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Curatela e tutela

Tutela
É a responsabilidade determinada pela Justiça a um adulto sensato, visando o
auxílio, aconselhamento, defesa e administração do patrimônio da criança e
adolescentes cujos genitores são falecidos ou sejam omissos até que atinjam
18 anos de idade.
Tutela, quais os tipos...
Alguns estudiosos concordam que existem três formas de tutela: testamentária,
legítima e dativa. Estão intimamente associadas ao elemento primário.
Tutela Testamentária: esta estabelece que concerne aos genitores, em
conjunto, a designação de tutor, seja por testamento ou declaração certificada.
Assim sendo, fica determinado o tutor testamentário ou documental, visto que o
documento confere a função.
Essa tutela somente transcorre quando ambos os pais sejam falecidos, ou no
caso de cônjuge sobrevivente ou companheiro não suporte desempenhar o
poder familiar, seja por, afastamento ou privação deste (art. 1.729, do CC,
parágrafo único).
Ainda, é essencial que quem o nomeou se achasse no poder familiar na
ocasião de sua morte (segundo art. 1.730, do CC).
Tutela Legítima: este acontece quando não haja testamento ou declaração
apropriada dos titulares do poder familiar instituindo tutor, aplicasse o disposto
no art. 1.731, do CC que determina uma norma de prioridade na nomeação dos
tutores: antes investiga-se ascendentes com propensão o de grau mais
aproximado ao mais remoto, e os colaterais até o terceiro grau, da mesma
mineira, priorizando os mais próximos aos mais distantes e no mesmo grau os
mais idosos. De maneira que compete ao Juiz a preferência do mais
capacitado a tutelado menor, sendo as normas passiveis de versatilidade,
desde que em prol do tutelado. Esses tutores selecionados judicialmente são
identificados tutores legítimos.
Tutela Dativa: É a decorrente de sentença judicial, constituindo esta supletiva,
de modo que, acaso não exista tutores testamentários ou documentais, e
lícitos, deve-se usar o art. 1.732, do CC, que determina que, nesses casos, o
juiz deve designar como tutor indivíduo irrepreensível e morador na residência
do menor.
Escusa da Tutela: Por ser Múnus(obrigação) público, considera-se que não
deva existir negativa à tutela, especialmente por familiares do menor, contudo,
o art. 1.736, do CC determina circunstâncias em que pode ocorrer a escusa:
I. Mulheres que gozem de matrimonio;
II. Maiores de sessenta anos;
III. As pessoas que detiverem sob sua alçada mais de três filhos;
IV. Os impossibilitados por enfermidade;
V. Aqueles que residirem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela;
VI. Aqueles que já exercerem curatela ou tutela;
VII. Militares em serviço.
Não obstante, por ventura o determinado a tutor não tenha grau de
familiaridade com o menor a ser tutelado e não aspire desempenhar tal papel,
pode escusar-se por meio de recurso direcionada ao juiz nos mesmos autos
que indicou a tutela no período de dez dias da escolha, de acordo com o art.
1.737, do CC, caso ocorra “parente idôneo, consanguíneo ou próximo, em
situações para executa-la”. Todavia, na hipótese, de rejeição da solicitação de
escusa, o escolhido terá de cumprir a tutela o requerimento, se acontecer, não
tiver atribuição, replicando, nesse intervalo por prejuízo e perdas que provenha,
resultante do exercício dessa tutela, de acordo com art. 1.739, do CC.
Curatela
E a responsabilidade atribuída pelo Juiz a um adulto capaz, para que cuide,
proteja, guarde, ensine, responsabilize-se e administre o patrimônio de
indivíduos judicialmente evidenciados incapazes, que em virtude de má
constituição congênita, transtornos mentais, dependência química ou doenças
neurológicas achem-se incapacitadas para gerir os atos da vida civil, ou seja,
entender a amplitude e as consequências de suas atitudes e vontades
(impossibilitadas de assinar contratos, casar, vender e comprar, movimentar
conta bancária, etc.).
Da mesma forma que a tutela, a curatela também pode ser legítima,
testamentária ou dativa.
Tutor, o que esperar dele...
O tutor é um protetor. Os protetores podem ser primários ou secundários. Os
protetores primários seriam os pais pai e mãe. Os tutores são protetores
secundários, perante a incapacidade dos pais, quer m função de morte,
inexistência ou destituição do poderio familiar, de exercê-lo. São eles
nomeados pelo Juiz, responsabilizando-se pelo compromisso legal de gerir
pelos direitos e garantias do menor tutelado, propiciando-lhe a educação,
moradia, saúde, lazer, convívio familiar, etc...
O tutor é o procurador legal da criança ou adolescente tutelado. É o tutor que
gerencia o espólio (pensão, aluguéis, contratos...) do tutelado, suas contas e
obrigações e o substitui nos atos da vida civil, tais como: matricula na
instituição de ensino ou cursos, assegura viagens, possibilita internamentos
hospitalares e cirurgias, etc...; incumbido também pela função afetiva, outrora
feita pelos pais.
Curador, o que esperar dele...
O curador também é um protetor secundário. É o adulto competente que se
incumbe perante o Juiz pela pessoa do interditado, o representando e cuidando
de seus proveitos e direitos fundamentais. É ele quem gere o seu patrimônio,
pensão ou aposentadoria (caso o interditado desfrute), zela e resguarda pelo
bem-estar físico, psíquico, social e emocional do interditado.
Tutor, quem pode ser...
Pode responsabilizar-se pela tutela todo parente da criança ou adolescente.
Caso não haja parentes ou destes serem desconhecidos, poderá ser tutor o
indivíduo próximo, desde que seja idônea, não apresente motivos que resultem
em perda aos interesses do tutelado, e que esteja determinada a proteger o
mesmo.
Caso o tutelado disponha de bens imóveis, o tutor, antes de tomar a Tutela,
deve justificar que detém renda ou bens compatíveis com os bens que irá
gerenciar pelo tutelado; processo designado de especialização da hipoteca
legal.
Curador, quem pode ser...
Seus pais, o cônjuge ou familiar próximo, ou por fim, na privação destes, o
Ministério Público pode solicitar a Curatela de um indivíduo com mais de 18
anos de idade tido juridicamente incapacitado.
Tutelado, quem pode ser...
Crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade, cujos genitores
morreram, sejam desconhecidos ou que tenham perdido juridicamente o direito
parental de seus filhos; devido a maus tratos, omissão ou ausência de meios
para suprir a subsistência destes, ou por algum motivo sejam relapsos.
Curatelado, quem pode ser...
Indivíduo maior de 18 anos de idade que em razão de algum distúrbio, doença
mental ou vício o impossibilite temporária ou continuamente de gerir e distinguir
os atos da vida civil, tal qual expressar sua opinião, ou ainda, os esbanjadores
(pessoas gastadoras ou compulsivas que põem em perigo seu patrimônio e/ou
recursos, bem como o sustento de seus dependentes e da família).
Tutor, quais seus deveres...
Compete ao tutor gerir a pessoa do interditado, preservar, zelar por ele e
gerenciar lhe o patrimônio. Cabe proteger, dispor sustento, saúde e educação
conforme seus bens e possibilidades.
Curador, quais seus deveres...
É função do curador cuidar do sujeito interditado, zelar, tomar conta dele e gerir
seus bens. Deve proteger, dispor sustento, saúde e educação conforme seus
requisitos.
E se o curador e/ou tutor falecer...
Se houver a morte do curador e/ou tutor, o ocorrido deve ser comunicado de
imediato e requerida a mudança do falecido por outra pessoa, junto ao Juiz no
local onde ocorreu o processo.
Este procedimento é essencial para dar cumprimento ao gerenciamento do
patrimônio, recebimento de salário ou rendimentos, etc. O retardamento na
alteração poderá trazer perdas materiais ao tutelado e interditado.
O curador e/ou tutor pode ser substituído...
Sim, o curador e/ou tutor poderá ser efetuada caso não cumpra com suas
obrigações legais e judicialmente estabelecidas conforme a convenção
declarada na Justiça para com o curatelado e/ou tutelado, seja por
desqualificação, inexperiência ou omissão.
Também, pode-se e deve-se solicitar a troca curador e/ou tutor se, ao acaso,
este precise afastar-se, falte, adoeça ou acidente-se que o impeça de cumprir
com suas obrigações.
Pecúlio Previdenciário, o que é... porque o curatelado e/ou tutelado o
recebe...
É um direito, estipulado pela lei sob a forma de pensão, aposentadoria ou
benefício, visando complementar materialmente as perdas do beneficiário,
auxiliando para sua continuidade. Se curatelado e/ou tutelado a ele tiver direito,
procede ao curador ou tutor empenhar ou reivindicar junto ao órgão
previdenciário.
Este rendimento se limita na ocasião em que o tutelado atinge a maioridade
civil (18 anos), ou for emancipado, ou se tiver cursando o ensino superior até
24 anos de idade. No caso do curatelado, o direito previdenciário é finalizado
quando este sucumbir.
OBS: Benefício extinto em 16/04/1994, consiste na devolução em cota
única das contribuições efetuadas para o INSS pelo cidadão que
permaneceu em atividade após ter se aposentado.
Sindicâncias. O que são... para que serve...
São procedimentos de conteúdo psicossocial executadas regularmente
Pela Equipe Técnica do Ministério Público atendendo a aprovação do Promotor
de Justiça.
A equipe de psicólogos e assistentes sociais fazem vistorias domiciliares e
institucionais, além de conversas com indivíduos compreendidos e familiares
visando a verificação psicossocial do caso, resultando na edição do parecer.
Através da verificação redigidos sustentam as deliberações dos Promotores de
Justiça, viso que, relatam com retidão a circunstância na qual encontra-se o
curatelado/tutelado e sua realidade familiar.
Perícia, o que é...
Quando ocorre a interdição, antes de proferir sobre a curatela, o juiz direciona
o curatelando para ser examinado por um profissional especialista com
credibilidade, designando-o como perito.
Este profissional, além da avaliação clínica o curatelando, atendera aos
requisitos proferidos pelo Juiz, pelo Promotor de Justiça e pelo Advogado ou
Defensor Púbico que o substitui no processo, referente a magnitude da
enfermidade e se ela influencia na capacidade do curatelando de se firmar na
vida e gerir as atribuições da prática civil.
O laudo redigido pelo responsável será entregue ao juiz que o anexará no
processo.
Prestação de contas na tutela...
O fornecimento de contas é uma exposição apresentada de maneira contábil e
endereçado para o juízo regularmente pelo advogado ou defensor público que
constitui o tutor e o tutelado, compreendendo a definição dos lucros financeiros
e perdas financeiras pelo tutor em benefício do tutelado.
Na ocorrência de designação do tutor fica estabelecida a frequência da
exposição deste processo, que por via de regra é anual, contudo, pode ser
semestral, trimestral, segundo a imposição e o preceito do juízo.
O prestamento de obrigações do tutor também é essencial quando ocorrer a
troca do tutor ou quando o tutelado atingir a maioridade civil, circunstância na
qual a tutela será dissolvida.
Prestação de contas na curatela...
O fornecimento de contas é uma exposição apresentada de maneira contábil e
endereçado para o juízo regularmente pelo advogado ou defensor público que
constitui o curador e o curatelado, compreendendo a definição dos lucros
financeiros e perdas financeiras pelo curador em benefício do curatelado.
Na ocorrência de designação do curador fica estabelecida a frequência da
exposição deste processo, que por via de regra é anual, contudo, pode ser
semestral, trimestral, segundo a imposição e o preceito do juízo.
O prestamento de obrigações também é essencial quando ocorrer a troca do
curador, verificação da interdição ou quando curatelado morrer, momento em a
curatela será cancelada.
Prestação de contas, como fazer...
No relato das contas deverão ser anexado os devidos comprovantes de
pagamentos dos gastos relacionados, assim como, notas fiscais ou recibos.
Os débitos habitualmente abrangem alimentação, roupas, remédios, material
escolar, lazer cursos, dentista, médico, psicólogo, despesa com água, energia
elétrica.
Todas despesas têm que ser justificados através de recibos e notas fiscais,
podem estar discriminados mês a mês.
Curador ou tutor, se não administrar corretamente o patrimônio ou o
pecúlio previdenciário do interditado ou tutelado...
Se for constatada contradições nas contas ou dúvidas quanto a finalidade do
dinheiro que não seja em prol do curatelado o tutelado, o responsável poderá
ser responsabilizado a processo judicia nas Varas Cíveis ou se houver omissão
os maus tratos, responder a processo criminal.
Curador/ tutor, qual a responsabilidade em relação às ações praticadas
pelo curatelado/tutelado...
Se por ventura o curatelado ou tutelado pratique ato que gere dano a terceiro,
caberá ao curador ou tutor a incumbência financeira pela despesa.
Contudo, se o curador e ou tutor não dispor de bens algum, poderá ser
estabelecido os recursos do curatelado ou tutelado, desde que existente.
Enfatiza-se a viabilidade do curador ou tutor recuperar do curatelado ou
tutelado, juridicamente, a quantia efetuada em indenização com terceiro.
A responsabilidade de possíveis ressarcimentos poderá ser aliviada o até
extinta se vier impossibilitar o curatelado ou tutelado e os dele necessitem,
visando seu sustento.
No caso da consumação de ato infracional pelo tutelado ou de crime pelo
curatelado, somete estes assumirão ante a Justiça; ficando ao tutor ou ao
curador prover advogado ou defensor público.
Curatela do idoso, o recurso de interdição...
Curatela do idoso
É um decurso judicial que visa defender um idoso, denominado interditando,
que não tenha possibilidades de cuidar por si mesmo, de sua vida ou de zelar
os seus bens, ocasionando um cenário no qual estará impossibilitado para
desempenhar as atribuições da vida civil, resultando o que é qualificado como
incapacidade de fato.
Visa, a quem...
Aos idosos que perdem o juízo e a faculdade para a realidade das obrigações
da vida civil e se ache apto de fato, ainda que temporariamente, como
resultado de males ou de decorrentes, como a Alzheimer, Mal de Parkinson,
Acidente Vascular Cerebral- AVC, Demência Senil, etc...
Objetivo
Preservar o idoso e atender as necessidades para uma vida saudável, ainda
que provisoriamente, na medida que esse será constituído em seus deveres da
vida civil pelo curador escolhido para este fim, que será o responsável do ato
de interdição.
Viabilizar o processo de interdição, quem pode...
Somente os especificados na disposição jurídica supra citada e referidos
agentes da intervenção, a saber: pelo cônjuge, pelos outros familiares ou pelo
curador, pelo representante da entidade na qual o idoso se encontra amparado
ou pelo Ministério Público, consideradas as solicitações legais em cada caso.
Fica evidenciado que o Ministério Público demanda no ato da interdição como
fiscal da lei, visando operar a segurança do idoso de maneira mais ampla
possível.
Promoção da ação, exigências...
O interventor deve detalhar os fatos e anexar as provas do que expõe.
Existe a determinação de um parecer médico que justifique as condições do
interditando.
Interdição, Mecanismo de...
Interposta o ato de interdição de curatela, o idoso interditando será mencionado
de modo pessoal, de maneira a impedir farsas, podendo expressar defesa.
Evidenciada a impossibilidade para as obrigações da vida civil, ocorrerá a
designação de um curador temporário, que atuará dentro das medidas
judicialmente impostas, determinada após a execução da perícia e da oitiva
(audiência) do interditando pelo juiz, que julgará o estado vivido pelo idoso.
Interdição, efeitos...
Executada a interdição por sentença judicial, o denominado curador daquele
tido como interditado passa a realizar as obrigações necessárias à vida civil
deste idoso, tais como, aquisição e venda de patrimônio, movimento de conta
bancária, sempre apresentando contas de todos procedimentos.
Salientando que em casos de interdição por incapacidade transitória, cassada
a transitoriedade, extingue-se a interdição realizada.
A sentença que estabelece que a interdição será ratificada no Cartório de
Registro de Pessoas Naturais.
Pessoa com Deficiência e a Curatela
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei 13.146, de 2015, visou garantir os
direitos do indivíduo com deficiência, buscando assegurar a igualdade,
transitabilidade e consideração a sua dignidade e autonomia. Dessa maneira,
ocasionou alterações na nossa estrutura jurídica, até mesmo com relação aos
institutos da capacidade e curatela.
Segundo alguns artigos do Código Civil de 2002, não sendo mais um requisito
para interdição, a existência de deficiência ou enfermidade mental. Deste
modo, agora deve-se confirmar a incapacidade civil pressuposta. Assim, depois
da validade do Estatuto a pessoa com deficiência tem sua capacidade
integralmente exposta, junto com outros direitos civis, sucedendo, desta
maneira, a ter a sua capacidade legal em conformidade de disposições com
pessoas não portadores de deficiência. Deste modo, a curatela sucede uma
garantia a mais, uma medida extra e facultativa a pessoa com deficiência e não
mais um instituto que se aplica sem efetivamente olhar os direitos do
curatelado. Assim sendo, surge uma nova categoria de pessoa passivas, os
capacitados sob curatela, de acordo com art. 84.

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