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Ginástica

laboral
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O surgimento da ginástica laboral é datado por volta da década de 1930, na
Polônia, o que a torna um conceito recente. A princípio, a Ginástica Laboral era
chamada de “ginástica de pausa” e, conforme o tempo passou, ela ficou
conhecida pelo nome que a chamamos hoje. Um dos pioneiros a abraçar a
ideia da Ginástica Laboral foi o Japão. Aqui no Brasil, o conceito surgiu na
década de 1970, quarenta anos depois. Mas a sua verdadeira ascensão
aconteceu em 1990, quando as grandes organizações se apropriaram do uso
da Ginástica Laboral, nos seus escritórios e postos de trabalho.

A ginástica laboral possui algumas classificações, podendo assim focar no


objetivo principal conforme a necessidade dos colaboradores. A partir do tempo
disponibilizado, podem ser trabalhados especificamente cada um desses
objetivos. As classificações da ginástica laboral podem ser feitas pelo horário
de realização, como:

• Preparatória: tem como objetivo preparar o organismo para o trabalho


físico, melhora a oxigenação tecidual, aumento de frequência cardíaca,
melhora disposição e concentração. Nessa classificação tem a duração
média entre 10 e 12 minutos, onde são realizados exercícios de
coordenação, equilíbrio, concentração, flexibilidade e resistência muscular.
Realizada no início das atividades.
• Compensatória: realizada durante a jornada de trabalho, buscando o alívio
de qualquer tensão muscular decorrente do uso excessivo da estrutura por
má postura ou pelo esforço excessivo. Auxilia na remoção de resíduos
metabólicos, correção postural e prevenção de fadiga muscular. Trabalha
especificamente exercícios de correção de postura, flexibilidade,
alongamentos e exercícios respiratórios.
• Relaxamento: realizada ao final da jornada de trabalho, tem como principal
objetivo o alivio de tensões e diminuição do estresse, onde são feitas
automassagens, exercícios respiratórios, alongamentos e meditação.

As classificações da ginástica laboral também podem ser feitas através dos


objetivos principais dos exercícios, como:

• Ginástica corretiva/postural: relacionada ao equilíbrio entre as


musculaturas agonista e antagonista, envolvendo alongamento e
fortalecimento de musculaturas em pouco uso. Tem a duração média de
dez minutos, podendo ser realizada todos os dias ou três vezes por
semana.
• Ginástica de compensação: objetiva a prevenção de adaptações e
compensações posturais. São realizados exercícios simétricos e
alongamentos por até dez minutos.
• Ginástica terapêutica: objetiva o tratamento de distúrbios, patologias e
alterações posturais, conforme as principais queixas. Necessita de um local
apropriado e tem a duração média de trinta minutos.
• Ginástica de manutenção/conservação: programa onde se busca manter
os resultados decorrentes de um trabalho de condicionamento físico, após
alcançar o equilíbrio muscular e as correções necessárias. Necessita de
uma sala especial para o treinamento, utilizando o tempo de folga, com
duração média entre quarenta e cinco e noventa minutos.
Importância da ginástica laboral
Para que você perceba a importância da ginástica laboral, vamos imaginar o
seguinte cenário: um colaborador sentado em frente ao computador por um
período de 8 horas. De repente ele começa a sentir uma dor nas costas, mexe
para um lado, para o outro. Ele tenta se concentrar e continuar sua tarefa, pois
precisa entregá-la logo. A dor persiste, ele se desconcentra, se irrita, perde
ritmo, perde a linha de raciocínio e fica frustrado. O expediente acaba e ele vai
embora para a casa fadigado. Ainda com dor ele não consegue dormir bem. No
outro dia ele volta para o escritório, cansado, ainda com dor, desanimado e o
processo recomeça. Agora imagine isso em uma escala maior, com mais
frequência, qual seria o resultado?
Provavelmente você deve estar pensando que em breve esse colaborador
faltará, seja para procurar ajuda médica e fazer um tratamento, seja para
apenas repousar. A essa altura, o trabalhador já está insatisfeito, já teve um
decréscimo em sua produtividade e isso finalmente resultará em seu
afastamento. Agora imagine se toda a sua equipe começar a sentir
desconfortos, dores e incômodos. Já que, de alguma forma todos estão no
mesmo ambiente de trabalho e expostos aos mesmos riscos ergonômicos.
Essas circunstâncias seriam desastrosas e muito prejudiciais ao desempenho
geral dos colaboradores e consequentemente resultaria em prejuízos a
empresa. E por mais que as situações apresentadas sejam hipotéticas, elas
acontecem com frequência em corporações de todo o mundo. Além disso, sua
empresa tem uma responsabilidade para com aquele funcionário que se
dedicou bastante para o desenvolvimento dos seus negócios. A saúde
ocupacional é um importante aspecto da gestão no novo milênio

Para que serve a ginástica laboral


Cerca de 3,5 milhões de pessoas com mais de 18 anos têm ou já tiveram
diagnóstico de Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) no Brasil, segundo a
Pesquisa Nacional de Saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), feita em 2014. A Pesquisa Nacional da Saúde, mostrou que 18,5% da
população adulta do Brasil é acometida por doenças crônicas na coluna,
totalizando cerca de 27 milhões de pessoas. Os problemas localizados na
região da lombar são muito comuns e por isso, em 2013, verificou-se que a
incidência de dores nas costas foi o problema que mais afastou funcionários
dos postos de trabalho.
A prática de exercícios no local de trabalho afasta todos esses problemas
citados acima e ainda minimiza o estresse laboral. Segundo a Presidente da
Associação Brasileira de Ginástica Laboral (ABGL), Valquíria Aparecida de
Lima, a ginástica laboral em poucos minutos consegue ativar o corpo e
oxigenar melhor a parte muscular

A partir desses aspectos, concluímos que a ginástica laboral é uma prática que
tem como principal objetivo prevenir patologias relacionadas às atividades
laborais e incentivar os colaboradores à prática de atividades físicas,
enfatizando a importância para a melhora na qualidade de vida e manutenção
da saúde. A prática da ginástica laboral envolve aspectos como a valorização
do colaborador, a preocupação da empresa com a saúde dos seus
colaboradores, o desenvolvimento do trabalho com qualidade, a prevenção de
patologias e oferecer um bom ambiente para trabalhar. A partir desses
aspectos, a ginástica laboral acaba se encaixando no que tange à boa
qualidade de vida e conservação da boa saúde, demonstrando essa
preocupação com os colaboradores, fazendo com que o trabalho não seja uma
atividade desgastante e que possa comprometer a funcionalidade do indivíduo.

Em quais lugares são praticados


ginástica laboral geralmente é realizada no posto de trabalho ou em algum
espaço especifico dentro da empresa, tendo a duração média de quinze
minutos, podendo ser realizada diariamente, três vezes por semana ou
conforme a frequência que a empresa disponibiliza.

Para quem essa atividade é indicada


A ginástica laboral é indicada para todos os funcionários da sua empresa,
independentemente da idade e do cargo ocupado, tais como aqueles que:

• fazem muitos movimentos repetitivos;


• executam tarefas que exigem grande esforço físico ou mental;
• exercem cargos com pouca movimentação ou monótonas;
• trabalham com manipulação e/ou movimentação de cargos e pesos;
• exercem atividades que induzem a posturas incorretas ou não
ergonômicas

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