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ÍNDICE

SANEP-RS
SERVIÇO AUTÔNOMO DE SANEAMENTO DE PELOTAS
DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Comum aos Cargos de Nível Médio:


ESCREVENTE, TÉCNICO DA CONSTRUÇÃO CIVIL, TÉCNICO EM CONTABILIDA-
DE, TÉCNICO EM ELETROMECÂNICA, TÉCNICO EM ENFERMAGEM, TÉCNICO EM
QUÍMICA, TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO E TÉCNICO AMBIENTAL.

SL-006MR-20
EDITAL Nº 01/2020
ÍNDICE

Língua Portuguesa
Leitura E Compreensão De Textos: Assunto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Estruturação Do Texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Ideias Principais E Secundárias. Relação Entre As Ideias. Efeitos De Sentido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
Figuras De Linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
Recursos De Argumentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Informações Implícitas: Pressupostos E Subentendidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Coesão E Coerência Textuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Léxico: Significação De Palavras E Expressões No Texto. Substituição De Palavras E De Expressões No Texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Estrutura E Formação De Palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Aspectos Linguísticos: Relações Morfossintáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Ortografia: Emprego De Letras E Acentuação Gráfica No Sistema Oficial Vigente (Novo Acordo Ortográfico) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Relações Entre Fonemas E Grafias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Flexões E Emprego De Classes Gramaticais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Vozes Verbais E Suas Conversões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Concordância Nominal E Verbal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Regência Nominal E Verbal (Inclusive Emprego Do Acento Indicativo De Crase) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Coordenação E Subordinação: Emprego Das Conjunções, Das Locuções Conjuntivas E Dos Pronomes Relativos . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

Legislação
Lei Orgânica Do Município E Alterações (Artigos 03 A 46 E 250 A 273) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
Regime Jurídico Dos Servidores Municipais E Alterações (Todos Os Artigos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
DICA

Como passar em um concurso público?

Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esse artigo com algumas dicas que irá fazer toda diferença na sua preparação.
Então mãos à obra!

Separamos algumas dicas para lhe ajudar a passar em concurso público!

- Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo, a aprovação no concurso. Você vai
ter que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
- Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção em um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando
você tenta focar em vários certames, devido as matérias das diversas áreas serem diferentes. Desta forma, é importante que você
defina uma área se especializando nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
- Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito, de-
terminado um local, os horários e dias específicos para estar estudando cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo
não pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
- Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis, preci-
sa de dedicação. É praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter
uma planilha contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
- Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o
assunto estudado, é fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, caso o mesmo ainda não esteja publica-
do, busque editais de concursos anteriores. Busque refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
- Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado.
Esses materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo muito exercícios. Quando
mais exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
- Cuide de sua preparação: Não é só os estudos que é importante na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público!

O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes so-
bre o mesmo, conversando com pessoas que já foram aprovadas absorvendo as dicas e experiências, analisando a banca examinadora
do certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, será ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estu-
dados até o dia da realização da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora próximo ao dia da prova.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar?! Uma dica, comece pela Língua Portuguesa, é a matéria com maior requisi-
ção nos concursos, a base para uma boa interpretação, no qual abrange todas as outras matérias.
DICA

Vida Social!

Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado, verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Ner-
voso Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.

Motivação!

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e as vezes bate aquele
desânimo com vários fatores ao nosso redor. Porém a maior garra será focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
É absolutamente normal caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir
conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir mo-
tivação:
- Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
- Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
- Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
- Escreve o porque que você deseja ser aprovado no concurso, quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para
seguir focado, tornando o processo mais prazeroso;
- Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irá aparecer.
- Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta,
felizes com seu sucesso.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua
dedicação e motivação para estar realizando o seu grande sonho, de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu
potencial.
A Solução tem ajudado há mais de 35 anos quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas
chances de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br
LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura E Compreensão De Textos: Assunto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01


Estruturação Do Texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Ideias Principais E Secundárias. Relação Entre As Ideias. Efeitos De Sentido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
Figuras De Linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
Recursos De Argumentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Informações Implícitas: Pressupostos E Subentendidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Coesão E Coerência Textuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Léxico: Significação De Palavras E Expressões No Texto. Substituição De Palavras E De Expressões No Texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Estrutura E Formação De Palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Aspectos Linguísticos: Relações Morfossintáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Ortografia: Emprego De Letras E Acentuação Gráfica No Sistema Oficial Vigente (Novo Acordo Ortográfico) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Relações Entre Fonemas E Grafias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Flexões E Emprego De Classes Gramaticais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Vozes Verbais E Suas Conversões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Concordância Nominal E Verbal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Regência Nominal E Verbal (Inclusive Emprego Do Acento Indicativo De Crase) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Coordenação E Subordinação: Emprego Das Conjunções, Das Locuções Conjuntivas E Dos Pronomes Relativos . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
LÍNGUA PORTUGUESA

A interpretação do texto é o que podemos concluir sobre


LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTOS: ASSUNTO. ele, depois de estabelecer conexões entre o que está escrito e
a realidade. São as conclusões que podemos tirar com base nas
LEITURA, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ideias do autor. Essa análise ocorre de modo subjetivo, e são
relacionadas com a dedução do leitor.
Leitura A interpretação de texto é o elemento-chave para o resul-
tado acadêmico, eficiência na solução de exercícios e mesmo na
A leitura é prática de interação social de linguagem. A leitu- compreensão de situações do dia-a-dia.
ra, como prática social, exige um leitor crítico que seja capaz de Além de uma leitura mais atenta e conhecimento prévio
mobilizar seus conhecimentos prévios, quer linguísticos e tex- sobre o assunto, o elemento de fundamental importância para
tuais, quer de mundo, para preencher os vazios do texto, cons- interpretar e compreender corretamente um texto é ter o domí-
truindo novos significados. Esse leitor parte do já sabido/conhe- nio da língua.
cido, mas, superando esse limite, incorpora, de forma reflexiva, E mesmo dominando a língua é muito importante ter um
novos significados a seu universo de conhecimento para melhor dicionário por perto. Isso porque ninguém conhece o significado
entender a realidade em que vive. de todas as palavras e é muito difícil interpretar um texto desco-
nhecendo certos termos.
Compreensão
Dicas para uma boa interpretação de texto:
A compreensão de um texto é a análise e decodificação do
que está realmente escrito nele, das frases e ideias ali presentes. - Leia todo o texto pausadamente
A compreensão de texto significa decodificá-lo para entender o - Releia o texto e marque todas as palavras que não sabe o
que foi dito. É a análise objetiva e a assimilação das palavras e significado
ideias presentes no texto. - Veja o significado de cada uma delas no dicionário e anote
Para ler e entender um texto é necessário obter dois níveis - Separe os parágrafos do texto e releia um a um fazendo o
de leitura: informativa e de reconhecimento. seu resumo
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias sele- - Elabore uma pergunta para cada parágrafo e responda
tas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela ideia - Questione a forma usada para escrever
central, argumentação/desenvolvimento e a conclusão do texto. - Faça um novo texto com as suas palavras, mas siga as
Quando se diz que uma pessoa tem a compreensão de algo, ideias do autor.
significa que é dotada do perfeito domínio intelectual sobre o
assunto. Lembre-se que para saber compreender e interpretar mui-
Para que haja a compreensão de algo, como um texto, por to bem qualquer tipo de texto, é essencial que se leia muito.
exemplo, é necessária a sua interpretação. Para isso, o indivíduo Quanto mais se lê, mais facilidade de interpretar se tem. E isso é
deve ser capaz de desvendar o significado das construções tex- fundamental em qualquer coisa que se faça, desde um concur-
tuais, com o intuito de compreender o sentido do contexto de so, vestibular, até a leitura de um anúncio na rua.
uma frase. Resumindo:
Assim, quando não há uma correta interpretação da mensa-
gem, consequentemente não há a correta compreensão da mesma. Compreensão Interpretação
O que é É a análise do que está É o que podemos
Interpretação escrito no texto, a com- concluir sobre o que
preensão das frases e está escrito no texto. É
Interpretar é a ação ou efeito que estabelece uma relação ideias presentes. o modo como interpret-
de percepção da mensagem que se quer transmitir, seja ela si- amos o conteúdo.
multânea ou consecutiva, entre duas pessoas ou entidades.
A importância dada às questões de interpretação de textos Informação A informação está A informação está fora
deve-se ao caráter interdisciplinar, o que equivale dizer que a presente no texto. do texto, mas tem con-
competência de ler texto interfere decididamente no aprendiza- exão com ele.
do em geral, já que boa parte do conhecimento mais importante Análise Trabalha com a objetiv- Trabalha com a sub-
nos chega por meio da linguagem escrita. A maior herança que idadem, com as frases jetividade, com o que
a escola pode legar aos seus alunos é a competência de ler com e palavras que estão você entendeu sobre o
autonomia, isto é, de extrair de um texto os seus significados. escritas no texto. texto.
Num texto, cada uma das partes está combinada com as
outras, criando um todo que não é mero resultado da soma das
partes, mas da sua articulação. Assim, a apreensão do signifi-
cado global resulta de várias leituras acompanhadas de várias
hipóteses interpretativas, levantadas a partir da compreensão
de dados e informações inscritos no texto lido e do nosso conhe-
cimento do mundo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

QUESTÕES Após a leitura atenta do texto, analise as afirmações feitas:


I. O jornalista Jonas Valente está fazendo um elogio à visão
01. SP Parcerias - Analista Técnic - 2018 - FCC equilibrada e vanguardista da Comissão Parlamentar que legisla
sobre crimes cibernéticos na Câmara dos Deputados.
Uma compreensão da História II. O Marco Civil da Internet é considerado um avanço em
todos os sentidos, e a referida Comissão Parlamentar está que-
Eu entendo a História num sentido sincrônico, isto é, em rendo cercear o direito à plena execução deste marco.
que tudo acontece simultaneamente. Por conseguinte, o que III. Há o temor que o acesso a filmes, séries, informações em
procura o romancista - ao menos é o que eu tento fazer - é es- geral e o livre modo de se expressar venham a sofrer censura com
boçar um sentido para todo esse caos de fatos gravados na tela a nova lei que pode ser aprovada na Câmara dos Deputados.
do tempo. Sei que esses fatos se deram em tempos distintos, IV. A navegação na internet, como algo controlado, na visão
mas procuro encontrar um fio comum entre eles. Não se trata do jornalista, está longe de se concretizar através das leis a se-
de escapar do presente. Para mim, tudo o que aconteceu está a rem votadas no Congresso Nacional.
acontecer. E isto não é novo, já o afirmava o pensador italiano V. Combater os crimes da internet com a censura, para o jor-
Benedetto Croce, ao escrever: “Toda a História é História con- nalista, está longe de ser uma estratégia correta, sendo mesmo
temporânea”. Se tivesse que escolher um sinal que marcasse perversa e manipuladora.
meu norte de vida, seria essa frase de Croce.
(SARAMAGO, José. As palavras de Saramago. São Paulo: Assinale a opção que contém todas as alternativas corretas.
Companhia das Letras, 2010, p. 256) A) I, II, III.
B) II, III, IV.
José Saramago entende que sua função como romancista é C) II, III, V.
A) estudar e imaginar a História em seus movimentos sin- D) II, IV, V.
crônicos predominantes.
B) ignorar a distinção entre os tempos históricos para man- 03. Pref. de São Gonçalo – RJ – Analista de Contabilidade –
tê-los vivos em seu passado. 2017 - BIO-RIO
C) buscar traçar uma linha contínua de sentido entre fatos
dispersos em tempos distintos. Édipo-rei
D) fazer predominar o sentido do tempo em que se vive so-
bre o tempo em que se viveu. Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está ajoe-
E) expressar as diferenças entre os tempos históricos de lhado nos degraus da entrada. Cada um tem na mão um ramo de
modo a valorizá-las em si mesmas. oliveira. De pé, no meio delas, está o sacerdote de Zeus.
(Edipo-Rei, Sófocles, RS: L&PM, 2013)
02. Pref. de Chapecó – SC – Engenheiro de Trânsito – 2016
- IOBV O texto é a parte introdutória de uma das maiores peças
trágicas do teatro grego e exemplifica o modo descritivo de or-
Por Jonas Valente*, especial para este blog. ganização discursiva. O elemento abaixo que NÃO está presente
nessa descrição é:
A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Crimes Ciberné- A) a localização da cena descrita.
ticos da Câmara dos Deputados divulgou seu relatório final. Nele, B) a identificação dos personagens presentes.
apresenta proposta de diversos projetos de lei com a justificativa C) a distribuição espacial dos personagens.
de combater delitos na rede. Mas o conteúdo dessas proposições D) o processo descritivo das partes para o todo.
é explosivo e pode mudar a Internet como a conhecemos hoje no E) a descrição de base visual.
Brasil, criando um ambiente de censura na web, ampliando a re- 04. MPE-RJ – Analista do Ministério Público - Processual –
pressão ao acesso a filmes, séries e outros conteúdos não oficiais, 2016 - FGV
retirando direitos dos internautas e transformando redes sociais e
outros aplicativos em máquinas de vigilância. Problemas Sociais Urbanos
Não é de hoje que o discurso da segurança na Internet é Brasil escola
usado para tentar atacar o caráter livre, plural e diverso da In-
ternet. Como há dificuldades de se apurar crimes na rede, as Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a
soluções buscam criminalizar o máximo possível e transformar a questão da segregação urbana, fruto da concentração de renda
navegação em algo controlado, violando o princípio da presun- no espaço das cidades e da falta de planejamento público que
ção da inocência previsto na Constituição Federal. No caso dos vise à promoção de políticas de controle ao crescimento desor-
crimes contra a honra, a solução adotada pode ter um impacto denado das cidades. A especulação imobiliária favorece o enca-
trágico para o debate democrático nas redes sociais – atualmen- recimento dos locais mais próximos dos grandes centros, tor-
te tão importante quanto aquele realizado nas ruas e outros lo- nando-os inacessíveis à grande massa populacional. Além disso,
cais da vida off line. Além disso, as propostas mutilam o Marco à medida que as cidades crescem, áreas que antes eram baratas
Civil da Internet, lei aprovada depois de amplo debate na socie- e de fácil acesso tornam-se mais caras, o que contribui para que
dade e que é referência internacional. a grande maioria da população pobre busque por moradias em
(*BLOG DO SAKAMOTO, L. 04/04/2016) regiões ainda mais distantes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais é possível, adquirindo lentes que custam centavos, transformar
de residência com os centros comerciais e os locais onde traba- o smartphone num supermicroscópio que permite fazer diag-
lham, uma vez que a esmagadora maioria dos habitantes que so- nósticos ainda mais sofisticados.
frem com esse processo são trabalhadores com baixos salários. Tudo isso aliado à democratização do conhecimento, diz To-
Incluem-se a isso as precárias condições de transporte público e pol, fará com que as pessoas administrem mais sua própria saú-
a péssima infraestrutura dessas zonas segregadas, que às vezes de, recorrendo ao médico em menor número de ocasiões e de
não contam com saneamento básico ou asfalto e apresentam preferência por via eletrônica. É o momento, assegura o autor,
elevados índices de violência. de ampliar a autonomia do paciente e abandonar o paternalis-
A especulação imobiliária também acentua um problema mo que desde Hipócrates assombra a medicina.
cada vez maior no espaço das grandes, médias e até pequenas Concordando com as linhas gerais do pensamento de Topol,
cidades: a questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por mas acho que, como todo entusiasta da tecnologia, ele prova-
dois principais motivos: 1) falta de poder aquisitivo da popula- velmente exagera. Acho improvável, por exemplo, que os hos-
ção que possui terrenos, mas que não possui condições de cons- pitais caminhem para uma rápida extinção. Dando algum des-
truir neles e 2) a espera pela valorização dos lotes para que es- conto para as previsões, “The Patient...” é uma excelente leitura
ses se tornem mais caros para uma venda posterior. Esses lotes para os interessados nas transformações da medicina.
vagos geralmente apresentam problemas como o acúmulo de Folha de São Paulo online – Coluna Hélio Schwartsman –
lixo, mato alto, e acabam tornando-se focos de doenças, como 17/01/2016.
a dengue.
PENA, Rodolfo F. Alves. “Problemas socioambientais urba- Segundo o autor citado no texto, o futuro da medicina:
nos”; Brasil Escola. Disponível em http://brasilescola.uol.com. A) encontra-se ameaçado pela alta tecnologia;
br/brasil/problemas-ambientais-sociais-decorrentes-urbaniza- B) deverá contar com o apoio positivo da tecnologia;
ção.htm. Acesso em 14 de abril de 2016. C) levará à extinção da profissão de médico;
D) independerá completamente dos médicos;
A estruturação do texto é feita do seguinte modo: E) estará limitado aos meios eletrônicos.
A) uma introdução definidora dos problemas sociais urba-
RESPOSTAS
nos e um desenvolvimento com destaque de alguns problemas;
B) uma abordagem direta dos problemas com seleção e ex-
plicação de um deles, visto como o mais importante; 01 C
C) uma apresentação de caráter histórico seguida da explici- 02 C
tação de alguns problemas ligados às grandes cidades;
D) uma referência imediata a um dos problemas sociais ur- 03 D
banos, sua explicitação, seguida da citação de um segundo pro- 04 B
blema; 05 B
E) um destaque de um dos problemas urbanos, seguido de
sua explicação histórica, motivo de crítica às atuais autoridades.

05. MPE-RJ – Técnico do Ministério Público - Administrativa ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO.


– 2016 - FGV
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS
O futuro da medicina
São três os elementos essenciais para a composição de um
O avanço da tecnologia afetou as bases de boa parte das texto: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos
profissões. As vítimas se contam às dezenas e incluem músicos, estudar cada uma de forma isolada a seguir:
jornalistas, carteiros etc. Um ofício relativamente poupado até
aqui é o de médico. Até aqui. A crer no médico e “geek” Eric To- Introdução
pol, autor de “The Patient Will See You Now” (o paciente vai vê-
-lo agora), está no forno uma revolução da qual os médicos não É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto.
escaparão, mas que terá impactos positivos para os pacientes. A introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial.
Para Topol, o futuro está nos smartphones. O autor nos
coloca a par de incríveis tecnologias, já disponíveis ou muito Desenvolvimento
próximas disso, que terão grande impacto sobre a medicina. Já
é possível, por exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto.
imagens a um algoritmo que as analisa e diz com mais precisão O desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução
do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode e a conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e
ser um câncer, o que exige medidas adicionais. posicionamento do autor vão sendo formados e desenvolvidos
Está para chegar ao mercado um apetrecho que transforma com a finalidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão.
o celular num verdadeiro laboratório de análises clínicas, reali- Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e
zando mais de 50 exames a uma fração do custo atual. Também aptas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão.

3
LÍNGUA PORTUGUESA

São três principais erros que podem ser cometidos na ela- cidadão? Como processar um Congresso que se comporta de
boração do desenvolvimento: maneira vil, ao manter como deputado, em voto secreto, o pre-
- Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial. sidiário Natan Donadon, condenado a 13 anos por roubo de di-
- Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos ou- nheiro público?
tros. Se posso ser multada (e devo ser) caso jogue no chão um
- Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá- papel de bala, por que não posso multar o prefeito quando a
-las, dificultando a linha de compreensão do leitor. cidade não funciona? E por que não posso multar o governador,
se o serviço público me provoca sentimentos de fúria e impotên-
Conclusão cia? Como punir o vandalismo moral do Estado? Ah, pelo voto.
Não, não é suficiente. Deveríamos dispor de instrumentos legais
Ponto final de todas as argumentações discorridas no de- para processar quem abusa do poder contra os eleitores – e esse
senvolvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questio- abuso transcende partidos e ideologias. […] (
namentos levantados pelo autor. Texto retirado do artigo de Ruth Aquino. Revista Época,
Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como: 02/09/2103.)
“Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.
O texto apresenta como ideia central:
Parágrafo A) inúmeros questionamentos e dúvidas que demonstram a
falta de informação da autora sobre o modo de punir o serviço
Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à mar- público de má qualidade.
gem esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo B) questionamentos retóricos que refletem a indignação
deve conter introdução, desenvolvimento e conclusão. da autora diante dos desmandos de políticos e de instituições
- Introdução – apresentação da ideia principal, feita de ma- públicas contra os cidadãos que não têm como punir os que de-
neira sintética de acordo com os objetivos do autor. viam representá-los.
- Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdu- C) a ideia de que o cidadão que não é vândalo tem que ser
ção), atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar bem tratado pelos políticos e pelos servidores públicos.
credibilidade na discussão. D) a discussão de que é pelo voto que podemos punir os
- Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressu- políticos e seus partidos pelo desrespeito imposto aos cidadãos.
postos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los. E) a ideia de que abusos contra os cidadãos que não são
eleitores ocorrem todos os dias e devem ser punidos.
Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdu- 02. TRE SP - Analista Judiciário – 2017 – FCC
ção, desenvolvimento e conclusão):
A amizade é um exercício de limites afetivos em permanen-
“Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha. te desejo de expansaõ
Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado
perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas Amizade
psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados
não terão estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, A amizade é um exercício de limites afetivos em permanen-
viveremos o caos. ” te desejo de expansão. Por mais completa que pareça ser uma
(Alberto Corazza, Isto É, com adaptações) relação de amizade, ela vive também do que lhe falta e da espe-
rança de que um dia nada venha a faltar. Com o tempo, apren-
Elemento relacionador: Nesse contexto. demos a esperar menos e a nos satisfazer com a finitude dos
Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha. sentimentos nossos e alheios, embora no fundo de nós ainda
Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação esperemos a súbita novidade que o amigo saberá revelar. Sendo
do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda um exercício bem-sucedido de tolerância e paciência – ampla-
exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de re- mente recompensadas, diga-se – a amizade é também a ansie-
cuperação de viciados não terão estrutura suficiente para aten- dade e a expectativa de descobrirmos em nós, por intermédio
der à demanda. do amigo, uma dimensão desconhecida do nosso ser.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos. Há quem julgue que cabe ao amigo reconhecer e estimular
nossas melhores qualidades. Mas por que não esperar que o valor
QUESTÕES maior da amizade está em ser ela um necessário e fiel espelho de
nossos defeitos? Não é preciso contar com o amigo para conhe-
01. IFCE – Administrador - 2014 cermos melhor nossas mais agudas imperfeições? Não cabe ao
amigo a sinceridade de quem aponta nossa falha, pela esperança
Como processar quem não nos representa? de que venhamos a corrigi-la? Se o nosso adversário aponta nos-
sas faltas no tom destrutivo de uma acusação, o amigo as identifi-
Não somos vândalos. E deveríamos ganhar flores. Cidadãos ca com lealdade, para que nos compreendamos melhor.
que respeitam as regras são diariamente maltratados por ser- Quando um amigo verdadeiro, por contingência da vida ou
viços públicos ineficientes. Como processar o prefeito e o go- imposição da morte, é afastado de nós, ficam dele, em nossa
vernador se nossos impostos não se traduzem no respeito ao consciência, seus valores, seus juízos, suas percepções. Pergun-

4
LÍNGUA PORTUGUESA

tas como “O que diria ele sobre isso?” ou “O que faria ele com sa. Em casos assim, falar ao outro é o mesmo que falar sozinho,
isso?” passam a nos ocorrer: são perspectivas dele que se fixa- diante de um espelho complacente, que refletirá sempre a ar-
ram e continuam a agir como um parâmetro vivo e importante. rogância da nossa vaidade.
As marcas da amizade não desaparecem com a ausência do ami- (COSTA, Teobaldo, inédito)
go, nem se enfraquecem como memórias pálidas: continuam a
ser referências para o que fazemos e pensamos. Atente para as seguintes afirmações:
(CALÓGERAS, Bruno, inédito)Considere as seguintes afir-
mações: I. No primeiro parágrafo, expõe-se a condição mínima para
a ocorrência de uma discussão, sem que se mencione a ação de
I. No primeiro parágrafo, há a sugestão de que a tolerância e um entrave inicial que possa dificultá-la.
a paciência, qualidades positivas mas dispensáveis entre amigos II. No segundo parágrafo, aponta-se, como elemento fre-
verdadeiros, dão lugar à recompensa da incondicionalidade do quente em algumas discussões, a intolerância, que não me deixa
afeto. reconhecer os argumentos da pessoa a quem já julguei.
II. No segundo parágrafo, expressa-se a convicção de que o III. No terceiro parágrafo, estabelece-se uma conexão entre
amigo verdadeiro não apenas releva nossos defeitos como tam- diferentes culturas e diferentes formas de discussão, concluin-
bém é capaz de convertê-los em qualidades nossas. do-se que um acordo é mais fácil nas contendas mais acaloradas.
III. No terceiro parágrafo, considera-se que da ausência oca-
sional ou definitiva do amigo não resulta que seus valores e seus Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
pontos de vista deixem de atuar dentro de nossa consciência. A) I, II e III.
B) I e II, apenas.
Em relação ao texto está correto o que se afirma em: C) II e III, apenas.
A) I, II e III. D) I e III, apenas.
B) I e II, apenas. E) II, apenas.
C) II e III, apenas.
D) I e III, apenas.
04. Polícia Civil - AP - Oficial de Polícia Civil – 2017 – FCC
E) III, apenas.
Ações e limites
03. TRE SP - Analista Judiciário – 2017 – FCC
Quem nunca ouviu a frase “Conte até dez antes de agir”?
Discussão – o que é isso?
Não é comum que se respeite esse conselho, somos tentados a
dar livre vasão aos nossos impulsos, mas a recomendação tem
A palavra discussão tem sentido bastante controverso:
sua utilidade: dez segundos são um tempo precioso, podem ser
tanto pode indicar a hostilidade de um confronto insanável (“a
discussão entre vizinhos acabou na delegacia”) como a opera- a diferença entre o ato irracional e a prudência, entre o abismo
ção necessária para se esclarecer um assunto ou chegar a um e a ponte para um outro lado. Entre as pessoas, como entre os
acordo (“discutiram, discutiram e acabaram concordando”). grupos ou grandes comunidades, pode ser necessário abrir esse
Mas o que toda discussão supõe, sempre, é a presença de um momento de reflexão e diplomacia, que antecede e costuma
outro diante de nós, para quem somos o outro. A dificuldade evitar os desastres irreparáveis.
geral está nesse reconhecimento a um tempo simples e difícil: Tudo está em reconhecer os limites, os nossos e os alheios.
o outro existe, e pode estar certo, sua posição pode ser mais Desse reconhecimento difícil depende nossa humanidade. Dar a
justa do que a minha. si mesmo e ao outro um tempo mínimo de consideração e aná-
Entre dois antagonistas há as palavras e, com elas, os ar- lise, antes de irromper em fúria sem volta, é parte do esforço
gumentos. Uma discussão proveitosa deverá ocorrer entre os civilizatório que combate a barbárie. A racionalidade aceita e
argumentos, não entre as pessoas dos contendores. Se eu trago convocada para moderar o tumulto passional dificilmente traz
para uma discussão meu juízo já estabelecido sobre o caráter, a algum arrependimento. Cansamo-nos de ouvir: “Eu não sabia o
índole, a personalidade do meu interlocutor, a discussão apenas que estava fazendo naquela hora”. Pois os dez segundos existem
servirá para a exposição desses valores já incorporados em mim: exatamente para nos dar a oportunidade de saber.
quero destruir a pessoa, não quero avaliar seu pensamento. O Direito distingue, é verdade, o crime praticado sob “vio-
Nesses casos, a discussão é inútil, porque já desistiu de qualquer lenta emoção” daquele “friamente premeditado”. Há, sim, ate-
racionalização nuantes para quem age criminosamente sob o impulso do ódio.
As formas de discussão têm muito a ver, não há dúvida, Mas melhor seria se não houvesse crime algum, porque alguém
com a cultura de um povo. Numa sociedade em que as emo- se convenceu da importância de contar até dez.
ções mais fortes têm livre curso, a discussão pode adotar com (Décio de Arruda Tolentino, inédito)
naturalidade uma veemência que em sociedades mais “frias”
não teria lugar. Estão na cultura de cada povo os ingredientes Considere estas orações:
básicos que temperam uma discussão. Seja como for, sem o Os impulsos instintivos são brutais.
compromisso com o exame atento das razões do outro, já não A irracionalidade marca os impulsos instintivos.
haverá o que discutir: estaremos simplesmente fincando pé na Precisamos dominar nossos impulsos instintivos.
necessidade de proclamar a verdade absoluta, que seria a nos-

5
LÍNGUA PORTUGUESA

As orações acima estão articuladas, de modo claro, coeren- RESPOSTAS


te e correto, no seguinte período:
A) Dado que os instintos sejam brutais, em razão de sua irra- 01 B
cionalidade, sendo necessário que nos urge dominá-los.
B) Os brutais impulsos instintivos caracterizam-se pela irra- 02 E
cionalidade, motivo pelo qual se impõe que os dominemos. 03 E
C) Urge que venhamos a dominar aos nossos impulsos ins-
04 B
tintivos, conquanto marcam nossa brutalidade.
D) O domínio dos impulsos instintivos mais brutais precisam 05 D
de se impor diante de sua irracionalidade.
E) Sendo brutais, os impulsos instintivos cuja a marca é a
irracionalidade, impõe-se que sejam dominados.
IDEIAS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS. RELAÇÃO ENTRE
05. Polícia Civil - AP - Oficial de Polícia Civil – 2017 – FCC AS IDEIAS. EFEITOS DE SENTIDO.

Ações e limites
Identificando o tema de um texto
Quem nunca ouviu a frase “Conte até dez antes de agir”?
Não é comum que se respeite esse conselho, somos tentados a O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa
dar livre vasão aos nossos impulsos, mas a recomendação tem ideia principal que o texto será desenvolvido. Para que você
sua utilidade: dez segundos são um tempo precioso, podem ser consiga identificar o tema de um texto, é necessário relacionar
a diferença entre o ato irracional e a prudência, entre o abismo as diferentes informações de forma a construir o seu sentido
e a ponte para um outro lado. Entre as pessoas, como entre os global, ou seja, você precisa relacionar as múltiplas partes que
grupos ou grandes comunidades, pode ser necessário abrir esse compõem um todo significativo, que é o texto.
momento de reflexão e diplomacia, que antecede e costuma Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a
evitar os desastres irreparáveis. ler um texto por sentir-se atraído pela temática resumida no
Tudo está em reconhecer os limites, os nossos e os alheios. título. Pois o título cumpre uma função importante: antecipar
Desse reconhecimento difícil depende nossa humanidade. Dar a informações sobre o assunto que será tratado no texto.
si mesmo e ao outro um tempo mínimo de consideração e aná- Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura
lise, antes de irromper em fúria sem volta, é parte do esforço porque achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-
civilizatório que combate a barbárie. A racionalidade aceita e se atraído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo.
convocada para moderar o tumulto passional dificilmente traz É muito comum as pessoas se interessarem por temáticas
algum arrependimento. Cansamo-nos de ouvir: “Eu não sabia o diferentes, dependendo do sexo, da idade, escolaridade,
que estava fazendo naquela hora”. Pois os dez segundos existem profissão, preferências pessoais e experiência de mundo, entre
exatamente para nos dar a oportunidade de saber. outros fatores.
O Direito distingue, é verdade, o crime praticado sob “vio- Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro,
lenta emoção” daquele “friamente premeditado”. Há, sim, ate- sexualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda,
nuantes para quem age criminosamente sob o impulso do ódio. cuidados com o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são
Mas melhor seria se não houvesse crime algum, porque alguém praticamente infinitas e saber reconhecer o tema de um texto é
se convenceu da importância de contar até dez. condição essencial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então,
(Décio de Arruda Tolentino, inédito) começar nossos estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
A recomendação de se distinguir entre o ato irracional e a bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um
prudência, no primeiro parágrafo, é retomada nesta outra for- texto: reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
mulação do texto:
A) Não é comum que se respeite esse conselho (1º CACHORROS
parágrafo).
B) Tudo está em reconhecer os limites, os nossos e os Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
alheios (2º parágrafo). espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
C) é parte do esforço civilizatório que combate a barbárie seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa
(2º parágrafo). amizade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
D) consideração e análise, antes de irromper em fúria sem precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
volta (2ºparágrafo). se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
E) atenuantes para quem age criminosamente sob o impul- comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
so do ódio (3º parágrafo). podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.

6
LÍNGUA PORTUGUESA

Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o “Sejamos simples e calmos
possível assunto abordado no texto. Embora você imagine que Como os regatos e as árvores”
o texto vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o Fernando Pessoa
que ele falaria sobre cães. Repare que temos várias informações
ao longo do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos Metonímia: consiste em empregar um termo no lugar de
cães, a associação entre eles e os seres humanos, a disseminação outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de
dos cães pelo mundo, as vantagens da convivência entre cães e sentido. Observe os exemplos abaixo:
homens.
- autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Macha-
As informações que se relacionam com o tema chamamos do de Assis. (Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.)
de subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações
se integram, ou seja, todas elas caminham no sentido de - efeito pela causa e vice-versa. Exemplo: Vivo do meu tra-
estabelecer uma unidade de sentido. Portanto, pense: sobre balho. (o trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado).
o que exatamente esse texto fala? Qual seu assunto, qual seu
tema? Certamente você chegou à conclusão de que o texto - continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa
fala sobre a relação entre homens e cães. Se foi isso que você de bombons. (a palavra caixa, que designa o continente ou aqui-
pensou, parabéns! Isso significa que você foi capaz de identificar lo que contém, está sendo usada no lugar da palavra bombons).
o tema do texto!
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e- - abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A gravidez
ideias-secundarias/ deve ser tranquila. (o abstrato gravidez está no lugar do concre-
to, ou seja, mulheres grávidas).
FIGURAS DE LINGUAGEM. - instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Os micro-
fones foram atrás dos jogadores. (Os repórteres foram atrás dos
FIGURAS DE LINGUAGEM jogadores.)

- lugar pelo produto. Exemplo: Fumei um saboroso havana.


As figuras de linguagem são recursos especiais usados por
(Fumei um saboroso charuto.).
quem fala ou escreve, para dar à expressão mais força, intensi-
dade e beleza.
- símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Não te
São três tipos:
afastes da cruz. (Não te afastes da religião.).
Figuras de Palavras (tropos);
Figuras de Construção (de sintaxe);
- a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os desabriga-
Figuras de Pensamento.
dos. (a parte teto está no lugar do todo, “o lar”).
Figuras de Palavra - indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: O homem foi à
Lua. (Alguns astronautas foram à Lua.).
É a substituição de uma palavra por outra, isto é, no em- - singular pelo plural. Exemplo: A mulher foi chamada para ir
prego figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima às ruas. (Todas as mulheres foram chamadas, não apenas uma)
(contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma
similaridade. São as seguintes as figuras de palavras: - gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais
sofrem nesse mundo. (Os homens sofrem nesse mundo.)
Metáfora: consiste em utilizar uma palavra ou uma expres-
são em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em - matéria pelo objeto. Exemplo: Ela não tem um níquel. (a ma-
virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e de- téria níquel é usada no lugar da coisa fabricada, que é “moeda”).
preende entre elas certas semelhanças. Observe o exemplo:
Atenção: Os últimos 5 exemplos podem receber também o
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Pes- nome de Sinédoque.
soa)
Perífrase: substituição de um nome por uma expressão para
Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poe- facilitar a identificação. Exemplo: A Cidade Maravilhosa (= Rio de
ta estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.
e seu pensamento.
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome
Comparação: é a comparação entre dois elementos co- de antonomásia.
muns; semelhantes. Normalmente se emprega uma conjunção Exemplos:
comparativa: como, tal qual, assim como. O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando
o bem.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.

7
LÍNGUA PORTUGUESA

Sinestesia: Consiste em mesclar, numa mesma expressão, - de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram
as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. correndo. (o verbo sair concordou com a ideia de plural que a
Exemplo: No silêncio negro do seu quarto, aguardava os aconte- palavra pessoal sugere).
cimentos. (silêncio = auditivo; negro = visual) - de pessoa. Exemplo: Os brasileiros amamos futebol. (o su-
jeito os brasileiros levaria o verbo na 3ª pessoa do plural, mas a
Catacrese: A catacrese costuma ocorrer quando, por falta concordância foi feita com a 1ª pessoa do plural, indicando que
de um termo específico para designar um conceito, toma-se ou- a pessoa que fala está incluída em os brasileiros).
tro “emprestado”. Passamos a empregar algumas palavras fora
de seu sentido original. Exemplos: “asa da xícara”, “maçã do ros- Onomatopeia: Ocorre quando se tentam reproduzir na for-
to”, “braço da cadeira” . ma de palavras os sons da realidade.
Exemplos: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.
Figuras de Construção Miau, miau. (Som emitido pelo gato)
Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar.
Ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade
ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior As onomatopeias, como no exemplo abaixo, podem resultar
expressividade que se dá ao sentido. São as mais importantes da Aliteração (repetição de fonemas nas palavras de uma frase
figuras de construção: ou de um verso).
Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no “Vozes veladas, veludosas vozes,
entanto, pode ser facilmente identificado. Exemplo: No fim da volúpias dos violões, vozes veladas,
comemoração, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (Omis- vagam nos velhos vórtices velozes
são do verbo haver: No fim da festa comemoração, sobre as me- dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
sas, copos e garrafas vazias). (Cruz e Sousa)
Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes
Repetição: repetir palavras ou orações para enfatizar a afir-
para reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive uma vida feliz.
mação ou sugerir insistência, progressão:
Deve-se evitar os pleonasmos viciosos, que não têm valor
“E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da
de reforço, sendo antes fruto do desconhecimento do sentido
casona.” (Bernardo Élis)
das palavras, como por exemplo, as construções “subir para
“O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada
cima”, “entrar para dentro”, etc.
se apagou.” (Inácio de Loyola Brandão)
Polissíndeto: repetição enfática do conectivo, geralmente o
“e”. Exemplo: Felizes, eles riam, e cantavam, e pulavam, e dan- Zeugma: omissão de um ou mais termos anteriormente
çavam. enunciados. Exemplo: Ele gosta de geografia; eu, de português.
Inversão ou Hipérbato: alterar a ordem normal dos termos (na segunda oração, faltou o verbo “gostar” = Ele gosta de geo-
ou orações com o fim de lhes dar destaque: grafia; eu gosto de português.).
“Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drum-
mond de Andrade) Assíndeto: quando certas orações ou palavras, que pode-
“Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho riam se ligar por um conectivo, vêm apenas justapostas. Exem-
não sei.” (Graciliano Ramos) plo: Vim, vi, venci.
Observação: o termo deseja realçar é colocado, em geral,
no início da frase. Anáfora: repetição de uma palavra ou de um segmento do
texto com o objetivo de enfatizar uma ideia. É uma figura de
Anacoluto: quebra da estrutura sintática da oração. O tipo construção muito usada em poesia. Exemplo: Este amor que
mais comum é aquele em que um termo parece que vai ser o tudo nos toma, este amor que tudo nos dá, este amor que Deus
sujeito da oração, mas a construção se modifica e ele acaba sem nos inspira, e que um dia nos há de salvar
função sintática. Essa figura é usada geralmente para pôr em re-
levo a ideia que consideramos mais importante, destacando-a Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de signi-
do resto. Exemplo: ficados diferentes, vulgarmente chamada de trocadilho. Exemplo:
O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem. Comemos fora todos os dias! A gente até dispensa a despensa.
A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo
Castelo Branco) Neologismo: criação de novas palavras. Exemplo: Estou a
fim do João. (estou interessado). Vou fazer um bico. (trabalho
Silepse: concordância de gênero, número ou pessoa é feita temporário).
com ideias ou termos subentendidos na frase e não claramente
expressos. A silepse pode ser: Figuras de Pensamento
- de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece desanimado.
(o adjetivo desanimado concorda não com o pronome de trata- Utilizadas para produzir maior expressividade à comunica-
mento Vossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa ção, as figuras de pensamento trabalham com a combinação de
a quem esse pronome se refere – pessoa do sexo masculino). ideias, pensamentos.

8
LÍNGUA PORTUGUESA

Antítese: Corresponde à aproximação de palavras contrá- A) silepse e zeugma


rias, que têm sentidos opostos. Exemplo: O ódio e o amor an- B) eufemismo e ironia.
dam de mãos dadas. C) prosopopeia e metáfora.
D) aliteração e polissíndeto.
Apóstrofe: interrupção do texto para se chamar a atenção E) anástrofe e aposiopese.
de alguém ou de coisas personificadas. Sintaticamente, a após-
trofe corresponde ao vocativo. Exemplo: Tende piedade, Senhor, 02. IF/PA - Auxiliar em Administração – 2016 - FUNRIO
de todas as mulheres. “Eu sou de lá / Onde o Brasil verdeja a alma e o rio é mar /
Eu sou de lá / Terra morena que eu amo tanto, meu Pará.” (Pe.
Eufemismo: Atenua o sentido das palavras, suavizando as Fábio de Melo, “Eu Sou de Lá”)
expressões do discurso Exemplo: Ele foi para o céu. (Neste caso,
a expressão “para a céu”, ameniza o discurso real: ele morreu.) Nesse trecho da canção gravada por Fafá de Belém, encon-
tramos a seguinte figura de linguagem:
A) antítese.
Gradação: os termos da frase são fruto de hierarquia (or-
B) eufemismo.
dem crescente ou decrescente). Exemplo: As pessoas chegaram
C) ironia
à festa, sentaram, comeram e dançaram.
D) metáfora
E) silepse.
Hipérbole: baseada no exagero intencional do locutor, isto
é, expressa uma ideia de forma exagerada. 03. Pref. de Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem – 2016
Exemplo: Liguei para ele milhões de vezes essa tarde. (Ligou - IDHTEC
várias vezes, mas não literalmente 1 milhão de vezes ou mais).
MAMÃ NEGRA (Canto de esperança)
Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido
oposto ao que querem dizer. É usada geralmente com sentido Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama
sarcástico. Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o compu- de carne e sangue Que a Vida escreveu com a pena dos séculos!
tador e apagou o que estava gravado? Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da
ternura ninadas do teu leite alimentadas de bondade e poesia
Paradoxo: Diferente da antítese, que opõem palavras, o pa- de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras gen-
radoxo corresponde ao uso de ideias contrárias, aparentemente tes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias semoventes,
absurdas. Exemplo: Esse amor me mata e dá vida. (Neste caso, o coisas várias, mais são filhos da desgraça: a enxada é o seu brin-
mesmo amor traz alegrias (vida) e tristeza (mata) para a pessoa.) quedo trabalho escravo - folguedo... Pelos teus olhos, minha
Personificação ou Prosopopéia ou Animismo: atribuição de Mãe Vejo oceanos de dor Claridades de sol-posto, paisagens
ações, sentimentos ou qualidades humanas a objetos, seres irra- Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo!...) mas vejo também que
cionais ou outras coisas inanimadas. Exemplo: O vento suspirou a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende demoniacamente
essa manhã. (Nesta frase sabemos que o vento é algo inanimado tentadora - como a Certeza... cintilantemente firme - como a Es-
que não suspira, sendo esta uma “qualidade humana”.) perança... em nós outros, teus filhos, gerando, formando, anun-
ciando -o dia da humanidade.
Reticência: suspender o pensamento, deixando-o meio ve- (Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudan-
lado. Exemplo: tes do Império)
“De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma...
O poema, Mamã Negra:
não sei se digo.” (Machado de Assis)
A) É uma metáfora para a pátria sendo referência de um país
africano que foi colonizado e teve sua população escravizada.
Retificação: consiste em retificar uma afirmação anterior.
B) É um vocativo e clama pelos efeitos negativos da escravi-
Exemplos: O médico, aliás, uma médica muito gentil não sabia zação dos povos africanos.
qual seria o procedimento. C) É a referência resumida a todo o povo que compõe um
país libertado depois de séculos de escravidão.
QUESTÕES D) É o sofrimento que acometeu todo o povo que ficou na
terra e teve seus filhos levados pelo colonizador.
01. IF/PA - Assistente em Administração – 2016 - FUNRIO E) É a figura do colonizador que mesmo exercendo o poder
“Quero um poema ainda não pensado, / que inquiete as por meio da opressão foi „ninado‟ pela Mamã Negra.
marés de silêncio da palavra ainda não escrita nem pronuncia-
da, / que vergue o ferruginoso canto do oceano / e reviva a ruína 04. Pref. de Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala – 2016 - FE-
que são as poças d’água. / Quero um poema para vingar minha PESE
insônia. ” (Olga Savary, “Insônia”) Analise as frases abaixo:
1. ”Calções negros corriam, pulavam durante o jogo.”
Nesses versos finais do poema, encontramos as seguintes 2. A mulher conquistou o seu lugar!
figuras de linguagem: 3. Todo cais é uma saudade de pedra.
4. Os microfones foram implacáveis com os novos artistas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Assinale a alternativa que corresponde correta e sequen- Divulgamos esse grave retrato no Dia Mundial da Água (22
cialmente às figuras de linguagem apresentadas: de março), com base nas análises realizadas entre março de
A) metáfora, metonímia, metáfora, metonímia 2015 e fevereiro de 2016, em 289 pontos de coleta distribuídos
B) metonímia, metonímia, metáfora, metáfora em 76 municípios.
C) metonímia, metonímia, metáfora, metonímia (MANTOVANI, Mário; RIBEIRO, Malu. UOL Notícias,
D) metonímia, metáfora, metonímia, metáfora abril/2016.)
E) metáfora, metáfora, metonímia, metáfora
Em termos de linguagem figurada, o fato de a divulgação do
05. COMLURB - Técnico de Segurança do Trabalho – 2016 texto ter sido feita no Dia Mundial da Água funciona como
- IBFC A) metáfora.
Leia o poema abaixo e assinale a alternativa que indica a B) pleonasmo.
figura de linguagem presente no texto: C) eufemismo.
D) ironia.
E) hipérbole.
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
07. Pref. de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito – 2016 - IOBV
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente; O outro lado
É dor que desatina sem doer;
(Camões) só assim o poema se constrói:
quando o desejo tem forma de ilha
A) Onomatopeia e todos os planetas são luas, embriões da magia
B) Metáfora então podemos atravessar as chamas
C) Personificação sentir o chão respirar
D) Pleonasmo ver a dança da claridade
ouvir as vozes das cores
06.Pref. de Paulínia/SP - Agente de Fiscalização – 2016 - FGV fruir a liberdade animal
de estarmos soltos no espaço
Descaso com saneamento deixa rios em estado de alerta ter parte com pedra e vento
seguir os rastros do infinito
A crise hídrica transformou a paisagem urbana em muitas entender o que sussurra o vazio
cidades paulistas. Casas passaram a contar com cisternas e cai- – e tudo isso é tão familiar
xas-d’água azuis se multiplicaram por telhados, lajes e até em para quem conhece
garagens. Em regiões mais nobres, jardins e portarias de prédios a forma do sonho
ganharam placas que alertam sobre a utilização de água de reu- (WILLER, Claudio, Estranhas experiências, 2004, p. 46)
so. As pessoas mudaram seu comportamento, economizaram e No poema acima, do poeta paulista Claudio Willer (1940), no
cobraram soluções. verso “ouvir as vozes das cores”, entre outros versos, é expressa
As discussões sobre a gestão da água, nos mais diversos as- uma figura de linguagem. Esta pode ser assim definida: “Figura que
pectos, saíram dos setores tradicionais e técnicos e ganharam consiste na utilização simultânea de alguns dos cinco sentidos”
espaço no cotidiano. Porém, vieram as chuvas, as enchentes e (CAMPEDELLI, S. Y. e SOUZA, J. B. Literatura, produção de
os rios urbanos voltaram a ficar tomados por lixo, mascarando, textos & gramática. São Paulo, Saraiva, 1998, p. 616).
de certa forma, o enorme volume de esgoto que muitos desses
Como é denominada esta figura de linguagem?
corpos de água recebem diariamente.
A) Eufemismo.
É como se não precisássemos de cada gota de água desses
B) Hipérbole.
rios urbanos e como se a água limpa que consumimos em nossas C) Sinestesia.
casas, em um passe de mágica, voltasse a existir em tamanha D) Antítese.
abundância, nos proporcionando o luxo de continuar a poluir
centenas de córregos e milhares de riachos nas nossas cidades. RESPOSTAS
Para completar, todo esse descaso decorrente da falta de sanea-
mento se reverte em contaminação e em graves doenças de vei-
culação hídrica. 01 C
Dados do monitoramento da qualidade da água – que 02 D
realizamos em rios, córregos e lagos de onze Estados brasi- 03 A
leiros e do Distrito Federal – revelaram que 36,3% dos pontos
de coleta analisados apresentam qualidade ruim ou péssima. 04 C
Apenas 13 pontos foram avaliados com qualidade de água 05 B
boa (4,5%) e os outros 59,2% estão em situação regular, o 06 D
que significa um estado de alerta. Nenhum dos pontos anali-
sados foi avaliado como ótimo. 07 C

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LÍNGUA PORTUGUESA

Outro exemplo:
RECURSOS DE ARGUMENTAÇÃO. Todo ruminante é um mamífero.
A vaca é um ruminante.
Logo, a vaca é um mamífero.
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma
informação a alguém. Quem se comunica pretende criar uma Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
imagem positiva de si mesmo por exemplo, a de um sujeito também será verdadeira.
educado, ou inteligente, ou culto; quer ser aceito, deseja que No domínio da argumentação, as coisas são diferentes.
o que diz seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a Nele, a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso,
intenção de convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte devese mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável,
creia no que o texto diz e faça o que ele propõe. a mais plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, dizendose mais confiável do que os concorrentes porque existe
todo texto contém um componente argumentativo. A desde a chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará
argumentação é o conjunto de recursos de natureza linguística dizendonos que um banco com quase dois séculos de existência
destinados a persuadir a pessoa a quem a comunicação se é sólido e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária
destina. Está presente em todo tipo de texto e visa a promover entre a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta
adesão às teses e aos pontos de vista defendidos. tem peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas banco. Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar seja mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
a veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
disse acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
interlocutor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
verdadeiro o que está sendo transmitido. A argumentação entender bem como eles funcionam.
pertence ao domínio da retórica, arte de persuadir as pessoas Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
mediante o uso de recursos de linguagem. acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o
Para compreender claramente o que é um argumento, é auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século lV fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
quando se tem de escolher entre duas ou mais coisas”. um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e que ele abomina. Será mais fácil convencêlo valorizando coisas
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de vem com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão
escolher entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e nacional. Nos Estados Unidos, essa associação certamente não
a saúde. Nesse caso, precisamos argumentar sobre qual das surtiria efeito, porque lá o futebol não é valorizado da mesma
duas é mais desejável. O argumento pode então ser definido forma que no Brasil. O poder persuasivo de um argumento está
como qualquer recurso que torna uma coisa mais desejável que vinculado ao que é valorizado ou desvalorizado numa dada
outra. Isso significa que ele atua no domínio do preferível. Ele cultura.
é utilizado para fazer o interlocutor crer que, entre duas teses,
uma é mais provável que a outra, mais possível que a outra, mais
desejável que a outra, é preferível à outra. Tipos de Argumento
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade
de um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a
o enunciador está propondo. fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. argumento. Exemplo:
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das 1. Argumento de Autoridade
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
apenas do encadeamento de premissas e conclusões. para servir de apoio aquilo que o enunciador está propondo. Esse
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
encadeamento: produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando;
dá ao texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não
A é igual a B. fazer do texto um amontoado de citações. A citação precisa ser
A é igual a C. pertinente e verdadeira. Exemplo:
Então: C é igual a A. “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoria-
mente, que C é igual a A.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quem disse a frase não fui eu, foi Einstein. Para ele, uma prováveis, possíveis, plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A
coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhecimento. é igual a B”, “B é igual a C”, “então A é igual a C”, estabelecese
Nunca o inverso. uma relação de identidade lógica. Entretanto, quando se
Alex José Periscinoto. afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” não se institui uma
In: Folha de S. Paulo. 30 ago.1993, p. 5-2. identidade lógica, mas uma identidade provável.
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais facilmente aceito do que um texto incoerente. Vários são os
importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a defeitos que concorrem para desqualificar o texto do ponto de
aderir a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas vista lógico: fugir do tema proposto, cair em contradição, tirar
do mundo. Se um físico de renome mundial disse isso, então as conclusões que não se fundamentam nos dados apresentados,
pessoas devem acreditar que é verdade. ilustrar afirmações gerais com fatos inadequados, narrar um fato
e dele extrair generalizações indevidas.
2. Argumento de Quantidade
6. Argumento do Atributo
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior
número de pessoas, o que existe em maior número, o que É aquele que considera melhor o que tem propriedades
tem maior duração, o que tem maior número de adeptos etc. típicas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo,
O fundamento desse tipo de argumento é que mais melhor. A o mais raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é
publicidade faz largo uso do argumento de quantidade. melhor que o que é mais grosseiro etc.
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
3. Argumento do Consenso celebridades recomendando prédios residenciais, produtos
de beleza, alimentos estéticos etc., com base no fato de que o
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamentase consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como da celebridade.
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia
competência linguística. A utilização da variante culta e formal
de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao
da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística
indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo
socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir
que não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por
um texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que
exemplo, as afirmações de que o meio ambiente precisa ser
o modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
protegido e de que as condições de vida são piores nos países
Imaginese que um médico deva falar sobre o estado de
subdesenvolvidos. Ao confiar no consenso, porém, correse o
saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazêlo das duas
risco de passar dos argumentos válidos para os lugarescomuns,
maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente
os preconceitos e as frases carentes de qualquer base científica.
mais adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta
4. Argumento de Existência produziria certa estranheza e não criaria uma imagem de
competência do médico:
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil ▪ Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando
aceitar aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que em conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe
é apenas provável, que é apenas possível. A sabedoria popular médica houve por bem determinar o internamento do
enuncia o argumento de existência no provérbio “Mais vale um governador pelo período de três dias, a partir de hoje, 4
pássaro na mão do que dois voando”. de fevereiro de 2001.
Nesse tipo de argumento, incluemse as provas documentais ▪ Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações etc.) ou provas alguns deles são barras-pesadas, a gente botou o gover-
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. nador no hospital por três dias.
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam
que o exército americano era muito mais poderoso do que o Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
iraquiano. Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
concretas, poderia ser vista como propagandística. No entanto, ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunica-
quando documentada pela comparação do número de canhões, ção deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda
de carros de combate, de navios etc., ganhava credibilidade. ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
A orientação argumentativa é certa direção que o falante
5. Argumento quase lógico traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
homem público, pode ter a intenção de criticálo, de ridicularizá-
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como lo ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
causa e efeito, analogia, implicação, identidade etc. Esses O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
raciocínios são chamados quase lógicos porque, diversamente dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos epi-
dos raciocínios lógicos, eles não pretendem estabelecer relações sódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
necessárias entre os elementos, mas sim instituir relações não outra. Veja:

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LÍNGUA PORTUGUESA

“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras tro- apoiase em argumentos subjetivos, apelos subliminares, chan-
cavam abraços afetuosos.” tagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que no- inflexão de voz, a mímica e até o choro.
ras e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhi- Alguns autores classificam a dissertação em duas modalida-
do esse fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado des, expositiva e argumentativa. Esta exige argumentação, ra-
o termo até que serve para incluir no argumento alguma coisa zões a favor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informa-
inesperada. tiva, apresenta dados sem a intenção de convencer. Na verdade,
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando a escolha dos dados levantados, a maneira de expôlos no texto
tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: já revelam uma “tomada de posição”, a adoção de um ponto de
▪ Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão vista na dissertação, ainda que sem a apresentação explícita de
amplo, que serve de argumento para um ponto de vista argumentos. Desse ponto de vista, a dissertação pode ser defi-
e seu contrário. São noções confusas, como paz, que, pa- nida como discussão, debate, questionamento, o que implica a
radoxalmente, pode ser usada pelo agressor e pelo agre- liberdade de pensamento, a possibilidade de discordar ou con-
dido. Essas palavras podem ter valor positivo (paz, justi- cordar parcialmente. A liberdade de questionar é fundamental,
ça, honestidade, democracia) ou vir carregadas de valor mas não é suficiente para organizar um texto dissertativo. É ne-
negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, cessária também a exposição dos fundamentos, os motivos, os
injustiça, corrupção). porquês da defesa de um ponto de vista.
▪ Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas Podese dizer que o homem vive em permanente atitude
por um único contraexemplo. Quando se diz “Todos os argumentativa. A argumentação está presente em qualquer
políticos são ladrões”, basta um único exemplo de político tipo de discurso, porém, é no texto dissertativo que ela me-
honesto para destruir o argumento. lhor se evidencia.
▪ Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulga- Para discutir um tema, para confrontar argumentos e po-
rizandoas e atribuindolhes uma significação subjetiva e sições, é necessária a capacidade de conhecer outros pontos
grosseira. É o caso, por exemplo, da frase “O imperialismo de vista e seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe,
de certas indústrias não permite que outras cresçam”, em muitas vezes, a análise de argumentos opostos, antagônicos.
que o termo imperialismo é descabido, uma vez que, a ri- Como sempre, essa capacidade aprendese com a prática. Um
gor, significa “ação de um Estado visando a reduzir outros bom exercício para aprender a argumentar e contraargumentar
à sua dependência política e econômica”. consiste em desenvolver as seguintes habilidades:
I – argumentação: anotar todos os argumentos a favor de
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a si- uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a
tuação concreta do texto, que leva em conta os componentes posição totalmente contrária;
envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a II – contraargumentação: imaginar um diálogodebate e quais
comunicação, o assunto, por exemplo). os argumentos que essa pessoa imaginária possivelmen-
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com te apresentaria contra a argumentação proposta;
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não cos- III – refutação: argumentos e razões contra a argumentação
tumo mentir...) ou com declarações de certeza expressas em oposta.
fórmulas feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é
óbvio, é evidente, afirmo com toda a certeza etc). Em vez de A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto,
prometer, em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclu-
verdade, o enunciador deve construir um texto que revele isso. sões válidas, como se procede no método dialético. O método
Em outros termos, essas qualidades não se prometem, manifes- dialético não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de
tam-se na ação. polêmicas. Tratase de um método de investigação da realidade
A argumentação é a exploração de recursos para fazer pare- pelo estudo de sua ação recíproca, da contradição inerente ao
cer verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a fenômeno em questão e da mudança dialética que ocorre na
pessoa a que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. natureza e na sociedade.
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa Descartes (15961650), filósofo e pensador francês, criou o
um ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que par-
inclui a argumentação, questionamento, com o objetivo de per- te do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência
suadir. Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem rela- são a mesma coisa, e pelo raciocínio tornase possível chegar a
ções para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado
é um processo de convencimento, por meio da argumentação, em partes, começandose pelas proposições mais simples até
no qual se procura convencer os outros, de modo a influenciar alcançar, por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha
seu pensamento e seu comportamento. de raciocínio cartesiana, é fundamental determinar o problema,
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão vá- dividilo em partes, ordenar os conceitos, simplificandoos, enu-
lida, expõemse com clareza os fundamentos de uma ideia ou merar todos os seus elementos e determinar o lugar de cada um
proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo do ra- no conjunto da dedução.
ciocínio empregado na argumentação. A persuasão não válida

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LÍNGUA PORTUGUESA

A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
a argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs – Claro que não!
quatro regras básicas que constituem um conjunto de reflexos - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
vitais, uma série de movimentos sucessivos e contínuos do espí-
rito em busca da verdade: Exemplos de sofismas:
I – evidência; I – Dedução:
II – divisão ou análise; Todo professor tem um diploma (geral, universal);
III – ordem ou dedução; Fulano tem um diploma (particular);
IV – enumeração. Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa);
II – Indução:
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (par-
omissão e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração ticular);
pode quebrar o encadeamento das ideias, indispensável para o Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particu-
processo dedutivo. lar);
A forma de argumentação mais empregada na redação Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor.
cartesianas, que contém três proposições: duas premissas, maior (geral – conclusão falsa).
e menor, e a conclusão. As três proposições são encadeadas de
tal forma, que a conclusão é deduzida da maior por intermédio Notase que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão
da menor. A premissa maior deve ser universal, emprega todo, pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são
nenhum, pois alguns não caracteriza a universalidade. professores; nem todas as cidades têm uma estátua do
Cristo Redentor. Cometese erro quando se faz generalizações
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução apressadas ou infundadas. A “simples inspeção” é a ausência
(silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, de análise ou análise superficial dos fatos, que leva a
que vai do particular para o geral. A expressão formal do pronunciamentos subjetivos, baseados nos sentimentos não
método dedutivo é o silogismo. A dedução é o caminho das ditados pela razão.
consequências, baseiase em uma conexão descendente (do geral Existem, ainda, outros métodos, subsidiários ou não
para o particular) que leva à conclusão. Segundo esse método, fundamentais, que contribuem para a descoberta ou
partindose de teorias gerais, de verdades universais, podese comprovação da verdade: análise, síntese, classificação e
chegar à previsão ou determinação de fenômenos particulares. definição. Além desses, existem outros métodos particulares
O percurso do raciocínio vai da causa para o efeito. Exemplo: de algumas ciências, que adaptam os processos de dedução e
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) indução à natureza de uma realidade particular. Podese afirmar
Fulano é homem (premissa menor = particular) que cada ciência tem seu método próprio demonstrativo,
Logo, Fulano é mortal (conclusão) comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a classificação
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, e a definição são chamadas métodos sistemáticos, porque
baseiase em uma conexão ascendente, do particular para o pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a
geral. Nesse caso, as constatações particulares levam às leis pesquisa.
gerais, ou seja, parte de fatos particulares conhecidos para os Análise e síntese são dois processos opostos, mas
fatos gerais, desconhecidos. O percurso do raciocínio se faz do interligados; a análise parte do todo para as partes, a síntese,
efeito para a causa. Exemplo: das partes para o todo. A análise precede a síntese, porém, de
O calor dilata o ferro (particular); certo modo, uma depende da outra. A análise decompõe o todo
O calor dilata o bronze (particular); em partes, enquanto a síntese recompõe o todo pela reunião
O calor dilata o cobre (particular); das partes. Sabese, porém, que o todo não é uma simples
O ferro, o bronze, o cobre são metais; justaposição das partes. Se alguém reunisse todas as peças
Logo, o calor dilata metais (geral, universal). de um relógio, não significa que reconstruiu o relógio, pois fez
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria todo se as
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas partes estivessem organizadas, devidamente combinadas,
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar o relógio estaria reconstruído.
a uma conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
definição inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num
causa, a falsa analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
pressupõe má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
erro; quando o sofisma não tem essas intenções propositais, decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo
costuma-se chamar esse processo de argumentação de em partes. As operações que se realizam na análise e na síntese
paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de sofisma no podem ser assim relacionadas:
seguinte diálogo: - Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? - Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
– Lógico, concordo.

14
LÍNGUA PORTUGUESA

A análise tem importância vital no processo de coleta de Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição
ideias a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências.
criação de abordagens possíveis. A síntese também é importante A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui
na escolha dos elementos que farão parte do texto. às palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou conotativa ou metafórica emprega palavras de sentido figurado.
informal. A análise formal pode ser científica ou experimental; Segundo a lógica tradicional aristotélica, a definição consta de
é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e três elementos:
experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste I – o termo a ser definido;
em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos II – o gênero ou espécie;
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto III – a diferença específica.
ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação O que distingue o termo definido de outros elementos da
estabelece as necessárias relações de dependência e hierarquia mesma espécie. Veja a classificação dos termos da frase a seguir:
entre as partes. Análise e classificação ligam-se intimamente,
a ponto de se confundir uma com a outra, contudo são
procedimentos diversos: análise é decomposição e classificação
é hierarquisação.
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e
fenômenos por suas diferenças e semelhanças; fora das
ciências naturais, a classificação pode-se efetuar por meio de
um processo mais ou menos arbitrário, em que os caracteres
comuns e diferenciadores são empregados de modo mais
ou menos convencional. A classificação, no reino animal, em
ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e espécies, é um
exemplo de classificação natural, pelas características comuns e
diferenciadoras. A classificação dos variados itens integrantes de
É muito comum formular definições de maneira defeituosa,
uma lista mais ou menos caótica é artificial.
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata,
partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto;
caminhão, canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo,
quando é advérbio de tempo, não representa o gênero, a
queijo, relógio, sabiá, torradeira.
espécie, a gente é forma coloquial não adequada à redação
I – Aves, Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá;
acadêmica. Tão importante é saber formular uma definição, que
II – Alimentos, Batata, Leite, Pão, Queijo;
se recorre a Garcia (1973, p.306), para determinar os “requisitos
III – Mecanismos, Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradei-
ra; da definição denotativa”. Para ser exata, a definição deve
IV – Veículos, Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. apresentar os seguintes requisitos:
I – o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe
Os elementos desta lista foram classificados por ordem em que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer ‘mesa’ está realmente incluída) e não “mesa é um instru-
critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem mento ou ferramenta ou instalação”;
de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar II – o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir
o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja todos os exemplos específicos da coisa definida, e suficien-
crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou temente restritos para que a diferença possa ser percebida
decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto sem dificuldade;
do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na III – deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em ver-
classificação. A elaboração do plano compreende a classificação dade, definição, quando se diz que o “triângulo não é um
das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem prisma”;
obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.) IV – deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não cons-
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na titui definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é
introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para um homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é
expressar um questionamento, devese, de antemão, expor clara homem);
e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as V – deve ser breve (contida num só período). Quando a
justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão definição, ou o que se pretenda como tal, é muito longa (sé-
e a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas ries de períodos ou de parágrafos), chama-se explicação, e
também os pontos de vista sobre ele. também definição expandida;
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da VI – deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o ter-
linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias mo) + cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero)
de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento + adjuntos (as diferenças).
conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica
que o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie.

15
LÍNGUA PORTUGUESA

As definições dos dicionários de língua são feitas por meio antes, depois, ainda, em seguida, então, presentemente,
de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística antigamente, depois de, antes de, atualmente, hoje, no
que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre passado, sucessivamente, respectivamente. Na enumeração de
a palavra e seus significados. fatos em uma sequência de espaço, empregamse as seguintes
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, além, adiante, perto de, ao redor
Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão de, no Estado tal, na capital, no interior, nas grandes cidades, no
verdadeira e necessária. A verdade de um ponto de vista deve sul, no leste.
ser demonstrada com argumentos válidos. O ponto de vista
mais lógico e racional do mundo não tem valor, se não estiver e) Comparação
acompanhado de uma fundamentação coerente e adequada. Analogia e contraste são as duas maneiras de se estabelecer
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica a comparação, com a finalidade de comprovar uma ideia ou
clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para
clara e pode reconhecerse facilmente seus elementos e suas estabelecer contraste, empregamse as expressões: mais que,
relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizamse menos que, melhor que, pior que.
de modo livre, misturandose na estrutura do argumento.
Por isso, é preciso aprender a reconhecer os elementos que Entre outros tipos de argumentos empregados para
constituem um argumento: premissas/conclusões. Depois de aumentar o poder de persuasão de um texto dissertativo
reconhecer, verificar se tais elementos são verdadeiros ou falsos; encontram-se:
em seguida, avaliar se o argumento está expresso corretamente;
se há coerência e adequação entre seus elementos, ou se
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autorida-
há contradição. Para isso é que se aprendem os processos
de reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma
de raciocínio por dedução e por indução. Admitindose que
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado
raciocinar é relacionar, concluise que o argumento é um tipo
específico de relação entre as premissas e a conclusão. a credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações
literais no corpo de um texto constituem argumentos de auto-
a) Procedimentos Argumentativos ridade. Ao fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados
Constituem os procedimentos argumentativos mais nela contidos na linha de raciocínio que ele considera mais ade-
empregados para comprovar uma afirmação: exemplificação, quada para explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse
explicitação, enumeração, comparação. tipo de argumento tem mais caráter confirmatório que compro-
batório.
b) Exemplificação Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam
Procura justificar os pontos de vista por meio de exemplos, explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como
hierarquizar afirmações. São expressões comuns nesse tipo válido por consenso, pelo menos em determinado espaço socio-
de procedimento: mais importante que, superior a, de maior cultural. Nesse caso, incluem-se:
relevância que. Empregamse também dados estatísticos, - A declaração que expressa uma verdade universal (o ho-
acompanhados de expressões: considerando os dados; mem, mortal, aspira à imortalidade);
conforme os dados apresentados. Fazse a exemplificação, - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postu-
ainda, pela apresentação de causas e consequências, usandose lados e axiomas);
comumente as expressões: porque, porquanto, pois que, uma - Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de na-
vez que, visto que, por causa de, em virtude de, em vista de, por tureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a pró-
motivo de. pria razão desconhece); implica apreciação de ordem estética
(gosto não se discute); diz respeito à fé religiosa, aos dogmas
c) Explicitação (creio, ainda que parece absurdo).
O objetivo desse recurso argumentativo é explicar ou Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
esclarecer os pontos de vista apresentados. Podese alcançar esse um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados
objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação. concretos, estatísticos ou documentais.
Na explicitação por definição, empregamse expressões como: Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação
quer dizer, denominase, chamase, na verdade, isto é, haja
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica:
vista, ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões:
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
conforme, segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as
Fatos não se discutem; discutemse opiniões. As declara-
ideias de, no entender de, no pensamento de. A explicitação se
ções, julgamento, pronunciamentos, apreciações que expres-
faz também pela interpretação, em que são comuns as seguintes
expressões: parece, assim, desse ponto de vista. sam opiniões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade
comprovada, e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação
d) Enumeração ou juízo que expresse uma opinião pessoal só terá validade se
Fazse pela apresentação de uma sequência de elementos fundamentada na evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada
que comprovam uma opinião, tais como a enumeração de de provas, validade dos argumentos, porém, pode ser contesta-
pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que da por meio da contraargumentação ou refutação. São vários os
são frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, processos de contraargumentação:

16
LÍNGUA PORTUGUESA

Refutação pelo absurdo: refutase uma afirmação demons- Desenvolvimento:


trando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a con- I – apresentação de aspectos positivos e negativos do de-
traargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o senvolvimento tecnológico;
cordeiro”; II – como o desenvolvimento científico-tecnológico modifi-
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóte- cou as condições de vida no mundo atual;
ses para eliminá-las, apresentandose, então, aquela que se julga III – a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnolo-
verdadeira; gicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos
Desqualificação do argumento: atribuise o argumento à opi- países subdesenvolvidos;
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindose a universa- IV – enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento so-
lidade da afirmação; cial;
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: con- V – comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida
siste em refutar um argumento empregando os testemunhos de do passado; apontar semelhanças e diferenças;
autoridade que contrariam a afirmação apresentada; VI – analisar as condições atuais de vida nos grandes cen-
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em tros urbanos;
desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador ba- VII – como se poderia usar a ciência e a tecnologia para hu-
seouse em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou in- manizar mais a sociedade.
consequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmouse, por Conclusão:
meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz VIII – a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/
o desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequen- consequências maléficas;
te, pois se baseia em uma relação de causaefeito difícil de ser IX – síntese interpretativa dos argumentos e contra-argu-
comprovada. Para contraargumentar, propõese uma relação in- mentos apresentados.
versa: “o desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
Apresentamse aqui sugestões possíveis para desenvolver um Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de
tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao desenvolvimen- redação: é um dos possíveis.
to de outros temas. Elegese um tema, e, em seguida, sugeremse
os procedimentos que devem ser adotados para a elaboração de
um Plano de Redação. INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS:
PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS.
O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
tecnológica
Texto:
Questionar o tema, transformálo em interrogação,
“Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um desses
responder a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o
craques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé), mas
porquê da resposta, justificar, criando um argumento básico;
ainda tem um longo caminho a trilhar (...).”
Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico Veja São Paulo, 26/12/1990, p. 15.
e construir uma contra argumentação; pensar a forma de
refutação que poderia ser feita ao argumento básico e tentar Esse texto diz explicitamente que:
desqualificá-la (rever tipos de argumentação); I – Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são craques;
Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias II – Neto não tem o mesmo nível desses craques;
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias III – Neto tem muito tempo de carreira pela frente.
podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e
consequência); O texto deixa implícito que:
Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com I – Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se dos
o argumento básico; craques citados;
Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que II – Esses craques são referência de alto nível em sua espe-
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se cialidade esportiva;
em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do III – Há uma oposição entre Neto e esses craques no que diz
argumento básico; respeito ao tempo disponível para evoluir.
Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma
sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo Todos os textos transmitem explicitamente certas
às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais informações, enquanto deixam outras implícitas. Por exemplo,
ou menos a seguinte: o texto acima não explicita que existe a possibilidade de
Neto se equiparar aos quatro futebolistas, mas a inclusão do
Introdução: advérbio ainda estabelece esse implícito. Não diz também com
I – função social da ciência e da tecnologia; explicitude que há oposição entre Neto e os outros jogadores,
II – definições de ciência e tecnologia; sob o ponto de vista de contar com tempo para evoluir. A
III – indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. escolha do conector “mas” entre a segunda e a primeira oração
só é possível levando em conta esse dado implícito. Como se vê,
há mais significados num texto do que aqueles que aparecem

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LÍNGUA PORTUGUESA

explícitos na sua superfície. Leitura proficiente é aquela capaz argumentação, e daí nenhum argumento tem mais importância
de depreender tanto um tipo de significado quanto o outro, o ou razão de ser. Com pressupostos distintos, o diálogo não é
que, em outras palavras, significa ler nas entrelinhas. Sem essa possível ou não tem sentido.
habilidade, o leitor passará por cima de significados importantes A mesma pergunta, feita para pessoas diferentes, pode ser
ou, o que é bem pior, concordará com ideias e pontos de vista embaraçosa ou não, dependendo do que está pressuposto em cada
que rejeitaria se os percebesse. situação. Para alguém que não faz segredo sobre a mudança de
Os significados implícitos costumam ser classificados em emprego, não causa o menor embaraço uma pergunta como esta:
duas categorias: os pressupostos e os subentendidos.
Pressupostos: são ideias implícitas que estão implicadas “Como vai você no seu novo emprego?”
logicamente no sentido de certas palavras ou expressões O efeito da mesma pergunta seria catastrófico se ela se
explicitadas na superfície da frase. Exemplo: dirigisse a uma pessoa que conseguiu um segundo emprego e
quer manter sigilo até decidir se abandona o anterior. O adjetivo
“André tornou-se um antitabagista convicto.” novo estabelece o pressuposto de que o interrogado tem um
A informação explícita é que hoje André é um antitabagista
emprego diferente do anterior.
convicto. Do sentido do verbo tornar-se, que significa “vir a ser”,
decorre logicamente que antes André não era antitabagista
Marcadores de Pressupostos
convicto. Essa informação está pressuposta. Ninguém se torna
algo que já era antes. Seria muito estranho dizer que a palmeira
tornou-se um vegetal. 1. Adjetivos ou palavras similares modificadoras do substan-
tivo
“Eu ainda não conheço a Europa.”
A informação explícita é que o enunciador não tem Exemplo:
conhecimento do continente europeu. O advérbio ainda deixa I – Julinha foi minha primeira filha;
pressuposta a possibilidade de ele um dia conhecê-la. “Primeira” pressupõe que tenho outras filhas e que as outras
As informações explícitas podem ser questionadas pelo nasceram depois de Julinha.
receptor, que pode ou não concordar com elas. Os pressupostos, II – Destruíram a outra igreja do povoado.
porém, devem ser verdadeiros ou, pelo menos, admitidos como “Outra” pressupõe a existência de pelo menos uma igreja
tais, porque esta é uma condição para garantir a continuidade além da usada como referência.
do diálogo e também para fornecer fundamento às afirmações
explícitas. Isso significa que, se o pressuposto é falso, a 2. Certos verbos
informação explícita não tem cabimento. Assim, por exemplo, se I – Renato continua doente;
Maria não falta nunca a aula nenhuma, não tem o menor sentido O verbo “continua” indica que Renato já estava doente no
dizer “Até Maria compareceu à aula de hoje”. Até estabelece o momento anterior ao presente.
pressuposto da inclusão de um elemento inesperado. II – Nossos dicionários já aportuguesaram a palavra co-
Na leitura, é muito importante detectar os pressupostos, pois pydesk;
eles são um recurso argumentativo que visa a levar o receptor O verbo “aportuguesar” estabelece o pressuposto de que
a aceitar a orientação argumentativa do emissor. Ao introduzir copidesque não existia em português.
uma ideia sob a forma de pressuposto, o enunciador pretende
transformar seu interlocutor em cúmplice, pois a ideia implícita 3. Certos advérbios
não é posta em discussão, e todos os argumentos explícitos I – A produção automobilística brasileira está totalmente nas
só contribuem para confirmá-la. O pressuposto aprisiona o mãos das multinacionais;
receptor no sistema de pensamento montado pelo enunciador.
O advérbio totalmente pressupõe que não há no Brasil in-
A demonstração disso pode ser feita com as “verdades
dústria automobilística nacional.
incontestáveis” que estão na base de muitos discursos políticos,
II – Você conferiu o resultado da loteria?
como o que segue:
Hoje não.
“Quando o curso do rio São Francisco for mudado, será A negação precedida de um advérbio de tempo de âmbito
resolvido o problema da seca no Nordeste.” limitado estabelece o pressuposto de que apenas nesse inter-
O enunciador estabelece o pressuposto de que é certa valo (hoje) é que o interrogado não praticou o ato de conferir o
a mudança do curso do São Francisco e, por consequência, a resultado da loteria.
solução do problema da seca no Nordeste. O diálogo não teria
continuidade se um interlocutor não admitisse ou colocasse 4. Orações adjetivas
sob suspeita essa certeza. Em outros termos, haveria quebra I – Os brasileiros, que não se importam com a coletividade,
da continuidade do diálogo se alguém interviesse com uma só se preocupam com seu bem-estar e, por isso, jogam lixo na
pergunta deste tipo: rua, fecham os cruzamentos, etc.
O pressuposto é que “todos” os brasileiros não se importam
“Mas quem disse que é certa a mudança do curso do rio?” com a coletividade.
A aceitação do pressuposto estabelecido pelo emissor II – Os brasileiros que não se importam com a coletividade só
permite levar adiante o debate; sua negação compromete o se preocupam com seu bem-estar e, por isso, jogam lixo na rua,
diálogo, uma vez que destrói a base sobre a qual se constrói a fecham os cruzamentos, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Nesse caso, o pressuposto é outro: “alguns” brasileiros não A coerência textual é responsável pela hierarquização dos
se importam com a coletividade. elementos textuais, ou seja, ela tem origem nas estruturas pro-
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é fundas, no conhecimento do mundo de cada pessoa, aliada à
restritiva. As explicativas pressupõem que o que elas expressam competência linguística, que permitirá a expressão das ideias
se refere à totalidade dos elementos de um conjunto; as percebidas e organizadas, no processo de codificação referido
restritivas, que o que elas dizem concerne apenas a parte dos na página
elementos de um conjunto. O produtor do texto escreverá uma
restritiva ou uma explicativa segundo o pressuposto que quiser Coesão
comunicar.
Subentendidos: são insinuações contidas em uma frase ou É o resultado da disposição e da correta utilização das pala-
um grupo de frases. Suponhamos que uma pessoa estivesse em vras que propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos
visita à casa de outra num dia de frio glacial e que uma janela, de um texto. A coesão ajuda com sua organização e ocorre por
por onde entravam rajadas de vento, estivesse aberta. Se o meio de palavras chamadas de conectivos.
visitante dissesse “Que frio terrível”, poderia estar insinuando
que a janela deveria ser fechada. Mecanismos de Coesão
Há uma diferença capital entre o pressuposto e o
subentendido. O primeiro é uma informação estabelecida A coesão pode ser obtida através de alguns mecanismos:
como indiscutível tanto para o emissor quanto para o anáfora e catáfora. Ambas se referem à informação expressa no
receptor, uma vez que decorre necessariamente do sentido texto e, por esse motivo, são qualificadas como endofóricas.
de algum elemento linguístico colocado na frase. Ele pode Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o
ser negado, mas o emissor coloca o implicitamente para antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual.
que não o seja. Já o subentendido é de responsabilidade
do receptor. O emissor pode esconder-se atrás do sentido Regras para a coesão textual:
literal das palavras e negar que tenha dito o que o receptor
Referência
depreendeu de suas palavras. Assim, no exemplo dado acima,
se o dono da casa disser que é muito pouco higiênico fechar
Pessoal: usa pronomes pessoais e possessivos. Exemplo:
todas as janelas, o visitante pode dizer que também acha e
Eles são irmãos de Elisabete. (Referência pessoal anafórica)
que apenas constatou a intensidade do frio.
Demonstrativa: usa pronomes demonstrativos e advérbios.
O subentendido serve, muitas vezes, para o emissor
Exemplo: Terminei todos os livros, exceto este. (Referência de-
se proteger, para transmitir a informação que deseja dar a
monstrativa catafórica)
conhecer sem se comprometer. Imaginemos, por exemplo, que
Comparativa: usa comparações através de semelhanças.
um funcionário recém promovido numa empresa ouvisse de um
Exemplo: Dorme igual ao irmão. (Referência comparativa endo-
colega o seguinte: fórica)
“Competência e mérito continuam não valendo nada como Substituição
critério de promoção nesta empresa...”
Substitui um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro
Esse comentário talvez suscitasse esta suspeita: é uma forma de evitar as repetições. Exemplo: Vamos à praia
“Você está querendo dizer que eu não merecia a promoção?” amanhã, eles irão nas próximass férias.
Observe que a substituição acrescenta uma informação
Ora, o funcionário preterido, tendo recorrido a um nova ao texto.
subentendido, poderia responder:
“Absolutamente! Estou falando em termos gerais.” Elipse

Pode ser omitido através da elipse um componente textual,


COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS. quer seja um nome, um verbo ou uma frase. Exemplo: Temos
entradas a mais para o show. Você as quer? (A segunda oração
é perceptível mediante o contexto. Assim, sabemos que o que
COESÃO E COERÊNCIA está sendo oferecido são as entradas para o show.)
Coerência diz respeito à articulação do texto, compatibilida-
de das ideias e à lógica do raciocínio. Coesão referese à expres- Conjunção
são linguística, nível gramatical, estruturas frasais e ao emprego
do vocabulário. As conjunções ligam orações estabelecendo relação entre
Ambas relacionamse com o processo de produção e com- elas. Exemplo: Nós não sabemos quanto custam as entradas,
preensão do texto, mas nem sempre um texto coerente apre- mas ele sabe. (adversativa)
senta coesão e vice-versa. Sendo assim, um texto pode ser gra-
maticalmente bem construído, com frases bem estruturadas,
vocabulário correto, mas apresentar ideias disparatadas, sem
nexo, sem uma sequência lógica.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Coesão Lexical QUESTÕES

É a utilização de palavras que possuem sentido aproxima- 01. TRF 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TECNOLOGIA DA
do ou que pertencem a um mesmo campo lexical. São elas: si- INFORMAÇÃO – 2015 - FCC
nônimos, hiperônimos, nomes genéricos, entre outros Exemplo: Há falta de coesão e de coerência na frase:
Aquela casa está inabtável. Ela está literalmente caindo aos pe- A) Nem sempre os livros mais vendidos são, efetivamente,
daços. os mais lidos: há quem os compre para exibi-los na estante.
B) Aquele romance, apesar de ter sido premiado pela aca-
Coerência demia e bem recebido pelo público, não chegou a impressionar
os críticos dos jornais.
É a relação lógica das ideias de um texto que decorre da sua C) Se o sucesso daquele romance deveu-se, sobretudo, à
argumentação. Um texto contraditório e redundante ou cujas resposta do público, razão pela qual a maior parte dos críticos
ideias iniciadas não são concluídas, é um texto incoerente, o que também o teriam apreciado.
compromete a clareza do discurso e a eficácia da leitura. Exem- D) Há livros que compramos não porque nos sejam imedia-
plo: Ela está de regime, mas adora comer brigadeiros. (quem tamente úteis, mas porque imaginamos o quanto poderão nos
está de regime não deve comer doces) valer num futuro próximo.
E) A distribuição dos livros numa biblioteca frequentemente
Fatores de Coerência indica aqueles pelos quais o dono tem predileção.

São inúmeros os fatores que contribuem para a coerência 02. TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA – 2014 - VUNESP
de um texto. Vejamos alguns: Meu amigo lusitano, Diniz, está traduzindo para o francês
meus dois primeiros romances, Os Éguas e Moscow. Temos tro-
Conhecimento de Mundo: conjunto de conhecimento que cado e-mails muito interessantes, por conta de palavras e gírias
adquirimos ao longo da vida​e que são arquivados na nossa me- comuns no meu Pará e absolutamente sem sentido para ele. Às
vezes é bem difícil explicar, como na cena em que alguém empi-
mória.
na papagaio e corta o adversário “no gasgo”.
Inferências: as informações podem ser simplificadas se par-
Os termos muito e bem, em destaque, atribuem aos termos
timos do pressuposto que os interlocutores partilham do mes-
aos quais se subordinam sentido de:
mo conhecimento.
A) comparação.
B) intensidade.
Fatores de contextualização
C) igualdade.
D) dúvida.
Há fatores que inserem o interlocutor na mensagem pro- E) quantidade.
videnciando a sua clareza, como os títulos de uma notícia ou a
data de uma mensagem. Exemplo: 03. TJ/RJ – Analista Judiciário – 2015 - FGV
— Começaremos às 8h. “A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a poluição
— O que começará às 8h? Não sei sobre o que está falando. em São Paulo mata o dobro do que o trânsito”.
Informatividade A oração em forma desenvolvida que substitui correta e
adequadamente o gerúndio “advertindo” é:
Quanto mais informação não previsível um texto tiver, mais A) com a advertência de;
rico e interessante ele será. Assim, dizer o que é óbvio ou insistir B) quando adverte;
numa informação e não desenvolvê-la, com certeza desvaloriza C) em que adverte;
o texto. D) no qual advertia;
E) para advertir.
Resumidamente:
04. PREF. DE PAULISTA/PE – RECEPCIONISTA – 2016 -
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo do UPENET
texto, numa linha de sequência e com os quais se estabelece um Observe o fragmento de texto abaixo:
vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via “Mas o que fazer quando o conteúdo não é lembrado justa-
gramática, fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do mente na hora da prova?”
vocabulário, tem-se a coesão lexical. Sobre ele, analise as afirmativas abaixo:
Coerência: é a rede de ligação entre as partes e o todo de
um texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada I. O termo “Mas” é classificado como conjunção subordi-
relação semântica, que se manifesta na compatibilidade entre nativa e, nesse contexto, pode ser substituído por “desde que”.
as ideias. II. Classifica-se o termo “quando” como conjunção subordi-
nativa que exprime circunstância temporal.
III. Acentua-se o “u” tônico do hiato existente na palavra
“conteúdo”.

20
LÍNGUA PORTUGUESA

IV. Os termos “conteúdo”, “hora” e “prova” são palavras in-


variáveis, classificadas como substantivos. LÉXICO: SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES
NO TEXTO. SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS E DE EXPRES-
Está CORRETO apenas o que se afirma em: SÕES NO TEXTO.
A) I e III.
B) II e IV.
C) I e IV. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
D) II e III.
E) I e II. A Significação das palavras é estudada pela semântica, que
estuda o sentido das palavras e as relações de sentido que as
05. PREF. DE OSASCO/SP - MOTORISTA DE AMBULÂNCIA palavras estabelecem entre si.
– 2016 - FGV
Sinônimos e antônimos
Dificuldades no combate à dengue
Sinônimos: palavras de sentido igual ou parecido.
A epidemia da dengue tem feito estragos na cidade de São Ex.: necessário, essencial, fundamental, obrigatório
Paulo. Só este ano, já foram registrados cerca de 15 mil casos da
doença, segundo dados da Prefeitura. Geralmente é indiferente usar um sinônimo ou outro. O
As subprefeituras e a Vigilância Sanitária dizem que existe fato linguístico de existirem sinônimos chama-se sinonímia, pa-
um protocolo para identificar os focos de reprodução do mos- lavra que também designa o emprego de sinônimos.
quito transmissor, depois que uma pessoa é infectada. Mas
quando alguém fica doente e avisa as autoridades, não é bem Antônimos: palavras de sentido oposto.
isso que acontece. Ex.: dedicado: desinteressado, desapegado, relapso.
(Saúde Uol). Pontual: atrasado, retardado, irresponsável.

“Só este ano...” O ano a que a reportagem se refere é o ano A antonímia pode ser originada por um prefixo de sentido
A) em que apareceu a dengue pela primeira vez. oposto ou negativo. Ex.: simpático/antipático, progredir/regre-
B) em que o texto foi produzido. dir, ativo/inativo, esperar/desesperar, simétrico/assimétrico.
C) em que o leitor vai ler a reportagem. Homônimos
D) em que a dengue foi extinta na cidade de São Paulo.
E) em que começaram a ser registrados os casos da doença. Se refere à capacidade de as palavras serem homônimas
(som igual, escrita igual, significado diferente), homófonas (som
06. CEFET/RJ - REVISOR DE TEXTOS – 2015 - CESGRANRIO igual, escrita diferente, significado diferente) ou homógrafas
Em qual dos períodos abaixo, a troca de posição entre a (som diferente, escrita igual, significado diferente).
palavra sublinhada e o substantivo a que se refere mantém o O contexto é quem vai determinar a significação dos homô-
sentido? nimos. Ela pode ser causa de ambiguidade, por isso é considera-
A) Algum autor desejava a minha opinião sobre o seu tra- da uma deficiência dos idiomas.
balho.
B) O mesmo porteiro me entregou o pacote na recepção Homônimos
do hotel. rio (curso de água) e rio (verbo rir);
C) Meu pai procurou uma certa pessoa para me entregar o caminho (itinerário) e caminho (verbo caminhar).
embrulho.
D) Contar histórias é uma prazerosa forma de aproximar os Homófonos
indivíduos. cem (número) e sem (indica falta)
E) Grandes poemas épicos servem para perpetuar a cultura senso (sentido) e censo (levantamento estatístico)
de um povo.
Homógrafos
RESPOSTAS colher (talher) e colher (apanhar);
acerto (correção) e acerto (verbo acertar);
1 C
Parônimos
2 B
3 C Se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de for-
ma parecida, mas que apresentam significados diferentes.
4 D
infligir (aplicar) e infringir (transgredir),
5 B sede (vontade de beber) e cede (verbo ceder),
6 D deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente,
divergir, adiar),
ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto, corrigir),

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LÍNGUA PORTUGUESA

vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e vultuoso envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma fealdade,
(congestionado: rosto vultuoso). escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris desnalga-
dos, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos aos peitos
Polissemia murchos, filhos arrastados pelos braços, passando; crianças,
sem-número de crianças; velhos, sem-número de velhos; raros
Polissemia indica a capacidade de uma palavra apresentar homens, enfermos opilados, faces túmidas e mortas, de cera,
uma multiplicidade de significados, conforme o contexto em bustos dobrados, andar cambaleante.
que ocorre. Uma palavra pode ter mais de uma significação. Ex.: (CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos.
Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as plan- Edição Especial. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.)
tas ou apagar incêndios; árvore frutífera; grande curral de gado.
Pena: pluma; peça de metal para escrever; punição; dó. Em qual das alternativas abaixo NÃO há um par de sinôni-
mos?
Denotação e conotação A) Armistício – destruição
B) Claudicante – manco
Denotação indica a capacidade de as palavras apresenta- C) Reveses – infortúnios
rem um sentido literal (próprio) e objetivo. A conotação indica D) Fealdade – feiura
a capacidade de as palavras apresentarem um sentido figurado E) Opilados – desnutridos
e simbólico.
02. Pref. de Cruzeiro/SP – Instrutor de Desenho Técnico e
Exemplos com sentido denotativo: Mecânico – 2016 - Instituto Excelência
As águas pingavam da torneira, (sentido próprio). Assinale a alternativa em que as palavras podem servir de
As horas iam pingando lentamente, (sentido figurado). exemplos de parônimos:
A) Cavaleiro (Homem a cavalo) – Cavalheiro (Homem gentil).
Exemplos com sentido conotativo: B) São (sadio) – São (Forma reduzida de Santo).
Comprei uma correntinha de ouro. C) Acento (sinal gráfico) – Assento (superfície onde se sen-
Fulano nadava em ouro. ta).
D) Nenhuma das alternativas.
Hiperonímia e hiponímia
03. TJ/MT – Analista Judiciário – Ciências Contábeis – 2017
Hiperonímia e a hiponímia indicam a capacidade das palavras - UFMT
estabelecerem relações hierárquicas de significado. Um hiperôni- Na língua portuguesa, há muitas palavras parecidas, seja no
mo, palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba modo de falar ou no de escrever. A palavra sessão, por exemplo,
um hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito. assemelha-se às palavras cessão e seção, mas cada uma apre-
senta sentido diferente. Esse caso, mesmo som, grafias diferen-
Fruta é hiperônimo de banana. tes, denomina-se homônimo homófono. Assinale a alternativa
Banana é hipônimo de fruta. em que todas as palavras se encontram nesse caso.
A) taxa, cesta, assento
QUESTÕES B) conserto, pleito, ótico
C) cheque, descrição, manga
12. Pref. de Itaquitinga/PE – Psicólogo – 2016 - IDHTEC D) serrar, ratificar, emergir
A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os comba-
tentes contemplavam-nos entristecidos. Surpreendiam-se; co- 04. TJ/MT – Analista Judiciário – Direito – 2017 - UFMT
moviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante, naquele
armistício transitório, uma legião desarmada, mutilada faminta A fuga dos rinocerontes
e claudicante, num assalto mais duro que o das trincheiras em Espécie ameaçada de extinção escapa dos caçadores da
fogo. Custava-lhes admitir que toda aquela gente inútil e frágil maneira mais radical possível – pelo céu.
saísse tão numerosa ainda dos casebres bombardeados durante
três meses. Contemplando-lhes os rostos baços, os arcabouços Os rinocerontes-negros estão entre os bichos mais visados
esmirrados e sujos, cujos molambos em tiras não encobriam la- da África, pois sua espécie é uma das preferidas pelo turismo de
nhos, escaras e escalavros – a vitória tão longamente apeteci- caça. Para tentar salvar alguns dos 4.500 espécimes que ainda
da decaía de súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. restam na natureza, duas ONG ambientais apelaram para uma
Era, com efeito, contraproducente compensação a tão luxuosos solução extrema: transportar os rinocerontes de helicóptero. A
gastos de combates, de reveses e de milhares de vidas, o apre- ação utilizou helicópteros militares para remover 19 espécimes
samento daquela caqueirada humana – do mesmo passo angu- – com 1,4 toneladas cada um – de seu habitat original, na pro-
lhenta e sinistra, entre trágica e imunda, passando-lhes pelos víncia de Cabo Oriental, no sudeste da África do Sul, e transfe-
olhos, num longo enxurro de carcaças e molambos... ri-los para a província de Lampopo, no norte do país, a 1.500
Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender quilômetros de distância, onde viverão longe dos caçadores.
uma arma, nem um peito resfolegante de campeador domado: Como o trajeto tem áreas inacessíveis de carro, os rinocerontes
mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças tiveram de voar por 24 quilômetros. Sedados e de olhos venda-

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LÍNGUA PORTUGUESA

dos (para evitar sustos caso acordassem), os rinocerontes foram RESPOSTAS


içados pelos tornozelos e voaram entre 10 e 20 minutos. Parece
meio brutal? Os responsáveis pela operação dizem que, além
de mais eficiente para levar os paquidermes a locais de difícil 01 A
acesso, o procedimento é mais gentil. 02 A
(BADÔ, F. A fuga dos rinocerontes. Superinteressante, nº 03 A
229, 2011.)
04 C
A palavra radical pode ser empregada com várias acepções, 05 E
por isso denomina-se polissêmica. Assinale o sentido dicionari-
zado que é mais adequado no contexto acima. 06 D
A) Que existe intrinsecamente num indivíduo ou coisa.
B) Brusco; violento; difícil. EQUIVALÊNCIA DE ESTRUTURAS
C) Que não é tradicional, comum ou usual.
D) Que exige destreza, perícia ou coragem. A equivalência e transformação de estruturas consiste
em saber mudar uma sentença ou parte dela de modo a que
05. UNESP – Assistente Administrativo I – 016 - VU- fique gramaticalmente correta. Poderíamos explicitar as regras
NESP/2016 morfológicas e sintáticas em linguagem natural. Um exemplo
disso seria a seguinte definição de período: O período é
O gavião composto por uma frase e opcionalmente pela sua concatenação
com outras frases em número indefinido relacionadas duas a
Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco duas por sintagma conectivo. A definição de regras sintáticas em
voador perdeu o cartaz com tanto satélite beirando o sol e a lua. linguagem natural tem suas vantagens.
Olhamos todos para o céu em busca de algo mais sensacional e
comovente – o gavião malvado, que mata pombas. A Ordem dos Termos na Frase
O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à con-
templação de um drama bem antigo, e há o partido das pombas Há diferentes maneiras de se organizar gramaticalmente
e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros (qualquer uma frase. Tudo depende da necessidade ou da vontade do
palavra é melhor que “columbófilo”) querem matar o gavião. redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém, acrescentado
Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na verdade
ênfase a algum dos seus termos. Significa dizer que, ao escrever,
come a sua pombinha com a mesma inocência com que a pom-
podemos fazer uma série de inversões e intercalações em nossas
ba come seu grão de milho.
Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das pom- frases, conforme a nossa vontade e estilo. Tudo depende da
bas e também o lance magnífico em que o gavião se despenca maneira como queremos transmitir uma ideia, do nosso estilo.
sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint-Exupéry, “a Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e o
verdade do gavião”, mas matar um gavião no ar com um belo que mais nos auxilia na organização de um período, pois facilita
tiro pode também ser a verdade do caçador. as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula ajuda-nos a
Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente não “embolar” o sentido quando produzimos frases complexas.
o gavião; ao homem, se não houver outro bicho que o mate, Com isto, “entregamos” frases bem organizadas aos nossos
pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem. leitores.
(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, 1999. Adaptado) O básico para a organização sintática das frases é a ordem
direta dos termos da oração. Os gramáticos estruturam tal
O termo gavião, destacado em sua última ocorrência no tex- ordem da seguinte maneira:
to – … pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro
homem. –, é empregado com sentido SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL +
A) próprio, equivalendo a inspiração. CIRCUNSTÂNCIAS
B) próprio, equivalendo a conquistador.
C) figurado, equivalendo a ave de rapina. Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem todas
D) figurado, equivalendo a alimento. contêm todos estes elementos
E) figurado, equivalendo a predador. Paralelismo

06. Pref. de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala – 2017 - FEPESE Os paralelismos sintático e semântico se caracterizam pelas
O termo (ou expressão) em destaque, que está empregado relações de semelhança existente entre palavras e expressões
em seu sentido próprio, denotativo, ocorre em: que se efetivam tanto de ordem morfológica (quando
A) Estou morta de cansada. pertencem à mesma classe gramatical), sintática (quando há
B) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É semelhança entre frases ou orações) e semântica (quando há
uma cobra.
correspondência de sentido entre os termos).
C) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos.
Casos recorrentes se manifestam no momento da escrita
D) Reclusa desde que seu cachorrinho morreu, Filomena fi-
indicando que houve a quebra destes recursos, tornando-se
nalmente saiu de casa ontem.
imperceptíveis aos olhos de quem a produz, interferindo de
E) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba!

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LÍNGUA PORTUGUESA

forma negativa na textualidade como um todo. Ampliando a em desenvolver meios para diminuir a quantidade de
noção sobre a correta utilização destes recursos, analisemos congestionam1entos ao longo do dia e o excesso de pedestres
alguns casos em que eles se aplicam: em áreas centrais dos espaços urbanos. Trata-se, também, de
uma questão ambiental, pois o excesso de veículos nas ruas gera
- não só... mas (como) também: tal construção confere-nos mais poluição, interferindo em problemas naturais e climáticos
a ideia de adição. em larga escala e também nas próprias cidades, a exemplo do
- Quanto mais... (tanto) mais: noção de progressão, aumento do problema das ilhas de calor.
podemos identificar a construção paralelística. A principal causa dos problemas de mobilidade urbana no
- Seja... Seja; Quer... Quer; Ora... Ora: ideia de alternância. Brasil relaciona-se ao aumento do uso de transportes individuais
- Tanto... Quanto: ideia de adição, acrescida àquela de em detrimento da utilização de transportes coletivos, embora
equivalência, constata-se a estrutura paralelística. esses últimos também encontrem dificuldades com a
- Não... E não/nem: recurso empregado quando se quer superlotação. Esse aumento do uso de veículos como carros
atribuir uma sequência negativa. e motos deve-se a, pelo menos, cinco fatores: má qualidade
- Por um lado... Por outro: referência a aspectos negativos e do transporte público no Brasil; aumento da renda média do
positivos relacionados a um determinado fato. brasileiro nos últimos anos; redução de impostos por parte do
- Tempos verbais: concordância de sentido proferida pelos Governo Federal sobre produtos industrializados (o que inclui
verbos e seus respectivos tempos. os carros); concessão de mais crédito ao consumidor; e, por fim,
herança histórica da política rodoviária do país.
QUESTÕES Entre as principais soluções para o problema da mobilidade
urbana, na visão de muitos especialistas, estaria o estímulo
01. Pref. de Mangaratiba/RJ - Assistente Social – 2016 - BIO- aos transportes coletivos públicos, através da melhoria de suas
RIO qualidades e eficiências e do desenvolvimento de um trânsito
Entre os pensamentos abaixo, aquele que NÃO apresenta focado na circulação desses veículos, e a diversificação dos modais
uma estrutura comparativa é: de transporte. Ao longo do século XX, o Brasil foi essencialmente
A) “A arte vence a monotonia das coisas, assim como a rodoviarista, em detrimento do uso de trens, metrôs e outros.
esperança vence a monotonia dos dias”. (Chesterton) A ideia é investir mais nesses modos alternativos, o que pode
B) “Muita luz é como muita sombra: não deixa ver”. (Carlos atenuar os excessivos números de veículos transitando nas ruas
Castañeda) das grandes cidades do país.
C) “O bem é aquele que trabalha pela unidade, o mal é De toda forma, é preciso ampliar os debates, regulamentando
aquele que trabalha pela separação”. (A. Huxley) ações públicas para o interesse da questão, tais como a difusão
D) “Bons julgamentos vêm da experiência e, frequentemente, dos fóruns de mobilidade urbana e a melhoria do Estatuto das
a experiência vem de maus julgamentos”. (Rita Mae Brown) Cidades, com ênfase na melhoria da qualidade e da eficiência
E) “O pessimista se queixa do vento, o otimista espera que dos deslocamentos por parte das populações.
ele mude e o realista ajusta as velas”. (William George Ward) (PENA, Rodolfo F. Alves. “Mobilidade urbana no Brasil”.
Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/
02. Pref. de São Gonçalo/RJ - Analista de Contabilidade – mobilidade-urbanano-brasil.htm>. Acesso em 25/03/2016.
2016 - BIO-RIO Adaptado).

Édipo-rei Analisando-se a estrutura do texto, conclui-se que se trata


de um /uma:
Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está A) Depoimento.
ajoelhado nos degraus da entrada. Cada um tem na mão um B) Debate.
ramo de oliveira. De pé, no meio delas, está o sacerdote de Zeus. C) Notícia.
(Edipo-Rei, Sófocles, RS: L&PM, 2013) D) Artigo de opinião.
E) Reportagem.
A mesma estrutura de “grupo de crianças” ocorre em:
A) descrição de uma cena. 04. Copergás/PE - Analista Administrador – 2017 - FCC
B) presença de um sacerdote.
C) montão de gente. Idades e verdades
D) casa de Édipo.
E) ramo de oliveira. O médico e jornalista Drauzio Varella escreveu outro dia no
jornal uma crônica muito instigante. Destaco este trecho:
03. UFCG - Assistente em Administração – 2017 - UFCG “Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele
tem ‘cabeça de jovem’. É considerá-lo mais inadequado do
Mobilidade urbana no Brasil que o rapaz de 20 anos que se comporta como criança de dez.
Ainda que maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a
Nos últimos anos, o debate sobre a mobilidade urbana no aceitação das ambiguidades, das diferenças, do contraditório e
Brasil vem se acirrando cada vez mais, haja vista que a maior abre espaço para uma diversidade de experiências com as quais
parte das grandes cidades do país vem encontrando dificuldades nem sonhávamos anteriormente. ”

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LÍNGUA PORTUGUESA

Tomo a liberdade de adicionar meu comentário de velho:


não preciso que os jovens acreditem em mim, tampouco estou ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS.
aberto para receber lições dos mocinhos. Nossa alternativa:
ao nos defrontarmos com uma questão de comum interesse, ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
discutirmos honestamente que sentido ela tem para nós. O que
nos unirá não serão nossas diferenças, mas o que nos desafia. Ao estudar a estrutura das palavras, estamos penetrando
(LAMEIRA, Viriato, inédito) seu íntimo e conhecendo as várias partes que formam um todo
acabado e repleto de significado. Uma palavra é formada por
É preciso corrigir, por apresentar em sua construção uma unidades mínimas que possuem significado, que são chamadas
deficiência estrutural, a redação da seguinte frase: elementos mórficos ou morfemas.
A) A muita gente ocorre que os velhos estimem ser tratados A palavra “maquininhas”, por exemplo, possui quatro mor-
como jovens, em vez de serem valorizados pelos ganhos obtidos femas:
em sua longa experiência de vida.
B) Imagina-se que a ingenuidade de uma criança ou o
caráter aventureiro de um jovem possam ser atributos positivos maquin inh a s
invejados pelos velhos, quando não o são. Base do Indica grau Indica gênero Indica
C) Os jovens, presumivelmente, não deverão considerar-se significado diminutivo feminino plural
criaturas privilegiadas se alguém os julga tão ativos e inventivos
quanto costumam ser as crianças de dez anos. Raiz
D) Ao comentar a afirmação de Drauzio Varella, o autor
do texto não se mostra disposto nem a aprender algo com os Origem das palavras. É onde se concentra a significação das
jovens, nem a esperar que estes acreditem nele. palavras.
E) Conquanto os velhos pareçam injustiçados, razão pela
qual as pessoas tendem a consolá-los atribuindo-lhes juventude, Exemplo: Raiz (carr- raiz nominal de carro). 
há por isso mesmo como valorizar sua experiência.
Os morfemas que constituem as palavras são: radical, de-
05. TRE/PI - Conhecimentos Gerais para os Cargos 1, 2 e 4 sinência, vogal temática, afixos, vogais e consoantes de ligação.
–2016 - CESPE
Em relação à conceituação, à finalidade e aos aspectos Radical
estruturais e linguísticos das correspondências oficiais, assinale
a opção correta. É a forma mínima que indica o sentido básico da palavra.
A) o memorando é um expediente oficial de circulação Com o radical formamos famílias de palavras.
interna ou externa.
B) como não existe padrão definido para a estrutura das Exemplos:
mensagens enviadas por meio de correio eletrônico, não há Moço – moça – moçada – mocinha – moçoila - remoçar
orientações acerca da linguagem a ser empregada nessas
comunicações. Desinência
C) informar o destinatário sobre determinado assunto,
propor alguma medida e submeter projeto de ato normativo Elementos colocados no final das palavras para indicar as-
à consideração desse destinatário são alguns dos propósitos pectos gramaticais. As desinências são de dois tipos:
comunicativos da mensagem.
D) a exposição de motivos varia estruturalmente conforme - nominal: indica o gênero (masculino/feminino) e o nú-
sua finalidade comunicativa. mero (singular/plural) dos substantivos, adjetivos pronomes e
E) a situação comunicativa mediada pelo ofício é restrita numerais.
aos ministros de Estado, estejam eles no papel de remetente Exemplo: menino, menina, meninos, meninas.
ou de destinatário.
- verbal: indica a pessoa (1ª, 2ª e 3ª), o número (singular/
RESPOSTAS plural), o tempo e o modo (indicativo, presente...).
Exemplo: amássemos
01 D am- (radical)
-á- (vogal temática)
02 C
- sse- (desinência modo subjuntivo e de tempo perfeito)
03 D -mos (desinência de primeira pessoa e de número plural)
04 E
Vogal temática
05 D
É o que torna possível a ligação entre o radical e a desinência.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observe o verbo dançar: Exemplos:


Esfriar, esquentar, amadurecer.
Danç: radical
A: vogal temática - Derivação Regressiva: uma palavra é formada não por acrés-
R: desinência de infinitivo. cimo, mas por redução: trabalhar – trabalho, castigar – castigo.

A junção do radical danç- com a desinência –r no português é - Derivação Imprópria: ocorre quando determinada pala-
impossível, é a vogal temática “a” que torna possível essa ligação. vra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma,
muda de classe gramatical. Assim:
Afixos - Adjetivos passam a substantivos
- Particípios passam a substantivos ou adjetivos
São morfemas que se colocam antes ou depois do radical - Infinitivos passam a substantivos
alterando sua significação básica. São divididos em: - Substantivos passam a adjetivos
- Adjetivos passam a advérbios: Falei baixo para que nin-
- Prefixos: antepostos ao radical. guém escutasse.
Exemplo: impossível, desleal. - Palavras invariáveis passam a substantivos
- Substantivos próprios tornam-se comuns
- Sufixos: pospostos ao radical.
Exemplo: lealdade, felizmente.
Composição: processo que forma palavras compostas, pela
junção de dois ou mais radicais. São dois tipos:
Vogais ou consoantes de ligação
- Justaposição: ao juntar duas ou mais palavras ou radicais,
As vogais ou consoantes de ligação podem ocorrer entre um
não há alteração fonética: televisão, quinta-feira, girassol, cou-
morfema e outro por motivos eufônicos, facilitando ou até pos-
ve-flor.
sibilitando a leitura de uma palavra.
Exemplos: paulada, cafeteira, gasômetro.
- Aglutinação: quando pelo menos uma das palavras que
Formação das Palavras formam o composto apresenta alteração em sua forma: aguar-
dente (água + ardente), vinagre (vinho + acre), planalto (plano
Há dois processos pelos quais se formam as palavras: Deri- + alto).
vação e Composição. A diferença é que na derivação, partimos
sempre de um único radical, enquanto na composição sempre QUESTÕES
haverá mais de um radical.
01. IF/PA - Auxiliar em Administração – 2016 - FUNRIO
Derivação: processo pelo qual se obtém uma palavra nova
(derivada), a partir de outra já existente, (primitiva). “Chegou o fim de semana. É tempo de encontrar os amigos
Exemplo: Terra (enterrar, terráqueo, aterrar). Observamos no boteco e relaxar, mas a crise econômica vem deixando muitos
que “terra” não se forma de nenhuma outra palavra, mas, pos- paraenses de cabeça quente. Para ajudar o bolso dos amantes
sibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um da culinária de raiz, os bares participantes do Comida di Buteco
sufixo ou prefixo. Sendo assim, terra e palavra primitiva, e as estão comercializando os petiscos preparados exclusivamente
demais, derivadas.  para o concurso com um preço reduzido. O preço máximo é de
R$ 25,90.”
Tipos de Derivação (O LIBERAL, 23 de abril de 2016)

- Prefixal ou Prefixação: acréscimo de prefixo à palavra pri- Assinale a alternativa que faz um comentário correto sobre
mitiva, e tem o significado alterado: rever; infeliz, desamor. o processo de formação das palavras usadas nesse trecho.
a) As palavras “amigo e amantes” são formadas por prefi-
- Sufixal ou Sufixação: acréscimo de sufixo à palavra primi- xação.
tiva, pode sofrer alteração de significado ou mudança de classe b) As palavras “paraenses e participantes” são formadas por
gramatical: amoroso, felizmente, menininho. sufixação.
A derivação sufixal pode ser: c) A palavra “boteco” é formada por derivação a partir da
Nominal: formando substantivos e adjetivos: riso – risonho. palavra “bote”.
Verbal: formando verbos: atual - atualizar. d) As palavras “culinária e petiscos” são formadas por deri-
Adverbial: formando advérbios de modo: feliz – felizmente. vação regressiva.
e) A palavra “comercializando” é formada por aglutinação
- Parassintética ou Parassíntese: a palavra derivada resulta de “comer+comércio”.
do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva.
Por meio da parassíntese formam-se nomes (substantivos e ad-
jetivos) e verbos. A presença de apenas um desses afixos não é
suficiente para formar uma nova palavra.

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LÍNGUA PORTUGUESA

02. Pref. de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito – 2016 – 05. Pref. de Aragoiânia/GO - Biólogo – 2017 – Itame
IOBV O irreverente cantor não agradou o público local.

“Infelizmente as cheias de 2011 castigaram de forma severa Aponte a alternativa em que o prefixo das palavras não
o Vale do Itajaí.” apresenta o significado existente no prefixo da palavra destaca-
Na frase acima (elaborada para fins de concurso) temos o da acima:
caso da expressão “Infelizmente”. A palavra pode ser assim de- a) desgoverno / ilegal
composta: in + feliz + mente. Aponte qual a função da partícula b) infiel / imoral
in dentro do processo de estruturação das palavras. c) anormal / destemor
a) Radical. d) imigrante / ingerir
b) Sufixo. Parte inferior do formulário
c) Prefixo.
d) Interfixo. 06. IF/BA - Auxiliar em Administração – 2016 – FUNRIO
Todas as palavras abaixo têm prefixo e sufixo, exceto este
verbo:
03. (Pref. de Teresina/PI - Professor – Português – NUCE-
a) destinar.
PE/2016) b) desfivelar.
c) desfavorecer.
Aceita um cafezinho d) desbanalizar.
e) despraguejar.
Ó Estrangeiro, ó peregrino, ó passante de pouca esperança
- nada tenho para te dar, também sou pobre e essas terras não RESPOSTAS
são minhas. Mas aceita um cafezinho.
A poeira é muita, e só Deus sabe aonde vão dar esses cami-
nhos. Um cafezinho, eu sei, não resolve o teu destino; nem faz 01 B
esquecer tua cicatriz. 02 B
Mas prova.... Bota a trouxa no chão, abanca-te nesta pedra 03 A
e vai preparando o teu cigarro...
Um minuto apenas, que a água já está fervendo e as xícaras 04 B
já tilintam na bandeja. Vai sair bem coado e quentinho. 05 D
Não é nada, não é nada, mas tu vais ver: serão mais alguns
06 A
quilômetros de boa caminhada... E talvez uma pausa em teu ge-
mido!
Um minutinho, estrangeiro, que teu café já vem cheirando...

(Aníbal Machado) ASPECTOS LINGUÍSTICOS: RELAÇÕES


MORFOSSINTÁTICAS.
Na palavra cafezinho temos os seguintes elementos mór-
ficos SINTAXE: ANÁLISE SINTÁTICA, FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
a) radical, vogal temática e sufixo.
b) radical, consoante de ligação e sufixo. Sintaxe
c) radical e sufixo.
d) radical e vogal temática. A Sintaxe constitui seu foco de análise na sentença, ou seja,
e) radical e consoante de ligação. estuda a função dos vocábulos dentro de uma frase.
A Gramática Tradicional trabalha a Sintaxe sob a forma de
04. BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais - Ad- “análise sintática” que, consiste em classificar os vocábulos em
ministração e Psicologia – 2017 – IESES sujeito, predicado ou outros “termos acessórios da oração” (ad-
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão IN- junto adverbial, adnominal, aposto).
CORRETAS:
a) Luminescência; transparência; ascendência; maledicên- Análise Sintática
cia; flatulência.
b) Dizêssemos; troucéssemos; portãozinhos; quizéreis; pu- Examina a estrutura do período, divide e classifica as ora-
zesse. ções que o constituem e reconhece a função sintática dos ter-
c) Assessorássemos; indenidade; dissesses; entre ti e nós; mos de cada oração.
fizesse.
d) Beleza; sutileza; pobreza; destreza; natureza. Frase
e) Interdisciplinaridade; transitoriedade; notoriedade; titu-
A construção da fala é feita a partir da articulação de unidades
laridade; liminaridade.
comunicativas. Essas unidades exprimem ideias, emoções, ordens,
apelos, enfim, transmitem comunicação. São chamadas frases

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: Que Deus te abençoe!


Espantoso! uita sorte para a nova etapa!
Aonde vai com tanta pressa?
“O bicho, meu Deus, era um homem.” (Manuel Bandeira) Oração

A frase pode ou não se organizar ao redor de um verbo. Na É o enunciado que se organiza em torno de um verbo ou
língua falada, a frase é caracterizada pela entonação. de uma locução verbal. As orações podem ou não ter sentido
completo.
Tipos de frases As orações são a base para a construção dos períodos, e são
formadas por vários termos. Alguns termos estão presentes em
A intencionalidade do discurso é manifestada através dos todas ou na maioria das orações. É o caso do sujeito e predicado.
diferentes tipos de frases. Para tanto, os sinais de pontuação Outros termos não tão frequentes, ou têm um uso situacional,
que as acompanham auxiliam para expressar o sentido de cada como os complementos e adjuntos.
uma delas.
Exemplo:
Frases exclamativas: são empregadas quando o emissor A mulher trancou toda a casa.
quer manifestar emoção. São sinalizadas com ponto de excla- A mulher – sujeito
mação: trancou toda a casa – predicado

Puxa! Amanheceu logo em seguida. (toda a oração é predicado)


Até que enfim!
Sujeito é aquele ou aquilo de que(m) se fala. Já o predicado
Frases declarativas: representam a constatação de um fato é a informação dada sobre o sujeito. Núcleo de um termo é a pa-
pelo emissor. Levam ponto final e podem ser afirmativas ou ne- lavra principal (geralmente um substantivo, pronome ou verbo).
gativas.
Os termos da oração são divididos em três níveis:
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado.
- Declarativas afirmativas:
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e
Gosto de comida apimentada.
Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agente
As matrículas começam hoje.
da Passiva).
- Declarativas negativas:
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Adjun-
Não gosto de comida apimentada.
to Adverbial, Vocativo e Aposto.
As matrículas não começam hoje.
Termos Essenciais da Oração: sujeito e predicado.
Frases imperativas: são utilizadas para emissão de ordens,
conselhos e pedidos. Levam ponto final ou ponto de exclama- Sujeito: aquele que estabelece concordância com o núcleo
ção. do predicado. Quando se trata de predicado verbal, o núcleo
é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é
- Imperativas afirmativas: sempre um nome. Então têm por características básicas:
Vá por ali. - ter concordância com o núcleo do predicado;
Siga-me! - ser elemento determinante em relação ao predicado;
- Imperativas negativas: - ser formado por um substantivo, ou pronome substantivo
Não vá por ali. ou, uma palavra substantivada.
Não me siga!
Tipos de sujeito:
Frases interrogativas: ocorrem quando o emissor faz uma
pergunta na mensagem. Podem ser diretas ou indiretas. - Simples: um só núcleo: O menino estudou.
As interrogativas diretas devem ser sinalizadas com ponto de - Composto: mais de um núcleo: “O menino e a menina es-
interrogação, enquanto as interrogativas indiretas, ponto final. tudaram.”
- Expresso: está explícito, enunciado: Ela ligará para você.
- Interrogativas diretas: - Oculto (elíptico): está implícito (não está expresso), mas se
Escreveu o discurso? deduz do contexto: Chegarei amanhã. (sujeito: eu, que se deduz
O prazo terminou? da desinência do verbo);
- Interrogativas indiretas: - Agente: ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Everest
Quero saber se o discurso está feito. é quase invencível.
Precisava saber se o prazo terminou. - Paciente: sofre ou recebe os efeitos da ação marcada pelo
verbo passivo: O prédio foi construído.
Frases optativas: expressam um desejo e são sinalizadas - Agente e Paciente: o sujeito realiza a ação expressa por
com ponto de exclamação: um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos dessa
ação: João cortou-se com aquela faca.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Indeterminado: não se indica o agente da ação verbal: Fe- Predicativo do Sujeito: termo que exprime um atributo, um
riram aquele cachorro com uma pedra. estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um
- Sem Sujeito: enunciação pura de um fato, através do predi- verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos: A bandeira
cado. São formadas com os verbos impessoais, na 3ª pessoa do é o símbolo da nação.
singular: Choveu durante a noite. Predicativo do Objeto: termo que se refere ao objeto de um
verbo transitivo. Exemplo: O juiz declarou o réu culpado.
Predicado: segmento linguístico que estabelece concordân-
cia com outro termo essencial da oração, o sujeito, sendo este Termos Integrantes da Oração
o termo determinante (ou subordinado) e o predicado o termo
determinado (ou principal). Têm por características básicas: São os termos que completam a significação transitiva dos
apresentar-se como elemento determinado em relação ao verbos e nomes. Integram o sentido da oração, sendo assim in-
sujeito; apontar um atributo ou acrescentar nova informação ao dispensável à compreensão do enunciado. São eles:
sujeito. - Complemento Verbal (Objeto Direto e Objeto Indireto);
- Complemento Nominal;
Tipos de predicado: - Agente da Passiva.

- predicado nominal: seu núcleo é um nome, substantivo, Objeto Direto: complemento dos verbos de predicação in-
adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo de ligação. O completa, não regido, normalmente, de preposição. Exemplo:
núcleo do predicado nominal chama-se predicativo do sujeito, As plantas purificaram o ar.
pois atribui ao sujeito uma qualidade ou característica.
- predicado verbal: seu núcleo é um verbo, seguido, ou não, Tem as seguintes características:
de complemento(s) ou termos acessórios). - Completa a significação dos verbos transitivos diretos;
- predicado verbo-nominal: tem dois núcleos significativos: - Geralmente, não vem regido de preposição;
um verbo e um nome - Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um
verbo ativo.
Predicação verbal é o modo pelo qual o verbo forma o pre-
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva.
dicado.
Alguns verbos que, tem sentido completo, sendo apenas
Objeto Indireto: complemento verbal regido de preposição
eles o predicado. São denominados intransitivos. Exemplo: As
necessária e sem valor circunstancial. Representa, o ser a que se
folhas caem.
destina ou se refere à ação verbal. É sempre regido de preposi-
Outros, para fazerem parte do predicado precisam de ou-
ção, expressa ou implícita.
tros termos: Chamados transitivos. Exemplos: José comprou o
Complemento Nominal: termo complementar reclamado
carro. (Sem os seus complementos, o verbo comprou, não trans-
pela significação transitiva, incompleta, de certos substantivos,
mitiria uma informação completa: comprou o quê?)
Os verbos de predicação completa denominam-se intransi- adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição. Exem-
tivos e os de predicação incompleta, transitivos. Os verbos tran- plo: Assistência às aulas.
sitivos subdividem-se em: transitivos diretos, transitivos indire-
tos e transitivos diretos e indiretos (bitransitivos). Agente da Passiva: complemento de um verbo na voz pas-
Além dos verbos transitivos e intransitivos, existem os ver- siva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo
bos de ligação que entram na formação do predicado nominal, passivo. Vem regido comumente pela preposição por, e menos
relacionando o predicativo com o sujeito. frequentemente pela preposição de.

- Transitivos Diretos: pedem um objeto direto, isto é, um Termos Acessórios da Oração


complemento sem preposição. Exemplo: Comprei um terreno e
construí a loja. São os que desempenham na oração uma função
- Transitivos Indiretos: pedem um complemento regido de secundária, qual seja a de caracterizar um ser, determinar os
preposição, chamado objeto indireto. Exemplo: Não se perdoa substantivos, exprimir alguma circunstância. São eles:
ao político que rouba aos montes.
- Transitivos Diretos e Indiretos: se usam com dois objetos: Adjunto adnominal: termo que caracteriza ou determina os
direto e indireto, concomitantemente. Exemplo: Maria dava ali- substantivos. Pode ser expresso: Pelos adjetivos: animal feroz; Pe-
mento aos pobres. los artigos: o mundo; Pelos pronomes adjetivos: muitos países.
- de Ligação: ligam ao sujeito uma palavra ou expressão cha-
mada predicativo. Esses verbos entram na formação do predica- Adjunto adverbial:termo que exprime uma circunstância
do nominal. Exemplo: A Bahia é quente. (de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que mo-
difica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. É expresso:
Predicativo: Existe o predicativo do sujeito e o predicativo Pelos advérbios: Cheguei cedo; Pelas locuções ou expressões
do objeto. adverbiais: Saí com meu pai.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Aposto: palavra ou expressão que explica ou esclarece, de- - Conclusivas: quando as orações expressam conclusão.
senvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos: David, Exemplo: Estão de acordo, então vamos.
que foi um excelente aluno, passou no vestibular. - Explicativas: quando as orações expressam explicação.
Exemplo: Fizemos a tarefa hoje porque tivemos tempo.
O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome subs-
tantivo: O aposto não pode ser formado por adjetivos. Os apos- Orações Subordinadas
tos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, na escrita, por
vírgulas, dois pontos ou travessões. As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas
ou adverbiais, conforme a sua função.
Vocativo: termo usado para chamar ou interpelar a pessoa, - Substantivas: quando as orações têm função de substanti-
o animal ou a coisa personificada a que nos dirigimos. Exemplo: vo. Exemplo: Espero que eles consigam.
Vamos à escola, meus filhos! - Adjetivas: quando as orações têm função de adjetivo.
O vocativo não pertence à estrutura da oração, por isso não Exemplo: Os concorrentes que se preparam mais têm um de-
se anexa ao sujeito nem ao predicado. sempenho melhor.
- Adverbiais: quando as orações têm função de advérbio.
Período Exemplo: À medida que crescem, aumentam os gastos.

O período pode ser caracterizado pela presença de uma ou QUESTÕES


de mais orações, por isso, pode ser simples ou composto.
01. Pref. De Caucaia/CE – Agente de Suporte e Fiscalização
Período Simples - apresenta apenas uma oração, a qual é – 2016 - CETREDE
chamada de oração absoluta. Exemplo: Já chegamos.
Dos rituais
Período Composto - apresenta duas ou mais orações. Exem-
plo: Conversamos quando eu voltar. O número de orações de- No primeiro contato com os selvagens, que medo nos dá de
pende do número de verbos presentes num enunciado. infringir os rituais, de violar um tabu!
É todo um meticuloso cerimonial, cuja infração eles não nos
Classificação do Período Composto perdoam.
Eu estava falando nos selvagens? Mas com os civilizados é o
Período Composto por Coordenação - as orações são mesmo. Ou pior até.
independentes entre si, ou seja, cada uma delas têm sentido Quando você estiver metido entre grã-finos, é preciso ter
completo. muito, muito cuidado: eles são tão primitivos!
Exemplo: Entrou na loja e comprou vários sapatos. Mário Quintana
Período Composto por Subordinação - as orações Em relação à oração “eles são tão primitivos!”, assinale o
relacionam-se entre si. item INCORRETO.
Exemplo: Espero terminar meu trabalho antes do meu pa- a) Refere-se a grã-finos.
trão voltar de viagem. b) O sujeito é indeterminado.
Período Composto por Coordenação e Subordinação - há a c) O predicado é nominal.
presença de orações coordenadas e subordinadas. d) Tem verbo de ligação
Exemplo: Enquanto eles falarem, nós vamos escutar. e) Apresenta predicativo do sujeito.

Orações Coordenadas 02. CISMEPAR/PR – Advogado – 2016 - FAUEL

Podem ser sindéticas ou assindéticas, respectivamente, O assassino era o escriba


conforme são utilizadas ou não conjunções Exemplos: Ora fala, Paulo Leminsky
ora não  fala. (oração coordenada sindética, marcada pelo uso
da conjunção “ora...ora”). As aulas começaram, os deveres co- Meu professor de análise sintática era o tipo do
meçaram e a preguiça deu lugar à determinação. (orações coor- sujeito inexistente.
denadas assindéticas: “As aulas começaram, os deveres come- Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
çaram”, oração coordenada sindética: “e a preguiça deu lugar à regular como um paradigma da 1ª conjugação.
determinação”.) Entre uma oração subordinada e um adjunto
adverbial,
As orações coordenadas sindéticas podem ser: ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
- Aditivas: quando as orações expressam soma. Exemplo: assindético de nos torturar com um aposto.
Gosto de salgado, mas também gosto de doce. Casou com uma regência.
- Adversativas: quando as orações expressam adversidade. Foi infeliz.
Exemplo: Gostava do moço, porém não queria se casar. Era possessivo como um pronome.
- Alternativas: quando as orações expressam alternativa. E ela era bitransitiva.
Exemplo: Fica ele ou fico eu. Tentou ir para os EUA.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Não deu. As cartas de amor, verde-mar, haviam surgido na vida de


Acharam um artigo indefinido em sua bagagem. Malvina como o dilúvio, transformando-lhe o cérebro.
A interjeição do bigode declinava partículas Afinal, no décimo dia, chegou a explicação do enigma. Foi
expletivas, uma coisa tão dramática, tão original, tão crível, que Malvina
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo. não teve nem um ataque de histerismo, nem uma crise de cóle-
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça. ra. Ficou apenas petrificada.
“Você será amada... se usar, pela manhã, o creme de beleza
Na frase “Entre uma oração subordinada e um adjunto ad- Lua Cheia. O creme Lua Cheia é vendido em todas as farmácias e
verbial”, o autor faz referência à oração subordinada. Assinale a drogarias. Ninguém resistirá a você, se usar o creme Lua Cheia.
alternativa que NÃO corresponde corretamente à compreensão Era o que continha o papel verde-mar, escrito em enérgicos
da relação entre orações: caracteres masculinos.
Parte superior do formulário Ao voltar a si, Malvina arrastou-se até o telefone:
a) Oração subordinada é o nome que se dá ao tipo de oração -Alô! É Jorge quem está falando? Já pensei e resolvi casar-
que é indispensável para a compreensão da oração principal. -me com você. Sim, Jorge, amo-o! Ora, que pergunta! Pode vir.
b) Diferentemente da coordenada, a oração subordinada é A voz de Jorge estava rouca de felicidade!
a que complementa o sentido da oração principal, não sendo E nunca soube a que devia tanta sorte!
possível compreender individualmente nenhuma das orações, André Sinoldi
pois há uma relação de dependência do sentido.
c) Subordinação refere-se a “estar ordenado sob”, sendo Se a oração escrita na carta estivesse completa, como em
indiferente a classificação de uma oração coordenada ou subor- “Você será amada POR MIM”, o termo destacado funcionaria
dinada, pois as duas têm a mesma validade. como:
d) A oração principal é aquela rege a oração subordinada, a) complemento nominal.
não sendo possível seu entendimento sem o complemento. b) objeto direto.
c) agente da passiva.
03. EMSERH – Auxiliar Operacional de Serviços Gerais –
d) objeto indireto.
2017 – FUNCAB
e) adjunto nominal.
A carta de amor
04. EMSERH – Enfermeiro – 2017 – FUNCAB
Assinale a alternativa correspondente ao período onde há
No momento em que Malvina ia por a frigideira no fogo,
predicativo do sujeito:
entrou a cozinheira com um envelope na mão. Isso bastou para
que ela se tornasse nervosa. Seu coração pôs-se a bater pre-
O embondeiro que sonhava pássaros
cipitadamente e seu rosto se afogueou. Abriu-o com gesto de-
cisivo e extraiu um papel verde-mar, sobre o qual se liam, em
caracteres energéticos, masculinos, estas palavras: “Você será Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memó-
amada...”. ria será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, seu as-
Malvina empalideceu, apesar de já conhecer o conteúdo tro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão
dessa carta verde-mar, que recebia todos os dias, havia já uma disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de
semana. Malvina estava apaixonada por um ente invisível, por pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome. Chamavam-lhe
um papel verde-mar, por três palavras e três pontos de reticên- o passarinheiro.
cias: “Você será amada...”. Há uma semana que vivia como ébria. Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carre-
Olhava para a rua e qualquer olhar de homem que se cru- gando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava aquelas jau-
zasse com o seu, lhe fazia palpitar tumultuosamente o coração. las, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão.
Se o telefone tilintava, seu pensamento corria célere: talvez fos- Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros
se “ele”. Se não conhecesse a causa desse transtorno, por certo esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era uma
Malvina já teria ido consultar um médico de doenças nervosas. nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:
Mandara examinar por um grafólogo a letra dessa carta. Fora em - Mãe, olha o homem dos passarinheiros!
todas as papelarias à procura desse papel verde-mar e, incons- E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercam-
cientemente, fora até o correio ver se descobria o remetente no biavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O homem
ato de atirar o envelope na caixa. puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O
Tudo em vão. Quem escrevia conseguia manter-se incógni- mundo inteiro se fabulava.
to. Malvina teria feito tudo quanto ele quisesse. Nenhum em- Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abu-
pecilho para com o desconhecido. Mas para que ela pudesse sos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos - aquele pre-
realizar o seu sonho, era preciso que ele se tornasse homem de to quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem
carne e osso. Malvina imaginava-o alto, moreno, com grandes autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não
olhos negros, forte e espadaúdo. e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar. Contudo, os
O seu cérebro trabalhava: seria ele casado? Não, não o era. pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os pais
Seria pobre? Não podia ser. Seria um grande industrial? Quem se agravavam: estava dito.
sabe? Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.[...]

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LÍNGUA PORTUGUESA

O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com É indiscutível que no mundo contemporâneo o ambiente
os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era pre- do futebol é dos mais intensos do ponto de vista psicológico.
ciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não Nos estádios a concentração é total. Vive-se ali situação de
podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a vista incessante dialética entre o metafórico e o literal, entre o lúdico
das senhoras e seus filhos. ___6___ remédio, enfim, se haveria e o real. O que varia conforme o indivíduo considerado é a
de pensar. passagem de uma condição a outra. Passagem rápida no caso
No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. do torcedor, cuja regressão psíquica do lúdico dura algumas
Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia aves horas e funciona como escape para as pressões do cotidiano.
de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, Passagem lenta no caso do futebolista profissional, que vive
seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. quinze ou vinte anos em ambiente de fantasia, que geralmente
O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento de si: torna difícil a inserção na realidade global quando termina a car-
- Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas reira. A solução para muitos é a reconversão em técnico, que os
todas de fora. mantém sob holofote. Lothar Matthäus, por exemplo, recordista
Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele de partidas em Copas do Mundo, com a seleção alemã, Ballon
tão maravilhosas criaturas? onde, se eles tinham já desbravado d’Or de 1990, tornou-se técnico porque “na verdade, para mim,
os mais extensos matos? o futebol é mais importante do que a família”. [...]
O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senho- Sendo esporte coletivo, o futebol tem implicações e signi-
res receavam as suas próprias suspeições - teria aquele negro ficações psicológicas coletivas, porém calcadas, pelo menos em
direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? parte, nas individualidades que o compõem. O jogo é coletivo,
Mas logo se aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o tipo dor- como a vida social, porém num e noutra a atuação de um só
mia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam aos bichos indivíduo pode repercutir sobre o todo. Como em qualquer
silvestres, concluíam. sociedade, na do futebol vive-se o tempo inteiro em equilíbrio
Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, precário entre o indivíduo e o grupo. O jogador busca o sucesso
a verdade é que, aos pouco-poucos, o passarinheiro foi virando pessoal, para o qual depende em grande parte dos companhei-
assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo dura- ros; há um sentimento de equipe, que depende das qualidades
ções, insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as casas pessoais de seus membros. O torcedor lúcido busca o prazer do
mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se estranha- jogo preservando sua individualidade; todavia, a própria condi-
va nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia ção de torcedor acaba por diluí-lo na massa.
àquela terra. Afinal, os pássaros desautenticavam os residentes, (JÚNIOR, Hilário Franco. A dança dos deuses: futebol,
estrangeirando-lhes? [...] O comerciante devia saber que seus cultura, sociedade. São Paulo: Companhia das letras, 2007, p.
passos descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquie- 303-304, com adaptações)
tavam com aquela desobediência, acusando o tempo. [...]
As crianças emigravam de sua condição, desdobrando-se *Ballon d’Or 1990 - prêmio de melhor jogador do ano
em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes
aparentes. [...] O jogador busca o sucesso pessoal ...
Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita
alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida, vocês não saem A mesma relação sintática entre verbo e complemento, su-
mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras. blinhados acima, está em:
COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contos/ Mia Cou- a) É indiscutível que no mundo contemporâneo...
to - 1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 - 71. b) ... o futebol tem implicações e significações psicológicas
(Fragmento). coletivas ...
Sobre os elementos destacados do fragmento “Em verdade, c) ... e funciona como escape para as pressões do cotidiano.
seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida.”, leia as d) A solução para muitos é a reconversão em técnico ...
afirmativas. e) ... que depende das qualidades pessoais de seus mem-
I. A expressão EM VERDADE pode ser substituída, sem alte- bros.
ração de sentido por COM EFEITO.
II. ERA O SOL formam o predicado verbal da primeira ora- 06. MPE/PB -  Técnico ministerial - diligências e apoio admi-
ção. nistrativo – 2015 - FCC
III. NEM, no contexto, é uma conjunção coordenativa.
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Está correto apenas o que se afirma em: Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha
a) I e III. aldeia
b) III. Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
c) I e II.
d) I. O Tejo tem grandes navios
e) II e III. E navega nele ainda,
Para aqueles que veem em tudo o que lá não está,
05. TRE/RR - Técnico Judiciário - Operação de Computadores A memória das naus.
– 2015 - FCC

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LÍNGUA PORTUGUESA

O Tejo desce de Espanha “escândalo”. Para que haja escândalo, é necessário que tenha
E o Tejo entra no mar em Portugal havido atentado ao sagrado. Diante de cada crítica escandali-
Toda a gente sabe isso. zada dirigida ao museu, seria interessante desvendar que valor
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia foi previamente sacralizado. A Religião? A Arte? A singularidade
E para onde ele vai absoluta da obra? A Revolta? A Vida autêntica? A integridade
E donde ele vem do Contexto original? Estranha inversão de perspectiva. Porque,
E por isso, porque pertence a menos gente, simultaneamente, a crítica mais comum contra o museu apre-
É mais livre e maior o rio da minha aldeia. senta-o como sendo, ele próprio, um órgão de sacralização. O
museu, por retirar as obras de sua origem, é realmente “o lugar
Pelo Tejo vai-se para o Mundo simbólico onde o trabalho de abstração assume seu caráter mais
Para além do Tejo há a América violento e mais ultrajante”. Porém, esse trabalho de abstração
E a fortuna daqueles que a encontram e esse efeito de alienação operam em toda parte. É a ação do
Ninguém nunca pensou no que há para além tempo, conjugada com nossa ilusão da presença mantida e da
Do rio da minha aldeia. arte conservada.
(Adaptado de: GALARD, Jean. Beleza Exorbitante. São Pau-
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada. lo, Fap.-Unifesp, 2012, p. 68-71)
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
(Alberto Caeiro) Na frase Diante de cada crítica escandalizada dirigida ao
museu, seria interessante desvendar que valor foi previamente
E o Tejo entra no mar em Portugal sacralizado (3°parágrafo), a oração sublinhada complementa o
sentido de
O elemento que exerce a mesma função sintática que o su- a) um substantivo, e pode ser considerada como interroga-
blinhado acima encontra-se em tiva indireta.
a) a fortuna. (4a estrofe) b) um verbo, e pode ser considerada como interrogativa di-
b) A memória das naus. (2a estrofe) reta.
c) grandes navios. (2a estrofe) c) um verbo, e pode ser considerada como interrogativa in-
d) menos gente. (3a estrofe) direta.
e) a América. (4a estrofe) d) um substantivo, e pode ser considerada como interroga-
tiva direta.
07. TRF – 3ª Região – Analista Judiciário – Área Administra- e) um advérbio, e pode ser considerada como interrogativa
tiva – 2016 – FCC indireta.
O museu é considerado um instrumento de neutralização
– e talvez o seja de fato. Os objetos que nele se encontram reu- 08.ANAC – Analista Administrativo – 2016 – ESAF
nidos trazem o testemunho de disputas sociais, de conflitos po- Assinale a opção que apresenta explicação correta para a
líticos e religiosos. Muitas obras antigas celebram vitórias milita- inserção de “que é” antes do segmento grifado no texto.
res e conquistas: a maior parte presta homenagem às potências
dominantes, suas financiadoras. As obras modernas são, mais A Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República
genericamente, animadas pelo espírito crítico: elas protestam divulgou recentemente a pesquisa O Brasil que voa – Perfil dos
contra os fatos da realidade, os poderes, o estado das coisas. O Passageiros, Aeroportos e Rotas do Brasil, o mais completo le-
museu reúne todas essas manifestações de sentido oposto. Ex- vantamento sobre transporte aéreo de passageiros do País.
põe tudo junto em nome de um valor que se presume partilhado Mais de 150 mil passageiros, ouvidos durante 2014 nos 65 ae-
por elas: a qualidade artística. Suas diferenças funcionais, suas roportos responsáveis por 98% da movimentação aérea do País,
divergências políticas são apagadas. A violência de que partici- revelaram um perfil inédito do setor.
pavam, ou que combatiam, é esquecida. O museu parece assim <http://www.anac.gov.br/Noticia.aspx?ttCD_CHA-
desempenhar um papel de pacificação social. A guerra das ima- VE=1957&slCD_ ORIGEM=29>. Acesso em: 13/12/2015 (com
gens extingue-se na pacificação dos museus. adaptações).
Todos os objetos reunidos ali têm como princípio o fato de a) Prejudica a correção gramatical do período, pois provoca
terem sido retirados de seu contexto. Desde então, dois pontos truncamento sintático.
de vista concorrentes são possíveis. De acordo com o primeiro, o b) Transforma o aposto em oração subordinada adjetiva ex-
museu é por excelência o lugar de advento da Arte enquanto tal, plicativa.
separada de seus pretextos, libertada de suas sujeições. Para o c) Altera a oração subordinada explicativa para oração res-
segundo, e pela mesma razão, é um “depósito de despojos”. Por tritiva.
um lado, o museu facilita o acesso das obras a um status esté- d) Transforma o segmento grifado em oração principal do
tico que as exalta. Por outro, as reduz a um destino igualmente período.
estético, mas, desta vez, concebido como um estado letárgico. e) Corrige erro de estrutura sintática inserido no período.
A colocação em museu foi descrita e denunciada frequente-
mente como uma desvitalização do simbólico, e a musealização
progressiva dos objetos de uso como outros tantos escânda-
los sucessivos. Ainda seria preciso perguntar sobre a razão do

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LÍNGUA PORTUGUESA

RESPOSTAS Uso do h

01 B O h é utilizado:
- No final de interjeições: Ah!, Oh!
02 C - Por etimologia: hoje, homem.
03 C - Nos dígrafos ch, lh, nh: tocha, carvalho, manhã.
- Palavras compostas: sobre-humano, super-homem.
04 A
- Exceção: Bahia quando se refere ao estado. O acidente
05 B geográfico baía é escrito sem h.
06 B
Uso do s/z
07 C
08 B O s é utilizado:
- Adjetivos terminados pelos sufixos -oso/-osa que indicam
grande quantidade, estado ou circunstância: maudoso, feiosa.
- Nos sufixo -ês, -esa, -isa que indicam origem, título ou pro-
ORTOGRAFIA: EMPREGO DE LETRAS E ACENTUAÇÃO
fissão: marquês, portuguesa, poetisa.
GRÁFICA NO SISTEMA OFICIAL VIGENTE (NOVO ACOR-
- Depois de ditongos: coisa, pousa.
DO ORTOGRÁFICO).
- Na conjugação dos verbos pôr e querer: pôs, quiseram.

ORTOGRAFIA O z é utilizado:

A Ortografia estuda a forma correta de escrita das palavras - Nos sufixos -ez/-eza que formam substantivos a partir de
de uma língua. Do grego “ortho”, que quer dizer correto e “gra- adjetivos: magro - magreza, belo - beleza, grande - grandeza.
fo”, por sua vez, que significa escrita. - No sufixo - izar, que forma verbo: atualizar, batizar, hospi-
É influenciada pela etimologia e fonologia das palavras. talizar.
Além disso, são feitas convenções entre os falantes de uma mes-
ma língua que visam unificar a sua ortografia oficial. Trata-se dos
Escreve-se com s Escreve-se com z
acordos ortográficos.
Alisar amizade
Alfabeto atrás azar
O alfabeto é formado por 26 letras
Vogais: a, e, i, o, u, y, w. através azia
Consoantes: b,c,d,f,g,h,j,k,l,m,n,p,q,r,s,t,v,w,x,z. gás giz
Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,k,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,w,x,y,z.
groselha prazer
Regras Ortográficas invés rodízio

Uso do x/ch Uso do g/j

O x é utilizado: O g é utilizado:
- Em geral, depois dos ditongos: caixa, feixe. - Palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio:
- Depois da sílaba -me: mexer, mexido, mexicano. pedágio, relógio, refúgio.
- Palavras com origem indígena ou africana: xavante, xingar. - Substantivos que terminem em -gem: lavagem, viagem.
- Depois da sílaba inicial -en: enxofre, enxada.
- Exceção: O verbo encher (e palavras derivadas) escreve-se O j é utilizado:
com ch. - Palavras com origem indígena: pajé, canjica.
- Palavras com origem africana: jiló, jagunço.
Escreve-se com x Escreve-se com ch
bexiga bochecha Escreve-se com g Escreve-se com j
bruxa boliche estrangeiro berinjela
caxumba broche gengibre cafajeste
elixir cachaça geringonça gorjeta
faxina chuchu gíria jiboia
graxa colcha ligeiro jiló
lagartixa fachada tangerina sarjeta

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LÍNGUA PORTUGUESA

Parônimos e Homônimos QUESTÕES

Há diferentes formas de escrita que existem, mas cujo sig- 01. SEAP-MG - Agente de Segurança Penitenciário – 2018
nificado é diferente. - IBFC

Palavras parônimas são parecidas na grafia ou na pronúncia, A ortografia estuda a forma correta da escrita das palavras
mas têm significados diferentes. de uma determinada língua, no caso a Língua Portuguesa. É in-
Exemplos: fluenciada pela etimologia e fonologia das palavras, assim sendo
observe com atenção o texto. Agente Penitenciário, Agente Pri-
cavaleiro (de cavalos) cavalheiro (educado) sional, Agente de Segurança Penitenciário ou Agente Estadual/
Federal de Execução Penal. Entre suas atribuições estão: manter
descrição (descrever) discrição (de discreto) a ordem, diciplina, custódia e vigilância no interior das unida-
emigrar (deixar o país) imigrar (entrar no país) des prisionais, assim como no âmbito externo das unidades,
como escolta armada para audiências judiciais, transferência de
Palavras homônimas têm a mesma pronúncia, mas signifi- presos etc. Desempenham serviços de natureza policial como
cados diferentes. aprensões de ilícitos, revistas pessoais em detentos e visitan-
Exemplos: tes, revista em veículos que adentram as unidades prisionais,
controle de rebeliões e ronda externa na área do perímetro de
segurança ao redor da unidade prisional. Garantem a seguran-
cela (cômodo pequeno) sela (de cavalos) ça no trabalho de ressosialização dos internos promovido pelos
ruço (pardo claro) russo (da Rússia) pisicólogos, pedagogos e assistentes sociais. Estão subordinados
tachar (censurar) taxar (fixar taxa) às Secretarias de Estado de Administração Penitenciária - SEAP,
secretarias de justiças ou defesa social, dependendo da nomen-
Consoantes dobradas clatura adotada em cada Estado.
Fonte: Wikipedia – *com alterações
- Só se duplicam as consoantes C, R, S. ortográficas.
- Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes soam
distintamente: convicção, cocção, fricção, facção, etc. Assinale a alternativa que apresenta todas as palavras, reti-
- Duplicam-se o R e o S em dois casos: Quando, intervocáli- radas do texto, com equívocos em sua ortografia.
cos, representam os fonemas /r/ forte e /s/ sibilante, respecti- A) atribuições; diciplina; audiências; desempenham.
vamente: carro, ferro, pêssego, missão, etc. Quando há um ele- B) diciplina; aprensões; ressosialização; pisicólogos.
mento de composição terminado em vogal a seguir, sem inter- C) audiências; ilícitos; atribuições; desempenham.
posição do hífen, palavra começada com /r/ ou /s/: arroxeado, D) perímetro; diciplina; desempenham; ilícitos.
correlação, pressupor, etc. E) aprensões; ressosialização; desempenham; audiências.

Uso do hífen 02. ELETTROBRAS – LEITURISTA – 2015 – IADES


Considerando as regras de ortografia, assinale a alternativa
Desde a entrada em vigor do atual acordo ortográfico, a em que a palavra está grafada corretamente.
escrita de palavras com hífen e sem hífen tem sido motivo de A) Dimencionar.
dúvidas para diversos falantes. B) Assosciação.
C) Capassitores.
Palavras com hífen: D) Xoque.
segunda-feira (e não segunda feira); E) Conversão.
bem-vindo (e não benvindo);
mal-humorado (e não mal humorado);
micro-ondas (e não microondas);
bem-te-vi (e não bem te vi).

Palavras sem hífen:


dia a dia (e não dia-a-dia);
fim de semana (e não fim-de-semana);
à toa (e não à-toa);
autoestima (e não auto-estima);
antirrugas (e não anti-rugas).

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LÍNGUA PORTUGUESA

03. MPE SP – ANALISTA DE PROMOTORIA – 2015 - VUNESP ACENTUAÇÃO

A acentuação gráfica é feita através de sinais diacríticos que,


sobrepostos às vogais, indicam a pronúncia correta das palavras
no que respeita à sílaba tônica e no que respeita à modulação
aberta ou fechada das vogais.
Esses são elementos essenciais para estabelecer organiza-
damente, por meio de regras, a intensidade das palavras das
sílabas portuguesas.

Acentuação tônica

Refere-se à intensidade em que são pronunciadas as sílabas


das palavras. Aquela que é pronunciada de forma mais acentua-
(Dik Brownie, Hagar. www.folha.uol.com.br, 29.03.2015. Adap- da é a sílaba tônica. As demais, pronunciadas com menos inten-
tado) sidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos com
Considerando a ortografia e a acentuação da norma-padrão mais de uma sílaba classificam-se em:
da língua portuguesa, as lacunas estão, correta e respectiva- Oxítonos: quando a sílaba tônica é a última: café, rapaz, es-
mente, preenchidas por: critor, maracujá.
A) mal ... por que ... intuíto Paroxítonos: quando a sílaba tônica é a penúltima: mesa,
B) mau ... por que ... intuito lápis, montanha, imensidade.
C) mau ... porque ... intuíto Proparoxítonos: quando a sílaba tônica é a antepenúltima:
D) mal ... porque ... intuito árvore, quilômetro, México.
E) mal ... por quê ... intuito
Acentuação gráfica
04. PBH Ativos S.A. - Analista Jurídico – 2018 – IBGP
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafa- - Proparoxítonas: todas acentuadas (místico, jurídico, béli-
das conforme as regras do Novo Acordo Ortográfico relativas à co).
sistematização do emprego de hífen ou de acentuação. - Palavras oxítonas: oxítonas terminadas em “a”, “e”, “o”,
A) Vôo, dêem, paranóico, assembléia, feiúra, vêem, baiúca. “em”, seguidas ou não do plural (s): (Paraná – fé – jiló (s)).
B) Interresistente, superrevista, manda-chuva, paraquedas. - Também acentuamos nos casos abaixo:
C) Antirreligioso, extraescolar, infrassom, coautor, antiaéreo. - Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, segui-
D) Préhistória, autobservação, infraxilar, suprauricular, inábil. dos ou não de “s”: (pá – pé – dó)
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos segui-
05. MPE-GO - Auxiliar Administrativo – 2018 – MPE-GO das de lo, la, los, las: (recebê-lo – compô-lo)
Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do - Paroxítonas: Acentuam-se as palavras paroxítonas termi-
período abaixo. nadas em: i, is (táxi – júri), us, um, uns (vírus, fórum), l, n, r, x, ps
(cadáver – tórax – fórceps), ã, ãs, ão, ãos (ímã – órgãos).
Agora que há uma câmera de ________. isto provavelmen- - Ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de
te não _____acontecerá, mas _____vezes em que, no meio de “s”: (mágoa – jóquei)
uma noite __________, o poeta levantava de seu banco [...]
Regras especiais:
A) investigassâo mas ouve chuvosa
B) investigassâo mais houve chuvoza - Ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi”, perderam o acento
C) investigação mais houve chuvosa com o Novo Acordo.
D) investigação mas houve chuvosa
E) investigação mais ouve chuvoza
Antes agora
RESPOSTAS Assembléia Assembleia
Idéia Ideia
01 B Geléia Geleia
02 E Jibóia Jiboia
03 D Apóia (verbo) Apoia
04 C Paranóico Paranoico
05 C

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LÍNGUA PORTUGUESA

- “i” e “u” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, Atenção, pois palavras derivadas de advérbios ou adjetivos
acompanhados ou não de “s”, desde que não sejam seguidos não são acentuadas
por “-nh”, haverá acento: (saída – baú – país).
Exemplos:
- Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos formando hia- Facilmente - de fácil
to quando vierem depois de ditongo: Habilmente - de hábil
Ingenuamente – de ingênuo
Antes agora Somente - de só
Unicamente - de único
Bocaiúva Bocaiuva Dinamicamente - de dinâmico
Feiúra Feiura Espontaneamente - de espontâneo
Sauípe Sauipe
Uso da Crase
- Acento pertencente aos hiatos “oo” e “ee” foi abolido.
- É usada na contração da preposição a com as formas fe-
mininas do artigo ou pronome demonstrativo a: à (de a + a), às
Antes agora (de a + as).
crêem creem
- A crase é usada também na contração da preposição “a”
vôo voo
com os pronomes demonstrativos:
àquele(s)
- Vogais “i” e “u” dos hiatos se vierem precedidas de vogal àquela(s)
idêntica, não tem mais acento: (xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba). àquilo
- Haverá o acento em palavra proparoxítona, pois a regra
àqueloutro(s)
de acentuação das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos:
àqueloutra (s)
(se-ri-ís-si-mo)
- Não há mais acento nas formas verbais que possuíam o
Uso do Trema
acento tônico na raiz com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e
seguido de “e” ou “i”.
- Só é utilizado nas palavras derivadas de nomes próprios.
Müller – de mülleriano
Antes agora
averigúe (averiguar) averigue QUESTÕES
argúi (arguir) argui
01. Pref. Natal/RN - Agente Administrativo – 2016 - CKM
Serviço
- 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos
Mostra O Triunfo da Cor traz grandes nomes do pósimpres-
ter e vir e dos seus compostos (conter, reter, advir, convir etc.)
sionismo para SP Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil A
tem acento.
exposição O Triunfo da Cor traz grandes nomes da arte moder-
na para o Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo. São 75
Singular plural obras de 32 artistas do final do século 19 e início do 20, entre
ele tem eles têm eles expoentes como Van Gogh, Gauguin, Toulouse-Lautrec, Cé-
zanne, Seurat e Matisse. Os trabalhos fazem parte dos acervos
ele vem eles vêm do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie, ambos de Paris.
ele obtém eles obtêm A mostra foi dividida em quatro módulos que apresentam
os pintores que sucederam o movimento impressionista e rece-
→ Palavras homógrafas para diferenciá-las de outras seme- beram do crítico inglês Roger Fry a designação de pósimpressio-
lhantes não se usa mais acento. Apenas em algumas exceções, nistas. Na primeira parte, chamada de A Cor Cientifica, podem
como: ser vistas pinturas que se inspiraram nas pesquisas científicas
A forma verbal pôde (3ª pessoa do singular - pretérito per- de Michel Eugene Chevreul sobre a construção de imagens com
feito do indicativo) ainda é acentuada para diferenciar-se de pontos.
pode (3ª pessoa do singular - presente do indicativo). Também o Os estudos desenvolvidos por Paul Gauguin e Émile Bernard
verbo pôr para diferenciá-lo da preposição por. marcam a segunda parte da exposição, chamada de Núcleo Mis-
terioso do Pensamento. Entre as obras que compõe esse conjun-
Alguns homógrafos: to está o quadro Marinha com Vaca, em que o animal é visto em
pera (substantivo) - pera (preposição antiga) um fundo de uma passagem com penhascos que formam um
para (verbo) - para (preposição) precipício estreito. As formas são simplificadas, em um contorno
pelo(s) (substantivo) - pelo (do verbo pelar) grosso e escuro, e as cores refletem a leitura e impressões do
artista sobre a cena.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O Autorretrato Octogonal, de Édouard Vuillard, é uma das A) ruím - termômetro - táxi – talvez.
pinturas de destaque do terceiro momento da exposição. Intitu- B) flôres - econômia - biquíni - globo.
lada Os Nabis, Profetas de Uma Nova Arte, essa parte da mostra C) bambu - através - sozinho - juiz
também reúne obras de Félix Vallotton e Aristide Maillol. No au- D) econômico - gíz - juízes - cajú.
torretrato, Vuillard define o rosto a partir apenas da aplicação E) portuguêses - princesa - faísca.
de camadas de cores sobrepostas, simplificando os traços, mas
criando uma imagem de forte expressão. 05. INSTITUTO CIDADES – Assistente Administrativo VII –
O Mulheres do Taiti, de Paul Gauguin, é um dos quadros 2017 - CONFERE
da última parte da mostra, chamada de A Cor em Liberalidade, Marque a opção em que as duas palavras são acentuadas
que tem como marca justamente a inspiração que artistas como por obedecerem à regras distintas:
Gauguin e Paul Cézanne buscaram na natureza tropical. A pin- A) Catástrofes – climáticas.
tura é um dos primeiros trabalhos de Gauguin desenvolvidos B) Combustíveis – fósseis.
na primeira temporada que o artista passou na ilha do Pacífico, C) Está – país.
onde duas mulheres aparecem sentadas a um fundo verde-es- D) Difícil – nível.
meralda, que lembra o oceano.
A exposição vai até o dia 7 de julho, com entrada franca. 06. IF-BA - Administrador – 2016 - FUNRIO
http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2016-05/ Assinale a única alternativa que mostra uma frase escrita
mostra-otriunfo-da-cor-traz-grandes-nomes-do-pos-impressio- inteiramente de acordo com as regras de acentuação gráfica vi-
nismo-para-sp Acesso em: 29/05/2016. gentes.
A) Nas aulas de Ciências, construí uma mentalidade ecoló-
“As palavras ‘módulos’ e ‘última’, presentes no texto, gica responsável.
são ____________ acentuadas por serem ____________ e B) Nas aulas de Inglês, conheci um pouco da gramática e da
____________, respectivamente”. cultura inglêsa.
As palavras que preenchem correta e respectivamente as C) Nas aulas de Sociologia, gostei das idéias evolucionistas
lacunas do enunciado acima são:
e de estudar ética.
A) diferentemente / proparoxítona / paroxítona
D) Nas aulas de Artes, estudei a cultura indígena, o barrôco
B) igualmente / paroxítona / paroxítona
e o expressionismo
C) igualmente / proparoxítona / proparoxítona
E) Nas aulas de Educação Física, eu fazia exercícios para glu-
D) diferentemente / paroxítona / oxítona
teos, adutores e tendões.
02. Pref. De Caucaia/CE – Agente de Suporte e Fiscalização
RESPOSTAS
- 2017 - CETREDE
Indique a alternativa em que todas as palavras devem re-
ceber acento. 01 C
A) virus, torax, ma. 02 A
B) caju, paleto, miosotis .
C) refem, rainha, orgão. 03 CERTO
D) papeis, ideia, latex. 04 C
E) lotus, juiz, virus.
05 C
03. MPE/SC – Promotor de Justiça- 2017 - MPE/SC 06 A
“Desde as primeiras viagens ao Atlântico Sul, os navegado-
res europeus reconheceram a importância dos portos de São
Francisco, Ilha de Santa Catarina e Laguna, para as “estações da RELAÇÕES ENTRE FONEMAS E GRAFIAS.
aguada” de suas embarcações. À época, os navios eram impul-
sionados a vela, com pequeno calado e autonomia de navega-
ção limitada. Assim, esses portos eram de grande importância, FONÉTICA E FONOLOGIA: LETRA E FONEMA
especialmente para os navegadores que se dirigiam para o Rio
da Prata ou para o Pacífico, através do Estreito de Magalhães.” Fonética
(Adaptado de SANTOS, Sílvio Coelho dos. Nova História de
Santa Catarina. Florianópolis: edição do Autor, 1977, p. 43.) A Fonética ocupa-se em analisar os sons produzidos pelo
aparelho fonador e a articulação desses sons de forma isolada.
No texto acima aparecem as palavras Atlântico, época, Pací- Ela descreve e analisa os sons em suas propriedades físicas.
fico, acentuadas graficamente por serem proparoxítonas. Os sons produzidos na linguagem humana são chamados “fo-
( ) Certo ( ) Errado nes” ou “segmentos” e podem ser classificados em três grupos:
Consoantes – classificadas em: modos de articulação, lugar
04. Pref. De Nova Veneza/SC – Psicólogo – 2016 - FAEPESUL de articulação, vozeamento, nasalidade/oralidade.
Analise atentamente a presença ou a ausência de acento gráfi- Vogais – altura da língua, anterioridade/posterioridade da
co nas palavras abaixo e indique a alternativa em que não há erro: língua, arredondamento dos lábios, nasalidade/oralidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Semivogais - são as vogais ” i ” e “u” (orais ou nasais) quan- Semivogais: temos as letras “e”, “i”, “o”, “u”, representadas
do assilábicas, as quais acompanham a vogal nos encontros vo- pelos fonemas /e/, /y/, /o/, /w/, quando formam sílaba com
cálicos. uma vogal. Exemplo: “memória” a sílaba “ria” apresenta a vogal
“a” e a semivogal “i”.
Fonologia
Quadro de Vogais e Semivogais
É o campo da Linguística que se ocupa dos estudos sonoros
do idioma, estudando o modo como os sons se organizam den-
tro da língua é possível classificá-los em unidades significativas,
chamadas de fonemas.

Letra

Letra é a representação gráfica dos sons. Exemplos: man-


dioca (tem 8 letras); amor (tem 4 letras).

Fonema

Trata-se do menor elemento sonoro com habilidade de es-


tabelecer uma separação de significado entre palavras. Vejamos Consoantes: fonemas onde a corrente de ar, emitida para
exemplo de fonemas que marcam a distinção entre os pares de sua produção, tem que forçar passagem na boca. Estes fonemas
palavras: sal – mal, sela – sala. só podem ser produzidos com a ajuda de uma vogal. Exemplos:
mato, cena.
É muito importante saber a diferença entre os fonemas e
as letras. Fonema é um elemento acústico e a letra é um sinal Encontros Vocálicos
gráfico que representa o fonema. Nem sempre o número de fo-
nemas de uma palavra corresponde ao número de letras que Ditongos: encontro de uma vogal e uma semivogal na mes-
usamos para escrevê-la. ma sílaba. Exemplos: cai (vogal + semivogal = ditongo decrescen-
Exemplos: te – a vogal vem antes da semivogal); armário (semivogal + vogal
coçar = 5 letras = ditongo crescente – a vogal vem depois da semivogal).
/k/ /o/ /s/ /a/ /r/ = 5 fonemas
Tritongos: encontro de semivogal + vogal + semivogal na
máximo = 6 letras mesma sílaba. Exemplo: Paraguai.
/m/ /á/ /s/ /i/ /m/ /o/ = 6 fonemas
Hiatos: sequência de duas vogais na mesma palavra, mas
acesso = 6 letras que são de sílabas diferentes, pois nunca haverá mais que uma
/a/ /c/ /e/ /s/ /o/ = 5 fonemas vogal na sílaba. Exemplos: co-e-lho, sa-í-da, pa-ís.

chute = 5 letras Encontro Consonantal


/x/ /u/ /t/ /e/ = 4 fonemas
Acontece quando há um grupo de consoantes sem vogal in-
Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e con- termediária. Exemplos: pedra, planície, psicanálise, ritmo.
soantes. Dígrafos
Vogais: fonemas que vieram das vibrações das cordas vocais
onde a produção a corrente de ar passa livremente na cavidade Dígrafos são duas letras representadas por um só fonema.
bucal. As vogais podem ser orais e nasais. São dígrafos: ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc ; incluem-se também am,
Orais: a corrente de ar passa apenas pela cavidade bucal. an, em, en, im, in, om, on, um, un (que representam vogais na-
São: a, é, ê, i, ó, ô, u. Exemplos: pé, ali, pó, dor. sais), gu e qu antes de ”e” e ‘i” e também ha, he, hi, ho, hu e, em
Nasais: a corrente de ar passa pela cavidade bucal e nasal. palavras estrangeiras, th, ph, nn, dd, ck, oo etc.
A nasalidade pode ser indicada pelo til (~) ou pelas letras n e m.
Exemplos: mãe, lindo, pomba. Os dígrafos podem ser:
- Consonantais: Encontro de duas letras que representam
As vogais podem também ser tônicas ou átonas, dependen- um fonema consonantal. Os principais são: ch, lh, nh, rr, ss, sc,
do da intensidade com que são pronunciadas. A vogal tônica é sç, xc, gu e qu.
pronunciada com mais intensidade: café, jogo. A vogal átona é Exemplos: chave, chefe, olho, ilha, unha, dinheiro, arranhar,
pronunciada com menor intensidade: café, jogo. arrumação.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Vocálicos: Encontro de uma vogal seguida das letras m ou a) Quente; Sequência; Cegueira
n, que resulta num fonema vocálico. Eles são: am, an; em, en; b) Aguentar; Carro; Ninho
im, in; om, on e um, un. Vale lembrar que nessa situação, as c) Assar; Banho; Querido.
letras m e n não são consoantes; elas servem para nasalizar as d) Nenhuma das alternativas
vogais.
Exemplos: amplo, anta, temperatura, semente, empecilho, 05. Pref. de Fortaleza/CE - Língua Portuguesa – 2016 - Pref.
tinta. de Fortaleza-CE

Atenção: nos dígrafos, as duas letras representam um só Marginalzinho: a socialização de uma elite vazia e covarde
fonema; nos encontros consonantais, cada letra representa um
fonema. Parada em um sinal de trânsito, uma cena capturou minha
atenção e me fez pensar como, ao longo da vida, a segregação
QUESTÕES da sociedade brasileira nos bestializa

01. Pref. de Cruzeiro/SP – Instrutor de Desenho Técnico e 01 Era a largada de duas escolas que estavam situadas
Mecânico – 2016 - Instituto Excelência uma do lado da outra, separadas por um muro altís-
Sobre fonologia e fonética, observe as afirmativas a seguir: simo de uma
I - A fonética se diferencia da Fonologia por considerar os
02 delas. Da escola pública saíam crianças correndo,
sons independentes das oposições paradigmáticas e combina-
brincando e falando alto. A maioria estava desacom-
ções sintagmáticas.
panhada e dirigia-se
II - A fonética estuda os sons como entidades físico articu-
latórias associadas. É a parte da Gramática que estuda de forma 03 ao ponto de ônibus da grande avenida, que termi-
geral os fonemas, ou seja, os sons que as letras emitem. naria nas periferias. Era uma massa escura, especial-
III - À fonologia cabe estudar as diferenças fônicas intencio- mente quando
nais, distintivas, isto é, que se unem a diferenças de significação; 04 contrastada com a massa mais clara que saía da es-
estabelecer a relação entre os elementos de diferenciação e cola particular do lado: crianças brancas, de mãos
quais as condições em que se combinam uns com os outros para dadas com os
formar morfemas, palavras e frases.
05 pais, babás ou seguranças, caminhando duramente
Assinale a alternativa CORRETA: em direção à fila de caminhonetes. Lado a lado, os
A) As afirmativas I e II estão corretas. dois grupos não
B) As afirmativas II e III estão corretas. 06 se misturavam. Cada um sabia exatamente seu lugar.
C) As afirmativas I e III estão corretas. Desde muito pequenas, aquelas crianças tinham lite-
D) Nenhuma das alternativas. ralmente
07 incorporado a segregação à brasileira, que se caracte-
02. Pref. de Caucaia/CE – Agente de Suporte a Fiscalização riza pela mistura única entre o sistema de apartheid
– 2016 - CETREDE racial e o de
Assinale a opção em que o x de todos os vocábulos não tem
o som de /ks/. 08 castas de classes. Os corpos domesticados revelavam
A) tóxico – axila – táxi. o triste processo de socialização ao desprezo, que
B) táxi – êxtase – exame. tende a só
C) exportar – prolixo – nexo. 09 piorar na vida adulta. [...]
D) tóxico – prolixo – nexo. PINHEIRO-MACHADO, Rosana. In http://www.cartacapital.
E) exército – êxodo – exportar. com.br/sociedade/marginalzinho-a-socializacao-de-uma-elite-
-vazia-e-covarde- 3514.html (acesso em 07/03/16).
03. Pref. de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito – 2016 -
IOBV O sistema fonológico da língua portuguesa falada no Brasil
Diga qual destas definições é a que cabe para dígrafo? apresenta alguns embaraços (sobretudo para os alunos) quando
a) É a menor unidade sonora distintiva da palavra. se estão estudando as regras de ortografia. Nesse caso, a palavra
b) É o fonema vocálico que se agrupa com a vogal, numa ”desprezo” (l. 09) pode ser considerado exemplo desse tipo de
sílaba. dificuldade para o discente, porque:
c) É a letra que representa dois fonemas ao mesmo tempo. A) o fonema [z] em posição intervocálica pode ser represen-
d) É o conjunto de duas letras que representam um único tado pelos grafemas S ou Z.
fonema. B) os fonemas [s] e [z] são intercambiáveis quando se si-
tuam na sílaba tônica.
04. Pref. de Cruzeiro/SP - Instrutor de Desenho Técnico e C) a sibilante sonora [z] se ensurdece quando está entre
Mecânico – 2016 - Instituto Excelência duas vogais.
Assinale a alternativa em que todas as palavras são exem- D) o fonema [s] em posição mediossilábica tende a desso-
plos de dígrafos: norizar-se.

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LÍNGUA PORTUGUESA

06. CASSEMS/MS - Técnico de enfermagem – 2016 - MS


CONCURSOS FLEXÕES E EMPREGO DE CLASSES GRAMATICAIS.

As algas
CLASSE GRAMATICAIS
As algas
das águas salgadas ARTIGO
são mais amadas,
são mais amargas Artigo é a palavra que colocamos antes dos substantivos,
com a finalidade de determina-los e especificarmos seu gênero
As algas marinhas e número.
não andam sozinhas, Os artigos podem ser:
de um reino maravilhoso - definidos: o, a, os, as (Determinam os substantivos de for-
são as rainhas. ma particular).
- indefinidos: um, uma, uns, umas (Determinam os substan-
As algas muito amigas tivos de forma inespecífica).
inventam cantigas
pra embalar Exemplos:
os habitantes do mar. Comprei o carro. (Um carro específico)
Comprei um carro. (Um carro qualquer)
As algas tão sábias
são cheias de lábias Artigo Definido
se jogam sem medo
e descobrem Indica um substantivo específico, determinado. Dependendo
o segredo da flexão de gênero e de número, assume as formas o, a, os, as.
mais profundo
que há bem no fundo Observe as possíveis variações de gênero e número:
do mar.
O professor me repreendia.
A professora me repreendia.
As algas em seus verdores
Os professores me repreendiam.
são plantas e são flores.
Um pouco de tudo: de bichos, de gente, de flores, de Elias
Artigo Indefinido
José. São Paulo: Paulinas, 1982. p. 17.
Indica m ser qualquer dentre outros da mesma espécie. De-
Considerando as palavras mencionadas em cada alternati-
pendendo da flexão de gênero e de número, assume as formas
va, escolha aquela em que há correspondência entre o número um, uma, uns, umas.
de fonemas e o de letras.
A) “há”; “de”. Observe as possíveis variações de gênero e número, usando
B) “bem”; “mar”. o mesmo exemplo anterior:
C) “fundo”; “algas”.
D) “que”; “são”. Um professor me repreendia.
Uma professora me repreendia.
RESPOSTAS Uns professores me repreendiam.

01 C Além das formas simples, os artigos apresentam formas


combinadas com preposições. O artigo definido combina-se
02 E com as preposições a, de, em, por, originando, por exemplo, as
03 D formas ao, do, nas, pelos, etc.
04 C Quando o artigo definido feminino (a, as) aparece combina-
do com a preposição a, temos um caso que merece destaque es-
05 A pecial: a essa fusão de duas vogais idênticas, graficamente repre-
06 B sentada por um a com acento grave (à, às), dá-se o nome de crase.

Exemplo:
Eles lançaram um alerta à nação. (à = preposição a + artigo
definido a)

O artigo indefinido combina-se com as preposições em e de,


originando, por exemplo, as formas num, numas, duns, etc.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

SUBSTANTIVO - Comum de dois gêneros: termo que se refere aos dois gê-
neros (masculino e feminino), identificado por meio do artigo
Os substantivos nomeiam seres, coisas, ideias. Como pala- que o acompanha, por exemplo: “o dentista” e “a dentista”.
vra variável, apresenta flexões de gênero, número e grau.
Número
Classificação
São classificados em:
Substantivo Comum: Designa os seres de uma espécie de
forma genérica: casa, felicidade, mesa, criança, etc. Singular: palavra que designa uma única coisa, pessoa ou
um grupo, por exemplo: cama, homem.
Substantivo Próprio: Designa um ser específico, determina- Plural: palavra que designa várias coisas, pessoas ou grupos,
do, como: Recife, Mariana, Brasil, etc. por exemplo: camas, homens.

Substantivo Concreto: Designa seres propriamente ditos Grau


(pessoas, objetos, lugares), independentemente de sua existên-
cia real. Assim sendo, são exemplos: fada, saci, mesa, cinema, São classificados em aumentativo e diminutivo:
etc.
Aumentativo: Indica o aumento do tamanho de algum ser
Substantivo Abstrato: Designa ações qualidades, ou esta- ou alguma coisa. Divide-se em:
dos, tomados como seres. Indica coisas que não existem por si, - Analítico: substantivo acompanhado de adjetivo que indi-
que são resultado de uma abstração. É o caso de felicidade, po- ca grandeza, por exemplo: menino grande.
breza, caridade, etc.. - Sintético: substantivo com acréscimo de um sufixo indica-
Formação dos substantivos dor de aumento, por exemplo: meninão.
Diminutivo: Indica a diminuição do tamanho de algum ser
ou alguma coisa. Divide-se em:
Substantivo Primitivo: erve de base para a formação de ou-
- Analítico: substantivo acompanhado de um adjetivo que
tros substantivos. Exemplo: rosa, pedra, gelo, etc.
indica pequenez, por exemplo: menino pequeno.
- Sintético: substantivo com acréscimo de um sufixo indica-
Substantivo Derivado: É formado a partir de um substantivo
dor de diminuição, por exemplo: menininho.
primitivo, como: roseiral, pedregulho, geleira, etc.
Substantivo Simples: É formado por um só radical, como:
ADJETIVO
janela, livro, trem, etc.
Adjetivo é a palavra que modifica o substantivo, atribuindo-
Substantivo Composto: É formado por mais de um radical, -lhe um estado, qualidade ou característica.
como em: arco-íris, arranha-céu, etc.
Classificação
Substantivo Coletivo: É coletivo o substantivo no singular
que designa um conjunto de seres da mesma espécie. Simples - formado por um só radical. Exemplo: bonita.
- buquê – de flores Composto - formado por mais de um radical. Exemplo: lati-
- alcateia – de lobos no-americano.
- elenco – de artistas Primitivo - não deriva de outra palavra. Exemplo: claro,
- legião – de soldados grande.
Derivado - tem origem em outra palavra. Exemplo: toleran-
Gênero te (vem de tolerar).
Pátrio - é o que se refere a países, estados, cidades, etc.
De acordo com o gênero (feminino e masculino) das pala- Exemplo: brasileiro, mineiro, carioca, etc.
vras substantiva, são classificadas em:
Locução Adjetiva
Substantivos Biformes: apresentam duas formas, uma para
o masculino e outra para o feminino. Exemplo: médico e médica; É toda reunião de duas ou mais palavras com valor de uma
namorado e namorada. só. Geralmente, as locuções adjetivas são formadas por uma
preposição e um substantivo, ou uma preposição e um advérbio.
Substantivos Uniformes: somente um termo especifica os Exemplos:
dois gêneros (masculino e feminino), sendo classificados em: - dente de cão (= canino)
- Epicenos: palavra que apresenta somente um gênero e - água de chuva (= pluvial)
refere-se aos animais, por exemplo: baleia (macho ou fêmea). - pneus de trás (= traseiro)
- Sobrecomum: palavra que apresenta somente um gênero
e refere-se às pessoas, por exemplo: criança (masculino e femi-
nino).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Flexão Fracionários: Indicam a diminuição das proporções numé-


ricas, ou seja, representam uma parte de um todo. Exemplo,
Gêneros meio, terço, quarto, quinto…

- Adjetivos Uniformes: uma forma para os dois gêneros (fe- Multiplicativos: Determina o aumento da quantidade por
minino e masculino). Exemplo: alegre. meio de múltiplos. Exemplo, dobro, triplo, quádruplo, quíntu-
- Adjetivos Biformes: varia conforme o gênero (masculino e plo…
feminino). Exemplo: dengoso, dengosa.
Coletivos: Número exato que faz referência a um conjun-
Número to de seres. Exemplo: dúzia (conjunto de 12), dezena (conjunto
de 10), centena (conjunto de 100), semestre (conjunto de 6),
Os adjetivos podem vir no singular ou plural, concordando bimestre (conjunto de 2).
com o número do substantivo referido. Assim, a sua formação é
parecida à dos substantivos. Ordinal Cardinal Ordinal Cardinal
Grau Um Primeiro Vinte Vigésimo
Dois Segundo Trinta Trigésimo
São classificados em:
Três Terceiro Cinquenta Quinquagésimo
- Grau Comparativo: utilizado para comparar qualidades. Quatro Quarto Sessenta Sexagésimo
Cinco Quinto Oitenta Octogésimo
Comparativo de Igualdade – Chocolate é tão bom quanto
pizza. Seis Sexto Cem Centésimo
Comparativo de Superioridade – Rui é mais esforçado que Sete Sétimo Quinhentos Quingentésimo
Marcos.
Oito Oitavo Setecentos Setingentésimo
Comparativo de Inferioridade – Mariana é menos feliz que
Paula. Nove Nono Novecentos Noningentésimo
- Grau Superlativo - utilizado para intensificar qualidades. Dez Décimo Mil Milésimo
Superlativo Absoluto: PRONOME
Analítico - A casa é extremamente luxuosa.
Sintético - Larissa é organizadíssima. Pronome é a palavra que substitui ou acompanha o subs-
Superlativo Relativo de: tantivo, indicando sua posição em relação às pessoas do discur-
Superioridade - A cidade é a mais bonita da região. so ou mesmo situando-o no espaço e no tempo.
Inferioridade - Este computador é o menos moderno do es-
critório. Pronomes Pessoais
Somente seis adjetivos têm o grau comparativo de superio- Retos – têm função de sujeito da oração: eu, tu, ele, nós,
ridade sintético. Veja-os: vós, eles.
Oblíquos têm função de complemento do verbo (objeto di-
bom – melhor reto / objeto indireto) ou as, lhes. - Ele viajará conosco. (elepro-
mau – pior nome reto / vaiverbo / conosco complemento nominal).
grande – maior - tônicos com preposição: mim, comigo, ti, contigo,si, consi-
pequeno – menor go, conosco, convosco;
alto – superior - átonos sem preposição: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos,
baixo – inferior os,pronome oblíquo)
NUMERAL Pronomes de Tratamento
O numeral é a palavra que indica, em termos numéricos, Dependendo da pessoa a quem nos dirigimos, do seu cargo,
um número exato ou a posição que tal coisa ocupa numa série. idade, título, o tratamento será familiar ou cerimonioso: Vossa
Alteza (V.A.) - príncipes, duques; Vossa Eminência (V.Ema) - car-
Classificação deais; Vossa Excelência (V.Ex.a) - altas autoridades, presidente,
oficiais; Vossa Magnificência (V.Mag.a) - reitores de universida-
Cardinais: Forma básica dos números, indicam contagem, des; Vossa Majestade (V.M.) – reis, imperadores; Vossa Santida-
medida. Exemplo, um, dois, três… de (V.S.) - Papa; Vossa Senhori (V.Sa) - tratamento cerimonioso.
Ordinais: Indica ordem de uma sequência. Exemplo, primei- - Além desses, são pronomes de tratamento: senhor, senho-
ro, segundo, terceiro… ra, senhorita, dona, você.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- A forma Vossa (Senhoria, Excelência) é empregada quando Pronomes Indefinidos


se fala com a própria pessoa: Vossa Senhoria não compareceu à
reunião dos semterra? (falando com a pessoa) Empregados na 3ª pessoa do discurso, o próprio nome já
- A forma Sua (Senhoria, Excelência ) é empregada quando mostra que os pronomes indefinidos substituem ou acompa-
se fala sobre a pessoa: Sua Eminência, o cardeal, viajou paraum nham o substantivo de maneira vaga ou imprecisa.
Congresso. (falando a respeito do cardeal)

Pronomes Possessivo Classificação Pronomes Indefinidos

Os pronomes possessivos são aqueles que transmitem a algum, alguma, alguns, algumas,
ideia de posse, por exemplo: Esse carro é seu? nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas,
muito, muita, muitos, muitas, pouco,
pouca, poucos, poucas, todo, toda,
Pessoas Verbais Pronomes Possessivos todos, todas, outro, outra, outros, outras,
Variáveis
certo, certa, certos, certas, vário, vária,
1ª pessoa do singular meu, minha (singular); meus, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas,
(eu) minhas (plural) quanto, quanta, quantos, quantas,
qualquer, quaisquer, qual, quais, um,
2ª pessoa do singular teu, tua (singular); teus, tuas uma, uns, umas.
(tu, você) (plural)
quem, alguém, ninguém, tudo, nada,
Invariáveis
3ª pessoa do singular seu, sua (singular); seus, suas outrem, algo, cada.
(ele/ela) (plural)
Pronomes Relativos
1ª pessoa do plural nosso, nossa (singular); nossos,
(nós) nossas (plural) Os pronomes relativos se referem a um substantivo já dito
anteriormente na oração. Podem ser palavras variáveis e inva-
2ª pessoa do plural vosso, vossa (singular); vossos, riáveis. Essa palavra da oração anterior chamase antecedente:
(vós, vocês) vossas (plural) Viajei para uma cidade que é muito pequena. ercebese que o
pronome relativo que, substitui na 2ª oração, a cidade, por isso
3ª pessoa do plural seu, sua (singular); seus, suas a palavra que é um pronome relativo.
(eles/elas) (plural) São divididos em:
Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja,
Pronomes Demonstrativos cujas, quanto, quantos;
Invariáveis: que, quem, quando, como, onde.
Os pronomes demostrativos são utilizados para indicar algo.
Reúnem palavras variáveis (esse, este, aquele, essa, esta, aque- Pronomes Interrogativos
la) e invariáveis (isso, isto, aquilo).
São palavras variáveis e invariáveis empregadas para
Relação ao tempo formular perguntas diretas e indiretas.
Este (s), esta (s), isto: indicam o tempo presente em relação
ao momento em que se fala. Exemplo: Esta semana é a última
antes da prova. Pronomes
Classificação Exemplos
Esse (s), essa (s), isso: indicam tempo no passado ou no fu- Interrogativos
turo. Exemplos: Onde você foi esse feriado? / Serei reconhecido
pelo meu esforço. Quando esse dia chegar, estarei satisfeito. Quanto custa?
qual, quais,
Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam um tempo distante Variáveis quanto, quantos,
em relação ao momento em que se fala. Exemplo: Lembro-me Quais sapatos
quanta, quantas.
bem aquele tempo em que viajávamos de trem. você prefere?

Relação ao espaço Quem estragou


Este (s), esta (s), isto: o ser ou objeto que está próximo da meu vestido?
pessoa que fala. Exemplo: Este é o meu filho. Invariáveis quem, que.
Que problema
Esse (s), essa (s), isso: a pessoa ou a coisa próxima daquela
ocorreu?
com quem falamos ou para quem escrevemos. Exemplo: Por fa-
vor, poderia passar esse copo?
Aquele (s), aquela (s), aquilo: o ser ou objeto que está longe
de quem fala e da pessoa de quem se fala (3ª pessoa). Exemplo:
Com licença, poderia dizer o preço daquele casaco?

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LÍNGUA PORTUGUESA

VERBO Infinitivo

Exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da Pessoal: Refere às pessoas do discurso. Não é flexionado
natureza e possui inúmeras flexões, de modo que a sua conjuga- nas 1ª e 3ª pessoas do singular e flexionadas nas demais:
ção é feita em relação as variações de pessoa, número, tempo, Estudar (eu) – não flexionado       
modo, voz e aspeto. Estudares (tu) – flexionado  
Estudar(ele) – não flexionado 
Os verbos estão agrupados em três conjugações: Estudarmos (nós) – flexionado
1ª conjugação – ar: amar, caçar, começar. Estudardes (voz) – flexionado
2ª conjugação – er: comer, derreter, beber. Estudarem (eles) – flexionado
3ª conjugação – ir: curtir, assumir, abrir.
Impessoal: É o infinitivo impessoal quando não se refere às
O verbo pôr e seus derivados (repor, depor, dispor, compor, pessoas do discurso. Exemplos: caminhar é bom. (a caminhada
impor) pertencem a 2ª conjugação devido à sua origem latina poer. é boa); É proibido fumar. (é proibido o fumo)
Pessoas: 1ª, 2ª e 3ª pessoa, em 2 situações: singular e plural. Gerúndio
1ª pessoa do singular – eu; ex.: eu viajo
2ª pessoa do singular – tu; ex.: tu viajas Caracteriza-se pela terminação -ndo. O verbo não se flexio-
3ª pessoa do singular – ele; ex.: ele viaja na e pode exercer o papel de advérbio e de adjetivo.
1ª pessoa do plural – nós; ex.: nós viajamos
2ª pessoa do plural – vós; ex.: vós viajais
Exemplo: Ela estava trabalhando quando telefonaram.
3ª pessoa do plural – eles; ex.: eles viajam
Particípio
Tempos do Verbo
Pode ser regular e irregular.
Presente: Ocorre no momento da fala. Ex.: trabalha
Particípio regular: se caracteriza pela terminação -ado, -ido.
Pretérito: Ocorrido antes. Ex.: trabalhou
Futuro: Ocorrido depois. Ex.: trabalhará
O pretérito subdivide-se em: Exemplo: Eles tinham partido em uma aventura sem fim.
- Perfeito: Ação acabada. Ex.: Eu limpei a sala.
- Imperfeito: Ação inacabada no momento a que se refere à Particípio irregular: pode exercer o papel de adjetivo.
narração. Ex.: Ele ficou no hospital por dias.
- Mais-que-perfeito: Ação acabada, ocorrida antes de outro Exemplo: Purê se faz com batata cozida.
fato passado. Ex.: Para ser mais justo, ele partira o bolo em fatias
pequenas. Por apresentar mais que uma forma, o particípio é classi-
ficado como verbo abundante. É importante lembrar que nem
O futuro subdivide-se em: todos os verbos apresentam duas formas de particípio: (aberto,
- Futuro do Presente: Refere-se a um fato imediato e certo. coberto, escrever).
Ex.: Participarei do grupo.
- Futuro do Pretérito: Pode indicar condição, referindo-se Tempos Simples e Tempos Compostos
a uma ação futura, ligada a um momento já passado. Ex.: Iria
ao show se tivesse dinheiro. (Indica condição); Ele gostaria de Tempos simples: formados apenas pelo verbo principal.
assumir esse compromisso.
Indicativo:
Modos Verbais Presente - canto, vendo, parto, etc.
Pretérito perfeito - cantei, vendi, parti, etc.
Indicativo: Mostra o fato de maneira real, certa, positiva. Pretérito imperfeito - cantava, vendia, partia, etc.
Ex.: Eu falo alemão. Pretérito mais-que-perfeito - cantara, vendera, partira, etc.
Subjuntivo: Pode exprimir um desejo e apresenta o fato Futuro do presente - cantarei, venderei, partirei, etc.
como possível ou duvidoso, hipotético. Ex.: Se eu tivesse dinhei- Futuro do pretérito - cantaria, venderia, partiria, etc.
ro, compraria um carro.
Imperativo: Exprime ordem, conselho ou súplica. Ex.: Des- Subjuntivo: apresenta o fato, a ação, mas de maneira incer-
canse bastante nestas férias. ta, imprecisa, duvidosa ou eventual.
Presente - cante, venda, parta, etc.
Formas nominais Pretérito imperfeito - cantasse, vendesse, partisse, etc.
Futuro - cantar, vender, partir.
Temos três formas nominais: Infinitivo, gerúndio e particí-
pio, e são assim chamadas por desempenhar um papel parecido Imperativo: Ao indicar ordem, conselho, pedido, o fato ver-
aos dos substantivos, adjetivos ou advérbios e, sozinhas, não se- bal pode expressar negação ou afirmação. São, portanto, duas
rem capazes de expressar os modos e tempos verbais. as formas do imperativo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Imperativo Negativo (Formado pelo presente do subjunti- Lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
vo): Não abram a porta. além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aon-
- Imperativo Afirmativo (Formado do presente do subjunti- de, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora,
vo, com exceção da 2ª pessoas do singular e do plural, que são alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
retiradas do presente do indicativo sem o “s”. Ex: Anda – Ande a distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquer-
– Andemos – Andai – Andem: Abram a porta. da, ao lado, em volta.

Obs.: O imperativo não possui a 1ª pessoa do singular, pois Tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, ama-
não se prevê a ordem, conselho ou pedido a si mesmo. nhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravan-
te, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal,
Tempos compostos: Formados pelos auxiliares ter ou haver. amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à
Infinitivo: tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de
Pretérito impessoal composto - ter falado, ter vendido, etc. quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tem-
Pretérito pessoal composto - ter (teres) falado, ter (teres) pos, em breve, hoje em dia.
vendido.
Gerúndio pretérito composto – tendo falado, tendo vendi- Negação: Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de for-
do. ma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.

Indicativo: Dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente,


Pretérito perfeito composto - tenho cantado, tenho vendi- quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
do, etc.
Pretérito mais-que-perfeito composto - tinha cantado, tinha Afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efetiva-
vendido, etc. mente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavel-
mente.
Futuro do presente composto - terei cantado, terei vendido,
etc.
Exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente,
Futuro do pretérito composto - teria cantado, teria vendido,
simplesmente, só, unicamente.
etc.
Inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.
Subjuntivo:
Interrogação: porque? (causa), quanto? (preço e intensida-
Pretérito perfeito composto - tenha cantado, tenha vendi-
de), onde? (lugar), como? (modo), quando? (tempo), para que?
do, etc.
(finalidade).
Pretérito mais-que-perfeito composto - tivesse cantado, ti-
vesse vendido, etc. Ordem: Depois, primeiramente, ultimamente.
Futuro composto - tiver cantado, tiver vendido, etc.
Designação: Eis
ADVÉRBIO
Flexão
São palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou ou-
tro advérbio. São consideradas palavras invariáveis por não terem flexão
de número (singular e plural) e gênero (masculino, feminino);
Classificação dos Advérbios entretanto, são flexionadas nos graus comparativo e superlativo.

Modo: Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, Grau Comparativo: O advérbio pode caracterizar relações
acinte, debalde, devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa, de igualdade, inferioridade ou superioridade. Para indicar esse
à vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, grau utilizam as formas tão…quanto, mais…que, menos…que.
dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de Pode ser:
cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente: - de igualdade. Ex.: Enxergo tão bem quanto você.
calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, - de superioridade. Ex.: Enxergarei melhor que você.
amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamen- - de inferioridade. Ex.: Enxergaremos pior que você.
te, generosamente.
Grau Superlativo: A circunstância aparecerá intensificada.
Intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em exces- Pode ser formado tanto pelo processo sintético (acréscimo de
so, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, sufixo), como pelo analítico (outro advérbio estará indicando o
tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de grau superlativo).
todo, de muito, por completo, bem (quando aplicado a proprie-
dades graduáveis). - superlativo (ou absoluto) sintético: Acréscimo de sufixo.
Ex.: Este conteúdo é facílimo.

46
LÍNGUA PORTUGUESA

- superlativo (ou absoluto) analítico: Precisamos de um ad- - Contração: Quando a preposição sofre alteração.
vérbio de intensidade. Ex.: Este conteúdo é muito fácil. Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
Ao empregamos dois ou mais advérbios terminados em – De + a(s) = da(s)
mente, acrescentamos o sufixo apenas no último. Ex.: Muito fez De + um = dum
pelo seu povo; trabalhou duro, árdua e ininterruptamente. De + uns = duns
De + uma = duma
PREPOSIÇÃO De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Palavra invariável que  liga dois termos da oração, numa Em + a(s) = na(s)
relação de subordinação donde, geralmente, o segundo termo Em + um = num
subordina o primeiro. As preposições estabelecem a coesão tex- Em + uma = numa
tual e possuem valores semânticos indispensáveis para a com- Em + uns = nuns
preensão do texto. Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)
Tipos de Preposição Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)
Lugar: O voo veio de São Francisco.
Modo: Os alunos eram colocados em carteiras. - Preposição + Pronomes
Tempo: Ele viajou por três anos. De + ele(s) = dele(s)
Distância: A vinte quilômetros daqui há um pedágio. De + ela(s) = dela(s)
Causa: Parou de andar, pois estava com sede. De + este(s) = deste(s)
Instrumento: Ela cortou o bolo com uma faca pequena. De + esta(s) = desta(s)
Finalidade: A igreja foi enfeitada para o casamento. De + esse(s) = desse(s)
De + essa(s) = dessa(s)
De + aquele(s) = daquele(s)
Classificação
De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
As preposições podem ser divididas em dois grupos:
De + isso = disso
- Preposições Essenciais –palavras que só funcionam como
De + aquilo = daquilo
preposição, a saber: a, ante, após, até, com, contra, de, desde,
De + aqui = daqui
em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
De + aí = daí
- Preposições Acidentais –palavras de outras classes grama-
De + ali = dali
ticais que, podem funcionar como preposição, a saber: afora,
De + outro = doutro(s)
como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, De + outra = doutra(s)
salvo, segundo, visto etc. Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s)
Locuções prepositivas: são formadas por duas ou mais pa- Em + esse(s) = nesse(s)
lavras com o valor de preposição, sempre terminando por uma Em + aquele(s) = naquele(s)
preposição, por exemplo: Abaixo de, acerca de, acima de, ao Em + aquela(s) = naquela(s)
lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, Em + isto = nisto
em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por Em + isso = nisso
causa de, por cima de, por trás de. Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A preposição é invariável. Porém, pode unir-se a outras pa- A + aquela(s) = àquela(s)
lavras e estabelecer concordância em gênero ou em número. A + aquilo = àquilo
Ex.: por + o = pelo; por + a = pela.
Essa concordância não é característica da preposição e sim INTERJEIÇÃO
das palavras a que se ela se une. Esse processo de junção de
uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois É uma palavra invariável, que representa um recurso da lin-
processos: guagem afetiva, expressando sentimentos, sensações, estados de
espírito, sempre acompanhadas de um ponto de exclamação (!).
- Combinação: A preposição não sofre alteração. As interjeições são consideradas “palavras-frases” na me-
preposição a + artigos definidos o, os dida em que representam frases-resumidas, formadas por sons
a + o = ao vocálicos (Ah! Oh! Ai!), por palavras (Droga! Psiu! Puxa!) ou por
preposição a + advérbio onde um grupo de palavras, nesse caso, chamadas de locuções inter-
a + onde = aonde jetivas (Meu Deus! Ora bolas!).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos de Interjeições Exemplo: Não viajamos, porém, poupamos dinheiro.

Mesmo não havendo uma classificação rigorosa, já que a -Conjunções Alternativas: Exprimem escolha de pensamen-
mesma interjeição pode expressar sentimentos ou sensações tos: ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, seja...seja.
diferentes, as interjeições ou locuções interjetivas são classifi-
cadas em: Exemplo: Ou você casa, ou compra uma bicicleta.

Advertência: Cuidado!, Olhe!, Atenção!, Fogo!, Calma!, De- Conjunções Conclusivas: Exprimem conclusão de pensa-
vagar!, Sentido!, Vê bem!, Volta aqui! mento: logo, por isso, pois (quando vem depois do verbo), por-
Afugentamento: Fora!, Toca!, Xô!, Passa!, Sai!, Roda!, Arre- tanto, por conseguinte, assim.
da!, Rua!, Cai fora!, Vaza!
Agradecimento: Graças a Deus!, Obrigado!, Agradecido!,
Muito obrigada!, Valeu! Exemplo: Estudou bastante, portanto será aprovado.
Alegria: Ah!, Eh!, Oh!, Oba!, Eba!, Viva!, Olá!, Eita!, Uhu!,
Que bom! -Conjunções Explicativas: Exprimem razão, motivo: que,
Alívio: Ufa!, Uf!, Arre!, Ah!, Eh!, Puxa!, Ainda bem! porque, assim, pois (quando vem antes do verbo), porquanto,
Ânimo: Coragem!, Força!, Ânimo!, Avante!, Vamos!, Firme!, por conseguinte.
Bora!
Apelo: Socorro!, Ei!, Ô!, Oh!, Alô!, Psiu!, Olá!, Eh! Exemplo: Não pode ligar, pois estava sem bateria.
Aplauso: Muito bem!, Bem!, Bravo!, Bis!, É isso aí!, Isso!,
Parabéns!, Boa! Conjunções Subordinativas: Ligam orações dependentes
Chamamento: Alô!, Olá!, Hei!, Psiu!, ô!, oi!, psiu! uma da outra.
Concordância: Claro!, Sem dúvida!, Então!, Sim!, Pois não!,
Tá!, Hã-hã! -Conjunções Integrantes: Introduzem orações subordinadas
Contrariedade: Droga!, Credo! com função substantiva: que, se.
Desculpa: Perdão!, Opa!, Desculpa!, Foi mal!
Desejo: Oxalá!, Tomara!, Queira Deus!, Quem me dera! Exemplo: Quero que sejas muito feliz.
Despedida: Adeus!, Até logo!, Tchau!, Até amanhã!
Dor: Ai!, Ui!, Ah!, Oh!, Meu Deus!, Ai de mim! -Conjunções Causais: Introduzem orações subordinadas
Dúvida: Hum?, hem?, hã?, Ué! que dão ideia de causa: que, porque, como, pois, visto que, já
Espanto: Oh!, Puxa!, Quê!, Nossa!, Caramba!, Xi!, Meu que, uma vez que.
Deus!, Crê em Deus pai! Exemplo: Como tive muito trabalho, não pude ir à festa.
Estímulo: Ânimo!, Coragem!, Vamos!, Firme!, Força!
Medo: Oh!, Credo!, Cruzes!, Ui!, Ai!, Uh!, Socorro!, Que -Conjunções Comparativas: Introduzem orações subordina-
medo!, Jesus! das que dão ideia de comparação: que, do que, como.
Satisfação: Viva!, Oba!, Boa!, Bem!, Bom!
Saudação: Alô!, Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!, Salve! Exemplo: Meu cachorro é mais inteligente do que o seu.
Silêncio: Psiu!, Shh!, Silêncio!, Basta!, Calado!, Quieto!, Bico
fechado! -Conjunções Concessivas: Iniciam orações subordinadas
que exprimem um fato contrário ao da oração principal: embo-
CONJUNÇÃO ra, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de
que, por mais que, por melhor que.
É um termo que liga duas orações ou duas palavras de mes-
mo valor gramatical, estabelecendo uma relação (de coordena- Exemplo: Vou ao mercado, embora esteja sem muito di-
ção ou subordinação) entre eles. nheiro.

Classificação -Conjunções Condicionais: Iniciam orações subordinadas


que exprimem hipótese ou condição para que o fato da oração
Conjunções Coordenativas: Ligam duas orações indepen- principal se realize ou não: caso, contanto que, salvo se, desde
dentes. que, a não ser que.

-Conjunções Aditivas: Exprimem soma, adição de pensa- Exemplo: Se não chover, irei à festa.
mentos: e, nem, não só...mas também, não só...como também.
-Conjunções Conformativas: Iniciam orações subordinadas
Exemplo: João não lê nem escreve. que exprimem acordo, concordância de um fato com outro: se-
gundo, como, conforme.
-Conjunções Adversativas: Exprimem oposição, contraste,
compensação de pensamentos: mas, porém, contudo, entretan- Exemplo: Cada um oferece conforme ganha.
to, no entanto, todavia.

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LÍNGUA PORTUGUESA

-Conjunções Consecutivas: Iniciam orações subordinadas que exprimem a consequência ou o efeito do que se declara na oração
principal: que, de forma que, de modo que, de maneira que.

Exemplo: Estava tão linda, de modo que todos pararam para olhar.

-Conjunções Temporais: Iniciam orações subordinadas que dão ideia de tempo: logo que, antes que, quando, assim que, sempre que.

Exemplo: Quando as visitas chegarem, comporte-se.

-Conjunções Finais: Iniciam orações subordinadas que exprimem uma finalidade: a fim de que, para que.

Exemplo: Estudou a fim de conseguir algo melhor.

-Conjunções Proporcionais: Iniciam orações subordinadas que exprimem concomitância, simultaneidade: à medida que, à
proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, quanto menor, quanto melhor.

Exemplo: Ao passo que cresce, sua educação diminui.

QUESTÕES

01. IF-AP – Auxiliar em Administração – 2016 - FUNIVERSA

No segundo quadrinho, correspondem, respectivamente, a substantivo, pronome, artigo e advérbio:


a) “guerra”, “o”, “a” e “por que”.
b) “mundo”, “a”, “o” e “lá”.
c) “quando”, “por que”, “e” e “lá”.
d) “por que”, “não”, “a” e “quando”.
e) “guerra”, “quando”, “a” e “não”.

02. MPE/SP - Oficial de Promotoria I – 2017 - VUNESP

Japão irá auxiliar Minas Gerais com a experiência no enfrentamento de tragédias

Acostumados a lidar com tragédias naturais, os japoneses costumam se reerguer em tempo recorde depois de catástrofes. Mi-
nas irá buscar experiência e tecnologias para superar a tragédia em Mariana

A partir de janeiro, Minas Gerais irá se espelhar na experiência de enfrentamento de catástrofes e tragédias do Japão, para tentar
superar Mariana e recuperar os danos ambientais e sociais. Bombeiros mineiros deverão receber treinamento por meio da Agência
de Cooperação Internacional do Japão (Jica), a exemplo da troca de experiências que já acontece no Estado com a polícia comunitária,
espelhada no modelo japonês Koban.
O terremoto seguido de um tsunami que devastou a costa nordeste do Japão em 2011 deixando milhares de mortos e desapareci-
dos, e prejuízos que quase chegaram a US$ 200 bilhões, foi uma das muitas tragédias naturais que o país enfrentou nos últimos anos.
Menos de um ano depois da catástrofe, no entanto, o Japão já voltava à rotina. É esse tipo de experiência que o Brasil vai buscar para
lidar com a tragédia ocorrida em Mariana.
(Juliana Baeta, http://www.otempo.com.br, 10.12.2015. Adaptado)

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LÍNGUA PORTUGUESA

No trecho – Bombeiros mineiros deverão receber A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do pa-
treinamento... – (1o parágrafo), a expressão em destaque pel a cidade sustentável de Masdar. Dez por cento do planejado
é formada por substantivo + adjetivo, nessa ordem. Essa relação está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os car-
também se verifica na expressão destacada em: ros de fora. Lá só se anda a pé ou de bicicleta. As ruas são bem
Parte superior do formulário estreitas para que um prédio faça sombra no outro. É perfeito
a) A imprudente atitude do advogado trouxe-me danos. para o deserto. Os revestimentos das paredes isolam o calor. E a
b) Entrou silenciosamente, com um espanto indisfarçável. direção dos ventos foi estudada para criar corredores de brisa.
c) Alguma pessoa teve acesso aos documentos da reunião? (Adaptado de: “Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com
d) Trata-se de um lutador bastante forte e preparado. tudo movido a energia solar”. Disponível em:http://g1.globo.
e) Estiveram presentes à festa meus estimados padrinhos. com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-dhabi-constroi-cida-
de-do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html)
03. CISMEPAR/PR - Técnico Administrativo – 2016 - FAUEL
Considere as seguintes passagens do texto:
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignida- I. E foi exatamente por causa da temperatura que foi
de e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir construída em Abu Dhabi uma das maiores usinas de energia
uns para com os outros em espírito de fraternidade. Todo indiví- solar do mundo. (1º parágrafo)
duo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Toda II. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por
a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, mais 100 anos pelo menos. (2º parágrafo)
a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção III. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de
contra o desemprego”. fora. (3º parágrafo)
IV.  As ruas são bem estreitas para  que um prédio faça
De acordo com a gramática da língua portuguesa, adjetivo é
sombra no outro. (3º parágrafo)
a palavra que qualifica um substantivo. Aponte a afirmativa que
O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o
contenha somente adjetivos retirados do texto.
qual” APENAS em
a) livres, iguais, equitativas, satisfatórias.
Parte superior do formulário
b) todos, dever, fraternidade, liberdade.
a) I e II.
c) trabalho, ter, direito, desemprego.
b) II e III.
d) espírito, seres, nascer, livre.
c) I, II e IV.
04. Prefeitura de Barra de Guabiraba/PE - Nível Fundamen- d) I e IV.
tal Completo – 2016 - IDHTEC e) III e IV.
Assinale a alternativa em que o numeral está escrito por
extenso corretamente, de acordo com a sua aplicação na frase: 06. Pref. de Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo –
a) Os moradores do bairro Matão, em Sumaré (SP), temem 2017 - IDHTEC
que suas casas desabem após uma cratera se abrir na Avenida
Papa Pio X. (DÉCIMA) Morto em 2015, o pai afirma que Jules Bianchi não
b) O acidente ocorreu nessa terça-feira, na BR-401 (QUA- __________culpa pelo acidente. Em entrevista, Philippe Bian-
TROCENTAS E UMA) chi afirma que a verdade nunca vai aparecer, pois os pilotos
c) A 22ª edição do Guia impresso traz uma matéria e teve a __________ medo de falar. “Um piloto não vai dizer nada se
sua página Classitêxtil reformulada. (VIGÉSIMA SEGUNDA) existir uma câmera, mas quando não existem câmeras, todos
d) Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilíci- __________ até mim e me dizem. Jules Bianchi bateu com seu
ta, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, carro em um trator durante um GP, aquaplanou e não conseguiu
mediante artifício, ardil. (CENTÉSIMO SETÉSIMO PRIMEIRO) __________para evitar o choque.
e) A Semana de Arte Moderna aconteceu no início do sécu- (http://espn.uol.com.br/noticia/603278_pai-diz-que-pilo-
lo XX. (SÉCULO DUCENTÉSIMO) tos-da-f-1-temmedo-de-falar-a-verdade-sobre-o-acidente-fatal-
-de-bianchi)
05. ELETROBRAS-ELETROSUL - Técnico de Segurança do Tra-
balho – 2016 - FCC Complete com a sequência de verbos que está no tempo,
modo e pessoa corretos:
Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a a) Tem – tem – vem - freiar
energia solar b) Tem – tiveram – vieram - frear
c) Teve – tinham – vinham – frenar
Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é extre- d) Teve – tem – veem – freiar
mo. Sessenta e três graus ou até mais no verão. E foi exatamente e) Teve – têm – vêm – frear
por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma
das maiores usinas de energia solar do mundo.
Os Emirados Árabes estão investindo em fontes energéticas
renováveis. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra
por mais 100 anos pelo menos. O que pretendem é diversificar e
poluir menos. Uma aposta no futuro.

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LÍNGUA PORTUGUESA

07. (UNIFESP - Técnico em Segurança do Trabalho – VU- 08. Ceron/RO - Direito – 2016 - EXATUS
NESP/2016)
A lição do fogo
É permitido sonhar
1º Um membro de determinado grupo, ao qual prestava
Os bastidores do vestibular são cheios de histórias – curio- serviços regularmente, sem nenhum aviso, deixou de participar
sas, estranhas, comoventes. O jovem que chega atrasado por de suas atividades.
alguns segundos, por exemplo, é uma figura clássica, e patética. 2º Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu
Mas existem outras figuras capazes de chamar a atenção. visitá-lo. Era uma noite muito fria. O líder encontrou o homem
Takeshi Nojima é um caso. Ele fez vestibular para a Faculda- em casa sozinho, sentado diante ______ lareira, onde ardia um
de de Medicina da Universidade do Paraná. Veio do Japão aos fogo brilhante e acolhedor.
11 anos, trabalhou em várias coisas, e agora quer começar uma 3º Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vin-
carreira médica. das ao líder, conduziu-o a uma cadeira perto da lareira e ficou
Nada surpreendente, não fosse a idade do Takeshi: ele tem quieto, esperando. O líder acomodou-se confortavelmente no
80 anos. Isto mesmo, 80. Numa fase em que outros já passaram local indicado, mas não disse nada. No silêncio sério que se for-
até da aposentadoria compulsória, ele se prepara para iniciar mara, apenas contemplava a dança das chamas em torno das
nova vida. E o faz tranquilo: “Cuidei de meus pais, cuidei dos achas da lenha, que ardiam. Ao cabo de alguns minutos, o líder
meus filhos. Agora posso realizar um sonho que trago da infân- examinou as brasas que se formaram. Cuidadosamente, selecio-
cia”. nou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a
Não faltará quem critique Takeshi Nojima: ele está tirando o ______ lado. Voltou, então, a sentar-se, permanecendo silen-
lugar de jovens, dirá algum darwinista social. Eu ponderaria que cioso e imóvel. O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado
nem tudo na vida se regula pelo critério cronológico. Há pais e quieto. Aos poucos, a chama da brasa solitária diminuía, até
que passam muito pouco tempo com os filhos e nem por isso que houve um brilho momentâneo e seu fogo se apagou de vez.
são maus pais; o que interessa é a qualidade do tempo, não a 4º Em pouco tempo, o que antes era uma festa de calor e
luz agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de car-
quantidade. Talvez a expectativa de vida não permita ao vesti-
vão recoberto _____ uma espessa camada de fuligem acinzen-
bulando Nojima uma longa carreira na profissão médica. Mas os
tada. Nenhuma palavra tinha sido dita antes desde o protocolar
anos, ou meses, ou mesmo os dias que dedicar a seus pacientes
cumprimento inicial entre os dois amigos. O líder, antes de se
terão em si a carga afetiva de uma existência inteira.
preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil,
Não sei se Takeshi Nojima passou no vestibular; a notícia
colocando-o de volta ao meio do fogo. Quase que imediatamen-
que li não esclarecia a respeito. Mas ele mesmo disse que isto
te ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos car-
não teria importância: se fosse reprovado, começaria tudo de
vões ardentes em torno dele. Quando o líder alcançou a porta
novo. E aí de novo ele dá um exemplo. Os resultados do difícil
para partir, seu anfitrião disse:
exame trazem desilusão para muitos jovens, e não são poucos
5º – Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão. Estou
os que pensam em desistir por causa de um fracasso. A estes voltando ao convívio do grupo.
eu digo: antes de abandonar a luta, pensem em Takeshi Nojima, RANGEL, Alexandre (org.). As mais belas parábolas de to-
pensem na força de seu sonho. Sonhar não é proibido. É um dos os tempos –Vol. II.Belo Horizonte: Leitura, 2004.
dever. Assinale a alternativa que preenche corretamente as la-
(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não cunas do texto:
chegar, 1996. Adaptado) a) a – ao – por.
b) da – para o – de.
Observe as passagens: c) à – no – a.
– … e agora quer começar uma carreira médica. (2° pará- d) a – de – em.
grafo);
– … ele tem 80 anos. Isto mesmo, 80. (3° parágrafo); 09. IF-PE - Técnico em Enfermagem – 2017 - IF-PE
– Talvez a expectativa de vida não permita… (4° parágrafo).
Crônica da cidade do Rio de Janeiro
As expressões destacadas expressam, respectivamente,
sentido de No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, generoso, o
a) lugar, modo e causa. Cristo Redentor estende os braços. Debaixo desses braços os ne-
b) tempo, afirmação e dúvida. tos dos escravos encontram amparo.
c) afirmação, afirmação e dúvida. Uma mulher descalça olha o Cristo, lá de baixo, e apontando
d) tempo, modo e afirmação. seu fulgor, diz, muito tristemente:
e) modo, dúvida e intensidade. - Daqui a pouco não estará mais aí. Ouvi dizer que vão tirar
Ele daí.
- Não se preocupe – tranquiliza uma vizinha. – Não se preo-
cupe: Ele volta.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na


cidade violenta soam tiros e também tambores: os atabaques, VOZES VERBAIS E SUAS CONVERSÕES.
ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses africanos.
Cristo sozinho não basta. VOZES VERBAIS
(GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre:
L&PM Pocket, 2009.) Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para in-
dicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São
Na construção “A polícia mata muitos,  e mais ainda mata três as vozes verbais:
a economia”, a conjunção em destaque estabelece, entre as - Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação ex-
orações,  pressa pelo verbo: Ele fez o trabalho. (ele – sujeito agente) (fez
Parte superior do formulário – ação) (o trabalho – objeto paciente)
a) uma relação de adição. - Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação
b) uma relação de oposição.  expressa pelo verbo: O trabalho foi feito por ele. (O trabalho –
c) uma relação de conclusão.  sujeito paciente) (foi feito – ação) (por ele – agente da passiva)
d) uma relação de explicação. - Reflexiva: Há dois tipos de voz reflexiva:
e) uma relação de consequência.
Parte inferior do formulário Reflexiva: Será chamada simplesmente de reflexiva, quando
o sujeito praticar a ação sobre si mesmo. Ex.
10. (IF-PE - Auxiliar em Administração – IF-PE/2016) - Carla machucou-se.
- Osbirvânio cortou-se com a faca.
A fome/2 - Roberto matou-se.

Um sistema de desvinculo: Boi sozinho se lambe melhor... O Reflexiva Recíproca: Será chamada de reflexiva recíproca,
próximo, o outro, não é seu irmão, nem seu amante. O outro é quando houver dois elementos como sujeito: um pratica a ação
um competidor, um inimigo, um obstáculo a ser vencido ou uma sobre o outro, que pratica a ação sobre o primeiro. Ex.
coisa a ser usada. O sistema, que não dá de comer, tampouco dá - Paula e Renato amam-se.
de amar: condena muitos à fome de pão e muitos mais à fome - Os jovens agrediram-se durante a festa.
de abraços. - Os ônibus chocaram-se violentamente.
(GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre:
L&PM Pocket, 2009, p. 81.)
Formação da Voz Passiva: A voz passiva pode ser formada
por dois processos: Analítico e Sintético.
No trecho “O sistema, que não dá de comer, tampouco dá
de amar”, a conjunção destacada estabelece, entre as orações,
Voz Passiva Analítica: Constrói-se da seguinte maneira: Ver-
a relação de
bo Ser + particípio do verbo principal: A escola será pintada; O
a) conclusão.
trabalho é feito por ele. O agente da passiva geralmente é acom-
b) adversidade.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com
c) adição.
a preposição de: A casa ficou cercada de soldados. Pode aconte-
d) explicação.
e) alternância. cer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na frase:
A exposição será aberta amanhã. A variação temporal é indicada
RESPOSTAS pelo verbo auxiliar (Ser), pois o particípio é invariável.
Observe a transformação das frases seguintes:

01 E Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)


02 B O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)
03 A
Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
04 C O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
05 B Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
06 E
07 B Nas frases com locuções verbais, o verbo Ser assume o mes-
08 B mo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a
transformação da frase seguinte: O vento ia levando as folhas.
09 B
(gerúndio); As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
10 C É menos frequente a construção da voz passiva analítica
com outros verbos que podem eventualmente funcionar como
auxiliares: A moça ficou marcada pela doença.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Voz Passiva Sintética: A voz passiva sintética ou pronomi- 06. Os meninos admiravam a locomotiva.
nal constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do prono- 07. João foi ferido por Paulo.
me apassivador “se”: Abriram-se as inscrições para o concurso; 08. A moça admirava-se no espelho.
Destruiu-se o velho prédio da escola. O agente não costuma vir 09. Não se vê viva alma na praça.
expresso na voz passiva sintética. 10. Os pais educam os filhos.
11. Os dois pretendentes insultaram-se.
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva: Pode-se mudar a voz 12. O cachorro ficou esmagado pelas rodas do carro.
ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase. 13. Eu machuquei o rapaz.
14. Todos comeram uma fatia do bolo.
Gutenberg inventou a imprensa. (Voz Ativa) 15. Nunca se ouviram queixa dele.
Gutenberg – sujeito da Ativa 16. A casa foi vendida pelo corretor.
a imprensa – Objeto Direto 17. Abraçaram-se com alegria e emoção.
A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Passiva) 18. Ele fez todo o trabalho em apenas um dia.
A imprensa – Sujeito da Passiva 19. Os dois falaram-se rapidamente.
por Gutenberg – Agente da Passiva 20. Cortaram o cabelo da criança.
21. Carla correu no parque.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o su- 22. O cabelo da criança foi cortado.
jeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo assumi-
rá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. RESPOSTAS

Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos. 01 VPS 12 VPA


Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
mestres. 02 VR 13 VA
Eu o acompanharei. 03 VPA 14 VA
Ele será acompanhado por mim.
04 VPS 15 VPS
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não have- 05 VA 16 VPA
rá complemento agente na passiva: Prejudicaram-me; Fui pre- 06 VA 17 VR
judicado.
07 VPA 18 VA
- Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, 08 VR 19 VR
são chamados neutros: O vinho é bom; Aqui chove muito. 09 VPS 20 VA
- Há formas passivas com sentido ativo: 10 VA 21 VA
É chegada a hora. (= Chegou a hora.) 11 VR 22 VPA
Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)

- Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo:


CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
- Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido ci- CONCORDÂNCIA NOMINAL VERBAL
rúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o sujeito é
paciente. Segundo Mattoso câmara Jr., dá-se o nome de concordância
Chamo-me Luís. à circunstância de um adjetivo variar em gênero e número de
Batizei-me na Igreja do Carmo. acordo com o substantivo a que se refere (concordância nomi-
Operou-se de hérnia. nal) e à de um verbo variar em número e pessoa de acordo com
Vacinaram-se contra a gripe. o seu sujeito (concordância verbal). Entretanto, há casos em que
existem dúvidas.
Exercícios
Concordância Nominal
Identifique as Vozes Verbais usando para Voz Ativa (VA),
Passiva Analítica (VPA), Passiva Sintética (VPS) e Reflexiva (VR): O adjetivo e palavras adjetivas (artigo, numeral, pronome
adjetivo) concordam em gênero e número com o nome a que
01. Alugaram-se todas as casas da vila. se referem.
02. O garoto feriu-se com o canivete.
03. O homem é corrompido pela sociedade. Adjetivos e um substantivo: Quando houver mais de um ad-
04. Consertam-se aparelhos eletrônicos. jetivo para um substantivo, os adjetivos concordam em gênero e
05. Felipe plantou uma rosa. número com o substantivo.

53
LÍNGUA PORTUGUESA

Amava suco gelado e doce. 1.ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2.ª (tu,
vós) e a 2.ª tem prioridade em relação à 3.ª (ele, eles).
Substantivos e um adjetivo: Quando há mais do que um
substantivo e apenas um adjetivo, há duas formas de concordar: Nós, vós e eles vamos à igreja.

- Quando o adjetivo vem antes dos substantivos, o adjetivo Casos específicos de concordância verbal
deve concordar com o substantivo mais próximo.
- Concordância verbal com verbos impessoais: como não
Lindo pai e filho. apresentam sujeito, são conjugados sempre na 3.ª pessoa do
singular:
- Quando o adjetivo vem depois dos substantivos, o adjeti- Faz cinco anos que eu te conheci. (verbo fazer indicando
vo deve concordar com o substantivo mais próximo ou também tempo decorrido)
com todos os substantivos.
- Concordância verbal com a partícula apassivadora se: o
Comida e bebida perfeita. objeto direto assume a função de sujeito paciente, e o verbo
Comida e bebida perfeitas. estabelece concordância em número com o objeto direto:

- Palavras adverbiais x palavras adjetivas: há palavras que Vende-se ovo.


têm função de advérbio, mas às vezes de adjetivo. Vendem-se ovos.
Quando advérbio, são invariáveis: Há bastante comida.
Quando adjetivo, concordam com o nome a que se referem: - Concordância verbal com a partícula de indeterminação
Há bastantes motivos para não gostar dele. do sujeito se: Quando atua como indeterminadora do sujeito, o
Fazem parte desta classificação: pouco, muito, bastante, ba- verbo fica sempre conjugado na 3.ª pessoa do singular:
rato, caro, meio, longe, etc. Precisa-se de vendedor.
Precisa-se de vendedores.
- Expressões “anexo” e “obrigado”: tratam-se de palavras
- Concordância verbal com a maioria, a maior parte, a meta-
adjetivas, e devem concordar com o nome a que se referem.
de,...: o verbo fica conjugado na 3.ª pessoa do singular. Porém, já
se considera aceitável o uso da 3.ª pessoa do plural:
Seguem anexas as avaliações.
Seguem anexos os conteúdos.
A maioria dos meninos vai…
Muito obrigado, disse ele.
A maior parte dos meninos vai…
Muito obrigada, disse ela. A maioria dos meninos vão…
A maior parte dos meninos vão…
Sob a mesma regra, temos palavras como: incluso, quite,
leso, mesmo e próprio. - Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo
concorda com o termo antecedente ao pronome relativo que:
Concordância Verbal
Fui eu que contei o segredo.
A concordância verbal ocorre quando o verbo de flexiona Foi ele que contou o segredo.
para concordar com o sujeito gramatical. Essa flexão verbal é Fomos nós que contamos o segredo.
feita em número (singular ou plural) e em pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª
pessoa). - Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo
concorda com o termo antecedente ao pronome relativo quem
Sujeito composto antes do verbo: O sujeito é composto e ou fica conjugado na 3.ª pessoa do singular:
vem antes do verbo que deve estar sempre no plural.
Fui eu quem contei o segredo.
João e Paulo conversaram pelo telefone. Fomos nós quem contamos o segredo
Fui eu quem contou o segredo.
Sujeito composto depois do verbo: O sujeito composto vem Fomos nós quem contou o segredo.
depois do verbo, tanto pode ficar no plural como pode concor-
dar com o sujeito mais próximo. - Concordância verbal com o infinitivo pessoal: o infinitivo é
flexionado, principalmente, quer definir o sujeito e o sujeito da
Brincaram Pedro e Vítor. segunda oração é diferente da primeira:
Brincou Pedro e Vítor.
Eu pedi para eles fazerem a tarefa.
Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes: O su-
jeito é composto, mas as pessoas gramaticais são diferentes. O - Concordância verbal com o infinitivo impessoal: o infiniti-
verbo também deve ficar no plural e concordará com a pessoa vo não é flexionado em locuções verbais e em verbos preposi-
que, a nível gramatical, tem prioridade. cionados:

54
LÍNGUA PORTUGUESA

Foram impedidos de entender a razão. C) Na frase “Hão de se garantir as condições necessárias à


conservação das obras de arte”, o verbo “haver” deveria estar
- Concordância verbal com o verbo ser: a concordância em no singular, uma vez que é impessoal.
número é estabelecida com o predicativo do sujeito: D) Em “Acredita-se que 25% da população frequentem am-
bientes culturais”, a concordância está correta, uma vez que a
Isto é verdade! porcentagem é o núcleo do segmento nominal.
Isto são verdades! E) Na frase “A maioria das pessoas não frequentam o mu-
seu”, o verbo encontra-se no plural por concordar com “pes-
- Concordância verbal com um dos que: o verbo fica sempre soas”, ainda que pudesse, no singular, concordar com “maioria”.
na 3.ª pessoa do plural:
05. MPE-SP – Oficial de Promotoria I – 2016 - VUNESP
Um dos que foram…
Um dos que podem… Fora do jogo

QUESTÕES Quando a economia muda de direção, há variáveis que logo


se alteram, como o tamanho das jornadas de trabalho e o paga-
01. Pref. de Nova Veneza/SC – Psicólogo – 2016 - FAEPESUL mento de horas extras, e outras que respondem de forma mais
A alternativa que está coerente com as regras da concor- lenta, como o emprego e o mercado de crédito. Tendências ne-
dância nominal é: gativas nesses últimos indicadores, por isso mesmo, costumam
A) Ternos marrons-claros. ser duradouras.
B) Tratados lusos-brasileiros. Daí por que são preocupantes os dados mais recentes da
C) Aulas teórico-práticas. Associação Nacional dos Birôs de Crédito, que congrega empre-
D) Sapatos azul-marinhos. sas do setor de crédito e financiamento.
E) Camisas verdes-escuras. Segundo a entidade, havia, em outubro, 59 milhões de con-
sumidores impedidos de obter novos créditos por não estarem
em dia com suas obrigações. Trata-se de alta de 1,8 milhão em
02. SAAEB – Engenheiro de Segurança do Trabalho – 2016
dois meses.
- FAFIPA
Causa consternação conhecer a principal razão citada pelos
Indique a alternativa que NÃO apresenta erro de concor-
consumidores para deixar de pagar as dívidas: a perda de em-
dância nominal.
prego, que tem forte correlação com a capacidade de pagamen-
A) O acontecimento derrubou a bolsa brasileira, argentina
to das famílias.
e a espanhola.
Até há pouco, as empresas evitavam demitir, pois tendem
B) Naquele lugar ainda vivia uma pseuda-aristocracia.
a perder investimentos em treinamento e incorrer em custos
C) Como não tinham outra companhia, os irmãos viajaram só. trabalhistas. Dado o colapso da atividade econômica, porém,
D) Simpáticos malabaristas e dançarinos animavam a festa. jogaram a toalha.
O impacto negativo da disponibilidade de crédito é imedia-
03. CISMEPAR/PR – Advogado – 2016 - FAUEL to. O indivíduo não só perde a capacidade de pagamento mas
A respeito de concordância verbal e nominal, assinale a al- também enfrenta grande dificuldade para obter novos recursos,
ternativa cuja frase NÃO realiza a concordância de acordo com a pois não possui carteira de trabalho assinada.
norma padrão da Língua Portuguesa: Tem-se aí outro aspecto perverso da recessão, que se soma
às muitas evidências de reversão de padrões positivos da última
A) Meias verdades são como mentiras inteiras: uma pessoa década – o aumento da informalidade, o retorno de jovens ao
meia honesta é pior que uma mentirosa inteira. mercado de trabalho e a alta do desemprego.
B) Sonhar, plantar e colher: eis o segredo para alcançar seus (Folha de S.Paulo, 08.12.2015. Adaptado)
objetivos.
C) Para o sucesso, não há outro caminho: quanto mais dis- Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal.
tante o alvo, maior a dedicação. A) A mudança de direção da economia fazem com que se
D) Não é com apenas uma tentativa que se alcança o que altere o tamanho das jornadas de trabalho, por exemplo.
se quer. B) Existe indivíduos que, sem carteira de trabalho assinada,
enfrentam grande dificuldade para obter novos recursos.
04. TRF – 3ª Região – Analista Judiciário-Área Administrativa C) Os investimentos realizados e os custos trabalhistas fize-
– 2017 - FCC ram com que muitas empresas optassem por manter seus fun-
A respeito da concordância verbal, é correto afirmar: cionários.
A) Em “A aquisição de novas obras devem trazer benefícios D) São as dívidas que faz com que grande número dos con-
a todos os frequentadores”, a concordância está correta por se sumidores não estejam em dia com suas obrigações.
tratar de expressão partitiva. E) Dados recentes da Associação Nacional dos Birôs de Cré-
B) Em “Existe atualmente, no Brasil, cerca de 60 museus”, dito mostra que 59 milhões de consumidores não pode obter
a concordância está correta, uma vez que o núcleo do sujeito é novos créditos.
“cerca”.

55
LÍNGUA PORTUGUESA

06. COPEL – Contador Júnior - 2017 - NC-UFPR Vejamos alguns nomes com as preposições que as regem:
Assinale a alternativa em que os verbos sublinhados estão
corretamente flexionados quanto à concordância verbal Acessível [a, para] - acostumado [a, com] - adequado [a] -
A) A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou recen- admiração [a, por] - alheio [a, de] - aliado [a, com] - amante [de]
temente a nova edição do relatório Smoke-free movies (Filmes – amigo [de] - amor [a, de, para com, por] –ansioso [de, para,
sem cigarro), em que recomenda que os filmes que exibem ima- por] - apto [a, para] - assíduo [a, em] - atenção [a] - atento [a,
gens de pessoas fumando deveria receber classificação indicati- em] - atencioso [com, para com] - benéfico [a] - benefício [a]
va para adultos. – bom [para] - capacidade [de, para] - capaz [de, para] – cego
B) Pesquisas mostram que os filmes produzidos em seis paí- [a] - certeza [de] - comum [de] - conforme [a, com] - consulta
ses europeus, que alcançaram bilheterias elevadas (incluindo [a] - contente [com, de, em, por] - cuidadoso [com] – curioso
alemães, ingleses e italianos), continha cenas de pessoas fuman- [de, por] descontente [com] - desfavorável [a] –desrespeito [a]
do em filmes classificados para menores de 18 anos. - diferente [de] - dificuldade [com, de, em, para] – digno [de]
C) Para ela, a indústria do tabaco está usando a “telona” - dúvida [acerca de, em, sobre] – entendido [em] – essencial
como uma espécie de última fronteira para anúncios, mensa- [para] – fácil [a, de, para] - facilidade [de, em, para] - fiel [a] - fe-
gens subliminares e patrocínios, já que uma série de medidas liz [de, com, em, por] - grato [a] - horror [a, de, por] -– idêntico
em diversos países passou a restringir a publicidade do tabaco. [a] - impaciência [com] – incapaz [de, para] –influência [sobre]
D) E 90% dos filmes argentinos também exibiu imagens de - insensível [a] - intolerante [com] - junto [a, de] - leal [a] - lento
fumo em filmes para jovens. [em] – liberal [com] - maior [de] – manifestação [contra] - medo
E) Os especialistas da organização citam estudos que mos- [de, a] – menor [de] –morador [em] - natural [de] - necessário
tram que quatro em cada dez crianças começa a fumar depois [a] - obediente [a] - ódio [a, contra] - orgulhoso [de, com] - pai-
de ver atores famosos dando suas “pitadas” nos filmes. xão [de, por] – parecido [a, com] - referência [a, por] –propício
[a] - próximo [a, de] - pronto [para, em] - propensão [para] - re-
RESPOSTAS lação [a, com, de, por, para com] - relacionado [com] - rente [a,
de, com] - responsável [por] - rico [de, em] –satisfeito [com, de,
01 C em, por] - semelhante [a] - suspeito [a, de] - tentativa [contra,
de, para, para com] –único [em] - vazio [de]– visível [a] - vizinho
02 D [a, de, com] – zelo [a, de, por].
03 A
Regência de Advérbios: são importantes os advérbios: longe
04 E
[de], perto [de] e proximamente [a, de]. Todos os advérbios ter-
05 C minados em -mente, tendem a apresentar a mesma preposição
06 C dos adjetivos: Compatível [com]; compativelmente [com]. Rela-
tivo [a]; relativamente [a]

Regência Verbal
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL (INCLUSIVE EMPRE-
GO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE). É a parte da língua que se ocupa da relação entre os verbos
e os termos que se seguem a ele e completam o seu sentido. Os
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e
indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Os verbos
Regência é a relação de subordinação que ocorre entre um podem ser:
verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se em esta- - Verbos Transitivos: Exigem complemento (objetos) para
belecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, que tenham sentido completo. Podem ser: Transitivos Diretos;
que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam cor- Transitivos Indiretos; Transitivos Diretos e Indiretos.
retas e claras. - Verbos Intransitivos: Existem verbos intransitivos que pre-
cisam vir acompanhados de adjuntos adverbiais apenas para da-
Regência Nominal rem um sentido completo para a frase.

Há nomes de sentido incompletos. Substantivos, adjetivos, Exemplos de regência verbal não preposicionada
e, certos advérbios, podem, como no caso dos verbos, precisar Leu o jornal.
de um complemento (complemento nominal) para completar Comeu o chocolate.
seu sentido: Sou devoto (nome de sentido incompleto) ao Santo Bebeu o vinho.
Expedito (compl. Nominal). Ouviu a música.
Estudou a matéria.
O substantivo devoto rege um complemento nominal prece- Fez o jantar
dido da preposição (ao). Sendo assim, a relação particular entre o
nome e complemento, está sempre marcada por uma preposição. Exemplos de regência verbal preposicionada
Contudo, cabe observar, que certos substantivos e adjetivos Procedeu à leitura do livro.
admitem mais de uma regência (mais de uma preposição). Pagou ao fornecedor.

56
LÍNGUA PORTUGUESA

Desobedeceu aos mandamentos. “Relatórios de circulação restrita são dirigidos a leitores de


Apoiou-se na mesa. perfil bem específico”.
Apaixonou-se por sua melhor amiga.
Meditou sobre a possibilidade. No caso desse segmento do texto, a preposição a é de uso
gramatical, pois é exigida pela regência do verbo dirigir.
Quando a regência verbal é feita através de uma preposi-
ção, as mais utilizadas são: a, de, com, em, para, por, sobre. Assinale a opção que indica a frase em que a preposição “a”
agradar a; introduz um adjunto e não um complemento.
obedecer a;
A) O Brasil dá Deus a quem não tem nozes, dentes etc.
assistir a;
B) É preciso passar o Brasil a limpo.
visar a;
C) Um memorando serve não para informar a quem o lê,
lembrar-se de;
simpatizar com; mas para proteger quem o escreve.
comparecer em; D) Quem é burro pede a Deus que o mate e ao diabo que
convocar para; o carregue.
trocar por; E) O desenvolvimento é uma receita dos economistas para
alertar sobre. promover os miseráveis a pobres – e, às vezes, vice-versa.

QUESTÕES 03. Pref. de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala – 2016 - FE-


PESE
01. MPE-GO - Secretário Auxiliar – Goiás – 2018 – MPE-GO
A linguagem poética
Embora de ocorrência frequente no cotidiano, a gramática
normativa não aceita o uso do mesmo complemento para ver- Em relação à prosa comum, o poema se define de certas
bos com regências diferentes. Assinale a opção em que esse tipo restrições e de certas liberdades. Frequentemente se confunde
de transgressão não ocorre. a poesia com o verso. Na sua origem, o verso tem uma função
A) “Pode-se concordar ou discordar, até radicalmente, de mneumotécnica (= técnica de memorizar); os textos narrativos,
toda a política externa brasileira.” (Clóvis Rossi)
líricos e mesmo históricos e didáticos eram comunicados oral-
B) “Educador é todo aquele que confere e convive com es-
mente, e os versos – repetição de um mesmo número de sílabas
ses conhecimentos.” (J. Carlos de Sousa)
ou de um número fixo de acentos tônicos e eventualmente re-
C) Vi e gostei muito do filme O jardineiro fiel cujo diretor é
um brasileiro. petição de uma mesma sonoridade (rima) – facilitavam a me-
D) A sociedade brasileira quer a paz, anseia por ela e a ela morização. Mais tarde o verso se tornou um meio de enfeitar o
aspira. discurso, meio que se desvalorizou pouco a pouco: a poesia con-
E) Interessei-me e desinteressei-me pelo assunto quase que temporânea é rimada, mas raramente versificada. Na verdade
simultaneamente. o valor poético do verso decorre de suas relações com o ritmo,
com a sintaxe, com as sonoridades, com o sentido das palavras.
02. CODEBA – Analista Portuário – Administrador – 2016 - FGV O poema é um todo.
(…)
Relatórios Os poetas enfraquecem a sintaxe, fazendo-a ajustar-se às
exigências do verso e da expressão poética. Sem se permitir
Relatórios de circulação restrita são dirigidos a leitores de verdadeiras incorreções gramaticais, eles se permitem “licenças
perfil bem específico. Os relatórios de inquérito, por exemplo, poéticas”.
são lidos pelas pessoas diretamente envolvidas na investigação Além disso, eles trabalham o sentido das palavras em dire-
de que tratam. Um relatório de inquérito criminal terá como lei- ções contrárias: seja dando a certos termos uma extensão ou
tores preferenciais delegados, advogados, juízes e promotores. uma indeterminação inusitadas; seja utilizando sentidos raros,
Autores de relatórios que têm leitores definidos podem em desuso ou novos; seja criando novas palavras.
pressupor que compartilham com seus leitores um conhecimen-
Tais liberdades aparecem mais particularmente na utiliza-
to geral sobre a questão abordada. Nesse sentido, podem fazer
ção de imagens. Assim, Jean Cohen, ao estudar o processo de
um texto que focalize aspectos específicos sem terem a necessi-
dade de apresentar informações prévias. fabricação das comparações poéticas, observa que a linguagem
Isso não acontece com relatórios de circulação mais ampla. corrente faz espontaneamente apelo a comparações “razoáveis”
Nesse caso, os autores do relatório devem levar em considera- (pertinentes) do tipo “a terra é redonda como uma laranja” (a
ção o fato de terem como interlocutores pessoas que se inte- redondeza é efetivamente uma qualidade comum à terra e a
ressam pelo assunto abordado, mas não têm qualquer conhe- uma laranja), ao passo que a linguagem poética fabrica compa-
cimento sobre ele. No momento de elaborar o relatório, será rações inusitadas tais como: “Belo como a coisa nova/Na pra-
preciso levar esse fato em consideração e introduzir, no texto, teleira até então vazia” (João Cabral de Melo Neto). Ou, então
todas as informações necessárias para garantir que os leitores estranhas como: “A terra é azul como uma laranja” (Paul Éluard).
possam acompanhar os dados apresentados, a análise feita e a Francis Vanoye
conclusão decorrente dessa análise.

57
LÍNGUA PORTUGUESA

Assinale a alternativa correta quanto à regência verbal. A) Entre as várias atrações que (conter) um livro, uma é a de
A) Chamaram Jean de poeta. tornar-se um obieto do afeto de quem o possui.
B) “Não obedeço a rima das estrofes”, disse o poeta. B) Se há imagens pelas quais se (deixar) prender um
C) Todos os escritores preferem o elogio do que a crítica espectador, há palavras que encantam um leitor.
D) Passou no cinema o filme sobre aquele poeta que gosto C) Quando há num livro imagens excessivas, que
muito. (contaminar) um texto, as palavras saem desvalorizadas.
E) Eu me lembrei os dias da leitura de poesia na escola. D) A despeito de (haver) nele figuras demais, esse livro in-
fantil atrai também um leitor adulto.
04. TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - 2016 - VUNESP E) Aos frequentadores da internet (atrair) sobretudo o volu-
me de informações que nela circulam.
Assinale a alternativa em que o período, adaptado da re-
vista Pesquisa Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à RESPOSTAS
regência nominal e à pontuação.
A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, 01 D
seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais
notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em 02 B
outros. 03 A
B) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente,
04 E
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais
notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em 05 B
outros.
C) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente
seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais no- CRASE
tável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em outros.
D) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente Há um caso de contração que merece destaque: A crase,
seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais que é a fusão da preposição a com o artigo definido feminino
notável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em a(s), ou da preposição a com o a inicial dos pronomes demons-
outros. trativos aquele(s), aquela(s), aquilo, ou ainda da preposição a
E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente com um pronome demonstrativo a(s), ou então da preposição a
seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais com o a inicial do pronome relativo a qual (as quais).
notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em Essa fusão de duas vogais idênticas, graficamente represen-
outros. tada por um a com acento grave (à), dá-se o nome de crase.
Veremos, a seguir, as principais regras.
05. MPE-PE - Analista Ministerial - Área Auditoria – 2018 –
FCC Usa-se a Crase:

Para onde vão as palavras - Locuções prepositivas, locuções adverbiais ou locuções


conjuntivas com o núcleo um substantivo feminino: à queima-
Como se sabe, a palavra durante algum tempo foi obrigada roupa, à noite, à força de, às vezes, às escuras, à medida que,
a recuar diante da imagem, e o mundo escrito e impresso diante às pressas, à custa de, às mil maravilhas, à tarde, às onze horas,
do falado na tela. Tiras de quadrinhos e livros ilustrados com um etc. Não confunda a locução adverbial às vezes com a expressão
mínimo de texto hoje não se destinam mais somente a inician- fazer as vezes de, em que não há crase porque o “as” é artigo
tes que estão aprendendo a soletrar. De muito mais peso, no definido puro.
entanto, é o recuo da notícia impressa em face da notícia falada
e ilustrada. A imprensa, principal veículo da esfera pública no - Locuções que exprimem hora determinada: Ele chegou às
século X I X assim como em boa parte do século XX, dificilmente dez horas e vinte minutos.
será capaz de manter sua posição no século X X I.
Mas nada disso pode deter a ascensão quantitativa da lite- - A expressão “à moda de” (ou “à maneira de”) estiver su-
ratura. A rigor, eu quase diría que - apesar dos prognósticos pes- bentendida: Mesmo que a palavra subsequente for masculina
simistas - o mais importante veículo tradicional da literatura, o há crase: Ele é um galã à Don Juan.
livro impresso, sobreviverá sem grande dificuldade, com poucas
exceções, como as das enciclopédias, dos dicionários, dos com- - As expressões “rua”, “loja”, “estação de rádio”, etc. estive-
pêndios de informação etc., os queridinhos da internet. rem subentendidas: Virou sentido à Higienópolis (= Virou senti-
(Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados. São do à Rua Higienópolis); Fomos à Pernambucanas (fomos à loja
Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 29-30.) Pernambucanas).
- É implícita uma palavra feminina: Esta fruta é semelhante
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de à uva (= à fruta).
modo a concordar com o elemento sublinhado na seguinte frase:

58
LÍNGUA PORTUGUESA

- Pronome substantivo possessivo feminino no singular ou - Antes de pronome interrogativo, não ocorre crase: A qual
plural: Aquela casa é semelhante à nossa. O acento indicativo de autoridade irá se dirigir?
crase é obrigatório porque, no masculino, ficaria assim: Aquele
carro é semelhante ao nosso (preposição + artigo definido). - Na expressão valer a pena (no sentido de valer o sacrifício,
o esforço), não ocorre crase, pois o “a” é artigo definido: Não sei
- Não confundir devido com dado (a, os, as): a expressão se este trabalho vale a pena.
pede preposição “a”, tendo crase antes de palavra feminina de-
terminada pelo artigo definido. Devido à chuva de ontem, os Crase Facultativa:
trabalhos foram cancelados (= devido ao temporal de ontem,
os trabalhos...); Já a outra expressão não aceita preposição “a” - Antes de nomes próprios femininos: Dei os parabéns à
(o “a” que aparece é artigo definido, não se usa, crase): Dada Cida; Dei os parabéns a Cida. Antes de um nome de pessoa, po-
a resposta sobre o acidente (= dado o esclarecimento sobre...). de-se ou não usar o artigo “a” (“A Camila é uma boa amiga”. Ou
“Camila é uma boa amiga”). Sendo assim, mesmo que a prepo-
sição esteja presente, a crase é facultativa.
Fora os casos anteriores, deve-se substituir a palavra femi-
nina por outra masculina da mesma função sintática. Caso use
- Antes de pronome adjetivo possessivo feminino singular:
“ao” no masculino, haverá crase no “a” do feminino. Se ocorrer Pediu permissão à minha esposa; Pediu permissão a minha es-
“a” ou “o” no masculino, não haverá crase no “a” do feminino. posa. Mesma explicação é idêntica à do item anterior. Portanto,
mesmo com a presença da preposição, a crase é facultativa.
Não se usa Crase:
- Nomes de localidades: há as que admitem artigo antes e as
- Antes de palavra masculina: Chegou a tempo; Vende-se a que não o admitem. Para se saber se o nome de uma localidade
prazo. aceita artigo, substitua o verbo da frase pelos verbos estar ou vir.
Se ocorrer a combinação “na” com o verbo estar ou “da” com o
- Antes de verbo: Ficamos a admirá-los; Ele começou a ter verbo vir, haverá crase com o “a” da frase original. Se ocorrer
alucinações. “em” ou “de”, não haverá crase: Quero conhecer à Europa (estou
na Europa; vim da Europa); O avião dirigia-se a São Paulo (estou
- Antes de artigo indefinido: Nos dirigimos a um caixa. em São Paulo; vim de São Paulo).

- Antes de expressão de tratamento introduzida pelos pro- QUESTÕES


nomes possessivos Vossa ou Sua ou a expressão Você: Enviaram
convites a Vossa Senhoria; Encontraremos a Sua Majestade; Ele 01. PC-MG - Escrivão de Polícia Civil – 2018 - FUMARC
queria perguntar a você. Ocorre crase quando há a fusão da preposição “a” com o
artigo definido feminino “a” ou entre a preposição “a” e o pro-
- Antes dos pronomes demonstrativos esta e essa: Me refiro nome demonstrativo “aquele” (e variações).
a esta menina; A família não deu ouvidos a essa fofoca.
INDIQUE a alternativa que apresenta uso FACULTATIVO da
- Antes dos pronomes pessoais: Não diga a ela. crase.
A) Solicitamos a devolução dos documentos enviados à em-
- Antes dos pronomes indefinidos com exceção de outra: Fa- presa.
B) O promotor se dirigiu às pessoas presentes no tribunal.
larei isso a qualquer pessoa. Com o pronome indefinido outra(s),
C) O pai entregou àquele advogado a prova exigida pelo juiz.
pode haver crase pois, às vezes, aceita o artigo definido a(s): Es-
D) Irei à minha sala para buscar o projeto de consultoria.
tavam de frente umas às outras (no masculino, ficaria “Estavam
de frente uns aos outros”). 02. Pref. de Itaquitinga/PE – Assistente Administrativo –
2016 - IDHTEC
- Quando o “a” estiver no singular e a palavra seguinte esti- Em qual dos trechos abaixo o emprego do acento grave foi
ver no plural: Contei a pessoas que perguntaram. omitido quando houve ocorrência de crase?
- Quando, antes do “a”, houver preposição: Os livros esta- A) “O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco decidiu sus-
vam sob a mesa. Exceção para até por motivo de clareza: A água pender a paralisação que faria a partir das 16h desta quarta-feira.”
do rio subiu até à Prefeitura da cidade. (= a água chegou perto B) “Pela manhã, em nota, a categoria informou que cruza-
da Prefeitura); se não houvesse o sinal da crase, o sentido ficaria ria os braços só retornando às atividades normais as 5h desta
ambíguo: a água chegou até a Prefeitura (= inundou inclusive a quinta-feira.”
Prefeitura). C) “Nesta quarta-feira, às 21h, acontece o “clássico das mul-
tidões” entre Sport e Santa Cruz, no Estádio do Arruda.”
- Com expressões repetitivas: Secamos a casa gota a gota. D) “Após a ameaça de greve, o sindicato foi procurado pela
CBTU e pela PM que prometeram um reforço no esquema de
- Com expressões tomadas de maneira indeterminada: Pre- segurança.”
firo jiló a injeção (no masc. = prefiro jiló a remédio). E) “A categoria se queixa de casos de agressões, vandalismo
e depredações e da falta de segurança nas estações.”

59
LÍNGUA PORTUGUESA

03. MPE/SC – Promotor de Justiça – 2016 - MPE/SC


Em relação ao emprego do sinal de crase, estão corretas as COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO: EMPREGO DAS
frases: CONJUNÇÕES, DAS LOCUÇÕES CONJUNTIVAS E DOS
a) Solicito a Vossa Excelência o exame do presente docu- PRONOMES RELATIVOS.
mento.
b) A redação do contrato compete à Diretoria de Orçamento
e Finanças.  Prezado candidato, o tema supracitado já foi abordado em
( ) Certo ( ) Errado tópicos anteriores.

04. TRF-3ª Região – Técnico Judiciário – Informática – 2016


- FCC PONTUAÇÃO
O sinal indicativo de crase está empregado corretamente
em:
A) Não era uma felicidade eufórica, semelhava-se mais à Pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita
uma brisa de contentamento. para demonstrar recursos específicos da língua falada, como:
B) O vinho certamente me induziu àquela súbita vontade de entonação, silêncio, pausas, etc. Tais sinais têm papéis variados
abraçar uma árvore gigante. no texto escrito e, se utilizados corretamente, facilitam a com-
C) Antes do fim da manhã, dediquei-me à escrever tudo o preensão e entendimento do texto.
que me propusera para o dia.
D) A paineira sobreviverá a todas às 18 milhões de pessoas Ponto ( . )
que hoje vivem em São Paulo. Usamos para:
E) Acho importante esclarecer que não sou afeito à essa tra- - indicar o final de uma frase declarativa: não irei ao sho-
dição de se abraçar árvore. pping hoje.
- separar períodos entre si: Fecha a porta. Abre a janela.
05. Pref. De Criciúma/SC – Engenheiro Civil – 2016 - FEPESE - abreviaturas: Av.; V. Ex.ª
Analise as frases quanto ao uso correto da crase.
1. O seu talento só era comparável à sua bondade. Vírgula ( , )
2. Não pôde comparecer à cerimônia de posse na Prefei- Usamos para:
tura. - marcar pausa do enunciado a fim de indicar que os ter-
3. Quem se vir em apuros, deve recorrer à coordenação lo- mos separados, apesar de serem da mesma frase ou oração, não
cal de provas. formam uma unidade sintática: Maria, sempre muito simpática,
4. Dia a dia, vou vencendo às batalhas que a vida me apre- acenou para seus amigos.
senta.
5. Daqui à meia hora, chegarei a estação; peça para me Não se separam por vírgula:
aguardarem. - predicado de sujeito;
- objeto de verbo;
A) São corretas apenas as frases 1 e 4. - adjunto adnominal de nome;
B) São corretas apenas as frases 3 e 4. - complemento nominal de nome;
C) São corretas apenas as frases 1, 2 e 3. - predicativo do objeto;
D) São corretas apenas as frases 2, 3 e 4. - oração principal da subordinada substantiva (desde que
E) São corretas apenas as frases 2, 4 e 5. esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).

RESPOSTAS A vírgula também é utilizada para:


- separar o vocativo: João, conte a novidade.
01 D - separar alguns apostos: Célia, muito prendada, preparou
a refeição.
02 B - separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Al-
03 Certo gumas pessoas, muitas vezes, são falsas.
- separar elementos de uma enumeração: Vendem-se pães,
04 B
tortas e sonho.
05 C - separar conjunções intercaladas: Mário, entretanto, nunca
mais deu notícias.
- isolar o nome de lugar na indicação de datas: Londrina, 25
de Setembro de 2017.
- marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo):
Ele prefere dormir, eu me exercitar. (omissão do verbo preferir)

Ponto-e-Vírgula ( ; )
Usamos para:

60
LÍNGUA PORTUGUESA

- separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma peti- Parênteses ( () )


ção, de uma sequência, etc.: Usamos para:
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas - isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo
formais e não formais, como direito de cada um, observados: e datas: No dia do seu nascimento (08/08/984) foi o dia mais
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e asso- quente do ano.
ciações, quanto a sua organização e funcionamento; - podem substituir a vírgula ou o travessão.
II - a destinação de recursos públicos para a promoção prio-
ritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a Travessão (__ )
do desporto de alto rendimento; Usamos para:
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional - dar início à fala de um personagem: Filó perguntou: __Ma-
e o não profissional; ria, como faz esse doce?
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas - indicar mudança do interlocutor nos diálogos. __Mãe,
de criação nacional. você me busca? __Não se preocupe, chegarei logo.
- Também pode ser usado em substituição à virgula, em ex-
- separar orações coordenadas muito extensas ou orações
pressões ou frases explicativas: Pelé – o rei do futebol – está
coordenadas nas quais já tenham sido utilizado a vírgula.
muito doente.
Dois-Pontos ( : ) Colchetes ( [] )
Usamos para: Usamos para:
- iniciar a fala dos personagens: O pai disse: Conte-me a ver- - linguagem científica.
dade, meu filho.
- antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou Asterisco ( * )
sequência de palavras que explicam, resumem ideias anteriores: Usamos para:
Comprei alguns itens: arroz, feijão e carne. - chamar a atenção do leitor para alguma nota (observação).
- antes de citação: Como dizia minha mãe: “Você não é todo
mundo.” QUESTÕES

Ponto de Interrogação ( ? ) 01. CLIN – Auxiliar de Enfermagem do Trabalho – 2015 -


Usamos para: COSEAC
- perguntas diretas: Onde você mora?
- em alguns casos, junto com o ponto de exclamação: Quem Primavera
você ama? Você. Eu?!
A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu
Ponto de Exclamação ( ! ) nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para re-
Usamos: cebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os
- Após vocativo: Volte, João! habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam
- Após imperativo: Aprenda! pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a prima-
- Após interjeição: Psiu! Eba! vera que chega.
- Após palavras ou frases que tenham caráter emocional: Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra,
Poxa! nesse mundo confidencial das raízes, - e arautos sutis acordarão as
cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão to-
Reticências ( ... )
dos cor-de-rosa, como os palácios de Jaipur. Vozes novas de pas-
Usamos para:
sarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação.
- indicar dúvidas ou hesitação do falante: Olha...não sei se
Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares,
devo... melhor não falar. - e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
- interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incom- Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inver-
pleta: Você queria muito este jogo novo? Bom, não sei se você no, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremen-
merece... te, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
- indicar supressão de palavra(s) numa frase transcrita: Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as
Quando ela começou a falar, não parou mais... terminou uma árvores cobertas de folhas, - e só os poetas, entre os humanos,
hora depois. sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos
     bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem
Aspas ( “  ” ) dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Usamos para: Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não
- isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta: se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da
gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e ex- sua perpetuação.
pressões populares. Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez,
- indicar uma citação textual. os homens terão a primavera que desejarem, no momento em
que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste mo-

61
LÍNGUA PORTUGUESA

vimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e 03. IPC - ES - Procurador Previdenciário I 2018 - IDECAN
outros hábitos, - e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão
nada mais com tudo aquilo que, outrora, se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos
atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos
para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores,
caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sen-
timentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás
roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em
cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gar-
dênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flo-
res agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao
vento, - por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação
da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida - e efêmera.
(MEIRELES, Cecília. “Cecília Meireles - Obra em Prosa?
Vol. 1. Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 1998, p. 366.)

“...e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ain-


da circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida
para a primavera que chega” (1º §)

No fragmento acima, as vírgulas foram empregadas para:


A) marcar termo adverbial intercalado. Em “Júnior, hoje jantaremos fora!”, a presença da vírgula é
B) isolar oração adjetiva explicativa. obrigatória porque serve para:
C) enfatizar o termo sujeito em relação ao predicado. A) Isolar o vocativo.
D) separar termo em função de aposto. B) Isolar o adjunto adverbial deslocado.
C) Separar orações coordenadas.
02. PC – CE - Escrivão da Policia Civil de 1ª classe – 2015 – D) Intercalar expressões explicativas.
VUNESP
Assinale a alternativa correta quanto ao uso da vírgula, con- 04. - IF-MT - Direito – 2018 - IF-MT
siderando-se a norma-padrão da língua portuguesa. O uso adequado da pontuação é fundamental para o bom
A) Os amigos, apesar de terem esquecido de nos avisar, que entendimento do texto. Nos casos abaixo, a vírgula está usada
demoraria tanto, informaram-nos de que a gravidez, era algo de forma inadequada em:
demorado. A) Todos os cidadãos brasileiros, são iguais perante a lei,
B) Os amigos, apesar de terem esquecido de nos avisar conforme a Constituição Federal.
que demoraria tanto, informaram-nos de que a gravidez era B) Além disso, à noite, fazer caminhada até a minha casa é
algo demorado inseguro.
C) Os amigos, apesar de terem esquecido, de nos avisar que C) Agora, em relação à tecnologia, os jovens dispõem de
demoraria tanto, informaram-nos de que a gravidez era algo de- uma série de comodidades, salientou o pesquisador.
morado. D) “Eu sei, mas não devia” (Marina Colasanti).
D) Os amigos apesar de terem esquecido de nos avisar que, E) Ainda havia muito a se deliberar, todavia, considerando o
demoraria tanto, informaram-nos, de que a gravidez era algo horário avançado, a reunião foi encerrada.
demorado.
E) Os amigos, apesar de, terem esquecido de nos avisar 05. EMATERCE - Agente de ATER - Ciências Contábeis – 2018
que demoraria tanto, informaram-nos de que a gravidez, era – CETREDE
algo demorado. Analise as duas frases a seguir em relação à ambiguidade.
I. Karla comeu um doce e sua irmã também.
II. Mataram a vaca da sua tia.

Marque a opção CORRETA.


A) O problema da frase I pode ser corrigido com uma vírgula.
B) As duas frases podem ser corrigidas com o uso de pronome.
C) Ao colocarmos apenas um verbo, corrigiremos a frase II.
D) Apenas a frase I apresenta problema de ambiguidade.
E) Uma preposição resolveria o problema da frase II.

RESPOSTAS
01 (D) / 02 (B) / 03 (A) / 4 (A) / 5 (A)

62
LEGISLAÇÃO

Lei Orgânica Do Município E Alterações (Artigos 03 A 46 E 250 A 273) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01


Regime Jurídico Dos Servidores Municipais E Alterações (Todos Os Artigos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
LEGISLAÇÃO

V - organizar o quadro de carreira e estabelecer o regime


LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO E ALTERAÇÕES (ARTI- jurídico único de seus servidores;
GOS 03 A 46 E 250 A 273). VI - administrar o seu patrimônio, aceitar doações, legados
e heranças e dispor sobre aquisição, alienação e destinação de
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE PELOTAS/RS. bens;
VII - elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Integra-
PREÂMBULO do, estabelecendo normas de edificação, loteamento, zonea-
mento e diretrizes urbanísticas, convenientes à adequada orde-
Nós, Vereadores da Câmara Municipal de Pelotas, repre- nação de seu território, mediante planejamento e controle do
sentantes do povo, firmando o propósito de asseguramento, na uso e do parcelamento do solo urbano;
plenitude do Estado democrático, a autonomia Municipal e os VIII - estabelecer servidões necessárias aos seus serviços;
princípios da Constituição da República Federativa do Brasil e da IX - regulamentar e fiscalizar a utilização dos logradouros
Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, pelo povo e com o públicos municipais, sinalizar as pistas de rolamento e as zonas
povo deste Município, promulgamos esta Lei Orgânica Municipal. de silêncio sob sua circunscrição, disciplinar os serviços de carga
e descarga e fixar a tonelagem máxima permitida aos veículos;
TÍTULO II X - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legisla-
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ção pertinente;
XI - disciplinar a limpeza dos logradouros públicos, promo-
CAPÍTULO I vendo a coleta, o transporte, o tratamento e a destinação final
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES dos resíduos sólidos domiciliares e da limpeza urbana;
XII - dispor sobre a prevenção de incêndios;
Art. 3º O território do Município divide-se em distritos. XIII - licenciar estabelecimentos comerciais, industriais e ou-
§ 1º A sede do Município lhe dá o nome. tros e cassar alvarás de licença dos que se tornarem danosos à
§ 2º A alteração do Município em distritos ou áreas adminis- saúde, à higiene e ao bem-estar público, bem como dos recep-
trativas, bem como de suas respectivas denominações, far-se-á tadores de bens alheios públicos ou privados;
por lei municipal, observada a legislação estadual e precedida XIV - dispor sobre serviços funerários e cemitérios, encar-
de consulta à população da respectiva área ou distrito. regando-se da administração dos que forem públicos e fiscali-
Art. 4º São Poderes do Município, independentes e harmô- zando e legislando sobre os pertencentes à iniciativa privada,
nicos entre si, o Legislativo, exercido pela Câmara Municipal, e o evitando o monopólio;
Executivo, exercido pelo Prefeito. XV - licenciar, autorizar ou interditar edificações no muni-
Parágrafo Único - Ressalvados os casos previstos nas Consti- cípio;
tuições Federal e Estadual, é vedado: XVI - regulamentar, disciplinar, autorizar e fiscalizar a fixação
I - a delegação de atribuições entre os dois poderes; de cartazes, faixas e anúncios, bem como a utilização de quais-
II - ao cidadão, investido em um dos Poderes, o exercício de quer outros meios de publicidade e propaganda comerciais nos
função no outro. locais sujeitos ao poder de polícia municipal;
Art. 5º São símbolos do Município a Bandeira, o Brasão e o XVII - regulamentar e fiscalizar os jogos esportivos, os espe-
Hino de Pelotas. táculos e os divertimentos públicos;
Parágrafo Único - O dia sete de Julho é a data magna do XVIII - estabelecer e impor penalidades por infração de suas
Município. leis e regulamentos;
XIX - legislar sobre apreensão, depósitos e formas e condi-
CAPÍTULO II ções de alienação de semoventes, mercadorias e bens imóveis
DISPOSIÇÕES GERAIS em geral, apreendidos por infração às leis e demais atos muni-
cipais;
Art. 6º Compete privativamente ao Município: XX - legislar sobre serviços públicos e regulamentar os pro-
I - organizar-se administrativamente e elaborar as leis de cessos de instalação, distribuição e consumo de água, gás, luz
seu peculiar interesse; e energia elétrica e todos os demais serviços de caráter e uso
II - elaborar o seu orçamento, prevendo a receita e fixando a coletivo, bem como sobre depósitos e armazenamento de com-
despesa, com base em planejamento adequado; bustíveis inflamáveis, produtos tóxicos e radioativos;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, XXI - fixar os feriados municipais;
estabelecer valores e aplicar suas rendas, sem prejuízo da obri- XXII - regulamentar e fiscalizar a instalação e o funciona-
gatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos mento dos ascensores;
fixados em lei: XXIII - integrar consórcios com outros municípios para a so-
IV - organizar e prestar, prioritariamente, por administração lução de problemas comuns;
direta ou sob regime de concessão ou permissão, contratados XXIV - Criar e organizar a Guarda Municipal, destinada à
sempre via licitação, os serviços públicos de interesse local, in- proteção de seus bens, serviços e instalações, proteçãodomeio-
clusive os de transporte coletivo, que têm caráter essencial, os ambiente,bemcomoafiscalizaçãodotrânsito nos limites da com-
de táxi e outros, fixando suas tarifas, itinerários, pontos de esta- petência municipal. (Redação dada pela Emenda nº 50, de 28 de
cionamento e paradas; dezembro de 1999.) INCONSTITUCIONAL A EXPRESSÃO (ADIN Nº
70002546232), de 3 de dezembro de 2001.

1
LEGISLAÇÃO

XXIV - Criar e organizar a Guarda Municipal, destinada à ou permissionário de serviço público, a entidades assistên-
proteção de seus bens, serviços e instalações,nos limites da cias ou quando houver relevante interesse público devida-
competência municipal. (Redação dada pela Emenda nº 50, de mente justificado.
28 de dezembro de 1999.) § 2º A concessão administrativa de bens públicos de uso
XXIV - manter a Guarda Municipal destinada à proteção comum somente será outorgada para finalidades escolares, de
de seus bens, instalações e serviços, inclusive o de controle do assistência social ou turística, mediante autorização legislativa.
meio ambiente. (Redação dada pela Emenda nº 58, de 25 de § 3º A permissão que incidir sobre qualquer bem público
julho de 2001) far-se-á a título precário, por decreto.
§ 4º A autorização que incidir sobre qualquer bem público
CAPÍTULO III far-se-á através de portaria, para atividades ou usos específicos
DOS BENS PÚBLICOS MUNICIPAIS e transitórios, pelo prazo máximo de sessenta dias.
Art. 11 A lei determinará as condições pelas quais o uso so-
Art. 7º Constituem bens públicos municipais todas as coisas cial das propriedades do Município ou de empresas e entidades
corpóreas e incorpóreas, móveis, imóveis e semoventes, crédi- por ele controladas poderá ser exigido pela sociedade organi-
zada.
tos, valores, direitos, ações e outros que, a qualquer título, per-
Parágrafo Único - Para os fins do inciso I do art. 9º desta Lei
tençam ou venham a pertencer ao município.
e do caput do presente artigo é criado o Conselho de Proteção
Parágrafo Único - É obrigatório o cadastramento de todos os
do Patrimônio Público Imobiliário Municipal, cuja composição e
bens públicos municipais, devendo constar do mesmo a criação,
funcionamento deverão constar de seu regulamento, a ser insti-
a identificação, o número de registro, o valor, a destinação e a tuído por lei ordinária. (Acrescentado pela Emenda nº 53, de 31
data de inclusão. de maio de 2000.)
Art. 8º A aquisição de bens imóveis pelo Município por Art. 12 O Poder Executivo publicará:
dação em pagamento, compra, permuta e desapropriação por I - anualmente - as alterações das áreas e imóveis urbanos
necessidade ou utilidade pública ou interesse social, dependerá e rurais sob posse da administração direta ou indireta, especifi-
de prévia avaliação e autorização legislativa. (Redação dada pela cando a destinação dada a cada um;
Emenda nº 27, de 10 de agosto de 1994.) II - trinta dias antes do término de cada mandato - a relação
Art. 9º A alienação de bens públicos municipais, subordi- geral e atualizada das áreas e imóveis acima referidos.
nada à existência de relevante interesse público devidamente Parágrafo Único - O não-cumprimento do disposto neste ar-
justificado, será sempre precedida de avaliação e obedecerá às tigo implicará em responsabilidade da autoridade competente.
seguintes normas:
I - quando imóveis - dependerá de autorização do Conselho TÍTULO III
de Proteção do Patrimônio Imobiliário Público Municipal, auto- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
rização legislativa e concorrência, dispensada esta nos seguintes
casos: (Redação da pela Emenda nº 53, de 31 de maio de 2000.) CAPÍTULO I
a) doação, devendo constar do contrato os encargos do do- DISPOSIÇÕES GERAIS
natário, o termo de cumprimento e a cláusula de retrocessão,
sob pena de nulidade do ato; Art. 13 A administração pública direta e indireta do Muni-
b) permuta. cípio obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
II - quando móveis - dependerá de licitação, dispensada esta moralidade, publicidade e aos demais constantes na Constitui-
nos seguintes casos: ção Federal, obedecendo ainda aos critérios de descentralização
a) doação, permitida exclusivamente para fins de interesse administrativa e participação popular.
social; Art. 14 Integram a administração indireta municipal as au-
tarquias, as sociedades de economia mista, as empresas públi-
b) permuta;
cas e as fundações instituídas ou mantidas pelo Município.
c) ações, que serão vendidas em bolsa.
Art. 15 O Conselho Popular Municipal e os Conselhos Po-
Parágrafo Único - O Município, preferencialmente à venda
pulares Setoriais têm por finalidade cooperar com o Governo
ou doação de bens imóveis, outorgará concessão de direito real
Municipal e auxiliar na administração, orientação, planejamento
de uso, mediante prévia autorização legislativa e concorrência, e fiscalização de matéria de sua competência.
dispensada esta quando o uso se destinar a concessionário ou § 1º É assegurada a participação dos Conselhos Populares
permissionário de serviço público, a entidades assistenciais ou nas decisões mais importantes do Município.
quando houver relevante interesse público devidamente justi- § 2º A lei especificará as atribuições de cada Conselho, sua
ficado. orientação, composição, organização, funcionamento, forma de
Art. 10 O uso de bens municipais por terceiros deverá ser nomeação dos titulares e suplentes e prazo de duração dos res-
feito, conforme o caso, mediante concessão, permissão ou au- pectivos mandatos.
torização, subordinado à existência de interesse público, devida- Art. 16 Quando da promoção de licitações pelo Poder Pú-
mente justificado. blico, o órgão responsável convidará os partidos políticos com
§ 1º A concessão administrativa de bens públicos de uso representação parlamentar na Câmara de Vereadores, através
especial dependerá de lei e concorrência, e far-se-á mediante de suas bancadas para que assistam e testemunhem os atos de
contrato, sob pena de nulidade do ato. A concorrência pode- elaboração de editais, divulgação, julgamento, adjudicação e
rá ser dispensada quando o uso se destinar a concessionário contratação, atendendo ao seguinte:

2
LEGISLAÇÃO

I - cada bancada designará um representantes por licitação: e VII - licitações e contratos para obras e serviços;
II - para atenderem ao disposto neste artigo, as bancadas VIII - contratos de servidores;
dos partidos políticos poderão requisitar da administração pú- IX - contratos em geral;
blica municipal a colaboração de servidores habilitados, que X - contabilidade e finanças;
ficarão dispensados do respectivo expediente enquanto pre- XI - concessões e permissões de bens imóveis e de serviços;
sentes aos atos licitatórios a que se refere o “caput”. (ADIN Nº XII - tombamento de bens imóveis;
598828841). XIII - registro de loteamentos aprovados.
Art. 17 A lei disporá sobre a criação, extinção, estrutura bá- § 1º Os livros serão abertos, rubricados e encerrados, con-
sica e área de competência das Secretarias do Município. forme o caso, pelo Presidente da Câmara, pelo Prefeito ou por
Art. 18 A lei disporá sobre o regime das empresas permis- funcionário oficialmente designado para tal.
sionárias e concessionárias de serviços públicos municipais, es- § 2º Os livros referidos neste artigo poderão ser substituí-
tabelecendo: dos por fichas ou outro sistema autenticado.
I - obrigatoriedade de manter serviços adequados; § 3º É facultado a qualquer cidadão, mediante requerimento,
II - tarifas que, atendendo aos interesses da comunidade, consultar os livros, fichas ou outro sistema acima mencionados.
permitam a justa remuneração do capital, o melhoramento e
expansão dos serviços e assegurem o equilíbrio econômico-fi- CAPÍTULO II
nanceiro da permissão ou concessão. DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Parágrafo Único - A fiscalização dos serviços referidos neste
artigo será feita pelo Poder Executivo. Art. 22 A investidura no serviço público dependerá de apro-
Art. 19 A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e vação prévia em concurso público de provas ou de provas e tí-
campanhas dos órgãos municipais terá caráter educativo, infor- tulos, ressalvadas as nomeações para provimento de cargos em
mativo ou de orientação social. comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
§ 1ºO disposto no caput deste artigo dependerá de pré- § 1º As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os
via autorização do Poder Legislativo sempre que o custo total conhecimentos exigidos para o exercício do cargo.
de cada projeto publicitário ultrapassar 750 (setecentos e cin- § 2º Os pontos correspondentes aos títulos não poderão
quenta) Unidades de Referência Municipal. (Redação da da pela somar mais de vinte e cinco por cento do total dos pontos do
Emenda nº 13, de 19 de maio de 1993). (ADIN Nº 70006983662). concurso.
§ 2º A veiculação da publicidade a que se refere este artigo § 3º É assegurada a participação do Sindicato dos Municipá-
é restrita aos órgãos de comunicação do Município, salvo auto- rios em todas as comissões organizadoras dos concursos públi-
rização prévia do Poder Legislativo. (Redação dada pela Emenda cos municipais para a elaboração das normas e fiscalização dos
nº 13, de 19 de maio de 1993.) mesmos.
Art. 20 É proibida a publicidade de nomes, símbolos, frases, § 4º Lei complementar definirá os casos e condições em que
slogans, sons e imagens que caracterizem promoção pessoal de poderá a Administração Pública Municipal efetuar a contratação
autoridades ou servidores públicos em atos, programas, obras, de pessoal por tempo indeterminado. (Acrescentado através da
serviços e campanhas da administração direta e indireta e ór- Emenda nº 48, de 15 de dezembro de 1998.)
gãos controlados pelo Poder Público, ainda que custeados por Art. 23 É vedada a permanência de estagiário, findo o perío-
entidades privadas, de forma a não abusar da confiança do cida- do legal do estágio, exercendo atividades nos órgãos da adminis-
dão, não explorar sua falta de experiência ou de conhecimento, tração direta ou indireta do Poder Público Municipal.
não se beneficiar de sua credulidade, assim como não se utilizar Art. 24 O Município reservará cinco por cento dos cargos
do erário público ou do poder publicamente outorgado para fins da administração direta ou indireta às pessoas portadoras de
pessoais. deficiência, mediante habilitação profissional específica para o
Parágrafo Único - É proibida a colocação em bens públicos, cargo fornecida por entidade oficial, ou reconhecida ou a crité-
veículos oficiais, material impresso, veículos de comunicação, rio do serviço público oficial e aprovação em concurso ou teste
painéis e outdoors da administração direta, indireta e autar- prático realizado no órgão em que irá desempenhar a função ou
quias, nomes, símbolos, frases, slogans, sons e imagens do Che- atividade.
fe do Executivo e de sua administração, caracterizando promo- Parágrafo Único - Quando não houver pessoas portadoras
ção pessoal. (Acrescentado pela Emenda nº 65, de 20 de julho de deficiência para suprir os cargos de que trata o caput, e tendo
de 2005.) o Município necessidade de servidores, os mesmos poderão ser
Art. 21 O Município terá os livros que forem necessários aos escolhidos indiscriminadamente, nos termos da lei.
seus serviços e, obrigatoriamente, os de: Art. 25 A despesa com pessoal ativo e inativo do Município
I - termo de compromisso e posse; não poderá exceder os limites previstos na Constituição Federal
II - declaração de bens; e o pagamento da remuneração, tanto na administração direta
III - atas de sessões da Câmara; como na indireta, ocorrerá na mesma data e até o último dia útil
IV - registros de leis, decretos, resoluções, regulamentos, do mês de trabalho prestado.
instruções, portarias, ordens de serviço e comunicações inter- § 1º O pagamento da gratificação natalina ou décimo tercei-
nas devidamente numeradas e com índice alfabético e remis- ro salário, será efetuado em duas parcelas, sendo cinquenta por
sivo; cento até o mês de junho e o restante até o dia vinte de dezem-
V - cópia de correspondência oficial; bro de cada ano. (ADIN Nº 59711327) .
VI - protocolo, índice de papéis e livros arquivados;

3
LEGISLAÇÃO

§ 2º O não cumprimento do pagamento da referida gratifica- Parágrafo Único - Enquanto durar o mandato, o órgão em-
ção até o dia vinte de dezembro, implicará no pagamento em do- pregador recolherá mensalmente as obrigações sociais e garan-
bro. INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE (Nº 595205782), tirá ao servidor ou empregado o serviço médico e previdenciário
de 21 DE OUTUBRO DE 1996. INCIDENTE DE INCONSTITUCIONA- dos quais era beneficiário antes de se eleger.
LIDADE (Nº 599111598), de 28 DE JUNHO DE 1999. Art. 32 Os servidores municipais da saúde e do magistério
§ 3º É facultativo ao servidor, receber a parcela de junho; que prestarem serviço em locais de difícil acesso receberão um
caso não o deseje, deve apresentar requerimento até trinta de adicional de, no mínimo, cinquenta por cento sobre os venci-
abril de cada ano. (ADIN Nº 59711327). mentos, devendo este passar a cem por cento se o servidor resi-
§ 4º O não-cumprimento do disposto no caput do artigo im- dir na localidade, na forma de lei.
plicará no pagamento da remuneração com atualização monetária Art. 33 Os professores municipais cedidos a instituições que
diária, com base na TRD ou índice que a substitua, mais juros de ministrem ensino gratuito em nível escolar ou pré-escola terão
mora. (Acrescido pela Emenda nº 21, de 10 de novembro de 1993.) assegurados todos os seus direitos, desde que cumpram a carga
Art. 26 O Município instituirá planos de carreira para os ser- horária originariamente a eles atribuída e desempenhem tarefas
vidores da administração direta ou indireta, mediante lei, obje- compatíveis com o nível do seu cargo, emprego ou função.
tivando a valorização dos servidores públicos municipais através Art. 34 O professor ou professora que trabalhar no atendi-
da constante melhoria de condições de trabalho e de aperfeiço- mento de pessoas portadoras de deficiência poderá, a pedido,
amento da capacitação profissional. após vinte e cinco anos, respectivamente, de efetivo exercício
Art. 27 É vedada ao Poder Público Municipal a cedência de em regência de classe, completar seu tempo de serviço em
servidores a entidades particulares com fins lucrativos, salvo nos outras atividades pedagógicas no ensino público municipal, as
casos de transferência de conhecimento científico, tecnológico quais serão consideradas como de efetiva regência.
ou administrativo, casos em que a empresa fará cargo das des- Parágrafo Único - A gratificação concedida ao servidor pú-
pesas com vencimentos e obrigações sociais do servidor cedido. blico municipal designado exclusivamente para exercer ativida-
(Redação dada pela Emenda nº 6, de 20 de novembro de 1991.) de no atendimento de pessoas portadoras de deficiência será
Art. 28 O servidor público municipal terá os direitos asse- incorporada ao vencimento após percebida por cinco anos con-
gurados na Constituição Federal, nesta Lei Orgânica e os fixados secutivos ou dez intercalados.
em lei, além de: Art. 35 É garantida aos professores da zona rural com clas-
I - atendimento gratuito aos filhos e dependentes de zero a ses multisseriadas a gratificação de trinta porcento sobreo total
seis anos em creches e pré-escolas, na forma de lei;
da remuneração. INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE (Nº
II - livre associação sindical;
595071333), DE 21 DE AGOSTO DE 1995. INCIDENTE DE INCONS-
III - direito de greve, na forma de lei.
TITUCIONALIDADE (Nº 597268242), DE 11 DE MAIO DE 1998.
Art. 29 É assegurada aos servidores públicos municipais da
Art. 36 Nenhum servidor público municipal poderá ser di-
administração direta isonomia de vencimento para cargos de
retor ou integrar conselho de empresas fornecedores ou pres-
atribuições iguais ou assemelhadas do Poder Executivo e entre
tadoras de serviços ou que realizem quaisquer modalidades de
os servidores dos Poderes Executivo e Legislativo, ressalvadas as
contrato com o Município, sob pena de demissão do serviço
vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou local
de trabalho. (Redação dada pela Emenda nº 1, de 6 de março público.
de 1991.) Art. 37 Os cargos, empregos e funções serão criados por lei,
§ 1º A revisão geral da remuneração dos servidores públicos que fixará suas denominações, os padrões de vencimento e as
ativos e inativos e dos pensionistas dar-se-á sempre na mesma condições de provimento, indicados os recursos pelo quais cor-
data e nos mesmos índices. rerão as despesas.
§ 2º O índice de reajuste dos vencimentos dos servidores Parágrafo Único - A criação de cargos, empregos e funções
não pode ser inferior ao necessário para repor o seu poder aqui- da Câmara de Vereadores dependerá de resolução do Plenário,
sitivo, obedecendo a uma periodicidade máxima mensal. mediante proposta da Mesa.
§ 3º É vedado atribuir aos servidores da administração pú- Art. 38 É obrigatória a fixação de quadro de lotação numéri-
blica qualquer gratificação de equivalência superior à remunera- ca de cargos, empregos ou funções, sem o que não será permiti-
ção fixada para os cargos ou funções de confiança criados em lei. da a nomeação ou contratação de servidores.
§ 4º É vedada a participação dos servidores públicos no pro- Art. 39 As obrigações pecuniárias dos órgãos da administra-
duto da arrecadação de multas, inclusive da dívida ativa. ção direta ou indireta para com seus servidores ativos e inativos
§ 5º É vedada aos servidores públicos municipais remunera- ou pensionistas, não cumpridas até o último dia da aquisição do
ção superior a do Prefeito Municipal. direito, serão liquidadas com valores atualizados pelos índices
Art. 30 Os servidores municipais da administração direta de correção emitidos pelo Governo Federal.
e indireta a nível técnico-científico, em exercício efetivo da sua Art. 40 O servidor público municipal será aposentado de
qualificação profissional, serão remunerados, no mínimo, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal e/ou com o que
acordo com o salário mínimo profissional da categoria fixado em dispuser a lei.
lei federal e proporcional à carga horária do servidor. Art. 41 O tempo de serviço público federal, estadual e mu-
Art. 31 Os servidores públicos e empregados da administra- nicipal prestado à administração pública diretae/ou indireta
ção direta e indireta, quando assumirem cargo eletivo público, será computado integralmente para fins de gratificações, adi-
não poderão ser demitidos no período de registro de sua can- cionais por tempo de serviço e disponibilidade. INCIDENTE DE
didatura até um ano depois do término do mandato nem ser INCONSTITUCIONALIDADE (Nº 597056373), DE 1 DE SETEMBRO
transferidos do local de trabalho sem o seu consentimento. DE 1997.

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LEGISLAÇÃO

Art. 42 Decorridos trinta dias da data em que tiver sido pro- a população urbana e rural, como condição básica de qualidade
tocolado junto à Prefeitura Municipal o requerimento de apo- de vida, de proteção ambiental e de desenvolvimento social.
sentadoria, o servidor público será considerado em licença es- (Redação dada pela Emenda nº 45, de 04 de agosto de 1998)
pecial, podendo afastar-se do serviço - salvo se, antes, tiver sido Parágrafo Único - Afixaçãodataxasedaráparaopróximoexer-
cientificado do indeferimento do pedido. cício,quandopassaráasubstituiroscritérios atéentão utilizados.
Parágrafo Único - No período de licença de que trata este (Acrescentado pela Emenda nº 45, de 04 de agosto de 1998)
artigo o servidor terá direito à totalidade de remuneração, com- (ADIN Nº 70002940799).
putando-se o tempo como de efetivo exercício para todos os Art. 251 O Município com o Estado, de forma integrada, for-
efeitos legais. marão a política e o planejamento de execução das ações de
Art. 43 Ficam estendidos aos servidores públicos munici- saneamento básico respeitadas as diretrizes estaduais quanto
pais, quando adotantes, os mesmos benefícios concedidos ao ao meio ambiente, recursos hídricos e desenvolvimento urbano.
pai e à mãe biológicos, na forma de lei. § 1º O Município é obrigado a apresentar um plano de ex-
Art. 44 O Município garantirá proteção especial à servidora pansão e beneficiamento que vise prioritariamente às áreas ur-
pública gestante, adequando ou modificando temporariamente banas e rurais que estejam desprovidas quanto ao previsto no
sua função ou local de trabalho comprovadamente prejudiciais caput deste artigo.
à sua saúde e do nascituro. § 2º É vedada a privatização e a transferência a outra esfera
Parágrafo Único - A adequação ou modificação temporária de governo do serviço de abastecimento de água e saneamen-
da função ou local de trabalho só serão implementadas com a to básico. (Acrescentado pela Emenda nº 59, de 8 de agosto de
expressa concordância da servidora gestante. 2001.)
Art. 45 Nenhum órgão da administração direta ou indireta Art. 252 O saneamento básico no Município compreende:
do Município poderá proporcionar assistência à saúde dos seus I - abastecimento de água em quantidade suficiente para
servidores através de empresas de medicina de grupo, bem assegurar a adequada higiene e conforto, com qualidade com-
como subvencionar este tipo de empresa ou instituições de pre- patível com os padrões de potabilidade;
vidência privada. II - a captação, o tratamento e a disposição final de esgotos
cloacais e de resíduos sólidos, bem como a drenagem urbana;
Art. 46 É assegurado aos sindicatos que representam cate-
III - o controle de vetores, sob a ótica da proteção à saúde
gorias de Servidores Públicos Municipais, tanto da administra-
pública.
ção direta como da indireta: (Redação dada pela Emenda nº 9,
Art. 253 É instituído o Conselho Municipal de Saneamento
de 18 de novembro de 1992.)
Básico, a ser disciplinado em lei.
I - participar das decisões de interesse da categoria;
Art. 254 Compete ao Município, com a colaboração do Es-
II - descontar em folha de pagamento as mensalidades de
tado, promover a defesa sanitária vegetal e animal, ficando sob
seus associados e outros descontos em favor da entidade, desde
sua responsabilidade o controle da proliferação dos insetos e de
que aprovados em assembléia geral;
outros animais nocivos à saúde.
III - ter delegado sindical eleito pela categoria: Art. 255 A lei disporá sobre o controle e a fiscalização do
IV - participar de toda comissão formada pelo Poder Público processamento dos resíduos sólidos de indústrias, hospitais, la-
que trate de assunto referente aos servidores públicos munici- boratórios de pesquisas e análises clínicas e assemelhados.
pais; Parágrafo Único - O lixo hospitalar e de laboratórios de pes-
V - ter livre acesso aos locais de trabalho dos servidores quisas e análises clínicas e assemelhados serão, obrigatoriamen-
públicos, para divulgação, comunicações, reuniões, exercício de te, incinerados no local de origem.
fiscalização das condições de trabalho, negociações com a admi-
nistração, sempre de forma a não prejudicar o bom andamento SEÇÃO X
das atividades. DO MEIO AMBIENTE
Parágrafo Único - Aos representantes da entidade sindical,
nos casos previstos em lei, é assegurado o desempenho de man- Art. 256 Todos têm direito ao meio ambiente ecologica-
dato em confederação ou sindicato, sem qualquer prejuízo de mente equilibrado, bem como à áreas de uso comum da comu-
sua situação funcional ou remuneratória. nidade e essenciais à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Município e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo-
TÍTULO VI paraaspresentesefuturasgerações,garantindo-seaproteçãodo-
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL secossistemaseouso racionaldosrecursos ambientais. (ADIN Nº
70002546232) .
CAPÍTULO III § 1º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
DA ORDEM SOCIAL ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da obri-
SEÇÃO IX gação de reparar os danos causados.
DO SANEAMENTO BÁSICO § 2º O causador da poluição ou dano ambiental será res-
ponsabilizado e deverá assumir ou ressarcir ao Estado, se for o
Art. 250 O saneamento básico constitui serviço público es- caso, todos os custos financeiros, imediatos ou futuros, decor-
sencial, a ser prestado diretamente pela Administração e remu- rentes do saneamento do dano.
neração por taxa, sendo dever a sua extensão progressiva a toda

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LEGISLAÇÃO

§ 3º As pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que Art. 261 O Poder Público Municipal dará adequado trata-
exerçam atividades poluidoras ou potencialmente poluidoras, mento e destino final aos resíduos sólidos e aos efluentes dos
são responsáveis direta ou indiretamente pelo acondicionamen- esgotos de origem doméstica, exigindo o mesmo procedimento
to, coleta e designação final dos resíduos por elas produzidos. aos responsáveis pela produção de resíduos sólidos e efluentes
Art. 257 Compete ao Município, através de seus órgãos ad- industriais.
ministrativos da divisão ambiental da Guarda Municipal e com Art. 262 É proibida a instalação ou permanência de indús-
a participação e a colaboração da comunidade, por suas enti- trias químicas ou poluentes no perímetro urbano, exceto no dis-
dades representativas: (Alterado pela Emenda nº 49, de 3 de trito industrial; as indústrias poluentes já instaladas, para per-
agosto de 1999.) manecerem, terão de se submeter às exigências de antipoluição
I - valorizar e destacar o tema no Plano Diretor; fixadas em lei.
II - incentivar a integração das universidades, instituições de Art. 263 É vedada no Município a comercialização e o uso de
pesquisa e associações civis no esforço de garantir e aprimorar o qualquer medicamento, produtos agrotóxicos, químicos e bio-
controle da poluição, inclusive no local de trabalho; lógicos, cujo emprego tenha sido suspenso ou proibido no país
III - registrar, acompanhar e fiscalizar concessões de direito originariamente patenteados e/ou desenvolvidos.
de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seu Art. 264 É proibida a instalação de usinas nucleares nos li-
território; mite do Município.
IV - dar prioridade ao plano temático de preservação do Art. 265 O Poder Público Municipal criará um programa de
meio ambiente natural; fiscalização e controle de transporte de produtos perigosos e
V - instituir o Departamento Municipal de Preservação do cargas tóxicas para as áreas sob sua circunscrição, na forma da
meio ambiente natural; lei;
VI - proteger, através do tombamento, zoneamento e de- § 1º O programa será desenvolvido através da instalação de
mais instrumentos legais, a flora, a fauna, os cursos d`água, as postos de controle e fiscalização nas vias de acesso ao Municí-
paisagens e os recursos naturais do Município, tanto na área ur- pio.
bana como na rural; § 2º É proibido o tráfego de cargas tóxicas nas proximidades
VII - promover a ecologia como ciência e divulgá-la nos
das estações de tratamento d`água, represa, barragens e demais
meios de comunicação, assim como na rede escolar, fazendo um
pontos de captação d`água para abastecimento da população.
trabalho de esclarecimento e conscientização pública;
Art. 266 É dever do Município proteger ambientes onde
VIII - estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a utilização
existem espécies da flora e da fauna consideradas raras, endê-
de fontes de energia alternativa não poluentes e de tecnologia
micas e/ou ameaçadas de extinção. (Redação dada pela Emenda
poupadora de energia;
nº 43, de 23 de outubro de 1997.)
IX - executar, com a colaboração da União, do Estado e de
Art. 267 É dever do Município manter reservas biológicas
outros órgãos e instituições, programas de recuperação de solo,
de reflorestamento e de aproveitamento dos recursos hídricos; com o objetivo de preservar o patrimônio genético, histórico e
X - exercer o poder de polícia administrativa na vigilância e cultural.
fiscalização do meio ambiente, dispondo, mediante lei, das pe- Art. 267 A arborização de parques, praças, jardins e vias pú-
nalidades por infrações ou danos à comunidade e à natureza; blicas dar-se-á, no mínimo em sua metade, com a utilização de
XI - exigir o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para to- espécies nativas ecologicamente recomendadas. (Redação dada
das as atividades modificadoras do meio ambiente natural; pela Emenda nº 43, de 23 de outubro de 1997)
XII - preservar as áreas verdes do Município. Art. 268 A urbanização de parques, praças, jardins e vias pú-
Art. 258 Os recursos oriundos de multas administrativas e blicas dar-se-á, no mínimo em sua metade, com a utilização de
condenações jurídicas por atos lesivos ao meio ambiente, e das espécies nativas ecologicamente recomendadas.
taxas incidentes sobre a utilização dos recursos ambientais, se- Art. 269 O Poder Municipal implantará em todas as praças,
rão destinadas a um fundo gerido pelo Conselho Municipal do parques, avenidas, largos, locais de lazer e onde for possível o
Meio Ambiente, na forma de lei. plantio de árvores frutíferas de nossa região.
Art. 259 As áreas de interesse turístico e as destinadas à Parágrafo Único - Poderá o Poder Público Municipal firmar
proteção do meio ambiente ficam sob a proteção especial do convênios para cumprir o que dispõe este artigo.
Poder Público Municipal, estabelecidas, em legislação própria, Art. 270 As matas nativas da orla da Lagoa dos Patos, as du-
as restrições de uso ou as condições de utilização e ocupação, in- nas de areia e os banhados passam a ser protegidos pelo Poder
cluindo-se entre as obrigações de seus proprietários e usuários: Público Municipal, na forma da lei.
I - a de conservar os recursos naturais e paisagísticos; Art. 271 É vedada a concessão de recursos públicos ou in-
II - a de reparar, repor, indenizar e restaurar os recursos centivos fiscais às atividades que desrespeitem as normas e pa-
naturais e paisagísticos danificados ou destruídos pela sua má drões de proteção ao meio ambiente, inclusive o do trabalho.
utilização, sem prejuízo de outras penalidades previstas em lei. Art. 272 A Secretaria do Desenvolvimento Rural destinará,
(Artigo regulamentado pela Lei nº 4.292/98.) anualmente, percentual de sua dotação orçamentária para ser
Art. 260 Para aprovação de qualquer obra pública ou priva- utilizado em projetos de reflorestamento.
da potencialmente causadora de riscos à saúde e ao bem-estar Art. 273 O Poder Público Municipal manterá obrigatoria-
da população, bem como aos recursos naturais, é obrigatória a mente o Conselho Municipal de Meio Ambiente, órgão cole-
realização de estudo de impacto ambiental e de audiências pú- giado, deliberativo e fiscalizador, composto paritariamente por
blicas, competindo à comunidade requerer o plebiscito, confor- representantes do Poder Público e representantes da sociedade
me o estabelecido em lei. civil organizada, inclusive por seus técnicos capacitados.

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LEGISLAÇÃO

REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES MUNICIPAIS E I - a denominação do cargo vago e demais elementos de
ALTERAÇÕES (TODOS OS ARTIGOS). identificação, o motivo da vacância, e o nome do ex-ocupante,
ocorrendo a hipótese em que estes últimos elementos possam
ser atendidos;
LEI ORDINÁRIA Nº 3008, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1986 II - o caráter da investidura;
III - o fundamento legal, bem como a indicação do padrão
DISPÕE SOBRE O REGIME JURÍDICO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLI- de vencimento do cargo;
COS DO MUNICÍPIO DE PELOTAS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. IV - a indicação de que o exercício do cargo se fará cumulati-
vamente com outro cargo municipal, quando for o caso.
O PREFEITO MUNICIPAL DE PELOTAS, Estado do Rio Grande Art. 7º - Os cargos em comissão serão providos mediante
do Sul. livre escolha do Prefeito Municipal, dentre pessoas que satisfa-
Faço saber que a Câmara Municipal decretou e eu sanciono çam os requisitos legais para investidura no Serviço Público.
e promulgo a seguinte Lei:
SEÇÃO II.
CAPÍTULO I DA NOMEAÇÃO
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 8º - A nomeação se dará:
Art. 1º - Esta lei institui o regime jurídico dos funcionários I - em caráter efetivo, para cargo de provimento efetivo;
públicos do Município de Pelotas. II. - em comissão, quando se tratar de cargo que assim deva
Parágrafo único - As disposições desta lei estendem-se aos ser provido.
funcionários vinculados ao magistério, naquilo que lhes for apli-
cável. SUBSEÇÃO I
Art. 2º - Para efeito deste Estatuto : DO CONCURSO
I - funcionário é a pessoa legalmente investida em cargo pú-
blico, de provimento efetivo ou em comissão; Art. 9º - A primeira investidura em cargo de provas escritas,
II. - cargo é o conjunto de deveres, atribuições e responsa- podendo ser utilizadas também provas práticas ou prático-orais.
bilidade cometido ao funcionário, criado por lei, com denomina- § 1º - No concurso para provimento dos cargos em geral,
ção própria, número certo e vencimento específico; poderá ser realizada também prova de títulos, obrigatória esta
III - classe é o agrupamento de cargos de atribuições da no caso de provimento de cargo de nível universitário.
mesma natureza funcional, da mesma denominação, do mesmo § 2º - Será considerado, para efeito de título, o tempo de
nível de vencimentos e semelhantes quanto ao grau de dificul- serviço público municipal e de exercício da função do candidato,
dade e responsabilidade das atribuições; conforme determinar o edital do concurso.
IV - grupo é o conjunto de classes com afinidade entre si Art. 10 - A aprovação em concurso não gera direito à nome-
quanto à natureza do trabalho ou o grau de conhecimento re- ação, mas esta, quando se der respeitará a ordem de classifica-
querido para desempenhá-lo. ção dos candidatos habilitados.
Art. 3º - O vencimento dos cargos corresponderá a padrões § 1º - Terá preferência para nomeação, em caso de empate
básicos, previamente fixados em lei. na classificação, o candidato já pertencente ao serviço público
Art. 4º - É vedado o exercício gratuito de cargos públicos. municipal e, havendo mais de um candidato com este requisito,
o mais antigo.
CAPÍTULO II. § 2º - Se ocorrer empate de candidatos, não pertencentes
DO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA ao serviço público municipal, proceder-se-á a uma prova de de-
sempate, conforme determinar o edital do concurso.
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 11 - Para a realização de concurso serão observadas as
seguintes normas :
Art. 5º - Os cargos públicos podem ser providos por : I - a divulgação do concurso se fará mediante publicação
I - nomeação; de edital, respeitado o prazo de validade de concurso anterior,
II - promoção; para o mesmo cargo, se ainda houver candidato aprovado e não
III - acesso; convocado para a investidura ;
IV - reintegração; II - o edital deverá estabelecer o prazo de validade do con-
V - aproveitamento; curso e as exigências ou condições que possibilitem a comprova-
VI - reversão. ção pelo candidato, das qualificações e requisitos constantes das
Art. 6º - Compete ao Prefeito Municipal prover, por decreto, especificações do cargo.
os cargos públicos, observadas as prescrições legais. III - aos candidatos serão assegurados meios amplos de
Parágrafo único - O decreto de provimento deverá conter, recurso, nas fases de homologação das inscrições, publicação de
sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem der resultado parciais ou globais, homologação do concurso e no-
posse, as seguintes indicações : meação dos candidatos ;

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LEGISLAÇÃO

IV - quando houver funcionário públicos para o preenchi- Art. 2° - Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para
mento de cargos de igual categoria, devendo, se necessário, ser cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório
convocado o funcionário disponível ; por período de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual a sua
V - independerá de limite de idade a inscrição, em concurso aptidão e capacidade serão objetos de avaliação para o desem-
de ocupante de cargo ou função pública municipal. penho do cargo, observados os seguintes fatores:
I – assiduidade;
SUBSEÇÃO II. II – disciplina;
DA POSSE III – capacidade de iniciativa;
IV – produtividade;
Art. 12 - Posse é a investidura em cargo público, sendo dis- V – responsabilidade.
pensada nos casos de promoção, acesso e reintegração. § 1° - Os fatores de avaliação previstos neste artigo deverão
Art. 13 - Somente poderá ser empossado em cargo público integrar os critérios de eficiência e eficácia administrativa deter-
quem, além de outros prescrições legais, atender aos seguintes minadas no sistema de controle interno do Município.
requisitos : § 2° - Ao servidor é assegurado a ampla defesa e o contra-
I - Ter idade compreendida entre 18 (dezoito) anos comple- ditório, cabendo-lhe o direito de acesso a todos os relatórios e
tos e 55 (cinquenta e cinco) anos incompletos, na data de reali- boletins de avaliação.
zação do concurso, ressalvadas as disposições legais. § 3° - Todas as decisões administrativas referentes ao de-
II. - Ser julgado apto em exame de sanidade física e mental. sempenho funcional do servidor, em seu estágio probatório, de-
Parágrafo único - Quando se tratar de cargo em comissão, verão ser motivadas.
a idade máxima prevista no item I deste artigo será dispensada. § 4° - Deverão ser objeto de avaliação todos os meses que
Art. 14 - No ato da passe, o candidato deverá declarar, por integram o estágio probatório.
escrito, se é titular de outro cargo ou função pública. § 5° - A avaliação de que trata este artigo deverá ser rea-
Parágrafo único - Se a hipótese for a de que sobrevenha ou lizada por servidores titulares de cargo de hierarquia igual ou
possa sobrevir acumulação proibida, a posse será suspensa até superior a do cargo do servidor em estágio probatório.
que, respeitado o prazo do art. 18, se comprove a inexistência § 6° - Na primeira semana após o término do trigésimo sex-
daquela. to mês, a avaliação do desempenho do servidor, realizada de
Art. 15 - O Prefeito Municipal dará posse aos nomeados acordo com o que dispõe esta Lei e o seu respectivo regulamen-
para os cargos de Secretário de Administração e para hierar- to, será submetida à homologação da autoridade competente.
quicamente equivalentes; o Secretário de Administração, aos Art. 3° - O servidor deve cumprir estágio probatório no exer-
demais ocupantes de cargos em comissão; e o Diretor do De- cício do cargo para o qual foi nomeado em caráter efetivo.
partamento de Recursos Humanos, aos funcionários em geral. § 1° - O estágio probatório ficará suspenso durante as licen-
Art. 16 - Poderá haver posse mediante procuração por ins- ças legalmente previstas, bem assim na hipótese de participação
trumento público, em casos especiais, a critério da autoridade em curso de formação, e será retomado a partir do término do
competente. afastamento.
Art. 17 - Cumpre à autoridade que der posse verificar, sob § 2° - Não se aplica à suspensão do estágio probatório de
pena de responsabilidade, se foram satisfeitas as condições le- que trata o parágrafo anterior, quando o afastamento do servi-
gais para a investidura. dor ocorrer em virtude de férias.
(Lei nº3.775/93) Art. 4° - Ao servidor em estágio probatório devem ser as-
“Art. 18 - A posse deverá verificar-se no prazo de 20 (vinte) segurados o assessoramento e o acompanhamento adequado
dias contados da publicação do ato de provimento. quanto ao exercício de suas atribuições, inclusive, no que se re-
Parágrafo Único - Se a posse não ocorrer dentro do prazo fere às condições físicas, materiais e instrumentais.
previsto, o ato de nomeação ficará, automaticamente, conside- Parágrafo Único – O servidor que não possuir adequação
rado sem efeito.” satisfatória em um ou mais dos fatores de avaliação definidos
no art. 2° desta Lei, deverá receber a orientação para que possa
SUBSEÇÃO II. corrigir as deficiências.
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO Art. 5° - Se servidor em estágio probatório vier a cometer
falta disciplinar terá sua responsabilidade apurada na forma le-
Art. 19 - REVOGADO gal, observadas as normas estatutárias.
Art. 20- REVOGADO Art. 6° - É assegurado o prazo de 24 (vinte e quatro) meses
Art. 21 - REVOGADO de efetivo exercício para aquisição da estabilidade aos servido-
(Lei nº4.449/99) res cujo estágio probatório estava em curso em 05 de junho de
Art. 1° - O Estágio probatório previsto no art. 41 da Consti- 1998, sem prejuízo da avaliação a que se refere o art. 2° desta
tuição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional Lei.
19/98, obedecerá ao disposto nesta Lei.
Parágrafo Único – Sujeitar-se-ão integralmente às regras do SUBSEÇÃO IV
estágio probatório, previstas nesta Lei, os servidores aprovados DO EXERCÍCIO
em concurso público, para cargos de provimento efetivo.
Art. 22 - Exercício é o período de desempenho afetivo das
atribuições de determinado cargo.

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LEGISLAÇÃO

Art. 23 - O início, a interrupção e o reinicio do exercício se- Art. 31 - O responsável por alcance ou desvio não ficará
rão registrados no assentamento individual do funcionário. isento da ação administrativa ou criminal que couber, ainda que
Parágrafo único - O início do exercício e as alterações que o valor da garantia seja superior ao prejuízo verificado.
neste ocorrem serão comunicados ao Departamento de Pessoal
da Secretária de Administração pelo chefe do órgão em que tiver SUBSEÇÃO VI
exercício o funcionário. DA SUBSTITUIÇÃO
Art. 24 -REVOGADO:
(Lei nº3.775/93) Art. 32 - A substituição será automática ou dependerá de
Art. 2º - O prazo previsto no “caput” do artigo 24 da Lei nº ato da Administração.
3.008, de 19 de dezembro de 1986, passa a 10 (dez) dias. § 1º - A substituição será remunerada quando exceder a 10
I - da data da publicação oficial do ato, no caso de reinte- (dez) dias.
gração; § 2º - No caso de substituição remunerada, o substituído
II. - da data da posse, nos demais casos. perceberá o vencimento do cargo em que se dá a substituição,
§ 1º - A promoção e o acesso não interrompem o exercício, salvo se optar pelo seu cargo.
que contado da nova classe a partir da data da publicação do § 3º - Em caso excepcional, atendida a conveniência da Ad-
ato respectivo. ministração, o titular do cargo de direção ou chefia poderá ser
§ 2º - O funcionário, quando licenciado ou afastado em vir- nomeado ou designado, cumulativamente, como substituição
tude do disposto nos itens I, II., II. e IV do art. 46, deverá reassu- para outro cargo da mesma natureza, até que se verifique a no-
mir suas funções imediatamente após o término da licença ou meação ou designação do titular; nesse caso, somente percebe-
do afastamento. rá o vencimento correspondente a um cargo.
Art. 25 - O funcionário somente poderá ter exercício no ór-
gão em que for lotado, podendo ser deslocado para outro, aten- SEÇÃO II.
dida a conveniência do serviço, ex-oficio ou a pedido. DA PROMOÇÃO
Art. 26 - O funcionário não poderá ausentar-se do Municí-
pio, para estudo, ou missão de qualquer natureza, com ou sem Art. 33 - Promoção é a mudança do funcionário do seu pa-
vencimento, sem prévia autorização ou missão de qualquer na- drão de vencimento, por critério a alternados de merecimento e
tureza, com ou sem vencimento, sem prévia autorização ou de- antigüidade, para o padrão imediatamente superior, dentro da
signação do Prefeito Municipal. faixa de vencimentos da classe a que pertence o cargo.
Art. 27 - O funcionário designado para estudo ou aperfeiço- Parágrafo Único - os critérios e requisitos para a promoção
amento, fora do município, com ônus para os cofres municipais, serão definidos em legislação específica.
ficará obrigado a prestar serviços ao Município por tempo igual
ao dobro do período de afastamento, devendo ser assinado ter- SEÇÃO IV
mo de compromisso. DO ACESSO
Parágrafo único - Não cumprido o compromisso, o Municí-
pio será indenizado da quantia total despendida com a viagem, Art. 34 - Acesso é a elevação de funcionário do cargo de
incluídos o vencimento e as vantagens recebidas. sua classe, pelo critério do merecimento, para outro de classe,
Art. 28 - O funcionário somente poderá ser colocado à dis- pelo critério do merecimento, para outro de classe de nível de
posição de qualquer órgão da União, do Estado, de Municípios e vencimento mais elevado.
de suas entidades de administração indireta, se aquela ocorrer Parágrafo único - Os critérios e requisitos para o acesso se-
sem ônus para o Município ou mediante convênio. rão definidos em legislação específica.
Parágrafo único - Terminada a disposição de que trata este
artigo, o funcionário terá o prazo máximo de 7 (sete) dias para SEÇÃO V
reassumir seu cargo, período que será contado como de afetivo DA REINTEGRAÇÃO
exercício.
Art. 29 - O funcionário preso, previamente em flagrante ou Art. 35 - Reintegração é o reingresso no serviço público de
em virtude de pronúncia, ou ainda condenado por crime inafian- funcionário demitido ou exonerado ilegalmente, com ressarci-
çável em processo em que não haja pronúncia, será afastado do mento dos prejuízos decorrentes do afastamento.
exercício do cargo até decisão final passada em julgado. § 1º - A reintegração decorrerá sempre de decisão adminis-
trativa ou judicial.
SUBSEÇÃO V § 2º - A reintegração será feita no cargo anteriormente ocu-
DA GARANTIA pado; se este houver sido transformado, no cargo resultante da
transformação; se extinto, em cargo de vencimento equivalente,
Art. 30 - O funcionário, nomeado para cargo cujo exercício respeitada a habilitação profissional.
exija prestação de garantia, ficará sujeito ao desconto compulsó- § 3º - Reintegrado o funcionário, quem lhe houver ocupado
rio, nos respectivos vencimentos, da parcela correspondente ao o lugar será exonerado, ou, se ocupava outro cargo, a este será
valor do prêmio de seguro de fidelidade funcional, que deverá reconduzido.
ser ajustado com entidades autorizadas. § 4º - No caso de exoneração prevista no parágrafo anterior,
Parágrafo único - O Prefeito Municipal discriminará, por De- será devida ao funcionário exonerado indenização correspon-
creto, os cargos sujeitos à prestação de garantia. dente a 1 (um) vencimento base por ano de serviço no cargo

9
LEGISLAÇÃO

que foi exonerado, não se computando o período de até 182 Art. 43 - A exoneração dar-se-á a pedido ou ex-oficio.
(cento e oitenta e dois) dias e arredondando-se para 1 (um) ano Parágrafo único - A exoneração ex-oficio ocorrerá quando se
quando exceder esse limite. trata de provimento em comissão ou em substituição, quando
§ 5º - No caso de recondução ao cargo que ocupava, nos não satisfeitas as condições do estágio probatório e quando o
termos do § 3º, não caberá indenização ao funcionário. funcionário não assumir o exercício do cargo no prazo legal.
Art. 44 - A vaga ocorrerá na data:
SEÇÃO VI I - do falecimento;
DO APROVEITAMENTO II - imediata àquela em que o funcionário completar 70 (se-
tenta) anos de idade;
Art. 36 - Aproveitamento é o reingresso no serviço públi- III - da publicação.
co de funcionário em disponibilidade, em cargo igual ou equi- a) da lei que criar o cargo e conceder dotação para o seu
valente, quanto à natureza ou remuneração, ao anteriormente provimento, ou da que determinar esta última medida, se o car-
ocupado. go já estiver criado;
§ 1º - O aproveitamento do funcionário será obrigatório: b) do ato que aposentar, exonerar, demitir ou conceder pro-
I - quando for restabelecido o cargo de cuja extinção decor- moção ou acesso;
reu a disponibilidade; IV - da posse em outro cargo de acumulação proibida.
II. - quando houver necessidade de prover o cargo anterior-
mente declarado desnecessário. CAPÍTULO III
§ 2º - O aproveitamento dependerá de comprovação de ca- DOS DIREITOS
pacidade física e mental. SEÇÃO I
Art. 37 - Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, DO TEMPO DE SERVIÇO
terá preferência o de mais tempo de disponibilidade e, no caso
de empate, o de mais tempo de serviço público municipal. Art. 45 - A apuração do tempo de serviço far-se-á em dias.
Art. 38 - Será tornado sem efeito, o aproveitamento e cassa- § 1º - O número de dias será convertido em anos, considera-
da a disponibilidade, se o funcionário não tomar posse no prazo dos estes como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
legal, salvo caso de doença comprovada em inspeção médica. §2º - Operada a conversão, os dias restantes, até 182 (cento
Parágrafo único - Provada a incapacidade definitiva em ins- e oitenta e dois), não serão computados, arredondam-se para
peção médica, será o funcionário aposentado. um ano, quando excederem esse número, nos casos de cálculo
para efeito de aposentadoria compulsória e por invalidez.
SEÇÃO VI Art. 46 - Será considerado como de efetivo exercício o afas-
DA REVERSÃO tamento em virtude de:
I - férias;
Art. 39 - Reversão é o reingresso no serviço público de fun- II - licença-prêmio;
cionário aposentado, quando insubsistentes os motivos de apo- III - casamento, até 8 (oito) dias consecutivos, contados da
sentadoria. realização do ato;
Parágrafo único - Para que a reversão se efetive é necessário IV - luto pelo falecimento do pai, mãe, sogro, sogra, côn-
que o aposentado: juge, filho ou irmão, até 8 (oito) dias consecutivos, a contar do
I - não tenha completado 70 (setenta) anos de idade; falecimento;
II. - não conte mais de 35 (trinta e cinco) anos de serviço V - licença por acidente em serviço ou doença profissional;
publico, incluído o tempo de inatividade, se do sexo masculino, VI - enfermidade comprovada;
ou 30 (trinta) anos, se do sexo feminino; VII - licença à funcionária gestante;
II. - seja julgado apto em inspeção médica. VIII - convocação para o serviço militar, inclusive o de pre-
Art. 40 - A reversão se fará no cargo em que se deu a apo- paração de oficiais da reserva, júri e outros serviços obrigatórios
sentadoria, ou naquele em que tiver sido transformado; por lei;
Art. 41 - A reversão se fará a pedido ou ex-oficio. IX - missão ou estudo, quando o afastamento tiver sido au-
Parágrafo único - A reversão ex-oficio não poderá se dar em torizado pelo Prefeito;
cargo de vencimento inferior ao provento da inatividade. X - expressa determinação constitucional ou legal, em ou-
tros casos.
SEÇÃO VIII Parágrafo único - O tempo em que o funcionário estiver em
DA VACÂNCIA disponibilidade será computado integralmente para efeito de
aposentadoria.
Art. 42 - A vacância do cargo decorrerá de: Art. 47 - É vedada a soma de tempo de serviço simultanea-
I - exoneração; mente prestado.
II. - demissão;
III - promoção; SEÇÃO II
IV - acesso; DA ESTABILIDADE
V - aposentadoria;
VI - posse em outro cargo de acumulação proibida; Art. 48 - A estabilidade é adquirida após 2 (dois) anos de
VII - falecimento. exercício em cargo efetivo.

10
LEGISLAÇÃO

Art. 49 - O funcionário será demitido, quando estável, em Art. 56 - O funcionário não poderá permanecer em licença
virtude de sentença judicial ou mediante processo administrati- por prazo superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo no caso do
vo em que se lhe tenha assegurado ampla defesa. item IV do art. 54.
Art. 50 - O funcionário em estágio probatório somente po- Art. 57 - A licença dependente de inspeção médica será con-
derá ser: cedida pelo prazo indicado no laudo. Findo o prazo, haverá nova
I - exonerado; após observância no dispositivo no art. 20 inspeção, devendo o laudo médico concluir pela volta ao servi-
deste Estatuto; ço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.
II - demitido, mediante processo administrativo, se este se
impuser antes de concluído o estágio. SUBSEÇÃO II
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE
SEÇÃO III
DAS FÉRIAS Art. 58 - A licença para tratamento de saúde será concedi-
da mediante inspeção médica, por solicitação do funcionário ou
Art. 51 - O funcionário gozará obrigatoriamente, 30 (trinta) ex-ofício.
dias, consecutivos de férias por ano, concedidos de acordo com Art. 59 - No curso de licença, o funcionário abster-se-á de
escala organizada pela chefia imediata, atendida sempre que exercer qualquer outra atividade, remunerada ou gratuita, sob
possível, a conveniência do funcionário. pena de cassação imediata da licença, com perda total do ven-
§ 1º - A escala de férias poderá ser alterada por autoridade cimento correspondente ao período já gozado e suspensão dis-
superior, ouvido o chefe imediato do funcionário. ciplinar.
§ 2º - Somente depois de 12 (doze) meses se exercício o Art. 60 - No curso da licença, o funcionário poderá ser exa-
funcionário adquirirá direito a férias. minado, a pedido ou ex-ofício, ficando obrigado a assumir ime-
§ 3º - Durante as férias, o funcionário terá direito, além do diatamente seu cargo, se for considerado apto para o trabalho,
vencimento, a todas as vantagens que percebe normalmente. sob pena de se apurarem como faltas os dias de ausência.
§ 4º - O funcionário poderá, se o desejar, receber antecipa- Art. 61 - Durante o período de licença para tratamento de
damente a remuneração devida pelo período de férias devendo
saúde, o funcionário terá direito a todas as vantagens que per-
requerer em início das mesmas.
cebe normalmente.
§ 5º - O período de gozo das férias iniciar-se-á sempre em
Art. 62 - A licença para tratamento de moléstia grave, conta-
dia útil.
giosa ou incurável, a ser especificada em lei especial, será conce-
§ 6º - As férias dos professores serão de 60 (sessenta) dias
dida quando a inspeção médica não concluir pela aposentadoria
por ano.
imediata do funcionário.
Art. 52 - É proibida a acumulação de férias, salvo por impe-
riosa necessidade de serviço e pelo máximo 2 (dois) períodos,
atestada a necessidade pelo chefe imediato do funcionário. SUBSEÇÃO III
§ único - As férias vencidas e não concedidas serão pagas DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA
em dobro a partir da segunda. FAMÍLIA
Art. 53 - Perderá o direito às férias o funcionário que, no
período aquisitivo, houver gozado das licenças a que se referem Art. 63 - O funcionário poderá obter licença por motivo de
os itens V e VI do art. 54. doença em pessoa de sua família, cujo nome conste de seu as-
sentamento individual, desde que prove ser indispensável à sua
SEÇÃO IV assistência pessoal a esta não possa ser prestada simultanea-
DAS LICENÇAS mente com o exercício do cargo.
SUBSEÇÃO I § 1º - Provar-se-á a doença mediante inspeção médica.
DISPOSIÇÕES GERAIS § 2º - A licença de que trata este artigo será concedida com
o vencimento integral durante os 2 (dois) primeiros meses e com
Art. 54 - Conceder-se-á licença; os seguintes descontos, quando ultrapassar esse limite:
I - para tratamento de saúde; a) 30% (trinta por cento), de 2 (dois) até 6 (seis) meses;
II - por motivo de doença de pessoa da família; b) 50% (cinquenta por cento), de 6 (seis) até 12 (doze) me-
III - para repouso à gestante; ses;
IV - para serviço militar; c) sem vencimento, de 12 (doze) até 24 (vinte e quatro) me-
V - para acompanhamento do cônjuge; ses.
VI - para trato de interesse particulares; § 3º - A licença de que trata esse artigo não pode ultrapas-
VII - prêmio. sar 24 (vinte e quatro) meses.
Art. 55 - Terminada a licença, o funcionário reassumirá o
exercício imediatamente, exceto se houver prorrogação, e o SUBSEÇÃO IV
fará, sempre que possível, no mesmo setor em que anterior- DA LICENÇA À GESTANTE
mente trabalhava.
Parágrafo único - O pedido de prorrogação deverá ser apre- (Lei n° 4233/97)
sentado antes de findo o prazo de licença; se indeferido, contar- “Art. 64 - À funcionárias gestantes serão concedidos 120
-se-á como de licença o período compreendido entre a data do (cento e vinte) dias de licença com remuneração, mediante ins-
término e a do conhecimento oficial do despacho. peção médica”.

11
LEGISLAÇÃO

§ 1º - A licença poderá ser concedida a partir do 8º (oitavo) Art. 71 - O funcionário poderá, a qualquer tempo, desistir
mês de gestação. da licença.
§ 2º - A funcionária que adotar legalmente criança recém- Parágrafo único - O funcionário poderá, a convite do Chefe
-nascida será concedida licença até que o adotado complete 90 do Executivo, suspender a licença de que trata esta Subseção,
(noventa) dias de vida. podendo retomá-la, pelo prazo restante, quando se desincumbir
§ 3º - A funcionária que tiver filho, próprio ou adotivo, em da tarefa para a qual foi chamado.
fase de amamentação, terá direito a se afastar diariamente, por Art. 72 - Ao funcionário em comissão não se concederá,
1 (uma) hora por turno de trabalho. nessa condição, licença para o trato de interesses particulares.
(Lei n° 4233/97) Parágrafo único - O prefeito Municipal designará as funcio-
“§ 4º - O afastamento, em virtude do gozo de licença à ges- nários que devem servir como presidente e como secretário da
tante, será contado para fins de percepção de licença-prêmio”. comissão.
Art. 65 - Se a criança nascer prematuramente, antes de con-
cedida a licença, o início desta se contará a partir da data do SUBSEÇÃO VIII
parto. DA LICENÇA - PRÊMIO

SUBSEÇÃO V Art. 73º -Após cada decimo de exercício no serviço púbico


DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR municipal, ao funcionário que a requerer conceder-se á licen-
ça- prêmio de 180(cento e oitenta) dias, com todos os direitos e
Art. 66 - Ao funcionário convocado para o serviço militar e vantagens de seu cargo efetivo.
outros encargos de segurança nacional será concedida licença, à § 1º-Não se concederá licença- prêmio, se houver o funcio-
vista de documento oficial. nário a cada decênio:
§ 1º - Do vencimento do funcionário será descontada a im- I- Sofrido pena de suspensão;
portância percebida na qualidade de incorporado, salvo se tiver II- faltando o serviço, injustificadamente, por mais de 10
havido opção pelas vantagens do serviço militar. (dez ) dias , consecutivos ou não, no, período de aquisição do
§ 2º - Ao funcionário desincorporado será concedido prazo direito ;
não excedente a 15 (quinze) dias para reassumir o exercício sem (Lei nº3.078/87)
perda do vencimento: “§ 2º - Durante o período de afastamento do funcionário
por motivo de licença, a contagem do tempo para concessão de
SUBSEÇÃO VI licença-prêmio será suspensa, voltando a ser realizada no mo-
DE LICENÇA PARA ACOMPANHAMENTO DE CÔNJUGE mento em que o funcionário reassumir seu cargo”.
§ 3º - A licença - prêmio poderá ser gozada em até 2 (dois)
Art. 67 - O funcionário efetivo cujo cônjuge for funcionário períodos iguais.
federal ou estadual, civil ou militar e tiver sido mandado servir § 4º - O direito á licença - prêmio não tem prazo para ser
ex- oficio, em outro ponto do território nacional ou no estrangei- exercitado.
ro terá direito a licença não remunerada. Art. 74 - A requerimento do funcionário, a licença - premia
§ 1º - A licença será concedida mediante requerimento de- poderá ser convertida em moeda corrente no montante equi-
vidamente instruído. valente á remuneração relativa aos 180 (cento e oitenta) dias,
§ 2º - Aplica-se o dispositivo neste artigo quando qualquer podendo o pagamento ser efetuado de 1 (uma ) só vez ou até 6
dos cônjuges receber mandato eletivo fora do Município. (seis) quotas mensais e consecutivas, a partir da data de aceita-
Art. 68 - Ao funcionário em comissão não se concederá a ção do requerido.
licença de que trata o artigo anterior. Parágrafo 1º- Se o funcionário assim o requerer, a conversão
em moeda corrente poderá se restringir á metade da licença -
SUBSEÇÃO VII premia, devendo, neste caso, o pagamento ser efetuado de 1
DA LICENÇA PARA TRATO DE INTERESSES PARTICULARES (uma ) só vez em 3 (três) quotas mensais e consecutivas, a partir
da data de aceitação do requerido.
Art. 69 - O funcionário estável poderá obter licença sem § 2º- A conversão se fará com base na remuneração devida
vencimento para o trato de interesses particulares, pelo prazo no dia do pagamento.
máximo de 2 (dois) anos. (Lei nº3.078/87)
§ 1º - O requerente aguardará, em exercício, a concessão da “§ 3º - Quando ocorrer desdobramento pelo prazo mínimo
licença, sob pena de demissão por abandono do cargo. de 24 meses, a remuneração terá como base o valor total rece-
§ 2º - O início da licença será condicionado ao término de bido”.
tarefas que estejam em andamento, sob a responsabilidade do Art. 75 - Os funcionários que, ao se inativaram, tiveram di-
funcionário. reito á licença - premia, receberão a vantagem em moeda cor-
§ 3º - Terminada a licença, o funcionário reassumirá imedia- rente, á razão de 1 (um) mês de remuneração para cada mês de
tamente o exercício, sempre que possível, no mesmo setor em licença - premia não gozado.
que anteriormente trabalhava. § Único - Os funcionários que ao se inativarem tiverem tem-
Art. 70 - Somente poderá ser concedida nova licença para po insuficiente para o gozo da licença prêmio, receberão essa
o trato de interesses particulares depois de decorridos 2 (dois) vantagem em moeda corrente á razão de 0,6 da remuneração
anos do término da anterior. mensal, por ano de serviço municipal efetivo.

12
LEGISLAÇÃO

CAPITULO IV III - 2/3 (dois terços) do vencimento, durante o período do


DO VENCIMENTO E DAS VANTAGENS afastamento em virtude de condenação, por sentença definitiva,
a pena que não determine sua demissão.
SEÇÃO I Parágrafo Único - O disposto no item III deste artigo aplica-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS -se também aos casos de contravenção, no que couber.
Art. 82 - No caso de faltas sucessivas, os dias sem expedien-
Art. 76 - Além do vencimento, poderão ser deferidas tão so- te, intercalados entre estas, serão computadas para efeito de
mente as seguintes vantagens : desconto.
I - ajuda de custo ;
II. - diárias SEÇÃO III
III - auxilio para diferença de caixa ; DA AJUDA DE CUSTO
IV - abono família;
V - adicional por tempo de serviço Art. 83 - Será concedida ajuda de custo ao funcionário que
Art. 77 É permitida a consignação sobre vencimento pro- for designado para serviço, curso ou outra atividade fora do mu-
vento e adicional por tempo de serviço . nicípio, por período superior a 30 (trinta) dias .
§ 1º - A soma das consignações não poderá exceder a 30% § 1º - A ajuda de custo destina-se á compensação das des-
(trinta por cento ), do vencimento, provento ou adicional por pesas de viagem e será fixado pelo Prefeito Municipal.
tempo de serviço. § 2º - A ajuda de custo será calculada sobre o vencimento
§ 2º - O limite estipulado no § 1º não poderá ser elevado até do cargo ocupado pelo funcionário.
60% (sessenta por cento ), quando se tratar de aquisição de casa § 3º - Não se concedera ajuda de custo ao funcionário posto
própria ou pensão alimentícia. á disposição de qualquer entidade.
§ 3 - Alem dos fins previstos no § 2º, a consignação em fo- § 4º - O funcionário restituíra a ajuda de custo quando, an-
lha, limitada conforme o § 1º, poderá servir á garantia de quan- tes de terminada a incumbência, regressar, pedir exoneração ao
tias devidas á Fazenda Pública, á contribuição para o montepio abandonar o serviço.
oficialmente reconhecido, pensão ou aposentadoria e alugueis. § 5º - A restituição é de exclusiva responsabilidade pessoal e
será proporcional aos dias de serviço não prestados.
SEÇÃO II.
DO VENCIMENTO SEÇÃO IV
DAS DIÁRIAS
Art. 78 - Vencimento é a retribuição ao funcionário pelo efe-
tivo exercício do cargo e corresponde ao padrão fixado em lei. Art. 84 - Serão concedidas diárias ao funcionário que for
Art. 79 - O funcionário perdera o direito ao recebimento do designado para serviço, curso ou outra atividade fora do Mu-
cargo efetivo : nicípio, por período inferior a 30 (trinta ) dias, a titulo de inde-
I - quando no exercício de mandato eletivo, federal ou es- nização das despesas de viagem, incluídas as de alimentação e
tadual ; pousada.
II. - quando designado para servir em qualquer órgão da Parágrafo Único - A concessão de diárias e seu valor serão
União, dos Estados, dos outros Municípios e em suas otarquias regulamentados por Decreto do Prefeito Municipal.
entidades de economia mista, empresas publicas ou fundações, Art. 85 - A concessão de ajuda de custo impede a concessão
ressalvadas as exceções previstas em lei municipal . de diárias, e vice-versa.
Art. 80 - O funcionário que vier a ser nomeado para o exer-
cício de cargo em comissão poderá optar pelo vencimento de SEÇÃO V
seu cargo efetivo. DO AUXILIO PARA DIFERENÇA DE CAIXA
§ 1º - O disposto neste artigo aplica-se também ao servidor
contratado do Município que for nomeado para cargo em co- (Lei nº3.830/94)
missão, cabendo-lhe a opção pelo recebimento do vencimento “Art. 86 - Ao funcionário que no efetivo exercício de suas
do cargo em comissão ou do salário que normalmente percebe. funções, pagar ou receber em moeda corrente, será concedido
§ 2º - Quando o funcionário ou servidor contratado optar, auxílio mensal ininterrupto de valor equivalente ao vencimento
respectivamente, pelo vencimento do cargo efetivo ou pelo do padrão I da Tabela de vencimento, a título de gratificação de
salário que percebe, recebera ainda 30% (trinta por cento ) do diferença de caixa.
vencimento correspondente ao cargo em comissão, enquanto Parágrafo 1º - A gratificação de que trata este artigo será
perdurar o comissionamento, ou a função gratificada correspon- incorporada ao vencimento do cargo dos funcionários que, ao
dente. início da vigência desta Lei tenham, pelo menos, 4 (quatro) anos
Art. 81 - O funcionário perdera : consecutivos, no efetivo exercício de suas funções, ou venham a
I - O vencimento do dia, se não comparecer ao serviço, salvo completá-los futuramente, não se considerando interrupção do
motivo previsto em lei ; período aquisitivo do direito, o gozo de férias.”
II. - 1/3 (um terço) do vencimento do dia, quando compa- § 2º - O Prefeito Municipal estabelecera, por decreto , os
recer ao serviço dentro da hora seguinte á marcada para inicio cargos que terão direito ao recebimento do auxilio referido nes-
dos trabalhos, ou quando se retirar dentro da última hora do te artigo.
expediente; (Lei nº3.830/94)

13
LEGISLAÇÃO

Parágrafo 3º - Se o funcionário, após a incorporação, per- SEÇÃO VII.


manecer ou retornar ao exercício de suas funções perceberá DAS GRATIFICAÇÕES
novamente o valor da gratificação, sem, no entanto voltar a in-
corporá-la. Art. 92 - Conceder-se à gratificação:
I. - de função;
SEÇÃO VI II. - de representação;
DO ABONO FAMILIAR III. - de Gabinete;
IV. - pela prestação de serviços extraordinários;
Art. 87 - será concedido abono familiar ao funcionário ativo V. - de insalubridade;
ou inativo : VI. - de periculosidade;
I - Pelo conjugue ou companheira do funcionário que viva VII. - pela participação em órgão colegiado;
conprovadamente em sua companhia, sem exercer atividade re- VIII. - de Natal.
munerada e sem possuir renda própria : Art. 93 - Gratificação de função é a retribuição mensal pelo
II. - por filho menor de 14 (quatorze) anos; desempenho de cargos de chefia, de assessoramento e outros
III - por filho maior de 14 (quatorze ) anos e menor de 25 que a lei determinar.
(vinte cinco ) anos que estiver cursando estabelecimento de en- (Lei nº4.239/97)
sino regular de 2º Grau ,desde que apresente, semestralmente, Art. 1º - Os prazos mínimos para incorporações de vanta-
atestado de freqüência mínima obrigatória, e que sem exercer gens funcionais, previstos em Lei, passam a 6 (seis) anos conse-
atividade remunerada e sem ter renda própria, viva em depen- cutivos ou 10 (dez) intercalados.
dência do funcionário ; § 2º - Se o funcionário, dentro dos períodos mencionados
IV - por filho menor de 25 (vinte cinco) anos que estiver cur- parágrafo anterior, perceber gratificações por funções diferen-
sando estabelecimento de ensino superior regular, desde que tes, fará à incorporação daquela de menor valor.
apresente, semestralmente, atestado de freqüência mínima § 3º - Se o funcionário, após a incorporação de que traça
obrigatória, que sem exercer atividade remunerada e sem ter o parágrafo anterior, permanecer ou retornar ao exercício de
renda própria, viva em dependência do funcionário ; função gratificada, perceberá novamente o valor da gratificação,
V - por filho invalido ou mentalmente incapaz, sem renda sem, no entanto, voltar incorporá-la à sua remuneração.
própria . § 4º - No caso do parágrafo anterior, se o funcionário retor-
§ 1º - Compreende-se, neste artigo, o filho de qualquer con- nar, por períodos equivalentes aos mencionados no § 1º des-
dição, o enteado, o adotivo e o menor que , mediante a autori- te artigo, ao exercício de função gratificada com remuneração
zação judicial, estiver sob a guarda e sustento do funcionário . superior à incorporada, fará jus à incorporação das diferenças
§ 2º - Para efeito deste artigo, considera-se renda própria entre uma e outra.
ou atividade remunerada o recebimento de importância igual Art. 94 - Somente servidores públicos serão designados
para o exercício de funções gratificadas.
ou superior ao Maior Valor de Referencia (MVR) fixado pelo go-
§ 1º - A designação para o exercício de função gratificada
verno Federal .
será feita pelo Prefeito Municipal.
§ 3º - Quando o pai e a mãe forem funcionários municipais
§ 2º - É vedada a concessão de gratificação de função ser-
ativos ou inativos, o abono familiar será concedido a anbos.
vidor, pelo exercício de chefia ou assessoramento quando esta
Art. 88 - Ao pai e á mãe equiparan-se o padastro, a madras-
atividade for inerente ao exercício do cargo.
ta, e , na falta destes, os representantes legais dos incapazes .
Art. 95 - Não perderá gratificação de função o funcionário
(Lei nº3.078/87)
que se ausentar em virtude de férias, licença - prêmio, luto,
“Art. 89º - O valor do abono familiar será igual a 5% (cinco casamento, licença - gestante, doença comprovada ou serviço
por cento) do salário mínimo de referência, devendo ser pago a obrigatório Por lei.
partir do mês seguinte ao que for protocolado o requerimento”. Art. 96 - Gratificação de representação é a retribuição pe-
Parágrafo Único - O responsável pelo recebimento do abo- cuniária mensal que se atribui aos ocupantes de determinados
no familiar deverá apresentar, por uma única vez, em modelo cargos, com o fim de ressarcí-los de despesas que o seu exercício
a ser adotado pela Secretaria de Administração, declaração de acarreta, conforme regulamentação a ser baixada por decreto
vida e residência dos dependentes, bem como de que estes não do Prefeito Municipal.
exercem atividade remunerada e nem possuem renda própria. Art. 97 - Gratificação de Gabinete é a retribuição mensal
Art. 90 - Nenhum desconto incidirá sobre o abono familiar, pelo exercício de atividades auxiliares de gabinete, conforme
nem este servirá de base a qualquer contribuição, ainda que regulamento a ser baixado por Decreto do Prefeito Municipal.
para fins de previdência social. (Lei nº4.540/2000)
Art. 91 - Todo aquele que, por ação ou omissão, der causa “Art. 98 - A remuneração de horas extras realizadas, por
o pagamento indevido do abono familiar ficará obrigado à sua qualquer servidor, detentor de cargo ou emprego será de 50%
restituição ao prejuízo das demais cominações legais. (cinquenta por cento) sobre o valor da hora normal, admitido o
regime de compensação de jornada de trabalho.
§ 1º - Inexistindo repouso ininterrupto de vinte e quatro
(24) horas, a cada semana, ou não sendo de qualquer forma
compensado na semana subsequente, o dia de trabalho corres-
pondente ao repouso será remunerado com adicional de 100%
(cem por cento).

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LEGISLAÇÃO

§ 2º - Considera-se trabalho noturno o realizado entre as § 7º - O pagamento da primeira parcela se fará tomando por
vinte e duas (22) horas de um dia e às cinco (05) horas do dia base a remuneração do mês em que ocorrer.
seguinte, devendo ser remunerado com acréscimo de 20% (vin- § 8º - A segunda parcela será calculada com base na remu-
te por cento). neração em vigor no mês de dezembro, abatida a importância
§ 3º - O trabalho extraordinário fica limitado ao máximo de da primeira parcela.
(90) noventa horas mensais, devendo ser expressamente auto- § 9º - Caso o funcionário deixe o serviço público municipal,
rizado pelo Prefeito ou, por delegação ao Secretário Municipal, a gratificação de Natal ser-lhe-á paga proporcionalmente ao nú-
Diretor, Presidente ou Chefe de Autarquia, Fundação ou Empre- mero de meses de exercício do ano, com base na remuneração
sa Pública, a quem aquele estiver subordinado o servidor, em do mês em que ocorrer a exoneração, demissão ou falecimento.
despacho fundamentado sobre a necessidade da prorrogação § 10 - O afastamento do funcionário nas hipóteses previstas
de jornada. pelo itens I a X do art. 46 não impedirá o pagamento da gratifi-
§ 4º - O trabalho extraordinário desempenhado por servi- cação de Natal.
dores da Guarda Municipal e da Secretaria Municipal de Saúde,
poderá atingir a 120(cento e vinte) horas mensais, atendidas as SEÇÃO VIII
condições estabelecidas no § 3º. DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO
§ 5º - A estipulação de regime de compensação de jornada
de trabalho, deverá ser objeto de acordo entre a administração Art. 104 - Por triênio de exercício no serviço público munici-
e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, sob pena de pal será concedido ao funcionário efetivo um adicional corres-
nulidade.” pondente 3,5 % (três e meio por cento) da remuneração de seu
Art. 99 - O ocupante de cargo de direção ou chefia , em co- cargo efetivo um adicional de seu cargo efetivo até o limite de
missão ou não, e o funcionário que não estiver no exercício do 11 (onze) triênios.
cargo não terão direito ao recebimento de gratificação por ser- § 1º - Ao completar 15 (quinze) anos de serviço público mu-
viço extraordinário. nicipal, o funcionário perceberá, além da vantagem prevista no
Art. 100 - A gratificação de insalubridade é devida aos ocu- caput deste artigo, um adicional de 15% (quinze por cento) so-
pantes de cargos que exerçam atividades consideradas insalu- bre remuneração, percentual que passará a ser de 25% (vinte
bres, conforme, estabelecido em lei especial. e cinco por cento) sobre a remuneração quando o funcionário
Art. 101 - A gratificação de periculosidade é devida aos ocu- atingir 25 (vinte e cinco) anos de serviço público municipal.
pantes de cargos que exerçam atividades consideradas perigo- § 2º - Os adicionais referidos serão devidos a partir do dia
sas, conforme estabelecido em lei especial. imediato àquele em que o funcionário completar o tempo de
Parágrafo Único - A concessão da gratificação de que trata serviço exigido e serão concedidos automaticamente.
este artigo será regulamentada por decreto do Prefeito Muni- § 3º - O funcionário que exercer acumulação de cargos terá
cipal. direito aos adicionais calculados sobre o vencimento de maior
Art. 102 - A gratificação pela participação em órgão colegia- monta.
do será regulamentada por lei, observados os requisitos especí- § 4º - Para efeito da concessão dos adicionais de que trata
ficos a cada caso. este artigo, considerar-se-ão como de efetivo exercício os afas-
Parágrafo Único - Em nenhuma hipótese a gratificação po- tamentos previsto no art. 46 desta lei.
derá ser superior mensalmente a 50% (cinquenta por cento) do
vencimento ou salário do servidor municipal beneficiado. CAPÍTULO V
Art. 103 - A gratificação de Natal será paga anualmente a DAS CONCESSÕES
todo funcionário municipal, independentemente da remunera-
ção a que fizer jus. Art. 105 - Ao cônjuge ou, na falta deste, a qualquer pes-
§ 1º - A gratificação de Natal corresponderá a 1/12 (um doze soa que provar ter feito despesa em virtude de falecimento do
avos), por mês de efetivo exercício, da remuneração devida em funcionário, ainda que em disponibilidade ou aposentado, será
dezembro do ano correspondente. concedido auxílio-funeral correspondente a 1 (um) mês de re-
§ 2º - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de exer- muneração ou provento do falecido.
cício será tomada como mês integral, para efetivo do parágrafo § 1º - Em caso de acumulação permitida, o auxílio-funeral
anterior. será pago somente em razão do cargo de maior vencimento do
§ 3º - A gratificação de Natal será calculada sobre a remune- funcionário falecido.
ração do funcionário. § 2º - A concessão do auxilio-funeral terá tramitação sumá-
§ 4º - No caso de ocupante de cargo em comissão, a gratifi- ria, devendo estar concluída no prazo máximo de 72 ( setenta
cação de Natal será paga tomando-se por base a remuneração e duas ) horas, contadas da apresentação do atestado de óbito
do referido cargo. ao Departamento de Recurso Humanos da Secretária de Admi-
§ 5º - A gratificação de Natal será estendida aos inativos, nistração do Município, acompanhada de comprovante de des-
com base na remuneração que perceberam na data do paga- pesa.
mento daquela. Art. 106 - O Município facilitará aos funcionários a freqüên-
§ 6º - A gratificação de Natal poderá ser paga em duas par- cia a cursos superiores em que estejam matriculados ou venham
celas, devendo ser integralizadas até o dia 20 (vinte) de dezem- a se inscrever.
bro de cada ano.

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LEGISLAÇÃO

§ 1º - A concessão de que trata este artigo se efetivará pela § 2º - A prova de acidente será feita em processo especial
permissão a que o funcionário em curso superior, que não fun- no prazo de 8 (oito) dias, prorrogável quando as circunstâncias
cione em horário diferente do expediente a que está obrigado, o exigirem, sob pena de suspensão de quem omitir ou retardar
se ausente para assistir às aulas necessárias que completem no a providência.
mínimo de freqüência obrigatória. Art. 109 - Entende-se por doença profissional a que decor-
§ 2º - Para gozar da concessão, o funcionário deverá apre- rer das condições do serviço ou de fatos nele ocorridos, deven-
sentar comprovante fornecido pelo estabelecimento de ensino do o laudo médico estabelecer-lhe a rigorosa caracterização.
respectivo, do qual conste a freqüência mínima exigida, bem Art. 110 - O funcionário que sofrer as ocorrências de que
como o horário em que o curso é ministrado. tratam os arts. 108 e 109 terá direito ao pagamento, pelo Mu-
§ 3º - Havendo necessidade, o chefe imediato do funcioná- nicípio, das despesas médico-hospitalares relativas ao seu tra-
rio providenciará para que este possa completar sua carga horá- tamento.
ria de trabalho em período diferente do normal, não cabendo, Art. 111 - O disposto nos arts. 108, 109 e 110 aplica-se tam-
neste caso, o recebimento, pelo funcionário, de gratificação por bém aos ocupantes de cargo em comissão para caracterizar aci-
serviço extraordinário. dente ou doença profissional.
§ 4º - A o término do período letivo, o funcionário deverá Art. 112 - Os proventos dos aposentados e dos funcionários
apresentar documento fornecido pelo estabelecimento de ensi- em disponibilidade serão revistos quando e nas bases determi-
no em que estiver matriculado, informado se foi ou não aprova- nadas por lei para reajuste do vencimento dos funcionários em
do e se obteve ou não a freqüência mínima exigida. atividade.
§ 5º - Caso o documento exigido na forma do parágrafo an- § 1º - Ao servidor inativado em cargo ou função extinto
terior informe a reprovação do funcionário perderá o direito no caberá aumento equivalente ao concedido a cargo ou função
período letivo seguinte de pleitear a concessão de que trata este semelhante ou assemelhado dos grupos e níveis em que se apo-
artigo. sentou.
§ 2º - Ressalvado o disposto neste artigo, em caso nenhum
CAPÍTULO VI os proventos da inatividade poderão exceder a remuneração
DA APOSENTADORIA percebida na atividade.
Art. 113 - ë automática a aposentadoria compulsória, calcu-
Art. 107 - O funcionário será aposentado compulsoriamen- lando-se os proventos do aposentado com base no vencimento
te, a pedido ou por invalidez, nas hipóteses previstas na Consti- e nas vantagens a que fizer jus no dia em que atingir a idade
tuição da República. limite.
§ 1º - A aposentadoria por invalidez será sempre precedida Parágrafo Único - O retardamento do decreto que declarar
de licença por período não inferior a 24 (vinte e quatro) meses, a aposentadoria não impedirá que o funcionário se afaste do
salvo quando o laudo médico concluir, anteriormente àquele exercício no dia imediato àquele em que atingir a idade limite.
prazo, pela incapacidade definitiva para o serviço público.
§ 2º - Será aposentado o funcionário que for considerado CAPÍTULO VII
inválido para o serviço público, respeitado o disposto no pará- DA ASSISTÊNCIA
grafo anterior.
(Lei nº4.714/2001) Art. 114 - O município, diretamente ou não, prestará servi-
“§ 3º - Serão integrais os proventos dos aposentados por ços de assistência e previdência a seus funcionários e respecti-
invalidez quando a concessão do referido benefício decorrer de vas famílias, nos termos e condições estabelecidos em lei.
acidente, moléstia profissional ou pelas seguintes doenças: tu-
berculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia CAPÍTULO VIII
maligna, cegueira bilateral, hanseníase, cardiopatia grave, doen- DO DIREITO DE PETIÇÃO
ça de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondi-
loartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do Art. 115 - É assegurado ao funcionário o direito de requerer
mal de Paget (osteíte deformante) e Síndrome de Imunodefici- e representar, devendo a petição ser dirigida à autoridade com-
ência Adquirida (AIDS). petente para decidi-la, a qual terá 20 (vinte) dias para fazê-lo.
(Lei nº4.247/97) Art. 116 - Da decisão a que se refere o artigo anterior, ca-
§ 4º - Quando não ocorrer incapacidade definitiva para o berá recurso, no prazo de 30 (trinta) dias, ao Prefeito Municipal,
serviço público, o funcionário será, após parecer da Biometria salvo se este a proferir.
Médica, readaptado em cargo cujas atribuições sejam compa- Art. 117 - O recurso não terá efeito suspensivo, mas se for
tíveis com sua capacidade física ou intelectual, e manterá seu provido, retroagirá nos seus efeitos à data do ato impugnado.
padrão de remuneração. Art. 118 - O direito de pleitear na esfera administrativa pres-
Art. 108 - Considerara-se acidente, para efetivo desta lei, creverá :
o evento danoso que tiver como causa mediata ou imediata o I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de que decorreram
exercício das atribuições inerentes ao cargo ocupado pelo fun- demissão e cassação de aposentadoria ou de disponibilidade;
cionário. II. - em 60 (sessenta) dias, nos demais casos.
§ 1º - Equipara-se a acidente a agressão sofrida e não pro- Parágrafo Único - o prazo de prescrição contar-se-á da data
vocada pelo funcionário no exercício de suas funções. de publicação do ato impugnado; quando este for de natureza
reservada, da data em que o interessado dele tiver ciência.

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LEGISLAÇÃO

Art. 119 - O recurso interrompe a prescrição uma única vez, b) à expedição de certidões requeridas para defesa de di-
recomeçando esta a ocorrer da data do ato que a interrompeu. reitos;
c) às decisões e ordens emanadas do poder judiciário;
CAPÍTULO IX XI - colaboração para o aperfeiçoamento dos serviços, suge-
DA DISPONIBILIDADE rindo à chefia imediata as medidas que julgar necessárias.
Art. 125 - É proibido ao funcionário:
Art. 120 - Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, I - referir-se de modo depreciativo às autoridades e atos da
o funcionário estável será posto em disponibilidade remunerada administração pública, sendo permitida a crítica, em trabalho
com proventos proporcionais ao tempo de serviço. assinado, do ponto de vista doutrinário ou de organização do
§ 1º - A extinção do cargo será feita por lei, e a declaração serviço;
de desnecessidade por decreto do Prefeito Municipal. II - retirar qualquer documento ou objeto da repartição,
§ 2º - Os proventos da disponibilidade do funcionário serão sem prévia autorização competente e sem razão de interesse
calculados na razão 1/35 (um trinta e cinco avos) por ano de ser- público;
viço, se do sexo masculino, e 1/30 (um trinta avos), se do sexo fe- III - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ter-
minino, acrescidos do adicional por tempo de serviço a que fizer ceiros, em prejuízo do interesse público;
jus o funcionário na data da disponibilidade e do abono familiar. IV - participar de gerência ou administração de estabeleci-
mento que mantenha transações com o município;
CAPÍTULO X V - pleitear, como procurador ou intermediário, junto às re-
DO REGIME DISCIPLINAR partições públicas municipais, exceto quando se tratar de per-
SEÇÃO I cepção de vencimentos e vantagens de dependentes;
DA ACUMULAÇÃO VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
previstos em lei, o desempenho de encargos que lhe competi-
Art. 121- A acumulação remunerada somente será permiti- rem ou a seus subordinados;
da nos casos previstos pela Constituição da República. VII - utilizar material da repartição em serviço particular;
VIII - atender durante o expediente a pessoa estranhas à
Art. 122 - Verificada em processo administrativo a ocorrên- repartição para o trato de assunto particular, salvo se autorizado
cia de acumulação proibida, e provada a boa fé, o funcionário pela chefia imediata;
optará por um dos cargos; se não o fizer dentro de 15 (quinze) IX - praticar qualquer outro ato ou exercer atividade proibi-
dias, será exonerado de qualquer deles a critério do Prefeito da por lei ou incompatível com suas atribuições funcionais.
Municipal. Art. 126 - Pelo exercício irregular de seu cargo, o funcionário
§ 1º - Provada a existência de má fé, o funcionário será de- responde administrativa, civil ou penalmente.
mitido de todos os cargos e restituirá o que tiver percebido in- § 1º - A responsabilidade administrativa resulta de atos ou
devidamente. omissões que contravenham o regular cumprimento dos deve-
§ 2º - Se a acumulação proibida envolver cargo, função ou res, atribuições e responsabilidades que as leis e os regulamen-
emprego em outra atividade estatal ou paraestatal, será o fun- tos cometam ao funcionário.
cionário demitido do cargo municipal. § 2º - As cominações civis, penais e disciplinares poderão
cumular-se, sendo umas e outras independentes entre si, bem
SEÇÃO II como as instâncias administrativa, civil e penal.
DO EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO
SEÇÃO IV
Art. 123 - O exercício de mandato eletivo por funcionário DAS PENALIDADES
obedecerá às determinações estabelecidas pela Constituição da
República. Art. 127 - Considera-se infração disciplinar o ato praticado
Art. 124 -Serão deveres do funcionário: pelo funcionário com violação dos deveres e das proibições de-
I - exação administrativa; correntes do cargo que exerce.
II - assiduidade; Art. 128 - São penas disciplinares, na ordem crescente de
III - pontualidade; gravidade:
IV - discrição; I - advertência verbal;
V - urbanidade; II - repreensão;
VI - observância das normas legais e regulamentares; II. - suspensão;
VII - obediência às ordens superiores, salvo quando mani- VI - demissão;
festamente ilegais; V - cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.
VIII - zelo pela economia e conservação do material sob sua Parágrafo único - Na aplicação das penas disciplinares serão
guarda; consideradas a natureza e a gravidade da infração, os danos que
IX - manutenção de comportamento condizente com a sua lhe dela provierem para o serviço público e os antecedentes do
condição de funcionário público e de cidadão; funcionário.
X - pronto atendimento: Art. 129 - A pena de advertência verbal será aplicada em
a) às requisições para defesa da Fazenda Pública; casos de desobediência ou falta de cumprimento dos deveres.

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LEGISLAÇÃO

Art. 130 - A pena de repreensão será aplicada por escrito I - prestação de mais de 15 (quinze) anos de serviço com
nos casos de desobediência ou falta de cumprimento dos de- exemplar comportamento e zelo;
veres. II - confissão espontânea da infração.
Art. 131 - A pena de suspensão, que não excederá 30 (trinta) Art. 137 - As penas poderão ser agravadas pelas seguintes
dias, será aplicada nos casos de falta grave ou de reincidência. circunstâncias:
Parágrafo único - O funcionário, enquanto suspenso, per- I - concluiu para a prática de infração;
derá todos os direitos e vantagens decorrentes do exercício do II - acumulação de infração;
Cargo, exceto o abono familiar. III - reincidência genérica ou específica na infração.
Art. 132 - A pena de demissão será aplicada nos casos de: Art. 138 - As faltas prescreverão, contados os prazos a partir
I - delito contra a Administração pública, nos termos da lei da data da infração:
penal; I - em 1 (um) ano, quando sujeitas à pena de repreensão;
II. - abandono de cargo; II - em 2 (dois) anos, quando sujeitas à pena de suspensão;
II. - incontinência pública escandalosa, vício de jogos proibi- III - em 4 (quatro) anos, quando sujeitas às penas de demis-
dos e embriaguez habitual; são, cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.
VI - insubordinação grave em serviço; Parágrafo único - A falta administrativa, também prevista
V - ofensa física em serviço contra funcionário ou particular, como delito na lei penal, prescreverá juntamente com este.
salvo se em legítima defesa;
VI - aplicação irregular dos dinheiro públicos; CAPÍTULO XI
VII - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio DO PROCESSO DISCIPLINAR
público;
VIII - acumulação proibida; SEÇÃO I
IX - revelação de segredo de que tenha conhecimento em DO PROCESSO
razão de suas funções;
X - incidência em qualquer das proibições de que tratam os Art. 139 - O processo precederá a aplicação das penas de
itens IV a VII do Art. 125. demissão, cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.
Parágrafo único - considera-se abandono de cargo a ausên- § 1º - Compete ao Prefeito Municipal determinar a instaura-
cia do funcionário, sem causa justificada, por mais de 30 (trinta) ção de processo administrativo.
dias consecutivos ou 60 (sessenta) dias intercaladamente, no § 2º - O funcionário que tiver ciência de qualquer irregulari-
período de 12 (doze) meses. dade no serviço público é obrigado a denunciá-la para que seja
promovida sua apuração imediata.
Art. 133 - O ato que demitir o funcionário municipal men-
Art. 140 - Promoverá o processo uma comissão, designada
cionará sempre a causa da penalidade e a disposição legal em
pelo Prefeito Municipal, composta de 3 (três) estáveis que não
que se fundamentar.
estejam na ocasião ocupando cargo de que sejam exoneráveis
Parágrafo único - Considerada a gravidade da falta a demis-
ad nutum.
são poderá ser aplicada com a nota “a bem do serviço público”,
Parágrafo único - O Prefeito Municipal designará os funcio-
que constará sempre nos atos de demissão nos itens I, VI e VII
nários que devem servir como presidente e como secretário da
do art. 132.
comissão.
Art. 134 - Será cassada a disponibilidade, se ficar provado Art. 141 - O processo administrativo será aberto por termo
em processo que o funcionário nessa situação: inicial indicativo dos atos ou fatos irregulares e dos responsáveis
I -praticou, quando em atividade, qualquer das faltas passí- por sua autoria.
veis de demissão; § 1º - Dentro de 48 (quarenta e oito) horas seguintes à sua
II - foi condenado por delito cuja pena importaria em demis- lavratura, a comissão transmitirá ao acusado cópia do termo, ci-
são se estivesse em atividade; tando-o para todos do processo, sob pena de revelia.
III - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; § 2º - Achando-se o acusado em lugar incerto, será citado
IV - aceitou sem prévia autorização do Presidente da Repú- por edital, que se publicará na forma oficial adotada pelo muni-
blica, representação de Estado estrangeiro; cípio, para, no prazo de 10(dez) dias, apresentar-se.
V - praticou usura ou advocacia administrativa; § 3º - Feita a citação, nos termos do parágrafo anterior, dar-
VI - deixou de assumir, no prazo legal, o exercício do cargo -se-à ao acusado, como defensor, até que ele compareça um
em que aproveitado. funcionário municipal instável e que não esteja na ocasião ocu-
Parágrafo único - Será cassada a aposentadoria dos funcio- pando cargo de que seja exonerável ad nutum.
nários nos casos dos itens I, III, IV e V deste artigo. Art. 142 - O acusado terá direito de acompanhar por si ou
Art. 135 - Para a imposição de penas disciplinares são com- por procurador, todos os termos e atos do processo e produzir
petentes: as provas, em direito permitidas em sua defesa, podendo a co-
I - O Prefeito, nos casos de demissão, cassação de aposen- missão indeferir a juntada das inúteis em relação ao objeto do
tadoria e de disponibilidade, bem como suspensão superior a processo, ou as inspiradas em propósito manifestamente pro-
15 (quinze) dias. telatório.
II - o chefe imediato do funcionário, nos casos de suspensão Parágrafo único - A Associação dos Municipários de Pelo-
até 15 (quinze) dias, advertência verbal e repreensão. tas, a pedido do funcionário poderá indicar representante para
Art. 136 - As penas poderão ser atenuadas pelas seguintes acompanhar a relação do processo, sendo-lhe dado livre acesso
circunstâncias: a todos os termos e atos da comissão.

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LEGISLAÇÃO

Art. 143 - Decorrido o prazo a que se refere o § 2º do art. § 1º - Findo o prazo de que trata este artigo, cessarão os
141, a comissão promoverá os atos que julgar convenientes à efeitos da suspensão preventiva, ainda que o processo não es-
instrução do processo, inclusive os requeridos pelo acusado e teja concluído.
deferidos § 2º - No caso de processo que vise apurar faltas sujeitas à
Parágrafo único - A perícia, quando cabível, será feita por pena de demissão, o afastamento se prolongará até a decisão
técnico escolhido pela comissão, que poderá ser assistido por final do processo disciplinar.
outro indicado pelo acusado. Art. 153 - O funcionário terá direito:
Art. 144 - Encerrada a fase de que trata o artigo anterior, I - à contagem de tempo de serviço relativo ao período em
será concedido ao prazo de 10 (dez) dias para o oferecimento de que tenha estado preso administrativamente ou suspenso pre-
suas razões finais de defesa. ventivamente, se do processo não resultar pena disciplinar ou
Parágrafo único - O prazo de defesa poderá ser prorrogado esta se limitar à repreensão;
pelo dobro para diligências reputadas indispensáveis, a critério II - à contagem do período de afastamento que exceder o
da comissão. prazo da suspensão disciplinar aplicada;
Art. 145 - A comissão terá o prazo de 60 (sessenta dias) para III - à contagem do período de prisão administrativa ou sus-
concluir o processo disciplinar, salvo se, por motivo justificado, o pensão preventiva e ao pagamento do vencimento e de todas as
mesmo for prorrogado pelo Prefeito Municipal. vantagens a que normalmente faz jus, desde que reconhecida
Art. 146 - Recebido o processo com o relatório final. o Pre- sua inocência.
feito Municipal proferirá o julgamento no prazo de 20 (vinte)
dias, salvo se baixar os autos em diligências, quando se renovará SEÇÃO IV
o prazo para conclusão desta. DA REVISÃO
Parágrafo único - Não decidido o processo no prazo deste
artigo, o indicado reassumirá automaticamente o exercício do Art. 154 - Dentro do prazo de 5 (cinco) anos, contados da
cargo e aguardará o julgamento, salvo o disposto no § 2º do art. data da publicação, poderá ser requerida a revisão do processo
152. de que resultou pena disciplinar, quando se aduzam fatos ou cir-
Art. 147 - Quando a irregularidade objeto de processo ad- cunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do requerente.
ministrativo construir delito, o Prefeito Municipal comunicará o § 1º - Tratando-se de funcionário falecido desaparecido ou
fato à autoridade judicial, para os devidos fins, e, concluído o incapacitado de requerer, a revisão poderá ser requerida por
processo na esfera administrativa, remeterá os autos à autorida- qualquer das pessoas constantes de seu assentamento indivi-
de judicial compete, ficando o translado na Prefeitura Municipal. dual.
Art. 148 - O funcionamento somente poderá ser exonerado § 2º - Correrá a revisão em apenso ao processo originário.
a pedido, após a conclusão do processo disciplinar a que respon- Art. 155 - O requerimento, devidamente instruído, será en-
der, desde que reconhecida sua inocência. caminhado ou Prefeito Municipal, que procederá de conformi-
Art. 149 - A comissão, sempre que necessário, dedicará todo dade com disposto na Seção I deste Capítulo, inclusive quando
o tempo aos trabalhos do processo, ficando seus membros, em aos prazos.
tais casos, dispensados do serviço na repartição durante o curso Parágrafo único - Julgada procedente a revisão, a penalida-
das diligências e elaboração do relatório. de imposta se tornará sem efeito, restabelecendo-se todos os
Art. 150 - Ao processo disciplinar aplicar-se-ão subsidiaria- direitos por ela atingidos.
mente as disposições da legislação processual civil e penal.
CAPÍTULO XII
SEÇÃO II DISPOSIÇÕES FINAIS
DA PRISÃO ADMINISTRATIVA
(Lei nº3.274/89)
Art. 151 - Cabe ao prefeito Municipal, fundamentalmente e “Art. 156 - Será computado, para todos os efeitos, o tempo
por escrito, ordenar a prisão administrativa do responsável por de serviço prestado pelo funcionário na condição de extranume-
dinheiro e valores pertencentes à Fazenda Municipal ou que se rário, bem como sobre o regime da legislação trabalhista, se o
achem sob a guarda desta, no caso de alcance ou omissão em servidor exerceu ou vier a exercer cargo público no Município”.
efetuar as entradas nos devidos prazos. (Lei nº4.267/98)
§ 1º - O Prefeito Municipal comunicará o fato à autoridade “Art. 157 - Os funcionários municipais, detentores de cargos
judicial competente e providenciará no sentido de ser realizado de provimento efetivo, com mais de 18 anos, se do sexo femini-
com urgência o processo de tomada de contas. no, e mais de 20 anos, se do sexo masculino, de efetivo serviço
§ 2º - A prisão administrativa não excederá 60 (sessenta) prestado ao Município , computarão, para efeito de aposentado-
dias. ria voluntária, o total do tempo de serviço privado.
§ 1.º - No caso de aposentadoria por invalidez ou compul-
SEÇÃO III sória e, ainda, quando colocado em disponibilidade e não tendo
DA SUSPENSÃO PREVENTIVA atingido o tempo de efetivo serviço municipal estabelecido nes-
te artigo, o tempo de serviço privado será computado, no má-
Art. 152 - O Prefeito Municipal poderá determinar a suspen- ximo, até a metade do tempo de efetivo serviço municipal que
são preventiva do funcionário até 60 (sessenta) dias, para que possuir, para fins de fixação da proporcionalidade de proventos.
este não influir na apuração da falta cometida.

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LEGISLAÇÃO

§ 2.º - Para os efeitos deste artigo somente será contado o Art. 167 - O dia 28 de outubro será consagrado ao funcioná-
tempo de serviço privado não concomitante com o tempo de rio público municipal.
serviço público. Art. 168 - É permitida a constituição de associação de fun-
§ 3.º - O tempo de serviço privado será comprovado me- cionários municipais, observadas as prescrições legais.
diante documento fornecido pelo INSS.” Parágrafo único - Os membros da Diretoria Executiva, dos
Art. 158 - Consideram-se dependentes do funcionário além Conselhos Deliberativo e Fiscal e os Representantes da asso-
do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expen- ciação poderão ausentar-se do serviço uma vez por mês, para
sas e constem do seu assentamento individual. participarem de reunião da entidade.
Art. 159 - Os instrumentos de procuração utilizados para re- Art. 169 - A jornada de trabalho nas repartições municipais
cebimento de direitos ou vantagens de funcionários municipais, será fixada por lei.
terão validade por 12 (doze) meses, devendo ser renovados Art. 170 - O Departamento de Recursos Humanos da Secre-
após findo esse prazo. taria de Administração do Município fornecerá aos funcionários
Art. 160 - Para todos os efeitos previstos neste Estatuto e uma carteira, na qual constarão os elementos de sua identifica-
em leis do Município, os exames de sanidade física e mental se- ção, bem como o grupo sangüíneo a que pertence.
rão obrigatoriamente realizados por médico da Prefeitura ou na § 1º - O serviço de Biometria do Município fornecerá ates-
sua falta, por médico credenciado pelo Prefeito Municipal. tado médico que comprove o grupo sangüíneo a que pertence
§ 1º - Em casos especiais, atendendo à natureza da enfer- o funcionário.
midade, o Prefeito Municipal poderá designar junta médica par § 2º - A carteira de que trata este artigo valerá como identi-
proceder ao exame, dela fazendo parte, obrigatoriamente, o dade funcional e será concedida gratuitamente.
médico da Prefeitura ou o médico credenciado pelo Prefeito Art. 171 - O funcionário que contar tempo de serviço igual
municipal. ou superior ao fixado para a aposentadoria voluntária será apo-
§ 2º - Os atestados médicos concedidos aos funcionários sentado com proventos equivalentes aos do cargo em comissão
municipais, quando em tratamento fora do Município, terão sua que tenha exercido;
validade condicionada à ratificação posterior pelo medico da a) Sem interrupção nos quatro anos imediatamente ante-
Prefeitura. riores;
§ 3º - Se o funcionário, submetido a exame realizado por b) Por períodos não consecutivo de 10 (dez) anos.
junta médica designada pelo Prefeito Municipal, não concordar Art. 172 - Aos funcionários que, na data da vigência desta
com o laudo apresentado, poderá solicitar a inclusão de médico lei, contarem mais da metade do tempo para adquirir o direi-
de sua confiança na referida junta, hipótese em que se procede- to a incorporação de gratificação, que não seja gratificação de
rá a novo exame. função ou função gratificada, será permitida a continuidade do
§ 4º - Se a junta da qual faz parte médico indicado pelo fun- tempo necessário à percepção da aludida vantagem.
cionário der razão a este, caberá ao município arcar com as des- Art. 173 - O Prefeito Municipal baixará, por decreto, os re-
pesas relativas aos honorários do médico acima citado. Em caso gulamentos necessários à execução desta lei.
contrário, ao funcionário caberá o ônus financeiro da inclusão Art. 174 - Ficam revogadas as disposições em contrário, es-
do médico que indicou. pecialmente a Lei nº 765, de 16 de novembro de 1957; a Lei nº
§ 5º - O ressarcimento a que se obriga o Município, nos ter- 1.071, de 28 de setembro de 1961; a Lei de nº 10148, de 19 de
mos do parágrafo anterior, não poderá ser superior à tabela fixa- setembro de 1962; a Lei nº 1.165, de 27 d novembro de 1962; a
da pelo sistema previdenciário nacional para situações análogas. Lei nº 1.204, de 01 de maio de 1963; a Lei nº 1.206, de 04 de maio
de 1963; a Lei nº 1.220, de 05 de junho de 1963; a Lei nº 1.268, de
Art. 161 - Contar-se-ão por dias corridos os prazos previstos
28 de novembro de 1963; a Lei nº 1.318, de 30 de abril de 1964;
neste Estatuto.
a Lei nº 1.382, de 24 de novembro de 1964; a Lei nº 1.395, de 14
Parágrafo único - Não se computará no prazo o dia inicial,
de dezembro de 1964; a Lei nº 1.432, de 26 de março de 1965; a
prorrogando-se para o primeiro dia útil o vencimento que incidir
Lei nº 1.489, de 03 de dezembro de 1965; a Lei nº 1.534 de 06 de
em sábado, domingo ou feriado.
junho de 1966; a Lei nº 1.547, de julho de 1966; a Lei nº 1.573, de
Art. 162 - É vedado ao funcionário servir sob a chefia ime-
13 de dezembro de 1966; a Lei nº 1.700, de 13 de setembro de
diata do cônjuge ou parente até 2º (segundo) grau, salvo em
1968; a Lei nº 1.842, de 11 de agosto de 1970; o art. 32º e seus pa-
cargo de livre escolha, não podendo exceder de 2 (dois) o seu rágrafos e o art. 34º da Lei nº 1.965, de 14 de abril de 1972; a Lei
número. nº 2.289, de 15 de julho de 1976; a Lei nº 2.297, de 12 de agosto
Art. 163 - São isentos de taxas, emolumentos ou custas os de 1976; a Lei nº 2.314, de 20 de outubro de 1976; a Lei nº 2.317,
requerimentos, certidões e outros papéis que, na esfera admi- de 11 de novembro de 1976; a Lei nº 2.345, de 21 de janeiro de
nistrativa, interessarem ao funcionário municipal ativo ou inati- 1977; a Lei nº 2.431, de 22 d setembro de 1978; a Lei nº 2.453,
vo nessa qualidade. de 26 de janeiro de 1979; a Lei nº 2.517, de 21 de dezembro de
Art. 164 - É vedado exigir atestado de ideologia como condi- 1979; a Lei nº 2.620 de 12 de março de 1981; a Lei nº 2.624, de 26
ção de posse ou exercício em cargo público. de março de 1981; a Lei nº 2.666, de 09 de novembro de 1981; a
Art. 165 - O presente Estatuto se aplicará aos funcionários Lei nº 2.679, de 30 de dezembro de 1981; a Lei nº 2.680, de 30 de
da Câmara Municipal, cabendo ao presidente desta as atribui- dezembro de 1981; a Lei nº 2.683, de 30 de dezembro de 1981; a
ções reservadas ao Prefeito Municipal, quando for o caso. Lei nº 684, de 31 de dezembro de 1981; a Lei nº 2.693, de 29 de
Art. 166 - Nos casos em que a lei o permitir, poderão ser ad- janeiro de 1982; a Lei nº 2.706, de 11 de maio de 1982.
mitidos funcionários de capacidade física reduzida, aplicando-se Art. 175 - Revogadas as disposições em contrário, esta lei
processos adequados de seleção. entrará em 1º de janeiro de 1987.

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