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Meios Complementares de Diagnóstico na Escoliose

A Escoliose é uma patologia que se pode classificar como um desvio tridimensional do


eixo da coluna vertebral. Para confirmar e complementar o diagnóstico de escoliose, a
imagiologia da coluna vai desempenhar um papel importante. Sendo assim alguns dos
meios usados para complementar diagnóstico na escoliose são:

Radiografia

A radiografia é o considerado o método mais indicado para complementar o diagnóstico


de escoliose. Normalmente, a radiografia no utente é feita numa vista ântero-posterior
(AP) ou póstero-anterior (PA), com ou sem inclinação lateral e vistas laterais da
coluna vertebral inteira, na posição de pé. Idealmente, as cristas ilíacas também devem
ser incluídas para permitir a avaliação do estado de crescimento ósseo, assim como as
clavículas, de modo a avaliar também a postura do utente. (Trobisch, Suess, & Schwab,
2010)

A partir das imagens radiológicas é possível retirar 3 medidas importantes:

• Ângulo de Cobb: (A Gleiber, 2015)


o Ângulo que expressa a gravidade da Escoliose.
o Para encontrar este ângulo é necessário desenhar uma linha paralela à
placa terminal superior da vértebra superior mais inclinada e uma
linha paralela à placa terminal inferior da vértebra inferior mais
inclinada.
o Estas 2 vértebras chamam-se vértebras terminais e são as que vão
determinar o maior ângulo de Cobb.
o Um ângulo de Cobb superior a 10º é considerado patológico.
• Ângulo da Clavícula:
o Este ângulo é médido criando ângulo entre uma linha tangencial
conectando os dois pontos mais altos de cada clavícula e uma linha
horizontal de interseção.
o A medição deste ângulo pode ser útil para o planeamento no caso de uma
cirurgia, para o alcançar de resultados mais satisfatórios.
• Equilíbrio sagital da coluna: (A Gleiber, 2015)
o O equilíbrio sagital é a distância entre o centro do corpo vertebral C7 e
o aspeto póstero-superior do corpo vertebral S1 na vista sagital.
o Esta medida é importante, pois o desiquilíbrio sagital da coluna foi
identificado como uma causa de dor nas costas de utentes com
deformidade na coluna.
o Sendo assim, a correção deste desiquilíbrio deve ser vista como um dos
objetivos no tratamento de Escoliose.

Figura 1 – a) Cobb; b) Ângulo da Clavícula; c) Equilíbrio Sagital


Ressonância Magnética

Normalmente, a ressonância magnética não é o método utilizado na confirmação do


diagnóstico de Escoliose. Apesar disso, pode útil na deteção de deformidades
neurológicas associadas, como a siringomielia (cisto que se expande na medula espinal
que pode provocar lesões nervosas) e pode fornecer evidências de tumores ósseos ou
lesões intraespinhais, caso estes existam. (A Gleiber, M., 2015)

Figura 2- Ressonância Magnética que encontra siringomielia na medula espinal


Referências Bibliográficas:

A Gleiber, M. (2015). Adolescent Idiopathic Scoliosis: An in-Depth Analysis and


Historical Review. MOJ Orthopedics & Rheumatology, 3(4).
https://doi.org/10.15406/mojor.2015.03.00105

Kusumi, K., & Dunwoodie, S. L. (2010). The Genetics and development of scoliosis. In
the Genetics and Development of Scoliosis. Springer New York.
https://doi.org/10.1007/978-1-4419-1406-4

Parker, J. N., Parker, P. M., & Icon Group International, Inc. (2004). Scoliosis : a
medical dictionary, bibliography, and annotated research guide to internet resources.
ICON Health Publications.

Trobisch, P., Suess, O., & Schwab, F. (2010). Idiopathic Scoliosis. Deutsches Arzteblatt,
107(49), 875–884. https://doi.org/10.3238/arztebl.2010.0875

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