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SANÇÕES, CRIMES E
PRESUNÇÕES TRIBUTÁRIAS
Questões
1.Conceituar e apresentar as principais diferenças (se existentes) entre: (i) tributo,
(ii) ilícito tributário, (iii) infração tributária, (iv) multa tributária, (v) juros de mora;
(vi) da correção monetária (vii) crime contra a ordem tributária e (viii) sanção penal
tributária:
ii) Ilícito tributário é o ato que viola dispositivo que estatui dever jurídico estabelecido
em lei tributária, de caráter não-criminal, submetido aos princípios do Direito
administrativo.
iii) Infração tributária é toda ação comissiva ou omissiva que viola os deveres jurídicos
estabelecidos no ordenamento jurídico tributário, sujeito aos princípios do Direito.
iv) Já a multa tributária é uma espécie de penalidade tributária, que consiste em uma
prestação pecuniária compulsória prevista no ordenamento jurídico em favor do
Estado, tendo por causa a prática de um ilícito (descumprimento de um dever legal).
viii) Já a Sanção penal tributária é conceituada como sendo uma norma jurídica em
que o Estado intervém como sujeito passivo da relação, sendo sujeito ativo a pessoa
que postula a aplicação coativa da prestação descumprida.
O artigo 97, V do código tributário estatue que somente a lei pode estabelecer a
cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos,
ou para outras infrações nela definidas.
Irretroatividade: Conforme dispõe o artigo 106, II, do Código Tributário, a lei aplica-
se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado:
Desta forma, apenas retroagirá a lei que determine sanções tributárias cujos efeitos
retroagidos ao caso sejam mais benéficas aos contribuintes.
Multa de Mora. A multa de mora não possui caráter punitivo sendo a sua finalidade
primordial é desestimular o cumprimento da obrigação fora de prazo. Elas são
devidas quando o contribuinte estiver recolhendo espontaneamente um débito
vencido.
Multa de ofício: Tem como objetivo punir o contribuinte quando ele não tiver
cumprido espontaneamente, mesmo com atraso, a obrigação tributária, seja ela
principal ou acessória. Essas multas só serão aplicadas em procedimento de ofício,
sendo denominadas multas de lançamento de ofício ou multas de ofício.
Art. 155. A concessão da moratória de maneira individual não gera direito adquirido
e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou
deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os
requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de
mora:
Parágrafo único. No caso do inciso I, o tempo decorrido entre a concessão da
moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à
cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer
antes de prescrito o referido direito.
O STJ consolidou sua posição no sentido de que não exclui a multa moratória e não se
aplica o benefício da denúncia espontânea às responsabilidades acessórias autônomas,
sem qualquer vínculo direto com a existência do fato gerador do tributo.
Das dezenas de julgados nesse sentido, pode-se destacar, por sua atualidade e clareza,
o seguinte:
No entanto, tal pleito tem sido reiteradamente rechaçado pelo STJ cuja redação é a
seguir expressa:
“STJ 360: O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a
lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.”
Neste caso, a Administração Tributária já sabe da existência do fato gerador, posto que
o próprio contribuinte declarou a sua existência. Assim, falta a principal peculiaridade
da denúncia espontânea, qual seja, propiciar, o conhecimento pelo Fisco de fatos
geradores antes desconhecidos.
Isso somente ocorre nos casos de efetiva denúncia espontânea porque o Fisco ganha
algo em troca: o conhecimento de fatos geradores que desconhecia.
Entendo que, todo norma de lançamento é definitivo, até que outra norma o
desconstitua, assim como tudo no direito. Ora, mesmo com o término do processo
administrativo iniciado pelo contribuinte o crédito tributário ainda pode ser
alterado pela via judicial. Qualquer forma de pensar em contrário, pressuporia
compreendermos que além do término do processo administrativo, teríamos de
aguardar o lapso do prazo para impugnação judicial, ou o trânsito em julgado da
decisão judicial, ou mesmo, o prazo da ação rescisória , pois só então o crédito não
mais poderia ser modificado e estaria definitivamente constituído.
Entendo que o marco inicial para a contagem do prazo prescricional para aplicação
da norma penal tributária nos crimes previstos no art. 1º da Lei n.º 8.137/90, começa
com a notificação do auto de infração, que constitui como jurídico fato tributário não
formalizado pelo contribuinte e faz nascer o crédito tributário, comprovando assim a
redução ou supressão do tributo. A Administração pode lançar o seu crédito que se
extinguirá em cinco anos contados da ocorrência do fato imponível e, nos termos do
art. 173 do mesmo dispositivo, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele
em que o lançamento poderia ter se efetuado, regra aplicada aos lançamentos por
homologação, ou da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado
lançamento anterior, por vício formal. A prescrição representa o prazo pelo qual a
obrigação tributária se extingue, por inércia do Fisco em executar a dívida já
constituída pelo lançamento e se extingue, em regra, no prazo de cinco anos.