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Resumos Microeconomia
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Bens e Serviços
O que é um bem (FETVA)?
- tem uma forma
- existe num determinado espaço
- existe num determinado tempo
- os seres humanos atribuem-lhe determinados valor
- está sujeito a um determinado modo de apropriação pelos seres humanos
Externalidades
Há uma externalidade quando alguém produz ou consome um bem/serviço tendo isso consequências para outras
pessoas, e não faz nada para os reduzir ou para compensar quem é prejudicado, no caso de serem negativas, ou
quem beneficia com eles não faz nada para contribuir para a sua produção ou para compensar quem os produz, no caso
de serem positivas.
Deste modo, quem não contribui para a sua produção vai “andar à boleia” de quem contribuiu (“free riding”). Assim,
free riding consiste no facto de que existem menos recursos disponíveis para manter a produção do bem público do que
os que haveria se todos os seus consumidores contribuíssem na medida dos benefícios que daí retiram.
Internalização: Ações possíveis: aumento das contribuições voluntárias dos seus consumidores, imposição de
formas de contribuição coerciva (impostos), criação de mecanismos de exclusão transformando o bem num bem de
clube.
Especialização – é o processo voluntário através do qual um agente económico transfere recursos produtivos de uma
atividade para outra, ou passa a utilizar produtivamente recursos que antes estavam “desempregados”.
Vantagens Absolutas - um agente tem uma vantagem numa atividade quando a sua produtividade é superior nessa
atividade, isto é, o número de unidades produzidas por hora de trabalho é superior.
Bem X Bem Y
Neste exemplo, cada agente dispõe de apenas um fator de produção
Agente A 10 6
(tempo de trabalho).
Agente B 5 10
A tem uma vantagem absoluta sobre B na produção do bem X, pois A tem produtividade maior do que B a
produzir X ( A produz 10 unidades de X por hora de trabalho enquanto B só produz 5).
B tem uma vantagem absoluta sobre A na produção do bem Y, pois B tem produtividade maior do que A a
produzir Y ( B produz 10 unidades de Y por hora de trabalho enquanto A só produz 6).
A tem uma vantagem absoluta sobre B na produção de X e B tem uma vantagem absoluta sobre A na produção de Y,
sendo que assim este é um caso com vantagens absolutas recíprocas.
Bem X Bem Y Deslocando-se 1 hora de trabalho de uma atividade para outra de acordo
Agente A 10 -6 com as vantagens absolutas de cada agente:
Agente B -5 10 o A desloca 1 hora de trabalho da produção do bem Y para o bem X.
TOTAL 5 4 o B desloca 1 hora de trabalho da produção do bem X para o bem Y.
Assim, se a produção for transacionada entre o Agente A e o Agente B o consumo também aumenta e por isso o nível
de vida de A e B melhora.
Quando um agente reduz a produção de determinado bem/serviço e aumenta a produção daquele onde se especializa,
a essa produção a menos é chamada de CUSTO DE OPORTUNIDADE.
CUSTO DE OPORTUNIDADE - valor da quantidade de bens/serviços X que o agente A tem que deixar de produzir para
aumentar a produção de Y em 1 unidade.
Caso Excecional: se custo de oportunidade for igual a ZERO os recursos utilizados nesse bem ou serviço estavam
“desempregados” antes de serem utilizados para esse fim.
Vantagens comparativas - O agente A tem uma vantagem comparativa em relação aos outros agentes quando tem um
custo de oportunidade de um determinado bem/serviço X mais baixo do que o dos outros agentes económicos.
Globalização – é a expansão à escala mundial das relações de mercado, ou seja, é a crescente integração e
interdependência das economias de todo o mundo através de uma intensificação das relações de mercado.
Pressuposto sobre o horizonte de decisão do consumidor: não são analisadas decisões de poupança ou endividamento
do consumidor.
Restrição Orçamental – a despesa do consumidor não pode exceder o seu rendimento monetário
𝒏
Como é que a expressão matemática da restrição orçamental representa os pressupostos sobre o conjunto das
possibilidades de consumo?
o número de bens e serviços disponíveis para consumo final é fixo e finito → n é um número natural positivo e
constante
os bens e serviços são perfeitamente divisíveis → as quantidades qi consumidas de cada bem ou serviço são
números reais
os bens e serviço são de consumo final → as quantidades qi consumidas de cada bem ou serviço são números reais
positivos ou nulos
os bens e serviços de consumo final são privados e transacionados numa economia de mercado → todos têm um
preço pi, preço esse que é positivo
a economia de mercado é uma economia monetária → o rendimento m do consumidor disponível para consumo é
uma quantia monetária
a economia de mercado é de concorrência perfeita → os preços pi de todos os bens e serviços são fixos, não
dependendo das quantidades qi que o consumidor individual está disposto a comprar
o rendimento do consumidor é uma variável exógena → m tem um valor fixo que não depende das quantidades qi
que o consumidor individual está disposto a comprar
o horizonte de decisão do consumidor só tem um período → as variáveis que intervêm na expressão da restrição
orçamental não estão datadas, referindo-se todas ao mesmo período de tempo (presente)
Reta do Orçamento – é a fronteira superior do conjunto das possibilidades de consumo, ou seja, a parte do conjunto das
possibilidades de consumo que corresponde aos cabazes que esgotam o rendimento do consumidor.
𝑝1 𝑚
𝑝1 𝑞1 + 𝑝2 𝑞2 = 𝑚 (=) 𝑞2 = − 𝑞1 +
𝑝2 𝑝2
Qual o significado económico das coordenadas do ponto de intersecção da reta com o eixo das abcissas?
- É o ponto que representa o cabaz de consumo correspondente à situação onde o consumidor gasta todo o seu
rendimento no bem 1, sendo m/p1 essa quantidade do bem 1 que esgota o rendimento do consumidor.
𝑚
𝑞2 = 0 𝑒 𝑞1 =
𝑝1
Qual o significado económico das coordenadas do ponto de intersecção da reta com o eixo das ordenadas?
- É o ponto que representa o cabaz de consumo correspondente à situação onde o consumidor gasta todo o seu
rendimento no bem 2, sendo m/p2 essa quantidade do bem 2 que esgota o rendimento do consumidor.
𝑚
𝑞1 = 0 𝑒 𝑞2 =
𝑝2
Qual o significado económico do declive da reta do orçamento?
- É a redução na quantidade do bem 2 que o consumidor tem que fazer para poder aumentar a quantidade consumida
do bem 1 em 1 unidade, dado o seu rendimento e os preços dos dois bens. Dito de outro modo, é o CUSTO DE
OPORTUNIDADE do bem 1 em termos do bem 2.
Como é que se representa graficamente uma situação onde só varia o rendimento do consumidor?
- Como os preços não variam, o declive da reta mantém-se.
- Como o rendimento m varia, alteram-se as coordenadas dos pontos de intersecção da reta com os eixos.
- A reta do orçamento desloca-se paralelamente a si própria, para cima se o rendimento aumenta, e para baixo se o
rendimento diminui.
O consumidor decide que cabaz deseja consumir de acordo com as suas: possibilidades de consumo + preferências
O consumidor compara e escolhe cabazes de consumo, ou seja, combinações de quantidades (ex: comprar “beber 1 chá
por dia e nenhum café” ou “beber 2 chás por dia e 1 café”). Portanto o consumidor não compara entre si tipos
diferentes de bens (ex: comparar café com chá).
O consumidor é sempre capaz de comparar dois ou mais cabazes quaisquer → Pressuposto da COMPARABILIDADE
As comparações que o consumidor faz são logicamente consistentes → Pressuposto da RACIONALIDADE
Mantendo as quantidades dos outros bens constantes, o consumidor prefere o cabaz que tem mais quantidade de
um determinado bem do que um que tem menos → Pressuposto da MONOTONICIDADE POSITIVA
O consumidor prefere a diversidade → Pressuposto da CONVEXIDADE
Curva de Indiferença - Conjunto de todos os cabazes que o consumidor considera indiferentes ao cabaz q
Curva de indiferença
TMS do bem 2 pelo bem 1 - quantidade do bem 2 que o consumidor está disposto a deixar de consumir para consumir
mais uma unidade do bem 1, de tal maneira que lhe é indiferente consumir o cabaz inicial (o cabaz antes destas
variações no consumo dos dois bens) ou o cabaz final
A TMS está associada a dois cabazes que o consumidor considera indiferentes entre si e que, portanto, pertencem à
mesma curva de indiferença. Ao longo da curva de indiferença a TMS pode ser diferente de uns cabazes para os outros.
Se a curva de indiferença for diferenciável, a TMS é igual ao declive da tangente à curva, no ponto que representa o
cabaz em questão.
𝛥𝑞2
𝑇𝑀𝑆21 =
𝛥𝑞1
Preferências racionais
Monotonicidade Positiva (“Quanto mais melhor”) - Consumidor prefere cabaz com quantidade maior deste bem
- curvas de indiferença com declive negativo
- quanto mais alta estiver a curva de indiferença, maior é o nível de satisfação que representa
Convexidade (“Preferência pela diversidade”) - Dados dois cabazes q0 e q1 que o consumidor considera indiferentes e
um terceiro q2 que é uma combinação linear destes dois, isto é, q2 é composto por parte das quantidades de bens que
estão no cabaz q0, combinadas com parte das quantidades de bens que estão no cabaz q1, sendo que prefere um cabaz
com mais diversidade dos vários bens ele prefere este a qualquer um dos outros dois.
Se as preferências de uma pessoa forem convexas então quanto mais ela consome de um determinado bem, menos
está disposta a reduzir o consumo dos outros bens para aumentar o consumo desse bem sem diminuir a sua satisfação.
Matematicamente, isto representa-se pelo facto da taxa marginal de substituição diminuir à medida que se desce numa
mesma curva de indiferença.
Bens substitutos perfeitos – o consumidor considera 2 cabazes indiferentes um ao outro, sendo que a Taxa Marginal
de Substituição é constante ao longo das curvas de indiferença (neste caso são retas).
𝑛1
𝐷𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑒 = −
𝑛2
Bens complementares perfeitos – bens/serviços que o consumidor consome em proporções fixas, sendo que a Taxa
Marginal de substituição é nula ou infinita, ou sem definição.
Assim sendo, o bem-estar do consumidor não melhora se se aumentar a quantidade consumida de um bem e a do
outro bem se mantiver constante. Deste modo, para um consumidor com este tipo de preferências é indiferente
consumir um cabaz A (q1, q2), ou um cabaz B (q1, q2 + x). Logo, o bem-estar do consumidor só melhora se a quantidade
de ambos os bens aumentar, mantendo-se a proporção fixa.
𝑞2
𝐷𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑒 = =𝛼
𝑞1
Equilíbrio Interior - escolha de um cabaz que contém quantidades não nulas de todos os bens e serviços, sendo
representado por um ponto de tangência entre uma curva de indiferença e a reta do orçamento.
Propriedade que caracteriza o equilíbrio interior: A quantidade do bem 2 que o consumidor está disposto a sacrificar
para consumir mais uma unidade do bem 1 é igual à quantidade do bem 2 que o consumidor tem que reduzir para
consumir mais essa unidade do bem 1, isto é, a taxa marginal de substituição de 2 por 1 é igual ao custo de
oportunidade do bem 1 em termos do bem 2. Graficamente, o declive da tangente à curva de indiferença é igual ao
declive da reta do orçamento.
Equilíbrio de Canto - escolha de um cabaz que contém quantidade nula de um dos bens.
Neste caso, a taxa marginal de substituição não é igual ao custo de oportunidade, podendo ser maior ou menor.
Graficamente, o equilíbrio de canto é representado por pontos de contacto entre a reta do orçamento e a curva de
indiferença mais alta que a toca, sendo que normalmente esses pontos de contacto correspondem a um dos extremos
(“cantos”) da reta do orçamento.
Utilidade Marginal - variação da utilidade (aumento/diminuição) quando consumo de um dos bens aumenta uma
unidade e todos os restantes mantêm o mesmo nível de consumo e as preferências se mantêm constantes.
Assim, se o agente económico for racional usa seguinte regra decisória: Os benefícios ou custos “a mais”
- Identifica os custos a mais (ou os benefícios a menos) que terá com essa mudança ou “a menos” definem-se por
- Identifica os benefícios a mais (ou os custos a menos) que terá com essa mudança comparação com os benefícios
ou custos da situação inicial.
Deste modo:
- Se os custos a mais (ou os benefícios a menos) forem inferiores aos benefícios a mais (ou aos custos a menos), o
agente fica melhor se sair da situação inicial para a situação final – diz-se que a situação inicial estava em desequilíbrio.
- Se os custos a mais (ou os benefícios a menos) forem superiores aos benefícios a mais (ou aos custos a menos), o
agente fica melhor se ficar na situação inicial – diz-se que a situação inicial estava em equilíbrio.
Custo de Oportunidade
- declive da reta do orçamento
- mede os custos para o consumidor, em termos de redução na quantidade consumida de um bem, se quiser aumentar
o seu consumo do outro bem em uma unidade, com o rendimento constante
Assim, se o consumidor aumentar o consumo do bem 1 em uma unidade, mantendo-se sobre a reta do orçamento,
acontece o seguinte:
• O custo de oportunidade dessa unidade a mais do bem 1 é menor do que o respetivo benefício (medido pela TMS);
• Ao aumentar o consumo do bem 1 em uma unidade o benefício a mais para o consumidor (benefício da unidade
adicional) é maior do que o custo a mais (custo de oportunidade da unidade adicional), logo o consumidor fica melhor
com esse acréscimo de consumo do bem 1 e a consecutiva redução do bem 2. Por isso, deve aumentar o consumo do
bem 1, caso isso seja possível.
Obviamente a conclusão inverte-se se a situação inicial for oposta da anterior. Se a situação inicial corresponder a um
cabaz tal que o custo de oportunidade do bem 1 seja superior (em valor absoluto) à taxa marginal de substituição do
bem pelo bem 1, então o consumidor fica melhor se reduzir o seu consumo do bem 1, enquanto isso seja possível.
Isto pode ser representado matematicamente através da maximização de uma função de utilidade que represente a
relação de preferências do consumidor em ordem às quantidades dos vários bens e serviços de consumo, sujeito à
restrição orçamental.
Quando surge este tipo de problema matemático e é preciso achar o máximo de uma função sujeito a restrições,
recorre-se à função de Lagrange. Neste caso esta função tem a seguinte forma:
Se o rendimento do consumidor aumentar para m+1 a função de Lagrange para a utilidade do consumidor ficaria:
As condições que caracterizam os pontos máximos da função de Lagrange são as respetivas derivadas parciais em
ordem às variáveis endógenas (q1, q2, λ), que são iguais a zero no caso de um equilíbrio interior. Geometricamente,
significa que o declive da tangente à curva que representa a função de Lagrange (as suas primeiras derivadas) é igual a
zero (a tangente é horizontal).
Assim, resolvendo o sistema das 3 condições obtem-se as funções de procura X(m, Px , Py ) e Y(m, Px , Py ):
𝑚 𝑚
X(m, Px , Py ) = 𝑋 = 2𝑃 Y(m, Px , Py ) = 𝑌 = 2𝑃
𝑥 𝑦
Assumindo que, por exemplo, o rendimento do consumidor aumenta e que tudo o resto se mantém constante, pode-se
distinguir as seguintes situações quando esse aumento do rendimento tem influência nas decisões do consumidor:
- a quantidade consumida aumenta quando o rendimento do consumidor aumenta – bem normal;
- a quantidade consumida diminui quando o rendimento do consumidor aumenta – bem inferior;
O conjunto de cabazes de consumo escolhidos pelo consumidor para os vários níveis do seu rendimento disponível,
mantendo-se tudo o resto constante, chama-se curva consumo-rendimento.
curva consumo-rendimento
Quando varia o preço de um bem e não varia mais nada, acontecem duas coisas ao mesmo tempo:
- uma variação nos custos de oportunidade dos bens;
- uma variação no poder de compra, ou no rendimento “real” do consumidor.
Exemplo:
Quando aumenta o preço de um bem o seu custo de oportunidade aumenta e o rendimento real do consumidor
diminui. Neste caso, os impactos sobre o comportamento do consumidor são os seguintes:
- O aumento do custo de oportunidade tende a reduzir o consumo desse bem EFEITO DE SUBSTITUIÇÃO
- A baixa no poder de compra do consumidor tende a reforçar essa redução no consumo, se o bem for normal para o
consumidor EFEITO DE RENDIMENTO
O resultado destes dois efeitos é a redução no consumo, ou seja, o bem é ordinário, verificando-se a Lei da Procura.
O que se passa no primeiro destes dois casos é que, aumentando o preço do bem j, a sua quantidade consumida
diminui por ser um bem ordinário, e que a quantidade consumida do bem i aumenta. Como as quantidades consumidas
dos dois bens variam em sentido contrário diz-se que os bens são substitutos.
No segundo caso atrás apresentado, como as quantidades consumidas dos dois bens variam no mesmo sentido diz-se
que os bens são complementares.
𝑃̅−𝑖 - preços de todos os outros bens exceto o do bem i (preços dos outros bens constantes)
̅̅̅ - rendimento do consumidor (rendimento constante)
𝑚
Preço de reserva do consumidor - preço mais alto que o indivíduo está disposto a pagar para consumir mais uma
unidade.
Deslocações da curva da procura individual - Variações nos preços de bens substitutos ou complementares
- Quando aumenta (diminui) o preço de um bem substituto e tudo o resto se mantem constante, isso representa-se
graficamente por uma deslocação para a direita (esquerda) da curva da procura individual.
- Quando aumenta (diminui) o preço de um bem substituto e tudo o resto se mantem constante, isso representa-se
graficamente por uma deslocação para a esquerda (direita) da curva da procura individual.
Curva de Engel
A curva de Engel para um determinado bem ou serviço é a relação entre a quantidade consumida desse bem ou serviço
e os vários valores possíveis para o seu rendimento, mantendo-se tudo o resto constante.
Quando se está a trabalhar com curvas da procura inversa, a curva da procura agregada é calculada pela soma, na
horizontal, das curvas da procura individual.
- Quando aumenta (diminui) o rendimento dos consumidores e não varia mais nada e o bem é inferior para todos eles,
ou para aqueles que mais peso relativamente à quantidade total consumida, isso representa-se graficamente por uma
deslocação para a esquerda (direita) da curva da procura agregada.
- Quando aumenta (diminui) o preço de um bem complementar e não varia mais nada, isso representa-se graficamente
por uma deslocação para a esquerda (direita) da curva da procura agregada.
A Elasticidade mede em quantos por cento reage uma determinada variável y (“efeito”) em resultado da variação em
1% numa outra variável x que a influencia (“causa”).
Elasticidade de y em relação a x =
Elasticidade da procura
Informação relevante a retirar de uma elasticidade da procura: o seu sinal; a sua magnitude.
- O sinal da elasticidade informa sobre o tipo de bem através do modo como a sua quantidade procurada varia em
função da variável exógena em questão (ex: se for um bem ordinário ou Giffen há uma variação da quantidade
consumida consequente da variação do seu preço).
- A magnitude da elasticidade informa sobre em quantos por cento varia a quantidade consumida quando a variável
exógena em questão varia 1%.
Como há três tipos de possibilidades (preço do próprio bem, preço de bens substitutos/complementares e o
rendimento) existem três tipos de elasticidades da procura: Elasticidade-preço direta, Elasticidade-preço cruzada e
Elasticidade-rendimento.
Elasticidade preço direta da procura - variação percentual na quantidade procurada de um bem quando o seu preço
varia em 1%, mantendo-se tudo o resto constante.
Se 𝜀𝑖𝑖 < 0, a variação da quantidade consumida do bem i (Δqi) e a variação do seu preço (Δpj ) são de sinal contrário,
significando que é um bem ordinário (satisfaz a Lei da Procura).
Quando o bem é ordinário, há dois casos a distinguir:
- a elasticidade situa-se entre 0 e -1 – é um bem com procura inelástica (ex: o preço do bem sobe 1% e a sua
quantidade consumida baixa menos do que 1%, tendo este bem uma procura pouco elástica relativamente ao preço).
- a elasticidade situa-se abaixo de -1 – é um bem com procura elástica (ex: o preço do bem sobe 1% a sua quantidade
consumida baixa mais do que 1%).
Elasticidade preço cruzada da procura - variação percentual na quantidade procurada de um bem ou serviço quando o
preço de um bem substituto ou complementar varia em 1%, mantendo-se tudo o resto constante
Elasticidade rendimento da procura - variação percentual na quantidade procurada de um bem ou serviço quando o
rendimento do consumidor varia em 1%, mantendo-se tudo o resto constante.
O resultado destas três expressões são funções cujos argumentos são os preços e rendimento. Assim, obtém-se valores
concretos substituindo na função os preços e o rendimento pelos seus valores na situação inicial, antes das respetivas
alterações.