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Capítulo 7

Permeabilidade
GEOTECNIA I

SLIDES 08

Prof. MSc. Douglas M. A. Bittencourt


prof.douglas.pucgo@gmail.com
Permeabilidade

 Propriedade do solo que indica a facilidade com


que um fluido poderá passar através de seus
poros;
 Medida de sua capacidade em permitir o fluxo de
um fluido através dele.
 Importância na Engenharia:
 Cálculo de vazões;
 Percolação e drenagem;
 Recalques e estabilidade.

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Permeabilidade
Permeâmetro

Situação sem fluxo


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Permeabilidade

 Lei de Darcy:
 Percolação de água através
de um solo sob a ação da
gravidade;
 Hipóteses: regime laminar e
líquido não viscoso.

v  ki

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Permeabilidade

 Lei de Darcy:
 Q = vazão;
 A = área do permeâmetro;
 k = coeficiente de permeabilidade;
 h = carga hidráulica que dissipa na
percolação;
 L = trajetória de percolação onde
v  ki Q
se dissipa “h”; v
 i = gradiente hidráulico;
h A
 v = velocidade de percolação. i
l Q ki A
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Permeabilidade
Valores Típicos
Permeabilidade Tipo de solo k a 20 ºC (cm/s)
Alta Pedregulho > 10-1
Média Areia grossa 10-1
Média Areia média 10-2
Média Areia fina 10-3
Média Areia argilosa 10-5
Baixa Siltes 10-4 a 10-7
Baixa Argilas 10-3 a 10-5
Muito Baixa Argilas 10-6 a 10-7
Baixíssima Argilas <10-7

OBS.: Bentonita k = 10-11


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Permeabilidade

 Métodos para medir a permeabilidade:

A partir da curva granulométrica


Métodos Indiretos
A partir do ensaio de adensamento

Permeâmetro de carga constante


Métodos Diretos Permeâmetro de carga variável
Ensaios In situ
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Permeabilidade

 Métodos para medir a permeabilidade:


 Fórmula de Hazen (1948) apud Pinto (2006):
 C – varia de 50 a 200 (Hazen)

k  C  d efet
2  Alguns pesquisadores: C < 50
 defet = d10 (em cm) atenção
k  C  0,7  0,03  T   d efet
2
 k – coeficiente de
permeabilidade (em cm/s)
 T – temperatura em graus
Celsius (ºC)
 Válida para areias fofas.

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Permeabilidade

 Permeâmetro de Carga Constante


 Indicado para solos de
elevada permeabilidade;
 NBR 13292 (ABNT, 1995):

Solo – Determinação do
coeficiente de permeabili-
dade de solos granulares
à carga constante.

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PERMEÂMETRO
DE CARGA
CONSTANTE

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Permeabilidade

 Ensaio de Carga Constante


v  ki Q V V = volume
v Q t = tempo
h A t
i
l Q ki A

V V L
ki A k
t A h t
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Permeabilidade

 Ensaio de Carga Constante


 Preparo da amostra;
 Saturação do CP;

 Estabelecer fluxo laminar, Q cte; v=ki;

 Impor gradiente hidráulico e medir volume ao

longo do tempo.
 Calcular o coeficiente
V L
de permeabilidade. k
A h t
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Permeabilidade

 Permeâmetro de Carga Variável


 Indicado para solos de
baixa permeabilidade;
 NBR 14545 (2000): Solo –

Determinação do coeficien-
te de permeabilidade de
solos argilosos à carga
variável.

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 Ensaio à carga variável (Método B)


 Preparação da amostra
 Indeformada ou reconstituída (compactada)

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 Ensaio à carga variável (Método B)


 Preparar a base do permeâmetro (tampa inferior, tela de
arame, camada de areia grossa e anel de borracha)

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 Ensaio à carga variável (Método B)


 Posicionar a amostra e acoplar o cilindro metálico

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 Ensaio à carga variável (Método B)


 Envolver o CP com argila plástica (bentonita)

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 Ensaio à carga variável (Método B)


 No topo colocar anel de borracha, areia grossa e fechar
com tampa superior.

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 Ensaio à carga variável (Método B)


 Efetuar saturação por fluxo ascendente.

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Permeabilidade

 Ensaio à carga variável (Método B)


 Conectar o sistema de aplicação e medição de
cargas hidráulicas na tampa superior;
 Iniciar ensaio;
 Anotar:
 Cargas hidráulicas;
 Tempos;
 Temperatura da água.
 Ensaio para 4 valores
idênticos de k

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 Ensaio à carga variável (Método B)


 Coeficiente de permeabilidade:
 k = coeficiente de permeabilidade (cm/s);
 a = área interna da bureta de vidro (cm²);
 H = altura inicial do corpo de prova (cm);
 A = área inicial da base do corpo de prova (cm²);
 Δt = tempo decorrido entre o início e o final de cada leitura (s);
 h1 = carga hidráulica no início de cada leitura (cm);
 h2 = carga hidráulica no final de cada leitura (cm).

a.H  h1  k20  RT  kT
k . ln  
A.t  h2 
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Permeabilidade
 Ensaios de campo:
ensaio de bombeamento
 Utilizado para determinar a
permeabilidade em camadas
de areia e pedregulho
localizadas abaixo do lençol
freático em campo
 Com auxílio de uma bomba,
faz-se o rebaixamento do
poço e espera-se o nível
d’água tornar estacionário

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Permeabilidade
 Ensaios de campo:
ensaio de bombeamento

Lei Darcy aplicada a uma superfície cilíndrica


com raio x e altura y :
dy
Q  kiA  k 2xy
dx
Agrupando as variáveis e integrando
x
Q ln 2
r2 dx 2  k y2 x1
r1 x Q y1
 ydy - -  k 
 
 y2 2  y12

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Permeabilidade
 Ensaio de tubo aberto ou
de infiltração
 Cravar tubo de sondagem no
terreno até o nível desejado e
preencher com água
 Medir a velocidade que a água
sai do tubo e escoa para o solo
 Admite-se que a água colocada
em um tubo de sondagem
escoa pelo tubo segundo
superfícies esféricas
concêntricas

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Permeabilidade
q
Velocidade para uma esfera de raio r : v  (I )
4r 2
 Ensaio de tubo aberto v  ki  k
dh
( II )
ou de infiltração dr
Igualando as equações (I) e (II)
q dh q dr
  k - -   dh 
4r 2 dr 4k r 2
Integrando a equação, tem  se
h0 q  dr q 1
h1  dh 
4k r1 r 2
dt - -  h1  h0  h 
4k r1
q  4khr1 ( III )
Escrevendo equação da continuida de : πr1 dh  qdt (IV)
2

Igualando as equações (III) e (IV)


4khr1  r1 dh / dt - -  4kh  r1dh / dt
2

r1 dh
k
4h dt
Pequenas variações de t e correspondentes de h :
r h
k 1
4h t
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Permeabilidade

 Fatores que interferem na permeabilidade


 Tamanho e forma dos grãos e distribuição
granulométrica:
 Solos de textura mais grossa são mais permeáveis
 Compacidade do solo:
 Quanto mais fofo, mais permeável

3 3
k1 e e2
 1
k 2 1  e1  1  e2 

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Permeabilidade

 Fatores que interferem na permeabilidade


 Grau de Saturação:
 Em solos não saturados, as bolhas de ar obstruem a
passagem do fluxo de água
knão saturado  ksaturado

 Estrutura do solo:
 Presença de macroporos em solos residuais
 Solos compactados no ramo seco (estrutura floculada)
são mais favoráveis à passagem de água

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Permeabilidade

 Fatores que interferem


na permeabilidade
 Densidade, viscosidade e
temperatura da água:
 Quanto maior a
temperatura, menor a
viscosidade e maior a
permeabilidade.

T
k20º  kT   kT  RT
 20º
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Permeabilidade em terrenos
estratificados
 Valores diferentes de k devido à
estratificação
 Comum em solos sedimentares
 Sugestão: k  kv  kh

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Permeabilidade em terrenos
estratificados
 Fluxo ortogonal às estratificações
A velocidade é
constante

kv 
e i

 e i
e1 e2 e3 e
   ...  i
k1 k 2 k3 k i

Área da seção transversal


considerada constante

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Permeabilidade em terrenos
estratificados
 Fluxo paralelo às estratificações
O gradiente é constante

kh 
 k e
i i

e i

Largura da seção transversal


considerada constante

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Velocidade de descarga x real
 No solo, a água escoa pelos vazios. Pela equação de
Darcy, considera-se a área total

Q  Av  A f v f
A v
vf  v 
Af n
 Q = vazão
 A = área total
 Af = área dos vazios
 v = velocidade de descarga da água
 vf = velocidade real da água
 n = porosidade do solo

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