náuseas e Vômitos.
- Perda de peso.
- Oligúria.
- Câimbras musculares nos MMII e abdômen.
- Prostração.
- Hipotensão e Hipotermia.
- Desidratação.
- Coma.

Complicações:
- Icterícia.
- Irritabilidade gástrica.
- Insônia.
- Colapso circulatório.
- Aparecimento de infecções secundárias.
- Alterações no sistema nervoso (agitação, delírio).

Obs: Apesar da agressividade da doença, existem alguns casos de pacientes que


apresentam forma clínica considerada benigna ou podem permanecer como “portadores
sãos”.

Diagnóstico:
- Exame Físico e Laboratorial (fezes, sangue e urina).

Tratamento:
- Medicamentos (antibióticos).
- Hidratação oral e endovenosa.
- Reposição de eletrólitos.

Profilaxia:
- Vigilância sanitária quanto a preparação, manipulação e distribuição de alimentos.
- Uso de água potável.
- Saneamento básico junto com Educação sanitária.
- Combate às moscas.
- Desinfecção dos meios de transporte.
- Higiene pessoal adequada.
- Quimioprofilaxia.
- Notificação compulsória.

Cuidados de Enfermagem:
- Controle rigoroso dos sinais vitais.
- Observar e anotar quantidade e características das eliminações.

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- Observar e anotar sinais de complicações.
- Hidratar o paciente.
- Estimular a alimentação, de acordo com a aceitação.
- Usar luva e avental (precaução padrão) quando manipular o paciente ou seus pertences
(roupas de cama, de uso pessoal, utensílios).
- Em caso de óbito, lavar o corpo com formol ou hipoclorito de sódio, tamponar todas as
cavidades e levar o corpo em caixão lacrado.
- Orientar os familiares quanto a alimentação e cuidados, nos casos de alta hospitalar.

 Raiva: (doença epidêmica).


É uma doença infecciosa aguda quase sempre mortal, causada por um vírus que se
propaga no sistema nervoso central, do qual passa para as glândulas salivares, onde
também se multiplica.
Também conhecida por hidrofobia.

Agente Etiológico: Rhabdovírus.

Reservatório: Cão, gato, lobo, morcego, coiotes, ratos.

Modo de Transmissão: Através da mordida de um animal contaminado, ou lambedura


em alguma lesão recente da pele.

Período de Incubação: De 6 dias a 1 ano (vai depender do local da mordedura, da


proximidade de troncos nervosos, da quantidade de vírus inoculados e da idade do
indivíduo).

Período de Transmissão: Os cães e gatos se tornam contaminadores, de 3 a 5 dias


antes de aparecer o quadro clínico típico da doença. No caso dos morcegos, estes podem
disseminar o vírus 2 semanas antes do aparecimento do quadro clínico.

Quadro Clínico
No início o paciente apresenta:
- Diminuição da sensibilidade à dor, no local da mordedura.
- Febre (discreta).
- Cefaléia.
- Náusea.
- Mal Estar geral.
- Dor de garganta.
- Sensação de angústia.
- Excitação causada pelo roçar da roupa contra a pele.

Obs: Essa sintomatologia ocorre devido à ação do vírus sobre os neurônios dos
centros sensoriais.

Com a evolução da doença, o paciente apresentará:


- Aerofobia.
- Midríase.
- Aumento da salivação (por estímulo do sistema-nervoso simpático).
- Sudorese.
- Lacrimejamento.
- Fase de excitação (nervosismo, insônia, ansiedade, etc.). Pode prevalecer até a morte.
- Hidrofobia (ocorre porque os líquidos ao chegarem à garganta, são expulsos com
violência e esse estímulo causa contrações espasmódicas dos músculos da deglutição e

65
acessórios da respiração) provocando freqüentemente apnéia e cianose.
- Crises convulsivas (podem ser desencadeadas por ruídos fortes e luz brilhante).
- Raramente tendência ao ataque.
- Paralisias.

Obs: Na maioria das vezes o enfermo morre durante a fase de excitação, caso
contrário, o paciente se acalma e a ansiedade e a excitação são substituídas por apatia,
fácies inexpressiva, estupor e coma.

Complicações:
- Alterações na função normal do SNC.

Diagnóstico:
- Exame físico.
- Anamnese.
- Exame de laboratório (saliva, LCR e urina).

Tratamento:
- O tratamento é profilático (vacina).
- Lavar o local com água e sabão. No caso de indivíduos com quadro clínico já manifestado,
faz-se tratamento sintomático.

Profilaxia:
- Vacinação de animais domésticos (cães e gatos).
- Em caso de mordida, observar o animal por 10 dias.
- Educação sanitária.
- Vacinar pessoas expostas a animais, por motivo de trabalho (veterinários, técnicos de
laboratório, biólogos, funcionários da Prefeitura, etc.).
- Orientar o uso da coleira e focinheira, para evitar agressões.
- Prender e eliminar cães e gatos vadios.
- Notificação compulsória.

Esquema para Tratamento Preventivo da Raiva Humana:


1. Animal Clinicamente Sadio.
• Contato Indireto:
Conduta: Não Tratar.

• Arranhões, Lambedura de Pele Lesada, Mordeduras nos braços, pernas, etc.


Conduta: Observar o animal por 10 dias.
Se após esse tempo o animal permanecer sadio, não tratar. Se o animal se tornar
raivoso, morrer ou desaparecer durante o período de observação, aplicar o tratamento
(uma dose diária de vacina até completar sete, mais três doses de reforço no 10º, 20º e 30º
dia após a última dose da série).

• Mordeduras na Cabeça, Pescoço e Mãos; mordeduras profundas, múltiplas e


dilacerantes em qualquer parte do corpo.
Conduta: Uma dose diária da vacina até completar cinco.
Se o animal estiver sadio no 5º dia, interromper tratamento e observar até o 10º dia.
Se a pós o 10º dia o animal estiver sadio, não necessita nenhuma outra dose.
Se o animal se tornar raivoso, morrer ou desaparecer durante a observação, aplicar
soro, completar a vacinação para dez doses e aplicar três doses de reforço no 10º, 20º e
30º dias após a última dose da série.

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2. Animal Clinicamente Raivoso. (ou Selvagem e que não pode ser observado).
• Contato Indireto:
Conduta: Não Tratar.

• Arranhões, Lambedura de Pele Lesada, Mordeduras nos braços, pernas, etc.


Conduta: Uma dose diária de vacina até completar sete.
Três outras doses de reforço: no 10º, 20º e 30º dias após a última dose da série.

•Mordeduras na cabeça, pescoço e mãos; mordeduras profundas, múltiplas e


dilacerantes em qualquer parte do corpo e lambedura de mucosas.
Conduta: Soro, mais uma dose diária de vacina até completar dez doses.
Três outras doses de reforço no 10º, 20º e 30º dias após a última dose da série.

Doses e Vias de Administração:


- Vacina: 1,0 ml intramuscular ou subcutâneo, na região deltóide ou glútea.
(crianças devem receber a mesma dose dos adultos).
- Soro: Dose Única de 40U / Kg de peso, aplicado junto com a dose de vacina necessária,
porém, em locais diferentes; via intramuscular (fazer teste de sensibilidade).
- Contra-Indicações: Nenhuma, porém, sempre que possível, suspender a
administração de corticóides e imunossupressores.

Esquema Preventivo
Utilizado em pessoas expostas ao risco, devido às suas atividades.

Doses: 2 com intervalos de 7 dias.


Via de Administração: Intramuscular (IM).

Cuidados de Enfermagem:
- Manipular o paciente o mínimo possível.
- Hidratação.
- Controle de sinais vitais.
- Restrição, se necessário.
- Administrar medicações prescritas.
- Passar SNC, se necessário e prescrito.
- Observar e anotar sinais de complicações.
- Observação constante do paciente.
- Oxigenoterapia, se necessário.
- Manter higiene adequada.
- Manter paciente em local calmo e tranqüilo, sem muita luz.
- Evitar comentários desnecessários (o paciente mantém audição aguçada).
- Demais cuidados de enfermagem, dependerão do quadro clínico do paciente.
- Precauções padrão.

 Tétano: (doença epidêmica).


É uma doença infecciosa, não contagiosa, causada pela toxina (tetanospasmina), do
bacilo tetânico, sobre as células nervosas do SNC.
Afeta todas as idades, ocorrendo com freqüência entre crianças e adolescentes, e
atingindo inclusive, recém-nascidos (tétano-umbilical) e indivíduos expostos à fonte de
infecção (lavradores, pedreiros, jardineiros). Conhecida também por mal de sete dias.

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Agente Etiológico: Clostridium Tetani (bacilo anaeróbico).

Fontes de Infecção: É encontrada na natureza na forma de esporo (terra ou areia


contaminadas com fezes de animais, em espinhos de arbustos e pequenos galhos de
árvores, águas putrefeitas, pregos enferrujados, instrumentos de lavoura, latas velhas
contaminadas com poeira de rua ou terra).

Reservatório: Intestino de animais (bois, cavalos e roedores) e do Homem.

Modo de Transmissão:
Indireta, através de ferimentos infectados por material contaminado pelo bacilo.

Período de Incubação:
De 3 a 21 dias (depende das características, extensão e local da ferida).

Período de Transmissão: Não se transmite diretamente de pessoa a pessoa.

Quadro Clínico:
- Lesão inicial (ferimento por onde penetram os esporos), geralmente pele, mucosas e
músculos.
Obs: Após 6 horas, se encontrarem ambiente favorável, os esporos se transformam
em forma vegetativa, passando a liberar toxina.

- Do foco de infecção, a toxina progride até atingir as células motoras do SNC (sistema
nervoso central) através da via sangüínea ou linfática.
- Dores nas costas e nos membros.
- Irritabilidade.
- Aumento de excitabilidade aos estímulos (sonoro, luminoso, etc.).
- Contraturas Musculares Dolorosas (inicialmente nos músculos massiterestrisma), depois
músculo do pescoço, estendendo-se por todo o corpo.
- Riso Sardônico Opistótono.
- Espasmos paroxísticos (convulsões).
- Disfagia.
- Crises de apnéia.

Complicações:
- Hipertensão ou hipotensão.
- Taquicardia.
- Insuficiência cardíaca.
- Arritmias.
- Íleo paralítico.
- Edemia pulmonar.
- Asfixia, cianose e parada respiratória.

Diagnóstico:
- Exame clínico.
- Exames de laboratório (sangue e urina, etc.).

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- ECG.

Tratamento:
- Debridamento e limpeza da lesão (feito pelo médico).
- Medicamentos (antibióticos, sedativos, músculo relaxantes).
- Hidratação.
- Aplicação de soro antitetânico (SAT) ou imunoglobina hiperimune contra tétano (TIG) ou
vacina antitetânica.

Profilaxia:
- Vacinação.
- Educação sanitária.
- Pré-natal adequado.
- Lavar ferimentos com água e sabão e procurar orientação médica.
- Notificação compulsória.
- Cuidados assépticos no parto.
- Cuidados assépticos no coto umbilical.
- Profilaxia do tétano após ferimento.

Vacina:
Para crianças abaixo de sete anos, tríplice (DPT) ou dupla tipo infantil (DT), se o
componente “pertussis” for contra-indicado; a partir dos sete anos, dupla tipo adulto (d T).
Na falta desses produtos, usar o toxóide tetânico (TT).

Imunização Passiva:
Com soro antitetânico e teste prévio, na dose de 5.000 unidades, pela via
intramuscular, ou preferencialmente com imunoglobulina humana antitetânica, na dose de
250 unidades, pela via intramuscular; utilizar local diferente daquele no qual foi aplicada a
vacina.

• Aproveite a oportunidade para indicar a complementação do esquema de vacinação.

Cuidados de Enfermagem:
- Manter ambiente arejado sem correntes de ar, evitar estímulos sonoros e luminosos, para
evitar excitação do paciente.
- Evitar tocar no paciente desnecessariamente (higiene somente se necessário e quando
possível).
- Controle de sinais vitais.
- Estimular alimentação, de acordo com aceitação.
- Hidratação, de acordo com prescrição médica.
- Se prescrito SNG, esta deverá ser passada pelo médico (risco de desencadear espasmos).
- Não fazer comentários desnecessários perto do paciente, pois o mesmo permanece
lúcido.
- Deixar material de urgência à mão, para atendimento de emergência.
- Observar e anotar quantidade e características das eliminações.
- Manter o paciente em quarto privativo, com uso de precauções padrão.

 Leptospirose: (doença endêmica).


Grupo de enfermidades zoonóticas, causadas por espiroquetas, que podem, em
determinadas circunstâncias, assumir características epidêmicas.

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É conhecida também por doença de WEIL, febre dos pântanos, doença dos
porqueiros e febre dos nadadores.

Agente Etiológico: Espiroquetas do gênero Leptospira.

Reservatório: Animais silvestres e domésticos (cão, rato, bovinos e suínos).

Modo de Transmissão: Através do contato da pele, principalmente se houver solução


de continuidade ou membrana mucosa, com água, terra úmida ou vegetação contaminada
pela urina de animais infectados.

Período de Incubação: De 4 a 19 dias (geralmente 10 dias).

Período de Transmissão: Raramente de pessoa a pessoa. Os animais infectados


eliminam as leptospiras na urina por cerca de 1 mês (em casos extremos, até 11 meses).

Quadro Clínico:
A leptospirose compõe-se de quadros clínicos muito diversos, conforme o tropismo
do agente, a intensidade da infecção e, possivelmente, as condições imunitárias do
hospedeiro.

Os mais comuns são:


- Febre (39º C ou mais).
- Cefaléia.
- Mialgias.
- Anorexia.
- Calafrios.
- Mal Estar intenso.
- Náuseas.
- Vômitos.
- Congestão de conjuntivas.

O quadro clínico dura em geral 3 semanas porém, a infecção pode ser assintomática.
Sua letalidade é baixa, podendo os portadores de icterícia ou lesões renais chegar a 20%.

Complicações:
Vai depender em qual órgão as leptospiras se instalarem.
- Meningites
- Insuficiência renal
- Anemia hemolítica
- Hematomegalia e icterícia.
- Miocardite.
- Pneumonias.
- Hemorragias cutâneas e membranas mucosas.

Diagnóstico:
- Exame clínico e anamnese.
- Exames de laboratório (sangue e urina).

Tratamento:
- Medicamentos sintomáticos e antibióticos.
- Repouso.

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- Hidratação adequada.

Profilaxia:
- A proteção, mediante uso de botas para os trabalhadores expostos ao risco.
- Educação sanitária.
- Combate aos roedores.
- Investigação de contatos.
- Identificação de águas contaminadas.
- Notificação compulsória.

Cuidados de Enfermagem:
- Controle de sinais vitais.
- Hidratação de acordo com prescrição médica.
- Observar e anotar quantidade e característica das eliminações.
- Estimular repouso.
- Administrar medicamentos prescritos.
- Observar e anotar sinais de complicações.
- Precaução padrão.
- Estimular alimentação.
- Higiene e troca de roupa de cama de rotina e sempre que necessário.
- Proporcionar conforto ao paciente.
- Demais cuidados de enfermagem, vão depender dos comprometimentos que ocorrerem
no paciente.

Exercícios Propostos
1. O que você entende por: epidemia e endemia?
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2. Cite os sinais e sintomas de: malária, febre amarela, dengue,


esquistossomose, doença de Chagas, cólera, raiva, tétano e leptospirose.
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3. Cite as doenças endêmicas.

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4. Qual o meio de transmissão de: malária, febre amarela, dengue,


esquistossomose, doença de Chagas, cólera, raiva, tétano e
leptospirose?
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5. Cite as doenças epidêmicas.


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6. Como é feita a profilaxia de: malária, febre amarela, dengue,


esquistossomose, doença de Chagas, cólera, raiva, tétano e
leptospirose?
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7. Cite 5 cuidados de enfermagem para: malária, febre amarela, dengue,


esquistossomose, doença de Chagas, cólera, raiva, tétano e leptospirose.
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UNIDADE IX
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)

São doenças que são transmitidas através de relações sexuais e que afetam o sistema
reprodutor e, se não tratadas adequadamente, comprometerão em longo prazo outros
órgãos.

 Herpes Genital
É uma infecção crônica que ocorre entre ambos os sexos, sem preferência.
Causa lesões bastante dolorosas em qualquer lugar dos órgãos genitais.

Agente Etiológico: Herpesvírus Hominis II, e raramente pelo tipo I (HVH).

Modo de Transmissão: Contato sexual; pelo beijo; via transplacentária (raramente);


através do parto (contato direto com o canal do parto contaminado).

Período de Incubação: De 2 a 12 dias após o contato.

Período de Transmissão: 7 a 12 dias (1° surto), em casos de infecção recorrente, 4 dias


a 1 semana

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Quadro Clínico (sinais e sintomas)
Prurido Local - Vesículas quase sempre agrupadas, cheias de líquido.
Dor local - Úlceras Rasas e Dolorosas.
Hiperemia Local - Às vezes Febre.
Adenite – Disúria.

Na Mulher:
As lesões se localizam mais freqüentemente no colo uterino (cervix), vagina e
períneo, podendo estender-se a coxas e nádegas.

No Homem:
Apresenta-se sob a forma de uretrite com saída de secreção clara (às vezes
purulenta), aparecem vesículas geralmente no pênis, próximo ao meato uretral.

Em ambos os sexos, as lesões evoluem para a cura espontânea em 10 ou 15 dias.

Obs: Existem duas formas clínicas da doença:

Infecção Primária ou Primo-Infecção:


Desenvolve-se em indivíduos que não têm anticorpos contra herpes.

Recorrente (recidivant):
Ocorre em indivíduos que já foram infectados e que possuem anticorpos circulantes.

Fatores Predisponentes:
- Exposição excessiva aos raios solares.
- Stress Emocional ou Físico.
- Infecções.
- Transtornos Gastrintestinais e endócrinos.
- Gestação.
- Alergias.

Complicações:
- Infecção das lesões
- No caso de gestantes, o feto pode nascer com má-formação ou com herpes neo-natal.

Diagnóstico:
- Através do exame físico.
- Exames de laboratório.

Tratamento:
- Medicações sintomáticas.
- Antibióticos, no caso de infecção das lesões.
- Compressas úmidas frias nas lesões.
- Banho com KMnO4 (permanganato de potássio).

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Profilaxia
- Evitar promiscuidade sexual.
- Uso de preservativos.
- Campanhas de conscientização da população.
- Higiene genital após as relações sexuais.
- Não manter relações sexuais durante o período agudo da doença.
- Conhecer a doença.

 Gonorréia
É uma inflamação do trato urogenital.
Também conhecida por blenorragia, blenorréia; corrimento; esquentamento,
pingadeira; escreta matutina, gota matinal, gota militar.
Agente Etiológico: Neisseria Gonorrhoeae (bactéria).
Modo de Transmissão: Contato sexual; através do parto (contato direto com o canal de
parto contaminado), autocontaminação.
Período de Incubação: Variável, com média de uma semana.
Período de Transmissão: meses a anos sem tratamento.

Quadro Clínico: (sinais e sintomas)


- Disúria e polaciúria.
- Edema de glande.
- Prurido uretral.
- Secreção mucóide que se torna purulenta.
- Ardor e desconforto uretral.

Obs:
No Homem
O quadro clínico da doença é bem característico e, se não tratar adequadamente,
após 8 semanas, se espalha pelo órgão reprodutor.

Na Mulher:
É assintomático, ou pode apresentar discreto corrimento mucóide, com transitório
aumento da freqüência urinária.

Complicações:
Na Mulher: Infecções no útero, ovários e trompas.
No Homem: Infecções na próstata, Epidídimo, testículos e estreitamento tardio na uretra
Conjuntivite gonocócica no RN (contaminação pelo canal de parto).

Diagnóstico: Exames de laboratório (secreção) e Exame físico.

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Tratamento: Antibioticoterapia: (ambos os parceiros deverão ser tratados)

Profilaxia:
- Evitar a promiscuidade sexual.
- Uso de preservativos.
- Campanhas de conscientização para a população.
- Conhecer a doença.
- Jamais fazer uso de antibióticos por conta própria, ou conselho de outras pessoas, para
tentar prevenir ou curar a doença (procurar orientação médica).
- Creditização (uso do Método de Crede no RN).

 Uretrites Não Gonocócicas


É um processo inflamatório da uretra (ocorre tanto no homem quanto na mulher).

Causa: Microorganismos, irritantes químicos, traumatismos físicos.

Agentes Etiológicos:
- Estafilococos Epidermides ou Aureus.
- Escherichia coli.
- Clamydia Trachomatis.
- Trichomonas Vaginales

Modo de Transmissão: Contato sexual.

Período de Incubação: De uma a três semanas.

Período de Transmissão: Enquanto durar a infecção.

Quadro Clínico: (sinais e sintomas)


- Disúria (discreta a moderada).
- Polaciúria (discreta a moderada).
- Secreção uretral (corrimento)
Geralmente matutino (no início esbranquiçado - mucóide, podendo tornar-se
purulento).

Complicações:
- Prostatíte.
- Inflamação pélvica.

Diagnóstico: Exame de laboratório - (secreção).

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Tratamento: Antibioticoterapia.

Profilaxia:
- Evitar a promiscuidade sexual.
- Uso de preservativos.
- Campanhas de conscientização da população.
- Conhecer a doença
- Não se auto-medicar.

 Linfogranuloma Venéreo.
É uma doença venérea caracterizada por 2 estágios.
Também conhecido por: Linfogranulomatose Inguinal, Moléstia de Nicolas-Favre,
Quarta Moléstia, Bubão ou Mula.

Agente Etiológico: Chlamydia Trachomatis (L1, L2 e L3).

Modo de Transmissão: Contato sexual, contato direto com a drenagem dos gânglios
supurados.

Período de Incubação: 1 a 3 semanas.


Período de Transmissão: Variável (de semanas a anos).

Quadro Clínico:
Inicialmente aparece pequena descamação da mucosa ou vesículas (indolor e que
desaparece espontaneamente).
Após 1 ou 2 semanas, aparecem gânglios na virilha (adenite inguinal) que
aumentam de tamanho (são dolorosas e geralmente unilaterais).
As ínguas ou bubões supuram (secreção purulenta com ou sem sangue) e deixam
cicatrizes

Complicações:
- Edema de pênis e escroto (estiômeno).
- Edema de vulva (estiômeno).
- Retite estenosante (inflamação e estreitamento do reto).
- Abdômen agudo.
- Complicações articulares.
- Complicações cardíacas.

Obs: Estiômeno
Ocorre bloqueio dos vasos linfáticos que drenam líquido da região genital (tipo de
elefantíase)

Diagnóstico: Exame físico e Exames de laboratório.

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Tratamento: Antibioticoterapia
Da Adenite: repouso, e quando maior de 5cm, aspiração com agulha de grosso calibre.

Profilaxia:
- Uso de preservativos.
- Evitar promiscuidade sexual.
- Não se auto-medicar.
- Campanhas de conscientização da população.
- Conhecer a doença

 Sífilis
É uma doença venérea sistêmica desde o início, cuja característica é apresentar
várias fases (sintomáticas e assintomáticas) e ter evolução crônica.
Também conhecida por Lues ou Cancro Duro.

Agente Etiológico: Treponema Pallidium.


Modo de Transmissão: Relação sexual, via transplacentária, contato com secreção e
líquidos orgânicos (saliva, sêmen, sangue, secreção vaginal).
Período de Incubação: De 10 dias a 10 semanas (em média 3 semanas).
Período de Transmissão: Variável e indefinido (sem tratamento).

Classificação da Sífilis
Sífilis Adquirida:
- Recente (ou contagiosa): É o período que vai da infecção até um ano após a mesma.
- Tardia: É o período após 1 ano de infecção.

Sífilis Congênita:
- Recente (ou contagiosa): Período que vai do nascimento até o 1° ano de vida.
- Tardia: É o período após um ano do nascimento.

Quadro Clínico:
Vai depender do estágio da doença.

Sífilis Primária: (as lesões aparecem cerca de 2 a 3 semanas, após o contágio) Cancro
duro (lesão erosiva da mucosa bem delimitada, indolor, de superfície lisa e uniforme e base
endurecida; geralmente única de formas variadas, com secreção serosa rica em
treponemas). Pode surgir no local próximo a lesão inicial, adenopatia (ínguas), que são
duras, indolores à palpação, móveis e de volume variado.

Obs: Essas lesões se localizam em: glande, freio, corpo e raiz do pênis, meato
urinário (no homem); grandes e pequenos lábios, vagina, colo do útero e ânus (na mulher).
Podem-se encontrar também lesões em dedos, lábios, língua e orofaringe.

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O cancro duro desaparece espontaneamente em 3 ou 5-semanas, com ou sem
cicatriz.

Sífilis Secundária: (aparece em torno de 2 meses após a infecção).


Apresenta:
- Roséolas sifilíticas cutâneas (são pequenas máculas eritematosas disseminadas e às vezes
com discreto prurido).
- Condilomas planos: tem característica vegetante e eliminam treponema em abundância,
aparecem nas áreas de maior umidade, calor e atrito (axilas, virilha, região perianal).
- Na mucosa oral e vaginal, aparecem lesões tipo pápulas esbranquiçadas.

Pode Ocorrer:
- Mal Estar.
- Febre.
- Cefaléia.
- Nevrites.
- Dores Articulares.
- Sintomas Oculares.
- Manifestações Hepáticas com ou sem icterícia.
- Alopécia.
Obs: Essa fase da doença em geral desaparece em semanas, sem deixar cicatrizes.

Sífilis Terciária ou Tardia: (É dado esse nome ao processo que ultrapassa 1 ano de
infecção) - nessa fase, temos a diminuição progressiva da transmissão.
Apresenta:
- Lesões ulcerosas: (são lesões de pele ou mucosa que se caracterizam pela desintegração
gradual e necrose dos tecidos)
- Lesões tuberosas: são lesões endurecidas, salientes, circunscritas na pele e de evolução
lenta.
- Lesões granosas: são áreas circunscritas de necrose (sem pus), que aparecem tardiamente
e podem comprometer a pele, músculos, ossos e fígado.

Ocorre também comprometimento cardiovascular (necrose das paredes do coração


e da aorta) - sífilis cardiovascular.

Outra manifestação é o comprometimento do sistema nervoso em geral (meningite,


cegueira, surdez paralisia geral progressiva) - sífilis nervosa.

Sífilis na Gestante: É um problema importante pelas graves lesões que pode provocar
no concepto.
A sífilis pode provocar lesões na placenta, causando deficiência grave no suprimento
sangüíneo do feto.
Quanto mais cedo a placenta for atingida, mais graves serão as alterações.
Dentre elas, podemos citar: o aumento do baço e fígado, lesões do sistema
cardiovascular, sistema nervoso e ossos.

Sífilis Congênita: É a infecção que ocorre via transplacentária.


Ocorrem lesões cutâneo-mucosas e manifestações ósseas e viscerais.

Sífilis Adquirida: Ocorre através do canal do parto ao nascer, por contato não sexual
com doentes em fase contagiante, por atividade sexual, por violência sexual.
A evolução da sífilis no recém-nascido é igual a do adulto com os mesmos sinais e
sintomas, devendo ser também tratado.

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Complicações:
- Problemas cardíacos neurológicos e de qualquer sistema.
- Má formação fetal.
- Aborto

Diagnóstico:
Exames de líquor
Exame físico
Exames laboratoriais (VDRL, FTA-ABS)

Tratamento: Antibioticoterapia.

Profilaxia:
- Educação sanitária
- Evitar promiscuidade sexual
- Uso de preservativos
- Exame pré-natal
- Exame e tratamento do parceiro e contatos

Diagnóstico e Tratamento: Precoce.

 Condiloma Acuminado
É uma doença causada por um vírus (HPV) e que pode ocorrer em qualquer parte
do corpo.
Também conhecida por: Crista de Galo, Cavalo de Crista ou Verruga Fenital.

Agente Etiológico: Vírus Papiloma humano (grupo Papovavírus).

Modo de Transmissão: Por contato sexual e, raramente, por contato com objetos
contaminados.

Período de Incubação: varia de semanas a 20 meses (em média 4 meses) Período de


transmissão: enquanto houver lesões viáveis (as mais recentes, têm maior poder
contagiante)

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Quadro Clínico:
Aparecem pequenas verrugas na área genital (pênis, mucosa vaginal, anal ou
uretral) Essas verrugas progridem rapidamente e formam grandes massas, parecidas com
couve-flor.
Pode apresentar secreção uretral (no início esbranquiçado, podendo tornar-se
purulento).
Dificuldade para evacuar (quando as verrugas estão em torno da região anal).
Às vezes prurido e ardor.

Obs: Existem mulheres assintomáticas e homens com lesões planas que não são
visíveis a olho nu.

Complicações:
- Invasão de órgãos internos (colo uterino, uretra).
- Câncer cervical

Diagnóstico:
- Exame físico.
- Exame laboratorial (exclusão da sífilis).
- Peniscopia.
- Biópsia de lesões suspeitas.

Tratamento:
- Podofilina a 25% somente no local da lesão (permanece de 6 a 12 horas sendo, a seguir,
retirada com água e sabão).
- Crioterapia (frio).
- Eletrocoagulação.
- Remoção cirúrgica (o mais moderno é o uso do laser).

Obs: Os 3 últimos tipos de tratamento são indicados para gestantes, lesões orais e uretrais.

Profilaxia:
- Uso de preservativos.
- Educação sanitária.
- Examinar o parceiro sexual e, se necessário, tratá-lo também.
- Não se auto-medicar.
- Evitar promiscuidade sexual.
- Conhecer a doença.
- Exames ginecológicos periódicos

Importante:
Apesar das doenças sexualmente transmissíveis serem antigas, vemos é que elas
têm se alastrado de um modo significativo na população.
Isso vem ocorrendo por causa do aumento da prostituição, promiscuidade, iniciação
sexual precoce e falta de orientação adequada da população.
Todos esses problemas, mais a falta de conhecimento e orientação, contribuem para
que uma pessoa infectada que mantém relações sexuais com várias pessoas diferentes
contamine todas elas que, conseqüentemente, irão contaminar outras mais, formando um
círculo vicioso.

81
Por tudo isso, deve-se observar o seguinte:
- Qualquer pessoa que apresentar dor, lesão, corrimento, etc., na região genital e/ou
urinária, deve procurar imediatamente um médico.
- Constatada uma DST, o indivíduo deve informar a todas as pessoas com quem manteve
relações sexuais, para que estas também possam ser tratadas.

“Não deve haver vergonha em procurar auxílio médico, nem em avisar os parceiros
sexuais, pois disso depende uma boa saúde física e mental e em caso extremo, uma vida”.

Exercícios Propostos
1. O que você entende por doença sexualmente transmissível?
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2. Cite os sinais e sintomas de: herpes genital, gonorréia, uretrites não


gonocócica, linfogranuloma venéreo, sífilis, condiloma acuminado.
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3. Porque é importante o tratamento correto e adequado das DST?


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4. Cite a profilaxia para as DST.


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5. Que orientações você daria em palestra sobre DST?


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6. O que é método de Crede? Para que ele é realizado?


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