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Nutrição na
PRÁTICA
ESPORTIVA
editorial
Índice Alimentação
Especial
adequada na prática
de atividade física
O
Nutrição em Esportes 4 Brasil sediará, em breve, dois grandes eventos es-
portivos: Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016.
Momentos de destaque como esses evidenciam a ne-
Entrevista cessidade de participação de uma série de profissionais na
busca da melhoria da performance dos atletas.
Educação nutricional do atleta 5 E com o nutricionista não é diferente.
É consenso no meio esportivo que, para melhores resul-
tados e sucesso, além de muito treinamento e condicio-
Suplementos namento físico, uma conduta nutricional especificamente
Consumo inadequado pode trazer adequada é condição necessária. É notório que grandes
riscos à saúde 6 equipes sempre são acompanhadas de seus nutricionistas
nas competições a que concorrem.
Com uma maior divulgação dessa relação saudável para
Áreas da nutrição em esporte o desempenho, o espaço para a atuação do nutricionista
Atuação de nutricionistas em em esportes vem se fortalecendo e ampliando a cada dia,
em atletas de elite, de esportes de competição e para pra-
diferentes segmentos 8 ticantes habituais ou ocasionais de atividades físicas.
A suplementação nutricional para os praticantes de ativi-
dade física, quando necessária, requer formação profissional
Atuação conjunta para reconhecer a verdadeira necessidade da cada nutriente
Interação com o profissional de individualmente. O nutricionista é o profissional legalmente
educação física 10 habilitado para a prescrição de suplementos nutricionais.
Sabendo da importância desse tema, a Revista do CRN-2
conversou com nutricionistas de diversos segmentos es-
portivos, com atletas profissionais, com setores de fisca-
CRN-2 em ação lização, na busca de informações para a nossa categoria.
Destacamos, também, as premiações do CRN-2 para
2012. Além da quarta edição do Prêmio Maria de Lourdes
Prestação de contas 2011 11 Hirschland e da segunda do Slogan Premiado, o Regional
concederá o inédito Prêmio Destaque Científico ao Técnico
em Nutrição e Dietética.
Promoções inéditas para 2012 12 Divulgamos, ainda, o lançamento da Campanha do Siste-
ma CFN/CRNs para 2012: Alimentação fora do Lar.
Mantendo a tradição de transparência na gestão, apre-
sentamos a prestação de contas de 2011.
Comissões do CRN-2 Boa leitura!
Expediente
Revista nº 28 jan-abr 2012 | Gestão 2010 - 2013
Diretoria: Presidente: Carmem Kieling Franco CRN-2 2358
Tesoureira: Lúcia Helena de L. Carraro CRN-2 0631
Secretária: Luisa R. Castro CRN-2 4419
2
notas
Falando em Nutrição
João Derly:
o corpo é o instrumento do atleta
O judoca João Derly, que soma em dades nutricionais, como agir
sua bagagem inúmeras medalhas, para repor energia mais rapida-
com destaque para duas vitórias em mente e recuperar para a
Campeonatos Mundiais de Judô (2005 próxima luta”. Após uma
e 2007), concedeu uma entrevista para sequência de lesões, que
a revista do CRN-2 sobre a importãncia o tirou dos Jogos de Lon-
do nutricionista na vida de um atleta. dres em 2012, o judoca
Ele salienta que uma dieta apropriada volta à rotina de treina-
pode interferir no rendimento, alteran- mento e investe na
do o resultado da competição. “Corpo reeducação alimen-
e mente sadios podem fazer a diferen- tar. Derly diz que
ça do primeiro ao quinto lugar”. Derly está em uma fase
ressalta que o atleta, durante treinos de recuperação para
e provas, deve ficar mais centrado nos voltar às competições.
resultados: “não quero me preocupar
com o que preciso comer; a nutricio- Veja, nesta edição da Revista, matérias sobre Nutrição em Esportes, com entre-
nista é que deve fazer isso, é ela que vista da nutricionista Cintia Carvalho, que acompanha o atleta João Derly (foto).
calcula a dieta, que sabe as necessi-
3
especial
Nutrição em Esportes
O
s praticantes de atividade física estão, cada vez
mais, conscientes dos benefícios de uma alimen-
tação saudável. Esta harmonia pode ser asse- Responsabilidades
gurada pelo nutricionista que atua na Nutrição em
Esportes: é ele que detém o conhecimento em nu-
com as legislações
trição, fisiologia e bioquímica. A promoção da saúde Os nutricionistas que atuam na Nutrição em
e o aprimoramento na performance e desempenho Esportes devem observar algumas legislações
são os objetivos principais deste segmento. Para tan- relevantes a sua prática clínica.
to, a dieta de esportistas e atletas antes, durante e Em 2005, a Agência Nacional de Vigilância
após exercícios será específica ao esporte praticado, Sanitária (ANVISA) aprovou o regulamento téc-
frequência, duração, horários e intensidade dos trei- nico de Ingestão Dietética de Referência (IDR),
namentos, idade, objetivos e necessidades individuais. traduzida de Dietary Reference Intake (DRI),
A Nutrição em Esportes, segundo a Resolução CFN n° através da Resolução da Diretoria Colegiada
380/2005, é definida como área de atuação do nutricio- (RDC) nº 269. Esta define a IDR como “a quan-
nista e envolve as atividades relacionadas à alimentação tidade de proteína, vitaminas e minerais que
e à nutrição em academias, clubes esportivos e similares. deve ser consumida diariamente para atender
Entre suas competências estão a prestação de assistência às necessidades nutricionais da maior parte
e treinamento especializado em alimentação e nutrição, dos indivíduos e grupos de pessoas de uma
a prescrição de suplementos nutricionais necessários à população sadia”.
complementação da dieta e a solicitação de exames la- Destaca-se, também, a RDC nº 18/2010, que
boratoriais necessários ao acompanhamento dietético. aprovou o Regulamento Técnico sobre Alimen-
Esta área teve um grande crescimento na última
tos para Atletas, com o objetivo de estabelecer
década. Segundo a pesquisa “Inserção Profissional do
a classificação, a designação, os requisitos de
Nutricionista no Brasil”, realizada pelo CFN em 2005,
composição e de rotulagem destes alimentos.
dos 2.974 profissionais que responderam à pesquisa,
Diversas outras legislações precisam ser de
apenas 4,1% atuavam em nutrição esportiva em todo
conhecimento dos profissionais, como a reso-
o país. Apesar de não existirem dados oficiais recentes
para comparações, é notório que o exercício profissio- lução do CFN 390/2006, que regulamenta a
nal nesta área vem aumentando consideravelmente. prescrição de suplementos pelo nutricionista;
Consultas realizadas com nutricionistas e Instituições e a Portaria 40/1998 da ANVISA, que estabe-
de Ensino Superior (IES) pelo CRN-2, entre os meses lece normas para Níveis de Dosagens Diárias
de fevereiro e março de 2012, mostram um pouco esta de Vitaminas e Minerais em Medicamentos.
mudança (conforme quadro abaixo).
4
Nutrição contribui para o sucesso
do atleta
R
esponsável pela orientação nutricional de
atletas de alto rendimento, como o gran-
de judoca João Derly e uma equipe de fu-
tebol, a nutricionista Cintia Scheunemann Car-
valho, CRN-2 8970, sempre foi apaixonada por
esporte e praticante de atividades físicas. Ela
destaca que é o nutricionista que vai promover
a educação nutricional, sistemática e repetida,
a fim de fazer o atleta compreender as trocas
na sua rotina alimentar. “A Nutrição em Espor-
te deve sempre priorizar reserva, recuperação
energética e hidratação suficiente para a otimi-
zação do trabalho físico que vai contribuir para
o sucesso desportivo.”
CRN-2: Quais os maiores be- Qual a importância da suplemen- produtos de venda proibida, pois,
nefícios, para o atleta, de uma tação para o atleta profissional? além de colocar a saúde em risco, po-
alimentação adequada? Visa à recuperação energética e de dem prejudicar a participação de um
Cíntia: Considerando as caracte- micronutrientes de forma mais rápi- atleta numa competição. Já tivemos
rísticas genéticas, a nutrição con- da, quando o período entre os treinos casos de produtos contaminados
tribui para que o atleta responda e/ou competições não é suficiente. com substâncias proibidas e, é claro,
às exigências da modalidade, evi- não estavam descritas no rótulo pelo
tando lesões, alcançando índices e Em um período de provas, em fabricante.
vitórias e promovendo saúde. que o atleta tem dificuldades
com a alimentação, qual a atua- A nutrição adequada e /ou su-
Qual o teu trabalho na manu- ção do nutricionista? plementos podem prevenir le-
tenção ou alteração de peso das Estudamos e avaliamos os locais sões? Por quê?
diferentes categorias de luta? onde acontecem as provas, se Cada vez mais estudos, bem de-
Quais as maiores dificuldades? terão alimentos disponíveis e se lineados, estão sendo feitos para
O trabalho é individualizado, basea- possuem uma adequada estrutura responder a esta questão. É sabido
do em deficiências de determinadas que garanta a segurança alimentar. que o aumento do estresse oxidati-
valências físicas (força, potência, re- Então, combinamos a necessidade vo é inerente à prática de exercícios,
sistência, percentual de massa ma- da suplementação a ser utilizada. que se não revertido pode antecipar
gra ou massa gorda), geralmente Os atletas adaptam-se ao uso de o processo de fadiga, aumentar o
apontadas pelo preparador físico suplementos nos treinamentos, ja- aparecimento de lesões musculares
ou treinador. A maior dificuldade mais iniciam na competição. e propiciar redução da função imu-
é acabar com a cultura da desidra- nológica. Não há dúvida que existe
tação ou redução drástica de peso Quais os problemas com o uso uma adaptação orgânica do sistema
corporal a qualquer custo nos dias exagerado de suplemento? antioxidante endógeno ao exercício
que antecedem as com- Pode ser acusado em exame continuado, equilibrando o estres-
petições. antidoping? se oxidativo gerado. Entretanto, o
Os suplementos nutricionais, via de sistema antioxidante do organismo
regra, não deveriam representar do- depende de nutrientes para adaptar-
ping por serem derivados de fontes -se, incluindo minerais, vitaminas,
alimentares. Alguns suplementos que polifenóis e carotenos. Muitos des-
já estiveram listados como doping tes nutrientes estão presentes em
estão liberados, porém com contro- alimentos de origem vegetal e inte-
le, como a cafeína. Tais produtos em grais que são pouco consumidos por
excesso, mesmo que não caiam no atletas em geral, e aí está o proble-
doping, podem provocar problemas ma: a quantidade destes nutrientes
de saúde, que certamente irão com- fundamentais à adaptação do corpo
prometer o rendimento desportivo. pode estar em deficiência, levando
O cuidado deve ser redobrado com aos problemas citados.
5
especial
Suplementos podem
gerar riscos à saúde
M
e l h o r a r o desempenho sião específicas. O grande nú- destacam que o consumo ina-
físico e atingir objetivos mero de produtos disponíveis dequado de suplementos pode
em curto prazo têm le- no mercado, o fácil acesso aos trazer riscos à saúde, como en-
vado praticantes de atividade mesmos, aliados ao estímulo de gordar ou sobrecarregar rins e
física à utilização de suplemen- consumo dentro de academias outros orgãos. Alertam, ainda,
tos nutricionais sem o acom- e à influência da mídia, tam- sobre produtos irregulares que
panhamento de profissionais bém são fatores que merecem possuem fármacos em sua com-
habilitados, portanto, sem o atenção. Nutricionistas da área posição, podendo alterar fun-
conhecimento da quantidade esportiva, como Tatiana Ederich ções fisiológicas, cardiorrespi-
de nutrientes que devem con- Lehnen, CRN-2 10497, e Rafael ratória e no sistema simpático
sumir para a modalidade e oca- Longhi de Barros, CRN-2 6342, e parassimpático.
6
de acordo com o gasto calórico, Uma conduta que tem pre-
levando em conta a modalidade, ocupado os nutricionistas é a
frequência e intensidade de exer- indicação de suplementos por
cício e com uma visão ampla do profissionais não habilitados. A consumidores.
treinamento físico.” RDC da ANVISA nº 18/2010, que Ele informa que
aprovou o regulamento técnico as ações da insti-
sobre alimentos para atletas, de- tuição são priorizadas levando em
Novos produtos fine que o consumo dos suple- conta os dados epidemiológicos
mentos previstos na legislação coletados ao longo dos anos com
O mercado de suplementos é deve ser orientado por nutricio- investigações de surtos de Doenças
veloz. Novos produtos surgem nistas ou médicos. Tatiana su- Transmitidas por Alimentos (DTAs).
quase que diariamente. Rafael gere uma abordagem multidis- “Este segmento, especificamente,
recomenda a constante especia- ciplinar, principalmente com os não teve até hoje nenhuma ocor-
lização dos nutricionistas, o que profissionais de educação física, rência de agravo à saúde pública
contribui para estes profissionais que, a partir de uma relação de no nosso município.” Paulo sa-
não perderem as tendências do confiança e respeito, podem in- lienta, entretanto, que o número
mercado. “Produtos hoje permi- formar a seus alunos que o nu- limitado de servidores é o principal
tidos, amanhã podem tornar-se tricionista é o profissional indi- problema para conseguir fiscalizar
proibidos e vice-versa. Creatina, cado para a orientação de dieta todo o comércio de alimentos de
BCAA, L-carnitina são exemplos específica, manutenção da saú- Porto Alegre.
dessa variação.” de e otimização do rendimento.
A velocidade deste mercado Também destaca a necessidade Tatiana Ederich Lehnen é Espe-
também é estimulada pela mídia, de conscientização dos vendedo- cialista em Fisiologia do Exercício e
assim como o próprio ambiente res de suplementos alimentares, Mestre em Endocrinologia – Facul-
das academias, conforme analisa “são os que mais recomendam dade de Medicina – PPG / UFRGS.
o nutricionista: “um recém-ingres- desnecessariamente o uso destas Rafael Longhi de Barros é Dou-
so em uma academia observa os substâncias”. torando em Bioquímica – UFRGS.
“marombados” treinando e todos Os dois nutricionistas lembram Título da Especialização em Fisio-
suplementando. O nutricionista que a “tríade do sucesso”, ou logia do Exercício.
tem que falar com segurança, co- seja, os pontos principais para um
nhecimento de causa e ter bons bom rendimento - treinamento,
argumentos para convencê-lo de alimentação e descanso – estão
que o melhor ainda é a alimenta- sendo esquecidos para dar lugar
ção saudável”. ao “milagre” e às falsas promes-
sas do corpo perfeito através da
suplementação.
Fiscalização
Os estabelecimentos que comer-
cializam suplementos são fiscaliza-
dos pela Vigilância Sanitária (VISA)
dos municípios. O médico veteri-
nário Paulo Antonio da Costa Casa
Nova, chefe da Equipe de Alimen-
tos da VISA Porto Alegre, alerta
que a fiscalização é realizada por Rafael: “a avaliação antropométrica e análi-
solicitação de alvará sanitário e/ou se bioquímica são instrumentos imprescindí-
por denúncia ou reclamação de veis para fundamentar a prescrição”.
7
especial
A diversidade de atuação
Q
ual a importância do nutricionista para a saúde do atleta e do
desportista? E na orientação da suplementação? O desempenho
do atleta sofre influência de uma alimentação adequada? Quais
as habilidades requeridas a este profissional? Estas e outras questões
fazem parte da rotina de trabalho dos profissionais que atuam em
Nutrição em Esportes. A Revista do CRN-2 conversou com algumas
nutricionistas e aponta, nos textos abaixo, conteúdos de destaques
de cada uma delas.
8
na Nutrição em Esportes
Nutricionista deve conhecer fisiologia do exercício
“O nutricionista que for atuar na área es- bre em nutrientes são rapidamente sentidas
portiva deve estudar a fisiologia do exercício no desempenho do atleta, em especial se
e se apropriar dos conhecimentos da área for deficiência de energia e/ou carboidratos.
da educação física. Deve procurar conversar Muitas vezes, a “rádio atleta” (aquela infor-
com técnicos e treinadores para entender mação que corre entre os atletas) dá mensa-
as características da modalidade esportiva gens erradas; em especial aos iniciantes na
e, se possível, assistir a sessão de treino e/ou modalidade, que estão ávidos a repetir tudo
competição do esporte em que for trabalhar. o que o atleta de sucesso conquistou. Impor-
É importante destacar que, assim como o tante reforçar que a dieta é individualizada
atleta precisa treinar conforme a planilha ela- (conforme biotipo, objetivo do atleta depen-
borada por seu treinador, precisa se alimentar dendo da fase de treinamento, capacidade
de acordo com as demandas desta planilha digestiva, etc), e o que funciona para um não
de treino. E o nutricionista é o profissional ca- necessariamente funcionará para o outro.”
paz de traduzir as recomendações científicas Cláudia Dornelles
* É professora universitária e trabalha em consultório par-
em alimentos pré, durante e pós-exercício. ticular. Mestrado e doutorado no PPG - Ciências do Movi- Schneider*, CRN-2 1942
As consequências de uma alimentação po- mento Humano da Escola de Educação Física da UFRGS.
9
especial
A
N utrição em Esportes é na construção de projetos com alimentação é fator de promo-
um segmento que atua objetivos comuns a estes e aos ção da saúde e prevenção de
com pessoas que praticam atletas. O presidente do Conse- diversas doenças. “O exercício
exercícios físicos. O nutricionista lho Regional de Educação Física provoca um desequilíbrio no or-
orienta o desportista com uma do Rio Grande do Sul (CREF2), ganismo, consumindo nutrien-
alimentação adequada visando Eduardo Merino, destaca a im- tes que devem ser repostos, bem
aos resultados propostos em portância do trabalho conjunto como o corpo estar preparado
cada caso. A interação do nu- dos dois profissionais, ressal- para o seu rendimento máximo
tricionista com o profissional tando que a combinação entre durante a prática das atividades
de educação física pode resultar exercícios físicos e uma correta físico-desportivas.”
10
CRN-2 em ação
Prestação de contas 2011
Ações realizadas pelas diretrizes do PAM
A
Gestão 2010/2013 do CRN-2, lação política, divulga a prestação de e de ética profissional, a relação do
alicerçada em suas propostas contas e o relatório das atividades Conselho com outras instituições, a
de ampliação do mercado realizadas no ano de 2011. O obje- articulação com movimentos políti-
de trabalho, de descentralização e tivo é registrar o balanço contábil e cos, além dos eventos que mobiliza-
transparência das ações e de articu- financeiro, as ações de fiscalização ram e divulgaram a profissão.
11
CRN-2 em ação
O
troféu Maria de Lourdes Hirschland, o concurso Slogan e
o prêmio inédito a ser concedido aos Técnicos em Nutri-
ção e Dietética (TNDs) são ações que movimentarão, em
2012, estudantes e profissionais inscritos no CRN-2.
12
CRN-2 lança projeto
Sexta Básica
Desenvolver ações que contribuem
para uma população mais saudável é Teleconferências
uma das metas do projeto Sexta Básica, Local das palestras:
que o CRN-2 lança em 2012 em parce- SESI -Av. Assis Brasil, 8787
ria com o SESI Regional. Esta iniciativa
busca também o aperfeiçoamento pro- Telecentros:
fissional com a realização de palestras Santa Rosa, Rio Grande, Pelotas,
de interesse dos nutricionistas, técnicos Caxias do Sul, Guaporé, Parobé, Passo
e também do público do SESI. Fundo, Farroupilha, Bagé, Erechim e Lajeado
Os eventos acontecerão sempre na
última sexta-feira de cada mês, bus- Previsão de datas e temas para 2012:
cando assim uma referência à cesta 01/6: Alimentação Saudável: chave da longevidade
básica, definida como os itens míni- 29/6: Alimentos Funcionais: polêmica e tabu
mos da alimentação humana. 27/7: Alimentação do Trabalhador
Os telecentros do SESI transmiti- 31/8: Dia do Nutricionista: Alimentação fora do lar
rão as palestras para o interior do 28/9: Semana da Alimentação (tema da FAO)
RS, oportunizando a participação 26/10: Nutrição em Esportes
dos profissionais, trabalhadores da 30/11: Agrotóxicos
indústria e comunidade interessada.
CRN-2 reestrutura
Governo instala Caisans
Banco de Consultores O Governo instalou, em abril,
Foto: Caco Argemi/Palácio Piratini
13
comissões
14
Assunção de Responsabilidade
Técnica pelo Nutricionista:
uma questão civil, penal e ética
A
C omissão de Fiscalização responder a processo disciplinar a presença ou não de Quadro
do CRN-2 destaca, nesta por infração ao Código de Ética Técnico. Também é de respon-
edição, a importância e a Profissional, não o eximindo de sabilidade do Conselho verificar
magnitude dos aspectos legais, ação civil e criminal pela justiça se o nutricionista RT cumpre
éticos e técnicos da assunção de comum. integralmente as atividades ou
Responsabilidade Técnica (RT) Para tanto, precisa conhecer as serviços técnicos de alimentação
pelo Nutricionista. leis, portarias, resoluções e deci- e nutrição, elencadas no mo-
A RT decorre da necessidade em sões que regulamentam sua pro- mento da assinatura do Termo
atender as legislações sanitária e fissão, em especial o Código de de Compromisso assinado pelo
profissional que preveem as obri- Ética do Nutricionista e o Código profissional e empregador.
gações e respectivas sanções. de Defesa do Consumidor. A emissão da assunção de RT
As competências do nutricio- pelo CRN-2 para o nutricionista
nista, definidas na Lei 8.234, de é um aval concedido pelo órgão,
17/09/1991, que regulamenta a que servirá como documento
profissão, identificam este pro- para o exercício profissional em
fissional como o Responsável um determinado local. Para a em-
Técnico para a área de Alimen- O nutricionista presa, é uma garantia de poder
tação e Nutrição.
Responsável Técnico (RT) é o responde contar com a prestação de servi-
ço de um profissional habilitado e
profissional que detém conheci-
mentos e habilidades específicas
integralmente regular com suas obrigações para
com o Conselho.
que o qualificam para ser o res- tanto na esfera Com muita frequência, têm
ponsável pelos procedimentos
técnicos adotados em serviços
civil e penal sido noticiadas na mídia denún-
cias envolvendo o nutricionista,
de Alimentação e Nutrição. É ele quanto na ética responsabilizando-o por alimen-
que se responsabiliza pela pro-
moção e preservação da saúde
pelas atividades tos vencidos encontrados em câ-
maras frias e despensas. O CRN-
e por todas as atividades que de Alimentação 2, em ações de fiscalização, tem
compreendem a Nutrição nos
diferentes segmentos de atu- e Nutrição. encontrado nutricionistas assu-
mindo a responsabilidade técni-
ação. Tem o dever de exercer ca por vários estabelecimentos,
sua profissão com total respon- com incompatibilidade de horá-
sabilidade, honra e dignidade, rio, não cumprindo as atividades
utilizando todos os recursos obrigatórias previstas em lei, au-
disponíveis, dominando e apri- Para autorização da assunção sentes de seu local e trabalho em
morando seus conhecimentos de Responsabilidade Técnica dias e horários estabelecidos, en-
técnico-científicos em benefício pelo CRN-2, alguns critérios são tre outras irregularidades.
do paciente/cliente, da profis- considerados, entre eles: os que Portanto, o CRN-2 faz um alerta
são e da sociedade. Responde permitem o fiel desempenho da ao nutricionista para a postura a
integralmente tanto na esfera responsabilidade técnica con- ser adotada ao assumir a RT pelo
civil e penal quanto na ética pe- tratada, as funções assumidas serviço de alimentação e nutrição,
las atividades de Alimentação e pelos profissionais, a complexi- seja ele de natureza privada, pú-
Nutrição. Deve lembrar que, no dade dos serviços, a compatibi- blica ou filantrópica.
desempenho de suas atividades lidade de horário, a distribuição O profissional, na função de
profissionais, caso ocorra um da carga horária semanal, de- Responsável Técnico, assume um
acidente ou falha na prestação vendo esta ser compatível com dever com o Conselho, com a
de serviço e ficar caracterizado o desenvolvimento pleno das sua profissão, com o público que
imprudência e imperícia, negli- atribuições, a compatibilida- atende, com a empresa que o con-
gência ou omissão, no âmbito de do tempo despendido para trata e o remunera e, especialmen-
do CRN-2 o profissional poderá acesso aos locais de trabalho e te, com a sociedade.
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Campanha do Sistema CFN/CRN 2012