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NOVA Clara

—VELHA Menéres,
DANÇA Carlota
Lagido,
Vera Daniel
Mantero, Piza­
João miglio,
Fiadeiro, Sónia
Paula Baptista,
Caspão, Ana
Teresa Rita
Silva, Teodoro,
Filipe Carlos
Pereira, Manuel
Verónica Oliveira,
Metello, Simão
Vânia Costa,
Rovisco, Ana
António Bigotte
Olaio, Vieira
2 5
1 3
4

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6 8 9
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Foi com apreço, gratidão e entusiasmo que Nova—Velha Dança é um ciclo, distribuído
recebi esta generosa proposta do João dos por cinco meses e composto por espectá-
Santos Martins. culos, exposições, conversas e workshops,
A abertura e a multiplicação deixam-se que ‘parasita’ a actividade cultural da cidade
antever pela vida e pelo corpo deste projecto de Santarém. A programação, primeira de
que nasce de várias vontades e de diversas várias com organização da Parasita, uma
presenças que terão Santarém como ponto associação local, propõe ocupar institui-
comum, tratando de abrir possibilidades e ções e utilizar recursos já existentes — ​no
construir pontes para quem vem, para quem caso, o Teatro Sá da Bandeira e a INcuba-
recebe e para quem participa. dora d’Artes, articulando-se também com a 
Nos últimos dois anos, o Teatro Sá da Escola Secundária Dr. Ginestal Machado —,
Bandeira tem funcionado como motor no sentido de valorizar os espaços e estru-
de desenvolvimento cultural, de emanci- turas disponíveis e contribuir para o acesso
pação intelectual e de criação artística, generalizado às artes.
permitindo e fomentando ousadas e gene- De Fevereiro a Junho de 2017, propõe-se
rosas criações locais, acolhendo as mais uma visita a diversos contextos estéticos
frescas e pujantes propostas das artes e sociais da produção coreográfica do
performativas nacionais, apresentando Portugal democrático. Assim, se por um
na programação regular uma amplitude lado se apresentam trabalhos referenciais
disciplinar criteriosa e abrangente — ​espec- da chamada Nova Dança Portuguesa, por
táculos de teatro e dança, concertos e outro fomenta-se a produção actual dando
recitais de música, performances, filmes, a ver peças de coreógrafos cujo trabalho
exposições, conversas, cursos e oficinas, se afirmou na última década em circuitos
em regimes de produção própria, copro- independentes.
dução e acolhimento — ​cumprindo a Em paralelo, apresenta-se no Bar/Galeria
missão de fórum público, gerador de arte do Teatro Sá da Bandeira a exposição/
e de pensamento, aproximando as pessoas instalação Para uma Timeline a Haver, exer-
e democratizando o acesso às ideias e ao cício singular de periodização e cartografia
pensamento crítico e livre. colectiva da dança como prática artística
Conscientes do que já se erigiu mas em Portugal na segunda metade do séc. XX.
acima de tudo focados no que ainda falta Este projecto complementa o ciclo com
fazer, vemos no projecto Nova—Velha Dança um teor discursivo que fará a ponte entre
uma prolífica associação aos nossos os modos de ver e de fazer através de várias
esforços continuados, no sentido da conversas e activações performativas do
assunção de Santarém como lugar de dispositivo cronológico.
férteis encontros entre artistas e públicos, Composto por apresentações mensais
neste caso sob o lindo pretexto de aqui se de espectáculos articuladas com discussões
realizar o que será uma das mais relevantes e partilhas entre os artistas e o público,
propostas de programação e difusão na laboratórios de transmissão, instalações
dança portuguesa em 2017. Tenho a certeza e residências de criação dos projectos
de que esta programação que a Associação em estreia, Nova—Velha Dança associa
Parasita oferece a Santarém contribuirá investigação, transmissão e criação, cons-
eloquentemente para a transformação tituindo-se como um momento privilegiado
valorativa das ideias, dos edifícios e, princi- para observar de perto o panorama da
palmente, das pessoas que constituem esta dança contemporânea em Portugal, inter-
cidade e este concelho. rogando simultaneamente tanto o presente
como o passado.
Pedro Barreiro
Director Artístico e Programador João dos Santos Martins
do Teatro Sá da Bandeira Artista e curador do ciclo
Nova—Velha Dança

1
Nova—Velha Dança Equipa Teatro Sá da Bandeira Parasita é o nome da Teatro Sá da Bandeira
associação sem fins
curadoria coordenação e programação lucrativos criada em 2014, Rua João Afonso nº 7
João dos Santos Martins Pedro Barreiro com sede no concelho 2000-055 Santarém
de Santarém, cuja acção 243 309 460
coordenação do projecto produção se traduz na produção tsbgeral@gmail.com
Para uma Timeline a Haver Rodrigo Melo e realização de objectos
Ana Bigotte Vieira artísticos e eventos horário de bilheteira
equipa técnica culturais onde se privilegia 4ª a sábado 16:00–19:00
design gráfico Tiago Correia a experimentação e o em noites de espectáculo abre
Ana Schefer Ricardo B. Marques discurso crítico através de uma hora antes do mesmo
Teo Furtado propostas de investigação
frente de casa em que processos e entrada livre
website Fernando Romão produtos interagem performances 5 euros
Sara Orsi José Maria Moreira sem distinção. Como
actividades, a associação INcubadora d’Artes
produção apoios institucionais apoia a produção do Rua Luís de Camões, nº 11
Associação Parasita Câmara Municipal de Santarém trabalho coreográfico 2000-116 Santarém
INcubadora d’Artes dos artistas João dos
produção executiva e Santos Martins e Ana Rita Acessos Santarém
assessoria de imprensa apoio ao projecto Teodoro. NOVA—VELHA
Patrícia Azevedo da Silva Para uma Timeline a Haver Dança é o primeiro carro
Fundação Calouste Gulbenkian projecto de curadoria A1/A13/N3
tradução Instituto de História Contemporânea assumido pela associação.
José Luís Neves Centro de Estudos de Teatro transportes públicos
parasita.hotglue.me Rodoviária do Tejo 707 200 334
registo e comunicação escolas associadas www.rodotejo.pt
audiovisual Escola Secundária contactos Rede Expresso 707 223 344
Marianna Vas Dr. Ginestal Machado +351 918 698 606 www.rede-expressos.pt
Cecília Bandeira Escola E.B. 2 e 3, D. João II associacaoparasita@gmail.com CP Serviços Regional/
Intercidades/Alfa 707210220
co-apresentação parcerias www.cp.pt
Teatro Sá da Bandeira O Espaço do Tempo
Musibérica táxi Santarém
Materiais Diversos 243 102 500
Cineclube de Santarém
distância entre TSB e INcubadora
Projecto apoiado por República 400m / 5 min a pé
Portuguesa: Cultura / DGArtes
Direção-Geral das Artes

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R. • Teatro Sá da Bandeira

INSTITUTO
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DE
HISTÓRIA
HISTÓRIA
INSTITUTO
DE HISTÓRIA
DEDEHISTÓRIA
INSTITUTO
CONTEMPORÂNEA
DE HISTÓRIA
CONTEMPORÂNEA
HISTÓRIA
CONTEMPORÂNEA
CONTEMPORÂNEA
CONTEMPORÂNEA
DE HISTÓRIA
CONTEMPORÂNEA
CONTEMPORÂNEA
Programa

3
Exposições Conversas e activações
da Timeline com

24.2 – 1​ 7.6.17
Ana Bigotte Vieira
Vera Mantero
24.2.17

João Fiadeiro e Paula Caspão


Teatro Sá da Bandeira 11.3.17
Quarta a sábado 16-19h
Bar-galeria* Teresa Silva e Filipe Pereira
6.4.17

Para uma Timeline a António Olaio, Clara Menéres, Verónica Me-


Haver — g​ enealogias da tello, Vânia Rovisco, Carlota Lagido, Daniel
Pizamiglio, Sónia Baptista e convidados
dança enquanto prática 20.5.17
artística em Portugal
Ana Rita Teodoro e Carlos Manuel Oliveira
Construindo na galeria do Teatro Sá da 16.6.17
Bandeira uma cronologia para a dança em
Portugal, PARA UMA TIMELINE A HAVER
é um exercício colectivo de investigação Piano-bar
e de sinalização de marcos relativos ao
desenvolvimento e disseminação da dança
como prática artística em Portugal nos A Dança do Existir
séculos XX e XXI, com especial incidência Retrospectiva em imagens
na segunda metade do século XX.
Levado a cabo entre 2016 e 2017 e
do trabalho coreográfico
assumindo o presente como lugar de enun- de Vera Mantero
ciação, propõe a construção singular de uma
série de cronologias para a dança contempo- Cerca de 30 fotografias que traçam o per-
rânea em Portugal, relacionando eventos de curso de Vera Mantero, das suas primeiras
matriz social, política, cultural, biográfica e criações às mais recentes. A exposição
artística — sugeridos como significativos por integra ainda a consulta de registos videográ-
bailarinos, coreógrafos, críticos, técnicos, ficos de alguns dos trabalhos da coreógrafa.
historiadores e espectadores. Curadoria: João dos Santos Martins com O Rumo do Fumo; Produção:
Com este exercício, trata-se de sinalizar O Rumo do Fumo; Fotos de: Alcino Gonçalves, Dirk Rose, Henrique
Delgado, José Fabião, Jorge Gonçalves, João Tuna, Laurent Philippe
episódios que — ​influenciando autores,
Ana Bigotte Vieira
práticas e instituições — ​foram delineando licenciou-se em História
teatro e filosofia, como Luigi
Pirandello, Giorgio Agamben e
a história da dança em Portugal, inserin- Moderna e Contemporânea Maurizio Lazzarato. Recebeu um
do-os numa perspectiva alargada tanto (ISCTE). Especializou-se nas
áreas da Cultura e Filosofia
Dwigth Conquergood Award na
Performance Studies interna-
das transformações pelas quais a socie- Contemporâneas (FCSH-UNL), tional #17, Utrecht.
João dos Santos Martins
dade portuguesa passou como do discurso e em Estudos de Teatro (UL).
Entre 2009 e 2012 foi visiting nasceu em Santarém em 1989.
sobre o coreográfico (e o que é ou pode scholar no Departamento de Estudou dança e coreografia
ser a dança como prática artística), de modo Performance Studies da New
York University/Tisch School
em várias instituições europeias
entre 2007 e 2011. Trabalha
a entrever tensões, momentos-chave e of the Arts. A sua tese de como coreógrafo e intérprete
episódios emblemáticos. Doutoramento NO ALEPH, para
um olhar sobre o Serviço ACARTE
desde 2008 distribuindo a sua
atividade em diversas colabo-
—Ana Bigotte Vieira e João dos Santos da Fundação Calouste Gulbenkian rações. Apresentou Le Sacre
Martins entre 1984 e 1989 recebeu
uma Menção Honrosa em
du Printemps (2013) com Min
Kyoung Lee, Masterpiece
História Contemporânea (2014), Projecto Continuado
Curadoria, investigação e edição: Ana Bigotte Vieira, João dos Santos pela Fundação Mário Soares. (2015) — ​Prémio Autores SPA
Martins; Coordenação do projecto de activação: Ana Bigotte Vieira; Investigadora do IFILNOVA, 2016 e Autointitulado (2015)
Apoio à pesquisa: Pedro Cerejo, Sílvia Pinto Coelho; Produção: integra o grupo Cultura, Poder a par com Cyriaque Villemaux
Associação Parasita; Apoio: Fundação Calouste Gulbenkian; Parceria: e Identidades do Instituto de (2015). Colaborou ainda com
Instituto de História Contemporânea, Centro de Estudos de Teatro; História Contemporânea. É Xavier Le Roy, Eszter Salamon,
Design: Amaral Schefer; Agradecimentos: Paula Caspão, Maria José co-fundadora e curadora da Teatro Praga, entre outros. É
Fazenda, Daniel Tércio plataforma baldio | Estudos de actualmente “artista residente”
Performance, e dramaturgista da Circular Associação Cultural
em teatro e em dança. Integra e prepara um novo projecto com
a Associação BUALA. Traduziu Rita Natálio, Antropocenas, que
*Em noites de espectáculo abre uma hora antes do mesmo. vários autores, sobretudo de terá a sua estreia em 2017.
Performances
Fevereiro
23 sexta-feira
Teatro Sá da Bandeira
21:30
Vera Mantero
3Soli
(90’ 2 intervalos | M/12)
Em 1993, escrevia Alexandre Melo no
“Expresso” que os portugueses não tinham
corpo: “Os discursos maioritários não
abordam a sexualidade e, sobretudo, as
questões de diferenciação, discriminação
e repressão sexual.” Dizia isto a propósito
da emergência súbita e inusitada de um
corpo sexualizado e carnal, agente de trans-
formação, no trabalho de Vera Mantero e
Francisco Camacho, figuras proeminentes
do movimento a que se deu o nome de 18
Nova Dança Portuguesa. Talvez ela pudesse
dançar primeiro e pensar depois era o título Vera Mantero estudou dança de música experimental. Em
da peça de Vera Mantero que anunciava clássica com Anna Mascolo e
integrou o Ballet Gulbenkian
1999, a Culturgest organizou uma
retrospectiva do seu trabalho até
esta mudança de paradigma. É também entre 1984 e 1989. Tornou-se à data, intitulada “Mês de Março,
a peça que inaugura este ciclo. um dos nomes centrais da Nova
Dança Portuguesa, tendo iniciado
Mês de Vera”. Representou
Portugal na 26ª Bienal de São
Numa noite de peças curtas, originalmente a sua carreira coreográfica em Paulo 2004, com Comer o
produzidas entre 1991 e 1996, Mantero não 1987 e mostrado o seu trabalho
por toda a Europa, Argentina,
Coração, criado em parceria
com Rui Chafes. Em 2002 foi-lhe
apenas testemunha um processo subjec- Brasil, Canadá, Coreia do Sul, atribuído o Prémio Almada (IPAE/
tivo de relação com o legado pós-colonial EUA e Singapura. Desde 2000,
dedica-se também ao trabalho de
Ministério da Cultura) e em
2009 o Prémio Gulbenkian Arte
e o vazio político-cultural sentido à época voz, cantando repertório de vários pela sua carreira como criadora
pela coreógrafa, como traz a Santarém uma autores e co-criando projectos e intérprete.

prática artística paradoxal, trespassada


por mais de duas décadas de activi-
dade contínua.

2 5
Vera Mantero
3Soli
uma misteriosa
Coisa, disse o
e.e.cummings*, 1996
Estou a escrever-te porque sinto que não me expliquei bem sobre
porque criei esta imagem de uma mulher metade negra, metade
branca (principalmente negra!). Do que me lembro agora foi de ter
ficado muito impressionada, na história da Josephine Baker, com o
impacto que o seu corpo teve na Europa (basicamente em Franca).
Os homens ficaram loucos com ela, com aquela coisa exótica, aquela
coisa louca, cómica e sexy. O seu corpo (quase nu) e as suas, diga- 29
mos, dinâmicas (energia/movimento/comicidade) criou todo um
frisson em torno dela. Logo, se quisesse trabalhar sobre ela eu teria
que, de algum modo, trazer de volta o corpo dela, era incontornável. Talvez ela pudesse
E, sendo branca, teria que me tornar negra para poder trazer de volta
o seu corpo. dançar primeiro e
Claro que assim que pensei em pintar-me de negra adorei a
ideia, porque na altura (e talvez ainda agora) interessava-me muito a
ideia de metamorfosear o meu corpo. Adoro tudo o que seja mudar
pensar depois, 1991
o nosso aspecto enquanto seres humanos, mudar a nossa imagem, Escrevia Mantero na folha de sala nessa altura: “A minha relação com
transformando o que somos habitualmente, sendo outros seres, a dança gira à volta das seguintes questões: o que é que a dança diz?
ainda que por pouco tempo. O que é que eu posso dizer com a dança? O que é que eu estou a
Assim que pensei nisso tambem gostei imenso da ideia porque dizer quando estou a dançar?” A capacidade e a incapacidade de a
me apercebi imediatamente do efeito fortíssimo que uma pessoa ter dança DIZER estavam no centro das preocupações criativas da autora
duas cores ao mesmo tempo iria criar. Especialmente ser negra e à época (... não estarão ainda?). A estratégia de inclusão (nas acções,
ser branca ao mesmo tempo. Já não há nem um lado nem o outro, nos movimentos, nos impulsos) de outros materiais que não os
há os dois lados numa única entidade, duas “raças” num só corpo. habitualmente utilizados pela dança foi o recurso e a pesquisa que a
“Recebo a tua cor em mim." Há ainda a vibração ou fricção que a autora empreendeu para forçar-empurrar-pressionar a dança a DIZER.
impossibilidade e o paradoxo criam. Um fenómeno algo raro e curioso se deu com este solo: a sua
E, de certa forma, a Josephine Baker também se tornou meio apresentação nunca foi interrompida, ele tem sido apresentado regu-
negra, meio branca ao longo da sua vida, porque ela foi completa- larmente ao longo dos últimos 26 anos. E se a dita falta de crença
mente assimilada pela cultura branca europeia. começou por produzir um solo algo angustiado e sofrido, essa apre-
E há ainda, pelo menos, mais uma razão para esta “mulher de sentação contínua e repetida transformou o trabalho e transportou-o
duas faces”, que é eu ter de me confrontar com a “missão” de fazer dessa zona de dor e angústia para uma zona bem mais luminosa,
um solo sobre alguém (já tive este problema ao fazer um solo sobre o de humor e gozo, deixando no entanto intactas as suas estruturas e
Nijinsky): como faço para assumir esta missão? Falo apenas da outra fundações.
pessoa? Ou deverei falar também de mim?
Como me posiciono no “meio” desta pessoa, no meio deste Concepção e Interpretação: Vera Mantero; Cenografia: André Lepecki;
trabalho sobre esta pessoa? A mulher branca e negra é também uma Desenho de Luz: João Paulo Xavier; Música: ‘Ruby, My Dear’
resposta a esta questão, faço uma espécie de fusão. de Thelonious Monk; Adaptação e Operação de Luz: Hugo Coelho;
Outra coisa: os negros têm uma História (terrível) de tentarem Figurino: Vera Mantero; Produção: Pós d’Arte, 1991; Apoio Financeiro:
tornar a sua pele branca. E eu sabia que estava a virar a história de Instituto da Juventude; Outros Apoios: Cia de Dança de Lisboa. Uma
pernas para o ar ao pintar-me de negra. Encomenda do Festival Klapstuk 91 no âmbito da Europália Portugal 91
—Carta de Vera Mantero a Aylin Ersoz

* o que ele disse de facto sobre a Josephine:


"Uma misteriosa Coisa, nem primitiva nem civilizada, ou para além
do tempo, no sentido em que a emoção está para além da aritmética”
Olympia, 1993
Única descrição desta peça no programa da sala original: Vera
Concepção e Interpretação: Vera Mantero; Caracterização: Mantero, improvisações, 5 minutos. Acho que ninguém da organi-
Alda Salavisa (Desenho Original: Carlota Lagido); Adereços: Teresa zação fazia muito ideia do que eu ia fazer. E acho que não demorou
Montalvão; Desenho de Luz Original: João Paulo Xavier; Adaptação só cinco minutos. O programa era o da Maratona para a Dança,
e Operação de Luz: Hugo Coelho; Produção Executiva: Fórum Dança; uma iniciativa já histórica criada em 1993 por uma série de bailari-
Apoio: Casa da Juventude de Almada, Re.al / Amascultura; Produção: nos e coreógrafos que tinham decidido fazer o País acordar. Para
Culturgest, Lisboa, 1996 / ‘Homenagem a Josephine Baker’ a dança que nele se fazia. Quando me contactaram para participar,
eu respondi entusiasticamente que sim e pus-me a pensar no que
poderia fazer para “acordar” as pessoas. Andava por essa altura a ler
a “Asfixiante Cultura” do Jean Dubuffet e pareceu-me absolutamente
indicado ler passagens do livro naquela ocasião a quem quer que
fosse que estivesse presente no Teatro Maria Matos. ‘Mas ler como?
E não será um pouco pretensioso, ir práli dizer que eu é que sei o
que é a verdadeira cultura, a melhor cultura? Se calhar devia estar
nua...Tenho que ler o Dubuffet nua. Especada de pé em frente a um
microfone? Não, isso não pode ser...Então a fazer o quê? Nua...?’.
Esta nudez fez-me então pensar na Olímpia, do Manet, que tinha
visto recentemente no Musée d’Orsay, em Paris, onde ainda estava a
viver na altura. ‘E se fosse a Olímpia a ler o Dubuffet? Ai!, não!, que
horror, aí é que me caem todos em cima, sacrilégio à pintura, etc.
etc...’. Contei ao André Lepecki que queria ler o Dubuffet nua mas
que não sabia como o fazer sem ser só ler o Dubuffet nua, sem lhe
falar sequer do quadro. Então não é que ele me diz: ‘Oh Vera, não te
lembras da Olympia do Manet [que tínhamos visto juntos]? Acho que
devias fazer qualquer coisa com ela’.[!!!]. E assim fiz.
—Vera Mantero

Concepção e Interpretação: Vera Mantero; Luz: João Paulo Xavier


Adaptação e Operação de Luz: Hugo Coelho; Texto: Jean Dubuffet;
Música: Extractos de música dos Pigmeus de Baka; Agradecimentos:
Ana Mantero e Miguel Ângelo Rocha
31
Março 17:30
I Was Here, 2014
(55’ | M/6)
I Was Here revisita a peça I Am Here criada em 2003 e que, por

11 sábado sua vez, visita o universo da artista plástica Helena Almeida. Este
‘hábito’ de re-visitar, re-habitar, viver a mesma coisa, mas de um

Teatro Sá da Bandeira outro prisma, de uma outra perspectiva, acompanha desde sempre
o modus operandi de João Fiadeiro. O dispositivo da ‘conferência-
-performance’, lugar híbrido entre a apresentação e a representação,
entre a performance e o documento, amplifica ainda mais esse

João Fiadeiro modo de operar, possibilitando a experiência simultânea do estar


‘presente-ausente’, tão cara ao pensamento de Fiadeiro. (...) I Was
Here expõe — ​através da apresentação de filmes, fotos, maquetes e
demonstrações — o modo como se deu o encontro com o trabalho
João Fiadeiro, que esteve pela primeira e com a própria Helena Almeida; a forma como se desenrolou, nas
vez em Santarém no ciclo “Comunicação e diferentes escalas, o deslocamento entre o afecto original, a formu-
lação do enunciado e a manifestação da obra; e a forma como se
Linguagem”, promovido pelo Teatro Sá da processou a relação com os diversos colaboradores, sobretudo com
Bandeira em 2016, é um dos mais influentes o artista visual e arquitecto Walter Lauterer, autor da cenografia-es-
cultura que recebe o corpo de João Fiadeiro em I Am Here.
criadores e pedagogos contemporâneos,
com trabalho prolífico na relação entre Concepção e Apresentação: João Fiadeiro; Desenho Projecção
Vídeo: Stephan Jurgens; Assistência de Ensaio e Dramatúrgica:
arte e ciência. Reconhecido pelo desen- Carolina Campos; Direcção Técnica: Pedro Correia
volvimento do sistema “Composição em
Tempo Real” e fundador da RE.AL, estrutura
basilar para a investigação coreográfica em 21:30
Portugal, Fiadeiro apresenta duas peças Este Corpo que Me
recentes onde se encontra, porém, uma
vontade genealógica de revisitação do seu
Ocupa, 2008 – ​14
próprio percurso artístico. I Was Here é (55’| M/6)
uma “conferência-performance” alusiva Se tivesse que reduzir, numa só palavra, o meu ‘modo de operação’,
a I Am Here, peça por si criada em 2003, aquilo que me move e me define enquanto artista, diria que funciono
e trabalho com o ’resto’. O ‘resto’ é aquilo que fica, que foi esquecido
ambas em diálogo com a obra da artista (porque não existe crime perfeito). O ‘resto’ é o que cria ‘vazio’. E é a
Helena Almeida. Por outro lado, Este Corpo prova da ausência de uma presença. Ou, melhor ainda, é a presença
de uma ausência. É no ‘resto’ que vamos encontrar os rastos para
que Me Ocupa, uma performance de 2008, darmos início à impossível tarefa de re-construir o mundo, uma e
“re-posta” em 2014, que o autor define outra vez. Atrai-me esta ideia de saber que algo cá esteve antes de
mim e que o que ficou, resistiu. O resto é também o que está entre o
como “peça-tese”, propõe uma espécie de corpo e ‘a presença do outro no corpo’, uma fuga permanente para
síntese de algumas questões essenciais coisas que ainda não são, para coisas que podem ser. E é nisso que
penso: em como dar a ver o que não está lá. Como trabalhar com
da sua obra, como as noções-tensões entre uma matéria tão volátil como o vazio. Como apresentar o ‘entre’ das
“tempo e duração”, “presença e ausência”, coisas? E, pior ainda, como representá-lo?
—João Fiadeiro, 2008
ou “real e ficção”. Questões como estas
serão ainda abordadas numa conversa Performance: João Fiadeiro; Concepção: João Fiadeiro e Paula Caspão;
Textos: Paula Caspão com João Fiadeiro; Assistência de Ensaio
em fim de espectáculo com a investigadora e Dramatúrgica: Carolina Campos; Direcção Técnica: Pedro Correia
Paula Caspão, integrada no programa João Fiadeiro (1965) é coreó- antropóloga Fernanda Eugénio,
de conversas e activações da Timeline. grafo, performer, professor o AND_Lab, uma plataforma de
(ver pág. 4) e  investigador. Pertence à
geração de coreógrafos que
formação e pesquisa na interface
entre criatividade, sustenta-
emergiu no final da década de bilidade e quotidiano. Após
oitenta em Portugal e que deu uma pausa de 6 anos em que
origem à Nova Dança Portuguesa. se dedicou exclusivamente ao
Foi bailarino na Companhia de processamento e sistematização
Dança de Lisboa (86-88) e no do método de “Composição
Ballet Gulbenkian (89-90). É em Tempo Real” — ​sistema de
director artístico do ATELIER composição e improvisação
| RE.AL (fundado em 1990) que, desenvolvido e sistematizado por
para além da criação e difusão João Fiadeiro desde 1995 —, onde
dos seus próprios espectáculos — ​ cruzou a sua investigação
apresentados regularmente por com áreas científicas como a
toda a Europa, América do Norte Neurociência ou as Ciências
e do Sul — ​desenvolve uma progra- dos Sistemas Complexos, João
mação de residências artísticas Fiadeiro voltou em 2015 à criação
e apresentações de projectos coreográfica com a criação de
transdisciplinares. Entre 1995 e grupo O que Fazer Daqui para
2003 colaborou com os Artistas Trás. João Fiadeiro tem orientado
Unidos na qualidade de respon- com regularidade workshops em
sável pelo “movimento dos diversas escolas e universidades
actores”, tendo encenado, para nacionais e estrangeiras, sendo
essa companhia, dramaturgos actualmente doutorando em
como Samuel Beckett, Sara Arte Contemporânea no Colégio
Kane ou Jon Fosse. Entre 2011 e das Artes da Universidade de
2014 co-dirigiu em Lisboa, com a Coimbra.

8 7
Abril
6 quinta-feira Filipe Pereira
Teatro Sá da Bandeira e Teresa Silva
21:30
Teresa Silva e Filipe Pereira são dois coreó-
Letting Nature Take Over
grafos da geração de 2010, cujo trabalho Us Again, 2013 (10’ | M/6)
se caracteriza pelo interesse em processos Um projecto de e com Filipe Pereira e Teresa Silva, concebido a
colaborativos que se traduz em diversas convite do -mente para o evento bairro-mente.

cocriações com outros artistas e com


colectivos informais. Ambos frequentaram O que fica do que
a Escola Superior de Dança e o Fórum
Dança — ​duas instituições centrais para
passa, 2013 (40’ | M/6)
o ensino da dança em Portugal —, onde se O que fica do que passa é sempre uma sensação. Tanto evoca o lugar
da memória, como se manifesta como projecção das nossas imagens
cruzaram com Vera Mantero e João Fiadeiro e ideias no que vemos. Funciona através de um corpo de luz que se
e se encontraram dando início a uma materializa; através de uma dança feita de impressões momentâneas;
através de materiais que se dão a ver como seres orgânicos ou fenó-
relação de partilha pessoal e artística. menos naturais; através de uma boca que se abre lentamente e que
Estreado em 2013, O que fica do que passa reconfigura a cada segundo a expressão de um rosto. A aventura aqui
é darmo-nos a possibilidade de ter, por momentos, um olho que sente.
é o seu primeiro trabalho a dois, precedido —Filipe Pereira e Teresa Silva
de uma pequena colaboração em Letting Criação, Interpretação, Luz, Sonoplastia e Figurinos: Filipe Pereira e
Nature Take Over Us Again, resultado de Teresa Silva; Coreografia: Teresa Silva; Espaço Cénico: Filipe Pereira;
um certo fascínio pelo cenográfico, e onde Aconselhamento Dramatúrgico: Rita Natálio; Direcção Técnica:
Carlos Ramos; Música: excerto de Prelude à l’après-midi d’un faune
materiais, corpo, luz e som criam uma de Claude Debussy; Residências Artísticas: O Espaço do Tempo,
coreografia visual que rejeita a linearidade Residências ON/OFF, Alkantara, Ponto de Encontro, Centro Cultural
do Cartaxo, O Rumo do Fumo, Atelier Re.al, Auditório Municipal
narrativa ao mesmo tempo que produz uma Augusto Cabrita, EIRA/Teatro da Voz; Produção Filipe Pereira e
qualquer ficção sensorial. Teresa Silva; Co-produção: Festival Materiais Diversos e F. Calouste
Gulbenkian; Agradecimentos: André Soares, Elizabete Francisca,
Francisca Pinto e Maria Lemos

Filipe Pereira (LEIRIA, 1986) Teresa Silva (LISBOA, 1988)


é licenciado em dança pela frequentou a Escola de Dança
Escola Superior de Dança em do Conservatório Nacional, a
Lisboa e formado no Programa E.S.D. e o PEPCC do Fórum
de Estudo, Pesquisa e Criação Dança. Participou como bolseira
Coreográfica do Fórum Dança. da F. Calouste Gulbenkian no
Neste programa cria o solo É DanceWeb 2011. Como intér-
grande mas fica-te bem e I’m a prete colaborou com Loïc Touzé,
bush in the middle of the forest, Liz Santoro & Pierre Godard,
em colaboração com Aleksandra Rita Natálio, Luís Guerra, Tiago
Osowicz. Trabalhou como intér- Guedes, Tânia Carvalho, Ana
prete com Dinis Machado em Borralho & João Galante, Sofia
In a Manner of Speaking, João Dias & Vítor Roriz e Mariana
dos Santos Martins em Projecto Tengner Barros. Desde 2008,
Continuado (2015), Sofia Dias desenvolveu o seu própio
& Vítor Roriz em O mesmo mas trabalho. Criou o solo Ocooo;
ligeiramente diferente e Fora de A Vida Enorme/La vie en or, com
qualquer presente, com Martine Maria Lemos; Leva a Mão que
Pisani em Rien n’est établi, com Eu Levo o Braço e Um Espanto
Inês Jacques em Liars, com a não se Espera — ​Prémio Jovens
Trisha Brown Dance Company em Criadores — ​em colaboração com
Planes e Floor of the Forest, com Elizabete Francisca; adaptou o
Félix Ruckert em Ring, com Tiago solo Conquest de Deborah Hay,
Guedes em Matrioska e com comissariado pela F. Serralves.
Tânia Carvalho em Icosahedron.  Desde 2012, dá aulas no Fórum
Em 2012, cria em colaboração Dança e lecciona workshops no
com Aleksandra Osowicz, Helena âmbito das suas criações. Entre
Ramírez, Inês Campos e Matthieu 2011-14 foi artista associada da
Ehrlacher a peça HALE- estudo Materiais Diversos sob a direcção
para um organismo artificial. de Tiago Guedes.

4
Maio
Vânia Rovisco, artista multidisciplinar
20 Sábado e bailarina, tem vindo a inquirir formas de
INcubadora d’Artes transmissão de corporalidade num projecto
horário a anunciar de reacção temporal, alicerçado numa
investigação sobre o movimento da perfor-
mance em Portugal. Para este ciclo, a artista
Vânia Rovisco propõe transmitir o trabalho de António
REACTING TO TIME, Olaio ​—  Il faut danser Portugal (1984) aos
alunos do Curso Profissional de Artes
portugueses na do Espetáculo — ​Interpretação, da Escola
performance, 2014– Secundária Dr. Ginestal Machado.
Sob a mesma batuta de Há que Dançar
Portugal, convidam-se 3 artistas de 3 gera-
Carlota Lagido ções distintas, cujo trabalho coreográfico
notforgetnotforgive, se cruza com aquilo que poderíamos insi-
1999 (25’|M/6) nuar serem operações da performance
para, através dos seus trabalhos, se reflectir
sobre esta relação.
Sónia Baptista Carlota Lagido, bailarina-arquivo da obra
Moustachu, 2002 – ​17 de várias gerações de coreógrafos, apre-
senta uma das suas primeiras experiências
(10’|M/6) coreográficas notforgetnotforgive, de 1999,
originalmente criada para um wc mascu-
Daniel Pizamiglio lino. Sónia Baptista — ​coreógrafa, bailarina
e escritora — ​revisita um dos haikus (俳句),
Dança Concreta, nome dado a uma forma curta de poesia
2016 (10’|M/6) japonesa, da sua peça homónima de 2002.
Moustachu, subtítulo: Lamento da Mulher
Nos anos 2000, pressentiu-se na dança não Barbada, ou Ser Mulher é ter Pêlo Onde
uma vontade indelével de recuperação de se Quer, dialoga inevitavelmente com a
arquivos, discursos, estéticas e corpora- peça de Duchamp, L.H.O.O.Q., 1919, onde
lidades. Desde então, tem-se insistindo este acrescentava um bigode e uma pera
em “reenactments”, “reposições”, “reati- à famosa Mona Lisa. Por fim, Daniel Piza-
vações”, que reivindicam um presente miglio, bailarino e coreógrafo fortalezense
trans-histórico, trespassado pela memória radicado em Lisboa, convoca o movimento
e por reflexões sobre o seu papel nas artes da poesia concreta e uma certa ontologia
performativas contemporâneas. Muito disto da dança enquanto evento da efemeridade
se faz agora porque ficaram histórias por e do desaparecimento em Dança Concreta,
contar, coisas por registar, que assumem performance realizada no final do curso
hoje contornos de contracultura não trans- PEPCC do Fórum Dança, onde se cruza com
mitida aos olhos da história oficial. Vânia Rovisco e Sónia Baptista. O programa
Em 1984, dez anos depois do 25 de Abril, é complementado com uma intervenção
o artista António Olaio apresentava a perfor- da investigadora Verónica Metello sobre
mance Il faut danser Portugal, que significa a história da performance no território das
literalmente, “Há que dançar Portugal”. Isto artes visuais em Portugal, que dará azo
dez anos antes de Alexandre Melo ques- a um debate alargado sobre a porosidade
tionar se os portugueses tinham corpo e entre conceitos de dança e performance,
já anunciando, ou exigindo, um conjunto com vários convidados, dos quais os artistas
de reconfigurações da experiência da e percursores da performance em Portugal,
corporalidade “nacional”, como defende o António Olaio e Clara Menéres, (Grupo
investigador e dramaturgista André Lepecki. ACRE), entre outros a anunciar.

9
Vânia Rovisco e Daniel Pizamiglio
Verónica Metello Dança Concreta, 2016
REACTING TO TIME, Tensão de palavras-coisas no espaço-tempo, estrutura dinâmica:
portugueses na multiplicidade de movimentos concomitantes.
—in Plano-Piloto para Poesia Concreta; São Paulo, 1958
performance, 2014 – ​ Concepção e performance: Daniel Pizamiglio; Agradecimentos:
André e. Teodósio, Adaline Anobile, Carolina Campos,
Nos anos em torno da revolução de 25 de Abril de 1974, uma dinâ- Forum Dança, Iván Haidar, José Carlos Duarte, Leonardo
mica peculiar pautou a actividade artística portuguesa: num país Mouramateus, Liedewij van Eijk, Margarida Bettencourt, O
fechado sobre si mesmo, fora dos circuitos e moldes convencio- Espaço do Tempo, Paula Caspão, PEPCCS, Romain Beltrão
nais de apresentação, um conjunto de eventos colocaram Portugal Teule, Sara Anjo, Sílvia Pinto Coelho e Vera Mantero
em sintonia com as questões e com as práticas que animavam a
vanguarda artística internacional. Daniel Pizamiglio (Fortaleza, 2012 vive em Lisboa e já cola-
O experimentalismo performativo dos anos 70 e 80 do século XX, 1988) é performer e bailarino. borou com diferentes artistas e
onde o corpo assumiu um novo lugar na prática artística, atravessou Dos seus projectos autorais e coreógrafos. Como intérprete,
as diferentes áreas, trazendo novas modalidades de composição, colaborativos, destaca o espec- destaca o trabalho com os coreó-
apresentação e experiência. Primeiro em Lisboa, com o grupo de táculo Cavalos (2010), criado grafos João dos Santos Martins,
poesia experimental, e na Galeria Judite da Cruz, depois no Porto e em com Andréia Pires e Leonardo Projeto Continuado (2015), e João
Coimbra, passando pelas Caldas da Rainha e Torres Vedras. No início Mouramateus; o solo Desejo Fiadeiro, O que Fazer Daqui para
em eventos isolados, depois em programações e festivais nacionais Infinito (2011); o site-specific O Trás (2015). Em 2016 concluiu o
e internacionais. De meados dos anos 70 até aos anos 80, a dinâmica que Está em Redor da Cena? Programa de Estudo, Pesquisa e
destas apresentações foi crescente, polarizada em torno do Círculo de (2012), com Renan Capivara; e Criação Coreográfica (PEPCC) do
Artes Plásticas de Coimbra, dos quatro Encontros Internacionais de Arte a performance Dupla Ameaça Fórum Dança (Lisboa).
e da Alternativa 0, do Ciclo de Arte Moderna no IADE e da exposição (2016), com Inês Cartaxo. Desde
Massificação e Identidade Cultural mas também no circuito das galerias,
com os happenings nas galerias Diferença, Quadrum e Diagonale
(Paris). Assim, no princípio dos anos 80 nascem o Festival Alternativa
em Almada e a Bienal de Cerveira, tem lugar o Festival de Performance
Portuguesa em Amesterdão e, em 1985, no Centre Georges Pompidou
em Paris, o mesmo ano em que tem lugar uma primeira retrospectiva
da Performance em Portugal, em Torres Vedras, no I Encontro Nacional
de Performance. Nomes como Albuquerque Mendes, Fernando
Azevedo, João Dixo, Artur Barrio, Gerardo Burmester, Miguel Yeco,
Silvestre Pestana, Elisabete Mileu, Manuel Barbosa, Fernando Aguiar,
António Olaio, Ção Pestana, Rui Órfão e Alberto Carneiro definem
as coordenadas de um primeiro corpo performativo português.
REACTING TO TIME, portugueses na performance, procura
actualizar a especificidade da memória corporal destas primeiras
experiências. Aceder à origem dessa informação, actualizá-la pela
transmissão da experiência directa e apresentá-la publicamente são
os objectivos deste projecto. Trata-se de constituir um arquivo vivo,
tornado presente nos corpos. Vânia Rovisco desenvolverá um trabalho
de contextualização e de investigação e trabalhará com os primeiros
agentes da performance em Portugal na actualização destes traba-
lhos inaugurais para posteriormente os transmitir. Trata-se de toda
uma linhagem não transferida, um passado pouco ou nada presente.
REACTING TO TIME, portugueses na performance pretende promo-
ver o conhecimento de alguns autores do período em foco e dos seus
trabalhos. Um legado transmissível — ​como é o caso da linguagem do
corpo, que provém de uma relação de acumulação de acções culturais
reflexivas — ​não ter continuidade ou até não estar presente na memória
é uma falha no (re)conhecimento de um património que nos pertence.

Criação e direcção artística: Vânia Rovisco; Consultora artística:


Verónica Metello; Com os alunos do 11º e 12º anos do
Curso Profissional de Artes do Espetáculo — ​Interpretação,
da Escola Secundária Dr. Ginestal Machado
10
Verónica Metello é licenciada como intérprete com Meg Stuart/
em História da Arte e mestre em Damaged Goods (2001-2007) e
História da Arte Contemporânea em diversas peças e projectos de
pela Universidade Nova de improvisação, com Pierre Colibeuf;
Lisboa. Desenvolveu a primeira Helena Waldman; Gordon
investigação e proposta para uma Monahan, Julian Rosefeldt; nas
História da Performance Arte companhias Taldans e Les Ballets
em Portugal entre 1961 e 1979. C de la B. Começou a fazer
Leccionou na pós-graduação direcção de movimento em 2004,
em Comunicação Cultural da trabalhando com os directores
Universidade Católica de Lisboa, João Brites, Gonçalo Amorim,
na pós-graduação O Estado do António Simão, Nicola Brites e
Mundo na Universidade Nova Gonçalo Waddington/Carla Maciel.
de Lisboa e no Mestrado em Em 2007, a decisão de colocar o
Comunicação Visual no IADE. corpo no contexto da galeria de
Colaborou com a Direcção-Geral arte, criando instalações e perfor-
das Artes no Laboratório de Arte mances, tornou-se um alicerce
Experimental e no Gabinete de na concepção do seu trabalho.
Artes Visuais, e em 2009 com a O seu trabalho envolve também
Galeria Graça Brandão. o vídeo, na relação da captura da
plasticidade do corpo e do movi-
Vânia Rovisco concluiu o mento. Os seus trabalhos têm
Curso para Intérpretes de Dança sido apresentados na Alemanha,
Contemporânea do Fórum Turquia, Portugal, França, Áustria
Dança (Lisboa, 1998-2000). Foi e Bélgica. Em 2013, estreou o
aluna convidada no Ex.e.r.c.e. solo The Archaic, Looking Out,
(Montpelier, 2001). Trabalhou The Night Knight. 3
Carlota Lagido Sónia Baptista
notforgetnotforgive, 1999 Moustachu, subtítulo:
Performance criada em 1999 para o Projecto 99, de Francisco Lamento da Mulher
Camacho. Imaginado especificamente para o wc masculino do Teatro
Carlos Alberto no Porto, foi posteriormente apresentada no wc da não Barbada ou: Ser
discoteca Lux em Lisboa e anos mais tarde feita uma versão para
palco, para museu, entre outros formatos, igualmente transmitida a Mulher é ter Pêlo Onde
outras intérpretes. (...) notforgetnotforgive, pode ser lida como um
posicionamento acerca da importância da inscrição num mundo
crescentemente amnésico. (...) Em notforgetnotforgive, essa amnésia
se Quer, 2002 – ​16
é recusada e desconstruída através de políticas da memória, com O que eu sei é que os beijos bem dados deixam marcas e os beijos
possíveis leituras autobiográficas presentes na obra de Lagido. mal dados ainda mais marcas deixam. Há beijos com sabor a bigode
—João Manuel de Oliveira que se agarram ao corpo afectivo. Há mulheres que caçam bigodes
com beijos. Se os bigodes eram coisas de homens, os seios eram
Concepção, interpretação e figurino: Carlota Lagido coisas de mulheres. Frequentemente, os dois encontram-se em
paisagens des-amorosas. Porque, hoje, complica-se o género numa
Carlota Lagido é bailarina, Lopes&Lander Patrick. Foi assis- revolução capilar.
coreógrafa e figurinista. O seu tente de guarda-roupa em vários —Sónia Baptista
trabalho como performer e filmes publicitários entre 2004 e
coreógrafa tem características 2006. Iniciou a sua formação em Coreografia e interpretação: Sónia Baptista;
multidisciplinares. Aborda dança clássica com Margarida de A partir da peça: Haikus (2002) da autora
temáticas relativas a questões de Abreu, prosseguindo nos Cursos
identidade e contextos autobio- de Formação Profissional do Sónia Baptista é formada com cinco livros lançados. Em
gráficos. Das suas peças destaca Ballet Gulbenkian e mais tarde em Dança Contemporânea pelo 2015, estreia a sua última criação,
notforgetnotforgive, RO.GER e no Peridance Center em Nova Fórum Dança. Em 2001, foi-lhe A Falha de Onde a Luz, no âmbito
50 Toneladas. Trabalhou como Iorque. Fez o primeiro ano do atribuído o Prémio Ribeiro da do Festival Cumplicidades em
bailarina com Meg Stuart e Joana Curso de Mestrado de Teatro, na Fonte de Revelação na área da Lisboa. Colabora com a CNB no
Providência no início dos anos especialização de Design de Cena Dança pelo, então, Ministério PAD, Programa de Aproximação
90 e durante 20 anos dançou na Escola Superior de Teatro da Cultura por Haikus, (o seu à Dança. Ao longo do seu
nas peças mais emblemáticas de e Cinema de Lisboa (2011/13). primeiro trabalho). Obteve, com percurso artístico, o seu trabalho
Francisco Camacho. Faz design Orienta regularmente workshops distinção, o grau de Master foi apoiado pelo Ministério da
de figurinos e cenografia para de pesquisa coreográfica e Researcher in Choreography and Cultura/Secretaria de Estado
espectáculos de dança e teatro, design de cena para profissionais Performance da Universidade de da Cultura-DGArtes, Fundação
desde 1989. Colaborou com e crianças. Foi artista associada Roehampton em Londres, Reino Calouste Gulbenkian e Centro
Vera Mantero, Lúcia Sigalho, da Eira de 2003 a 2011, onde Unido. No seu trabalho explora e Nacional de Cultura. O seu
Francisco Camacho, Paula foi co-programadora das acti- experimenta com as linguagens trabalho tem sido apresentado
Castro, Filipa Francisco, Meg vidades do espaço. Foi artista da Dança, Performance, Música, em vários festivais e teatros em
Stuart, Clara Andermatt, Amélia residente da Companhia Olga Literatura, Teatro e Vídeo. Para Portugal e no estrangeiro. Artista
Bentes, Paulo Ribeiro, João Roriz em 2015. É co-fundadora, além de textos e poemas editados associada da AADK Portugal.
Fiadeiro, João Galante, Nuno com Antoine Pimentel, do espaço em várias publicações, conta já
M. Cardoso, Aldara Bizarro, O LUGAR DO MEIO — ​centro de
Teresa Sobral, Companhia criação e experimentação artís-
Inestética, Tiago Cadete, Raquel tica do Bomvelho, em Condeixa.
André, Rui Catalão e Jonas

26

22

11
Junho
Ana Rita Teodoro trabalha desde 2012 numa
colecção de peças coreográficas dedicadas
a um orifício do corpo. Delirar a Anatomia
baseia-se no estudo da anatomia, da
fisiologia e da paleontologia para, com a
distância crítica necessária, rebelar o corpo
16 Sexta-feira das funções ditadas. Fazem parte da
Teatro Sá da Bandeira colecção: Sonho D’Intestino, dedicado ao
21:30 ânus e órgão conexo; Orifice Paradis, dedi-
cado à boca-vagina; e duas novas peças,
Palco, uma homenagem ao joelho e Pavi-
Ana Rita Teodoro lhão, ao ouvido, que terão estreia absoluta
Colecção Delirar em Santarém. Em estreia estará também
a nova peça de Carlos Manuel Oliveira, do
a Anatomia desconcerto, por um lado / da aventura, por
Palco e Pavilhão (Estreia) outro. Não se focando em nenhuma parte
do corpo em especial, explora-o enquanto
campo de conhecimentos, da mais simples
17 Sábado organização do toque à problemática
INcubadora D’Artes negociação do comum. O trabalho será
17:00 desenvolvido e apresentado na (sua) antiga
escola primária de São Salvador, agora
INcubadora D’Artes, propondo reflectir
Carlos Manuel Oliveira sobre aprendizagem e transmissão dos
do desconcerto, por saberes. Para concluir e encerrar o ciclo
contaremos com uma derradeira estreia,
um lado / da aventura, o lançamento de um novo disco do pianista
por outro (Estreia) Simão Costa, que aceita aqui o desafio
de preparar o piano Steinway do Teatro
Sá da Bandeira para um concerto tecno
Teatro Sá da Bandeira acústico sem lugares sentados.
21:30
Ana Rita Teodoro
Colecção Delirar
a Anatomia (60' | M/16)
Orifice Paradis e
Sonho d’Intestino,
2012 – ​13
22:30
30

Simão Costa
Beat Without Byte
(Estreia)
Lançamento de
disco e concerto

32
Ana Rita Teodoro Carlos Manuel Oliveira
Colecção Delirar do desconcerto, por
a Anatomia um lado / da aventura,
por outro, 2017
Palco, 2017 É a primeira de uma série de incursões à relação entre acto e conhe-
Pavilhão, 2017 cimento, com que se pretende aferir as dependências entre um e
outro em corpos que aprendem e desaprendem, e contrapor a capa-
Sonho d'intestino, 2012 – 1​ 3 cidade destes à regulação dos saberes.
Perante tal horizonte, cabe-nos a arqueologia de um passado
Orifice Paradis, 2012 – ​13 tão próprio quanto comum, pelo qual viemos a incorporar o para-
doxo de uma época: acumular sem fim, para uso de uma vida sobre
a qual pouco podemos. Interessa-nos, por exemplo, a formação do
No Mestrado em Dança (2011/2013) no CNDC de Angers, iniciei uma conhecimento no acto da sua enunciação; de como corpo e contexto,
pesquisa em torno do corpo nomeado pela disciplina de Anatomia. potência e possibilidade, se entrecruzam para situar o que acon-
A pesquisa resulta na criação de uma Colecção de peças de dança, tece; ou de como, do desconcerto entre memória e acção, o que é
a que chamo de homenagens-dançantes, dedicadas aos orifícios do sabido perde sentido. Também há a confusão entre o que se sabe de
corpo. Trata-se de uma colecção de estudos febris, desenvolvidos uma maneira, o que se sabe de outra, e o que não se sabe porque
em camadas de leitura, observação, experiência empírica, escrita se esqueceu. Coisas da razão, da intuição, e de tantas outras facul-
e composição coreográfica que procuram desvendar os segredos dades, entrelaçadas entre si em sinestesias várias. Interessa-nos o
escondidos na constituição física e assim rever funções destinadas e desnorte como requisito da aprendizagem, o acaso e a vontade como
relações pré-estabelecidas. A Anatomia é a disciplina que nomeia as meios do saber por vir; de como se aprende na ausência de pedago-
partes do todo, segmenta e estabiliza. O delírio acontece nas acções gias, e de como com isso se criam singularidades. Há o inconsciente,
de isolar, sobrepor ou multiplicar as funções de uma parte nomeada. do qual pouco se sabe, e há também o outro, com O grande ou nem
Esta entra em crise, revela a sua autonomia e renova relações. Deste tanto. Encontros fartos de estranheza e amplitude, quase além do
modo, compõem-se coreografias do sensível onde a palavra e a reconhecimento senão mesmo. Este é, enfim, um estudo sobre a
dança são a entrada privilegiada para uma outra-anatomia. própria condição do estudo.
—Ana Rita Teodoro —Carlos Manuel Oliveira

Palco e Pavilhão, 2017 — ​Conceito: Ana Rita Teodoro; Interpretação Uma peça de Carlos Manuel Oliveira, co-criada com Daniel Pizamiglio,
e Criação: Ana Rita Teodoro e Bernardo Chatillon; Produção: e actuada pelos dois. Com cenografia de Tiago Gandra, e alguma
Associação Parasita; Residências artísticas: CN D, Pólo Cultural das colaboração de Ana Trincão. Uma produção Mundos sem Fundos, em
Gaivotas, Espaço do Tempo, Teatro Sá da Bandeira/Parasita, Mala co-produção com Associação Parasita. Criada em residência n’O Espaço
Voadora.Porto Coprodução: Parasita, Teatro Rivoli, CN D, Fundação do Tempo em Montemor-o-Novo, no Musibéria em Serpa, na INcubadora
Geral das Artes; Apoio GDA d’Artes em Santarém, na Subud em Bucelas, no Centro Ciência Viva do
Sonho d’intestino e Orifice Paradis, 2012 – ​13 — ​Criação e performance: Alviela pela Materiais Diversos, e no 23 Milhas em Ílhavo.
Ana Rita Teodoro; Produção: CNDC Angers, Associação Parasita
Carlos Manuel Oliveira e do Centro de Linguística da
Ana Rita Teodoro Mestra em por artistas e pesquisadores é Doutorado pelo Programa Universidade Nova de Lisboa. Foi
Dança, Criação e Performance como Tadashi Endo, Sankai UT Austin | Portugal com a professor associado de estudos
pelo CNDC de Angers e pela Juko, Torifune, Akira Kasai, Min tese “Objectos Coreográficos: dos media no Instituto Superior
Universidade Paris 8 (2011/2013), Tanaka, Yoshito Ohno, Patrick Abstracções, Transducções, de Tecnologias Avançadas,
desenvolveu como pesquisa De Vos e Christine Greiner. Expressões”; é Bacharel director artístico do “Novo Circo
a criação de uma “Anatomia Recentemente (2015) recebeu em Dança Contemporânea: do Ribatejo” e coordenador
Delirante”. Em 2002 foi aluna a Bolsa de Aperfeiçoamento Coreografia e Contexto pela nacional do sector de teatro no
do Curso de Pesquisa e Criação Artístico da Fundação Calouste Universidade de Artes de INATEL. Entre outros, traba-
Coreográfica do Fórum Dança e Gulbenkian para voltar ao Japão e Berlim; e é Mestre em Estudos lhou e estudou com Kattrin
em 2015 do curso de Coreografia estudar com Yoshito Ohno e para do Ambiente pela Universidade Deufert, Thomas Plischke,
organizado pela Fundação o ano de 2016 desenvolve uma Nova de Lisboa. Frequentou o Boris Charmatz, Gill Clark,
Calouste Gulbenkian. Participa pesquisa em torno da prática curso de Artes Performativas Franz Anton-Cramer, Hanna
activamente nos exercícios do do Butoh com o apoio do CN D Interdisciplinares e Tecnológicas Hegenscheidt, Susan Klein,
c.e.m., onde desencadeia o (Pantin), Aide à la recherche et do Programa Criatividade e Wojtek Ziemilski, Alex Baczynski-
estudo do corpo via a anatomia au patrimoine en danse, a ser Criação Artística da Fundação Jenkins, Litó Walkey, Jonathan
experiencial, a filosofia e o exposta no início de 2017. Desde Calouste Gulbenkian e o curso Burrows, Marcelo Evelin,
cruzamento pluridisciplinar, com 2009, Ana Rita Teodoro criou as de Criatividade Científica Fernando Romão, João Fiadeiro,
Sofia Neuparth em particular, seguintes coreografias a solo: e Investigação Artística do André Lepecki, Bruno Pernadas
entre outros. Em 2007/2010 fez MelTe (2009), Curva (2010), Laboratório de Antropologia e e Urândia Aragão. Actualmente,
o Curso de Instrutores de Chi Orifice Paradis (2012), Sonho Dança (AND_Lab). É investigador desenvolve o seu trabalho coreo-
Kung, da Escola de Medicina d’Intestino (2013) e ASSOMBRO associado do Centro Inter- gráfico entre a performance, a
Tradicional Chinesa de Lisboa. (2014-15). Trabalha em diversos Universitário de Dança de Berlim instalação e a escrita.
O butoh de Tatsumi Hijikata projectos pontuais com artistas
tem sido uma das suas áreas como Sofia Neuparth, Márcia
de maior investimento artístico.
Desde 2007 que participa em
Lança, Laurent Pichaud, João
dos Santos Martins e Marcela Simão Costa
diferentes workshops liderados Santander Corvalàn.
Beat Without Byte, 2017
Um concerto com o público em pé, mesmo em lógica de danceteria
ou rave, ou o que seja, com o intuito de fazer o público dançar. Em
palco: 1 piano, 1 pianista, 1 pista de dança, vários públicos e vários
dispositivos electromagnéticos. Zero computadores igual a zero bytes.
—Simão Costa

Simão Costa nasceu em 1979. solo e as esculturas sonoras


Vive e trabalha em Lisboa. É interativas C_vib. Tem colaborado
compositor, pianista e criador de com artistas de diversas áreas e
instrumentos/objectos/códigos práticas. O seu trabalho foi apre-
informáticos. Dos trabalhos mais sentado em Portugal, Espanha,
recentes destacam-se o π_ANO França, Bélgica, Polónia, Holanda,
PRE·CAU·TION PER·CU·SSION Reino Unido, Grécia, Itália e
ON SHORT CIRCUIT para piano Brasil.

15 13
Outros
eventos
Cinema Clube do Espectador
Em co-apresentação com o Cineclube Por iniciativa do Festival Materiais Diversos,
de Santarém, serão apresentadas três que decorre anualmente em Setembro,
sessões com filmes e vídeos dos artistas espectadores de Alcanena, Torres
convidados ou projectos documentais Novas e Cartaxo deslocar-se-ão a
relativos à sua obra. Santarém para participar em algumas
25 Fevereiro (sábado) 9 Março (quinta-feira)
das actividades públicas do ciclo no
17h – ​TSB 21h30 – ​TSB contexto do projecto “Ver no Escuro”.
Sessão de filmes a propósito Sessão de filmes a propósito
da obra de Vera Mantero: da obra de João Fiadeiro, com
Curso de Silêncio, 2007
de Miguel Gonçalves
Mendes e Vera Mantero
a presença do artista.
The End of a Love Affair, 2003
de Pedro Costa
Pedagogia
(versão de Vera Mantero) e
Let’s Talk About It Now, 1999
5 Anos da Re.Al, 1995
de Laurant Simões
Em protocolo com o Curso Profissional de
de Margarida Ferreira de (outros a anunciar) Artes do Espectáculo — ​Interpretação, da
Almeida
20 Maio (sábado)
Escola Secundária Dr. Ginestal Machado,
(horário a anunciar) terá lugar uma série de workshops
Sessão de filmes a propósito
do projecto REACTING TO TIME,
ministrados pelos artistas cujas obras
portugueses na performance serão apresentadas ao longo do ciclo.
comissariado por Verónica
Metello (programa a anunciar)
Fomenta-se a transmissão de repertório
e práticas coreográficas e a discussão
da História da Dança em Portugal.
23 Fevereiro — ​Vera Mantero
6 Março — ​Ana Rita Teodoro
9 Março — ​João Fiadeiro
30 Março — ​Filipe Pereira e Teresa Silva
15-19 Maio — ​Vânia Rovisco
8 Junho — ​Carlos Manuel Oliveira

Em parceria, conta-se igualmente com a participação da


Escola E. B. 2 e 3 D. João II nas actividades públicas do ciclo
e em torno do projecto Para uma Timeline a Haver.

Residências
Artísticas
Em colaboração com o recém-aberto
7 espaço dedicado a residências artísticas
em Santarém, INcubadora D’Artes,
acolhem-se os artistas com trabalhos
em estreia no ciclo para um período
de processo das suas obras:
15 – ​19 Maio
Vânia Rovisco — ​REACTING TO TIME, portugueses na performance

17 – ​21 Maio
Ana Rita Teodoro — ​Palco e Pavilhão

29 Maio – ​16 Junho
Carlos Manuel Oliveira — ​do desconcerto,
por um lado / da aventura, por outro

Ainda com o intuito de apoiar a co-produção e encomenda


do ciclo a Carlos Manuel Oliveira, foram estabelecidas parce-
rias com estruturas de produção nacionais, a saber: Materiais
Diversos, Musibéria e O Espaço do Tempo, que acolherão o
seu processo de trabalho entre Janeiro e Junho de 2017.
NEW—OLD 24.2 – 1​ 7.6.17
A Timeline To Be — ​
DANCE genealogies of dance as
art practice in Portugal
24.2—17.6.17 Presented in the gallery space of Sá da Bandeira Theatre, A Timeline
To Be is a collective research project that attempts to illustrate 20th
and 21st century milestones in the development and dissemination of
dance as an art practice in Portugal, with a particular focus on post-
1950s work. Conducted between 2016 and 2017, and acknowledging
the present as a place of enunciation, it proposes a singular construc-
tion of several chronologies pertaining to contemporary dance in
Portugal. Based on an inquiry involving dancers, choreographers,
New—Old Dance is a 5-month long cycle of performances, exhibi- critics, technicians, historians and spectators, the project intersects
tions, talks and workshops that will parasitize Santarém’s cultural several key social, political, cultural, biographical and artistic events.
activity. The programme of events, organized by local cultural asso- This exercise proposes to highlight historical events that — ​through
ciation ‘Parasita’, takes advantage of several existing institutions and their influence upon authors, practices and institutions — ​came to
resources in the city. Although events will be held at Sá da Bandeira frame the history of dance in Portugal. In order to expose potential
Theatre and INcubadora d’Artes, as part of the project’s contribution tensions, key events and iconic occurrences, the project also contex-
towards a widespread access to the arts, the cycle will also extend its tualizes events in relation to much broader aspects, namely, key
activities to involve Dr. Ginestal Machado Secondary School through transformations in Portuguese society and choreographic discourse
a pedagogical programme. (what dance is and what it can be as an artistic practice).
Taking place from February to June 2017, the cycle proposes to –Ana Bigotte Vieira and João dos Santos Martins
explore the diverse aesthetic and social contexts that have framed
Portuguese choreographic production in its recent democratic
history. Although the cycle presents pivotal works from the New
Portuguese Dance movement (1980s/90s), it simultaneously supports Vera Mantero
contemporary production by showing productions done in the last
decade by a generation of choreographers working predominantly in
the independent scene.
24.2.17
In parallel to the above programme, the theatre’s Gallery will host In 1993, Alexandre Melo wrote in the weekly newspaper Expresso
the exhibition/installation “A Timeline To Be”, a singular exercise of that the Portuguese had no body: ‘the dominant discourses do not
periodization and collective mapping concerning dance as an artistic address sexuality and, above all, diversity, discrimination and sexual
practice in Portugal during the second half of the 20th century. Under repression.’ In fact, after witnessing the work of Vera Mantero and
the guise of various conversations and performative activations of the Francisco Camacho, Melo was addressing the expressiveness of a
chronological apparatus, this project complements the overall cycle new emerging dance practice in Portugal, in which, on the contrary,
with a discursive content that generates a bridge between ways of he grasped a sexualized and sensuous body that functioned as a
seeing and doing. transformative agent. The title of Vera Mantero’s piece, a promi-
Comprising a series of monthly performances in articulation with nent figure within the movement that came to be known as New
discussions and exchanges between artists and the audience, labora- Portuguese Dance, was Perhaps she could dance first and think after-
tories, installations and residencies involving several of the projects wards. Back then she announced the emergence of a paradigm. Now
premiering during the cycle, New—Old Dance intersects research, she inaugurates this cycle. In an evening of short pieces, originally
transmission and creation, resulting in a privileged moment to closely produced between 1991 and 1996, Mantero engages not only with the
observe the contemporary panorama of Portuguese dance, interro- somewhat subjective relational process of the post-colonial legacy
gating both the past and present of that practice. and the political and cultural vacuum she sensed at the time, but also
—João dos Santos Martins brings to Santarém a paradoxical artistic practice, traversed by more
than two decades of continuous activity.

João Fiadeiro
and Paula Caspão
11.3.17
João Fiadeiro is an influential contemporary artist and pedagogue,
with a prolific work that predominantly explores the relationship
between art and science. Renowned for his development of “Real
Time Composition” and the creation of RE.AL, a central organization
for choreographic research in Portugal, Fiadeiro presents two recent
pieces in which one can, nonetheless, sense a genealogical drive to
revisit his own artistic path. I was here is a “performance-lecture”
that alludes to I am here, a piece Fiadeiro created in 2003 in dialogue
with the work of artist Helena Almeida. On the other hand, This body
that occupies me1, a 2008 performance, “re-enacted” in 2014, which
Fiadeiro defines as a “thesis” of his own work, proposes an overview
of several key ideas that traverse his practice, such as the notions/
tensions between “time and duration”; “presence and absence”; or
“real and fiction”. As part of the Timeline’s conversations and activa-
tions programme (see p. 3), these subjects will also be addressed in
a talk between researcher Paula Caspão and Fiadeiro at the end of
his performance.
1
The Portuguese title refers to a fold: a life lived in-between two sorts
of occupations that keep looping back and crossing one another, as
in a two-pronged spiral. The verb “ocupar” [“occupy”] has at least
two senses. It refers both to “a body”, namely to “this” body that
inhabits “me” — ​almost as in a territorial occupation, a “takeover”,
though not necessarily by explicit force —, and to “this” body as the
issue that has become “my” main concern, “my” main “activity”,
namely a compulsive, unavoidable activity.

24 15
Teresa Silva Verónica Metello, Vânia
and Filipe Pereira Rovisco, Carlota Lagido,
6.4.17 Daniel Pizamiglio, Sónia
Teresa Silva and Filipe Pereira are two Generation Z (2010s) choreog- Baptista, Clara Menéres
raphers whose work is characterized by the interest in collaborative
processes translated in several co-creations with other artists and and António Olaio
informal collectives. Both attended Escola Superior de Dança and
Fórum Dança — ​two key institutions in Portugal’s dance scene -, where
they came across Vera Mantero and João Fiadeiro and met each
20.5.17
other, beginning a relationship of both personal and artistic sharing. Throughout the 2000s dance practice was heavily shaped by the
Premiered in 2013, O que fica do que passa is their first de facto desire to salvage archives, discourses, aesthetics and corporeality.
collaborative project, preceded by a shorter experience titled Letting Since then, there has been a persistent number of re-enactments,
Nature Take Over Us Again. Both works derive from a fascination revivals and reactivations that reclaim a trans-historical present
concerning the scenographic, where materials, body, light and sound traversed by memory and reflections concerning its role in contem-
create a visual choreography that rejects narrative linearity and simul- porary performing arts. This because numerous stories were left
taneously produces a multiple sensory fiction. untold and many things were left to record, events that are currently
perceived by official history as unexpressed counterculture.
In 1984, ten years after the Carnation revolution, António Olaio
presented his performance Il faut danser Portugal, which literally
translates as Portugal Must Dance. Created a decade before Alexandre
Melo questioned the absence of body narratives in Portuguese soci-
ety, Il faut danser Portugal was already announcing, or asserting, as
claimed by researcher and dramaturge André Lepecki, a set of recon-
figurations concerning the experience of “national” corporeality.
The work by multidisciplinary artist and dancer Vânia Rovisco,
associated with a time-reaction-project based on her research on
Performance Art in Portugal, predominantly investigates corporeal-
ity transmission forms. In this cycle, the artist will transmit Olaio’s
performance to the students attending the Vocational Performing
Arts Course at Dr. Ginestal Machado Secondary School, and present
the results of this experience in the main programme of the cycle. In
continuity with the “Portugal Must Dance” motto, the cycle invited
three choreographers from distinct generations to establish a reflec-
tion concerning the processes of performance in their own practice.
Carlota Lagido, an archive-dancer that has channelled the work of
several generations of makers, presents one of her first choreographic
experiments, notforgetnotforgive, a site-specific piece created in
1999 for a men’s toilet. Sónia Baptista — ​choreographer, dancer and
writer — ​revisits one of her haikus (俳句), a short form of Japanese
23 poetry, from her homonymous 2002 performance. Moustachu, subti-
tle: The lament of the non-bearded woman or: A woman is free to grow
her own body hair unavoidably brings to mind Duchamp’s LHOOQ
(1919) in which the artist drew a moustache and beard on a repro-
duction of Leonardo Da Vinci’s Mona Lisa. Lastly, Daniel Pizamiglio,
a dancer and choreographer born in Fortaleza (Brazil) and currently
based in Lisbon, will present Concrete Dance, his final project at
Fórum Dança’s choreographic research program, where he met Vânia
Rovisco and Sónia Baptista. The piece evokes key ideas present in
concrete poetry and particular ontological concerns associated with
the idea of dance as an ephemeral event. The above program will
be accompanied by a lecture on the history of Performance Art in
Portugal given by researcher Verónica Metello, which will also involve
an extended debate with several guests, including two key figures of
this movement — ​António Olaio and Clara Menéres — ​concerning the
heterogonous nature of the concepts ‘dance’ and ‘performance’.

Ana Rita Teodoro,


37
Carlos Manuel Oliveira
and Simão Costa
16-17.6.17
Since 2012, Ana Rita Teodoro has developed a series of choreo-
graphic works devoted to body cavities. Through the critical distance
of anatomy, physiology and paleontology, Delirious Anatomy ques-
tions the imperative nature of bodily functions. Thus far, the set
comprises: Gut’s Dream, a piece about the anus and its related organ,
Orifice Paradis, about the mouth-vagina, and two new pieces that will
be premiered in Santarém, Stage and Pavilion, that pay tribute to the
knee and ear, respectively.
A new piece by Carlos Manuel Oliveira of disconcert, on the one
hand / of adventure, on the other will also debut during the cycle.
Although not focused on any particular anatomical organ, Oliveira’s
piece explores the body as a field of knowledge, from the simplest
organization of touch to the problematic negotiation of the “common”.
The work will be developed and presented at Oliveira’s former primary
school, São Salvador (currently housing INcubadora D’Artes — ​a work-
ing space for artists), and proposes a discussion about learning and
the transmission of knowledge. The last event of this programme is
also a double premiere, the release of a new record by pianist Simão
Costa followed by a techno acoustic dance concert.
40
25
21 23
22 24

26
27 28 29 30

31 32 33 34 35

37
38 39 40
36

1 Delirar a Anatomia, anónimo, 10 Dança Concreta © José Carlos Duarte 21 Sonho d’Intestino © Carolina Miernik 31 u
 ma misteriosa Coisa, disse o
miniatura, Sul da Índia 11 Dança Concreta © José Carlos Duarte 22 L.H.O.O.Q., 1919, Marcel Duchamp e.e. cummings* © Jorge Gonçalves
2  uma misteriosa Coisa, disse o e.e. 12 Dança Concreta © José Carlos Duarte 23 Letting Nature … © Sofia Ribeiro Trindade 32 Sonho d’Intestino © Carolina Miernik
cummings* © Park Sang Yun 13 I Am Here © Patrícia Almeida 24 Para Uma Timeline A Haver © 33 Orifice Paradis © Laurent Friquet
3 Conversa-performance 14 Pavilhão João dos Santos Martins 34 Orifice Paradis © Laurent Friquet
4 O que fica do que passa © Joana Patita 15 do desconcerto, por um lado / 25 I Was Here © João Fiadeiro 35 Orifice Paradis © Sara Santos
5  O que fica do que passa © Joana Patita da aventura, por outro 26 Still de notforgetnotforgive 36 I Was Here © João Fiadeiro
6 O que fica do que passa © Fernando Amaral 16 Este Corpo que Me Ocupa © José Frade 27 Dança Concreta © José Carlos Duarte 37 © Daniel Pizamiglio
7 Still do filme Curso de Silêncio, 17 Talvez ela pudesse … © José Fabião 28 Sonho d’Intestino © Carolina Miernik 38 Sonho d’Intestino © Sara Santos
versão de V.M. 18 Talvez ela pudesse … © José Fabião 29 Olympia © Jorge Gonçalves 39 Dança Concreta © José Carlos Duarte
8  Este Corpo que Me Ocupa © Patrícia Almeida 19 REACTING TO TIME © João Machado 30 Simão Costa in Projecto Continuado, 40 Still de Moustachu in Haikus
9 Este Corpo que Me Ocupa © Patrícia Almeida 20 A Dança do Existir © João Tuna 2015 © José Carlos Duarte
Vera Mantero Teresa Silva
FEVEREIRO e Filipe Pereira
ABRIL
23 quinta 24 sexta
-feira** -feira 6 quinta
10:00  – ​ESGM
Apresentação do projecto com
Ana Bigotte Vieira e João dos
21:00 – ​TSB
Inauguração do projecto
Para uma Timeline a Haver — ​
-feira
21:30 – ​TSB 22:30 – ​TSB
Santos Martins + Projecção genealogias da dança enquanto Letting Nature Take Over Conversa e activação da
de Let’s Talk About It Now de prática artística em Portugal e Us Again, 2013 de Filipe Timeline com Teresa Silva,
Margarida Ferreira de Almeida da exposição de fotografias A Pereira e Teresa Silva Filipe Pereira e Ana Bigotte Vieira
14:00  – ​ESGM Dança do Existir O que fica do que passa, 2013
Workshop com Vera Mantero 21:30 – ​TSB de Filipe Pereira e Teresa Silva
3Soli de Vera Mantero:
uma misteriosa Coisa,
disse o e.e.cummings*, 1996;
Talvez ela pudesse dançar
primeiro e pensar depois, 1993; Vânia Rovisco, Carlota
Olympia, 1991
23:00 – ​TSB Lagido, Sónia Baptista,
Conversa e activação da
Timeline com Vera Mantero e Daniel Pizamiglio,
Ana Bigotte Vieira

25 Verónica Metello, António


sábado Olaio, Clara Menéres
17:00 – ​TSB
Sessão de filmes a propósito
MAIO
da obra de Vera Mantero:
Curso de Silêncio, 2007 de
Miguel Gonçalves Mendes e 15-19 20 sábado
Vera Mantero (versão de V.M.)
Let’s Talk About It Now, 1999 segunda INcubadora d’Artes e TSB
(Horário e programa
de Margarida Ferreira de
Almeida a sexta completo a anunciar)
Reacting To Time, portugueses

-feira**
10:00 – ​INcubadora d’Artes
na performance, 2014 — ​de Vânia
Rovisco e Verónica Metello
notforgetnotforgive, 1999
Workshop de transmissão de Carlota Lagido

João Fiadeiro com Vânia Rovisco Moustachu, 2002 – ​16


de Sónia Baptista

e Paula Caspão Dança Concreta, 2016


de Daniel Pizamiglio

MARÇO Masterclass de Verónica Metello


Conversa e activação da Timeline
com António Olaio, Clara
Menéres, Vânia Rovisco, Ana

6 terça 11 Bigotte Vieira, Verónica Metello,


Daniel Pizamiglio, Carlota Lagido,

-feira**
10:00 – ​ESGM
sábado
17:30 – ​TSB
Sónia Baptista e convidados

Workshop com Ana I Was Here, 2014


Rita Teodoro de João Fiadeiro

9 quinta 21:30 – ​TSB
Este Corpo que Me Ocupa, Ana Rita Teodoro,
-feira 2007/14 de João Fiadeiro
22:30 – ​TSB Carlos Manuel Oliveira,
**
08:30 – ​ESGM 
Sessão de filmes a propósito
Conversa e activação
da Timeline com João Simão Costa
da obra de João Fiadeiro
**
10:00 – ​ESGM 
Fiadeiro, Paula Caspão
e Ana Bigotte Vieira JUNHO
Workshop com João Fiadeiro
21:30 – ​TSB 30 quinta
Sessão de filmes a propósito
da obra de João Fiadeiro, -feira** 8 quinta 17 sábado
com a presença do artista
The End of a Love Affair, 2003
de Pedro Costa
10:00 – ​ESGM
Workshop com Teresa
Silva & Filipe Pereira
-feira**
10:00 – ​INcubadora d’Artes
17:00 – ​INcubadora d’Artes
do desconcerto, por um lado /
da aventura, por outro (ESTREIA)
5 Anos da Re.Al, 1995 Workshop com Carlos Oliveira de Carlos Manuel Oliveira
de Laurant Simões
(outros a anunciar) 16 sexta 21:30 – ​TSB
Colecção Delirar a Anatomia

-feira de Ana Rita Teodoro


Orifice Paradis, 2012 e
** Programa pedagógico em protocolo com o Curso Profissional
de Artes do Espectáculo — ​Interpretação, da Escola Secundária
21:30 – ​TSB
Colecção Delirar a Anatomia de
Sonho d’Intestino, 2013
22:30 – ​TSB
Dr. Ginestal Machado — ​fechado ao público geral. Ana Rita Teodoro Beat Without Byte (ESTREIA)
EGM Escola Secundária Dr. Ginestal Machado Palco e Pavilhão (ESTREIA) de Simão Costa
TSB Teatro Sá da Bandeira, Santarém 22:30 – ​TSB Lançamento do novo
Conversa e activação de disco e concerto
Timeline com Ana Rita Finissage das exposições

novavelhadanca.pt Teodoro, Carlos Manuel


Oliveira e Ana Bigotte Vieira
Festa de encerramento

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