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ECT - Seminário 1 - Diego Diniz Ribeiro PDF
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ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO
Diego Diniz Ribeiro1
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7. Em síntese, alerto aqui para o risco de a nova lei ser aplicada com os olhos no re-
trovisor, abstraindo-se dela um raciocínio meramente formal, desprovido de conteú-
do, desconectado da realidade cotidiana e sem sintonia com o Estado Democrático de
Direito (PEREIRA, Paulo Sérgio Velten. Por um processo civil comunicativo e dialó-
gico. In: FREIRE, Alexandre. MACÊDO, Lucas Buril de. PEIXOTO, Ravi. (orgs.).
Coleção Novo CPC: doutrina selecionada – parte geral (vol. 1). Salvador: JusPodivm,
2015. p. 397. (grifos nosso).
8. “Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas
ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e
subsidiariamente.”
9. “Na primeira situação, a da supletividade, o que se supõe é a total ausência de
especial norma reguladora do processo administrativo, caso em que o Código de
Processo Civil acaba por assumir a função ‘normativo-substitutiva’.
Na segunda hipótese, quando o assunto é subsidiariedade, pressupõe-se alguma
regulamentação, ostentando o Código de Processo Civil de 2015 uma função “nor-
mativo-complementar”. (Aplicação do CPC ao processo administrativo tributário.
In: O novo CPC e seu impacto no direito tributário. 2ª. ed. São Paulo: FISCOSOFT,
2016 p. 256.).
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10. BRANCO, Leonardo Ogassawara de Araújo. RIBEIRO, Diego Diniz. CARF deve
suspender processos de ICMS na base da Cofins? Disponível em: <https://jota.info/
artigos/carf-deve-suspender-processos-do-icms-na-base-da-cofins-03052017>.
Acesso em: 18 de out. 2017.
11. Aliás, nem toda lacuna legislativa no processo administrativo implica a obrigató-
ria convocação subsidiária do CPC, pois se assim fosse seria possível falar-se em
convocação do CPC para fins de imputação de sanções decorrentes de uma litigân-
cia de má-fé, por exemplo. Tal fato só reforça a ideia que a clássica interpretação do
caráter integrativo de normas, realizada quase que de forma automática ante um
determinado “vazio” legislativo, não merece prosperar.
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15. “Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.”
16. “Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.”
17. “Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se ma-
nifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.”
18. “Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
(...).
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22. Referido princípio deve ser lido “não como dever ético da parte agir contra seus
interesses, mas a partir da ideia de ‘comunidade de trabalho’ e na leitura da coope-
ração a partir do ‘contraditório como garantia de influência e não surpresa’ (arts. 7o
a 10 do Novo CPC), porque se criarmos um ambiente procedimental em que, real-
mente, as partes possam (já que não são obrigadas, mas facultadas a tal), ao agir na
defesa dos seus interesse, contribuir para a construção do provimento em conjun-
to com o magistrado (que deve agir como facilitador desse procedimento); e mais,
se compreendermos que esse provimento só é legítimo se for o resultado direto da-
quilo que foi produzido em contraditório no processo (art. 489, § 1o, do Novo CPC),
seja na reconstrução dos “fatos”, seja no levantamento de “pretensões a direito”
(reconstrução do ordenamento), então ter-se-á uma compreensão adequada da coo-
peração no Novo CPC.” (BAHIA, Alexandre Melo Franco. NUNES, Dierle. P, Flávio
Quinad. THEODORO JÚNIOR, Humerto. “Novo CPC: fundamentos e sistematiza-
ção. 2a. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 72.) (grifos dos Autores).
23. “Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para
o descobrimento da verdade.”
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40. Particularmente tenho uma visão bastante crítica a respeito desta pretensa apro-
ximação do direito brasileiro de um modelo de stare decisis, aproximação essa que
não é uma novidade trazida pelo CPC/2015, mas é por ele tocada e aparentemente
aprimorada. Partilho da opinião que, em verdade, as chamadas técnicas de unifor-
mização da jurisprudência (súmulas, súmulas vinculantes, repercussão geral, recur-
sos repetitivos, incidente de resolução de demandas repetitivas, dentre outras) não
promovem uma verdadeira aproximação do nosso modelo com um sistema de Com-
mon Law, mas, em verdade, implica a criação de uma “jabuticaba” jurídica, o que
tenho chamado de Macunaíma Law, expressão essa cunhada no seguinte trabalho:
RIBEIRO, Diego Diniz. O incidente de resolução de demandas repetitivas: uma busca
pela “common law” ou mais um instituto para a codificação das decisões judiciais In:
ARAÚJO, Juliana Costa Furtado. CONRADO, Paulo César (Orgs.). O novo CPC e seu
impacto no direito tributário. São Paulo: Fiscosoft, 2015. p. 96.
Para maior detalhamento desta postura crítica aqui noticiada remeto o leitor inte-
ressado no assunto aos seguintes textos: RIBEIRO, Diego Diniz. Coisa julgada, di-
reito judicial e ação rescisória em matéria tributária. In Processo Tributário Analíti-
co II. São Paulo: Noeses. 2013; RIBEIRO, Diego Diniz. Súmula vinculante e a
codificação das decisões judiciais no Brasil. http://www.ibet.com.br/download/
Diego%20Diniz%20Ribeiro.pdf. Acessado em 17/01/2016; e RIBEIRO, Diego Diniz.
Precedentes em matéria tributária e o novo CPC. In Processo Tributário Analítico III.
São Paulo: Noeses. 2016.
41. “Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la está-
vel, íntegra e coerente.”
42. “Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de de-
mandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitu-
cional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.”
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43. CARF deve suspender processos de ICMS na base da Cofins? Disponível em: <ht-
tps://jota.info/artigos/carf-deve-suspender-processos-do-icms-na-base-da-co-
fins-03052017>. Acesso em: 18 de out. 2017.
44. “Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a
aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob
fundamento de inconstitucionalidade.
§ 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei
ou ato normativo:
I - que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do
Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Portaria MF nº 39, de 2016)
II - que fundamente crédito tributário objeto de:
a) Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 103-A da
Constituição Federal;
b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Jus-
tiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543-B e 543-C da Lei nº
5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 - Código de Proces-
so Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela
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45. ANDRADE, José Maria Arruda de. Interpretação da norma tributária. São Pau-
lo: MP Editora/APET, 2006, p. 137: “Com essas afirmações, percebe-se o caráter so-
cial e interativo do ‘seguir uma regra’, podendo-se afirmar (...) que esse caráter é defi-
nido mediante a ideia de jogos de linguagem e de vivência com os quais se aprende a
entender o uso das palavras mediante adestramentos”.
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Conclusões
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