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Tratamento
Após a deteção de escoliose pelo bending test, em fase precoce, a curva é radiografada e vigiada
periodicamente para se determinar a sua tendência evolutiva (ou capacidade de agravamento). As
curvas que se mantêm em valores próximos aos 20ᵒ não são sujeitas a qualquer outra medida.
Para as que tendem a ultrapassar esse valor, o tratamento consiste no uso de coletes especiais
(como o colete de Milwaukee e o de Lyon) destinados a impedir maior “colapso” escoliótico
durante o restante crescimento e estabilização cirúrgica da curva, por fusão óssea do segmento
vertebral afetado, o mais perto possível da fase terminal do crescimento. (Serra, 2001)
Figura - Colete Milwaukee (visão Figura - Colete Lyon (visão frontal (a)
frontal (a) e visão posterior (b)) e visão posterior (b))
Técnicas Cirúrgicas
Com a cirurgia, tenta-se manter uma coluna estável e equilibrada nos planos sagital e coronal,
preservar o máximo de segmentos móveis possíveis, melhorar os resultados a nível físico,
psicossocial, diminuir o risco de desenvolvimento de dor lombar no futuro. (Ferreira, 2015)
→ Risco de progressão
→ Maturidade óssea
→ Tipo de curva
→ Magnitude da curva
→ Aparência estética
→ Insucesso do tratamento conservador
As curvas >50 graus progridem mesmo após a maturação óssea; as de maior magnitude causam
perda da função pulmonar, podendo mesmo causar insuficiência respiratória em curvas severas;
quanto maior for a progressão, mais difícil se torna o seu tratamento cirúrgico. (Ferreira, 2015)
O primeiro objetivo, é obtido pela fusão óssea do segmento afetado, transformando as vértebras
envolvidas na deformidade num bloco ósseo indeformável. A fusão óssea é obtida por cruentagem
da superfície dorsal das vértebras e colocação de enxerto ósseo retirado dos ilíacos. Perante a
então relativa ineficácia dos métodos de correção da deformidade, baseados em gessos
complexos, o impedimento do agravamento da curva escoliótica era, nessa fase, quase o único
objetivo da cirurgia. Conforme as características e gravidade da deformidade, a cirurgia corretiva
das escolioses é hoje efetuada por via posterior ou por via anterior, por vezes associando as duas
abordagens. As correções que imprime são muito grandes, mas trata-se de um método cirúrgico
Rita Castro (10210313)
Beatriz Fernandes (10210482)
muito complexo e com indubitáveis graves riscos, entre eles a paraplegia irreversível. (Serra,
2001)
A partir dos anos 70, surgiram técnicas por via anterior baseadas na excisão dos discos
intervertebrais com osteossíntese e Artrodese intersomática (instrumentação de Dwyer e de
Zielke). Com elas, passou a obter-se correções até aí impossíveis em certas escolioses flexíveis
(paralíticas), lombares e toraco-lombares, e em escolioses torácicas graves, aí associada em dois
tempos à instrumentação posterior: primeiro, abordagem anterior com libertação dos discos
intervertebrais, depois instrumentação posterior. (Serra, 2001)
Complicações Cirúrgicas
ou compressão das raízes dos nervos pelo material implantado. Em mãos experientes, lesões da
medula espinal são raras. Para evitar esses riscos, deverá recorrer-se a neuromonitorização.
❖ Infeção recente (dentro de 12 semanas após a cirurgia). A ocorrência de infeção tem aqui
um maior risco devido à extensão da cirurgia e também ao recurso a transfusões
sanguíneas e uso de aloenxertos
❖ Infeções tardias (ocorrem ao fim de 20 semanas ou mais) geralmente são sintomáticas
após 2-3 anos, nesses casos, deve ser realizada nova intervenção cirúrgica com remoção
dos implantes. Caso a fusão esteja já sólida não é necessário aplicar mais medidas.
(Ferreira, 2015)
Tratamento conservador
No que concerna ao tratamento, uma das principais intervenloes conservadoras é o
método otótico. De acordo com Bradford, Lonsteins e Moe a órtese tem o objetivo inicial de
melhorar a deformidade, sendo capaz de evitar a progressão da curva por longos períodos de
tempo, geralmente até que o paciente atinja maturidade esquelética pu até que a fusão consolide.
(Petrini, 2015)
Schiller, Thakur e Eberson destacam que o colete de Milwaukee é prescrito para utilizar
tempo integral de atividades. No estudo desses autores, foram descritos outros tipos de coletes,
entre eles o de Charleston, Boston, Providence e Spinecor, e o estudo conclui é que quanto mais
novo for o paciente e, quanto mais inibida está a curva no colete, menor é a necessidade de
tratamento cirúrgico. (Petrini, 2015)
O mesmo autor afirma que, nas curvaturas maiores de 40º em jovens e curvaturas maiores
de 50º em adultos, é indicado o tratamento invasivo. Molina e Camargo salientam que o mesmo
tratamento fisioterapêutico é indicado para pacientes com curvaturas menores do que 35º e
esqueleticamente imaturos e que, para adolescentes com curvaturas entre 35º e 40º é indicado o
uso de órteses e coletes. (Petrini, 2015)
A eficácia do tratamento do colete para a escoliose continua a ser controversa por razões
da falta de consistência tanto dos critérios de inclusão dos sujeitos quanto da definição de
efetividade do aparelho. Para fazer a comparação entre estudos mais válidos e confiáveis, a
Sociedade de Pesquisa em Escoliose (SPE) tem critérios padronizados para estudos de colete em
pacientes com escoliose. Os critérios do SPE consistem em; idade é 10 anos ou mais velho quando
Rita Castro (10210313)
Beatriz Fernandes (10210482)
a cinta é prescrita, Risser 0-2, ângulos de curva primária 25-40°, sem tratamento prévio, e se
feminino, seja pré-menopausa ou menos de um ano pós-menopausa ou menos de um ano pós-
menopausa. Num estudo anteriormente realizado, 67,7% dos pacientes alcançaram progressão de
curva inferior a 6% na maturidade esquelética. Além disso, apenas 9,7% dos pacientes atingiram
o ângulo cobb de mais de 45%, o que significava indicação cirúrgica. (Kuroki, 2018)
Complicações
Existem potenciais complicações no tratamento com o colete. Eles consistem em dois
elementos principais, ou seja, alterações físicas pela compressão do corpo e distúrbios
psicológicos pelo aparecimento de um colete. O aparecimento de uma úlcera por pressão,
alteração de cor da pele e envolvimento do nervo cutâneo são efeitos colaterais comuns na maioria
dos pacientes durante o tratamento com colete. (Kuroki, 2018)
Vídeos
KEY POINTS:
Bibliografia
Ferreira, D. G. (2015). Escoliose Idiopática do Adolescente. p.
https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/4907/1/4034_7817.pdf.