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ÁDÙRÁ OBÁLUWAIYÈ
ORISA AWO
ORISA BI AJÉ
ORISA OBÁLUWAIYÈ
ORISA OLUWAIYÈ
INJENA, INBENA E
INJENA, INBENA E
JOWO MA SE MI
JOWO MA SE MI
ORISA AWO
ORISA BI AJÉ
ORISA OBÁLUWAIYÈ
ORISA OLUWAIYÈ
INJENA, INBENA E
INJENA, INBENA E
JOWO MA SE MI
JOWO MA SE MI
ORIKI OBÁLUWAIYÈ
Orisá que possui o segredo
Senhor feiticeiro
Deus da varíola e das doenças contagiosas, este Orixá pune seus filhos sem piedade.
DIA: Segunda-feira
COR: Todas
OBS: Omulú traz vestimentas especiais, como o corpo coberto de palha e roupas
estampadas. Traz na mão direita um objeto denominado xaxará.
Obaluaiê ou Omolu (os nomes se referem a fases míticas, onde o mesmo deus seria
mais jovem ou mais velho), é o energia que rege as pestes como a varíola, sarampo,
catapora e outras doenças de pele. Ele representa o ponto de contato do homem
(físico) com o mundo (a terra). A interface pele/ar. A aparência das coisas estranhas
e a relação com elas. Ele também rege as doenças transmissíveis em geral. No
aspecto positivo, ele rege a cura, através da morte e do renascimento.
Lenda 1
Diz o mito que Obaluiaê é filho de Nana (a lama primordial de que foram feitas as
cabeças - oris- humanas) e Oxalá, tendo nascido cheio de feridas e marcas pelo
corpo como sinal do erro cometido por ambos, já que Nana seduziu Oxalá mesmo
sabendo que lhe era interditado por ser ele o marido de Iemanjá.Ao ver o filho feio e
malformado, coberto de varíola, Nanã o abandonou à beira do mar, para que a maré
cheia o levasse. Iemanjá o encontrou quase morto e muito mordido pelos peixes, e
tendo ficado com muita pena, cuidou dele até que ficasse curado. No entanto
Obaluaiê ficou marcado por cicatrizes em todo o corpo, e eram tão feias que o
obrigavam a cobrir-se inteiramente com palhas.Não se via de Obaluaiê senão suas
pernas e braços, onde não fora tão atingido. Aprendeu com Iemanjá e Oxalá como
curar estas graves doenças. Assim cresceu Obaluaiê, sempre coberto por palhas,
escondendo-se das pessoas, taciturno e compenetrado, sempre sério e até mal-
humorado.
Lenda 2
Um dia, caminhando pelo mundo, sentiu fome e pediu às pessoas de uma aldeia por
onde passava que lhe dessem comida e água. Mas as pessoas, assustadas com o
homem coberto desde a cabeça com palhas, expulsaram-no da aldeia e não lhe
deram nada.Obaluaiê, triste e angustiado saiu do povoado e continuou pelos
arredores, observando as pessoas. Durante este tempo os dias esquentaram, o sol
queimou as plantações, as mulheres ficaram estéreis, as crianças cheias de varíola,
os homens doentes. Acreditando que o desconhecido coberto de palha amaldiçoara o
lugar, imploraram seu perdão e pediram que ele novamente pisasse na terra seca.
Ainda com fome e sede, Obaluaiê atendeu ao pedido dos moradores do lugar e
novamente entrou na aldeia, fazendo com que todo o mal acabasse. Então homens o
alimentaram e lhe deram de beber, rendendo-lhe muitas homenagens. Foi quando
Obaluaiê disse que jamais negassem alimento e água a quem quer fosse, tivesse a
aparência que tivesse. E seguiu seu caminho.Chegando à sua terra, encontrou uma
imensa festa dos orixás. Como não se sentia bem entrando numa festa coberto de
palhas, ficou observando pelas frestas da casa. Neste momento Iansã, a deusa dos
ventos, o viu nesta situação e, com seus ventos levantou as palhas, deixando que
todos vissem um belo homem, já sem nenhuma marca, forte, cheio de energia e
virilidade E dançou com ele pela noite adentro. A partir deste dia, Obaluaiê e Iansã-
Balé se uniram contra o poder da morte, das doenças e dos espíritos dos mortos,
evitando desgraças aconteçam aos homens.
Os iorubas acreditam que este mito nos mostra que o mal existe, que ele pode ser
curado, mas principalmente que é preciso ter consciência do momento em que ele
terminou, sabendo recomeçar após um violento sofrimento.Obaluaiê rege também a
força da terra (herdado de sua filiação a Nanã). A umidade dela (por suas adoção por
Iemanjá) e as doenças das plantações.
Símbolo: xaxará (um tubo de palha trançada com sementes mágicas e segredos
dentro)Dia da semana: segunda-feiraComida: pipocaSaudação: Atotô!
Obaluaiê é o sol, a quentura e o calor do astro rei, é o senhor das pestes, das doenças
contagiosas ou não. É o rei da terra, do interior da terra, e é o orixá que cobre o rosto
com o Filá (de palha da Costa), porque para os humanos é proibido ver o seu rosto
devido à deformação feita pela doença, e pelo respeito que devemos a esse
poderosíssimo orixá. Está no funcionamento do organismo, na dor que sentimos
pelo mau funcionamento dos órgãos, por um corte, queimadura ou traumatismo. A
ele devemos a nossa saúde. Trata do interior, mas cuida também da pele e de suas
moléstias.
Divide com Oia-Iansã a regência dos cemitérios, pois é o orixá que vem como
emissário de Oxalá (princípio ativo da morte), para buscar o espírito desencarnado.
É ele que vai mostrar o caminho, servir de guia para aquele espírito. Obaluaiê
também é o senhor da terra e das camadas do seu interior, para onde vamos todos
nós. Daí sua ligação com os mortos, pois é ele quem vai cuidar do corpo sem vida.
Também conhecido como Xapanã.
Obaluaiê está presente no nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição,
ansiedade. Está presente quando sentimos coceira e comichões na pele. Rege
também o suor, a transpiração e seus efeitos. Rege aquele que tem problemas
mentais, perturbações nervosas e todos os doentes. Está presente nos hospitais, casas
de saúde, ambulatórios, clínicas, sempre próximo aos leitos. Rege os mutilados,
aleijados, enfermos. Ele proporciona a doença, mas principalmente a cura, a saúde.
É o orixá da misericórdia. Rege a má digestão, a congestão estomacal. Gera o ácido
úrico e seus efeitos. Filho de Nanã, que o abandonou por ser doente, foi criado por
Iemanjá. Orixá fundamentalmente Jeje, mas louvado em todas as nações por sua
importância. Conta-se que, abandonado por Nanã, foi cuidado por Iemanjá que o
alimentava com pipoca sem sal acrescida de mel para melhorar o gosto, e passava
azeite de dendê em suas feridas para aliviar a dor e coceira.
OMOLÚ- OBALUAIYÉ
Ele lidera e detém o poder dos espíritos e dos ancestrais, os quais o seguem. Oculta
sob o saiote o mistério da morte e do renascimento (o mistério do gênesis). Ele é a
própria terra que recebe nossos corpos para que vire pó.Obaluaê mede a riqueza com
cântaros, mas o povo esqueceu-se de sua riqueza e só se lembra dele como o Orixá
da moléstia.
com dificuldade, entrou no barracão e com aquele jeito todo esquisito e foi dançar
para sua Mãe Nana, acontece que por ser alejado, deformado seus passos eram
trôpegos.Originando daí por parte dos outros Orixás uma verdadeira Xoxação
criando o ridículo para aquele Orixá que acabara de chegar. Triste ele acabou de
dançar para sua mãe e magoado com aquela falta de respeito e ele, antes de se retirar
passou a mão em todas as suas chagas, soprou para cima de todos eles a varíola
contagiante que deixou os Orixás naquele instante doentes e o candomblé acabou, e
uma verdadeira praga foi disseminada e em todo o mundo principalmente em cima
de quem compartilhou daquelas ofensas.
Xangô não levou Amalá, porém como era o dono de todos os Cauris (búzios) deu-os
de presente a Xapanã tornando-o rico muito rico e assim ele pedira também perdão a
Xapanã.Os Orixás à medida que iam arriando as comidas votivas cantavam
“OBUBAJE AJE- UMBO AYE AJEUMBO” todos em fila e Xapanã emocionado
pegou suas flores o “deburu” e jogou em cima deles cantando a seguinte cantiga
XAXARÁ BALEFUN AWO BALE BALE e na medida em que iam caindo as
flores D’Omolu em seus corpos as suas chagas e varíolas iam sumindo ficando bons
totalmente. Essa e a história da festa linda D’obaluaê que traz em seu bojo o
ensinamento de que não devemos debochar de ninguém.
QUALIDADES
KETÚ:
1. JAGU JAGUN OU AJAGUN: : É jovem e guerreiro; leva na mão uma lança chamada okó; Tem
caminhos com Ogunjá, Oxaguian, Ayrá, Exu e Oxalufan. Não come feijão preto e é o único
Quando vem ao barracão, é Oxaguiã quem o traz.
que come Igbin (Caracol).
AJAGUN: Essa qualidade é trazida ao barracão por Oxalufã.
2. JAGUN AGBAGBA: tem fundamento com Oyá.
3. AYERAN: Sai, no barracão, com uma seta na mão esquerda e o Xaxará na
mão direita.
4. INTOTO: Ligado a gameleira e aos antepassados, seu assentamento é feito
no barro. Suas contas são vermelho e preto. É um orixá cultuado em seu assentamento e
não vira na cabeça de ninguém. O Iyàwó é feito de Oxum ou Azoani. Dá-se comida a terra.
Este orixá é Abìkú, portanto não se raspa, pois representa o fundo da terra. Come com Ewá,
Oyá e Ikú. Seus assentos são cultuados ao lado de Nanã e Yemanjá.
5. ALAPAFUMO: Encontra-se, seu culto, em extinção, seu deburu é feito na
terra e depois amassado.
6. ARAWE: Só come galos brancos.
7. AJASE: Associado a Ogún e Oya, é guerreiro e usa dois xaxarás.
8. SAPEKO/ SAVALU: Veste-se de vermelho – palha da costa tinturada com
osun ou urucum, calçolão ornado em búzios. Tem forte fundamento com Nanã.
9. AJUNSUN/ AZONSU / AJANSU: Tem fundamentos com Oxalá, Oxumare e Ogum. É
extrovertido. É ligado ao tempo, as estações do ano e ao culto da terra. Só come orogbo
e no cuscuzeiro tem 7 setas e 2 cobras amarradas ao okutá - é o verdadeiro dono
do cuscuzeiro. Veste de vermelho, preto e branco, na perna esquerda leva uma pulseira de
aço.
10. WARU-WARU/ ARINWARUN (OU WARIWARU): Velho. É um título de xapanan
11. AFOMAN/ AKAVAN: Tem ligação com Exú. Afomo significa contagiante, infeccioso: Nem
sempre é reconhecido como qualidade.AKAVAN: Relacionados ao cemitério
– culto em extinção.
12. ARAWE / ARAPANÁ: Tem fundamento com Oyá.
14. AFENAN: É velho, dança curvado, veste a estopa e carrega duas bolsas de onde tira as
caminhos com Oxumaré e Oyá, de quem é companheiro, dança cavando a terra com Intoto
Sua dança mostra claramente sua ligação discreta com Exu e com a terra, dança com garras
na mão. Tem caminhos com Intoto, Iroko e Oyá.Usa máscara leonina e garras de
bambu.
16. TETU / ETETU: É jovem e guerreiro. Come com Ogum e Oyá. Veste de branco, preto e
vermelho
JEJE:
ANGOLA:
1. KAFUNJENESU:
2. KAFUNJE:
3. KAFUNJINÃ:
4. BURUGUNÇO:
5. EKITATI:
6. KAVIUNGO:
7. KANJANJA:
Saco-saco Mal-me-quer-bravo
ESSABAS:
Jurubeba
Erva de bicho
Algumas das comidas mais comuns oferecidas aos Orixás: Milho de pipoca
estourado (flores), com fatias de coco com mel.
QUALIDADES DE OBALUAIÊ:
Havia uma mulher que tinha um filho chamado Ojulari. Porque seus filhos
anteriores haviam morrido, Ojulari cresceu mimado em excesso.Entediado,
um dia o menino pegou as roupas de sua mãe, vestiu-se com elas e passou a
dançar. Pediu à mãe que pegasse o banquinho onde estaria sentada e
batesse nele, como um tambor, para que houvesse música.Feliz, no outro dia
bem cedo, fez a mesma coisa. Mas a mãe estava cansada e recusou-se. O
garoto entrou em crise chegando a ficar febril por ter sido contrariado.
Consultando Ifá, a mulher foi recomendada a fazer tudo o que o menino
quisesse...Temerosa de perder o filho, como havia acontecido com os
demais, costurou- lhe um pano para se enrolar, passando a marcar o ritmo
batendo no banquinho, como se fosse um verdadeiro tambor. O menino
reagiu bem, dançando o dia inteiro. Ficou bom.E assim, todos os dias, Ojulari
ficava da manhã à noite dançando sob o som tosco do tambor improvisado
por sua mãe, cujos talentos como musicista eram poucos.
Para providenciar-lhe comida assim que acabasse de dançar, pois sempre
terminava faminto e exigente, a mulher passou a fazer-lhe certas comidas de
véspera. Fazia eko, um mingau feito de milho, e moyinmoyin, um pudim feito
de feijões ao vapor. Deu-lhe relhos também, para que afastasse as cabras
que vinham tentar comer a comida cheirosa.Ojulari cresceu, tornou-se um
homem. E, um dia, viu a mãe morrer já idosa e cansada.Com remorso de
tudo o que a fizera sofrer quando menino, resolveu principiar uma
comemoração em homenagem ao espírito de sua mãe. Chamou seus amigos
e deu-lhes as mesmas comidas que sua mãe preparava para ele quando
menino. Depois, vestiu-os com panos coloridos e deu-lhes relhos, à
semelhança que tinha quando pequeno para enxotar as cabras. Com um
tambor chamado bata, saíram a dançar pela cidade tocando-o
irregularmente, fingindo não saber tocá-lo. Tudo fazendo para lembrar-se de
sua infância, em homenagem aos esforços de sua mãe.O festival espalhou-se
por toda a terra iorubá tornando-se o principal culto aos ancestrais,
permitindo que eles "viessem", "incorporassem" entre os vivos uma vez ao
ano para trazer-lhes bênçãos. E Ojulari passou a ser o grande Babá-égun, o
pai de todos os Egúngún.
Recordando, os africanos acreditam que os homens são detentores de uma
alma individual. Ao morrerem, permanecem como eram no pós-morte. Já as
mulheres fundiriam suas almas em uma energia portentosa, pelo somatório
de todas elas, sendo que muitas delas, foram antigas feiticeiras, sacerdotisas
de culto. Nos mitos africanos, as mulheres sempre foram tidas como
poderosas na magia pelos homens que sempre tudo fizeram para destituí-las
de qualquer poder. Essas "mães-ancestrais", "mães-feiticeiras", as yámi ou
Yámi Oxorongá, têm uma grande ligação a Òxum, sendo muito reverenciadas
no Candomblé.
Fala-nos Olga Gudolle Cacciatore que oxorongá é um pássaro africano
possuindo um "grito pavoroso" que, acreditamos pela superstição que cerca
essa ave, foi-lhe dado nessas terras, como símbolo, a coruja. Elas
coletivamente representam todas as mulheres, as mães que nasceram antes
de nós inclusive Òxum, Yemoja (Iemanjá), Nâná, centralizando em si todo o
poder feminino de gerar e do inesgotável poder da magia trazido latente em
si. Detendo o somatório do conhecimento das práticas mágicas, do próprio
poder quase equiparado à própria Divindade, também são lembradas (como
todos os Égun(s), como a própria terra que dá vida à gerações futuras,
recebendo suas homenagens através de um buraco no chão que receberá
oferendas(1), desde um singelo copo com água até um pouco de todas as
oferendas que são entregues aos Orixás. Por isso as "mães-feiticeiras" são
temidas inclusive pelas próprias divindades que respeitam esse foco de
poder.
Toda a história que cerca esse Orixá [Omulu/Obalúaiyé ] relaciona-o a
sofrimento, abandono, mágoa e uma grande ligação à figura materna que,
justamente, o abandonou ao nascer. Muitos de seus "filhos" trazem esses
problemas existenciais em crises profundas de depressão, não sabendo lidar
com os problemas mais simples, permanentemente queixosos, vinculados a
sentimentos de inferioridade, não crendo que vieram a esse mundo para
serem felizes como qualquer outra pessoa.
Por isso, talvez Omulu/Obalúaiyé seja, de longe, o mais temido dos Orixás.
Senhor de todas as doenças, da morte, do sol abrasador que mata e
dissemina epidemias. Senhor da decomposição da matéria, do cemitério.
Aquele que pune os maledicentes, os irônicos, os que desrespeitam o culto.
Mas, assim como mata com suas doenças... cura. Divide esse poder com o
patrono da medicina, Ossaim. E com seu xaxará varre todos os males, as
doenças, as desgraças que rondam os fiéis... comandando a vasta falange dos
Exus ditos “de Linha de Cemitério”.
LENDA DE OMULÚ:
Furioso, Omulú jurou vingar-se e tentou infestar a todos com a varíola. Interveio
Obatalá que, de espada em punho, deitou Omulú à porta do palácio e proibiu-lhe,
dali por diante, de estar junto com os outros Deuses.
Nanan, esposa de Orixalá, gerou e deu à luz a um filho. Sua criação não foi perfeita,
nascendo uma criança doente, com muitas chagas recobrindo seu pequeno corpo.
Ela não conseguia imaginar que maldição era aquela, que trouxe de suas entranhas
uma criatura tão infeliz!
Sentindo-se impossibilitada de cuidar daquela criança, pois mal conseguia olhar para
ela, resolveu deixá-la perto do mar. Se a morte a levasse seria melhor para todos.
Yemonjá, que estava saindo do mar, viu aquele pequeno ser deitado nas areias da
praia. Ficou olhando por algum tempo, para ver se havia alguém tomando conta
dele, mas ninguém aparecia. Então, a grande divindade das águas foi ver o que
estava acontecendo. Quando chegou mais perto, pôde compreender que aquela
criança tinha sido abandonada por estar gravemente enferma. Sentindo uma imensa
compaixão por aquela pobre criatura, não pensou em mais nada, a não ser em adotá-
lo como a um filho.
Com seu grande instinto maternal, Yemonjá dispensou a ele todo o carinho e os
cuidados necessários para livrá-lo da doença. Ela envolveu todo o corpo do menino
com palhas, para que sua pele pudesse respirar e, assim, fechar as chagas.
Variante
Obaluaê é filho de Nanã (a lama primordial de que foram feitas as cabeças – Ori –
humanas) e Oxalá. Tendo Obaluaê nascido cheio de feridas e de chagas pelo corpo, já que
Nanã usou um feitiço para seduzir e engravidar de Oxalá.
Ao ver o filho feio e malformado, coberto de varíola, Nanã o abandonou à beira do mar;
para que a maré-cheia o levasse. Caranguejos encontraram o bebê e atacaram-no com as
pinças, tirando pedaços da sua carne. Quando Obaluaê estava todo ferido e quase
morrendo, Iemanjá saiu do mar e o encontrou.
Iemanjá o encontrou muito ferido, quase morto, e, tendo ficado com muita pena, cuidou
dele até que ficasse curado.
Ela comodou-o numa gruta e passou a cuidar dele, fazendo curativos com folhas de
bananeira e alimentando-o com pipoca sem sal nem gordura, até que o bebê se
recuperou. Então Iemanjá criou-o como se fosse seu filho.
No entanto, Obaluaiê ficou marcado por cicatrizes em todo o corpo; e eram tão feias que
o obrigavam a cobrir-se inteiramente com palhas. Não se via de Obaluaê senão suas
pernas e braços, onde não fora tão atingido. Aprendeu com Iemanjá e Oxalá como curar
estas graves doenças. Assim cresceu Obaluaê, sempre coberto por palhas, escondendo-se
das pessoas, taciturno e compenetrado, sempre sério.
Variante
Obaluaê (Rei Dono da Terra) ou Omulú (Filho do Senhor) são os nomes geralmente dados
a Sànpònná (Xapanã), deus da varíola e das doenças contagiosas, cujo nome é perigoso
ser pronunciado.
Filho de Nanã Buruku e Oxalá, nasceu com o corpo coberto de chagas e foi abandonado
por sua mãe na beira da praia. Nesse contratempo, um caranguejo provocou graves
ferimentos na sua pele. Yemanjá encontrou aquela criança e criou-a com todo amor e
carinho; com folhas de bananeira curou as suas feridas e pústulas e transformou-a num
grande guerreiro e hábil caçador, que se cobria com palha-da-costa (ikó) elemento de
grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados à morte e o sobrenatural,
sua presença indica que algo deve ficar oculto
Variante
As pessoas que são iniciadas em candomblé não comem caranguejo, principalmente quem é
iniciado de Omolu. Contam os antigos que Nana, quando teve Omolu, e viu que ele era todo aberto
em chagas, o jogou na maré. Todos os peixes vieram adorar Omolu, mas o caranguejo e viu Omolu
todo cheio de feridas, foi logo dando sua mordida e tirando seu pedaço. Os outros peixes foram
chamar Yemanjá, que correndo, apanhou omolu, limpou seu corpo e passou azeite-de-dendê com a
palha de bananeira, e lhe deu acaçá batido. Yemanjá levou Omolu para casa e disse para o
caranguejo:
- De hoje em diante, tu serás amaldiçoado por quem for iniciado, principalmente por quem for meu
filho. Tu andarás sempre de lado, de frente para trás.
Naquele momento, seu amor de mãe falou mais alto. O caranguejo, desde este momento, foi banido
dos banquetes dos orixás, por amor a Omolu, e respeito a Yemanjá e Nanã.
Obaluayê cresceu e continuou usando aquele tipo de roupa, e ninguém, a não ser sua
querida mãe, tinha visto seu rosto. Era um ser austero e misterioso, provocando
olhares curiosos e assustados de todos. Ninguém conseguia imaginar o que se
escondia sob aquelas palhas.
Oyá, certa vez, o encarou, pedindo que descobrisse seu rosto, pois queria desvendar,
de uma vez por todas, aquele mistério. Obaluayê, sem lhe dar a menor atenção,
negou-se a fazê-lo. Ela, que nunca se deu por vencida, resolveu enfrentá-lo. Usando
toda sua força, evocou o vento, fazendo voar as palhas que o protegiam.
Quando a poeira assentou, Oyá pode ver um ser de uma beleza tão radiante, que só
poderia ser comparado ao sol. Nem mesmo ela, como orixá, conseguia erguer os
olhos para ele. Assim, todos entenderam que aquele mistério deveria continuar
escondido.
Variante
Ogum percebe que Omolú não veio dançar e compreende a razão, e resolve ir para o
mato fazer um capuz de palha da costa para cobrir Omolú da cabeça aos pés.
Foi quando Iansã se aproxima e com seu vento sopra a roupa de palha de Omolú e suas
feridas pulam para o alto e se transformam numa chuva de pipoca e todos
vêem Omolú como um rapaz bonito, sadio e brilhante como Sol.
Variante
Ogum, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha que
ocultava sua cabeça e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos.
Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de mariô, levantando as
palhas que cobriam sua pestilência.
Uma outra lenda nos mostra que esse poderoso orixá, em suas andanças pelo mundo,
pode presenciar o desenrolar de muitas guerras. Os povos que Olorun criou e deu
vida brigavam por um pedaço de terra. Muitas pessoas morriam, para que seus
líderes pudessem conquistar extensões maiores para seu reinado. Os limites, para
esses guerreiros, eram insuperáveis, e as guerras não tinham mais fim. Obaluayê não
entendia o motivo destas guerras, já que Olorun havia criado a terra para todos.
As lutas traziam muita dor e destruição, e ninguém mais sabia dar o devido valor à
vida humana. Os homens só pensavam em seus interesses materiais.
Obaluayê, indignado com essa situação, resolveu mostrar a eles que a vida é o maior
tesouro que alguém pode ter.
O poderoso orixá traçou, então, com seu cajado, um grande círculo no chão, no
centro dos conflitos. Colocou dentro dele todo tipo de doença existente. Todo
guerreiro, que por ali passasse, iria contrair algum tipo de doença.
De fato, foi o que aconteceu. Muitas pessoas adoeceram, inclusive os líderes dos
exércitos. Só isso conseguiu por fim às guerras.
Um babalawô revelou o mau presságio, pedindo a todos que refletissem sobre o que
estava acontecendo, por culpa deles próprios. Obaluayê havia mandado essas
mazelas para a terra, a fim de mostrar que, enquanto temos saúde e uma vida plena,
não devemos nos preocupar excessivamente com coisas materiais. Desta vida nada
se leva, a não ser o conhecimento e a experiência que acumulamos.
Talvez, por isso, existam tantos povos africanos vivendo do mesmo jeito há milhares
de anos, tentando não se desligar da natureza.
4
Yemanjá confeccionou para ele uma roupa toda de ráfia. E com ela ele escondia as
marcas de suas doenças.
Andava pelas aldeias e por onde passava deixava um rastro ora de cura, ora de
saúde, ora de doença.
Ela pensou: “Se eu dei a ele a cura, a saúde, não posso deixar que seja sempre um
homem pobre”.
Tudo aquilo que dava vida ao oceano pertencia a sua mãe, Olocum, e ela dera
tudo a Yemanjá.
Mas Yemanjá tinha uma grande riqueza e essa riqueza eram as pérolas, que as
ostras fabricavam para ela.
Yemanjá, muito contente com sua lembrança, chamou Omolú e lhe disse:
“De hoje em diante, és tu quem cuidas das pérolas do mar. Serás assim
chamado de Jeholu, o Senhor das Pérolas”.
Por isso as pérolas pertencem a Omolú.
Por baixo de sua roupa de ráfia, enfeitando seu corpo marcado de chagas, Omolú
ostenta colares e mais colares de pérola, belíssimos colares.
E ele teve que pedir esmola, mas ao menino ninguém dava nada, nem do que
comer, nem do que beber.
Os pais de Omulu foram ao babalaô e ele disse que Omulu estava vivo e que ele
traria a cura para a peste.
Os que antes lhe negaram até mesmo água de beber agora imploravam por sua
cura.
Ele curava todos, afastava a peste.
Curava os doentes e com o xaxará varria a peste para fora da casa, para que a
praga não pegasse outras pessoas da família.
E Oxum era muito feiticeira. O feitiço dela era na comida. Ela aí fez uma
comida muito gostosa, muito cheirosa, botou num balaio e cobriu e saiu
andando pelo mundo afora... aquele cheiro!
Aí Omolu não aguentou, que já estava com muita fome, há dias que ele
estava com fome. Aí ele disse: "- Oxum! Oxum!". Aí Oxum ficou
procurando. "- Oxum!" Ela olhou e ele estava dentro de um buraco.
"Você me dá um pouco de sua comida, Oxum?!"
Ela disse: "- Omolu! Não, sai, eu lhe dou comida. Eu lhe dou, mas você
sai aí desse buraco. " Aí ele disse: "— Não saio não " "- Sai Omolu. Sai
que eu lhe dou a comida ". Ele saiu, aí ela entregou a comida.
Quando entregou, aí ela agarrou ele, e gritou pelo povo: "- Ah! Omolu,
achei Omolu ". Aí tirou essa cantiga:
Yèyé so lu ba je iso
lu ba je
Yèyé so lu ba je iso
lu ba je
Onje mbo
E e e onje mbo
Conta a lenda que ele nasceu de Yemoja, quando ela, violentada por seu filho Orungan,
caiu e se transformou no rio Ogun.
Outra lenda diz que Sonponno era uma pessoa que envelheceu muito, perdeu uma
perna e usava perna de pau. Em uma festa no céu, ao tentar dançar, caiu e todos riram
dele. O orixá então começou a bater nas pessoas com a perna de pau, e quem ele
tocava pegava a doença ilé-igbóná (terra quente), um tipo de sarampo, que causa a
morte.
Bela e iluminada, Ewá era uma grande caçadora, porém não admitia que olhassem para
ela, sob pena de cegar aquele que o fizesse.
Certo dia casou-se com Omulú, que rapidamente mostrou ser um marido muito
ciumento.
Um dia, tomado pelo ciúme doentio, Omulú suspeitou da fidelidade de Ewá e a
aprisionou num formigueiro. As formigas a picaram quase até a morte
deixando Ewá deformada e feia.
OMOLU
Wá to to a jú gbé rò! (Ele é o médico que vem nos
acudir)