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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS


IV SEMESTRE

Curso: ENGENHARIA CIVIL

Disciplina: Física das Construções

Tema: RESUMO DA ANÁLISE DA REGULAMENTAÇÃO PORTUGUESA DE


SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PROPOSTA DA SUA APLICAÇÃO A
MOÇAMBIQUE ”

Nome: FRANCISCO DE ASSUNÇÃO MACHATE GOMA Código: 141032031018

RESUMO:

A adopção de regulamentos de segurança contra incêndio em edifícios é um dos


desafios actuais, em matéria de construção civil, em muitos países do mundo e em particular
os em via de desenvolvimento.
Esta dissertação propõe uma regulamentação de Segurança Contra o Incêndio em
Edifícios (SCIE), para Moçambique, a qual se embasa na actual regulamentação portuguesa
de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RT-SCIE).
A regulamentação é proposta no desejo de responder a uma série de incêndios que o país,
em particular a cidade de Maputo vem tendo ao longo dos últimos anos que tem resultado em
inúmeras vítimas e destruições incalculáveis, assim como a tendente aceleração na construção
de diversos edifícios.
Pretende-se ainda com a mesma regulamentação reduzir a probabilidade de ocorrência
de incêndios, circunscrevendo e minimizando os seus efeitos, nomeadamente a propagação
do fumo e gases de combustão, facilitar a evacuação e o salvamento dos ocupantes em risco e
permitir a intervenção eficaz e segura dos meios de socorro. Por outro lado, aglutinar num
único documento e duma maneira concisa e objectiva, todo o instrumento regulador de
segurança contra incêndio em edifícios, para Moçambique.
A regulamentação moçambicana de SCIE, encontra-se em poucos artigos dispersos
sobre vários regulamentos de Legislação Sobre Construção, para além de remontarem da era
colonial e muitos deles desfasados do actual estágio de construção civil em curso no país.
Moçambique preenche em termos de edifícios as doze utilizações-tipo previstas no
regulamento português, inclusive as suas categorias de risco. Ademais algumas entidades
moçambicanas já a usam nos projectos de SCIE, tendo isto contribuído na adaptação do RT-
SCIE de Portugal para Moçambique. De salientar que para a implementação da presente
proposta precisa de se criar uma entidade fiscalizadora formada pelo Serviço Nacional de
salvação pública, Conselhos Municipais e a Ordem dos Engenheiros de Moçambique.

Os grandes edifícios construídos e/ou a construir por quase todo o país, justificam a
necessidade de Moçambique ter uma legislação de segurança contra o incêndio em edifícios
actualizada e rigorosa. Assim, o desejo de dar uma vida mais longa aos edifícios e aos seus
ocupantes, analisou-se a possibilidade de aplicação da regulamentação portuguesa de
segurança contra o incêndio em edifícios à realidade de Moçambique.
O presente estudo baseou-se na análise de segurança contra incêndio em edifícios, para
Moçambique, no qual se propõe uma regulamentação de segurança contra o incêndio em
edifícios, baseada no RT-SCIE de Portugal.
Para que Moçambique tenha, a curto prazo, uma legislação de SCIE eficaz e que
responda às exigências mundiais e atuais da construção de edifícios, é necessário que adopte
uma legislação consistente como a portuguesa, como se propõe neste trabalho.
Da análise dos artigos de SCIE vigentes em Moçambique, verifica-se que uma grande
parte remonta à regulamentação colonial portuguesa, pelo que deixaram de ter aplicabilidade,
devido à dinâmica da construção. Os estudos desenvolvidos em relação à acção do fogo
mostram que aqueles artigos apresentam muitas insuficiências, quer na sua interpretação,
quer na sua abrangência. Neste sentido, propõe-se um regulamento actualizado, para regular
os edifícios já construídos e a construir. Moçambique possui todas as utilizações-tipo
previstas pelo RJ-SCIE de Portugal, inclusive as categorias de risco nele constantes o que
sustenta a adaptação do RT-SCIE de Portugal para a realidade actual do país.
Outra constatação digna de realce é que os regulamentos moçambicanos referenciados
no presente trabalho, que constituem os instrumentos aplicados para a prevenção de incêndio,
não apresentam a subdivisão dos edifícios em utilizações-tipo, não categorizam o risco, não
classificam os locais de risco, o que cria ambiguidade e subjectividade na interpretação e
alocação do material necessário. As classificações acima apresentadas, não só garantem a
escolha do material e elemento a incorporar para a reacção e resistência ao fogo,
respectivamente, como também ajudam as entidades inspectivas a exigirem a segurança
contra o incêndio segundo as características do edifício e respectiva categoria de risco. Neste
sentido, sugere-se a classificação dos edifícios a construir e/ou construídos segundo a
utilização-tipo, a categoria de risco e a altura dos mesmos
Efectivamente para solucionar o problema de falta de hidrantes nas cidades do país,
recomenda-se que se efective a colocação destes durante a reabilitação e construção da rede
pública de abastecimento de água nas cidades. Admitindo-se que quase todo o país está em
reabilitação e construção da nova rede pública de águas domésticas, resolver-se-ia duma só
vez o problema de falta de bocas-de-incêndio, para combate de incêndio.
No que se refere a reacção ao fogo dos materiais, considerando que Moçambique, não
dispõe de laboratórios de reacção ao fogo para a testagem dos materiais, a presente proposta
de regulamento sugere que os materiais sejam no geral incombustíveis, ou caso não, tenham
uma classe de resistência ao fogo comprovada por laboratórios da União Europeia ou
equiparados.
É parte integrante da proposta da regulamentação o controla ao fumo por meio da
desenfumagem, passiva ou activa. O controlo ao fumo visa responder aos estudos que
sustentam que a maior parte das mortes ocorridas durante um incêndio, deve-se à inalação de
fumos e gases tóxicos. Por outro lado, visa ainda responder ao facto do fumo dentro dum
compartimento tornar o espaço opaco, impossibilitando assim a visibilidade e a consequente
fuga dos ocupantes.
Em Moçambique há ainda uma disparidade no tratamento da segurança contra incêndio,
pois usam-se três legislações distintas o que é prejudicial na interpretação e implementação
de certos aspectos.
Daí que se proponha um regulamento único e típico para o país, com vista a unificar a
interpretação e a implementação da SCIE, assim como compilar num único documento toda a
informação relativa à segurança contra incêndio em edifícios, visto que actualmente se
encontra em pequenos artigos dispersos pelos diversos regulamentos de construção.

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