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EMPREENDEDORISMO
Professor:
Me. Paulo Pardo
Me. José Rodrigo Gobi
DIREÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Conceituar e contextualizar o empreendedorismo e apresentar as alterna-
tivas para início de empreendimentos.
•• Entender o empreendedorismo por necessidade e o empreendedorismo
por oportunidade.
•• Avaliar a importância para a economia de iniciativas empreendedoras.
PLANO DE ESTUDO
Você já notou como as pessoas de sucesso são alvos de admiração? Tanto no cenário
de entretenimento quanto empresarial, aqueles que se destacam por seus méritos são
considerados referências. Quando pessoas de origem humilde se tornam empresários
bem-sucedidos e capitaneiam verdadeiros impérios corporativos muitos acreditam
que são pessoas de sorte ou favorecidas por circunstâncias especiais. Entretanto, na
verdade, este é um pensamento incorreto: o sucesso que muitos empresários têm
hoje é o resultado de muito esforço, persistência e muito, muito trabalho.
É fato que se tornar bem-sucedido é um enorme atrativo para todos e a
construção de um negócio próprio é uma das ferramentas possíveis para isso.
Você é uma dessas pessoas? Conhece alguém em seu círculo de relacionamen-
tos que gostaria de iniciar um empreendimento?
Diante desta perspectiva, podemos nos questionar: porque alguns empreen-
dedores prosperam, alcançam seus objetivos - e até os superam - enquanto
outros tantos, bem-intencionados, não conseguem? Estas questões são ex-
tremamente relevantes. Além de lidar com sonhos e expectativas pessoais, o
empreendedorismo também afeta economicamente famílias e até comunida-
des inteiras. De certa forma, até a nação.
Por essa razão, ao longo deste estudo, vamos considerar alguns conceitos
básicos de empreendedorismo para uma base conceitual em relação ao tema.
Também, indicar as possibilidades da ação de empreender e a importância das
iniciativas empreendedoras para a economia de forma geral. Primeiramente,
faremos uma consideração sobre as origens do termo e da prática do empreen-
dedorismo, suas principais escolas e seus pensadores.
Na sequência, abordaremos um interessante e controverso questionamen-
to: o empreendedor inicia seu novo negócio primariamente por necessidade ou
aproveita oportunidades? Por fim, será possível visualizar a importância do em-
preendedorismo para a economia de um país como fonte de riqueza e renda,
em particular, em nosso país.
Espero que você aproveite este conteúdo, bem como as indicações adi-
cionais de estudo, para um conhecimento estruturado e para que desenvolva
um juízo de valor sobre sua própria postura em relação ao desafio que o em-
preendedorismo traz.
Bons estudos!
introdução
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Empreendedorismo:
Definições e Conceitos
Vamos iniciar nossos estudos compreendendo melhor nosso tema. Primeiramente,
precisamos entender que as teorias relacionadas ao empreendedorismo e a defini-
ção de empreendedor não possuem uma única abordagem. Atualmente, existem
diferentes linhas teóricas, construídas de forma muito bem fundamentadas. Dessa
forma, vamos resgatar e apresentar a literatura científica sobre esses termos.
De acordo com Dornellas (2005) o empreendedorismo está relacionado com a capa-
cidade de fazer acontecer, envolvendo pessoas e o processo de criação e inovação que,
em conjunto, causam a transformação de ideias em oportunidades. Para Hisrch e Peters
(2004) o empreendedorismo é o processo de criar algo novo agregando valor econômi-
co, dedicando tempo e esforços necessários, assumindo riscos calculados e recebendo
as recompensas decorrentes da independência econômica e satisfação pessoal.
Pós-Universo 7
ANATOMIA
do Empreendedor
Capacidade de descobrir
novas oportunidade
Trabalha sozinho
Alto comprometimento
Forte intuição
Conhece muito bem o ramo
de atividade que atua
Visa alcançar resultados
É racional
Conhece o ambiente em que vive, utilizando-o
para encontrar oportunidades de negócios
•• Não é possível determinar com certeza se uma pessoa vai ou não vai ser
bem-sucedida como empreendedora.
saiba mais
De acordo com Dornelas (2007), tem-se 8 tipos de empreendedores: em-
preendedor nato, empreendedor que aprende, empreendedor serial,
empreendedor corporativo, empreendedor social, empreendedor por ne-
cessidade, empreendedor herdeiro e empreendedor normal.
Fonte: os autores.
10 Pós-Universo
““
[...] dois tipos de inovações são amplamente difundidos na literatura: a inova-
ção radical e a inovação incremental. Luecke (2003) explica que uma inovação
radical é algo absolutamente novo e normalmente envolve novas técnicas
de produção e novas tecnologias. Segundo o mesmo autor, a inovação in-
cremental explora processos, tecnologias e produtos já conhecidos, focando
as melhorias que podem ser feitas.
saiba mais
A empresa maringaense O Casulo Feliz fez uso da ideia de responsabilidade
ambiental e social para crescer e levar seus produtos ao mercado internacio-
nal. Intitulada de “seda sustentável”, produzida por meio do aproveitamento
de casulos rejeitados por cultivadores, trabalho artesanal e processos am-
bientalmente corretos de produção, o produto apresenta tamanha qualidade
que perpassou as barreiras nacionais e hoje a empresa se apresenta como
grande exportadora para o mercado de moda e decoração.
Fonte: os autores.
12 Pós-Universo
EMPREENDEDORISMO
POR NECESSIDADE OU
POR OPORTUNIDADE
Pós-Universo 13
saiba mais
O programa de pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), de abran-
gência mundial, é uma avaliação anual do nível nacional da atividade
empreendedora. Teve início em 1999, com a participação de 10 países, por
meio de uma parceria entre a London Business School, da Inglaterra, e o
Babson College, dos Estados Unidos. Nesses 10 anos, mais de 80 países par-
ticiparam do programa, que permanece crescendo ano a ano.
Atualmente, no mundo, o GEM é o maior estudo contínuo sobre a dinâmi-
ca empreendedora. Para saber mais acesse: <http://www.ibqp.org.br/gem>.
Fonte: os autores.
Grande parte dos negócios criados por necessidade estão relacionados com
a falta de oportunidades no mercado (AIDAR, 2007). Além disso, o perfil de pessoas
que empreendem é composto, muitas vezes, por pessoas que ficam desempregadas
e não desejam mais se sujeitar a patrões ou, ainda, apresentam pouca perspectiva de
sua rápida recolocação no mercado de trabalho (ÂNGELO, 2003). Infelizmente, por
conta do despreparo para um projeto independente e autônomo, acabam por fazer
parte das estatísticas de fracassos de empresas nascentes no país.
No entanto, felizmente, houve uma proliferação de cursos de capacitação e for-
mação, de ordem pública e privada, além do apoio de empresas, como o Sebrae,
que vem levando à reversão desse quadro. Provavelmente, outro fator que também
esteja contribuindo para o incremento da taxa de sucesso em empreendimentos
de pequeno porte é o segundo perfil aqui apresentado: os empreendedores por
oportunidade.
De acordo com Dolabela (2006), os empreendedores por oportunidade, em
Pós-Universo 15
fatos e dados
O Global Entrepreneurship Monitor (GEM) faz a medição do TEA, Taxa de
Empreendedores em Estágio Inicial. A proporção de pessoas na faixa etária
entre 18 e 64 anos na condição de empreendedores chamados de nascentes
(classificados assim os com menos de 42 meses de existência) são avaliados
em vários países do mundo. Quer saber como o Brasil está nos estudos do
GEM? Acesse: <http://www.ibqp.org.br/gem>.
Fonte: adaptado de GEM ([2019], on-line).
saiba mais
O Sebrae, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, é uma
entidade privada sem fins lucrativos voltada à capacitação e promoção do
desenvolvimento de pequenos negócios no país. Trabalha, desde 1972, no
estímulo do empreendedorismo, competitividade e sustentabilidade de
micro e pequenas empresas, atuando em todo o território nacional.
Conheça o portal da entidade e seus projetos pelo link disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/>.
Fonte: Sebrae (2018, on-line).
EMPREENDEDORISMO:
IMPORTÂNCIA PARA A
ECONOMIA
18 Pós-Universo
Peter Drucker (2010), um dos mais citados e renomados autores na área de adminis-
tração e empreendedorismo, argumenta sobre a geração de mais de 40 milhões de
empregos nos Estados unidos, no final do século XX, enquanto as empresas tradicio-
nais reduziam seus postos de trabalho, em sua obra Inovação e Espírito Empreendedor
(2010). O autor aponta que essa massiva geração de empregos se deveu à forte ati-
vidade empreendedora no país, principalmente, de empresas pequenas e médias. E
ao contrário do que muitas imaginariam, não eram necessariamente ligadas à área
tecnológica.
500,343
474 345 311 300 286 242 179 152 107 100
CURIOSIDADES (ex)
PIB EUA comparado com PIB do Brasil (2017)
1° 19,39 trilhões US
6° 2,056 trilhões US
Apesar de sua importância para a economia mundial, que chega a influenciar forte-
mente até mesmo a relação governo/capital, a oferta de empregos, em países onde a
atividade empreendedora está amadurecida ou em maturação, não é em sua maioria
proporcionada pelas grandes empresas. Para comprovar esta afirmação, podemos
recorrer aos dados de órgãos de fomento às micro e pequenas empresas. Conforme
o Sebrae (2018), no Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa, a atividade
empreendedora tem relevante importância na geração de postos formais de traba-
lho. Na Tabela 3, a seguir, extraída deste estudo, é possível perceber o impacto das
micro e pequenas empresas na geração de empregos no Brasil em 2016:
Tabela 3 - Distribuição de empregos por porte do estabelecimento no Brasil - 2016
Rio Grande 99.701 28,3 105.129 29,9 204.830 58,2 147.284 41,8
do Norte
Sergipe 56.786 25,3 63.293 28,2 120.079 53,4 104.675 46,6
Sudeste 3.859.022 23,6 4.636.929 28,4 8.495.951 52,0 7.852.175 48,0
Espírito Santo 176.378 29,8 176.816 29,9 353.194 59,7 238.017 40,3
Minas Gerais 946.544 30,6 904.008 29,2 1.850.552 59,7 1.247.244 40,3
Rio de 574.525 20,2 848.992 29,9 1.423.517 50,2 1.414.150 49,8
Janeiro
São Paulo 2.161.575 22,0 2.707.113 27,6 4.868.688 49,6 4.952.764 50,4
Sul 1.755.298 29,8 1.762.165 30,0 3.517.463 59,8 2.364.171 40,2
Paraná 628.149 29,2 633.012 29,4 1.261.161 58,6 892.404 41,4
Rio Grande 618.921 30,4 625.472 30,7 1244.393 61,0 794.355 39,0
do Sul
Santa 508.228 30,1 503.681 29,8 1.011.909 59,9 677.412 40,1
Catarina
Centro-Oeste 675.964 28,9 704.105 30,1 1.380.069 58,9 961.245 41,1
Distrito 130.299 22,4 158.713 27,3 289.012 49,6 293.344 50,4
Federal
Goiás 282.580 30,8 271.428 29,6 554.008 60,4 363.469 39,6
Mato Grosso 153.094 32,6 162.825 34,6 315.919 67,2 154.389 32,8
Mato Grosso 109.991 29,6 111.139 29,9 221.130 59,6 150.043 40,4
do Sul
BRASIL 7.946.880 25,6 8.955.615 28,9 54,5 14.120.985 45,5
Fonte: Sebrae (2018).
Como é possível observar, o percentual das ofertas das médias e grandes empresas
é superado pelo de micro e pequenas empresas em todas as regiões da federação.
Essa tendência tem sido recorrente ao longo dos anos, e enfatiza a necessidade de
o poder público conferir grande importância à iniciativa empreendedora, haja vista
ela ser intensamente responsável pela criação de novas empresas e manutenção do
nível de empregos no país.
Quando nos referimos ao mecanismo de empreender, temos os considerados
empreendedores iniciais ou em estágio inicial e são caracterizados por dois tipos:
empreendedores nascentes e novos. Os empreendedores nascentes são aqueles que
22 Pós-Universo
saiba mais
No Brasil as organizações empresariais estão presentes para atender às ne-
cessidades diversas da sociedade. De acordo com as estatísticas do site
Empresômetro, existem 21.168.906 empresas ativas em nosso país em de-
zembro de 2018.
Para conhecer os dados gerais ou específicos, além de outras estatísticas im-
portantes, acesse o link disponível em: <http://www.empresometro.com.br>.
Fonte: os autores.
1. O empreendedorismo, tal como o conhecemos hoje, é encarado por muitos como es-
sencial para a economia de um país. O Brasil, um país em desenvolvimento, depende
muito de atividades empreendedoras. Sobre este tema, analise as sentenças a seguir:
I. Devido à baixa complexidade do processo de empreender existe a possibilidade
de determinar com um alto grau de certeza que um indivíduo será bem-sucedi-
do como empreendedor.
II. O empreendedorismo está exclusivamente ligado aos setores que apresentam
uma alta taxa tecnológica.
III. O empreendedor de sucesso está a todo o momento observando e buscando
identificar novas oportunidades no mundo dos negócios.
IV. Os novos negócios gerados pelo empreendedorismo podem ser ligados a ativi-
dades econômicas que geram valor superior aos seus públicos-alvo.
a) I.
b) I e II.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I e IV
III - Os fatos comprovam que no Brasil a maior parte dos empregos é gerada em
grandes corporações que empregam centenas de milhares de trabalhadores.
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I e IV.
resumo
O perfil de pessoas que empreendem por necessidade basicamente é composto por pessoas
que ficam desempregadas e não desejam mais se sujeitar a patrões ou, ainda, apresentam
pouca perspectiva de sua rápida recolocação no mercado de trabalho. Já por oportunida-
de, geralmente buscam algum tipo de capacitação ou consultoria prévia, ou seja, tendem a
ser mais preparadas. Também pensam mais ativamente em inovação, conhecem o mercado
devido a estudos realizados e, por conta destas e outras variáveis, incluindo as comporta-
mentais, tem apresentado resultados melhores.
Baseando-se na lógica predominante no cenário econômico mundial, que quanto mais li-
vremente o capital circular mais riqueza irá produzir, acarretando em benefícios para todos,
o empreendedorismo tem um papel fundamental.
material complementar
Na Web
O governo federal mantém um portal especialmente dedicado ao empreendedorismo.
Web: <http://www.portaldoempreendedor.gov.br/>.
A Rede Social
Ano: 2010
Sinopse: Você considera Mark Zuckerberg um símbolo do empreende-
dorismo? A história por detrás do Facebook é recheada de controvérsias.
O filme retrata a história de Mark Zuckerberg, um analista de sistemas
graduado em Harvard e uma nova ideia que lhe rendeu em apenas seis
anos 500 milhões de usuários, transformando-o no mais jovem bilioná-
rio da história com a rede social Facebook. O sucesso, no entanto, o leva
para complicações em sua vida social e profissional.
Empreendedorismo
Autor: José Dornelas
Editora: Casa da Palavra
Sinopse: a obra retrata a criação e desenvolvimento de uma empresa,
envolvendo desde a ideia até sua gestão. Apresenta conselhos práti-
cos de empreendedores de sucesso e conceitos da área apresentados
de forma didática e que podem ser aplicados de forma imediata, bem
como cases de empreendedores brasileiros de sucesso, novos materiais
disponíveis para download e materiais complementares.
referências
______. O segredo de Luísa. 30. ed. São Paulo: Editora de Cultura, 2006.
FILION, L. J.; DOLABELA, F. Boa Ideia! E agora: plano de negócio, o caminho seguro para criar e
gerenciar sua empresa. São Paulo: Editora Cultura, 2000.
referências
______. IBQP. 2019. Disponível em: <http://www.ibqp.org.br/gem>. Acesso em: 28 dez. 2018.
HISRICH, R.; PETERS, M. Empreendedorismo. 5. ed. Porto Alegre: Editora Bookman, 2004.
INDEX MUNDI. Index Mundi: comparativo entre PIBs dos países da Europa. [2019]. Disponível em:
<https://www.indexmundi.com/map/?l=pt&r=eu&v=65>. Acesso em: 04 mar. 2019.
LEITE, E. S.; MELO, N. M. Uma nova noção de empresário: a naturalização do “empreendedor”. Rev.
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NAISBITT, J. Paradoxo Global: quanto maior a economia mundial, mais poderosos são os seus
protagonistas menores. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
SEBRAE. Anuário do trabalho nos pequenos negócios: 2016. 9. ed. Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas; Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.
São Paulo: DIEESE, 2018.
1. d) III e IV.
3. b) I e II.