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Recado 1: Adoro conversar com assinantes por email. Acho uma ferramenta
maravilhosa para entender melhor o que discutimos nesta série.
Mas venho recebendo muitos emails com perguntas sobre empresas que não
estão em nosso portfólio.
Resumo da Ópera
Nosso trabalho é tudo, e somente, buscar por discrepâncias entre a qualidade
da empresa (seu valor) e seu preço. Quanto maior a distância entre o valor e
preço, maiores as as chances de ganhar mais dinheiro e de perder menos caso
algo dê errado, ao mesmo tempo.
Ser boa, é apenas uma das variáveis necessárias para que um investimento seja
bom. Precisamos também, analisar o preço das empresas para conhecermos as
probabilidades de sucesso de um investimento.
Faz todo sentido comprar o preço de uma empresa com seu lucro, para
entender se aquela ação está cara ou barata. Olhar apenas para o preço não traz
informação nenhuma.
Os múltiplos são essenciais para compararmos empresas mas também para nos
contar o que o mercado espera dos resultados de uma empresa.
Faz mais sentido que uma empresa jovem e em plena expansão negocie a
múltiplos altos que uma empresa madura que cresce em linha com a inflação e
já não tem oportunidades de investimento para crescimento.
Mas nem sempre o Sr. Mercado vai ser racional, ele adora pagar múltiplos altos
por empresas “premium” e “quality”, ou pagar adiantado por resultados que
existem apenas nas projeções mais otimistas de lucros.
Para não fazer uma leitura incorreta dos múltiplos, é preciso analisar os
múltiplos com cautela.
Claramente, queremos passar longe das primeiras, evitar as segundas, não cair
em armadilhas com as terceiras e investir nosso dinheiro nas últimas - as
empresas boas e baratas que encontramos.
Empresas boas, são empresas que atendem uma série de requisitos como: boa
rentabilidade, alto crescimento, baixo endividamento, vantagens competitivas
sustentáveis, gestão com capacidade comprovada, disciplinada e transparente,
negócios de fácil compreensão, baixos riscos atrelados etc...
Logicamente, não existe empresa perfeita, que atende todos os requisitos, mas
para classificarmos uma empresa como boa, ela precisa apresentar boa parte
das características acima.
Porém, encontrar uma boa empresa é apenas uma das variáveis necessárias
para que um investimento seja bom. Precisamos também, analisar o preço das
empresas para conhecermos as probabilidades de sucesso de um investimento.
Afinal, duas comparações são fundamentais para a tomada de decisão de
investimento ou desinvestimento: o preço da empresa em relação ao de seus
pares (e da bolsa em geral), e em relação ao seu crescimento potencial.
Logo, faz todo sentido comparar o preço de uma empresa a seu lucro para
analisar o quão cara ou barata aquela ação está. Olhar para o preço da ação
isoladamente não traz informação nenhuma.
Uma ação que negocia a R$ 50 pode ser muito mais barata do que uma ação
que negocia a R$ 25. Basta que a primeira entregue um lucro por ação de R$ 5
nos últimos 12 meses, e a segunda, apenas de R$ 1.
Expectativas implícitas
Os múltiplos são essenciais para compararmos empresas mas também servem
para nos contar o que o mercado espera dos resultados de uma empresa.
Se uma empresa que negocia com um P/L de 30 dobrasse seus lucros, passaria
a ter um P/L de 15 se suas ações se mantivessem estáveis. Quanto maiores os
múltiplos de uma empresa, mais ela tem que crescer para negociar a um
múltiplo mais baixo e deixar de ser cara.
Mas nem sempre o Sr. Mercado vai ser racional, ele adora pagar múltiplos altos
por empresas “premium” ou “quality”, como Weg (WEGE3), que é uma
excelente empresa, mas negocia a um P/L de 56 e vem crescendo cresce apenas
11% seus lucros nos últimos 12 meses.
Quando se paga caro demais por uma empresa, as coisas podem azedar quando
a empresa decepciona o mercado. As probabilidade estão contra você.
No último dia 20, às ações de Hering (HGTX3), que negociavam a 18x Ebitda
previamente, caíram mais de 12% em único dia, após a empresa divulgar
prévias operacionais para o 4T19.
Tudo isso só serve para exemplificar uma coisa: pagar caro sem ter como
contrapartida a visibilidade de um alto crescimento de resultados significa
incorrer em riscos muito altos e que não são devidamente remunerados.
Coisa que jamais faremos com seu rico dinheirinho aqui no Investidor de Valor.
Os números enganam
Para não fazer uma leitura incorreta dos múltiplos, é preciso analisar os
múltiplos com cautela.
Nossa querida Ezetc (EZTC3), por exemplo, pode parecer cara a primeira vista,
negociando a 54x lucros.
Os imóveis lançados levam até 3 anos para serem construídos e entram nos
resultados da companhia de acordo com a evolução financeira das obras, ou
seja, existe um “atraso” entre o que a empresa já está lançando e o que o
resultado atual nos mostra.
Desta forma, olhar apenas para os múltiplos de EZTC pode induzir à falsa
conclusão de que a empresa está muito cara, quando na verdade não está.
Em outros casos, não-recorrentes podem afetar consideravelmente os múltiplos
das empresas.
Em seu recente IPO, a varejista de moda C&A (CEAB3), foi precificada em sua
estreia na bolsa com um múltiplo de 5,5x Ebitda.
Errado! Ao retirar dos R$ 1,35 bilhões de Ebitda nos ultimos 12 meses antes da
oferta, os quase R$ 700 milhões, referentes a créditos fiscais obtidos pela
companhia no período, chega-se num EV/Ebitda Ajustado de 10,7...que é caro
demais para uma empresa que nem dá lucro sem a ajuda dos não-recorrentes.
A própria Hering, citada a pouco, pode não parecer cara negociando a 18x
lucros, mas ao analisarmos seu EV/Ebitda de 15, já não parece tão barata assim.
Isto acontece porque a empresa goza de um enorme benefício fiscal e não paga
imposto de renda. Há rá! Pegadinha do malandro.
Por conta destes e de outros fatores, damos uma relevância maior ao EV/Ebitda
em nossas análise aqui no IV. Mas sem nunca deixarmos de olhar ambos os
múltiplos, em conjunto, sempre atentos a anomalias que chamam nossa
atenção.
Por fim, é importante lembrar que a análise dos múltiplos é apenas um dos
passos de um extenso processo de análise que leva muito mais em conta fatores
qualitativos do que quantitativos.
Infelizmente, uma regra de bolso como “um P/L acima de X é caro” pode mais
nos atrapalhar do que ajudar.
Para entender se uma empresa está cara ou barata precisamos comparar seus
múltiplos com sua capacidade de crescimento de resultados e seus riscos.
[Fonte: Economática.]
O Teto é de Vidro
Aguardamos ansiosamente uma correção na bolsa, mas que parece nunca vir.
Deste modo, apenas CARD, PTBL e GUAR não estão nos dando oportunidade
de compra no momento.
Eztec EZTC3 veio com uma ótima prévia operacional. Vendendo 160% mais que
no 4T18 e lançando 1,9bi no ano, o teto do guidance era 2bi.
O gráfico de cima mostra bem o quebrarão fazendo - mais vendas com menos
distratos.
Abraço,
No Facebook:BruceBarbosaOficial
No Instagram: bruce.barbosa
A grande maioria dos assuntos que abordamos aqui vem de discussões que
tenho com alguns de nossos maravilhosos assinantes.
*** O preço teto é somente um balizador relativo para a compra - uma ideia qual ação
da carteira subiu menos no curto prazo e está mais interessante para compra. Preço
teto não é preço alvo.
S2 APIMEC! S2 Guedes!