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OBALUAÊ (REI DONO DA TERRA) OMULÚ (FILHO DO SENHOR)

ÁDÙRÁ OBÁLUWAIYÈ

ORISA AWO

ORISA BI AJÉ

ORISA OBÁLUWAIYÈ

ORISA OLUWAIYÈ

SAPONON, SAPONON AWE


MAPA O, MAPA WURE

ORISA KONJÉ, KONJÉ

INJENA, INBENA E

ORISA KONJÉ, KONJÉ

INJENA, INBENA E

JOWO MA SE MI

JOWO MA SE MI

ORISA AWO

ORISA BI AJÉ

ORISA OBÁLUWAIYÈ

ORISA OLUWAIYÈ

SAPONON, SAPONON AWE

MAPA O, MAPA WURE

ORISA KONJÉ, KONJÉ

INJENA, INBENA E

ORISA KONJÉ, KONJÉ

INJENA, INBENA E

JOWO MA SE MI

JOWO MA SE MI

ORIKI OBÁLUWAIYÈ
Orisá que possui o segredo

Orisá que possui o segredo dos feiticeiros

Senhor da terra, a terra tem magias

Senhor que possui o poder da cura

Senhor que possui o poder do mal

Aquele que anda com a palha

Sua palha tem cura

Sua palha esconde sua beleza

Senhor feiticeiro

Aquele que pode matar rápido

Aquele que pode curar rapidamente

Aquele que possui o segredo do mal

Aquele que possui o segredo do bem

Meu pai Obaluwaiye

Nunca, nos faça mal


ÀDÚRÀ TY OMOLÚ
Omolú ìgbóná ìgbóná zue [Omolú, Senhor da Quentura]
Omolú, ìgbóná ìgbóná zue [Sempre febril produz saúde]
Eko omo vodun maceto [Educa o filho Vodun Maceto]
Eko omo vodun na [Vodun educa o filho castigando]
Ìjòni le o Nàná Nàná [ele é capaz de provocar queimaduras]
Ìjòni le o Nàná ki mayò [Ele é capaz de provocar queimaduras, Nana, e se enche de
alegria]
Nàná ki mayò ki n a lode [Nana ele se enche de alegria do lado de fora]
Fèlèfèlè mi igba nlo, ajunsun wale [És capaz de fazer definhar em vida, Ajunsun,
até secar]
Meré-meré e no ile isin [Habilmente ele enche a nossa casa de escravos]
Meré-meré e no ile isin [Habilmente ele enche a nossa casa de escravos]
E n sinbe meré-meré osú láyò [Primeiramente o erguemos habilmente osú que
cobre a terra]
E n sinbe meré-meré osú láyò [Primeiramente o erguemos habilmente osú que
cobre a terra]
Oba alá tun zue obi osùn [Rei que nasceu como o sol, Pai do Vermelho]
Oba alá tun zue obi osùn [Rei que nasceu como o sol, Pai do Vermelho]
Iya lóni [Neste dia]
Otù, àkóba, bi ìyá, húkó, káká, beto [Doença, infelicidade, sofrimento, tosse,
dificuldades, aflição]
Otun zue, obi, osùn [Suplico-lhe diariamente, Pai do Vermelho]
Bara ale so ran ale so ran [rei do corpo suplico-lhe rastejando]
Bara otun zue obi osùn [Rei do corpo suplico-lhe diretamente, Pai do vermelho.]

Distinguiu-se aqui Obaluaê e Omulú, da seguinte forma: Obaluaê representa a força


jovem, o início da vida; Omulú representa a força velha, ou seja, cansada pela vida.

O verdadeiro nome de Obaluaê ou Omulú é Xaponã ou Sakpatá, mas dentro do culto


não se pronuncia tal nome, pois provoca a ira do Orixá.

Deus da varíola e das doenças contagiosas, este Orixá pune seus filhos sem piedade.

Todos os anos é realizado o Olubajé, no qual o Orixá presencia a cerimônia


dançando, enquanto os filhos comem suas oferendas.

PERSONALIDADE: Masoquistas, vivem em movimento quando estão tranqüilos


ou tristes, inteligentes, ajudam àqueles que vão ao seu encontro, rancorosos e
temperamentais.

METAL: Ferro ou chumbo

DIA: Segunda-feira

COR: Todas

ANIMAIS: Porco, galo e bode.

PAÓ: 5 batidas de palma acima, 5 abaixo e as 3 de reverência, seguindo-se o


adobale.

FILIAÇÃO: Oxalá e Nanã.

SAUDAÇÃO: “Atoto (para Obaluaê)” e “Ajuberu (para Omulú)”.

OBS: Omulú traz vestimentas especiais, como o corpo coberto de palha e roupas
estampadas. Traz na mão direita um objeto denominado xaxará.

Obaluaiê ou Omolu (os nomes se referem a fases míticas, onde o mesmo deus seria
mais jovem ou mais velho), é o energia que rege as pestes como a varíola, sarampo,
catapora e outras doenças de pele. Ele representa o ponto de contato do homem
(físico) com o mundo (a terra). A interface pele/ar. A aparência das coisas estranhas
e a relação com elas. Ele também rege as doenças transmissíveis em geral. No
aspecto positivo, ele rege a cura, através da morte e do renascimento.

Lenda 1

Diz o mito que Obaluiaê é filho de Nana (a lama primordial de que foram feitas as
cabeças - oris- humanas) e Oxalá, tendo nascido cheio de feridas e marcas pelo
corpo como sinal do erro cometido por ambos, já que Nana seduziu Oxalá mesmo
sabendo que lhe era interditado por ser ele o marido de Iemanjá.Ao ver o filho feio e
malformado, coberto de varíola, Nanã o abandonou à beira do mar, para que a maré
cheia o levasse. Iemanjá o encontrou quase morto e muito mordido pelos peixes, e
tendo ficado com muita pena, cuidou dele até que ficasse curado. No entanto
Obaluaiê ficou marcado por cicatrizes em todo o corpo, e eram tão feias que o
obrigavam a cobrir-se inteiramente com palhas.Não se via de Obaluaiê senão suas
pernas e braços, onde não fora tão atingido. Aprendeu com Iemanjá e Oxalá como
curar estas graves doenças. Assim cresceu Obaluaiê, sempre coberto por palhas,
escondendo-se das pessoas, taciturno e compenetrado, sempre sério e até mal-
humorado.

Lenda 2

Um dia, caminhando pelo mundo, sentiu fome e pediu às pessoas de uma aldeia por
onde passava que lhe dessem comida e água. Mas as pessoas, assustadas com o
homem coberto desde a cabeça com palhas, expulsaram-no da aldeia e não lhe
deram nada.Obaluaiê, triste e angustiado saiu do povoado e continuou pelos
arredores, observando as pessoas. Durante este tempo os dias esquentaram, o sol
queimou as plantações, as mulheres ficaram estéreis, as crianças cheias de varíola,
os homens doentes. Acreditando que o desconhecido coberto de palha amaldiçoara o
lugar, imploraram seu perdão e pediram que ele novamente pisasse na terra seca.
Ainda com fome e sede, Obaluaiê atendeu ao pedido dos moradores do lugar e
novamente entrou na aldeia, fazendo com que todo o mal acabasse. Então homens o
alimentaram e lhe deram de beber, rendendo-lhe muitas homenagens. Foi quando
Obaluaiê disse que jamais negassem alimento e água a quem quer fosse, tivesse a
aparência que tivesse. E seguiu seu caminho.Chegando à sua terra, encontrou uma
imensa festa dos orixás. Como não se sentia bem entrando numa festa coberto de
palhas, ficou observando pelas frestas da casa. Neste momento Iansã, a deusa dos
ventos, o viu nesta situação e, com seus ventos levantou as palhas, deixando que
todos vissem um belo homem, já sem nenhuma marca, forte, cheio de energia e
virilidade E dançou com ele pela noite adentro. A partir deste dia, Obaluaiê e Iansã-
Balé se uniram contra o poder da morte, das doenças e dos espíritos dos mortos,
evitando desgraças aconteçam aos homens.
Os iorubas acreditam que este mito nos mostra que o mal existe, que ele pode ser
curado, mas principalmente que é preciso ter consciência do momento em que ele
terminou, sabendo recomeçar após um violento sofrimento.Obaluaiê rege também a
força da terra (herdado de sua filiação a Nanã). A umidade dela (por suas adoção por
Iemanjá) e as doenças das plantações.

Numero: 13Cor: preto, vermelho e branco

Símbolo: xaxará (um tubo de palha trançada com sementes mágicas e segredos
dentro)Dia da semana: segunda-feiraComida: pipocaSaudação: Atotô!

OBALUAIÊ ( "rei", "senhor da terra")Deus originário do Daomé. Obaluaiê é uma


flexão dos termos Obá (rei) - Oluwô (senhor) - Ayiê (terra), "rei, senhor da terra".
Omulu também é uma flexão dos termos: Omo (filho) - Oluwô (senhor) que quer
dizer "filho e senhor". Obaluaiê, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador.
Omulu, o mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma
regência e influência, significam a mesma coisa, têm a mesma ligação e são
considerados a mesma força da natureza.

Obaluaiê é o sol, a quentura e o calor do astro rei, é o senhor das pestes, das doenças
contagiosas ou não. É o rei da terra, do interior da terra, e é o orixá que cobre o rosto
com o Filá (de palha da Costa), porque para os humanos é proibido ver o seu rosto
devido à deformação feita pela doença, e pelo respeito que devemos a esse
poderosíssimo orixá. Está no funcionamento do organismo, na dor que sentimos
pelo mau funcionamento dos órgãos, por um corte, queimadura ou traumatismo. A
ele devemos a nossa saúde. Trata do interior, mas cuida também da pele e de suas
moléstias.

Divide com Oia-Iansã a regência dos cemitérios, pois é o orixá que vem como
emissário de Oxalá (princípio ativo da morte), para buscar o espírito desencarnado.
É ele que vai mostrar o caminho, servir de guia para aquele espírito. Obaluaiê
também é o senhor da terra e das camadas do seu interior, para onde vamos todos
nós. Daí sua ligação com os mortos, pois é ele quem vai cuidar do corpo sem vida.
Também conhecido como Xapanã.

Obaluaiê está presente no nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição,
ansiedade. Está presente quando sentimos coceira e comichões na pele. Rege
também o suor, a transpiração e seus efeitos. Rege aquele que tem problemas
mentais, perturbações nervosas e todos os doentes. Está presente nos hospitais, casas
de saúde, ambulatórios, clínicas, sempre próximo aos leitos. Rege os mutilados,
aleijados, enfermos. Ele proporciona a doença, mas principalmente a cura, a saúde.
É o orixá da misericórdia. Rege a má digestão, a congestão estomacal. Gera o ácido
úrico e seus efeitos. Filho de Nanã, que o abandonou por ser doente, foi criado por
Iemanjá. Orixá fundamentalmente Jeje, mas louvado em todas as nações por sua
importância. Conta-se que, abandonado por Nanã, foi cuidado por Iemanjá que o
alimentava com pipoca sem sal acrescida de mel para melhorar o gosto, e passava
azeite de dendê em suas feridas para aliviar a dor e coceira.

OMOLÚ- OBALUAIYÉ

OBA + OLU + AIYE = OBALUAIYEREI + SENHOR + MUNDO = REI E


SENHOR DO MUNDOOMO + OLU = OMOLUFILHO + SENHOR = FILHO DO
SENHOROrixás consagrados na África, onde há grandes endemias e epidemias. São
Deuses da desintegração, mostram as faces da existência e a vida, dizendo que todos
nós temos princípio, meio e fim, daí a sua dança no OPANIJÉ mostrando o céu e a
terra. Aqui, no Brasil, Omolu/Obaluae são velhos e decrépitos, contrapondo-se a
concepção africana. Esses Orixás representam a transformação, estão ligados ao sol,
ao acaso, a noite e o dia, ao princípio e o fim, ao movimento de rotação e translação
da Terra e estão associados as endemias e epidemias.Tem como companheiros
inseparáveis Ogún e Exú devendo por isso ser cultuado em lugar destinado a Exu,
fato este que explica também ser sua morada as encruzilhadas.As doenças como:
desinteria constante, infecção estomacal, perda vertiginosa dos cabelos, vômitos,
erisipela, pústulas, furúnculos, escorbuto, inchaços, alguns problemas circulatórios,
coceiras, sarampo, catapora, rubéola, lepra, coqueluche e alergias em geral são
associadas a Omulu/Obaluaê.Coberto dos pés a cabeça, para esconder sua aparência
esquálida e ferida, Omulu inspira medo em quem o vê. Uma espécie de varíola e das
doenças e epidemias. Fechando e circunspecto, vive curvado por dores e tremores de
febre. Usa como arma o Xaxará, um cetro adornado em contas e búzios que serve
como captador de energias negativas. Limpando almas e ambientes.Os raros filhos
de Omulu são tensos, sábios e tristes. Costumam ser consultados para decisões
importantes e, não raro, vivem solitários. Ocupam importantes cargos públicos e
burocráticos, mas sentem que o bom humor não é seu forte. Omulu come pipoca,
feijão preto, milho e farofa com dendê, servido em folhas de mamona ou bananeira.
Apesar de intimamente ligado à morte, Omulu cura doenças, pois anda abarrotado
de cabaças medicinais.O colar que o simboliza é o ladgiba, cujas contas são feitas de
sementes existentes dentro da fruta do Igi-Opê ou Ogi-Opê, palmeiras pretas. Usa
também bradga, um colar longo de cauris. Obaluaê é o patrono dos cauris e do
conjunto de 16 búzios, que reina do instrumento ao sistema oracular: o brendilogun,
que lhe pertence.

Ele lidera e detém o poder dos espíritos e dos ancestrais, os quais o seguem. Oculta
sob o saiote o mistério da morte e do renascimento (o mistério do gênesis). Ele é a
própria terra que recebe nossos corpos para que vire pó.Obaluaê mede a riqueza com
cântaros, mas o povo esqueceu-se de sua riqueza e só se lembra dele como o Orixá
da moléstia.

A SUA FESTA “OLUBAJE”


Diz a lenda que no princípio do mundo houve uma grandiosa festa em que todos os
Orixás se fizeram representar com toda a sua corte, tudo engalanado muita alegria e
muita gente presente ao evento. O candomblé prosseguia com muita empolgação e
quando chegou dentro do XIRE a hora de louvar a grande Yaba Nana Buruque do
meio do povo saiu um Orixá, um Vodu que caminhava todo tortinho e

com dificuldade, entrou no barracão e com aquele jeito todo esquisito e foi dançar
para sua Mãe Nana, acontece que por ser alejado, deformado seus passos eram
trôpegos.Originando daí por parte dos outros Orixás uma verdadeira Xoxação
criando o ridículo para aquele Orixá que acabara de chegar. Triste ele acabou de
dançar para sua mãe e magoado com aquela falta de respeito e ele, antes de se retirar
passou a mão em todas as suas chagas, soprou para cima de todos eles a varíola
contagiante que deixou os Orixás naquele instante doentes e o candomblé acabou, e
uma verdadeira praga foi disseminada e em todo o mundo principalmente em cima
de quem compartilhou daquelas ofensas.

Os Orixás em desespero foram procurar YFÁ o Deus da adivinhação para que os


orientassem sobre o que fazer para acabar com aquela epidemia, Yfá jogou o seu
Opele Yfá e respondeu a eles que eles tinham agravado seriamente XAPANÃ,
aquele velhinho que tinha sido Xoxado naquele candomblé, quando resolveu dançar
para sua Mãe Nana, e por isso eles estavam sendo seriamente castigados. E disse
mais que eles deveriam fazer uma romaria à casa de Xapanã com todas as suas
comidas votivas em suas cabeças e em círculo em volta de sua casa fossem
depositando e entre cânticos e rezas, pedissem perdão a Xapanã.

Xangô não levou Amalá, porém como era o dono de todos os Cauris (búzios) deu-os
de presente a Xapanã tornando-o rico muito rico e assim ele pedira também perdão a
Xapanã.Os Orixás à medida que iam arriando as comidas votivas cantavam
“OBUBAJE AJE- UMBO AYE AJEUMBO” todos em fila e Xapanã emocionado
pegou suas flores o “deburu” e jogou em cima deles cantando a seguinte cantiga
XAXARÁ BALEFUN AWO BALE BALE e na medida em que iam caindo as
flores D’Omolu em seus corpos as suas chagas e varíolas iam sumindo ficando bons
totalmente. Essa e a história da festa linda D’obaluaê que traz em seu bojo o
ensinamento de que não devemos debochar de ninguém.

Por uma questão de sincretismo, no Brasil esta obrigação normalmente é realizada


nos meses de agosto, ocasião que vemos nas ruas as Yaos com seus tabuleiros na
cabeça, visitando sete casas na chamada peregrinação até o dia do candomblé em
suas casas.

QUALIDADES

KETÚ:
1. JAGU JAGUN OU AJAGUN: : É jovem e guerreiro; leva na mão uma lança chamada okó; Tem
caminhos com Ogunjá, Oxaguian, Ayrá, Exu e Oxalufan. Não come feijão preto e é o único
Quando vem ao barracão, é Oxaguiã quem o traz.
que come Igbin (Caracol).
AJAGUN: Essa qualidade é trazida ao barracão por Oxalufã.
2. JAGUN AGBAGBA: tem fundamento com Oyá.
3. AYERAN: Sai, no barracão, com uma seta na mão esquerda e o Xaxará na
mão direita.
4. INTOTO: Ligado a gameleira e aos antepassados, seu assentamento é feito
no barro. Suas contas são vermelho e preto. É um orixá cultuado em seu assentamento e
não vira na cabeça de ninguém. O Iyàwó é feito de Oxum ou Azoani. Dá-se comida a terra.
Este orixá é Abìkú, portanto não se raspa, pois representa o fundo da terra. Come com Ewá,
Oyá e Ikú. Seus assentos são cultuados ao lado de Nanã e Yemanjá.
5. ALAPAFUMO: Encontra-se, seu culto, em extinção, seu deburu é feito na
terra e depois amassado.
6. ARAWE: Só come galos brancos.
7. AJASE: Associado a Ogún e Oya, é guerreiro e usa dois xaxarás.
8. SAPEKO/ SAVALU: Veste-se de vermelho – palha da costa tinturada com
osun ou urucum, calçolão ornado em búzios. Tem forte fundamento com Nanã.
9. AJUNSUN/ AZONSU / AJANSU: Tem fundamentos com Oxalá, Oxumare e Ogum. É
extrovertido. É ligado ao tempo, as estações do ano e ao culto da terra. Só come orogbo
e no cuscuzeiro tem 7 setas e 2 cobras amarradas ao okutá - é o verdadeiro dono
do cuscuzeiro. Veste de vermelho, preto e branco, na perna esquerda leva uma pulseira de
aço.
10. WARU-WARU/ ARINWARUN (OU WARIWARU): Velho. É um título de xapanan
11. AFOMAN/ AKAVAN: Tem ligação com Exú. Afomo significa contagiante, infeccioso: Nem
sempre é reconhecido como qualidade.AKAVAN: Relacionados ao cemitério
– culto em extinção.
12. ARAWE / ARAPANÁ: Tem fundamento com Oyá.

13. AJOJI / AJAGUN: Tem fundamentos com Ogun e Oxagian.

14. AFENAN: É velho, dança curvado, veste a estopa e carrega duas bolsas de onde tira as

doenças. Veste de amarelo e preto. Todas as plantas trepadeiras pertencem-lhe. Tem

caminhos com Oxumaré e Oyá, de quem é companheiro, dança cavando a terra com Intoto

para depositar os corpos que lhe pertencem.

15. POSU (BOSUKO)/ POSUN/ POSURU: É o mesmo Azunsun do Gege, louvado


como Possun no ketu e na Angola, tanto é Iroko como Tempo. Come diretamente da terra.

Sua dança mostra claramente sua ligação discreta com Exu e com a terra, dança com garras

na mão. Tem caminhos com Intoto, Iroko e Oyá.Usa máscara leonina e garras de
bambu.
16. TETU / ETETU: É jovem e guerreiro. Come com Ogum e Oyá. Veste de branco, preto e
vermelho
JEJE:

1. SAKPATA/ SAPATA/ SOPONNA: Saí, no barracão, com o KUMON (haste


feita de bambu, ornada com búzios, crânio humano, untado com cera de
abelha e palha da costa). Tem dois assentamentos, um é enterrado em frente a
casa de Exu envolto em pano preto e vermelho, a cada 7 anos é renovado.
Come ao meio dia, em céu aberto, além de quadrúpedes, come também
camaleão com crista. É o mais antigo; é proibido falar o seu nome. Em África quando se
fala o seu nome, coloca-se mel na boca. Come com Exu e tem fundamento nas encruzilhadas.
Tem caminhos com Oxóssi e é o deus da varíola e das doenças de pele. Usa contas brancas e
pretas.
2. AWIMAJE/ AJIUZIUN: Tem fundamento com Nana e Ossain. Quando saí no barracão,
usa um Xaxará.
3. AZOANI: É jovem, veste preto e branco. Tem caminhos com Iroko, Oxumaré, Iemanjá e
Oyá. Duas cabacinhas e 41 búzios no assentamento.
4. AHOSUJI / SEGÍ: Tem ligação com Yemanjá e Oxumare / Besén.
5. BOZORAN: Acompanha Nana e Oxumaré.

ANGOLA:

1. KAFUNJENESU:
2. KAFUNJE:
3. KAFUNJINÃ:
4. BURUGUNÇO:
5. EKITATI:
6. KAVIUNGO:
7. KANJANJA:

COR: preto (preto/branco), vermelho (marrom/vermelho), branco (vermelho


caboclo).COMIDA: -dogburu (para Sakpatá é no dendê).-Eko branco.

-Acaçá.-Obi funfun.-Aberen.-Abará.-Acarajé.-Farofa de ori.-Latipá (folha de:


mostrada, língua de vaca, espinafre, caruru, bredo St° Antonio, acrescentar: dendê,
camarão seco e cebola ralada).-Miolo de boi com camarão seco e cebola ralada.-
Mocotó.-Egbo.DIA DA SEMANA: Segunda-feira.DATA: 13 ou 16 de agosto.
FRUTAS: abacaxi, fruta-de-conde, graviola, abacate, gengibre.FOLHAS:Dandá da
costaCanela de macaco

Raiz de santa Folha de cambará

Cordão de frade Vassourinha de relógio

Saco-saco Mal-me-quer-bravo

Alfavaquinha Folha de batata


Crista de galoFolha de São Roque

Carrapicho de boi Taioba

Canela de velho Mil homens

BEBIDAS: Aluá, água.ILEKÉ: Lagidibá (pode ser entremeado com terracota ou


coral).METAL: Ferro/bronze.PARTE DO CORPO: A pele e os pulmões.
SÍMBOLO: -Aso Iko (Aze).-Xaxará (talos do dendezeiro, contas, palha da costa e
couro).-Oko (lanças com setas).-Búzios.-Xaworo.-Igba.SACERDOTE:ASEGBA:
Senhor do Igba (cargo masculino)ASOGBA: Cargo no Ile Axé Opo Afonjá.
ASOGBANILE: Concertador de cabaças.APOTUN: Zelador de Omolu, somente
nos terreiros de Omolu.APOGAN: idem.CARGOS: Qualquer um, menos os
relacionados a Xangô.TOQUE: Opanijé (mata-come)PRINCIPAL CERIMÔNIA:
OLUBAJÉ: Comidas na folha de mamona ou couveKOLEODO: Folhas de
trepadeira maceradas, no pilão, com epo pipa, são passadas no corpo da pessoa ao
meio dia.SAUDAÇÃO: A TO TOA TO TO (pedido de silêncio)

Xapanã nasceu em Empê, no território Tapá, também chamado, Nupê.Era um


guerreiro terrível que, seguido de suas tropas, percorria o céu e os quatro cantos do
mundo. Ele massacrava sem piedade aqueles que se opunham à sua passagem. Seus
inimigos saíam dos combates mutilados ou morriam de peste.Assim, chegou Xapanã
em território Mahí, no Daomé. A terra dos Mahis abrangia as cidades de Savalú e
Dassa Zumê.Quando souberam da chegada iminente de Xapanã, os habitantes desta
região, apavorados, consultaram um adivinho. E assim ele falou: "Ah! O Grande
Guerreiro chegou de Empê! Aquele que se tornará o senhor do país! Aquele que
tornará esta terra rica e próspera, chegou! Se o povo não o aceitar, ele o destruirá!É
necessário que supliquem a Xapanã que os poupe. Façam-lhe muitas oferendas;
todas as que ele goste: inhame pilado, feijão, farinha de milho, azeite de dendê,
picadinho de carne de bode e muita, muita pipoca!Será necessário também que todos
se prosternem diante dele, que o respeitem e o sirvam. Logo que o povo o reconheça
como pai, Xapanã não o combaterá, mas protegerá a todos!"Quando Xapanã chegou,
conduziu seus ferozes guerreiros, os habitantes de Savalú e Dassa Zumê
reverenciaram-no, encostando suas testas no chão, e saudaram-no:"Totô hum! Totô
hum! Atotô! Atotô!""Respeito e Submissão!"Xapanã aceitou os presentes e as
homenagens, dizendo: "Está bem! Eu os pouparei! Durante minhas viagens, desde
Empê, minha terra natal, sempre encontrei desconfiança e hostilidade. Construam
para mim um palácio. É aqui que viverei a partir de agora!"Xapanã instalou-se assim
entre os Mahis. O país prosperou e enriqueceu e o Grande Guerreiro não voltou mais
a Empê, no território Tapá, também chamado Nupê.Xapanã é considerado o deus da
varíola e das doenças contagiosas. Ele tem também o poder de curar. As doenças
contagiosas são, na realidade, punições aplicadas àqueles que o ofenderam ou
conduziram- se mal. Seu verdadeiro nome é perigoso demais pronunciar. Por
prudência, é preferível chamá-lo Obaluaê, o "Rei, Senhor da Terra" ou Omulú, o
"Filho do Senhor".Quando Xapanã instalou-se entre os Mahis recebeu, em uma nova
terra, o nome de Sapatá. Aí, também, era preferível chamá-lo Ainon, o "Senhor da
Terra", ou, então, Jeholú, o "Senhor das pérolas".O fato de ser chamado Jeholú e
Ainon causou mal-entendidos entre Sapatá e os reis do Daomé, pois eles também
usavam estes títulos.Enciumados, os Jeholú de Abomey expulsaram, várias vezes,
Jeholú Ainon do Daomé e obrigaram-no a voltar momentaneamente, à terra dos
Mahis.Jeholú Ainon vingou-se: vários reis daomeanos morreram de varíola!Atotô!

ARQUÉTIPOO arquétipo de Obaluaê é das pessoas com tendências masoquistas,


que gostam de exibir seus sofrimentos e as tristezas das quais tiram uma satisfação
íntima. Pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida lhes corre
tranquila. Podem atingir situações materiais invejáveis e rejeitar, um belo dia, todas
essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. Pessoas que em certos
casos sentem-se capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa
abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.

ESSABAS:

Taioba - Bala Capeba - Já Folha da costa Canela de velho Picão

Velame Manjericão Roxo Barba de velho Umbaúba Carqueja

Jurubeba

Parietária - brotozinho – Monam

Cajá – Jamin Mutamba – Aferé Rama de leite – Obó

Erva de bicho

Ovo redondo de Monan –Exibatá Erva de passarinho – Afaziam

Jarrinha – Jacomijé Folha de neve branca – Turim

Mariazinha – Peculé Papinho de peru – Tolu-tolu

AGAPANTO; ALAMANDA; AGONIADA; ALFAZEMA DE CABOCLO; ALF


JENIPAPO; MOLOLÔ; MUSGO; QUITOCO; RABUJO; SABUGUEIRO; SETE
OMOLU MANJERONA; CANELA DE VELHO; CAFÉ DO MATO; CANENA COIRAN
CAPIXINGUI; CEBOLA DO MATO; CIPÓ CHUMBO; ERVA MOURA; CORD
FRANCISCO; ERVA DE PASSARINHO; ESPINHEIRA SANTA; VELAME; H
GERVÃO ROXO; CRIZANTEMO; BABA DE BOI; BABOSA; BELDROEGA V
Locais de maior vibração dos orixás - grutas, praias, cemitérios

As cores e flores que são regidas pelos orixás: Vermelha (Cravos)

As bebidas que são regidas pelos orixás: Água de arroz

Frutos e Frutas - Abacaxi.

Algumas das comidas mais comuns oferecidas aos Orixás: Milho de pipoca
estourado (flores), com fatias de coco com mel.

Mencionaremos aqui as ervas mais conhecidas no Rio de Janeiro: Canela Velho ,


Barba de Velho, Cinco Chagas, Cordão de Frade (São Francisco).

Os Orixás normalmente trazem em seus filhos suas características físicas e de


caráter. Assim podemos dizer que os filhos de: São pessoas reservadas, até um certo
ponto pessimistas, batalhadores, mentalidade autodestrutiva, na maioria de vezes
trazem pequenos defeitos físicos quase não percebidos.

Os Orixás têm suas preferências também quanto aos metais. - O ferro.

Calendário Festivo da Umbanda - 17 de dezembro.

QUALIDADES DE OBALUAIÊ:

1. Jagun Agbagba (ligação com Oyá) 2. Omolu3. Obaluayie4.


Soponna/Sapata/Sakpatá

5. Afoman/Akavan/Kavungo (ligação com Exú) afomo; contagiante,infeccioso6.


Savalu/Sapekó (ligação com Nana)7. Dasa

8. Arinwarun (wariwaru) título de xapanan9. Azonsu/Ajansu/Ajunsu (ligação com


Oxalá, Oxumare)10. Azoani (ligação com Yemanjá e Oyá)11. Posun/Posuru

12. Agoro13. Tetu/Etetu14. Topodun15. Paru16. Arawe/Arapaná(ligação com oyá)


17. Ajoji/Ajagun (ligação com Ogun, Oxagian) 18. Avimaje/Ajiuziun (ligação com
Nana, Ossain)19. Ahoye20. Aruaje21. Ahosuji/Segí (Ligação com Yemanjá,
Oxumare/Besén)

OMULU/OBALÚAIYÉ, O SENHOR DA DOENÇA E DA CURA


Na África, alguns espíritos de ancestrais masculinos recebiam uma grande
veneração, sendo reverenciados em festivais nos meados de junho (época da
colheita) quando “desciam” à terra, andavam e falavam entre os vivos,
trazendo bênçãos para sua família, sua aldeia como espíritos tutelares. Como
não podem ser vistos (acreditam que eram a própria imagem da morte e que,
se alguém os visse, morreria imediatamente) são recobertos por máscaras e
roupas (chamadas eku) da cabeça aos pés. São os Égun (os mortos),
reverenciados nos festivais Egúngún. No Brasil, estes espíritos ancestrais
recebem culto desse modo apenas na Bahia em dois lugares: no Ilê Agboulá e
Ilê Oyá, ambos em Itaparica. Às mulheres, que não manteriam uma alma
individual como os homens, é vetado o ingresso e a participação nesses
cultos (salvo as iniciadas, as oiê femininos). No Brasil, os cultos são feitos em
barracões fechados, comandados por um sacerdote (ojê otokun) cujo bastão
(ixã) tem o poder de controlar os mortos. Os Égun, chefiados pelo espírito do
Babá-Égun (ou ainda Égun-Agbá), chegam vestidos por uma roupa (opá) que
mais parece uma barraca retangular ou redonda feita de tiras coloridas
dançando e tentando tocar os vivos que fogem ao seu contato. Acredita-se
que, se tocado por um Égun, será atraído para si toda a sorte de desgraças e
até a morte.
Basicamente, há aqueles Égun que têm “luz”, vindo para proteger e trazer
axé ao povo (os Babá). Já os Apaaraká (1), que ainda estão evoluindo, são
imprevisíveis e perigosos. Esses últimos não falam, e suas roupas costumam
ser mais simples. Sua lida com eles exige energia, disciplina e muito cuidado.
Na África, o Égun é venerado na floresta em um local chamado igbo igbâlê.
No Brasil, em vez da floresta, o local de culto é uma peça nos terreiros
chamado ilê awo (casa do segredo), havendo nele um local de terra batida
que recebe o nome de balê ou igbâlê. Ali haverá um buraco aberto
diretamente na terra que receberá sacrifícios e tudo o mais para o agrado
dos Égun, cercado de bastões (ixã) que fecharão magneticamente o local,
isolando-o do resto do terreno. Esse lugar restrito ao culto dos mortos tem a
proteção de Oyá Igbâlê (uma qualidade de Iansã), criadora mítica do culto
aos Égun e companheira inseparável de Omulu/Obalúaiyé.
Mito

Havia uma mulher que tinha um filho chamado Ojulari. Porque seus filhos
anteriores haviam morrido, Ojulari cresceu mimado em excesso.Entediado,
um dia o menino pegou as roupas de sua mãe, vestiu-se com elas e passou a
dançar. Pediu à mãe que pegasse o banquinho onde estaria sentada e
batesse nele, como um tambor, para que houvesse música.Feliz, no outro dia
bem cedo, fez a mesma coisa. Mas a mãe estava cansada e recusou-se. O
garoto entrou em crise chegando a ficar febril por ter sido contrariado.
Consultando Ifá, a mulher foi recomendada a fazer tudo o que o menino
quisesse...Temerosa de perder o filho, como havia acontecido com os
demais, costurou- lhe um pano para se enrolar, passando a marcar o ritmo
batendo no banquinho, como se fosse um verdadeiro tambor. O menino
reagiu bem, dançando o dia inteiro. Ficou bom.E assim, todos os dias, Ojulari
ficava da manhã à noite dançando sob o som tosco do tambor improvisado
por sua mãe, cujos talentos como musicista eram poucos.
Para providenciar-lhe comida assim que acabasse de dançar, pois sempre
terminava faminto e exigente, a mulher passou a fazer-lhe certas comidas de
véspera. Fazia eko, um mingau feito de milho, e moyinmoyin, um pudim feito
de feijões ao vapor. Deu-lhe relhos também, para que afastasse as cabras
que vinham tentar comer a comida cheirosa.Ojulari cresceu, tornou-se um
homem. E, um dia, viu a mãe morrer já idosa e cansada.Com remorso de
tudo o que a fizera sofrer quando menino, resolveu principiar uma
comemoração em homenagem ao espírito de sua mãe. Chamou seus amigos
e deu-lhes as mesmas comidas que sua mãe preparava para ele quando
menino. Depois, vestiu-os com panos coloridos e deu-lhes relhos, à
semelhança que tinha quando pequeno para enxotar as cabras. Com um
tambor chamado bata, saíram a dançar pela cidade tocando-o
irregularmente, fingindo não saber tocá-lo. Tudo fazendo para lembrar-se de
sua infância, em homenagem aos esforços de sua mãe.O festival espalhou-se
por toda a terra iorubá tornando-se o principal culto aos ancestrais,
permitindo que eles "viessem", "incorporassem" entre os vivos uma vez ao
ano para trazer-lhes bênçãos. E Ojulari passou a ser o grande Babá-égun, o
pai de todos os Egúngún.
Recordando, os africanos acreditam que os homens são detentores de uma
alma individual. Ao morrerem, permanecem como eram no pós-morte. Já as
mulheres fundiriam suas almas em uma energia portentosa, pelo somatório
de todas elas, sendo que muitas delas, foram antigas feiticeiras, sacerdotisas
de culto. Nos mitos africanos, as mulheres sempre foram tidas como
poderosas na magia pelos homens que sempre tudo fizeram para destituí-las
de qualquer poder. Essas "mães-ancestrais", "mães-feiticeiras", as yámi ou
Yámi Oxorongá, têm uma grande ligação a Òxum, sendo muito reverenciadas
no Candomblé.
Fala-nos Olga Gudolle Cacciatore que oxorongá é um pássaro africano
possuindo um "grito pavoroso" que, acreditamos pela superstição que cerca
essa ave, foi-lhe dado nessas terras, como símbolo, a coruja. Elas
coletivamente representam todas as mulheres, as mães que nasceram antes
de nós inclusive Òxum, Yemoja (Iemanjá), Nâná, centralizando em si todo o
poder feminino de gerar e do inesgotável poder da magia trazido latente em
si. Detendo o somatório do conhecimento das práticas mágicas, do próprio
poder quase equiparado à própria Divindade, também são lembradas (como
todos os Égun(s), como a própria terra que dá vida à gerações futuras,
recebendo suas homenagens através de um buraco no chão que receberá
oferendas(1), desde um singelo copo com água até um pouco de todas as
oferendas que são entregues aos Orixás. Por isso as "mães-feiticeiras" são
temidas inclusive pelas próprias divindades que respeitam esse foco de
poder.
Toda a história que cerca esse Orixá [Omulu/Obalúaiyé ] relaciona-o a
sofrimento, abandono, mágoa e uma grande ligação à figura materna que,
justamente, o abandonou ao nascer. Muitos de seus "filhos" trazem esses
problemas existenciais em crises profundas de depressão, não sabendo lidar
com os problemas mais simples, permanentemente queixosos, vinculados a
sentimentos de inferioridade, não crendo que vieram a esse mundo para
serem felizes como qualquer outra pessoa.
Por isso, talvez Omulu/Obalúaiyé seja, de longe, o mais temido dos Orixás.
Senhor de todas as doenças, da morte, do sol abrasador que mata e
dissemina epidemias. Senhor da decomposição da matéria, do cemitério.
Aquele que pune os maledicentes, os irônicos, os que desrespeitam o culto.
Mas, assim como mata com suas doenças... cura. Divide esse poder com o
patrono da medicina, Ossaim. E com seu xaxará varre todos os males, as
doenças, as desgraças que rondam os fiéis... comandando a vasta falange dos
Exus ditos “de Linha de Cemitério”.

LENDA DE OMULÚ:

Um dia, em que todos os Orixás reunidos no palácio de Obatalá dançavam e se


divertiam, Omulú tentou imitá-los, mas este Orixá é coxo, e devido à sua
enfermidade, tropeçou e caiu. Os Orixás romperam em ruidosa gargalhada.

Furioso, Omulú jurou vingar-se e tentou infestar a todos com a varíola. Interveio
Obatalá que, de espada em punho, deitou Omulú à porta do palácio e proibiu-lhe,
dali por diante, de estar junto com os outros Deuses.

LENDA DE OBALUAYE – OMULU

Nanan, esposa de Orixalá, gerou e deu à luz a um filho. Sua criação não foi perfeita,
nascendo uma criança doente, com muitas chagas recobrindo seu pequeno corpo.
Ela não conseguia imaginar que maldição era aquela, que trouxe de suas entranhas
uma criatura tão infeliz!

Sentindo-se impossibilitada de cuidar daquela criança, pois mal conseguia olhar para
ela, resolveu deixá-la perto do mar. Se a morte a levasse seria melhor para todos.

Yemonjá, que estava saindo do mar, viu aquele pequeno ser deitado nas areias da
praia. Ficou olhando por algum tempo, para ver se havia alguém tomando conta
dele, mas ninguém aparecia. Então, a grande divindade das águas foi ver o que
estava acontecendo. Quando chegou mais perto, pôde compreender que aquela
criança tinha sido abandonada por estar gravemente enferma. Sentindo uma imensa
compaixão por aquela pobre criatura, não pensou em mais nada, a não ser em adotá-
lo como a um filho.

Com seu grande instinto maternal, Yemonjá dispensou a ele todo o carinho e os
cuidados necessários para livrá-lo da doença. Ela envolveu todo o corpo do menino
com palhas, para que sua pele pudesse respirar e, assim, fechar as chagas.

Variante

 Obaluaê é filho de Nanã (a lama primordial de que foram feitas as cabeças – Ori –
humanas) e Oxalá. Tendo Obaluaê nascido cheio de feridas e de chagas pelo corpo, já que
Nanã usou um feitiço para seduzir e engravidar de Oxalá.
Ao ver o filho feio e malformado, coberto de varíola, Nanã o abandonou à beira do mar;
para que a maré-cheia o levasse. Caranguejos encontraram o bebê e atacaram-no com as
pinças, tirando pedaços da sua carne. Quando Obaluaê estava todo ferido e quase
morrendo, Iemanjá saiu do mar e o encontrou.
Iemanjá o encontrou muito ferido, quase morto, e, tendo ficado com muita pena, cuidou
dele até que ficasse curado.
Ela comodou-o numa gruta e passou a cuidar dele, fazendo curativos com folhas de
bananeira e alimentando-o com pipoca sem sal nem gordura, até que o bebê se
recuperou. Então Iemanjá criou-o como se fosse seu filho.
No entanto, Obaluaiê ficou marcado por cicatrizes em todo o corpo; e eram tão feias que
o obrigavam a cobrir-se inteiramente com palhas. Não se via de Obaluaê senão suas
pernas e braços, onde não fora tão atingido. Aprendeu com Iemanjá e Oxalá como curar
estas graves doenças. Assim cresceu Obaluaê, sempre coberto por palhas, escondendo-se
das pessoas, taciturno e compenetrado, sempre sério.

Variante

Obaluaê  (Rei Dono da Terra) ou Omulú (Filho do Senhor) são os nomes geralmente dados
a Sànpònná (Xapanã), deus da varíola e das doenças contagiosas, cujo nome é perigoso
ser pronunciado.

Filho de Nanã Buruku e Oxalá, nasceu com o corpo coberto de chagas e foi abandonado
por sua mãe na beira da praia. Nesse contratempo, um caranguejo provocou graves
ferimentos na sua pele. Yemanjá encontrou aquela criança e criou-a com todo amor e
carinho; com folhas de bananeira curou as suas feridas e pústulas e transformou-a num
grande guerreiro e hábil caçador, que se cobria com palha-da-costa (ikó)  elemento de
grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados à morte e o sobrenatural,
sua presença indica que algo deve ficar oculto

Variante

As pessoas que são iniciadas em candomblé não comem caranguejo, principalmente quem é
iniciado de Omolu. Contam os antigos que Nana, quando teve Omolu, e viu que ele era todo aberto
em chagas, o jogou na maré. Todos os peixes vieram adorar Omolu, mas o caranguejo e viu Omolu
todo cheio de feridas, foi logo dando sua mordida e tirando seu pedaço. Os outros peixes foram
chamar Yemanjá, que correndo, apanhou omolu, limpou seu corpo e passou azeite-de-dendê com a
palha de bananeira, e lhe deu acaçá batido. Yemanjá levou Omolu para casa e disse para o
caranguejo:
- De hoje em diante, tu serás amaldiçoado por quem for iniciado, principalmente por quem for meu
filho. Tu andarás sempre de lado, de frente para trás.
Naquele momento, seu amor de mãe falou mais alto. O caranguejo, desde este momento, foi banido
dos banquetes dos orixás, por amor a Omolu, e respeito a Yemanjá e Nanã.

Caroço de dendê, p.91.

Obaluayê cresceu e continuou usando aquele tipo de roupa, e ninguém, a não ser sua
querida mãe, tinha visto seu rosto. Era um ser austero e misterioso, provocando
olhares curiosos e assustados de todos. Ninguém conseguia imaginar o que se
escondia sob aquelas palhas.

Oyá, certa vez, o encarou, pedindo que descobrisse seu rosto, pois queria desvendar,
de uma vez por todas, aquele mistério. Obaluayê, sem lhe dar a menor atenção,
negou-se a fazê-lo. Ela, que nunca se deu por vencida, resolveu enfrentá-lo. Usando
toda sua força, evocou o vento, fazendo voar as palhas que o protegiam.

Quando a poeira assentou, Oyá pode ver um ser de uma beleza tão radiante, que só
poderia ser comparado ao sol. Nem mesmo ela, como orixá, conseguia erguer os
olhos para ele. Assim, todos entenderam que aquele mistério deveria continuar
escondido.

Variante

Doente e com o corpo coberto de feridas, Omolú retorna para aldeia onde nasceu e


encontra todos os orixás em festa, mas envergonhado de seu aspecto não entra na festa
e fica escondido observando os orixás.

Ogum percebe que Omolú não veio dançar e compreende a razão, e resolve ir para o
mato fazer um capuz de palha da costa para cobrir Omolú da cabeça aos pés.

Feito isto, Omolú entrou na festa, mas mesmo assim não dançava com os


orixás. 

Foi quando Iansã se aproxima e com seu vento sopra a roupa de palha de Omolú e suas
feridas pulam para o alto e se transformam numa chuva de pipoca e todos
vêem Omolú como um rapaz bonito, sadio e brilhante como Sol.

Variante

Obaluaê tem as feridas transformadas em pipoca por Iansã


Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaê viu que estava acontecendo
uma festa com a presença de todos os Orixás.

Obaluaê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência.

Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro.

Ogum, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha que
ocultava sua cabeça e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos.

Apesar de envergonhado, Obaluaê entrou, mas ninguém se aproximava dele.

Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho.

Ela compreendia a triste situação de Omulu e dele se compadecia.

Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do barracão.

O xirê estava animado.

Os orixás dançavam alegremente com suas equedes.

Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de mariô, levantando as
palhas que cobriam sua pestilência.

Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaê pularam para o


alto transformados numa chuva de pipocas que se espalharam brancas
pelo barracão.
Obaluaê, o deus das doenças, transformou-se num jovem.

Num jovem belo e encantador.


Obaluaê e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o
mundo dos espíritos, partilhando o poder único de abrir e interromper as
demandas dos mortos sobre os homens.

Uma outra lenda nos mostra que esse poderoso orixá, em suas andanças pelo mundo,
pode presenciar o desenrolar de muitas guerras. Os povos que Olorun criou e deu
vida brigavam por um pedaço de terra. Muitas pessoas morriam, para que seus
líderes pudessem conquistar extensões maiores para seu reinado. Os limites, para
esses guerreiros, eram insuperáveis, e as guerras não tinham mais fim. Obaluayê não
entendia o motivo destas guerras, já que Olorun havia criado a terra para todos.

As lutas traziam muita dor e destruição, e ninguém mais sabia dar o devido valor à
vida humana. Os homens só pensavam em seus interesses materiais.

Obaluayê, indignado com essa situação, resolveu mostrar a eles que a vida é o maior
tesouro que alguém pode ter.

O poderoso orixá traçou, então, com seu cajado, um grande círculo no chão, no
centro dos conflitos. Colocou dentro dele todo tipo de doença existente. Todo
guerreiro, que por ali passasse, iria contrair algum tipo de doença.

De fato, foi o que aconteceu. Muitas pessoas adoeceram, inclusive os líderes dos
exércitos. Só isso conseguiu por fim às guerras.

As doenças se transformaram em epidemias, deixando populações inteiras à beira da


morte.

Um babalawô revelou o mau presságio, pedindo a todos que refletissem sobre o que
estava acontecendo, por culpa deles próprios. Obaluayê havia mandado essas
mazelas para a terra, a fim de mostrar que, enquanto temos saúde e uma vida plena,
não devemos nos preocupar excessivamente com coisas materiais. Desta vida nada
se leva, a não ser o conhecimento e a experiência que acumulamos.

Assim, os que aceitaram esses desígnios e fizeram oferendas, conforme explicou o


babalawô, conseguiram livrar-se de suas enfermidades e restabelecer sua dignidade.
Mas, infelizmente, nem todos agiram assim.

Talvez, por isso, existam tantos povos africanos vivendo do mesmo jeito há milhares
de anos, tentando não se desligar da natureza.
4

Xapanã nasceu em Empe, no território Tapa, também


chamado, Nupe. Era um guerreiro terrível que, seguido de suas
tropas, percorria o céu e os quatro cantos do mundo. Ele
massacrava sem piedade aqueles que se opunham à sua
passagem. Seus inimigos saíam dos combates mutilados ou
morriam de peste."
Assim, chegou Xapanã em território Mahi, no Daomé. A terra
dos Mahis abrangia as cidades de Savalu e Dassa
Zumê no Benim.
Quando souberam da chegada iminente de Xapanã, os
habitantes desta região, apavorados, consultaram um adivinho.
E assim ele falou:- "Ah! O Grande Guerreiro chegou de Empê!
Aquele que se tornará o senhor do país! Aquele que tornará esta
terra rica e próspera, chegou! Se o povo não o aceitar, ele o
destruirá!
É necessário que supliquem a Xapanã que os poupe. Façam-lhe
muitas oferendas; todas as que ele
goste: inhame pilado, feijão, farinha de milho, azeite de dendê,
picadinho de carne de bode e muita, muita pipoca!
Será necessário também que todos se prosternem diante dele,
que o respeitem e o sirvam. Logo que o povo o reconheça como
pai, Xapanã não o combaterá, mas protegerá a todos!"
Quando Xapanã chegou, conduziu seus ferozes guerreiros, os
habitantes de Savalue Dassa Zumê no Benim reverenciaram-no,
encostando suas testas no chão, e saudaram-no:
"Totô hum! Totô hum! Atotô! Atotô!"
 
Respeito e Submissão!
Xapanã aceitou os presentes e as homenagens, dizendo: "Está
bem! Eu os pouparei! Durante minhas viagens, desde Empê,
minha terra natal, sempre encontrei desconfiança e hostilidade.
Construam para mim um palácio. É aqui que viverei a partir de
agora!"
Xapanã instalou-se assim entre os Mahis. O país prosperou e
enriqueceu e o Grande Guerreiro não voltou mais a Empê, no
território Tapá, também chamado Nupê.
Xapanã é considerado o deus da varíola e das doenças
contagiosas. Ele tem também o poder de curar. As doenças
contagiosas são, na realidade, punições aplicadas àqueles que o
ofenderam ou conduziram-se mal. Seu verdadeiro nome é
perigoso demais pronunciar. Por prudência, é preferível chamá-
lo Obaluaiyê, o "Rei, Senhor da Terra" ou Omolu, o "Filho do
Senhor".
Quando Xapanã instalou-se entre os Mahis recebeu, em uma
nova terra, o nome de Sakpatá. Aí, também, era preferível
chamá-lo Ainon, o "Senhor da Terra", ou, então, Jeholú, o
"Senhor das pérolas".
O fato de ser chamado Jeholú e Ainon causou mal-entendidos
entre Sakpatá e os reis do Daomé, pois eles também usavam
estes títulos.
Enciumados, os Jeholú de Abomey expulsaram, várias vezes,
Jeholú Ainon doDaomé e obrigaram-no a voltar
momentaneamente, à terra dos Mahis.
Jeholú Ainon vingou-se: vários reis daomeanos morreram
de varíola! Atotô! é a sua saudação.

Omolú ganha pérolas de Yemanjá


Omolú foi salvo por Yemanjá quando sua mãe, Nanã Buruku, ao vê-lo doente,
coberto de chagas, purulento,  abandonou-o numa gruta perto da praia.
Yemanjá recolheu Omolú e o lavou com a água do mar.

O sal da água secou sua feridas.

Omolú tornou-se um homem vigoroso, mas ainda carregava as cicatrizes, as


marcas feias da varíola.

Yemanjá confeccionou para ele uma roupa toda de ráfia. E com ela ele escondia as
marcas de suas doenças.

Ele era um homem poderoso.

Andava pelas aldeias e por onde passava deixava um rastro ora de cura, ora de
saúde, ora de doença.

Mas continuava sendo um homem pobre.

Yemanjá não se conformava com a pobreza do filho adotivo.

Ela pensou: “Se eu dei a ele a cura, a saúde, não posso deixar que seja sempre um
homem pobre”.

Ficou imaginando quais riquezas, poderia da a ele.

Yemanjá era a dona da pesca, tinha os peixes, os polvos, os caramujos, as


conchas, os corais.

Tudo aquilo que dava vida ao oceano pertencia a sua mãe, Olocum, e ela dera
tudo a Yemanjá.

Yemanjá resolveu então ver suas jóias.


Tinha algumas, mas enfeitava-se mesmo era com algas.

Ela enfeitava-se com água do mar, vestia-se de espuma.

Ela adorava-se com o reflexo de Oxu, a Lua.

Mas Yemanjá tinha uma grande riqueza e essa riqueza eram as pérolas, que as
ostras fabricavam para ela.
Yemanjá, muito contente com sua lembrança, chamou Omolú e lhe disse:

“De hoje em diante,  és tu quem cuidas das pérolas do mar.  Serás assim
chamado de Jeholu, o Senhor das Pérolas”.
Por isso as pérolas pertencem a Omolú.

Por baixo de sua roupa de ráfia, enfeitando seu corpo marcado de chagas, Omolú
ostenta colares e mais colares de pérola, belíssimos colares.

Omulu cura todos da peste e é chamado Obaluaê


Quando Omulu era um menino de uns doze anos, saiu de casa e foi para o
mundo fazer a vida. De cidade em cidade, de vila em vila, ele ia oferecendo seus
serviços, procurando emprego.
Mas Omulu não conseguia nada.

Ninguém lhe dava o que fazer, ninguém o empregava.

E ele teve que pedir esmola, mas ao menino ninguém dava nada, nem do que
comer, nem do que beber.

Tinha um cachorro que o acompanhava e só.


Omulu e seu cachorro retiraram-se no mato e foram viver com  as cobras.
Omulu comia o que a mata dava: frutas, folhas, raízes.
Mas  os espinhos  da floresta feriam o menino.
As  picadas de mosquito  cobriam-lhe o corpo.
Omulu ficou coberto de chagas.

Só o cachorro confortava Omulu, lambendo-lhe as feridas.

Um dia, quando dormia, Omulu escutou uma voz:

“Estás pronto. Levanta e vai cuidar do povo”.

Omulu viu que todas as feridas estavam cicatrizadas.

Não tinha dores nem febre.

Obaluaê juntou as cabacinhas, os atós, onde guardava água e remédios que


aprendera a usar com a floresta, agradeceu a Olorum e partiu.

Naquele tempo uma peste infestava a Terra.

Por todo lado estava morrendo gente.

Todas as aldeias enterravam os seus mortos.

Os pais de Omulu foram ao babalaô e ele disse que Omulu estava vivo e que ele
traria a cura para a peste.

Todo lugar aonde chegava, a fama precedia Omulu.

Todos esperavam-no com festa, pois ele curava.

Os que antes lhe negaram até mesmo água de beber agora imploravam por sua
cura.
Ele curava todos, afastava a peste.

Então dizia que se protegessem, levando na mão uma folha de dracena, o


peregum, e pintando a cabeça com efum, ossum e uági, os pós branco, vermelho e
azul usados nos rituais e encantamentos.

Curava os doentes e com o xaxará varria a peste para fora da casa, para que a
praga não pegasse outras pessoas da família.

Limpava casas e aldeias com a mágica vassoura de fibras de coqueiro, seu


instrumento de cura, seu símbolo, seu cetro, o  xarará.
Quando chegou em casa, Omulu curou os pais e todos estavam felizes.

Todos cantavam e louvavam o curandeiro e todos o chamaram de Obaluaê, todos


davam vivas ao Senhor da Terra, Obaluaê.

LENDA DE OMOLÚ E OXUM

Certa vez Omolu se aborreceu, se aborreceu e aí sumiu. Ninguém


achava Omolu.Todos procuravam ele e não achavam. Foram pedir para
Nanã procurar ele, ninguém achou Omolu.

E Oxum era muito feiticeira. O feitiço dela era na comida. Ela aí fez uma
comida muito gostosa, muito cheirosa, botou num balaio e cobriu e saiu
andando pelo mundo afora... aquele cheiro!

Aí Omolu não aguentou, que já estava com muita fome, há dias que ele
estava com fome. Aí ele disse: "- Oxum! Oxum!". Aí Oxum ficou
procurando. "- Oxum!" Ela olhou e ele estava dentro de um buraco.
"Você me dá um pouco de sua comida, Oxum?!"

Ela disse: "- Omolu! Não, sai, eu lhe dou comida. Eu lhe dou, mas você
sai aí desse buraco. " Aí ele disse: "— Não saio não " "- Sai Omolu. Sai
que eu lhe dou a comida ". Ele saiu, aí ela entregou a comida.
Quando entregou, aí ela agarrou ele, e gritou pelo povo: "- Ah! Omolu,
achei Omolu ". Aí tirou essa cantiga:

Yèyé so lu ba je iso

lu ba je

Yèyé so lu ba je iso

lu ba je 

Aí que Oxum ficou muito amiga de Omolu, muito amiga de Omolu.

Olu gba onje

Onje mbo

E e e onje mbo

Olu gba onje

Faça bom proveito da comida, venha comer (Mãe Stella)

Conta a lenda que ele nasceu de Yemoja, quando ela, violentada por seu filho Orungan,
caiu e se transformou no rio Ogun.

Outra lenda diz que Sonponno era uma pessoa que envelheceu muito, perdeu uma
perna e usava perna de pau. Em uma festa no céu, ao tentar dançar, caiu e todos riram
dele. O orixá então começou a bater nas pessoas com a perna de pau, e quem ele
tocava pegava a doença ilé-igbóná (terra quente), um tipo de sarampo, que causa a
morte.

Bela e iluminada, Ewá era uma grande caçadora, porém não admitia que olhassem para
ela, sob pena de cegar aquele que o fizesse.

Certo dia casou-se com Omulú, que rapidamente mostrou ser um marido muito
ciumento.
Um dia, tomado pelo ciúme doentio, Omulú suspeitou da fidelidade de Ewá e a
aprisionou num formigueiro. As formigas a picaram quase até a morte
deixando Ewá deformada e feia.

Passado o delírio da traição, Omulú, envergonhado, cuida das feridas e cobre  Ewá com


palha-da-costa vermelha, até que a caçadora recupere sua beleza.
Cantiga

OMOLU
Wá to to a jú gbé rò! (Ele é o médico que vem nos
acudir)

Dagò lu nà ke wa Saworo (Dê-nos licença para tocar o


Saworo para que nos acuda)
Dagò lelé (Pedimos licença humildemente)
Dagò lu nà ke wa Saworo (Dê-nos licença para tocar o
Saworo para que nos acuda)
Dagò lelé (Pedimos licença humildemente)
Omolu a fá rà we we (Omolu, abençoe as nossas
cabeças raspadas e nos livre das doenças)
Fá rà fá rà fá ro (Cobre nossas cabeças raspadas e
abençoadas por vós)
Ji ja Pepe (Venha abençoar nossa altar com sua
presença)
E lò obi wa re ((Venha cortar o Obi que proteje a
nossa existência)
Tori bóri (Por isso fizemos o bori)
Ji já Pepe
Ori Je nà Pà ba (Aquele que dá vida e saúde às nossas
cabeças também pode nos castigar com a morte)
O sí e to bò wa lè (Nós te adoramos até a hora da
morte pois vós nos acompanha até depois dela)
Ori Je nà Pà ba (Aquele que dá vida e saúde às nossas
cabeças também pode nos castigar com a morte)
O sí e to bò wa lè (Nós te adoramos até a hora da
morte pois vós nos acompanha até depois dela)

E ké rè nù bé ké rè (Clamamos a vós que nos purifica,


clamamos por vós)
E ké rè nù bé ké rè (Clamamos a vós que nos purifica,
clamamos por vós)

E àgò Òmolu já e e lè ní wa bèrè ko (Omolu nos de


licença para invocarmos sua força que vem da terra,
de onde viemos e para onde iremos)
E lè ní wa Omolu já e lè ní wa bè rè ko (Omolu, vosso
poder vem da terra. Dela viemos e para ela
voltaremos)

Lá o pè rè ní sò dá (Temos em nós a gratidão por ti


que nos criastes. Nos purifique)
Èjó e sò èjó (Descarregue-nos e nos livre das doenças)

E ba aìsan ní mora e (Esteja junto de nós e nos ajude


quando estivermos doentes)
Já ba to là ba rè awa (Esperamos por sua ajuda nesta
nossa luta)
Omolu bé wa rà e Omolu bé wa rà o (Omolu, pedimos
que venha nos ajudar nesse início de caminhada)
Omolu bé wa rà e Omolu bé wa rà o bò bò (Omolu,
pedimos que venha nos ajudar nesse início de
caminhada. Salve-nos, salve-nos)

E ága ké ba ìwà ága ke ba ìwà (Do seu trono


respeitoso e humilde ouve nossos lamentos e nos
ajude)
E ko lè ko lè saworo (Seu poder é a terra e o saworo a
nossa humildade e respeito para convosco)

Já bè lè ké ajo o fàiyakò (O seu abraço e sua força nos


ajuda e nos protege em nossa jornada)
Àwa ní ko ajo (Na nossa jornada pela Terra)

A dí dà bò loná bè wa asa o orò (Nós o adoramos no


tempo e pedimos de novo que venha, como sempre,
ao nosso oro)
Àgò ile ìlera bo loná (Nós pedimos licença para louvá-
lo dentro da nossa casa para que nos socorra)
Bè wa asa o orò (Pedimos que venha ao nosso oro)

O a jerí loná (Venha com seu capuz de palha ajudar-


nos em nosso culto 
Lódè ba yò a como médico, para que possamos viver
felizes)
Ódo bàbá 
A we ba bè ba yò áwa dokítà

Onílè wà (O Senhor da terra está entre nós que


cultuamos Orixá. Agradecemos 
Lèsé Òrisá felizes pelo Senhor da terra estar entre nós
que cultuamos Orixá. 
Opé ire Agradecemos felizes. Em sua pequena cabaça
traz remédios para livrar-
Onilè wà nos das doenças).
Lèsé Òrisá 
Onilè wà 
Kòlòbó

E kolòbó e kolòbó simi, simi, simi, simi (Nós


respeitamos a terra que serve para o descanso,
descanso, descanso, descanso)
E kolòbó e kolòbó simi, simi, simi, simi (Nós
respeitamos a terra que serve para o descanso,
descanso, descanso, descanso)
Kolòbó (Adoramos a terra e a usamos com respeito)

Omolu aráiye ba jeun ba ekó (Omolu, ajude a


humanidade (filhos de santo) que se alimentam com
ekó)
Òní e Omolu ba jeun ba ekó (Omolu, ajude a quem
(filhos de santo) se alimenta com ekó)

Aloré be we gbérè mí daiyàfò (Omolu que cobre a


cabeça por causa de sua 
Hù je Omolu tà bòwále bòwále bòwále intensa luz,
pedimos ajuda para que nos 
Mí ba ila wo sustente nessa vida. Nos curvamos em
respeito
O je kia wéré a vós e pedimos que venha até nós
receber as oferendas que lhe dedicamos).

Omolu pè olóre a wù rè a kú abò (Omolu, seja bem


vindo! Nosso benfeitor! O chamamos para agradá-lo!)
Ja npènpè e lò gbé wà layè_(O chamamos para que
use suas folhas medicinais para nos socorrer nesta
vida)
Tó ní gbón mì o (Para o senhor, tocamos o adja o
tempo que for preciso)
Ja npènpè_Omolú wà layè (Omolu, o chamamos para
que use suas folhas medicinais para nos socorrer
nesta vida)
Tó ní gbón mì o (Para o senhor, tocamos o adja o
tempo que for preciso)

Kóró nló áwo, kóró nló áwo se o gbé je (estamos indo


ao culto, estamos indo ao culto para receber sua
ajuda)Kóró nló áwo, kóró nló áwo se o gbé je (estamos
indo ao culto, estamos indo ao culto para receber sua
ajuda) O àtà lábé o ko rí (Ele fica embaixo da
cumieira, na terra, que é de onde ele nos assiste)
O kilò fun àtà lábé o ko ri (De lá ele nos avisa dos
perigos, embaixo da cumieira, na terra, que é de onde
ele nos assiste)
Abe mi lorí bè ri onilé oluayè (Dono da terra, Senhor
do mundo que está acima de nós)
O àtà lábé o ko rí (Ele fica embaixo da cumieira, na
terra, que é de onde ele nos assiste)
Lo ní aló ìyìn gè ni a (Hoje, nossas mãos estão postas
em seu louvor)
Aja kunlowo ìyìn gè ni a (O Adja nos ajuda a louvá-lo) 
O àtà lábé o ko rí (Ele fica embaixo da cumieira, na
terra, que é de onde ele nos assiste)

Ajunsun, aráiye lorí Ìyìn gè ni a (Ajunsun, vós que


estais acima de nós. Te louvamos e reconhecemos seu
valor)
Ewá kalo (Sua luz nos guia)
Sakpata, ewá kalo (Sakpata, sua luz nos guia)
Ìyìn gè ni a (Nós reconhecemos seu valor e o
louvamos)
A ìyìn gè ni a ágo ìyìn gè ni a (A humanidade o elogia
e o louva. Nós o louvamos e o elogiamos)
A kalo a Ìyìn gè ni a (Nós reconhecemos seu valor e o
louvamos. Caminhamos com sua luz)

Ago nile ní lè ma dagò (A humanidade lhe pede


licença pelo seu poder)
Sakpata, Ajunsun ma dagò (Sempre pedimos licença
para Sakpata e Ajunsun)
Ago ní lè ma dagò (A humanidade lhe pede licença
pelo seu poder)

Gbé lè iko o àtà lábé o ko rí (Pelo seu poder,


colocamos a decisa em baixo da cumieira, na terra,
para receber sua ajuda)
Gbé lè iko o àtà lábé o ko rí (Pelo seu poder,
colocamos a decisa em baixo da cumieira, na terra,
para receber sua ajuda)
We lè iko sa là sa là re o ní (Sua cabeça é coberta com
palha para ofuscar a sua luz e seus mistérios por isso
ela não pode ser aberta)
We lè iko sa là sa là re o ní (Sua cabeça é coberta com
palha para ofuscar a sua luz por isso ela não pode ser
aberta)
O ìyìn gè ni a pàdé o ló ri pà (Nós o louvamos e
bendizemos juntos para que afaste de nós a morte)
O ìyìn gè ni a pàdé o yò ló ri pà (Nós o louvamos e
bendizemos juntos com nossa alegria, para que afaste
de nós a morte)

Opè ma díjo père ké se (Sempre cantamos alto e


juntos somente para agradecer)
Ma díjo hàn ma díjo pè (Sempre juntos nos
manifestamos, sempre juntos o chamamos)
Opè ma díjo père ké se (Sempre cantamos alto e
juntos somente para agradecer
Ma díjo hàn ma díjo pè (Sempre juntos nos
manifestamos, sempre juntos o chamamos)
Do hàn a do hàn a yèpè (Juntos nos manifestamos
para vós, juntos nos manifestamos para vós, na terra)

Bè lè iko sa láré o kórin (Cantamos para que sua


poderosa luz que sua palha esconde, nos ajude)
Bè lè iko sa láré o kórin (Cantamos para que sua
poderosa luz que sua palha esconde, nos ajude)

Omolu ki bè hù já (Omolu, o cumprimentamos e


pedimos uma boa colheita)
O lò gbo sè a jeum bó (Nós cozinhamos e nos
alimentamos com fé em ti)
O lò gbo sè a jeum bó (Nós cozinhamos e nos
alimentamos com fé em ti)
O lò gbo sè a jeum bó ro e (Nós cozinhamos e nos
alimentamos com fé em ti que nos tranquiliza)

O ìyìn gè ni a Baba sí e bò ale (Nós o louvamos e o


glorificamos Pai das doenças contagiosas. Nós o
adoramos e o recebemos).
O ìyìn gè ni a Baba sí e bò ale (Nós o louvamos e o
glorificamos Pai das doenças contagiosas. Nós o
adoramos e o recebemos).

Umbó àlejò (As visitas estão chegando)


E jò àlejò (Eles dançam para vós)
E jò àlejò (Eles dançam para vós)
Áfaradà lè jé hù lelé (Esperando resignados que o seu
poder que está embaixo da cumieira possa beneficia-
los)

Omolú to lè kè eran ènia (Omolu, clamamos para que


seu poder atue em nossos corpos)
E rò e rò ékun (estamos de joelhos para que nos cure)

O ni e mò ri ba mejá ké (Clamamos por vós para que


venha nos ajudar com sua luz brilhante)
Olodè ayè mò ri ba mejá ké ké (Senhor que está onde
o céu alcança (do lado de fora), clamamos que venha
nos ajudar com sua luz brilhante)
Obalúwàiyé mò ri ba mejá (Obaluae venha nos ajudar
com sua luz brilhante)
Ké ké olodè ayè (Clamamos, clamamos Senhor que
está onde o céu alcança (do lado de fora)

Akan ki fá bó a (Cumprimentamos e adoramos vossa


luz que chega até nós pouco a pouco)
Akan ki fá bó a o (Cumprimentamos e adoramos
vossa luz que chega até nós pouco a pouco)

Ki nibí fá rò fá rò ti (Louvamos neste lugar, o médico


que, resignado, sempre nos atendeu)
Ki ní bi fá rò áfaradà (Louvamos o médico que sempre
nos atende com resignação)
O ki ní pokó (O que tem no seu copo feito de casca de
coco)
O ní e (Dá para todos)
Ki nibí wa áfaradà (Sua resignação é digna de louvor
nesta casa)

Omolú to lè kúnlè rò e lò lò ékun (Omolu,


aguardamos de joelhos o seu poder para sermos
abençoados por vós)
Omolú to lè kúnlè rò e lò lò ékun (Omolu,
aguardamos de joelhos o seu poder para sermos
abençoados por vós)
Omolú to lè kúnlè rò e lò lò ékun (Omolu,
aguardamos de joelhos o seu poder para sermos
abençoados por vós)

Ni a lò ìyìn gè ni a (è para vós os nossos louvores)


Aja ko to lò ìyìn gè ni a oluayè (Tocamos o adja o
tempo que for necessário para louvar e glorificar o
“dono do mundo”)
O ata lábé o ko rí (Glorificamos sua força e colocamos
a decisa embaixo da cumieira em sua homenagem
para que venha nos ajudar)
Béèni ko rí bè rí o ni je oluayè (Molhamos a terra para
ver brotar o nosso alimento que vem com as bênçãos
do “dono do mundo”)
O àtè lábé o ko rí (Colocamos a decisa embaixo da
cumieira em sua homenagem e para que venha nos
ajudar)

Hù lò hù lò (Usamos os frutos que a terra dá. Usamos


os frutos que a terra dá.)
Onilé bè lè bè ko o (Dono da terra pedimos que sua
força mantenha a nossa terra sempre fértil)

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