Você está na página 1de 13

A Indicação Geográfica da Cachaça como um

fator de inovação
Valdir Silva da Conceição valdirconceicao@gmail.com UFBA
Angela machado Rocha anmach@gmail.com UFBA
Marcelo Santana Silva profmarceloifba@gmail.com IFBA

Resumo
O presente trabalho objetiva verificar se a Indicação Geográfica (IG) da cachaça
se constitui em uma inovação. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica
com a utilização de artigos, dissertações, teses, manuais e a legislação específica
para a cachaça. O registro de uma indicação geográfica no Instituto Nacional de
Propriedade Industrial (INPI) se constitui em um fator importante para o detentor
do registro e também para os usuários do produto ou serviço, uma vez que o mesmo
garante a qualidade e originalidade, além de preservar o saber-fazer, abrir o campo
para inserção no mercado tanto interno como externo, além de garantir a
restreabilidade do produto, conferindo credibilidade e continuidade do negócio,
que é um fator condicionante da inovação. O registro da IG no INPI garante à
organização um determinado monopólio e também abertura de nicho específico,
além de ter um papel relevante na valorização e proteção dos aspectos culturais,
históricos, econômicos e sócias do país. A conclusão do estudo é que a IG da
caçhaça se constitui em uma inovação.
Palavras chaves Indicação Geográfica, Cachaça, Inovação.

1. Introdução

Os produtos e serviços possuem características inatas ou moldadas em decorrência da


intervenção humana, o que confere um grau de diferenciação, qualidade e reputação, além de
notoriedade, que podem ser percebidos pelos clientes/usuários, o que pode torna-lo diferente
quando comparado com similares. Como exemplo pode ser citada a cachaça de Abaíra - BA, a
cachaça da região de Salinas – MG. Também pode ser a farinha de Copioba de Nazaré - BA, o
dendê de Valença – BA, a renda de bilro de Saubara – BA, citado o presunto de Parma, o Wisk
da Escócia, a tequila do México, os charutos cubanos etc.

O registro de Indicação Geográfica vem crescendo a cada ano, com o apoio de


instituições de pesquisa, fomento, políticas públicas, enganjamento dos produtores, da
sociedade e dos entes públicos e privados, além das Organizações não Governamentais e

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 1 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
associações e similares. As universidade e instituições de ensino utilizam os projetos de
iniciação científica e as dissertações, teses, artigos e trabalhos de conclusão como ferramenta
para ajudar a difundir e a possibilitar as condições para que ocorra o registro do produto ou
serviço como uma IG. Um dos seus objetivos é a distinção do produto pela diferenciação da
qualidade inerente ao produto ou serviço ou então pelo reconhecimento do seu lugar de origem.
Também proporciona a possibilidade de agregação de valor, cooperação entre os produtores,
fidelização, notoriedade, protegendo-os das imitações e falsificações, da concorrência desleal,
do seu uso indevido por pessoas ou empresas que não fazem parte da área de abrangência do
registro, gera ganhos econômicos e social para a comunidade e o seu entorno, além de
identificar a origem.

Segundo a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), o registro de


Indicação Geográfica (IG) é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu
local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de
distingui-los em relação aos seus similares disponíveis no mercado (OMPI, 2012).

As primeiras denominações são encontradas na Biblia, com a citação do vinho do


Libano. Na Grécia e na Roma antiga havia denominações como o bronze de Corinto e a
mármore de Carrara. O surgimento formal da IG ocorreu na Europa no século XVII, ocorreu
devido a necessidade de proteger os produtos agrícolas e combater a concorrência desleal.

Com a globalização do mercado, a necessidade de circulação de mercadorias entre os


países e a evolução do comportamento dos consumidores em relação aos produtos tradicionais
e com qualidade o registro de um produto ou serviço como uma IG torna-se fundamental,
porque entre outras vantagens, vai satisfazer as necessidades e expectativas do cliente. A
necessidade de romper barreiras e os desafios gerados pela globalização requer das empresas a
adoção de práticas inovativas de forma a desenvolver novos produtos, gerenciar novos
processos, dinamizar as inovações tanto no processo como no produto.

Existem alguns tratados internacionais do qual o Brasil também é signatário e que


reconhecem as IG como um fator de proteção dos bens culturais de uma nação, o que também
facilita o reconhecimento mundial dos produtos nacionais. A IG já é uma realidade em alguns
países e no Brasil ainda é incipiente, por ser algo novo e sem tradição no país. Ela serve como
uma ferramenta propulsora do desenvolvimento sociocultural, do desempenho nas transações
comerciais e na valorização da ação coletiva e da identidade local (MARINS, CABRAL, 2015).

Algumas IG possuem governança territorial, o que se configura em uma inovação, tendo


como representante uma associação ou algo similar, assim como a criação de um conselho
superior que fica responsável pelo controle da qualidade e pela verificação do uso do
regulamento pelos associados.

A construção de uma IG é um processo dinâmico de inovação institucional em um


contexto interativo com a criação de redes com diferentes componentes como a instituições de
pesquisa e fomento, as associações, os produtores, a sociedade, a comunidade etc. onde impera
a confiança, a troca de informações, com o fortalecimento dos processos de aprendizagem
coletivo e a dinamização do território (NIEDERLE, 2009).

O modo de plantio e o manejo de produtos agrícolas, assim como as técnicas de


produção foram aprendidos com os nativos e a sua difusão ocorreu durante a colonização e

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 2 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
entre as gerações como uma forma de continuidade da arte e do ofício, o saber-fazer, e a sua
evolução com o aprendizado e o desenvolvimento intelectual, além da experiência adquirida
com o passar do tempo.

O desenvolvimento de produto tem uma ressignificação como uma inovação técnica,


porque dinamiza a cultura, incorporando novas formas de concepção do produto, que vai tendo
uma apropriação no cotidiano das pessoas ao longo do tempo (MELLO, 2015).

A propriedade intelectual se insere como uma ferramenta que incentiva a inovação,


fortalecendo o poder de penetração no mercado de quem detém o seu direito de uso e de
exploração.

A inovação não se assemelha a um ato isolado ou a uma ação individual, mas ela tem
característica de uma ação coletiva ao longo do tempo, devido a troca de conhecimento e a
interação entre as pessoas e o ambiente, o que é fundamental para a difusão de todo o
conhecimento gerado, porque ela se insere no processo de aprendizagem e na troca de
experiência entre os atores envolvidos, e essa condição proporciona a geração de lucro. Na
cooperação pode ocorrer o surgimento de um produto que é fruto da inovação, tendo a difusão
do conhecimento a mola mestra para a inovação que tem entre outras consequências o
desenvolvimento local (MARINS, CABRAL, 2015).

O objetivo do presente artigo é a verificação do registro de uma IG voltada para a


tipologia bebida alcoólica, especificamente a cachaça, como uma inovação, porque o detentor
do registro se insere no grupo que possuem produtos diferenciados em relação sãos similares
existentes no mercado, atestando que o mesmo possui qualidade intrínseca, identidade
reconhecida no mercado, sendo que ela é submetida a uma certificação rigorosa por órgão
competente e criado com esse objetivo. Na bibliografia utilizada percebe-se que o registro de
uma IG é fundamental para a promoção do desenvolvimento econômico.

2. Metodologia

A pesquisa realizada foi do tipo exploratória. A sua finalidade é proporcionar maior


familiaridade com o problema e também colabora com o aperfeiçoamento de ideias permitindo
um entendimento maior acerca dos diversos aspectos relacionados ao assunto estudado (GIL,
2010).

Optou-se pela abordagem qualitativa, pois a mesma não representa valores numéricos,
mas diz respeito ao aprofundamento visando a compreensão de um determinado grupo social,
de uma organização ou de um fenômeno entre outros. Ela parte do pressuposto de um modelo
único de pesquisa, porque as ciências sociais tem uma especifidade, ou seja, uma metodologia
própria (GIL, 2008).

A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, abordando inicialmente os temas


relacionados a inovação e sua importância no desenvolvimento econômico. Em segundo plano
buscou-se os fundamentos relativos a IG a partir da legislação vigente e posteriormente sobre
a cachaça e os fatores que podem ser considerados como uma inovação.

Para a coleta de dados secundários foi realizada uma pesquisa bibliográfica consultando
livros, artigos, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses, além de sítios institucionais

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 3 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
como o do INPI relativo as IG. Para Gil (2010) a pesquisa bibliográfica é elaborada com a ajuda
de material que já foi divulgado.

3. Marco teórico e análise dos dados coletados

3.1. Evolução do conceito de inovação

Etimologicamente a palavra inovação é derivada do latim innovare, que tem como


significado “renovar, tornar algo novo” (BESSANT, 2003, p.761). De acordo com o dicionário
Aurélio significa “tornar algo novo, renovar, introduzir novidade. Então pode-se pensar a
inovação como uma busca, uma descoberta, um novo processo, uma nova ideia, uma mudança,
uma invenção ou uma novidade. Para Coral, Ogliari, Abreu (2008) a inovação tem como
significado a arte e o efeito de introduzir uma novidade mercadológica e que só é considerada
como uma inovação quando passa a ser percebida e aceita pelo cliente, pois, caso essas
condições não sejam aceitas, tem-se uma invenção.

A inovação sempre existiu desde os primórdios da humanidade, mas a sua ocorrência


era de forma empírica e ligados a necessidade humana, sem uma especificidade e com caráter
artesanal. A especificidade da inovação iniciou-se a partir da Revolução Industrial, deixando
de ter um caráter contemplativo para tornar-se uma atividade voltada para a resolução de
problemas, que eram crescente nesse período em decorrência da industrialização (ZAWSILAK,
1994).

O primeiro teórico da inovação foi Joseph Schumpeter, que influencio bastante o


arcabouço da inovação com as linhas do seu pensamento.
É necessário que se desenvolvam meios para integrar “materiais” e conhecimento para
se alcançar o desenvolvimento econômico, e, para isto, é necessária a introdução
descontínua de novas combinações dos elementos citados, sendo a formação destas
novas combinações o processo inovador (SCHUMPETER, 1985).

Ele afirma que a inovação é um ato radical, envolvendo a introdução de um elemento


novo ou então a combinação de elementos antigos que forma algo novo. A inovação abrange
cinco áreas
(i) a introdução de um novo bem ou uma nova qualidade em um bem (inovação do
produto); (ii) a introdução de um novo método de produção que inclui uma nova forma
de comercialização de um produto (Inovação no processo); (iii) a abertura de um novo
mercado (inovação de mercado); (iv) a conquista de uma nova fonte de suprimento de
matéria prime e ou insumo intermediário (inovação de insumos); e (v) a efetivação de
uma nova organização da indústria (inovação organizacional) (KON, 2016, p. 19).

Os neoschumpeterianos citam a inovação como um procedimento necessário para a


resolução de problemas, quer estejam relacionados a demanda ou a oferta, focando na mercado
x custos que objetivem a geração de valor.

Drucker (2005, p. 25) define a inovação como o instrumento específico dos


empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um
negócio diferente ou um serviço diferente.

A legislação brasileira por meio da Lei nº 13.243 de 11 de janeiro de 2016, no seu artigo
2º, inciso IV define da seguinte forma a inovação

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 4 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo e social que
resulte em novos produtos, serviços ou processos ou que compreenda a agregação de
novas funcionalidades ou características a produto, serviço ou processo já existente
que possa resultar em melhorias e em efetivo ganho de qualidade ou desempenho.

O Manual de Oslo define da seguinte forma a inovação:


O termo "inovação" pode significar tanto uma atividade quanto o resultado da
atividade. Uma inovação é um produto ou processo novo ou melhorado (ou
combinação dos mesmos) que difere significativamente dos produtos ou processos
anteriores da unidade e que foi disponibilizado a possíveis usuários (produto) ou posto
em uso pela unidade (processo). Uma inovação de negócios é um produto ou processo
de negócios novo ou aprimorado (ou combinação deles) que difere significativamente
dos produtos ou processos de negócios anteriores da empresa e que foi introduzido no
mercado ou colocado em uso pela empresa (OECD, 2018, p. 20).

Pelas definições acima percebe-se o caráter de algo novo sendo introduzido no processo
ou no produto, combinando recursos (pessoas e processos) capazes de gerar algo novo a vista
dos usuários, também a inovação tende a gerar valor para o detentor do negócio. Também é um
indutor do desenvolvimento econômico e ocorre também a troca de conhecimento entre os
atores, principalmente por serem apoiadas por entidades institucionais como as de nível
superior (KOHN, 2016).

As inovações podem ser de dois tipos: radical e incremental. Na primeira ocorre a


ruptura abrupta entre o produto novo e o existente nas suas características. Também pode
ocorrer com a combinação de tecnologias existentes, que pode ser dado uma nova utilização. A
segunda é uma melhoria significativa no processo ou no produto existente, podendo também
ser uma reconfiguração do que já existe, apenas servindo para outro propósito (TIDD,
BESSANT, PAVITT, 2008).

O Manual de Oslo cita apenas duas modalidades de inovação: a de produtos e a de


processo de negócios.
Uma inovação de produto é um bem ou serviço novo ou aprimorado que difere
significativamente dos produtos ou serviços anteriores da empresa e que foi
introduzido no mercado. Uma inovação de processo de negócios é um processo de
negócios novo ou aprimorado para uma ou mais funções de negócios que difere
significativamente dos processos de negócios anteriores da empresa e que foi
implementado pela empresa (OECD, 2018, p. 21).

A inovação de processo de negócios possui seis funções, sendo suas relacionadas a


produção e a entrega do produto para venda e quatro relacionadas as operações de apoio (OECD,
2018).

3.2. Indicação Geográfica (IG)

O registro da IG é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local


de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de distinguí-
los em relação aos seus similares disponíveis no mercado (OMPI, 2012). Ela é uma fonte de
proteção dos produtos contra falsificações, imitações e uso indevido por produtores que não
sejam associados, identificação a origem do produto, salvaguarda as características locais e
regionais do produto, valorizando e atestando os níveis de qualidade, além de servir como um

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 5 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
catalisador de processos de desenvolvimento teritorial (ALLAIRE e SYLVANDER, 1997;
TONIETTO, 2003; CERDAN e VITROLLES, 2008).

Ele já era conhecido desde a antiguidade, com citações na Bíblia do vinho e do cedro
do Líbano. Na Grécia e na Roma antiga já existiam produtos diferenciados que eram designados
pela sua origem como o bronze de Corinto, os tecidos de Mileto e a mármore de Carrara
(PIMENTEL, 2014).

A Convenção da União de Paris (CUP) de 1883 foi o msrco original para o sistema de
propriedade industrial, regulamentando a proteção da propriedade intelectual. Posteriormente
ocorreu o Acordo de Madri em 1886 com o objetivo de reprimir as falsas indicações de
procedência. Para corrigir as falhas do Acordo de Madri, ocorreu o Acordo de Lisboa que era
relacionado a proteção das denominações de origem e o seu registro em caráter internacional
(GURGEL, 2005). No Brasil, a IG foi introduzida pela Lei nº 9.279 de 14 de maio de 1996, que
é o instrumento de parametrização da caracterização da IG, indicando as ferramentas e os
critérios necessários para o registro, demonstrando os direitos do produtor e as garantias e
proteção para o consumidor e o produtor. Também determinou o Instituto Nacional de
Propriedade Industrial (INPI) como o órgão responsável pelo seu registro (INPI, 2018).

A legislação estabelece duas modalidades de IG: a Indicação de Procedência (IP) e a


Denominação de Origem (DO). O artigo 177 diz que a IP é referente ao nome geográfico (país,
cidade, região ou localidade de seu território), que se tornou conhecido como centro de
produção, fabricação ou extração de um determinado produto ou a prestação de um serviço,
tendo como requisito essencial a comprovação da sua notoriedade. A atigo 178 diz que a DO é
referente ao nome geográfico de um país, cidade, região ou localidade de seu território, que
designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusivamente ao
meio geográfico, incluindo fatores naturais (clima, solo, relevo e temperatura) e humanos
(saber-fazer) (BRASIL, 1996).

Figura 1 – Diferença entre IP e DO

Fonte: BRUCH (2008)

Até fevereiro de 2019 havia sido registrado 71 IG, sendo 51 IP todas nacionais e 20 DO,
sendo 11 nacionais e 9 estrangeiras. A primeira IP nacional ocorreu em 2002 com os vinhos
tinto, branco e espumante do Vale dos Vinhedos, que se localiza no Rio Grande do Sul. A
primeira DO nacional ocorreu em 2010, e teve como produto o arroz, no Litoral Norte Gaucho.

A IG exige que os produtores sigam várias etapas, começando pela criação de uma
entidade representativa dos seus interesses, que vai ser o canal de representação junto aos
órgãos e entes públicos, além de se fazer necessária a criação de um conselho cujo objetivo é

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 6 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
garantir a qualidade do produto e verificar o uso pelos associados das recomendações do
regulamento de uso de forma que os produtos sejam uniforme e possam ter rastreabilidade.

3.3. Cachaça

A cana-de-açúcar foi fundamental para a formação econômica do país, principalmente


pela vocação da nação ser meramente agrícola, devido a extensão do seu território com agua
em abundância e solo fértil, e em parte pelo baixo investimento em tecnologia e pesquisa. A
implementação da cultura do açúcar foi fundamental para a ocupação das terras brasileiras no
período colonial, com forte impacto na economia e rentabilidade (FURTADO, 2007). Nos dias
atuais a cultura da cana-de açúcar é fonte para a produção de diversos derivados como o etanol,
biocombustível, açúcar, caldo de cana, doces, rapadura, melaço, adubos e combustível vegetal.

A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil no século XVI pela mão do donatário da


Capitania de São Vicente, Martim Afonso de Souza (SCHOENINGER, COELHO, SILOCHI,
2014), durante a sua colonização e ela é composta de 75% de água e 25% de matéria orgânica.
Ela é originária da Nova Guiné. É uma gramínea típica de clima tropical pertencente a família
Saccharum L., da família Poaceae. Possui sabor e aroma característico, diversificado e
dependente das condições climáticas, propriedades físico-químicas e microbiológicas do solo,
o cultivo a variedade, o estágio de maturação (TONINI, PACHECO, 2014).

Não se tem registro do início da produção de cachaça no país, mas se presume que tenha
ocorrido no início do século XVI na Bahia. A sua produção acontece em todas as regiões
brasileiras, mas a sua concentração está no eixo Centro-Sul, e ocorre por meio de dois
processos: industrial e artesanal. A sua produção tem a seguinte constituição:
Figura 2 – Diagrama de produção da cachaça

Fonte: SEBRAE, (2016) / KOHN, (2012)

O processo produtivo denominado coluna ou industrial é controlada por grandes grupos


industriais, produzida em larga escala e com a cana-de-açúcar cultivada em grandes áreas. No
processo utiliza-se colunas de destilação e tonéis de aço inox, faz-se a adição de produtos
químicos na fermentação e não se separa a parte nobre do destilado (cabeça, coração e cauda).
O processo de produção é continuo, representa 75% da produção total, envolve recursos para
análises laboratoriais e controle de qualidade. Os principais usuários são das classes C e D
(BARBOZA et al., 2010; SEBRAE, 2016; IBRAC, 2019), que tem mais interesse no preço do
que na qualidade (SEBRAE, 2014).

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 7 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
O processo denominado de alambique ou artesanal (tradicional e modernizante) é
produzida em pequena escala por pequenos produtores com a utilização de mão de obra familiar
em sua maioria. A destilação é feita em alambique de cobre localizada nas propriedades rurais
e a fermentação ocorre de forma natural. O processo de produção as vezes é empírico e
rudimentar, baseado no senso comum ou nas informações passadas entre as gerações. O
processo de produção é feito por batelada e representa 25% do processo de produção. Os
principais usuários são das classes A e B (BARBOZA et al., 2010; SEBRAE, 2016; IBRAC,
2019), que foca mais a qualidade em detrimento do preço, exigindo que o produto seja bom e
diferenciado (SEBRAE, 2014).

A cachaça é uma aguardente genuinamente brasileira, estando incorporada a cultura, a


tradição, a culinária e a imagem do país no mundo (MACCARI, 2013), se constituindo no
destilado mais consumido no Brasil e é a segunda bebida mais consumida, perdendo apenas
para cerveja (IBRAC, 2015). Ela inicialmente era uma bebida apreciada pelos povos
escravizados, como um estimulante para suportar as condições de trabalho, que eram “duros” e
pesados, servia como moeda de troca para compra da mão de obra, era relacionada como um
produto sem qualidade, e com o passar do tempo, ganhou espaço nas classes sociais e
econômicas dominantes, tornando-se popular com a quebra de paradigmas e preconceitos
(BRAGA, KIYOTANI, 2015).

No mundo, a cachaça é o terceiro destilado mais consumido no mundo, ficando atrás da


vodka e do soju, bebida oriental a base de arroz e da batata doce (OLIVEIRA, TEIXEIRA,
ANDRADE, 2017). Ela é uma denominação típica do Brasil para a aguardente de cana e apenas
em três países ocorre a sua proteção, Colômbia (2012), EUA (2013) e México (2014). A receita
conseguida com a exportação foi de US$ 14 milhões (IBRAC, 2015).

Com o passar do tempo, a definição de cachaça evolui como pode ser visto no quadro
abaixo:
Quadro 1 – Evolução da definição da cachaça
Definição Ano
Aguardente de melaço ou cachaça é a bebida com a graduação alcoólica de 38º a 54º G.L., obtida do 1973
destilado alcoólico simples de melaço ou pela destilação do mosto fermentado de melaço resultante da
produção do açúcar... (BRASIL, 1973)
Aguardente de cana, caninha ou cachaça é a bebida com graduação alcoólica de 38 a 54 % v/v, obtida 1997
do destilado alcoólico simples de cana-de-açúcar, ou ainda, pela destilação do mosto fermentado de
cana-de-açúcar...(BRASIL, 1997)
Aguardente de Cana é a bebida com graduação alcoólica de 38 a 54 % v/v, obtida de destilado alcoólico 2002
simples de cana-de-açúcar ou pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar (...) cachaça é a
denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de
38 a 48 % v/v e com características sensoriais peculiares (BRASIL, 2002)
Aguardente de cana é a bebida com graduação alcoólica de 38 a 54 % v/v, obtida de destilado alcoólico 2003
simples de cana-de-açúcar ou pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar [...] cachaça é a
denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de
38 a 48 % v/v, obtida pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar com características
sensoriais peculiares (BRASIL, 2003)
Cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação 2009
alcoólica de 38 a 48 % v/v, obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com
características sensoriais peculiares (BRASIL, 2009)
Cachaça: a denominação típica e exclusiva de aguardente de cana produzida no Brasil, de acordo com 2018
a legislação nacional do Brasil, que contém teor alcoólico de 38 a 48% em volume a 20 °C, obtido pela
destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características organolépticas
peculiares (BRASIL, 2018)

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 8 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
Fonte: VICENZI, (2014) / BRASIL, (2018)

A cachaça se diferencia das outras bebidas alcoólicas derivadas da cana-de-açúcar como


por exemplo o rum, que é produzido a partir da fermentação do melaço, que é um subproduto
da produção do açúcar. Na constituição da cachaça encontra-se etanol, água, além de outros
componentes secundários como: álcoois superiores, ácidos, ésteres, acetais, fenóis,
hidrocarbonetos, compostos nitrogenados, sulfurados e açúcares (ODELLO et al., 2009).

3.4. Indicação Geográfica da cachaça e a inovação

As IG tendem a se constituir como uma inovação institucional, que é construída em um


contexto hibrído, sobre o qual diferentes atores (pesquisadores, produtores, sociedade, entes
públicos, entidades não governamentais, consumidores etc.) e artefatos interagem para construir
um novo regime sociotécnico (CALLON, 2008), que estabelecem um conjunto de normas e
padrões de produção, cujo objetivo é orientar as ações coletivas (EYMARD-DUVERNAY,
2009).

Os produtos que possuem registro de IG passam por modificações nos seus processos
produtivos ao longo do tempo em decorrência do aprendizado e da evolução natural baseada no
progresso tecnológico, com o incremento de novas técnicas que visem a produtividade e a
redução de custos, o que se constitui em uma inovação, que leva em consideração a ação
desenvolvida pelas pessoas, pelas estruturas e pelos relacionamentos que sejam necessários
para o desenvolvimento das inovações (SLAPPENDEL, 1996).

A cachaça é uma IG do Brasil, instituída pelo Decreto nº 4.062 de 21 de dezembro de


2001, elaborado de acordo com o TRIPS/OMC (IBRAC, 2017). Para os requisitos relativos a
padronização, identidade, classificação, registro, inspeção, produção e fiscalização o Governo
Federal promulgou os Decretos nº 2.314 de 04 de setembro de 1997; nº 4.851 de 21 de outubro
de 2003; e as Instruções Normativas nº 56 de 30 de outubro de 2002; e nº 13 de 29 de junho de
2005 (SORATTO, VARVAKIS, HORII, 2007).

Encontra-se registrado como cachaça três IP e as inovações pertinentes ao produto são


as seguintes: a melhoria nas variedades da cana-de-açúcar, o controle das pragas e doenças com
o uso de herbicidas, técnicas de determinação da maturação, redução do tempo entre a colheita
e a moagem, estudo e desenvolvimento de variedades da cana-de-açúcar para o melhoramento
genético, melhorias no controle da qualidade em todas as fases e na separação de fases e
inovações relativas ao envelhecimento da bebida (BARBOZA et al., 2010). Há também a
inserção de tecnologias relacionados ao manejo e cultivo da planta, o uso de máquinas para a
colheita em substituição a manual.

Figura 3 – Colheita manual e mecanizada

Fonte: Google

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 9 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
Os fatores citados acima são fundamentais para melhorar a qualidade do produto e para
ganhos na produtividade com a redução dos custos e parte dessas inovações são descritas no
regulamento de uso dos produtores filiados a associação representativa da categoria.

A grande demanda dos mercados geram necessidade de aumento da produtividade com


a redução dos custos e uma das formas de conseguir alcançar esse objetivo é por meio de
inovações, com o uso de tecnologias de ponta em substituição as tradicionais, que estão
relacionadas as condições do solo, as seleções das mudas, o sistema de adubação e as etapas de
plantação, cultivo e colheita, o que representam uma inovação (PNMA, 2011).

4. Considerações finais

A cachaça tem uma relevância cultural, social e econômica e a sua história está
associada a construção e ocupação do país. Antigamente eram relacionadas a classe baixa e
com o passar do tempo conseguiu penetração em todas as classes sociais, econômicas e
culturais, em decorrência da melhoria da qualidade,

O objetivo inicial das IG eram proteger os produtos dos países europeus contra a
falsificação, fraudes e concorrência desleal, impedindo o uso do nome em produtos que não
pertenciam ao território de abrangência da IG, além de servir como uma ferramenta de defesa
do consumidor. Entre as vantagens do registro pode-se citar a valorização do saber-fazer e das
técnicas tradicionais, agregação de valor, notoriedade, desenvolvimento territorial e
preservação da cultura, além de demonstrar que o produto tem qualidades.

A produção da bebida nas proximidades do local da colheita tende a contribuir para a


manutenção do agricultor no interior, evitando com isso o êxodo rural.

A IG se insere no campo da inovação porque no seu processo há geração de valor, busca


atender a demanda, viabiliza o negócio, garante a penetração no mercado globalizado,
satisfazendo as necessidades dos usuários, principalmente em relação a qualidade, o que se
configura como um diferencial. Há também a governança territorial, pois a associação de
representação dos produtores possibilita o contato com esferas superiores, como por exemplo
os órgãos governamentais e a sociedade, aumenta o poder de barganha, consolida a marca,
rompe barreiras.

A inovação relativa a IG da cachaça busca entre outros fatores aumentar a produtividade


e reduzir os custos, o que pode ser conseguido também seguindo as recomendações constantes
nos regulamentos de uso que tendem a homogeneizar o produto e possibilitar a rastreabilidade.
Ela é um fator que pode determinar o sucesso ou o fracasso de um negócio, e sempre são
buscados pelas organizações como um fator de competitividade, perpetuação no mercado e
posicionamento em relação aos concorrentes. A sua existência é desde os primórdios da
humanidade e na Revolução Industrial ocorreu o seu apogeu como uma forma científica para
resolver os problemas iniciais da industrialização.

Conclui-se que há uma efetiva associação entre a inovação e o registro da IG da cachaça,


porque os produtores inicialmente tiveram de se estruturar, inovar a sua produção ou
procedimento de forma se tornarem aptas para conseguir o registro como uma IG, o que torna
o produto um diferencial no mercado, remetendo ao conceito de identidade e de exclusividade,
o que demonstra o seu caráter inovador frente a concorrência.

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 10 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
Referências
ALLAIRE, G.; SYLVANDER, B. Qualité spécifique et systèmes d’innovation territoriale. Cahiers
d’Economie et Sociologie Rurales, n. 44, 1997.
BARBOZA, Ricardo Augusto Bonotto; MENEGHIN, Maria Cristina; SANTOS, Vitor Rocha dos; FONSECA,
Sérgio Azevedo; FARIA, João Bosco. Efeito do envelhecimento na qualidade da cachaça produzida por pequenos
produtores. Rev. Ciênc. Ext. v.6, n.2, p.46-56, 2010. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/profile/Sergio_Fonseca3/publication/48548936_Efeito_do_envelhecimento_na_q
ualidade_da_cachaca_produzida_por_pequenos_produtores/links/02e7e529883c8e932b000000/Efeito-do-
envelhecimento-na-qualidade-da-cachaca-produzida-por-pequenos-produtores.pdf?origin=publication_detail>.
Acesso em: 24 fev. 2019.
BESSANT, J. Challenges in innovation management. In: SHAVININA, L. V. (Org.). The International Handbook
on Innovation. Oxford: Elsevier Science, 2003. parte X, cap. 1
BRAGA, Marcus Vinicius Fernandes; KIYOTANI, Ilana Barreto. A cachaça como patrimônio: turismo cultura
e sabor. Revista de Turismo Contemporâneo – RTC, Natal, v. 3, n. 2, p. 254-275, jul./dez. 2015. Disponível em:
<https://periodicos.ufrn.br/turismocontemporaneo/article/view/7763/6155>. Acesso em: 25 fev. 2019.
BRASIL. Lei 9.279, de 14 de maio de 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9279.htm>. Acesso em: 24 fev. 2019.
______. Decreto nº 9.658 de 28 de dezembro de 2018. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9658.htm>. Acesso em 23 fev. 2019.
______. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Curso de propriedade intelectual & inovação no
agronegócio: Módulo II, indicação geográfica. Luiz Otávio Pimentel (Org,) 4. ed. Florianópolis: MAPA/FUNJAB,
2014. 415 p. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/indicacao-
geografica/arquivos-publicacoes-ig/livro-curso-de-propriedade-intelecual-inovacao-no-agronegocio-modulo-ii-
indicacao-geografica.pdf/view>. Acesso em: 14 fev. 2019.
BRUCH, Kelly Lissandra. Uma breve introdução à implementação das indicações geográficas no Brasil.
Revista Jus Navigandi, 2006. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/8204/uma-breve-introducao-a-
implementacao-das-indicacoes-geograficas-no-brasil>. Acesso em: 24 fev. 2019.
CALLON, M. Dos estudos de laboratório aos estudos de coletivos heterogêneos, passando pelos gerenciamentos
econômicos. Sociologias, v. 10, n. 19, 2008.
CERDAN, C.; VITROLLES, D. Valorisation des produits d’origine : contribution pour penser le
développement durable dans la Pampa Gaúcha au Brésil. Géocarrefour, v. 83, n. 3, 2008.
CORAL, Eliza; OGLIARI, André; ABREU, Aline França de. (Org.). Gestão integrada da inovação: estratégia,
organização e desenvolvimento de produtos. São Paulo: Atlas, 2008. 269 p.
DRUCKER, Peter F. Inovação e espírito empreendedor – práticas e princípios. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2005.
EYMARD-DUVERNAY, F. L’économie des conventions entre économie et sociologie. In: STEINER, P.; VATIN,
F. (eds.). Traité de sociologie économique. Paris: PUF, 2009.
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 34ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 2008.
GURGEL, Viviane Amaral. Aspectos jurídicos da indicação geográfica. In: LAGES, Vinicius; LAGARES, Léa;
BRAGA, Christiano. Valorização de produtos com diferencial de qualidade e identidade: indicações
geográficas e certificações para competitividade nos negócios. Brasília: Sebrae, 2005. p. 45-58
INSTITUTO BRASILEIRO DA CACHAÇA. Notícias do IBRAC. 2015. Disponível em:
<http://ibrac.net/index.php/noticias/noticias-do-ibrac/478-brasil-e-mexico-assinam-declaracao-conjunta-para-
protecao-da-cachaca-e-da-tequila>. Acesso em: 23 fev. 2019.
______. Mercado interno. Disponível em: <http://ibrac.net/index.php/servicos/estatisticas/mercado-interno>.
Acesso em: 23 fev. 2019.

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 11 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
______. Informações à imprensa. 2017. Disponível em:
<http://ibrac.net/images/PDF/informacoes_imprensa_ibrac_cachaca_maio_2017.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2019.
______. Mercado externo. 2019. Disponível em: <http://ibrac.net/index.php/servicos/estatisticas/mercado-
externo>. Acesso em: 23 fev. 2019.
INPI. Instituto Nacional da Propriedade Industrial (BRASIL). Indicações Geográficas. Relação de Indicações
Geográficas depositadas e concedidas atualizada em 5/02/2014. Disponível em:
<http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/indicacao-geografica/pedidos-de-indicacao-geografica-no-brasil>.
Acesso em: 24 fev. 2019.
KON, Anita. Ecossistemas de inovação: a natureza da inovação em serviços. RACEF, v. 7, n.1, ed. Especial, p.
14-27, 2016. Disponível em: <https://www.fundace.org.br/revistaracef/index.php/racef/article/view/170/pdf_4>.
Acesso em: 24 fev. 2019.
MACCARI, Lauren Dal Bo Roncato. Certificação de cachaça: como diferenciar seu produto: conheça os
procedimentos para agregar valor a sua cachaça por meio da certificação. Brasília: Sebrae, 2013. Disponível em:
<https://drive.google.com/file/d/0B0JDTbpe7481QUxhWkxycHU4cmc/edit>. Acesso em 23 fev. 2019.
MARINS, Maíra Freixinho. CABRAL, Danièle Hervé Quaranta. O papel da Indicação Geográfica como propulsor
da inovação e do desenvolvimento local: caso Vale dos Vinhedos. Cad. Prospec.., Salvador, v. 8, n. 2, p. 406-
414. Disponível em: <https://portalseer.ufba.br/index.php/nit/article/view/11493/pdf_118>. Acesso em: 24 fev.
2019.
MELLO, Janaina Cardoso de. Na trilha do INPI: registro de Indicação Geográfica (IG) e inovação no artesanato
brasileiro. Ideia & Inovação, v. 2, n. 3 , p. 11-20, 2015. Disponível em:
<https://periodicos.set.edu.br/index.php/ideiaseinovacao/article/view/1778/1471>. Acesso em: 25 fev. 2019.
NIEDERLE, Paulo André. Controvérsias sobre a noção de indicações geográficas enquanto instrumento de
desenvolvimento territorial: a experiência do Vale dos Vinhedos em questão. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 47., 2009, Porto Alegre. Anais
eletrônicos. Disponível em: <http://www.sober.org.br/palestra/13/35.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019.
ODELLO, Luigi; BRACESCHI, Gian Paolo; SEIXAS, Fernanda Rosan Fortunato; SILVA, Alexandre Ataíde da;
GALINARO; Carlos Alexandre; FRANCO, Douglas Wagner. Avaliação sensorial da cachaça. Quim. Nova, v.
32, n. 7, 2009, São Paulo. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
40422009000700029>. Acesso em: 23 fev. 2019.
OLIVEIRA, Ana Valéria de; TEIXEIRA, Charlhiene Calais; ANDRADE, Sabrina Jéssica Maura de. Aplicação
de hidrociclone ao processo de produção da cachaça de alambique. 2017. 42 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharel em Engenharia Química) – Centro Universitário do Leste de Minas Gerais. Coronel Fabriciano, 2017.
Disponível em: <https://pt.slideshare.net/binaandrade/aplicao-do-hidrociclone-ao-processo-de-de-produo-da-
cachaa-de-alambique>. Acesso em 24 fev. 2019.
OMPI - Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI). DL 101P BR - Geographical Indications-IG-
4Va. Disponível em: <http://nit.uncisal.edu.br/wp-content/uploads/2012/08/Indica%C3%A7%C3%B5es-
Geogr%C3%A1ficas-IG.pdf.>. Acesso em: 24 fev. 2019.
ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO – OCDE. Manual de Oslo:
diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 4. ed. 2018. Disponível em: <https://www.oecd-
ilibrary.org/docserver/9789264304604-
en.pdf?expires=1545968724&id=id&accname=guest&checksum=E552D751F2C487682A77FB235CD30F31>.
Acesso em: 24 fev. 2019.
PIMENTEL, Luiz Otávio. Curso de propriedade intelectual & inovação no agronegócio: Módulo II:
indicação geográfica. 4. ed. Brasília: MAPA, 2014.
PNMA: 30 anos da Política Nacional de Meio Ambiente. Antonio Herman Benjamin, Eladio Lecey, Sílvia Cappelli,
Carlos Teodoro José Hugueney Irigaray. (Org,). CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO AMBIENTAL,16.
2011. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2011. Disponível em:
<https://dadospdf.com/download/politicas-publicas-e-desenvolvimento-sustentavel-a-avaliaao-ambiental-
estrategica-como-instrumento-de-integraao-da-sustentabilidade-ao-processo-decisorio-2011-
_5a4c3323b7d7bcab670a877b_pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019.

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 12 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
SCHOENINGER, Vanderleia; COELHO, Silvia Renata Machado; SILOCHI, Rose Mary Helena Quint. Cadeia
Produtiva da Cachaça. Energ. Agric., Botucatu, vol. 29, n.4, p.292-300, outubro-dezembro, 2014. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/276758951_CADEIA_PRODUTIVA_DA_CACHACA/download>.
Acesso em: 24 fev. 2019.
SCHUMPETER, Joseph A. A Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital,
crédito, juro e ciclo econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1985.
SEBRAE Agronegócio. Mudança do perfil do consumidor de cachaça avaliado na Expocachaça 2014. Disponível
em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-
acucar/arvore/CONT000fiog1ob502wyiv80z4s473agi63ul.html>. Acesso em 24 fev. 2019.
______. Estudo de mercado da cachaça da Bahia. 2016. Disponível em: <http://sebraemercados.com.br/estudo-
de-mercado-da-cachaca-da-bahia/>. Acesso em: 24 fev. 2019.
SLAPPENDEL, C. Perspectives on innovation in organizations. Organization Studies, V.17, n.1, p.108-128,
1996.
SORATTO, Alexandre Nixon; VARVAKIS, Gregorio; HORII, Jorge. A certificação agregando valor à cachaça
do Brasil. Ciênc. Tecnol. Aliment. vol.27, no.4, Campinas, Oct./Dec. 2007. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20612007000400002>. Acesso em: 24 fev. 2019.
TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da Inovação. Porto Alegre: Bookman, 2008.
TONIETTO, Jorge. Vinhos brasileiros de 4ª geração: o Brasil na era das indicações geográficas. Bento
Gonçalves: Embrapa – Uva e Vinho, Comunicado Técnico, n.45, jun. 2003.
TONINI, Michelle ; PACHECO, Fábio Palczweski. Perspectivas da produção de cachaça no Brasil. Journal of
Agronomic Sciences, Umuarama, v.3, n. especial, p.193-201, 2014. Disponível em:
<http://www.dca.uem.br/V3NE/15.pdf>. Acesso em 24 fev. 2019.
VICENZI, Marlos Schuk; CARVALHO, José Márcio; THOMÉ, Karim Marini; MEDEIROS, Janann Joslin.
Instituições de proteção da indicação geográfica (ig) no mercado internacional: o caso da tequila e os
desafios para a cachaça. Organizações Rurais & Agroindustriais, Lavras, v. 16, n. 1, p. 108-122, 2014.Disponível
em: <http://repositorio.ufla.br/handle/1/8833>. Acesso em: 24 fev. 2019.
ZAWISLAK, Paulo Antônio. Gestão da inovação tecnológica e competitividade industrial: uma proposta para o
caso brasileiro. Organizações e Sociedade, Salvador, v. 2, n. 3, 1994. Disponível em:
<https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/10269/7320>. Acesso em 25 fev. 2019.

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 13 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação

Você também pode gostar