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Um dos temas mais controversos na igreja cristã sempre foi a cultura. Desde os tempos
bíblicos cultura e religião se misturam de forma bastante homogênea confundindo até
mesmo os estudiosos sobre onde termina uma e onde começa a outra. Definir o que é
cultura em meio aos dogmas, ritos e costumes é algo extremamente difícil.
Por isso, vamos mostrar, como a cultura deve enxergar as mudanças de uma forma
sistêmica, com o objetivo de melhorar a gestão da liderança transformadora.
Dessa maneira, uma organização poderá preparar adequadamente seus membros para que
todos estejam devidamente aptos a conduzir os processos de inovação e transformação.
Trata-se, portanto, de uma conscientização que vai influenciar na cultura institucional,
sendo um aprendizado repassado constantemente para quem chega para somar com a
instituição.
Ela faz com que isso ocorra sem percalços que possam comprometer a saúde espiritual
da instituição, bem como os relacionamentos que envolvem a vida em
comunidade. Portanto, trata-se de uma mudança de pensamento, uma espécie de mini
reforma cultural institucional conduzida pelos líderes em todas as áreas com o objetivo
de melhorar a experiência da comunidade.
Com isso, haverá um preparo, por meio da influência das lideranças, para que entendam
os processos e os valores da instituição, com foco na resolução das necessidades
contemporâneas. Assim, os colaboradores aproveitam todos os recursos inovadores de
uma forma favorável à instituição, sem falhas ou situações que possam influenciar
negativamente no cumprimento dos prazos ou no atendimento às exigências dos tempos
atuais.
Trata-se de um aspecto que auxilia na gestão. No entanto, tudo passa pela mudança de
comportamento, algo que necessita de uma experiência em longo prazo e de várias
abordagens até que se chegue a um patamar ideal. Por isso, é importante saber qual é o
melhor modelo de gestão, iniciando a mudança pelas pessoas e na cultura da organização.
Depois disso chegará o momento das novas ideias, com os devidos aprendizados que
resultarão em, otimização do tempo e redução nos problemas circunstanciais e efetivo
aumento de relevância. Ao investir na transformação cultural, certamente a sua entidade
vai ganhar excelência em sua área de atuação.
Dessa forma, os seus ministérios e serviços estarão alinhados com os desejos do seu
público-alvo, trazendo aquilo que a bíblia chama de frutos duradouros. O ganho de
credibilidade será maior, em razão da qualidade apresentada em todos os processos que
envolvem as relações da instituição com Deus e com o mundo a sua volta.
desenvolvimento sustentável;
compromisso com a palavra de Deus;
geração de valores bíblicos;
adaptabilidade cultural;
liderança transformadora;
pensamento sistêmico;
orientação por processos.
Afinal, muitas organizações falham ao não investirem nos locais onde realmente
necessitam, causando problemas de ordem estrutural e organizacional. Isso inclui baixa
motivação por parte dos colaboradores e, até mesmo, índices altos de reclamações por
parte dos membros.
Por isso, a transformação cultural é a estrutura que vai manter a sua instituição no devido
desenvolvimento, sem abalos na gestão das pessoas quando as mesmas não estiverem
devidamente preparadas para encarar as alterações que necessitam ocorrer.
Assim, líderes talentosos são fundamentais para cativar o grupo. Esses devem ser pessoas
altamente respeitadas e confiáveis, que sabem persuadir os demais colaboradores por
meio de palavras e ações certeiras. É importante que o gestor tenha o respeito e seja um
espelho para os demais colaboradores, inclusive sendo educado para não criar antipatias.
Os elementos de um projeto de
transformação cultural
Nenhuma transformação simplesmente “brota” e acontece sozinha, do nada. Certamente
é assim que muitas mudanças parecem acontecer para nós, mas, se formos sinceros, nós
é que não percebemos suas pequenas sementes sendo lançadas há muito tempo. A
transformação cultural dentro de uma instituição acontece exatamente assim: de forma
gradual, porém firme, enérgica e planejada.
Como a cultura está entranhada no comportamento de todos os colaboradores e em como
as decisões são tomadas, qualquer interferência, para ser bem-sucedida, deve refletir um
plano estruturado idealizado e executado com esse fim.
SISTEMA DE RECONHECIMENTO
A DIMENSÃO DO FAZER
Para alinhar-se à jornada rumo à nova cultura organizacional, ritos devem ser avaliados e
adaptados. Nenhuma frente pode ficar de fora nessa análise, pois o processo deve ser
homogêneo, íntegro e à prova de contradições, para que seja compreendido e interpretado
adequadamente por todos.
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
o tempo;
o sistema de reconhecimento da organização;
a participação da liderança no processo;
os processos, práticas e rituais da instituição;
a estratégia de comunicação.
Esses elementos servem como guia para que a transformação da cultura organizacional
seja feita de modo sólido e produtivo para todos os envolvidos na equação. É preciso que
todos estejam atentos às informações que esses critérios trazem, compensando
desequilíbrios e trabalhando o que precisa ser desenvolvido.
Podemos dizer que o primeiro passo foi dado. Uma etapa importante foi feita, mas ainda
há muito o que fazer. Cultura não se muda apenas pela comunicação da lista de Valores.
É necessário mudar os processos de trabalho, e apoiar a mudança especialmente com as
ferramentas de gestão de recursos humanos. Vejamos um exemplo: uma instituição que
queira tornar sua cultura mais orientada para o resultado do que para o relacionamento.
Provavelmente não estará fazendo isto só porque parece ser bom, mas porque seus
indicadores mostram que há problemas que são ocasionados pela falta de execução de
tarefas que deveriam estar sendo feitas, mas acabam não sendo executadas de forma
correta ou até mesmo de forma nenhuma, gerando problemas consequentes.
Certamente também será necessário mudar seu processo de trabalho e a forma como se
relaciona com seus membros. Muitas vezes os sistemas e processos de funcionamento da
instituição devem ser verificados e as falhas humanas devem ser identificadas. As vezes
é necessário criar um grupo de trabalho de alto nível liderado por uma pessoa de respeito,
com a autonomia e autoridade necessárias para alterar processos que cruzam várias
diretorias, e eventualmente buscar ajuda externa especializada no assunto. Neste caso,
provavelmente vários conflitos surgirão, e a mediação de alto nível de um líder de maior
influência será necessária. É neste exato momento que veremos se os principais líderes
da instituição querem, de fato, mudar a cultura da instituição, tomando o caminho do
novo, ou se preferirão manter o status quo. Muitas vezes a mudança é incerta, e não se
sabe o resultado que afinal surgirá. Segundo Ronaldo Iabrudi(1), “quem não arrisca não
inova, não muda a organização, não inspira as pessoas”.
Tendo estudado mudança nas organizações por muitos anos, John Kotter (2) concluiu que
apenas uma pequena parte destes processos obtém êxito. Ele associa estes insucessos à
inabilidade de gestão de projetos complexos e à falta de liderança, que não deve ser
confundida com gerência de projeto ou de pessoas. Já Robert Kegan (3), professor da
Harvard Medical School, pesquisou este tema por outro ângulo e criou a teoria de que
desenvolvemos uma “imunidade à mudança”, porque, em essência, a situação atual, por
ruim que seja, apresenta benefícios suficientes para o indivíduo querer mantê-la.
Racionalmente podemos querer mudar, mas emocionalmente há dúvida de trocar o certo
pelo duvidoso. E este é exatamente o caso em que o líder principal da organização não
pode ter qualquer dúvida sobre o que precisa ser feito. O principal líder precisa ser a
mudança desejada. Precisa dar e ser o exemplo.
Algumas organizações tentam mudar sua cultura alterando somente seus artefatos e isso,
em geral, não tem efeito prático ou duradouro. Um exemplo disto são instituições que,
querendo ter uma “cultura moderna”, alteram alguns rituais e práticas adicionando novos
nomes aos programas, novos horários de reuniões, mas mantêm todas as demais
características de uma instituição tradicional e seus controles. Com mensagens
contraditórias os colaboradores acabam optando pelo comportamento tradicional e
conhecido.
Nenhum projeto de mudança cultural pode ter a expectativa de êxito sem o total
engajamento do principal líder da organização. Todo Presidente Executivo ou de
Conselho sabe da importância de um planejamento estratégico, mas nem todos sabem da
intima relação entre cultura e estratégia. Também nem todos sabem do impacto nos
resultados que a cultura pode ter, para o bem ou para o mal. Assim, nem sempre o tema
cultura estará automaticamente em sua agenda. Se este for o caso, talvez ele ou ela precise
ser pacientemente capacitado neste tema até tomar este assunto como seu.
Cultura ótima é aquela que será a mais funcional em relação à estratégia da organização,
ou seja, é a cultura que apoia o desenvolvimento da estratégia, e vice-versa. A escolha
dos traços culturais ótimos é, em geral, o resultado de uma discussão de alto nível com as
principais lideranças da organização tendo como premissa a sua estratégia. Cultura e
estratégia precisam estar alinhadas.
4. Divulgar intensamente.
Existem muitas formas de divulgar este trabalho, inclusive formulando uma nova
declaração de valores, ou via capacitação da liderança, e, sem dúvida, nos materiais de
integração de novos colaboradores, ou com textos dispostos na parede de entrada da
instituição. Jack Welch(4), relata que, além das formas tradicionais de divulgação, “a
Igreja de Sadleback de Rick Waren distribuía cartões (com os valores) para serem
mantidos nas carteiras e bolsas”. Outra forma importante de divulgar a cultura é através
de símbolos: por exemplo, em empresas ou repartições públicas quando se quer divulgar
a ideia de transparência e fluxo de informação uma forma é a adoção de espaços abertos,
sem salas privativas, sem baias definidas. Apenas um grande “mesão” de trabalho onde
qualquer um, de qualquer nível pode plugar seu computador e trabalhar, ficando gerente
e analista lado a lado. Muitas instituições também consideram importante divulgar a sua
declaração de valores para o mundo externo, por exemplo, no site da instituição, pois
auxilia no alinhamento de fornecedores e na atração de novos colaboradores com o perfil
adequado.
Não basta falar, é preciso ter políticas, processos e práticas de trabalho que estimulem e
sustentem a cultura desejada. Uma instituição precisa gerenciar seus valores e objetivos
com firmeza.
Não há como você estabelecer uma nova cultura institucional mantendo os mesmos
serviços, valores e programas que a cultura anterior. Uma mudança efetiva de mente deve
ser acompanhada de uma mudança efetiva de comportamento. Novos valores exigem
novos comportamentos. Por exemplo: não adianta mudar o horário do culto porque todos
chegam atrasados, ou marcar meia hora mais cedo para que todos cheguem no horário.
Jack Welch(6) afirma que “para que os valores realmente signifiquem alguma coisa, as
instituições devem compensar as pessoas que os demonstram, e “punir” as que não os
demonstram. Isto é muito importante”. O Reforço positivo é um grande aliado da
mudança cultural.
Referência bibliográfica
1. LIMA, João: Gestão e Cultura de Resultados: modelo para gerir e liderar pessoas
realizadas e instituições vencedoras, São Paulo, Editora Gente, 2015
2. KOTTER, John: Liderando Mudanças, Editora Campus Elsevier, 2013.
3. KEGAN, Robert, e LAHEY, Lisa Laskow: Imunidade à mudança, Editora Campus
Elsevier, 2010.
4. WELCH, Jack, e WELCH, Suzy: Paixão por Vencer, Elsevier Editora, 2005.
5. 3M, A culture of innovation
6. WELCH, Jack, e WELCH, Suzy: Paixão por Vencer, Elsevier Editora, 2005.
7. CAMPOS, Vicente Falconi: Gerenciamento da Rotina do Trabalho do dia-a-dia,
Editora Desenvolvimento Gerencial, Belo Horizonte, 1998, sexta edição