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Princípios Básicos e Aplicação da Biomecânica na Ortodontia Clínica

Chapter · March 2015

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5 authors, including:

Helder B Jacob Carla D'Agostini Derech


University of Texas Health Science Center at Houston Federal University of Santa Catarina
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Princípios básicos e
aplicação da biomecânica
na ortodontia clínica

Helder Baldi Jacob


Luiz Gonzaga Gandini Jr.
Ano Locks
Gerson Luiz Ulema Ribeiro
Carla D'Agostini Derech
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INTRODUÇÃO
Até o presente, a mecânica com arcos contínuos ainda permanece como a forma
mais usada e popular de tratamento ortodôntico. Embora essa mecânica apresenta
diversas vantagens como fácil uso, conforto ao paciente, menor tempo de cadeira por
parte do ortodontista e possibilidade de delegação de função, ela apresenta algumas
desvantagens. Então, em algumas situações clínicas, a mecânica com arcos contínuos
pode ser inapropriada ou ineficiente para proporcionar o tipo de movimento dentário
desejado.
Em contraste, a segmentação de arco possibilita a implementação de adequado e
eficiente sistema de força designado em melhorar o resultado e a eficiência do tra-
tamento. A mecânica do arco segmentado não está livre de algumas desvantagens
como a dificuldade e desconforto ao paciente e a menor possibilidade de delegar
função à equipe de profissionais. O entendimento, pelo ortodontista, da biomecâ-
nica tem a possibilidade do profissional combinar as vantagens das duas técnicas,
arco contínuo e arco segmentado, oferecendo ao paciente melhores resultados com
eficiência.

Princípios físicos

O movimento de dentes no tratamento ortodôntico requer a aplicação de forças e


resposta dos tecidos periodontais a essas forças. A base do tratamento ortodôntico
repousa na aplicação clínica dos conceitos da biomecânica. Mecânica é a área da física
que compreende o estudo e análise do movimento e do repouso dos corpos, sendo a
biomecânica o estudo da mecânica em relação a sistemas biológicos. O entendimento
de alguns conceitos básicos da mecânica é fundamental para a movimentação dentária.
O conhecimento da relação da biomecânica e os sistemas de força podem oferecer uma
base racional para o design de aparelhos ortodônticos.

Conceitos físicos

Relacionanda com as três leis de Newton, força é qualquer agente externo que mo-
difica o movimento ou causa deformação de um corpo livre. Possuindo magnitude e
direção, força pode ser matematicamente representada por um vetor e qualquer força
aplicada a um dente pode ser dividida em uma componente vertical e uma componen-
te horizontal. Duas ou mais forças (vetores) agindo em um dente podem ser somados
geometricamente resultando em uma força resultante. Embora forças sejam expressas
em Newton (N), em Ortodontia elas tem sido comumente medida em gramas (g), e 1 g
equivale a 1cN (0.0098N).
Para compreender como uma força produz determinado tipo de movimento em um
dente, precisamos entender alguns outros princípios básicos, como centro de resis-
tência (C_res) e centro de rotação (C_rot). C_res de um corpo, no nosso caso o dente,
é o ponto onde toda a massa do corpo está concentrada. Em Ortodontia, C_res é o
ponto no dente que a aplicação da força resulta em movimento de corpo ou trans-
lação, onde todas as partes movem-se na mesma direção e com a mesma distância.
Teoricamente, o C_res de um dente está localizado em sua raiz, mas varia de acordo
com o comprimento, morfologia e número de raízes, nível do suporte osso alveolar
e anatomia das fibras do ligamento periodontal1,4,8,18,19. C_rot é o ponto em volta ao
qual o dente rotaciona, podendo ou não coincidir com o C_res. A localização não é
constante e é determinada pelo tipo de movimento que o dente faz. Caso uma força
seja aplicada em um ponto que não seja passando através do C_res uma rotação irá

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ocorrer; a essa rotação damos o nome de momento (M) de uma força (Figura 1). O
momento é determinado multiplicando a magnitude da força (F) pela distância per-
pendicular (d) da força até o C_res (M=F.d) e a unidade de medida mais usada em
Ortodontia para momento é grama-milímetros (g-mm).

Princípios de um binário e dois binários em Ortodontia

Outra forma de produzir movimento rotacional ou momento é através de momento


de um binário. Um binário são duas forças paralelas de igual magnitude agindo em
direções opostas e separadas por uma distância. A magnitude de um binário é calculada
multiplicando a magnitude das forças pela distância; as unidades também são grama-
milímetros. Binário exibe a tendência de fazer com que o sistema apresente rotação
pura sobre o C_res não importando onde são aplicadas no dente. Quando se inserem
fios em bráquetes e tubos ortodônticos, cria-se uma superfície de contato e, portanto,
a possibilidade de gerarem-se momentos (Figura 2). Na literatura ortodôntica, com fi-
nalidade didática, os sistemas são divididos em sistemas de força com um binário (one
couple, um bráquete) ou dois binários (two couple, dois bráquetes).
Na clínica, esses sistemas podem ser exemplificados como:
• Um binário – cantilevers e arcos de intrusão de Burstone.
• Dois binários – arcos linguais, barras transpalatinas, alças retangulares e molas de
correção radicular.

Figura 1 – A força (F) que não passa através do centro de resistência (C_res) produz Figura 2 – Um fio ortodôntico encaixado de for-
um movimento rotacional (M) tanto quanto um movimento linear (FL). ma ativa em um bráquete ou tubo produzirá um
momento através da interação da superfície do
fio com as paredes do acessório.
Capítulo 16

Sistemas com um Binário


Os sistemas de força com um binário apresentam a característica de manterem-se
estáveis (forças e momentos) durante a desativação e por isso são chamados de es-
taticamente determinados. Esse sistema de força é facilmente demonstrado em um
cantilever (braço de alavanca) ortodôntico1,3,10,16.
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Cantilevers apresentam uma extremidade livre (ponto de aplicação) enquanto a outra


extremidade é inserida em um tubo ou bráquete. A característica desse sistema é de ter
força e momento de binário no lado em que o fio é inserido e somente força no lado em
que o fio é amarrado fora do bráquete (Figura 3). A presença ou não de momento-força
na unidade ativa (a que queremos movimentar intencionalmente) depende da linha de
ação da força em relação ao centro de resistência do segmento em questão. Enquanto
as unidades ativas e reativas (unidade de ancoragem) se movimentam, o único fator
que altera é a intensidade das forças e momentos presentes, que vai decaindo com a
resposta tecidual.
Os arcos de intrusão de Burstone, quer sejam o tipo utilidade (Figura 4A) ou em três
peças (Figura 4B), aplicam o mesmo sistema de força de um binário, ou seja, mecânica
tipo cantilever. O fato do arco de intrusão de Burstone não estar inserido na canaleta
do bráquete (estar sobreposto) na região anterior, permite a ausência de momento de
um binário nessa região, se a linha de ação da força passar através do C_res7. O orto-
dontista deve cuidadosamente planejar a linha de ação de força no segmento anterior
para atingir os objetivos ideais de intrusão (intrusão pura, quando a linha de ação da
força passa no C_res do segmento gerando apenas força vertical, ou intrusão relativa,
quando a linha de ação da força passa a uma distância do C_res gerando força vertical
e momento).
Fios retangulares proporcionam outra dimensão para cantilevers: correção radicular.
Inserindo um fio retangular que se encaixa completamente (pouca ou nenhuma folga
do fio) na canaleta do bráquete em uma extremidade e um ponto de aplicação de força
na outra extremidade, é possível colocar torque em um dente (Figura 5) ou conjunto
de dentes. O desafio é evitar os efeitos colaterais indesejáveis. Uma vez que o sistema
de um binário é estaticamente determinado, o ortodontista que domina os princípios
mecânicos terá a capacidade de anulá-los ou diminuí-los se assim o desejar.

Figura 3 – Devido à ativação do cantilever (linha pontilhada) e suas


características de sistema de um binário, forças verticais (intrusiva
na região anterior e extrusiva na região de encaixe no tubo do segun-
do molar mandibular), além do momento, serão produzidas.

A B
Figura 4 (A-B) – Os arcos de intrusão de Burstone (A) e de três peças (B) são exemplos de sistema de força de um binário.

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A B

Figura 5 (A-C) – Cantilever utilizado para correção radicular (torque)


de um canino maxilar. A) Momento da ativação; B) Correção da po-
sição do canino. C) Descrição do sistema de força utilizado. O canti-
lever de 30 mm produzido com fio TMA .017”x.025” foi ativado com
C 40 gramas de força gerando no canino um momento de 1200g-mm.

Cantilevers para a correção da linha média


Cantilevers podem produz movimento transversal dos incisivos com um mínimo de efei-
to colateral para a correção da linha média12,19,20. Como a assimetria dentária, pode ser
resultado de má-posição de um dente, ou de um grupo de dentes no plano horizontal,
sagital, frontal ou uma combinação de todos6,11,17 é importante que o ponto de aplica-
ção de força seja bem planejado. Dependendo da direção de ativação para promover
a movimentação da linha média, o cantilever, quando encaixado no molar, produz si-
multaneamente rotação mesiolingual do molar e contração (Figura 6). Uma das formas
mais simples de evitar efeitos colaterais na unidade reativa pode ser a utilização dos
segmentos posteriores conectados a arcos transpalatinos ou linguais.
No plano frontal (Figura 7), se aplicarmos a força oclusalmente ao C_res dos quatro inci-
sivos, poderemos verticalizar dentes que estejam inclinados (movimentando as coroas).
Mas se aplicarmos a força na direção de C_res de resistência dos mesmos, eles serão
movimentados de corpo6.

Figura 6 - Momentos e forças


gerados pelo cantilever para a
correção da linha média.
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A B
Figura 7 (A-B) – A posição do ponto de aplicação da força determinará o tipo de movimento a ser obtido. A) Força de correção da linha
média aplicada oclusalmente ao C_res. B) Força de correção da linha média aplicada passando no nível do C_res.

Sistemas com dois binários


Dois cantilevers
Verticalização de molar é um procedimento relativamente comum na Ortodontia em
adultos. O uso de um cantilever para efetuar a correção ortodôntica do molar geral-
mente apresenta uma força de extrusão7,10,13,14, na maioria das vezes indesejável. Para
controlar forças verticais com maior eficiência, dois cantilevers (Figura 8) são, algumas
vezes, utilizados para a verticalização de molares aplicando-se a mesma sistemática de
forças, porém, seus mecanismos de desativação têm comportamento de dois binários.
Cada cantilever apresenta seu próprio binário e como consequência o sistema de força
tem alteração nos momentos durante a movimentação. Ativando os cantilevers com a
mesma força vertical é possível anular a extrusão dentária durante a verticalização do
dente requerido ou até mesmo aplicar uma força de intrusão ao molar promovendo
maior força vertical em um cantilever em relação ao outro.

A B
Figura 8 (A-B) – Mecânica ortodôntica para verticalização do molar mandibular com dois cantilevers. A) As setas de força e momentos na
cor amarela representam o cantilever inserido no tubo do molar; na cor verde representam o cantilever inserido no tubo auxiliar (criss-cross).
B) Resultado da mecânica utilizada.

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Barra palatina
Barra palatina e arcos linguais apresentam uma diversidade muito grande de uso na clínica
ortodôntica. O entendimento da biomecânica desses aparelhos ortodônticos é complexo
porque apresenta encaixes em cada extremidade, portanto dois binários. O sistema de dois
bráquetes onde o aparelho é encaixado (por exemplo, tubos linguais) apresenta um sistema
de força que é chamado de estatisticamente indeterminado2,5, e apresenta a característica
de não manter-se estável (forças e momentos) durante a desativação. Durante a desativa-
ção as mudanças que ocorrem podem ser alteradas ou ate mesmo revertidas.
A análise estática ainda fornece uma predição clínica da direção e magnitude das forças e
momentos ao início da ativação, sendo seu conhecimento fundamental para o ortodon-
tista prever como os dentes, ou segmentos dentários, podem se movimentar. Para facili-
tar o entendimento das forças e momentos na ativação de um sistema de dois bráquetes,
Burstone;Koenig2 desenvolveram uma terminologia descrevendo o sistema biomecânico
que ocorre, por exemplo, na ativação de uma barra palatina (sistema de dois bráquetes).
A relação entre a intensidade de uma dobra, a sua posição interbraquete e o ângulo
que o fio forma com a entrada dos bráquetes e/ou tubos, dão origem a seis geometrias
básicas (Figura 9)2,15. Dependendo da situação clínica, o ortodontista, baseado no plane-
jamento dos movimentos dentários intra-arco, usa a correta combinação de momentos
(rotações) e forças. Algumas vezes, a escolha da melhor geometria para a movimentação
dentária na unidade ativa pode provocar efeitos indesejáveis (colaterais) na unidade reati-
va. Para diminuir ou eliminar possíveis efeitos indesejáveis, o ortodontista deve aumentar
a ancoragem (usando, por exemplo, maior número de dentes, aparelhos extrabucais,
elásticos intrabucais, etc.) na unidade reativa.

Figura 9 – Diagrama das seis geometrias comumente descritas na literatura ortodôntica.


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Exemplos clínicos DE ALGUMAS DAS GEOMETRIAS (Figuras 10-12)

A B

C D
Figura 10 (A-D) – Sequência de utilização da Geometria III para fechamento de espaço através de mesialização de um dos molares maxi-
lares.

A B

C D

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E F
Figura 11 (A-F) – Classe II subdivisão direita sendo corrigida com aparelho extrabucal assimétrico e barra transpalatina (BTP). Em verde
está representado o sistema de força do aparelho extrabucal e momentos (devido à distância do tubo ao C_res dos molares); em amarelo
o sistema de força (Geometria IV) representando a ativação da BTP.

A B

C D
Figura 12 (A-D) – Duas aplicações clínicas da Geometria VI. Correção do giro dos molares maxilares (A e B) e verticalização do segundo
molar mandibular (C e D) com alça de verticalização (.017”x.025 TMA).
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CONCLUSÃO
Princípios biomecânicos explicam o mecanismo dos aparelhos ortodônticos e
são de fundamental importância no tratamento ortodôntico. A correta aplicação dos
conceitos biomecânicos pode ser muito benéfico em atingir um tratamento eficiente e
efetivo, ou seja, em um período de tempo menor com pouco ou nenhum efeito cola-
teral indesejável. O sucesso de um bom tratamento ortodôntico depende de um bom
diagnóstico, plano de tratamento e aplicação coerente e eficaz da mecânica. A excelên-
cia da ortodontia encontra-se na habilidade em identificar e corrigir pequenos detalhes
necessários para um sorriso e oclusão perfeitos com a eficiência do movimeto dentário.

Caso clínico (Figuras 13-15)

A C D
Figura 13 (A-D) – Fotografias da face e intrabucal iniciais. Linha média superior com 2 mm de desvio para a esquerda em relação a face
do paciente.

A B
Figura 14 (A-B) – Ativação do cantilever para correção da linha média.

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A C D
Figura 15 (A-D) – Fotografias da face e intrabucal finais.

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