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Beatriz Fernandes (10210482)

Mafalda Cardoso (10210805)


Rita Castro (10210313)

Escoliose
A escoliose é uma curvatura lateral anormal da coluna vertebral associada a uma rotação de uma
vértebra sobre a outra. Os tipos mais comuns de escoliose têm causa e patologia desconhecida –
escoliose idiopática. Acredita-se que há rotação axial inicial das vértebras, que altera a localização
das forças compressivas e distensivas aplicadas através das placas de crescimento vertebrais,
resultando em alterações na velocidade do crescimento ósseo e, finalmente, alterações na
curvatura vertebral. (Drake, Vogl, & Mitchell, 2021)

Tanto para a Escoliose Congénita (EC) quanto para a Escoliose Idiopática (EI), ainda não foi
possível detetar o tipo de herança genética ligada a cada uma delas, tendo em vista que a escoliose
é uma doença bastante complexa. No entanto, atualmente, diferentes fatores têm sido sugeridos
para a EI, como o desvio padrão do crescimento, alterações neuromusculares ou do tecido
conjuntivo, alterações da configuração sagital da coluna vertebral, crescimento assimétrico dos
membros e tronco e, ainda, a influência do meio ambiente. (Rocha, Vitorino, & Parente, 2014).

É possível considerar a EI como sendo de origem multifatorial, sendo influenciada por genes
responsáveis pela síntese de proteínas relevantes para a composição dos tecidos humanos, que por
sua vez, agem na sustentação da coluna vertebral. (Rocha, Vitorino, & Parente, 2014)

A teoria neuro-óssea dupla revela um desequilíbrio no desenvolvimento dos sistemas nervosos


autónomo e somático na coluna e tronco, exacerbado devido à produção elevada de hormonas de
crescimento em raparigas. Em jovens do sexo feminino, o hipotálamo desenvolve uma resistência
à leptina central limitando a energia usada no crescimento esquelético reservando-a para o
desenvolvimento reprodutivo. (Negrini, et al., 2018)

Epidemiologia

Em aproximadamente 20% dos casos, a escoliose é secundária a outro processo patológico. Os


80% restantes são casos de escoliose idiopática. A escoliose idiopática adolescente (AIS) com
ângulo acima de 10°, ocorre na população geral numa ampla faixa de prevalência de 0,93 a 12%.
Aproximadamente 10% desses casos diagnosticados necessitam de tratamento conservador e
aproximadamente 0,1 a 0,3% necessitam de correção cirúrgica da deformidade. A progressão da
AIS é muito mais frequente no sexo feminino.

Dependendo dos ângulos, a escoliose pode afetar mais um sexo do que outro. Segundo estudos
do ângulo 10 a 20°, a proporção de raparigas afetadas para rapazes é semelhante (1.3:1),
aumentando para 5.4:1 para ângulos entre 20° e 30° e 7:1 para valores angulares acima de 30°.

Se o ângulo de escoliose na conclusão do crescimento exceder um "limiar crítico" (a maioria dos


autores assumem que seja entre 30° e 50°), há maior risco de problemas de saúde na vida adulta,
diminuição da qualidade de vida, deformidade cosmética e incapacidade visível, dor e limitações
funcionais progressivas. (Negrini, et al., 2018)
Beatriz Fernandes (10210482)
Mafalda Cardoso (10210805)
Rita Castro (10210313)
Etiologia

As causas da escoliose estão a ser procuradas em desordens congénitas ou adquiridas, da estrutura


vertebral. Pacientes com este tipo de deformidade, geralmente sofrem de anormalidades
coexistentes como estrutura assimétrica do tronco cerebral, comprometimento sensorial e de
equilíbrio, distúrbios da plaqueta sanguínea e função de colagénio. O papel dos fatores genéticos
no desenvolvimento de distúrbios axiais da coluna vertebral também é enfatizado e é confirmado
pela tendência da escoliose de ocorrer nas famílias, com pesquisas que sugerem uma desordem
hereditária da estrutura e função do recetor de estrogénio. Inúmeros autores indicam que as causas
da escoliose são desordens sistémicas de, entre outros, síntese de mucopolysacarídeo e
lipoproteína.

Do ponto de vista genético, o distúrbio da estrutura e função do recetor de estrogénio pode ter um
papel significativo no surgimento da escoliose dada a sua importância nos fatores de crescimento.
Distúrbios na síntese de melatonina também foram postos em causa como uma possível origem
hormonal da escoliose. Atualmente acha-se que apenas será uma possível agravante há já
existência de escoliose.

De acordo com estudos mais recentes, a calmodulina pode perturbar a melatonina. A calmodulina
trata-se de uma proteína que possui recetores para iões de cálcio e, portanto, é capaz de influenciar
a capacidade de contração dos músculos esqueléticos, pode perturbar a melatonina. Também está
presente nas plaquetas sanguíneas (o seu nível em plaquetas é maior em pacientes com taxa de
progressão da escoliose). Atualmente, a melatonina é atribuída apenas a um papel limitado na
patogénese da escoliose. (Negrini, et al., 2018)
Beatriz Fernandes (10210482)
Mafalda Cardoso (10210805)
Rita Castro (10210313)
Bibliografia

Drake, R. L., Vogl, A. W., & Mitchell, A. W. (2021). Gray. Anatomia Clínica para Estudantes.
4ª edição. Editora Guanabara Koogan.
Negrini, S., Donzelli, S., Aulisa, A. G., Czaprowsk, D., Schreiber, S., Mauroy, J. C.,. Zaina, F.
(2018). 2016 SOSORT guidelines: orthopaedic and rehabilitation treatment of
idiopathic scoliosis during growth. https://doi.org/10.1186/s13013-017-0145-8.
Rocha, L. F., Vitorino, N., & Parente, D. (2014). Escoliose e suas bases genéticas. Scoliosis and
their genetic basis. . Revista Saúde em Foco 1.

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