Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3. Funções da Criminologia..................................................................................4
1. Crime................................................................................................................6
1.2. Requisitos..............................................................................................6
1.3. Criminalização.......................................................................................6
1.4. Prevenção.............................................................................................7
2. Criminoso..........................................................................................................7
3. Vítima................................................................................................................7
3.2. Vitimização............................................................................................8
4. Controle Social.................................................................................................8
ESCOLAS CRIMINOLÓGICAS...................................................................................10
1.2. Inquisição............................................................................................10
1.4. Iluminismo...........................................................................................11
2. Positivismo Criminológico...............................................................................12
2.1. Imperialismo........................................................................................12
2.4. Postulados..........................................................................................14
VITIMOLOGIA.............................................................................................................33
1. CONCEITO.....................................................................................................33
1.3. Vitimização..........................................................................................33
3. DUPLA PENAL...............................................................................................34
3. FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA
1
MÉTODO DA CRIMINOLOGIA: Empírico → calcada na observação da realidade. Interdisciplinar →
admite a influencia de outras ciências na construção do conhecimento.
2
OBJETOS DA CRIMINOLOGIA: crime, criminoso, vítima e controle social.
3
FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA.
c) Prevenir eficazmente a criminalidade, não se contenta com a mera
aplicação da pena enquanto fator de prevenção;
d) Intervir no responsável pelo crime e na vítima.
1. CRIME
1.2. Requisitos
1.3. Criminalização
1.4. Prevenção
2. CRIMINOSO
3. VÍTIMA
3.2. Vitimização
4. CONTROLE SOCIAL
1.2. Inquisição
1.4. Iluminismo
2. POSITIVISMO CRIMINOLÓGICO
2.1. Imperialismo
O contexto de colonização da África e Ásia pelas potencias industriais
europeias favoreceu a formulação de um arcabouço científico que diferenciasse os
indivíduos em razão de suas características físicas.
Outro fator que influenciou o positivismo foi o início da concentração
urbana decorrente da industrialização.
a) Cesare Lombroso:
Ele foi militar, médico, político e criminólogo.
Escreveu a obra “O homem delinquente”, principal obra do positivismo,
na qual desenvolve a teoria do criminoso nato. Para esta teoria algumas pessoas
seriam destinadas a praticar crimes, em razão de fatores biológicos.
Apesar das premissas equivocadas, Lombroso tem o mérito de inaugurar
a etapa científica da criminologia (adoção do método empírico), bem como a
etimologia criminal (estudo das causas do crime).
Lombroso acreditava que o comportamento degenerado decorria de uma
doença denominada “regressão atávica”, a qual fazia com que o indivíduo se
comportasse como um indivíduo primitivo, que não controla os seus próprios
instintos.
Tal condição seria identificável através de características físicas. O
indivíduo que as reunisse seria um criminoso nato.
Lombroso inaugura o determinismo na criminologia, isto é, o
comportamento humano é determinado pelas características físicas. Esta premissa
será posteriormente refutada pela criminologia. Além disso, a mostra empírica de
Lombroso era viciada (só fazia autópsia das pessoas pressas, ignorando a
seletividade penal).
A proposta de política criminal de Lombroso, diante da negação do livre
arbítrio do criminoso era a condenação à morte ou a internação em manicômios.
Seu pensamento era extremamente preconceituoso e foi o fundamento de
diversas atrocidades, como as do regime totalitário italiano (facismo).
No Brasil, a autora Lina Rogrigues foi a maior expressão do positivismo
criminológico.
b) Enrico Ferri:
Adota o determinismo biológico, mas além das características físicas, o
indivíduo será determinado por fatores sociais (ambiente de convívio) e fatores
telúricos (clima, temperatura e as estações do ano).
Para Ferri o fenômeno criminal se relacionava com fatores sociológicos,
pois o crime seria um fenômeno social, porém características biológicas
influenciariam os fatores sociais.
A sociologia criminal que seria capaz de solucionar o fenômeno criminal e
não o direito penal, que já estaria ultrapassado.
Ele é considerado o pai da sociologia criminal, porque escreveu um livro
intitulado “sociologia criminal” e é o primeiro autor a tratar de fatores sociais ligados
a criminologia.
Obs.: Ferri é positivista, não faz parte da sociologia americana do sec. XX
(Teorias Sociológicas).
c) Raffaele Garófalo:
Os indivíduos criminosos são despidos do sentimento de piedade e
probidade, o que os leva a cometer, respectivamente, crimes contra a vida e contra
a propriedade. Desenvolve o conceito de periculosidade (“temerità”).
Para ele o crime seria algo natural, e refuta a tese do criminoso nato, mas
admite que o criminoso possui uma anomalia moral ou psíquica.
O rigor penal seria imprescindível para a eficaz defesa da ordem social,
que goza de supremacia radical em frente aos direitos do indivíduo. Assim, a pena
de morte é perfeitamente aceitável, como penas de caráter perpétuo ou de particular
severidade.
É um dos autores que desenvolve a medida de segurança, que se
relaciona com periculosidade e propriamente não com crime.
2.4. Postulados
a) Contexto Histórico:
No início do século XX a cidade de Chicago recebe um grande fluxo
migratório (europeus e ex-escravos americanos). Há uma elevação populacional e
uma consequentemente elevação nos índices criminais.
O departamento de sociologia da universidade de Chicago é fundado
nesta época e nasce com forte viés pragmático, isto é, tentava resolver os
problemas concretos da cidade, dentre eles o da criminalidade.
b) Métodos:
Os sociólogos da Escola de Chicago adotavam a “ecologia criminal”, isto
é, a decomposição da cidade em zonas e áreas, a fim de examinar o fenômeno
criminal em cada uma destas.
Eles elaboravam estudos cartográficos sobre a criminalidade.
Realizavam “social survey” (inquéritos sociais), idêntico a realização de
um senso e estatísticas sobre a criminologia.
c) Constatações:
4
Etiologia → estudo da causa, da origem.
Os sociólogos Park e Burgess desenvolvem um modelo radial, isto é, a
divisão da cidade em círculos concêntricos.
No circulo central estaria o LOOP (indústrias). No segundo círculo
localiza-se o SLUM (prostíbulos, cortiços e habitações de baixo custo), no terceiro,
quarto e quinto círculos estão, respectivamente, as residências de classe baixa,
média e alta.
A maior incidência criminal foi constatada no segundo círculo onde está o
SLUM.
Thomas escreve o livro “camponês polonês na Europa e na América”, no
qual conclui que indivíduos que não cometiam crimes no país de origem passam a
cometer crimes em Chicago, rompendo com a escola positivista da criminologia.
Esse imigrante comete crimes nesse novo local porque ele chega a um
local totalmente degradado, sem vínculo afetivo com o local e com as pessoas que
vivem no mesmo local, devido a rotatividade de pessoas. Esse conjunto leva a uma
desorganização social, que é a causa do crime.
d) Conclusões:
O positivismo criminológico não explica causa da criminalidade, uma vez
que o mesmo individuo comete crimes em um lugar e em outro não.
Que a causa do crime é a desorganização social, isto é o rompimento
dos vínculos de afeto e de cuidado na cidade grande, o qual se deve à mobilidade
social, às barreiras linguísticas e culturais e a degradação urbana.
A proposta de política criminal da Escola de Chicago é revigorar o
controle social informal, através do revigoramento dos vínculos sociais.
e) Críticas:
Não é uma etiologia geral da criminalidade, ela não consegue explicar os
crimes de colarinho branco, somente explica os crimes de rua (contra a vida e
patrimônio).
Deu margem a teoria da janela quebrada, que será abordada em
Neorrealismo de Esquerda.
b) Subcultura Delinquente:
Na cultura o valor dominante, dentro outros, é respeitar o próximo e
cumprir a lei. Na subcultura delinquente o valor de sucesso será exatamente o
oposto, isto é, cometer crimes, desrespeitar a lei.
Essa concepção também rompe com o positivismo, na medida em que
criminosa é a cultura e não o homem.
A teoria da subcultura delinquente não é uma etiologia geral da
criminalidade, pois pretende explicar a origem de apenas alguns crimes específicos.
c) Delinquência Juvenil:
O principal autor que estuda a delinquência juvenil é Albert Cohen, no
livro “Delinquent Boys”.
Cohen elabora a tese de que o adolescente já é uma espécie de rebelde
sem causa, possui um inconformismo nato com a sociedade. Soma-se a isso o fato
de que a expectativa social do sucesso não é disponibilizada a todos, o que leva
grupos de jovens (gangs) a fundar uma subcultura na qual o sucesso consistirá no
cometimento de delitos e na humilhação de terceiros.
Características dos crimes cometidos na subcultura delinquencial juvenil:
1º não utilitarismo da ação (a ação não visa um fim útil, o fim
do crime é chocar);
2º malícia (é o prazer em desconcertar o outro, chocar,
humilhar);
3º negativismo da ação (inversão dos valores dominantes,
transformando o fracasso da cultura no sucesso da subcultura);
4º modus operandi do crime → são cometidos em grupos com
a finalidade de chamar a atenção e diminuir o sentimento de
culpa.
a) Conceito de Anomia:
Anomia é a ausência de regras, uma sociedade sem regras. Não se sabe
o que é justo é o que é injusto, o que é lícito e o que é ilícito.
b) Durkheim:
Para Durkheim a existência de uma certa parcela anômica da população
é positiva, pois a sua punição reforça os valores vigentes para o restante da
sociedade, desde que essa parcela anômica se mantenha estável e baixa.
A teoria de Durkheim funda a teoria da prevenção geral da pena do direito
penal.
A causa do crime é a anomia, o desrespeito à norma, ou inexistência de
norma.
c) Merton:
Para Merton a anomia é a distância entre a pessoa e a sua expectativa de
sucesso em razão da inexistência de meios sociais para alcança-lo. Ou seja, anomia
é o lapso entre a expectativa social de sucesso e os meios sociais disponibilizados
para alcança-lo.
Diante dessa anomia o indivíduo pode se comportar de cinco meios
diferentes:
1º conformismo → é a atitude de satisfação mesmo diante da
impossibilidade de alcançar o sucesso;
2º inovação → ocorre quando o indivíduo busca o sucesso por
mios ilegítimos (se o meio ilegítimo for tipificado haverá crime).
3º ritualismo → ocorre quando o sujeito não está conformado,
mas tem medo de “inovar” (recorrer a meios ilegítimos).
4º evasão → é a renúncia à expectativa de sucesso. O
tratamento punitivo à evasão depende de cada Estado.
5º rebelião → é o comportamento que visa substituir a
expectativa social de sucesso (substituir a cultura dominante
pela contracultura). A tipificação da rebelião depende de cada
Estado.
b) Edwin Sutherland:
Crime de colarinho branco é o delito cometido por pessoa de alta
respeitabilidade social no âmbito da atividade econômica que exerce.
A teoria da associação diferencial é elaborada para tentar explicar a
causa do crime de colarinho branco, bem como a causa dos demais crimes. É uma
etiologia geral da criminalidade.
Sutherland pesquisou as maiores empresas americanas e constatou que
a maior parte delas havia cometido crimes, mas apenas uma ínfima parcela havia
sido condenada.
e) Tratamento Diferencial
Sutherland delineia alguns motivos pelos quais os crimes de colarinho
branco recebem um tratamento mais benéfico por parte do sistema de justiça:
Status do Agente → o status do agente do crime de colarinho
branco causa uma mistura de medo e admiração nos legisladores
e nos aplicadores da lei. Além disso, os responsáveis pelos
processos de criminalização (primária e secundária) enxergam
tais agentes uma pessoa próxima, se identificam com seus
costumes, linguajar, etc, o que dificulta o tratamento punitivo.
[...] falta naturalmente uma liderança efetiva na luta contra o
crime de colarinho branco. E isto, porque muitos dirigentes
políticos provêm dos mesmos estratos deste nível
socioeconômico, que não intervém nem praticam crimes de
colarinho branco, são, por via de regra, relutantes em atacar
outros membros de sua própria classe. (Sutherland).
Da Cifra Oculta à Cifra Dourada → cifra dourada é a ausência dos
crimes de colarinho branco nas estatísticas oficiais da
criminalidade, o que dificulta a comoção social em torno de tais
condutas.
Tendência de Usar Métodos não Penais → O Estado em relação
os crime de colarinho branco possui uma clara preferência
arrecadatória em detrimento da via punitiva. Por tal razão os
crimes de colarinho branco geralmente são interpretados como
meros ilícitos civis ou tributários
[...] tais agentes não são detidos por policiais uniformizados,
não são julgados em tribunais criminais e não são enviados
para prisões; este comportamento ilegal é objeto da atenção de
comissões administrativas ou de tribunais que julgam segundo
o direito civil ou a equidade (Sutherland).
Ressentimento Desorganizado → a complexidade da conduta do
crime de colarinho branco somada à difusão das vítimas dificulta a
comoção social em torno de tal conduta, bem como eventual
reação em relação a tais agentes.
[...] a própria comunidade, mediante a opinião pública, traduz
alguma perplexidade em identificar tais fatos como delituosos.
Muitas pessoa comunas não captam a essência danosa de
alguns dos atos cometidos, normalmente identificados como
crimes de colarinho branco (Shecaria).
e) Seletividade Penal:
i. seletividade criminalizante → decorre da escassez de recursos
materiais e humanos dos órgãos incumbidos pelo controle
social formal, sobretudo a polícia, a qual acaba priorizando a
persecução a crimes facilmente identificáveis, cometidos por
pessoas que ofereçam menos resistência ao processo de
criminalização.
Dentro dessa perspectiva a chance de ser capturado pelo
sistema punitivo pode ser demonstrado através do seguinte
esquema:
1º → Estereótipo do criminoso e que ofereça menos resistência
ao processo de criminalização;
2º → Não se enquadra no estereótipo, mas comete crime tosco
(classe média alta que comete homicídio);
3º → Não se enquadra no estereótipo e nem comete crime
tosco, mas perde uma disputa de poder.
Exemplo: “laranja” de organização criminosa.
A seletividade criminalizante é prioritariamente exercida pela
polícia e não pelo poder judiciário é uma característica inerente
ao sistema punitivo.
ii. seletividade vitimizante → o Estado é mais anômico (omisso)
em termos de segurança pública nas regiões mais pobres das
cidades. Além disso, a população mais pobre não possui meios
para garantir a segurança de forma privada. Isto gera duas
consequências:
1º → ocorre a instalação de lideranças locais que visam
substituir a segurança pública, por exemplo, as milícias.
2º → a população mais pobre fica mais exposta à vitimização e
consequentemente passa a clamar por maior rigor punitivo.
iii. seletividade policizante → em regra os agentes das polícias são
recrutados nas mesmas camadas sociais em que ocorre a
seletividade criminalizante e seletividade vitimizante. Tais
profissionais serão mal remunerados, passarão por precário
treinamento, trabalharão em condições extremas.
Tal profissional passará a aderir um discurso autoritário e
hierárquico dentro de uma instituição total (processo de
policização).
A soma de tais circunstâncias dá margem para o direito penal
subterrâneo, isto é, os desvios cometidos pelas forças policiais
no exercício da função, por exemplo, corrupção, violência
arbitrária, tortura, execuções extrajudiciais.
O direito penal subterrâneo conduz a criação do estereótipo do
policial desonesto, corrupto e violento.
a) Introdução
A criminologia crítica para fins de prova é sinônimo de criminologia
radical, criminologia marxista ou nova criminologia.
O primórdio da criminologia crítica é a obra: “Punição e estrutura social”
de George Rushe e Otto Kircheimer (é a primeira obra que relaciona o sistema
punitivo a modelo capitalista).
Inglaterra: Conferência Nacional do desvio. Walton, Taylor e Young
publicam o livro “A nova Criminologia”. Esse é o marco inicial da criminologia crítica.
Na nova criminologia o Walton, Taylor e Young propunham visualizar as
origens estruturais e supraestruturas do desvio assim como as reações mais
imediatas das instancias oficiais e do público e que deve-se buscar a abolição das
desigualdades sociais, afirmando que a redução da criminalidade passa pela
eliminação da exploração econômica e da opressão política de classe.
França: Foucault, escreveu o livro “Vigiar e Punir”.
Itália: Escola de Bolonha teve os criminólogos principais: Pavanini,
Baratta e Melossi.
EUA: União de Criminólogos Radicais.
Brasil: Juarez Cirino dos Santos e o Nilo Batista.
b) O Mito da Igualdade
O direito penal é o direito desigual por excelência (Baratta).
Os criminólogos críticos desconstroem o mito da igualdade, isto é, a ideia
de que o direito penal protege igualmente todos os cidadãos contra ofensas apenas
a bens essenciais, dos quais todos estão igualmente interessados.
Outro fator do mito da igualdade é de que a lei penal é igual para todos,
isto é, todos os autores de crimes têm iguais chances de serem objeto do processo
de criminalização.
Os criminólogos críticos negam isso e afirmam que:
1º → o direito penal não incide apenas sobre bens essenciais, e quando o
faz atua de forma fragmentária.
2º → a lei penal não é igual para todos o status de criminoso é distribuído
de modo desigual entre os indivíduos.
3º → a distribuição do status de criminoso independe da danosidade
social da ação.
c) Ideias Centrais
a teoria do consenso é insuficiente para explicar o fenômeno criminal;
para a criminologia crítica os atos são criminosos porque é de interesse
da classe dominante assim defini-los;
o delito é um fenômeno dependente do modo de produção capitalista;
as pessoas são rotuladas criminosas, pois assim as definindo, serve-se
aos interesses das classes dominantes;
as classes mais pobres são rotuladas e as mais ricas não, pois estas
detém os meios de produção, o que lhes dá controle do Estado e da
aplicação da lei (a criminologia tradicional afirma que os mais pobres
são mais propensos a serem rotulados, pois cometeriam mais crimes);
o homem não tem livre-arbítrio. Ele está submetido a um vetor
econômico insuperável que produz a criminalidade como um fenômeno
global; (determinismo econômico);
o problema criminal é insolúvel dentro dos marcos de uma sociedade
capitalista;
o crime não é uma constante em todas as sociedades (doutrina
funcionalista). Ele varia dependendo da estrutura econômica;
definir certas pessoas como criminosas permite maior controle sobre o
proletariado, acentuando a hostilidade do oprimido para longe dos
opressores e em direção à sua própria classe (seleção vitimizante);
redefinição do próprio conceito de crime. Aceitar a definição neutra de
crime é aceitar uma ficção. Aceitar as soluções “neutras” para o
controle da criminalidade também;
enquanto a solução dita “neutra” para o problema da criminalidade se
dirige ao controle da população vulnerável (pobres, jovens, mulheres),
a solução da criminologia crítica se dirige na transformação
revolucionária da sociedade e na eliminação da exploração política e
econômica;
d) Derivações
d1) Neorrealismo de Esquerda:
Parte dos criminólogos críticos se depara com a postura autoritária de
governos conservadores especialmente nas décadas de 70 e 80. Os exemplos
desses governos são, Ronald Reagan nos Estados Unidos e Margaret Thatcher no
Reino Unido.
Tais governos adotam a política criminal de “tolerância zero”, fundada na
teoria das janelas quebradas.
Teoria das janelas quebradas → parte da premissa de que pequenas
desordens dão causa a problemas maiores. O controle social formal sobre essas
pequenas incivilidades seria a melhor forma de prevenir crimes mais graves.
Há assim a substituição do controle informal sobre estas incivilidades pelo
controle formal.
A polícia passa a realizar o patrulhamento ostensivo, não para prevenir os
crimes graves, mas para reprimir condutas antissociais. Ex: vadiagem, pichação,
prostituição, etc.
Política Criminal de Tolerância Zero → é a técnica policial decorrente da
teoria das janelas quebradas.
O efeito colateral é a punição desproporcional das pequenas incivilidades,
sobretudo daquelas atribuídas às minorias (população negra e latina que vivem em
Nova York no final da década de 80).
O neorrealismo de esquerda é um retrocesso no idealismo fundante da
criminologia critica. Os neorrealistas de esquerda voltam a fazer etiologia criminal,
acreditar nas funções da pena, bem como no fato de que vários crimes possuem
consenso dentre a população. É um neopolitivismo.
d2) Garantismo Penal:
Alessandro Baratta
A criminalidade é um bem negativo, distribuído desigualmente
conforme a hierarquia dos interesses fixada no sistema
socioeconômico e conforme a desigualdade social entre os
indivíduos. (Baratta)
Baratta propõe a criação de uma criminalidade dos oprimidos, a qual
agravaria o tratamento punitivo para crimes mais relevantes, por exemplo, crime de
colarinho branco, racismo, crimes de gênero e crimes ambientais. Ao mesmo tempo
haveria um abrandamento de tratamento para os crimes toscos.
Esta proposta de Baratta é criticada pelos abolicionistas, os quais a
denominam “esquerda punitiva”. Esta crítica afirma que mesmo invertido o direito
penal operaria com os mesmos problemas (seletividade e fragmentariedade),
transmitindo a falsa sensação de que o problema estaria resolvido. (Esquerda
Punitiva)
1. CONCEITO
1.3. Vitimização
3. DUPLA PENAL