Você está na página 1de 9

ARTIGO De revisão

Diabetes Mellitus tipo 2: Aspectos fisiológicos,


genéticos e formas de exercício físico
para seu controle
Type 2 Diabetes Mellitus: Physiological and genetic aspects
and the use of physical exercise for diabetes control

Gisela Arsa 1,3


Laila Lima 1,3
Sandro Soares de Almeida 2
Sérgio Rodrigues Moreira 1
Carmen Sílvia Grubert Campbell 1
Herbert Gustavo Simões 1

Resumo – Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença metabólica caracterizada


por hiperglicemia e disfunções cardiovasculares, as quais podem ser controladas
com exercícios físicos, controle dietético e tratamento farmacológico. Pesquisas
recentes têm demonstrado associações entre DM2 e alguns polimorfismos genéticos,
em especial do gene da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA). A proposta
desse estudo foi abordar a fisiopatologia do DM2 e a prática de exercício físico
como forma de controle não farmacológico da glicemia e pressão arterial destes
pacientes, bem como a associação entre o DM2 e polimorfismos do gene da ECA.
A pesquisa incluiu livros da área de saúde, bem como artigos de revisão e originais
referentes ao tema abordado, pesquisados nos bancos de dados disponíveis na in-
ternet: Pubmed, Scielo e Portal Capes. As palavras chave utilizadas foram “blood
glucose”, “type 2 diabetes”, “exercise”, “blood pressure” e “ACE gene polymorphism”,
e suas traduções para a língua portuguesa. Os principais assuntos do presente artigo
referem-se à prática diária de exercícios, tipo e intensidades adequadas que têm se
mostrado eficazes no controle glicêmico e hemodinâmico, assim como as possíveis
relações com os polimorfismos da ECA, que ainda se apresentam incipientes, pois
a constatação de associações entre estes podem ser fortemente influenciadas pelo
tipo de população estudada. Os benefícios do exercício são indiscutíveis e suas
recomendações apresentadas nesta revisão. Porém a literatura ainda é carente de
estudos analisando os efeitos do exercício físico para diabéticos, considerando sua
relação com aspectos genéticos, o que coloca este assunto em evidência como objeto
de estudo na atualidade.
Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Exercício físico; Polimorfismo genético.

Abstract – Type 2 Diabetes mellitus (DM2) is a metabolic disease characterized by


hyperglycemia and cardiovascular dysfunctions that can be controlled with physical exer-
cise, dietary control and pharmacological treatment. Recent research has demonstrated
associations between DM2 and some genetic polymorphisms, especially alterations to
the gene that codes for Angiotensin Converting Enzyme (ACE). The purpose of this
study was to discuss the pathophysiology of DM2 and the use of physical exercise as a
non-pharmacological method for controlling these patients’ glycemia and blood pressure.
The relationship between DM2 and polymorphisms of the ACE gene was also covered.
1 Universidade Católica The literature search included textbooks in the healthcare field in addition to review
de Brasília. Programa de articles and original articles found on the databases Pubmed, Scielo and Portal Capes.
Mestrado e Doutorado Keywords used were “blood glucose”, “type 2 diabetes”, “exercise”, “blood pressure”
em Educação Física. DF.
Brasil
and “ACE gene polymorphism” and their translations in Portuguese. The main subject
of this article is the practice of daily exercise, the types and intensities that have proven
2 Universidade de Mogi effective for glycemic and haemodinamic control and possible relationships with the ACE
das Cruzes. Programa de polymorphism, which are currently still tentative, since the evidence of associations can
Mestrado e Doutorado em be strongly influenced by the population studied. The benefits of exercise are unquestio-
Biotecnologia. SP. Brasil. nable and the recommended forms are discussed in this review. However the literature
is still lacking studies that analyze the effects of physical exercise on diabetics and take
3 Bolsista CAPES.
into account the relationship with genetic aspects. This area is evidently an appropriate
Recebido em 14/12/07 subject for further research.
Aprovado em 16/06/08 Key words: Diabetes mellitus; Physical exercise: Genetic polymorphisms.

Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2009, 11(1):103-111


Diabetes Mellitus tipo 2 Arsa et al.

INTRODUÇÃO diabéticos)7, o que pode resultar em respostas


diferenciadas ao exercício físico, considerando
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença endó- que 52% desses diabéticos podem ser homozigo-
crina caracterizada por um grupo de desordens tos para inserção (II) ou heterozigotos (ID).
metabólicas, incluindo elevada glicemia de Ainda assim, o controle do DM2 pode
jejum (hiperglicemia) e elevação das concen- ser feito por meio da associação de uma dieta
trações de glicose sanguínea pós-prandial, alimentar adequada de baixo índice glicêmico,
devido a uma menor sensibilidade insulínica prática de exercício físico e uso de medicamen-
em seus tecidos alvo e/ou por reduzida secreção tos hipoglicemiantes1.
de insulina1. Muitos estudos8-11 têm demonstrado que o
De acordo com a ADA1 ,existem 4 classifi- exercício físico resulta em melhoras significati-
cações de DM: tipo 1 ou insulino-dependente vas para os portadores de DM2, como a redu-
(DM1); tipo 2 ou não insulino-dependente ção da glicemia após a realização de exercício,
(DM2); gestacional; e secundário a outras redução da glicemia de jejum, da hemoglobina
patologias. Independente da classificação, a glicada (HbA1c), bem como melhora da função
principal característica do DM é a manuten- vascular2.
ção da glicemia em níveis acima dos valores Os estudos ainda não esclarecem totalmen-
considerados normais. O retardo para o início te as associações observadas entre o polimor-
do tratamento do DM pode acarretar no de- fismo do gene da ECA, diabetes tipo 2, sistema
senvolvimento de doenças cardiovasculares, renina-angiotensina e exercício físico. Mediante
retinopatias, neuropatias autonômicas e peri- isso, essa revisão de literatura tem como objetivo
féricas, nefropatias, doença vascular periférica, abranger aspectos relacionados a fisiopatologia
aterosclerose, doença cerebrovascular, hiper- da doença em questão, incluindo associações
tensão, susceptibilidade a infecções e doenças genéticas do polimorfismo da ECA a fim de
peridontais. colaborar para o maior entendimento dos da-
O DM tipo 2 é associado a fenótipos como nos que o DM2 ocasiona, o papel do exercício
o sedentarismo e a obesidade, e esses fenótipos físico como tratamento não medicamentoso
interagem com alguns genes que podem ser do diabetes tipo 2 e, finalmente, abordar as
responsáveis por uma maior susceptibilidade a possíveis relações entre as respostas ao exercício
essa patologia2. e polimorfismos do gene da ECA.
O gene da ECA (Enzima Conversora de
Angiotensina) tem sido considerado um candi- Diabetes Mellitus e prevalência
dato que pode estar envolvido nessas respostas
metabólicas diferenciadas entre os indivíduos. Pessoas adultas acima dos 40 anos são mais aco-
Seus polimorfismos apresentados são de deleção metidas por DM2, que pode vir acompanhado
(alelo D) ou inserção (alelo I), que resultam em de obesidade, hipertensão arterial sistêmica
alta ou baixa atividade da ECA, respectivamen- (HAS), dislipidemia, e disfunção endotelial.
te, a qual atua no sistema renina-angiotensina, Sintomas como sede e diurese excessiva, do-
convertendo a angiotensina I (Ang I) em angio- res nas pernas, alterações visuais e aumento
tensina II (Ang II), um potente vasoconstritor, de peso1 são característicos de portadores de
causando elevação da pressão arterial3. DM2.
Níveis aumentados de ECA circulantes, O DM2 é caracterizado pela incapacidade
observados na presença do alelo D, resultam da insulina exercer normalmente suas funções.
em elevação da pressão arterial quando compa- A resistência à ação da insulina impede o de-
rado a indivíduos que apresentam o alelo I4, e sencadeamento de respostas enzimáticas, que
também resultam em menor biodisponibilidade envolvem a auto-fosforilação da tirosina-quinase
da enzima bradicinina (BK), responsável por para o substrato IRS-112 e IRS-2 (substrato do
promover vasodilatação5 e diminuição da resis- receptor de insulina 1 e 2), os quais fosforilam
tência a insulina nas células musculares6. diversas proteínas, como o fosfatidilinositol
Diabéticos tipo 2 apresentam 1,77 mais 3 quinase (PI 3-quinase), que está associada
vezes o polimorfismo de deleção nos dois alelos – à síntese e translocação dos transportadores
homozigotos DD – quando comparado a pessoas de glicose (GLUT) para a membrana celular.
saudáveis (48% em diabéticos e 27% em não Assim, no DM2, a translocação de GLUT-4

104
(transportador de glicose 4) e a captação de bunidade β, localizada no citoplasma da célula.
glicose pelas células ficam prejudicadas, levando A subunidade α possui o sítio de ligação para a
à hiperglicemia crônica13. insulina e a subunidade β transmite os sinais e
Além da hiperglicemia crônica, anorma- possui atividade tirosina quinase, com caracte-
lidades no metabolismo de lipídios (excesso rística de autofosforilação, fosforilando a família
de ácidos graxos livres circulantes no sistema IRS, que então ativa a PI 3-quinase e esta por
portal) são observadas com freqüência em dia- sua vez ativa a translocação do GLUT para a
béticos tipo 21, contribuindo para a formação de superfície da membrana celular, possibilitando
ateromas e aparecimento de lesões no músculo a captação de glicose 18.
liso dos vasos sanguíneos, além de disfunções A inibição da ação da insulina leva ao
endoteliais desencadeadas pela resistência à desenvolvimento de resistência à insulina e do
insulina14. DM2, podendo ser ocasionada pela adiposida-
O DM é uma doença de ordem mundial, de central, fator clássico para o aparecimento
que freqüentemente acomete adultos, sendo da resistência à insulina, estando associada
que para o ano 2000 a estimativa foi de 171 ao aumento dos níveis de triglicérides, baixas
milhões de novos casos. Calcula-se que esse nú- concentrações de lipoproteína de alta den-
mero alcance, aproximadamente, 366 milhões sidade (HDL) e pressão arterial aumentada18
até 2030. A população urbana, mais afetada resultando no desenvolvimento de disfunções
por essa patologia, deve dobrar em países em macrovasculares.
desenvolvimento entre 2000 e 2030. Esta mu- Essa resistência à insulina pode ser resultado
dança demográfica está associada ao aumento de alterações intracelulares, nos pós-receptores
na prevalência de diabetes, além do aumento da de insulina, na interação IRS e PI 3-quinase,
proporção de pessoas com mais de 65 anos de diminuindo a translocação dos transportadores
idade, mais freqüentemente acometidas por essa de glicose para a superfície da membrana, alte-
doença. No Brasil, acredita-se que esse número rações relacionadas com fatores como o excesso
alcance 11,3 milhões de pessoas15. de ácidos graxos livres circulantes, inflamação
Além disso, o DM2 aumenta em 2 a 3 vezes e estresse oxidativo do retículo endoplasmático,
o risco de se desenvolver doença arterial corona- aumentando a ativação de algumas enzimas que
riana, e a maior incidência de mortalidade em resultam em inativação do IRS19.
diabéticos tipo 2 está intimamente relacionada A resistência à insulina, com inibição do
ao estado diabético e à associação da doença IRS-1, leva a uma hiperinsulinemia compen-
com outros fatores de risco cardiovasculares, satória e ao desenvolvimento de disfunção en-
como sedentarismo, obesidade, hipertensão dotelial, uma vez que o IRS-1 inibido impede a
arterial sistêmica, dislipidemia, entre outros16. ativação da PI 3-quinase, que está envolvida na
geração do estímulo para a produção de óxido
Insulina e Diabetes Tipo 2 nítrico nas células endoteliais. Com a dimi-
nuição do estímulo para a produção do óxido
A insulina é um hormônio importante para nítrico, a atividade contrátil da angiotensina II
a manutenção da homeostase glicêmica e se torna mais evidente, produzindo vasocons-
também para o crescimento e diferenciação trição e redução da contratilidade vascular14,
celular. Tem função anabólica e é secretada pelo bem como nefropatia, retinopatia, neuropatia
pâncreas (células β das Ilhotas de Langerhans), e hipertensão19.
em função da elevação da glicemia, dos níveis
circulantes de aminoácidos e de ácidos graxos li-
vres, como ocorre após a realização de refeições. Fatores Genéticos
Esta secreção aumentada de insulina promove
a captação de glicose pelas células adiposas e Polimorfismos de Inserção e Deleção do
musculares, inibindo processos catabólicos17. Gene da ECA: Relações com o Diabetes
A captação de glicose é possível devido a Mellitus Tipo 2 e a Hipertensão Arterial
inúmeras reações enzimáticas desencadeadas Sistêmica
pela insulina quando em contato com seu re- O Sistema Renina-Angiotensina (SRA) é res-
ceptor transmembrana, sendo uma subunidade ponsável pela homeostase de sódio e pela regu-
α, localizada no exterior da célula, e uma su- lação da pressão arterial, tendo a Ang II como

Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2009, 11(1):103-111 105


Diabetes Mellitus tipo 2 Arsa et al.

o principal efetor desse sistema. A formação da Diabéticos tipo 2 homozigotos para dele-
Ang II é dada pela ação da ECA, responsável ção apresentam níveis maiores de insulina em
pela conversão da Ang I, a qual tem pouco ou jejum em relação a diabéticos homozigotos para
nenhum efeito sobre a pressão arterial, em Ang inserção. Essas diferenças não foram verificadas
II, um potente vasoconstritor, atuando sobre os em indivíduos não diabéticos22.
receptores AT1 e AT220. Molnar et al.23 analisaram polimorfismos de
A ECA tem presença abundante na superfí- I/D do gene da ECA em 145 diabéticos tipo 2
cie endotelial do pulmão e além de formar Ang e verificaram que aqueles que carregam o alelo
II, também inativa a ação de peptídeos vasoati- D foram os que apresentaram maiores níveis de
vos como a bradicinina (BK) e a calidina4. frutosamina (maioria das proteínas glicosiladas
Polimorfismos de Inserção (I) e Deleção (D) circulantes) em relação aos que carregavam o
para o gene da ECA, responsável pela expres- alelo I. Além disso, os autores constataram um
são dessa enzima, podem estar associados com nível aumentado da atividade de gama-GT e de
níveis normais ou elevados da ECA circulante. albuminúria, marcadores de estresse oxidativo
Os polimorfismos podem ser do tipo ID (hetero- e danos endoteliais respectivamente naqueles
zigotos inserção/deleção), II (homozigotos para que carregam o alelo D. Assim, o alelo D pode
inserção) e DD (homozigotos para deleção), contribuir para a elevação da glicação, bem
estando este último associado a maiores con- como do estresse oxidativo, contribuindo com
centrações e atividade da ECA3. o desenvolvimento de alterações orgânicas
O gene da ECA está localizado no cromos- prejudiciais em diabéticos tipo 2.
somo 17 com inserção (alelo I) ou deleção (alelo O polimorfismo de I/D do gene da ECA
D) de 287 pares de bases (pb) no intron 162. foi associado com a existência de síndrome
Arzu Ergen et al.7 verificaram polimorfismos metabólica (SM) em Chineses com DM2, pois
do gene da ECA em diabéticos tipo 2 e não 86,1% dos diabéticos tipo 2 tinham o genótipo
diabéticos, e a freqüência de polimorfismo de DD de ECA e apresentavam SM, sugerindo que
DD (homozigoto para deleção) em diabéticos o sistema renina-angiotensina tem relação com
tipo 2 foi de 48%, enquanto que, em pessoas danos metabólicos em diabéticos tipo 224.
saudáveis, a presença desse polimorfismo DD Costa et al.25 pesquisaram polimorfismos de
foi de 27%, estando o polimorfismo de DD do inserção/deleção do gene da ECA em brasileiros
gene da ECA 1,77 vezes maior em diabéticos diabéticos, já que esse polimorfismo é conside-
do que em pessoas saudáveis, sugerindo risco rado fator de risco para desencadear doenças
de desenvolvimento de nefropatia, já que o como HAS, DM2 e doença arterial coronariana
polimorfismo DD da ECA é considerado fator (DAC), porém não encontraram associação do
de risco independente para essa doença21. polimorfismo com a presença de SM em pessoas
Indivíduos que possuem o alelo D apre- diabéticas. Os pesquisadores atribuíram esses
sentam maior atividade da ECA circulante, a resultados a grande miscigenação dos brasilei-
qual converte a Ang I em Ang II, promovendo ros, sugerindo estudos que identifiquem a etnia
vasocontrição. Como a ECA degrada a BK, prevalente no grupo pesquisado.
responsável pela vasodilação, maiores níveis de Já Wang et al.21 pesquisaram 1.281 Chineses
ECA reduzem a biodisponibilidade de BK, po- com DM2 durante aproximadamente 41 meses,
tencializando a vasocontrição, e com isso níveis observando a ocorrência de problemas renais,
de pressão arterial mais elevados são observados cardiovasculares e mortes, analisando os poli-
em função do alelo D quando comparados a morfismos de I/D do gene da ECA apresentados
indivíduos que apresentam o alelo I4. por esses pacientes. Foram constatadas asso-
Níveis aumentados de ECA estão associados ciações do alelo D com o desenvolvimento de
com a hipertensão arterial, hipertrofia cardía- nefropatia na presença de outros fatores de risco
ca2, e com a nefropatia no DM27. como dislipidemia, hipertensão e DM2, devido
A BK também atua na captação de glicose a maior concentração da ECA circulante.
pelas células musculares, ligando-se ao receptor O uso de medicamentos inibidores da ação
de membrana B2, aumentando a ação da insuli- da ECA no organismo foi associado com dimi-
na, mas devido a sua menor biodisponibilidade nuição nos riscos de mortalidade e ocorrência
pela ação da ECA na presença do alelo D, essa de falência renal em Chineses diabéticos tipo 2,
atuação é diminuída6. mas esses benefícios foram mais evidentes entre

106
diabéticos tipo 2 que carregam polimorfismo à condição jejum.
II e ID comparados aos diabéticos tipo 2 que Alterações hormonais em resposta ao
apresentaram polimorfismo DD26. exercício resultam nesse efeito hipoglicemiante,
Da mesma forma que os medicamentos via sinalização dos receptores de membrana,
podem resultar em maior ou menor atuação de independentes da ação da insulina, a qual está
acordo com o tipo de polimorfismo do gene da inibida durante o exercício pela ação de cate-
ECA em diabéticos tipo 2, talvez isso ocorra colaminas (epinefrina e norepinefrina). Assim,
também com relação ao exercício físico. Essas o aumento da captação de glicose pelas células
interações genéticas e fisiológicas do DM2 não musculares, mediante a translocação do GLUT-
estão bem esclarecidas. 4 é feito por mecanismos independentes da ação
O que se sabe é que o exercício físico, insulínica, por meio de contrações musculares
quando realizado de forma adequada, promove e/ou aumento da bradicinina plasmática5.
benefícios importantes para o paciente diabéti- A utilização de fosfatos para produção de
co de forma mais ou menos aparente. energia e o aumento da concentração de adeno-
sina mono-fosfato (AMP), fosforilam e ativam as
Papel do Exercício Físico no controle isoformas IRS-1 e IRS-2, associando-as a diver-
glicêmico e hemodinâmico sas proteínas, como a enzima fosfatidilinositol
Os benefícios proporcionados pela prática de 3-quinase (PI 3-quinase), que provavelmente é
exercício físico no indivíduo diabético e que responsável por ativar a translocação de GLUT-
geralmente é hipertenso2 podem ser agudos (em 4 no sarcolema, aumentando a captação de
curto prazo) ou crônicos (longo prazo). glicose durante o exercício13.
Larsen et al.8 compararam o comportamen- Taguchi et al.27, submeteram diabéticos tipo
to das concentrações sanguíneas de glicose e 2 a 20 minutos de exercício físico incremental
insulina pós-prandial em diabéticos tipo 2 após em cicloergômetro e verificaram os níveis de
realização de exercício e/ou não (controle). Os bradicinina plasmática no repouso, a cada 5
pacientes submeteram-se a exercício físico em minutos de exercício e ao término do exercí-
cicloergômetro, em intensidades intermitentes cio. Os diabéticos com elevados percentuais
(3min a 57±4% do VO2max, 4min a 98±5% do de HbA1c apresentavam menor formação de
VO2max), com intervalos de recuperação de 6 bradicinina após o exercício do que os diabéticos
min, por 46 min. Foram observados decréscimos com percentuais menores de HbA1c.
consideráveis na glicemia e nas concentrações A BK está envolvida na sinalização do
de insulina durante o exercício e também no pe- GLUT-4, ativando sua translocação para a
ríodo pós-exercício, quando comparados ao dia borda da membrana nas células musculares, au-
controle. Após 140 min de recuperação pós-exer- mentando a captação da glicose do sangue para
cício, os participantes receberam uma refeição, o interior das células5, bem como melhorando a
composta de carboidratos (53%), lipídeos (31%) ação da insulina no período pós-exercício27.
e proteínas (16%), sem diferenças significativas Henriksen et al.28, verificaram o aumento
observadas para respostas da insulina e glicemia, da BK por meio do decréscimo da ação da Ang
entre as sessões de exercício e controle. II, inibindo a ECA em ratos obesos. Com a
Poirier et al.9 avaliaram, em diabéticos inibição da ECA houve maior estímulo para
tipo 2, as respostas da glicemia e insulinemia a captação de glicose no músculo. A maior
durante e após realização de exercício físico (1 disponibilidade de BK incrementou a ação
hora a 60% do VO2pico) nas condições de jejum da insulina, além de aumentar a produção de
e alimentado. O efeito do exercício em reduzir óxido nítrico.
a glicemia foi melhor quando os participantes A inibição da ECA pode reduzir a pressão
se alimentaram duas horas antes de sua realiza- arterial, bem como aumentar a ação da insulina
ção. Segundo os autores, a ingestão alimentar na captação de glicose quando há o quadro de
antes do exercício fez com que os praticantes resistência à insulina28.
realizassem o mesmo com a insulinemia mais O exercício físico promove redução da
elevada, e que somado ao efeito do exercício em pressão arterial abaixo dos valores observados
captar glicose por vias independentes à ação da no repouso, fenômeno denominado hipotensão
insulina, isto teria contribuído para um maior pós-exercício (HPE). Esse fenômeno pode ser
efeito hipoglicemiante pós-prandial em relação verificado em normotensos29 e hipertensos30 e

Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2009, 11(1):103-111 107


Diabetes Mellitus tipo 2 Arsa et al.

durar de 123 a 22 horas30 em hipertensos30, com da insulina em ratos obesos durante 6 semanas.
decréscimo de até 20 mmHg31. Os ratos tratados somente com o treinamento
MacDonald et al.32 verificaram resposta hi- físico e os treinados com combinação de ini-
potensora na pressão arterial média (PAM) em bidores da ECA reduziram a hiperinsulinemia
hipertensos “borderline”, apresentando redu- de jejum, obtiveram redução da área abaixo da
ções significativas aos 5 e 15min de recuperação curva de glicose e insulina no teste de tolerância
pós-exercício, independente da intensidade de a glicose, com aumento da ação da insulina no
exercício (50 ou 75% VO2pico). transporte de glicose para o interior da célula
Brandão Rondon et al.30 verificaram a HPE muscular.
da pressão arterial sistólica e da PAM em hiper- O exercício físico promove benefícios
tensos idosos, após exercício em cicloergômetro importantes para o paciente diabético e hiper-
a 50% do VO2max, permanecendo diminuídas de tenso, desde que seja empregado na intensidade
forma significante quando comparadas com os va- e duração adequada, respeitando o estado
lores obtidos no repouso, deixando em evidência diabético.
o efeito hipotensor proporcionado pelo exercício
de longa duração em hipertensos idosos. Exercícios Físicos Recomendados para
Os mecanismos fisiológicos envolvidos na Diabéticos Tipo 2
HPE estão associados, principalmente, à redu- Os exercícios recomendados são aqueles de
ção da resistência vascular periférica, mediada característica aeróbia como caminhar, nadar,
pela atuação do sistema de calicreínas-cininas, correr, andar de bicicleta, etc, que envolvem
que promove vasodilatação por aumento da grande massa muscular, com freqüência de
liberação da BK e conseqüentemente dilatação três a quatro vezes semanais e duração 20 a 60
vascular33, resultando em redução dos níveis minutos, não devendo ultrapassar a intensidade
pressóricos e contribuindo para redução de de 85% do VO2max, podendo este controle de
disfunções micro e macrovasculares. intensidade ser feito também com base na PSE
A redução da pressão arterial após a reali- (Percepção Subjetiva de Esforço)36.
zação de exercício foi verificada em hipertensos Homens japoneses diabéticos tipo 2 foram
submetidos a corrida na água, devido ao aumen- comparados com não diabéticos, durante teste
to das concentrações de BK pós exercício34. O incremental em cicloergômetro com análise
polimorfismo da ECA não foi identificado, bem ventilatória, no qual os pacientes diabéticos
como não foram avaliadas as concentrações de apresentaram capacidade reduzida para realizar
ECA. No entanto, talvez possa ter havido maior exercício, tendo as intensidades de exercício
formação de BK e menor degradação da mesma calculadas para 60% da FCmáx e Percepção
por meio da ECA, devido à supressão do sistema Subjetiva de Esforço (PSE) de 12, utilizando-
renina-angiotensina. se escala Borg de 15 pontos37, principalmente,
Não se sabe ao certo se diabéticos tipo 2 para aqueles diabéticos com idades avançadas.
apresentam essa mesma redução da pressão Em estudo recente38, foram verificadas as in-
arterial pós-exercício, uma vez que dependendo tensidades de exercício correspondentes aos
dos valores de hemoglobina glicada a produção limiares de lactato, ventilatório e glicêmico de
de BK pode ser maior ou menor pós-exercício27, diabéticos tipo 2 sedentários, de indivíduos não
além de também estarem associados ao polimor- diabéticos sedentários e também de diabéticos
fismo da ECA. tipo 2 fisicamente ativos, e estas correspondiam
Com relação aos benefícios crônicos obtidos à PSE próxima de 13 na escala de Borg de 15
pela prática de exercício físico, Silva e Lima10 pontos. De modo geral, para a maioria dos pa-
submeteram diabéticos tipo 2 a um programa cientes não seria recomendável a prescrição de
de 10 semanas de exercícios físicos aeróbios e exercícios aeróbios de intensidades superiores
resistidos combinados, e obtiveram reduções aos limiares (de lactato ou ventilatório), uma
nos percentuais de HbA1c (-1,0%), reduções na vez que em estudo realizado em nosso labora-
glicemia de jejum (-8,65 mg.dL-¹), freqüência tório, foi observado que em exercício aeróbio
cardíaca de repouso (-10 bpm) e índice de massa realizado no domínio intenso (ex. 10% acima do
corporal (-0,65 kg/m²). limiar anaeróbio) as respostas da pressão arterial
Steen et al.35, estudaram a interação do sistólica e do duplo produto de diabéticos tipo
treinamento físico e a inibição da ECA na ação 2 aumentavam significativamente ao longo de

108
20 minutos de exercício, podendo resultar em por protocolos de exercício e recuperação pós-
maiores riscos cardiovasculares aos pratican- exercício específicos, que sejam sensíveis para
tes39. Assim, apesar de termos evidenciado que avaliar o grau de comprometimento vascular/
a intensidade do exercício desempenha papel endotelial (ex. ocorrência ou não de dilatação
importante na redução da pressão arterial de endotélio dependente e/ou de hipotensão pós-
DM2 pós-exercício (maior HPE na intensidade exercício) e metabólico (ex. avaliação da redu-
10% acima VS 10% abaixo do limiar anaeró- ção da glicemia durante e após o exercício), e
bio)40, intensidades próximas e ligeiramente com isso avaliar tanto a gravidade da patologia
abaixo do limiar anaeróbio tem se mostrado em alguns indivíduos, e a predisposição em
mais seguras39 e também resultam em benefícios outros. Este tipo de avaliação tornaria ainda
para o controle glicêmico e hemodinâmico de possível a prescrição de programas de exercício
diabéticos tipo 240, 41. mais específicos para cada caso.
A prática regular de exercícios físicos por
indivíduos diabéticos, dentro das intensidades Considerações Finais
recomendadas, podem resultar em redução
de 10% a 20% na hemoglobina glicosilada, e Com base nas evidências apresentadas por essa
também em melhor transporte de oxigênio pela revisão de literatura, pôde-se concluir que o
corrente sanguínea1. DM2 afeta de maneira efetiva os ajustes fisio-
Para proporcionar melhora da aptidão fí- lógicos relacionados ao metabolismo de carboi-
sica, tem sido recomendada a associação entre dratos, trazendo conseqüências desastrosas para
exercícios aeróbicos e resistidos, com cargas os demais sistemas fisiológicos, principalmente
baixas. Este tipo de associação colabora para o vascular, resultando em doenças que podem
o aumento da capacidade cardiorrespiratória, em última instância, levar à morte. O DM2
da força e resistência muscular, as quais são é um problema de saúde pública e pesquisas
necessárias para uma melhor qualidade de vida, envolvendo genética, como o estudo dos po-
facilitando a execução de atividades da vida limorfismos da ECA e formas de tratamento
diária, como subir escadas, carregar compras não-farmacológico, como o exercício físico,
do supermercado, etc., além de contribuir para são fundamentais para garantir futuramente a
o controle da glicemia11. prevenção e melhorar a eficácia do tratamento
Embora existam recomendações quanto do diabetes tipo 2, promovendo melhora no
à intensidade e duração do exercício para o prognóstico dessa doença. Estudos adicionais
melhor controle do diabetes e da hipertensão, envolvendo exercício físico, diabetes mellitus
uma vez que os diabéticos geralmente desen- tipo 2 e polimorfismos da ECA ainda preci-
volvem a HAS, as relações entre o sistema sam ser realizados, com o intuito de analisar
renina angiotensina, calicreína-cininas para as respostas fisiológicas ao exercício físico e
cada tipo de polimorfismo da ECA não estão suas associações com polimorfismos genéticos
bem estabelecidos. específicos.
Por meio dessa revisão, verifica-se que o
exercício pode colaborar para o aumento da li- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
beração de bradicinina, aumentando a captação 1. American Diabetes Association. Diabetes Care
da glicose durante e após realização de exercício, 2005; 28: S37-S42.
e também colaborar para uma redução aguda 2. Oliveira EM, Alves GB, Barauna VG. Sistema
da pressão arterial pós-exercício, mesmo com renina-angiotensina: interação gene-exercício. Rev
a expressão aumentada de ECA em diabéticos Bras Hipertens 2003;10(2):125-129.
que apresentem o alelo D. 3. Rigat B, Hubert C, Alhenc-Gelas F, Cambien F,
Esse efeito agudo precisa ser investigado, Corvol P, Soubrier F. An insertion/deletion poly-
morphism in the angiotensin I-converting enzyme
averiguando o tempo de ação e o número de
gene accounting for half the variance of serum en-
vezes que a bradicinina pode aumentar e ser zyme levels. J Clin Invest 1990;86(4):1343-1346.
efetiva na captação de glicose e, por conse- 4. Moleda P, Majkowska L, Kaliszczak R, Safranow
guinte, na redução dos níveis pressóricos em K, Adler G, Goracy I. Insertion/deletion polymor-
diabéticos homozigotos para deleção, inserção phism of angiotensin I converting enzyme gene and
e heterozigotos. left ventricular hypertrophy in patients with type 2
Estudos futuros poderiam investigar e pro- diabetes mellitus. Kardiol Pol 2006;64(9):959-965.

Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2009, 11(1):103-111 109


Diabetes Mellitus tipo 2 Arsa et al.

5. Bhoola KD, Figueroa CD, Worthy K. Bioregulation 21. Wang Y, Magi CY, So WY, Tong PCY, Ronald
of kinins: Kallikreins, kininogens, and kininases. CW, Chow CC, et al. Prognostic effect of Inser-
Pharmacol Rev 1992;44(1):1-80. tion/Deletion polymorphism of the ACE gene
6. Shiuchi T, Cui TX, Wu L, Nakagami H, Takeda-Mat- on renal and cardiovascular clinical outcomes in
subara Y, Iwai M et al. ACE inhibitor improves insulin Chinese patients with type 2 diabetes. Diabetes
resistance in diabetic mouse via bradykinin and NO. Care 2005;28(2):348-354.
Hypertension 2002;40(3):329-334. 22. Panahloo A, Andres C, Mohamed-Ali V, Gould
7. Arzu Ergen H, Hatemi H, Agachan B, Camlica MM, Talmud P, Humphries SE, Yudkin JS. The
H, Isbir T. Angiotensin-I converting enzyme gene insertion allele of the ACE gene I/D polymorphism.
polymorphism in Turkish type 2 diabetic. Exp Mol A candidate gene for insulin resistance? Circula-
Med 2004;36(4):345-350. tion 1995;92(12):3390-3393.
8. Larsen JJ, Dela F, Madsbad S, Galbo H. The effects 23. Molnar GA, Wagner Z, Wagner L, Melegh B,
of intense exercise on postprandial glucose homeo- Koszegi T, Degrell P, et al. Effect of ACE carbo-
stasis in type II diabetic patients. Diabetologia hydrate metabolism, on oxidative on end-organ
1999;42(11):1282-1292. damage in type-2 diabetes mellitus. Orv Hetil
9. Poirier P, Mawhinney S, Grondin L, Tremblay 2004;145(16):855-859.
A, Broderick T, Cléroux J, et al. Prior meal 24. Lee YJ, Tsai, JCR. ACE gene insertion/deletion
enhances the plasma glucose lowering effect of polymorphism associated with 1998 world health
exercise in type 2 diabetes. Med Sci Sports Exerc organization definition of metabolic syndrome in
2001;33(8):1259-1264. Chinese type 2 diabetic patients. Diabetes Care
10. Silva CA, Lima WC. Efeito benéfico do exercício 2002;25(6):1002-1008.
físico no controle metabólico do diabetes mellitus 25. Costa AC, Canani LH, Maia AL, Gross JL. The
tipo 2 à curto prazo. Arq Bras Endocrinol Metab ACE Insertion/Deletion polymorphism is not
2002;46(5):550-556. associated with the metabolic syndrome (WHO
11. Tokmakidis SP, Zois CE, Volaklis KA, Kotsa K, definition) in Brazilian type 2 diabetic patients.
Touvra AM. The effects of a combined strength Diabetes Care 2002;25(12):2363-2364.
and aerobic exercise program on glucose control 26. So WY , Ma RC, Ozaki R, Tong PC, Ng MC, Ho
and insulin action in women with type 2 diabetes. CS, et al. Angiotensin-converting enzyme (ACE)
Eur J Appl Physiol 2004;92(4-5):437-442. inhibition in type 2, diabetic patients – interac-
12. Combettes-Souverain M, Issad T. Molecular basis of tion with ACE insertion/deletion polymorphism.
insulin action. Diabetes Metab 1998; 24(6):477-489. Kidney Intern 2006; 69(8):1438-1443.
13. Shulman GI. Cellular mechanisms of insulin resis- 27. Taguchi T, Kishikawa H, Motoshima H, Sakai K,
tance. J Clin Invest 2000;106(2):171-176. Nishiyama T, Yoshizato K, et al. Involvement of bra-
14. El-Atat FA, Stas SN, Mcfarlane SI, Sowers J. The dykinin in acute exercise-induced increase of glu-
relationship between hyperinsulinemia, hyper- cose uptake and GLUT-4 translocation in skeletal
tension and progressive renal disease. J Am Soc muscle: studies in normal and diabetic humans and
Nephrol 2004;15(11):2816-2827. rats. Metabolism 2000;49(7):920-930.
15. Wild S, Roglic G, Green A, Sicree R, King H. 28. Henriksen SJ, Kinnick EB, Youngblood EB, Schmit
Global prevalence of diabetes: estimates for the MB, Dietze GJ. Ace inhibition and glucose trans-
year 2000 and projections for 2030. Diabetes Care port in insulin-resistant muscle: roles of bradykinin
2004;27(5):1047-1053. and nitric oxide. Am J Physiol Regulatory Integra-
16. Consenso Brasileiro sobre Diabetes. Diagnóstico tive Comp Physiol 1999;277(1): R332-R336.
e classificação do diabetes melito e tratamento 29. Forjaz CL, Matsudaira Y, Rodrigues FB, Nunes N,
do diabetes melito tipo 2. Sociedade Brasileira de Negrão CE. Post-exercise changes in blood pres-
Diabetes. Rio de Janeiro: Diagraphic; 2002. sure, heart rate and rate pressure product at differ-
17. Cavalheira JBC, Zecchin HG, Saad MJA. Vias ent exercise intensities in normotensives humans.
de Sinalização da Insulina. Arq Bras Endocrinol Braz J Med Biol Res 1998;31(10):1247-1255.
Metab 2002;46(4):419-425. 30. Brandão Rondon MU, Alves MJNN, Braga
18. Savage DB, Petersen KF, Shulman GI. Mechanisms of AMFW, Teixeira OTUN, Barreto ACP, Kreiger
insulin resistance in humans and possible links with EM, et al. Postexercise blood pressure reduction in
inflammation. Hypertension 2005;45(5):828-833. elderly hypertensive patients. J Am Coll Cardiol
19. Groop PH, Forsblom C, Thomas MC. Mechanisms 2002;39(4):676-682.
of disease: pathway-selective insulin resistance and 31. Halliwill JR. Mechanisms and clinical implications
microvascular complications of diabetes. Nature of postexercise hypotension in humans. Exerc Sport
Clin Pract 2005;1(2):100-110. Sci Rev 2001;29(2):65-70.
20. Fleming I, Kohlstedt K, Busse R. The tissue renin 32. MacDonald JR, Hogben CD, Tarnopolsky MA,
angiotensin system and intracellular signaling. Cur- MacDougall JD. Post exercise hypotension is sus-
rent Opin Nephrol Hypertens 2006;15(1):8-13. tained during subsequent bouts of mild exercise

110
and simulated activities of daily living. J Hum 39. Do Valle G, Simões HG, Hyane W, Moreira SR,
Hypertens 2001;8(15):567-71. Ohata I, Campbell CSG. Respostas cardiovascu-
33. Moraes MR, Bacurau RF, Ramalho JD, Reis lares de diabéticos tipo 2 durante exercício reali-
FC, Casarini DE, Chagas JR et al. Increase in zado em diferentes intensidades. Diabetes Clínica
kinins on post-exercise hypotension in normo- 2006;(10):271-276.
tensive and hypertensive volunteers. Biol Chem 40. Lima LC, Assis GV, Hiyane W, Almeida WS,
2007;388(5):533-540. Arsa G, Baldissera V, Campbell CSG, Simões HG.
34. Pontes Jr FL, Bacurau RF, Moraes MR, Navarro F, Hypotensive effects of exercise performed around
Casarini DE et al. Kallikrein kinin system activa- anaerobic threshold in type 2 diabetic patients.
tion in post-exercise hypotension in water running Diabetes Res Clin Pract 2008;81(2): 216-22.
of hypertensive volunteers.Int Immunopharmacol 41. Hiyane W, Moreira SR, Ferreira CES, de Souza
2008; 8(2):261-266. MV, de Oliveira RJ, Campbell CSG, Simões HG.
35. Steen MS, Foianini EB, Youngblood EB, Kinnick Blood glucose responses of type-2 diabetics during
TR, Jacob S, Henriksen EJ. Interactions of exercise and after exercise performed at intensities above
training and ACE inhibition on insulin action in and below anaerobic threshold. Revista Brasileira
obese Zucker rats. J Appl Physiol 1999;86(6):2044- de Cineantropometria & Desempenho Humano
2051. 2008; 1(10): 8-11.
36. American College of Sports Medicine. Manual de
pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes de
esforço e sua prescrição. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2003.
37. Kunitomi M, Takahashi K, Wada J, Suzuki H,
Miyatake N, Ogawa S, et al. Re-evaluation of
exercise prescription for Japanese type 2 diabetic
patients by ventilatory threshold. Diabetes Res Clin
Pract 2000;50(2):109-115.
Endereço para correspondência
38. Moreira SR, Simões GC, Hiyane WC Camp- Gisela Arsa da Cunha
bell, CSG, Simões, HG. Identificação do limiar Endereço: Rua Prefeito José de Melo Franco,
anaeróbio em indivíduos com diabetes tipo-2 n. 136 – Jardim Universo
sedentários e fisicamente ativos. Rev Bras Fisioter CEP 08740-540 – Mogi das Cruzes – SP
2007;(11):289-296. E-mail: gisarsa@gmail.com

Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2009, 11(1):103-111 111

Você também pode gostar