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FACULDADE DO CENTRO LESTE - UCL

OPERAÇÕES UNITÁRIAS I

Elutriação

Prof.ª: Polyana Silvério Massariol


Operações
Operações MECÂNICAS

• Operações envolvendo sólidos granulares


• Operações envolvendo sistemas fluidos
• Operações com sistemas sólido-fluido

Operações com TRANSFERÊNCIA DE CALOR

• Aquecimento e resfriamento de fluidos


• Evaporação e Cristalização
• Secagem

Operações com TRANSFERÊNCIA DE MASSA

• Destilação
• Extração líquido-líquido
• Absorção de Gases
OPERAÇÕES DE SEPARAÇÃO
Porque realizar a separação dos sólidos de uma mistura?

• Aumentar valor agregado do produto.


• Remoção de contaminantes = Purificação.
• Separar sólidos com diferentes aplicações.
SEPARAÇÃO SÓLIDO/SÓLIDO
• Peneiramento e separador hidráulico (arraste - elutruição).
OPERAÇÕES DE SEPARAÇÃO
• Sólido/líquido: Decantação, flotação (borbulhamento de ar),
floculação (Al2(SO4)3 – aglutinação – flocos), separação
centrifuga e filtração.
• Líquido/líquido: Decantação e centrifugação.

Centrífugas
Aplicações
• Filtração:
Fabricação de bebidas;
Tratamento de água;
Remoção de impurezas;

• Sedimentação:
Tratamento de efluentes;
Purificação da água;

• Centrifugação:
Separação da gordura do leite;
Purificação de mel;
Refino do óleo de soja;
Purificação de compostos.
Sólido/gás
- ciclones (centrifugação):

- filtro de manga (filtração):

- câmaras gravitacionais:
SEPARAÇÃO SÓLIDO/SÓLIDO
PENEIRAMENTO
• Separação de partículas sólidas.
(tamanho da partícula)

Mesh: número de orifícios por


polegada linear (2,54 cm) de uma rede.
Característica do peneiramento
Alimentação

Finos Grossos

• Não permitem realizar separações assim tão nítida;


• Algumas partículas maiores que Dc passam pela peneira e se
incorporam aos finos, enquanto outras tantas partículas menores do
que Dc ficam retidas nos grossos;
• Na indústria: #20 cm a 50 μm (400 Mesh)
• Menores que 50 μm: ciclones, câmaras de poeira.
• Peneiras : ferro, aço inox, cobre, seda, plástico, grelhas perfuradas, etc.
Eficiência do Peneiramento

• Razões que explicam a retenção de partículas finas nos grossos


do peneiramento;
• Aderência do pó às partículas grandes;
• Aglomeração de várias partículas pequena – coesão;
• Malhas irregulares.
Tipos de peneiras Peneiras Rotativas.

Peneiras estacionárias.

Peneiras Agitadas
Tipos de peneiras
Peneiras Vibratórias.
ELUTRIAÇÃO
• Separação sólido-sólido em que um fluido em escoamento
arrasta partículas seletivamente.

Granulometria ; Velocidades terminais ; Densidade .

• Aplicação industrial:
- Separação de minérios.
- Separação de produtos agrícolas:
Milhos e arroz.
- Reações catalíticas.
- Separação de materiais recicláveis.

Industrial Laboratorial
ELUTRIAÇÃO
ELUTRIAÇÃO - É a operação de separação (ou classificação por
tamanhos) de partículas, obtida mediante uma corrente ascendente
de líquido em contracorrente com os sólidos.

Objetivo:
É a classificação por tamanhos de partículas de um
único material homogêneo, a separação é obtida com
base apenas na diferença de velocidades terminais das
diversas partículas: aquelas que tiverem uma
velocidade de queda menor que a velocidade de
ascensão do líquido serão arrastadas por este,
enquanto que as de maior velocidade sedimentarão e
serão coletadas no fundo do vaso.
ELUTRIAÇÃO

A velocidade terminal das diferentes partículas é a propriedade básica


responsável pela separação e/ou beneficiamento. Uma corrente de
partículas sólidas é colocada no elutriador, onde há uma corrente
ascendente de um fluido, podendo ser água ou ar.

Partículas cujas velocidades terminais são menores que a velocidade da


corrente de fluido são por este arrastadas, enquanto que todas as
partículas cujas velocidades terminais superam a velocidade do fluido se
sedimentam.

Há portanto uma corrente de alimentação dos sólidos e duas correntes


de saída, o produto de fundo, composto principalmente das partículas
mais pesadas e a corrente de topo composta principalmente das
partículas mais leves.
ELUTRIAÇÃO
A elutriação que aqui trataremos é uma
operação que pode ser empregada para
separar partículas por faixas de tamanhos, ou
para o beneficiamento de minérios em razão
da diferença entre as densidades das
partículas que compõe o minério.

Usualmente todo minério compõe-se de um


mineral com valor econômico em mistura com
uma ganga imprestável que deve ser
descartada. A elutriação emprega uma
corrente ascendente de um fluido que,
preferencialmente, arrasta as partículas mais
leves enquanto que as mais pesadas se
sedimentam.
ELUTRIAÇÃO

Quando se trata de uma mistura de dois materiais diferentes, a


separação é conseguida em função do tamanho das partículas e da
diferença de densidades entre estas.
4. 𝐷𝑃 . 𝑔 𝜌𝑝 − 𝜌𝑓
𝑣𝑡 =
3. 𝜌𝑓 . 𝐶𝐷

Assim, as partículas mais densas sedimentarão com maior velocidade,


devendo a velocidade de ascensão do líquido ser ajustada em um valor
entre a velocidade terminal da menor partícula do material mais denso
e a velocidade terminal da maior partícula do material menos denso.
Quando isto é possível, a sedimentação é completa:

4. 𝐷𝐴 . 𝑔 𝜌𝐴 − 𝜌𝑓 4. 𝐷𝐵 . 𝑔 𝜌𝐵 − 𝜌𝑓
=
3. 𝜌𝑓 . 𝐶𝐷𝐴 3. 𝜌𝑓 . 𝐶𝐷𝐵
ELUTRIAÇÃO

Sejam dois materiais A e B, sendo A mais denso que B. Se a faixa de


tamanhos for grande, é possível que a velocidade terminal das maiores
partículas de B sejam superiores às das menores partículas de A.
Ocorrendo isto, evidentemente a separação não será completa.

O intervalo de separação possível (razão de separação) pode ser


determinado à partir da relação entre as dimensões das partículas de A e
B que têm mesma velocidade terminal. Então, igualando as velocidades
terminais de A e B:

𝐷𝐴 𝜌𝐵 − 𝜌𝑓 𝐶𝐷𝐴
=
𝐷𝐵 𝜌𝐴 − 𝜌𝑓 𝐶𝐷𝐵
ELUTRIAÇÃO
Ocorrem dois casos extremos:

a) No regime laminar (para baixos valores do número de Reynolds),


CD=24/ Re. Substituindo e simplificando a expressão resultante,
temos:
𝐷𝐴 𝜌𝐵 − 𝜌𝑓 24. 𝜇. 𝐷𝐵 . 𝜌. 𝑣𝐵
=
𝐷𝐵 𝜌𝐴 − 𝜌𝑓 24. 𝜇. 𝐷𝐴 . 𝜌. 𝑣𝐴

b) No caso de partículas de mesma esfericidade sedimentando a altos


números de Reynolds (Regime de Newton, alta vazão ou grandes
dimensões), o coeficiente de arraste é aproximadamente constante e
igual a 0,44. Desse modo, teremos:
𝐷𝐴 𝜌𝐵 − 𝜌𝑓
=
𝐷𝐵 𝜌𝐴 − 𝜌𝑓
ELUTRIAÇÃO

Conclusão: a separação de dois materiais diferentes será possível se a


razão de separação for maior do que:

𝑛
𝐷𝐴 𝜌𝐵 − 𝜌𝑓
=
𝐷𝐵 𝜌𝐴 − 𝜌𝑓

Sendo:

0,5
n = 0,5 no regime laminar. 𝐷𝐴 𝜌𝐵 − 𝜌𝑓
=
0,5 < 1,0 no regime transição. 𝐷𝐵 𝜌𝐴 − 𝜌𝑓
N = 1,0 no regime turbulento.
Elutriador
• Separação de dois sólidos ou mais sólidos
diferentes;
• Separação de dois sólido iguais com U∞
diferentes granulometrias.
g
Vt

U∞

U∞ > Vt : arraste ao TOPO


U∞ < Vt : sedimentação no FUNDO
U∞ = Vt : suspensão
Considerações para o cálculo da elutriação:
ELUTRIAÇÃO

Deseja-se separar partículas de mesma massa específica e diâmetros D1


e D2. Para produzir-se separações adicionais, várias colunas de
diferentes diâmetros podem ser usadas.
Vt1 = velocidade terminal da partícula 1
Vt2 = velocidade terminal da partícula 2
ELUTRIADORES EM SÉRIE

Onde:
Dn = diâmetro de cada tubo Elutriador;
DP=diâmetro das partículas retidas no fundo do elutriador;
A=Área da seção reta do Elutriador;
u= velocidade do fluido ascendente;
vt= velocidade terminal das partículas descendentes.
ELUTRIADORES EM SÉRIE

O equipamento consiste em um tubo ou um conjunto de tubos verticais


em serie, em ordem crescente de diâmetro do tubo.

D4 > D3 > D2 > D1

A área da seção reta de cada tubo e equivalente a área de uma


circunferência e pode ser calculada da seguinte forma:

2
𝜋. 𝐷𝑡𝑢𝑏𝑜
𝐴=
4
ELUTRIADORES

A vazão no elutriador deve ser constante (Q = constante). Logo, se


aumentarmos o diâmetro do tubo, a velocidade do fluido (u) diminui e o
diâmetro das partículas retidas no fundo do elutriador (Dp) também
diminuirá. Portanto:

2
𝜋. 𝐷𝑡𝑢𝑏𝑜
Se D4 > D3 > D2 > D1 e u1 > u2 > u3 > u4 𝑄= .𝑢
4
Temos: vt1 > vt2 > vt3 > vt4

Os critérios para a separação de partículas no elutriador são que as


partículas que tiverem velocidade terminal maior que a velocidade
ascendente do fluido no tubo serão recolhidas. Isto é:
• Quando vt > u: partículas no fundo do elutriador;
• Quando vt < u: partículas levadas ao tubo seguinte;
• Quando vt = u: partículas em suspensão.
Exemplo
Deseja-se estudar a possibilidade de separar o minério A do minério B
através da elutriação com corrente ascendente de água.

Propriedades do minério A: massa específica 2,2 g/m3 e esfericidade de 0,7.


Propriedades do minério B: massa específica 3,2 g/m3 e esfericidade 0,85.

A mistura A + B possui faixa granulométrica: 0,149 mm < Dp < 0,595 mm,


correspondendo às peneiras 28/100 # Tyler

Determine:
a) Qual a velocidade da água para recuperar maior parte do minério A puro
(admitir sedimentação livre a 20ºC; viscosidade água = 0,001 N.s/m2 )?
b) Qual é o intervalo de dimensões do minério A obtido como produto?
Exemplo
Dados:
ρA = 2,2 g/cm3
ΦA = 0,7
ρB = 3,2 g/cm3
ΦB = 0,85
Dimensões entre 0,149 mm a 0,595 mm
(0,0149 cm a 0,595 cm)
μágua = 0,001 N.s/m2 = 0,01 g/(cm.s)
ρágua = 1,0 g/cm3
velocidade da água = U∞
Velocidade de sedimentação: vt

Para obter maior parte de minério A puro.


U∞ = ? Entre a Vt da menor partícula de B (MAIS densa) e a Vt da maior partícula de A
(MENOS densa: arraste do minério A) = minério B ao fundo.

Vt 𝑩 ? Para dp B = 0,0149 cm
Hipótese: ΦB = 0,85 → Tabela 03 Massarani
Considerações para o cálculo da elutriação:

ΦB = 0,85
K1 = 0,9412
K2 = 1,162
Exemplo 4 𝑑 3 . 𝜌 . 𝜌 − 𝜌 .𝑔
𝑝 𝑓 𝑠 𝑓
Dados: g = 9,81 m/s2 = 981 cm/s2 𝐶𝐷 𝑅𝑒2 = .
3 𝜇2
ρA = 2,2 g/cm3
ΦA = 0,7 4 0,0149 3
.1. 3,2 − 1 . 981
ρB = 3,2 g/cm3 𝐶𝐷 𝑅𝑒2 = .
3 (0,01)2
ΦB = 0,85
Dimensões: 0,0149 cm a 0,595 cm 𝐶𝐷 𝑅𝑒2 = 95,18
μágua = 0,001 N.s/m2 = 0,01 g/(cm.s)
ρágua = 1,0 g/cm3
−𝑛 −𝑛/2 −1/𝑛 −1,2 −1,2/2 −1/1,2
𝐾1 . 𝐶𝐷 𝑅𝑒2 𝐶𝐷 𝑅𝑒2 0,9412 .95,18 95,18
𝑅𝑒 = + = +
24 𝐾2 24 1,162

𝑅𝑒 = 2,915

𝑣𝑡 𝑑𝑝 𝜌𝑓 𝑣𝑡 . 0,0149. 1
𝑅𝑒 = 2,915 = 𝑣𝑡 𝐵 = 1,956 𝑐𝑚/𝑠
𝜇 0,01

Velocidade máxima do fluido U∞ 𝒎á𝒙 = 1,956 cm/s. Ou seja, Velocidade da água


U∞ < 1,956 cm/s conseguirá carregar o minério A e assim todo minério B
sedimentará. = Maior parte minério A puro no topo.
Considerações para o cálculo da elutriação:

ΦB = 0,7
K1 = 0,870
K2 = 1,894
Exemplo
No instante que U∞ = vt A = 1,956 m/s
4 𝜇. 𝑔 . 𝜌𝐴 − 𝜌𝑓
𝐶𝐷 /𝑅𝑒 = .
Dados: g = 981 cm/s2 3 𝜌𝑓 2 𝑣𝑡3𝐴
ρA = 2,2 g/cm3
ΦA = 0,7 4 (0,01). 981 . 2,2 − 1
ρB = 3,2 g/cm3 𝐶𝐷 /𝑅𝑒 = .
3 (1)2 . 1,956 3
ΦB = 0,85
Dimensões: 0,0149 cm a 0,595 cm 𝐶𝐷 /𝑅𝑒 = 2,09
μágua = 0,001 N.s/m2 = 0,01 g/(cm.s)
ρágua = 1,0 g/cm3

𝑛/2 𝑛 1/𝑛 1,3/2 1,3 1/1,3


24 𝐾2 24 1,894
𝑅𝑒 = + = +
𝐾1 𝐶𝐷 /𝑅𝑒 𝐶𝐷 /𝑅𝑒 0,87.2,09 2,09

𝑅𝑒 = 4,08

𝑣𝑡 𝐴 . 𝐷𝐴 . 𝜌𝑓 1,956. 𝐷𝐴 . 1
𝑅𝑒 = 4,08 = 𝐷𝐴 = 0,0208 𝑐𝑚 = 𝟎, 𝟐𝟎𝟖 𝒎𝒎
𝜇 0,01
Exemplo
Dimensões da mistura entre 0,149 mm a 0,595 mm:

Conclusão:

A velocidade de elutriação (U∞ = 1,956 cm/s) leva


a um produto de topo constituído de A puro na
faixa granulométrica de 0,149 < Dp < 0,208 mm;

O produto de fundo é constituído de uma mistura


de A (0,208 < Dp < 0,595mm) e de B (0,149 < Dp
< 0,595mm).
Obrigada e até a próxima aula!
polyanamassariol@hotmail.com

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