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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO

..... VARA DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA DE FORTALEZA(CE)


(ECA, 148, inc. III)

PEDE PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DESTE PROCESSO


(art. 152, § único, ECA)

Sem custas (ECA, art. 141, § 2º)

FRANCISCO FICTÍCIO , casado, bancário, inscrito no CPF(MF)


sob o nº. 111.222.333-44 e, MARIA FICTÍCIA , casada, empresária, ambos residentes e
domiciliados na Rua X, nº. 0000, em Fortaleza(CE) – CEP nº 11222-33, um e outro com
endereço eletrônico ficto@ficticio.com.br, ora intermediados por seu procurador ao final
firmado – instrumento procuratório acostado –, esse com endereço eletrônico e profissional
inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. 106, inc. I c/c art.
287, ambos do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vêm, com o
devido respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no art. 39 e segs. do
Estatuto da Criança e do Adolescente( ECA ), ajuizar a presente

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AÇÃO DE RITO ESPECIAL ,
( COM PEDIDO CONSTITUTIVO DE “ADOÇÃO DE MENOR”)

pelas razões fáticas e de direito adiante evidenciadas.

I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS

(1) – DA COMPETÊNCIA RACIONE MATERIAE

O presente pedido de adoção se insere na competência desta


Unidade Judiciária em razão da matéria tratada na mesma.

Segundo o quadro fático que abaixo será fixado com maior


descrição, o menor Joaquim Fictício tem idade de 04 anos, onde os Autores pretendem
provimento judicial de sorte a tê-lo como filho por adoção.

Nesse diapasão, reza o Estatuto da Criança e do


Adolescente(ECA ) que:

Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990(ECA)

Art. 39 – A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta


Lei.

(2) – DA COMPETÊNCIA TERRITORIAL

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Consoante também se apresenta na descrição fática adiante
delineada, o infante se encontra em acolhimento institucional (ECA, art. 90, inc. IV)
na entidade de atendimento denominada “Lar Criança Feliz”, a qual localizada nesta
Capital .

A propósito, reza o Estatuto da Criança e do Adolescente que:

Art. 147 – A competência será determinada:


determinada:

(...)

II – pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente,


adolescente, à falta dos pais ou
responsável.

É altamente ilustrativo transcrever aresto originário do Superior


Tribunal de Justiça acerca do tema, verbo ad verbum:

CONFLITO DE COMPETÊNCIA.
Processo civil. Regras processuais. Gerais e especiais. Direito da criança e do
adolescente. Competência. Adoção e guarda. Princípios do melhor interesse da
criança e do juízo imediato X princípio da perpetuatio jurisdictionis.
jurisdictionis. Prevalência do
artigo 147 do ECA ao artigo 87 do CPC. Precedentes. Conflito conhecido para
declarar a competência do juízo suscitante. (STJ; CC 144.518; Proc. 2015/0307223-4;
PA; Segunda Seção; Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino; DJE 23/02/2016)

Com esse enfoque, vejamos a doutrina de Válter Kenji Ishida :

Há uma transposição dos princípios da proteção integral, da prioridade absoluta e


do melor interesse do direito material para o direito processual. Nessa hipótese, a

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regra do art. 147, I, que se vale do local do domicílio dos pais ou responsável, em
determinados casos e sob a ótica dos princípios menoristas, cederia em prol da
regra do art. 147, II (Tânia da Silva Pereira e Lúcia Cristina Guimarães Deccache, O
melhor interesse da criança e do adolescente como critério de fixação da
competência, ‘in’
‘in’ www.tjrj.jus.br)

II – QUADRO FÁTICO

Os Autores, casados, quando em visita ao “ Lar Criança Feliz”,


mostraram interesse na adoção do menor Joaquim Fictício. Referida criança apresenta hoje
04(quatro) anos de idade, a qual se encontra acolhida e sob os cuidados daquela entidade
desde seu nascimento, uma vez que abandonado pelos seus genitores. ( docs. 01/02 )

O menor citado, assim como os Autores, encontram-se aptos à


adoção (ECA, art. art. 29 c/c 50 ), maiormente esses que se submeteram a entrevistas e a
estudos social e psicológico, além de inscritos no cadastro de pretendentes à adoção. ( docs.
03/04 )

III – DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS PARA ADOÇÃO

Devemos ressaltar, primeiramente, que a hipótese em estudo não


é de adoção internacional. (ECA, art. 51 a 52-D )

Registre-se que os Promoventes são casados há 25 anos (ECA,


art. 42, § 2º ), ambos tendo mais de 18(dezoito) anos de idade (ECA, art. 42, caput ),
conforme documentos ora colacionados. ( docs. 05/06 )

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De outro contexto, o adotando Joaquim Fictício tem a idade tenra
de 04 anos de idade nesta ocasião, havendo entre os pretendentes à adoção, ora Autores,
diferença superior a 16(dezesseis) anos entre o menor acima citado (ECA, art. 42, §
3º ), o que se comprova pelos documentos ora insertos. ( docs. 07/09 ) O menor, urge
asseverar, não tem qualquer vínculo de parentesco com o adotando. ( ECA, art. 42, § 1º )

Destaque, de outro norte, que o menor Joaquim Fictício não tem


pais conhecidos , estando acolhido na entidade de proteção ao menor acima citada, sendo
desnecessário o consentimento dos pais. (ECA, art. 45, § 1º ).

A adoção, mais, conforme se demonstram pelos documentos


colacionados (docs. 10/17 ), sobretudo levando-se em conta o grau de instrução dos Autores,
o poder aquisitivo para manter a educação, lazer e saúde do menor, o lar aonde o menor irá
residir, tudo isso traz reais vantagens ao menor. ( ECA, art. 43 )

IV – P E D I D O S

POSTO ISSO,
como últimos requerimentos da presente ação, o Autores requerem que Vossa Excelência se
digne de tomar as seguintes providências:

a)requer seja definido estágio de


convivência, pelo prazo que Vossa
Excelência assinalar(ECA, art.
46), sendo dispensável a oitiva
do menor por ter menos de 12

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anos, na hipótese em liça(ECA,
art. 28, § 2º);

b) julgar procedentes os pedidos


formulados na presente Ação de
Rito Especial com Pedido
Constitutivo de Adoção para:

( i ) seja proferida sentença


constitutiva, de sorte a conferir aos
Autores a adoção do menor Joaquim
Fictício, a ser averbada mediante
mandado judicial no registro civil(LRP,
art. 102, § 3º), consignando a figura
dos Promoventes como pais do infante;

( ii ) pede-se, mais, seja mantido o


sobrenome dos Autores(“Cândido”) e seja
alterado o prenome do adotando de
Joaquim para Lúcio(ECA, art. 47, § 5º)

c) instar a manifestação do
Ministério Público(CPC, art. 178,
inc. II c/c ECA, art. 202);
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Protesta provar o alegado por todos os meios admissíveis
em direito, assegurados pela Lei Fundamental (art. 5º, inciso LV, da C.Fed.), maiormente pela
oitiva de testemunhas a serem arroladas oportuno tempore, junta posterior de documentos
como contraprova, perícia, tudo de logo requerido.

Atribui-se à causa o valor estimativo de R$100,00(cem


reais). (CPC, art. 291 )

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade, 00 de março do ano de 0000.

Beltrano de tal
Advogado – OAB(CE) 112233

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