Você está na página 1de 30

FUNDAMENTOS DO

EMPREENDEDORISMO

Professor:
Me. Paulo Pardo
Me. José Rodrigo Gobi
DIREÇÃO

Reitor Wilson de Matos Silva


Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de EAD Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Diretoria de Design Educacional Débora Leite


Diretoria de Pós-graduação e Graduação Kátia Coelho
Diretoria de Permanência Leonardo Spaine
Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Pós-graduação e Extensão Fellipe de Assis Zaremba
Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Projeto Gráfico Thayla Guimarães
Designer Educacional Patrícia Ramos Peteck
Editoração Juliana Duenha
Ilustração Rodrigo Barbosa da Silva
Qualidade Textual Eloisa Dias Lourenço

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação


a Distância; PARDO, Paulo; GOBI, José Rodrigo

Empreendedorismo. Paulo Pardo, José Rodrigo Gobi;
Maringá-Pr.: Unicesumar, 2019.
30 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
1. Fundamentos. 2. Empreendedorismo 3. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 658
CIP - NBR 12899 - AACR/2

As imagens utilizadas neste livro foram


obtidas a partir do site shutterstock.com

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
sumário
01 06| EMPREENDEDORISMO: DEFINIÇÕES E CONCEITOS

02 12| EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE OU POR


OPORTUNIDADE

03 17| EMPREENDEDORISMO: IMPORTÂNCIA PARA A


ECONOMIA
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Conceituar e contextualizar o empreendedorismo e apresentar as alterna-
tivas para início de empreendimentos.
•• Entender o empreendedorismo por necessidade e o empreendedorismo
por oportunidade.
•• Avaliar a importância para a economia de iniciativas empreendedoras.
PLANO DE ESTUDO

A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:


•• Empreendedorismo: definições e conceitos
•• Empreendedorismo por necessidade e por oportunidade
•• Empreendedorismo: importância para a economia
INTRODUÇÃO

Você já notou como as pessoas de sucesso são alvos de admiração? Tanto no cenário
de entretenimento quanto empresarial, aqueles que se destacam por seus méritos são
considerados referências. Quando pessoas de origem humilde se tornam empresários
bem-sucedidos e capitaneiam verdadeiros impérios corporativos muitos acreditam
que são pessoas de sorte ou favorecidas por circunstâncias especiais. Entretanto, na
verdade, este é um pensamento incorreto: o sucesso que muitos empresários têm
hoje é o resultado de muito esforço, persistência e muito, muito trabalho.
É fato que se tornar bem-sucedido é um enorme atrativo para todos e a
construção de um negócio próprio é uma das ferramentas possíveis para isso.
Você é uma dessas pessoas? Conhece alguém em seu círculo de relacionamen-
tos que gostaria de iniciar um empreendimento? 
Diante desta perspectiva, podemos nos questionar: porque alguns empreen-
dedores prosperam, alcançam seus objetivos - e até os superam - enquanto
outros tantos, bem-intencionados, não conseguem? Estas questões são ex-
tremamente relevantes. Além de lidar com sonhos e expectativas pessoais, o
empreendedorismo também afeta economicamente famílias e até comunida-
des inteiras. De certa forma, até a nação.
Por essa razão, ao longo deste estudo, vamos considerar alguns conceitos
básicos de empreendedorismo para uma base conceitual em relação ao tema.
Também, indicar as possibilidades da ação de empreender e a importância das
iniciativas empreendedoras para a economia de forma geral. Primeiramente,
faremos uma consideração sobre as origens do termo e da prática do empreen-
dedorismo, suas principais escolas e seus pensadores.
Na sequência, abordaremos um interessante e controverso questionamen-
to: o empreendedor inicia seu novo negócio primariamente por necessidade ou
aproveita oportunidades? Por fim, será possível visualizar a importância do em-
preendedorismo para a economia de um país como fonte de riqueza e renda,
em particular, em nosso país.
Espero que você aproveite este conteúdo, bem como as indicações adi-
cionais de estudo, para um conhecimento estruturado e para que desenvolva
um juízo de valor sobre sua própria postura em relação ao desafio que o em-
preendedorismo traz.
Bons estudos!
introdução
6 Pós-Universo

Empreendedorismo:
Definições e Conceitos
Vamos iniciar nossos estudos compreendendo melhor nosso tema. Primeiramente,
precisamos entender que as teorias relacionadas ao empreendedorismo e a defini-
ção de empreendedor não possuem uma única abordagem. Atualmente, existem
diferentes linhas teóricas, construídas de forma muito bem fundamentadas. Dessa
forma, vamos resgatar e apresentar a literatura científica sobre esses termos.
De acordo com Dornellas (2005) o empreendedorismo está relacionado com a capa-
cidade de fazer acontecer, envolvendo pessoas e o processo de criação e inovação que,
em conjunto, causam a transformação de ideias em oportunidades. Para Hisrch e Peters
(2004) o empreendedorismo é o processo de criar algo novo agregando valor econômi-
co, dedicando tempo e esforços necessários, assumindo riscos calculados e recebendo
as recompensas decorrentes da independência econômica e satisfação pessoal.
Pós-Universo 7

As definições de empreendedorismo não possuem uma única abordagem, ou


seja, uma única definição. Existem atualmente diferentes linhas teóricas, construídas
de forma muito bem fundamentadas (SILVA, 2014). As principais teorias que discutem
o tema do empreendedorismo são a teoria econômica e a teoria comportamenta-
lista (BAGGIO; BAGGIO, 2014).
A teoria econômica, conhecida também por schumpeteriana, procura compreen-
der o papel do empreendedor e seu impacto na economia (BAGGIO; BAGGIO, 2014).
Nessa abordagem, o empreendedorismo está associado ao desenvolvimento econô-
mico, com a percepção de que esse desenvolvimento está fundamentado por meio
de inovações, basicamente pela introdução de novos recursos, que podem ser, por
exemplo, um novo produto, novos mercados, a quebra do domínio mercadológico
dos oligopólios, ou ainda, novas combinações de recursos já existentes (DEGEN, 1989).
Portanto, a essência do empreendedor está na percepção e aproveitamento de
novas oportunidades para criar novos negócios, proporcionando a transformação
de recursos em riquezas, sejam eles quais forem, e essa ação é típica da abordagem
econômica. O empreendedorismo é um ato econômico e diversos autores o consi-
deram como o “motor da economia” (BAGGIO; BAGGIO, 2014).
De outra forma, existem também abordagens do empreendedorismo ligadas
ao comportamento do indivíduo. Essas são definidas como teoria comportamen-
talista. Nesta abordagem, o empreendedor é definido muito mais por meio de seus
atributos psicológicos do que pela ação econômica. Assim, o desejo de empreender
estaria vinculado à motivação, desejo de realização e obtenção de sucesso do indi-
víduo (LEITE; MELO, 2008).
O empreendedor é aquele que identifica oportunidades capazes de criar negó-
cios e agregar valor sobre ele, assumindo riscos calculados (DORNELAS, 2005). Um
empreendedor é o indivíduo que se dedica a crescer e inovar, seja em uma empresa
já existente ou uma nova empresa. Assim, torna-se necessário que o empreende-
dor procure constantemente novos aprendizados e esteja atento a mudanças que
possam afetar diretamente em seus negócios e em sua vida (FILION; DOLABELA, 2000).
Uma importante questão discutida pelos pesquisadores é em relação às caracterís-
ticas dos empreendedores de sucesso. Na Figura 1 a seguir, apresenta-se um resumo
das características do empreendedor, conforme trabalho de Timmons e Hornaday
(apud DOLABELA, 1999, p. 71).
8 Pós-Universo

ANATOMIA
do Empreendedor

Capacidade de descobrir
novas oportunidade

Iniciativa, autonomia, autoconfiança,


otimismo, necessidade de realização

Tem um sistema próprio para


se relacionar com seus empregados;
Perseverança

Trabalha sozinho
Alto comprometimento

Forte intuição
Conhece muito bem o ramo
de atividade que atua
Visa alcançar resultados

Entende que o fracasso


Faz uso da criatividade
é um resultado como qualquer outro

Sabe procurar, usar Se dedica intensamente ao trabalho


e controlar recursos e concentra esforços para buscar resultados;

É racional
Conhece o ambiente em que vive, utilizando-o
para encontrar oportunidades de negócios

Cria um método próprio


de aprendizagem
Assume riscos moderados
Capacidade de influenciar as pessoas

Figura 1 – Característica do Empreendedor


Fonte: adaptada de Dolabela (1999).

É interessante também conhecermos algumas considerações pertinentes ao


empreendedorismo, elencadas por Dolabela (2006, p. 29-30). O autor pontua que:

•• Todas as pessoas nascem empreendedores.

•• É um processo que atinge todas as esferas da sociedade, iniciado com a


primeira ação inovadora da nossa sociedade.

•• O empreendedor não se trata apenas da pessoa que cria um negócio, mas


está presente em todos os ramos e setores de atividade.
Pós-Universo 9

•• O processo de empreendedorismo pode ser considerado como uma ma-


nifestação de liberdade humana.

•• Trata-se de um processo que depende de diversos fatores, como: forma-


ção, ambiente, trabalho, esforço, motivação, talento, recursos econômicos,
dentre outros.

•• Alguns fatores são importantes para criar um ambiente favorável ao de-


senvolvimento empreendedor, como: cooperação e apoio da gerência;
recursos financeiros para elaboração de projetos; recompensar e reconhe-
cer os bons desempenhos; definir uma estrutura organizacional clara; ter
confiança em seus funcionários; e transmitir autonomia.

•• Por não se tratar de um conteúdo cognitivo convencional, não existe a pos-


sibilidade de transferir conhecimentos empreendedores de uma pessoa a
outra. Contudo, qualquer indivíduo pode aprender como se tornar um em-
preendedor, quais as características e atitudes necessárias para ingressar no
mundo do empreendedorismo.

•• É um tema muito importante, por isso deveria ser apresentado e ensinado


à toda a população, começando desde a educação básica.

•• Como fundamentos do empreendedorismo podemos citar: o objetivo de


criar um ambiente que transmita bem-estar para toda a população, incen-
tivar o espírito inovador e a cooperação entre as pessoas.

•• Não é possível determinar com certeza se uma pessoa vai ou não vai ser
bem-sucedida como empreendedora.

saiba mais
De acordo com Dornelas (2007), tem-se 8 tipos de empreendedores: em-
preendedor nato, empreendedor que aprende, empreendedor serial,
empreendedor corporativo, empreendedor social, empreendedor por ne-
cessidade, empreendedor herdeiro e empreendedor normal.
Fonte: os autores.
10 Pós-Universo

Observamos que os estudos em empreendedorismo apontam para uma manifes-


tação social, ou seja, própria do ser humano. Ela visa o avanço de um estado atual
para um estado desejado, utilizando, para isso, novos recursos ou recursos existen-
tes de uma forma inovadora. É preciso considerar que o estado desejado abrange
em grande parte (porém, não exclusivamente) atividades econômicas, que podem
gerar novos negócios.
Essa ação se dá por meio de produtos e serviços ofertados aos seus respectivos
públicos, de forma a serem considerados de valor superior por eles. É preciso ter em
mente que este valor superior é um conceito bastante subjetivo, pois remete ao que
cada público considera como fator de decisão de escolha e, como você pode perce-
ber no seu dia-a-dia, as pessoas têm preferências bastante variadas.
No contexto em que apresentamos o empreendedorismo, o conceito de inova-
ção é muito relevante. Benedetti, Rebelo e Reyes (2006) destacam que a empresa,
ao inovar, cria condições de sustentar seu crescimento e lucratividade. Os autores
citam Luecke (2003) ao afirmar que a inovação é a incorporação e combinação de
conhecimentos em algo original, relevante, tal como um novo produto, processo ou
serviço (BENEDETTI; REBELO; REYES, 2006).
Quando pensamos em inovação, há vários campos que podem ser contempla-
dos nas áreas técnica, tecnológica ou administrativa. A inovação, segundo alguns
autores, pode ser até mesmo a simples introdução de um produto ou serviço já con-
solidado em novos mercados.
Complementando as discussões sobre inovação, Benedetti, Rebelo e Reyes (2006,
p. 5) ainda destacam que,

““
[...] dois tipos de inovações são amplamente difundidos na literatura: a inova-
ção radical e a inovação incremental. Luecke (2003) explica que uma inovação
radical é algo absolutamente novo e normalmente envolve novas técnicas
de produção e novas tecnologias. Segundo o mesmo autor, a inovação in-
cremental explora processos, tecnologias e produtos já conhecidos, focando
as melhorias que podem ser feitas.

Assim, ao pensarmos em empreendedorismo devemos considerar inovação, avanço,


criatividade e novas formas de atender uma necessidade ou desejos de clientes atuais
ou potenciais de uma organização.
Pós-Universo 11

saiba mais
A empresa maringaense O Casulo Feliz fez uso da ideia de responsabilidade
ambiental e social para crescer e levar seus produtos ao mercado internacio-
nal. Intitulada de “seda sustentável”, produzida por meio do aproveitamento
de casulos rejeitados por cultivadores, trabalho artesanal e processos am-
bientalmente corretos de produção, o produto apresenta tamanha qualidade
que perpassou as barreiras nacionais e hoje a empresa se apresenta como
grande exportadora para o mercado de moda e decoração.
Fonte: os autores.
12 Pós-Universo

EMPREENDEDORISMO

POR NECESSIDADE OU
POR OPORTUNIDADE
Pós-Universo 13

O empreendedorismo, de maneira geral, pode ser entendido como um processo de


implantar novos negócios ou realizar transformações em empresas já existentes. É
um termo bastante utilizado no âmbito empresarial e, geralmente, está associado
com a criação de novos produtos ou empresas, envolvendo criatividade e inovações
(HISRCH; PETERS, 2004).
Cada indivíduo possui diferentes motivos ou estímulos para tornar-se um
empreendedor. De acordo com Ângelo (2003) essa motivação pode ocorrer pela per-
cepção de uma nova oportunidade ou por necessidade, devido ao desemprego ou
falta de outras fontes de renda, visualizando no empreendedorismo uma saída para
seus problemas.
De acordo com Oliveira (2014), o nível de empreendedorismo no Brasil se desenvol-
veu em velocidade menor em comparação a países, como os Estados Unidos, devido
a um forte protecionismo ofertado pelo governo brasileiro às empresas nacionais,
em especial na década de 80. Geralmente, mercados fechados dão uma sensação de
estabilidade, que não favorece a inovação e a eficiência. Foi o que ocorreu no Brasil.
O empreendedorismo no Brasil é baseado em sua maior parte por micro, peque-
nos e médios negócios. Geralmente, o início de um novo negócio é de menor porte,
seguindo o caminho natural de crescimento e expansão, caso prospere. Entretanto,
no Brasil, muitos negócios permanecem pequenos, ainda que com o passar do tempo
(OLIVEIRA, 2014).
Essa permanência pode ser explicada, em parte, devido a esses empreendi-
mentos manterem características de negócios familiares não se perpetuando nas
gerações seguintes. Aproximadamente apenas 30% em média das empresas fami-
liares sobrevivem à primeira geração (OLIVEIRA, 2014).
Além disso, o empreendedorismo é bastante afetado pelo ciclo econômico do
país. Um ciclo de desemprego serve como estímulo à atividade empreendedora,
por outro, quando se estabelece aumento nessa atividade há redução do nível do
desemprego e, consequentemente, a redução da atividade empreendedora. Essa é
uma questão que gera intensos embates por parte de vários autores; muitos afirmam
que ambientes econômicos em crescimento e estáveis estimulam o empreendedo-
rismo (BARROS; PEREIRA, 2008).
Um exemplo dessa questão é retratado por Dornelas (2014). O autor salienta que
alguns ciclos de prosperidade econômica, em que está presente o otimismo dos
agentes do mercado de investimentos e aumento da oferta de emprego e renda, o
14 Pós-Universo

que gera o desenvolvimento do consumo de produtos e serviços, favorece o espíri-


to empreendedor de indivíduos a iniciar novos negócios. A última década em nosso
país experimentou essa condição.

saiba mais
O programa de pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), de abran-
gência mundial, é uma avaliação anual do nível nacional da atividade
empreendedora. Teve início em 1999, com a participação de 10 países, por
meio de uma parceria entre a London Business School, da Inglaterra, e o
Babson College, dos Estados Unidos. Nesses 10 anos, mais de 80 países par-
ticiparam do programa, que permanece crescendo ano a ano.
Atualmente, no mundo, o GEM é o maior estudo contínuo sobre a dinâmi-
ca empreendedora. Para saber mais acesse: <http://www.ibqp.org.br/gem>.
Fonte: os autores.

Temos então duas realidades impostas: o do aumento da atividade empreendedo-


ra em momentos em que a economia está em crise e as evidências de seu aumento
com o aquecimento da economia. Elas nos apresentam, dessa forma, os dois perfis
de empreendedores, mencionado anteriormente: os que empreendem por neces-
sidade e os que empreendem por oportunidade.

Grande parte dos negócios criados por necessidade estão relacionados com
a falta de oportunidades no mercado (AIDAR, 2007). Além disso, o perfil de pessoas
que empreendem é composto, muitas vezes, por pessoas que ficam desempregadas
e não desejam mais se sujeitar a patrões ou, ainda, apresentam pouca perspectiva de
sua rápida recolocação no mercado de trabalho (ÂNGELO, 2003). Infelizmente, por
conta do despreparo para um projeto independente e autônomo, acabam por fazer
parte das estatísticas de fracassos de empresas nascentes no país.
No entanto, felizmente, houve uma proliferação de cursos de capacitação e for-
mação, de ordem pública e privada, além do apoio de empresas, como o Sebrae,
que vem levando à reversão desse quadro. Provavelmente, outro fator que também
esteja contribuindo para o incremento da taxa de sucesso em empreendimentos
de pequeno porte é o segundo perfil aqui apresentado: os empreendedores por
oportunidade.
De acordo com Dolabela (2006), os empreendedores por oportunidade, em
Pós-Universo 15

comparação ao perfil anterior (empreendedor por necessidade), geralmente, buscam


algum tipo de capacitação ou consultoria prévia, ou seja, tendem a ser mais prepara-
das. Também pensam mais ativamente em inovação, conhecem o mercado devido
a estudos realizados e, por conta destas e outras variáveis, incluindo as comporta-
mentais, têm apresentado resultados melhores.

fatos e dados
O Global Entrepreneurship Monitor (GEM) faz a medição do TEA, Taxa de
Empreendedores em Estágio Inicial. A proporção de pessoas na faixa etária
entre 18 e 64 anos na condição de empreendedores chamados de nascentes
(classificados assim os com menos de 42 meses de existência) são avaliados
em vários países do mundo. Quer saber como o Brasil está nos estudos do
GEM? Acesse: <http://www.ibqp.org.br/gem>.
Fonte: adaptado de GEM ([2019], on-line).

De acordo com o GEM (2017), a taxa de empreendedores total no Brasil no ano de


2017 foi de 36,4%, ou seja, de cada 100 brasileiros adultos (18-64 anos), 36 condu-
ziam alguma atividade empreendedora. Em números absolutos, verifica-se que em
2017 mais de 49 milhões de pessoas estavam empreendendo ou haviam realizado
alguma ação buscando a criação de um novo empreendimento. Comparando com
anos anteriores, observa-se uma tendência de crescimento desde 2007, quando a
taxa de empreendedorismo no país era de 21%.
Tabela 1 - Taxas e estimativas de empreendedorismo no Brasil - 2017

Estágio Taxa (%) Estimativas


TOTAL DE EMPREENDEDORES 36,4 49.332,360
Iniciais 20,3 27.482,078
Estabelecidos 16,5 22.337,649
Fonte: adaptada de GEM (2017).

Considerando a motivação pelo qual os indivíduos decidem empreender, em 2017,


verificou-se um aumento na relação entre empreendedores por oportunidade e
por necessidade. No ano de 2016, para cada empreendedor inicial por necessidade,
existia 1,4 empreendedores por oportunidade. Já em 2017, essa razão oportuni-
dade/necessidade aumentou para 1,5. De outro modo, percebe-se que 59,4% dos
16 Pós-Universo

empreendedores iniciais empreenderam por motivo de oportunidade e 39,9% por


necessidade.
Tabela 2 - Motivação dos empreendedores iniciais no Brasil por oportunidade e necessidade - 2017

Motivação Taxa (%) Estimativas


Oportunidade 12,1 16.313,253
Necessidade 8,2 10.965,755
Razão Oportunidade/
1,5
Necessidade
Fonte: adaptada de GEM (2017).

Destaca-se que essa pequena redução na proporção de empreendedores por ne-


cessidade está relacionada com os sinais de recuperação da economia brasileira em
2017, principalmente aqueles associados ao mercado de trabalho formal (GEM, 2017).

saiba mais
O Sebrae, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, é uma
entidade privada sem fins lucrativos voltada à capacitação e promoção do
desenvolvimento de pequenos negócios no país. Trabalha, desde 1972, no
estímulo do empreendedorismo, competitividade e sustentabilidade de
micro e pequenas empresas, atuando em todo o território nacional.
Conheça o portal da entidade e seus projetos pelo link disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/>.
Fonte: Sebrae (2018, on-line).

A atividade empreendedora é fundamental em países que praticam a economia de


livre mercado e, especialmente no Brasil, temos uma realidade na qual o empreende-
dorismo por necessidade pode ser uma fonte de geração de renda para quem perdeu
o vínculo de emprego em uma organização e não conseguiu, ou, não deseja uma re-
colocação de trabalho. Complementarmente, temos a situação dos empreendedores
por oportunidade que vislumbram uma necessidade ou desejo não satisfeito ou sa-
tisfeito de forma insatisfatória por parte de um nicho de mercado e que se lançam
a implementar suas ideias para ocupar esse espaço. São empreendimentos que, via
de regra, têm maior possibilidade de sobrevivência no longo prazo.
Pós-Universo 17

EMPREENDEDORISMO:
IMPORTÂNCIA PARA A
ECONOMIA
18 Pós-Universo

A economia mundial é baseada, hegemonicamente, no capitalismo. Baseia-se, dessa


forma, na geração de empregos pela ocupação de mão de obra pela iniciativa privada,
em diferentes níveis de especialização. Os donos do capital investem na atividade
produtiva. Eles nem sempre são empresários, mas essa ação tem por finalidade obter
retorno positivo sobre seus investimentos, no qual chamamos de lucro.

Essa concepção se aplica também ao empreendedorismo. A lógica capitalista defende


que quanto maior a desregulamentação, ou seja, quanto menor a intervenção do
Estado na economia, melhor. Em outras palavras, nesse pensamento quanto mais li-
vremente o capital circular, aplicado em empreendimentos produtivos, mais riqueza
irá produzir, e isso acarretará em benefícios para todos.

Você concorda ou não com essa lógica?

Independente de nosso posicionamento, esta é a lógica predominante no cenário


econômico mundial. Dessa forma, é bastante favorável ao espírito empreendedor
um ambiente em que se possa investir livremente em atividades produtivas. E nela,
o Estado deve fomentar a atividade empreendedora, considerando que quanto mais
empreendimentos prósperos houver um uma nação, mais oportunidades de ocu-
pação haverá para a população.

Peter Drucker (2010), um dos mais citados e renomados autores na área de adminis-
tração e empreendedorismo, argumenta sobre a geração de mais de 40 milhões de
empregos nos Estados unidos, no final do século XX, enquanto as empresas tradicio-
nais reduziam seus postos de trabalho, em sua obra Inovação e Espírito Empreendedor
(2010). O autor aponta que essa massiva geração de empregos se deveu à forte ati-
vidade empreendedora no país, principalmente, de empresas pequenas e médias. E
ao contrário do que muitas imaginariam, não eram necessariamente ligadas à área
tecnológica.

Já em nosso país, após o período de protecionismo estatal experimentado até o


início do governo Collor, passamos a ter contato com a forte concorrência interna-
cional, porém muitos setores não estavam preparados para esta competição. Assim,
da pior forma possível, o Brasil entendeu o que a globalização pode ocasionar posi-
tiva ou negativamente para as empresas.

Na atualidade, o Estado brasileiro tem alterado momentos de intervenção com outros


Pós-Universo 19

de maior liberdade no mercado. Mas a ideia, em qualquer dos momentos, é pre-


servar empregos e, se possível, gerar tantos outros para absorver um contingente
crescente de trabalhadores jovens que passam a integrar as estatísticas da População
Economicamente Ativa (PEA).

Um fato importante a ser destacado é que o desafio da geração de emprego e renda


é permanente em todo o mundo. Analisando de forma superficial, poderíamos indicar
que as grandes empresas e corporações são os motores do emprego no mundo. De
fato, o número de empregados de algumas grandes empresas ascende a dezenas
ou mesmo a centenas de milhares e estes números sempre impressionam.

Na Figura 2 são apresentados o faturamento de algumas empresas e o PIB (Produto


Interno Bruto) de alguns países. O resultado é surpreendente.
Infográfico 1 - Comparativo do faturamento de empresas mundiais com o PIB de países
COMPARATIVO DO FATURAMENTO
Empresas mundiais com o PIB de países

500,343

348,903 326,953 311,87 265,172 260,028


326,008
244,582 244,363 242,137

Faturamento 2017 (em bilhões US)

PIB 2017 (em bilhões US)


Romênia Irlanda Portugal Grécia Dinamarca Finlândia Eslováquia Bulgária Sérvia Croácia

474 345 311 300 286 242 179 152 107 100

CURIOSIDADES (ex)
PIB EUA comparado com PIB do Brasil (2017)

1° 19,39 trilhões US

6° 2,056 trilhões US

Fonte: adaptado de Fortune (2018, online) e Index Mundi (2018, online).


Figura 2 - Comparativo do faturamento de empresas mundiais com o PIB de países
Fonte: adaptada de Fortune ([2019], on-line) e Index Mundi ([2019], on-line)
20 Pós-Universo

Apesar de sua importância para a economia mundial, que chega a influenciar forte-
mente até mesmo a relação governo/capital, a oferta de empregos, em países onde a
atividade empreendedora está amadurecida ou em maturação, não é em sua maioria
proporcionada pelas grandes empresas. Para comprovar esta afirmação, podemos
recorrer aos dados de órgãos de fomento às micro e pequenas empresas. Conforme
o Sebrae (2018), no Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa, a atividade
empreendedora tem relevante importância na geração de postos formais de traba-
lho. Na Tabela 3, a seguir, extraída deste estudo, é possível perceber o impacto das
micro e pequenas empresas na geração de empregos no Brasil em 2016:
Tabela 3 - Distribuição de empregos por porte do estabelecimento no Brasil - 2016

Brasil, Grandes Número de empregos


Regiões e UFs Micro Pequena Micro e Pequena Média e Grande
  Em nºs Em Em nºs Em Em nºs Em % Em nºs Em %
abs. % abs. % abs. abs.
Norte 335.102 24,4 410.465 29,8 745.567 54,2 629.815 45,8
Acre 16.767 29,0 18.417 31,8 35.184 60,8 22.709 39,2
Amapá 14.632 27,6 16.646 31,4 31.278 59,0 21.751 41,0
Amazonas 53.390 15,6 90.161 26,4 143.551 42,0 198.577 58,0
Pará 132.841 23,2 166.511 29,0 299.352 52,2 274.384 47,8
Rondônia 63.001 33,1 66.873 35,1 129.874 68,2 60.523 31,8
Roraima 11.502 29,6 13.302 34,3 24.804 63,9 14.033 36.1
Tocantins 42.969 36,0 38.555 32,3 81.524 68,3 37.838 31,7
Nordeste 1.321.494 26,0 1.441.951 28,4 2.763.445 54,4 2.313.579 45,6
Alagoas 69.783 24,0 76.467 26,3 146.250 50,3 144.640 49,7
Bahia 374.954 28,0 384.998 28,7 759.952 56,7 581.412 43,3
Ceará 217.370 23,4 254.419 27,4 471.789 50,8 456.683 49,2
Maranhão 96.489 26,3 105.015 28,7 201.504 55,0 164.972 45,0
Paraíba 93.930 28,6 96.524 29,4 190.454 58,0 137.683 42,0
Pernambuco 241.326 23,9 289.232 28,6 530.558 52,4 481.182 47,6
Piauí 71.155 30,5 66.874 28,7 138.029 59,2 94.948 40,8
Pós-Universo 21

Rio Grande 99.701 28,3 105.129 29,9 204.830 58,2 147.284 41,8
do Norte
Sergipe 56.786 25,3 63.293 28,2 120.079 53,4 104.675 46,6
Sudeste 3.859.022 23,6 4.636.929 28,4 8.495.951 52,0 7.852.175 48,0
Espírito Santo 176.378 29,8 176.816 29,9 353.194 59,7 238.017 40,3
Minas Gerais 946.544 30,6 904.008 29,2 1.850.552 59,7 1.247.244 40,3
Rio de 574.525 20,2 848.992 29,9 1.423.517 50,2 1.414.150 49,8
Janeiro
São Paulo 2.161.575 22,0 2.707.113 27,6 4.868.688 49,6 4.952.764 50,4
Sul 1.755.298 29,8 1.762.165 30,0 3.517.463 59,8 2.364.171 40,2
Paraná 628.149 29,2 633.012 29,4 1.261.161 58,6 892.404 41,4
Rio Grande 618.921 30,4 625.472 30,7 1244.393 61,0 794.355 39,0
do Sul
Santa 508.228 30,1 503.681 29,8 1.011.909 59,9 677.412 40,1
Catarina
Centro-Oeste 675.964 28,9 704.105 30,1 1.380.069 58,9 961.245 41,1
Distrito 130.299 22,4 158.713 27,3 289.012 49,6 293.344 50,4
Federal
Goiás 282.580 30,8 271.428 29,6 554.008 60,4 363.469 39,6
Mato Grosso 153.094 32,6 162.825 34,6 315.919 67,2 154.389 32,8
Mato Grosso 109.991 29,6 111.139 29,9 221.130 59,6 150.043 40,4
do Sul
BRASIL 7.946.880 25,6 8.955.615 28,9 54,5 14.120.985 45,5
Fonte: Sebrae (2018).

Como é possível observar, o percentual das ofertas das médias e grandes empresas
é superado pelo de micro e pequenas empresas em todas as regiões da federação.
Essa tendência tem sido recorrente ao longo dos anos, e enfatiza a necessidade de
o poder público conferir grande importância à iniciativa empreendedora, haja vista
ela ser intensamente responsável pela criação de novas empresas e manutenção do
nível de empregos no país.
Quando nos referimos ao mecanismo de empreender, temos os considerados
empreendedores iniciais ou em estágio inicial e são caracterizados por dois tipos:
empreendedores nascentes e novos. Os empreendedores nascentes são aqueles que
22 Pós-Universo

se envolvem na estruturação de um negócio no qual são proprietários, no entanto


ainda não realizou pagamento de salários, pró-labores ou qualquer outro meio de
remuneração a seus proprietários por mais de 3 meses. Os empreendedores novos
são proprietários que administram um negócio no qual já pagou salários, pró-labo-
res ou qualquer outro tipo de remuneração aos proprietários por um período entre
3 e 42 meses (GEM, 2017).
Há também os empreendedores estabelecidos. Estes “administram e são proprie-
tários de um negócio estabelecido, que pagou salários, pró-labores ou qualquer outra
forma de remuneração aos proprietários por mais de 42 meses” (GEM 2013, p. 29).

saiba mais
No Brasil as organizações empresariais estão presentes para atender às ne-
cessidades diversas da sociedade. De acordo com as estatísticas do site
Empresômetro, existem 21.168.906 empresas ativas em nosso país em de-
zembro de 2018.
Para conhecer os dados gerais ou específicos, além de outras estatísticas im-
portantes, acesse o link disponível em: <http://www.empresometro.com.br>.
Fonte: os autores.

As empresas têm um papel fundamental no sistema econômico atual por absorve-


rem mão de obra de forma intensiva, proporcionando oportunidades de geração de
emprego e renda. As grandes corporações têm papel muito importante para a eco-
nomia mundial. No entanto, é possível verificar que, no Brasil, as micro e pequenas
empresas têm empregado grande número de pessoas, superando em valores abso-
lutos as médias e grandes empresas. Segundo o Sebrae (2018), as micro e pequenas
empresas geraram quase 17 milhões de empregos no Brasil em 2016, enquanto que
as médias e grandes empresas foram responsáveis pela criação de aproximadamen-
te 14 milhões.
Portanto, o papel do empreendedor é fundamental na construção da econo-
mia, sendo um importante agente na geração de emprego e renda (NAISBITT, 1994).
Novos empreendimentos, geralmente, começam como micro ou pequena empresa
e muitos permanecem como tais ao longo do tempo. É preciso incentivar ainda mais
a atividade empreendedora dos pequenos negócios, dada essa grande relevância
econômica e social.
atividades de estudo

1. O empreendedorismo, tal como o conhecemos hoje, é encarado por muitos como es-
sencial para a economia de um país. O Brasil, um país em desenvolvimento, depende
muito de atividades empreendedoras. Sobre este tema, analise as sentenças a seguir:
I. Devido à baixa complexidade do processo de empreender existe a possibilidade
de determinar com um alto grau de certeza que um indivíduo será bem-sucedi-
do como empreendedor.
II. O empreendedorismo está exclusivamente ligado aos setores que apresentam
uma alta taxa tecnológica.
III. O empreendedor de sucesso está a todo o momento observando e buscando
identificar novas oportunidades no mundo dos negócios.
IV. Os novos negócios gerados pelo empreendedorismo podem ser ligados a ativi-
dades econômicas que geram valor superior aos seus públicos-alvo.

É correto apenas em:

a) I.
b) I e II.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I e IV

2. Com relação ao perfil do empreendedor por necessidade, assinale a alternativa correta.

a. O perfil de profissionais que empreendem por necessidade é composto basicamen-


te por pessoas que pedem demissão para abrir o próprio negócio.

b. O perfil de pessoas que empreendem por necessidade é composto basicamente


por profissionais que apresentam grande perspectiva de sua rápida recolocação no
mercado de trabalho, mas preferem abrir o próprio negócio.

c. O investimento para esta atividade normalmente provém de economias de cunho


familiar ou dos recursos disponíveis pela rescisão do contrato de trabalho, inclusive o
saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS.

d. Por conta do despreparo para um projeto independente e autônomo, o empreen-


dedor por necessidade acaba por fazer parte das estatísticas de sucesso de empresas
nascentes no país.
atividades de estudo

e. A proliferação de cursos de capacitação e formação, de ordem pública e privada,


além do apoio de empresas de consultoria, vem levando o quadro de fracassos
de novas empresas a condições ainda mais alarmantes.

3. O mundo contemporâneo possui um modelo econômico hegemônico que é o capi-


talismo. Esse modelo gera empregos pela absorção de mão de obra de vários níveis
de especialização – inclusive especialização alguma – principalmente por negócios
gerados na iniciativa privada. Relacionado à importância do empreendedorismo para
a economia, leia as afirmações a seguir:

I - O capitalismo necessita de desregulamentação para que o capital possa livre-


mente circular e ser aplicado em empreendimentos produtivos.

II - O papel do Estado deve ser o de fomentar a atividade empreendedora, pois assim


gera oportunidades de trabalho para a população.

III - Os fatos comprovam que no Brasil a maior parte dos empregos é gerada em
grandes corporações que empregam centenas de milhares de trabalhadores.

IV - O Brasil, devido ao forte protecionismo estatal pré-Collor, conseguiu estruturar


suas empresas para a grande competitividade internacional.I.
É correto apenas em:

a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I e IV.
resumo

Os principais conceitos da área de empreendedorismo são compostos por diversas aborda-


gens. Temos como principais teóricos Joseph Alois Schumpeter, David Clarence McClelland
e os franceses Richard Cantillon e Jean-Baptiste Say.

Segundo Dornelas (2008, p. 22), empreendedorismo é “o envolvimento de pessoas e pro-


cessos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita
implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso”.

No Brasil, o empreendedorismo se desenvolveu em velocidade menor em relação a outros


países, em virtude ao forte protecionismo, em especial na década de 80, e por se basear
em micro, pequenos e médios negócios. O empreendedorismo é baseado em duas reali-
dades: o aumento da atividade empreendedora em momentos em que a economia está
em crise e as evidências de seu aumento com o aquecimento da economia, e se apresen-
ta sob duas formas: por necessidade ou por oportunidade.

O perfil de pessoas que empreendem por necessidade basicamente é composto por pessoas
que ficam desempregadas e não desejam mais se sujeitar a patrões ou, ainda, apresentam
pouca perspectiva de sua rápida recolocação no mercado de trabalho. Já por oportunida-
de, geralmente buscam algum tipo de capacitação ou consultoria prévia, ou seja, tendem a
ser mais preparadas. Também pensam mais ativamente em inovação, conhecem o mercado
devido a estudos realizados e, por conta destas e outras variáveis, incluindo as comporta-
mentais, tem apresentado resultados melhores.

Baseando-se na lógica predominante no cenário econômico mundial, que quanto mais li-
vremente o capital circular mais riqueza irá produzir, acarretando em benefícios para todos,
o empreendedorismo tem um papel fundamental.
material complementar

Na Web
O governo federal mantém um portal especialmente dedicado ao empreendedorismo.
Web: <http://www.portaldoempreendedor.gov.br/>.

A Rede Social
Ano: 2010
Sinopse: Você considera Mark Zuckerberg um símbolo do empreende-
dorismo? A história por detrás do Facebook é recheada de controvérsias.
O filme retrata a história de Mark Zuckerberg, um analista de sistemas
graduado em Harvard e uma nova ideia que lhe rendeu em apenas seis
anos 500 milhões de usuários, transformando-o no mais jovem bilioná-
rio da história com a rede social Facebook. O sucesso, no entanto, o leva
para complicações em sua vida social e profissional.

Empreendedorismo
Autor: José Dornelas
Editora: Casa da Palavra
Sinopse: a obra retrata a criação e desenvolvimento de uma empresa,
envolvendo desde a ideia até sua gestão. Apresenta conselhos práti-
cos de empreendedores de sucesso e conceitos da área apresentados
de forma didática e que podem ser aplicados de forma imediata, bem
como cases de empreendedores brasileiros de sucesso, novos materiais
disponíveis para download e materiais complementares.
referências

AIDAR, M. M. Empreendedorismo. Coleção debates em Administração. São Paulo: Thompson,


2007.

ÂNGELO, E. B. Empreendedor Coorporativo: a nova postura de quem faz a diferença. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2003.

BAGGIO, A. F.; BAGGIO, D. K. Empreendedorismo: conceitos e definições. Revista de empreen-


dedorismo, inovação e tecnologia, v. 1, n. 1, p. 25-38, 2015.

BARROS, A. A.; PEREIRA, C. M. M. A. Empreendedorismo e crescimento econômico: uma análise


empírica. RAC, Curitiba, v. 12, n. 4, p. 975-993, out./dez. 2008.

BENEDETTI, M. H.; REBELLO, K. M. R.; REYES, D. E. C. Empreendedorismo e inovação: contribuições


para a estratégia do empreendimento. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa, Campo
Largo, v. 5, n. 1, maio 2006.

DEGEN, R. J. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo: McGraw-Hill,


1989.

DOLABELA, F. Oficina do Empreendedor: a metodologia de ensino que ajuda a transformar co-


nhecimento em riqueza. São Paulo: Editora Cultura, 1999.

______. O segredo de Luísa. 30. ed. São Paulo: Editora de Cultura, 2006.

DORNELAS, J. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de sucesso:


2. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2005.

______. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,


2008.

______. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 5. ed. Rio de Janeiro: Empreende


/ LTC, 2014.

DRUCKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor: práticas e princípios. São Paulo: Cengage


Learning, 2010.

FILION, L. J.; DOLABELA, F. Boa Ideia! E agora: plano de negócio, o caminho seguro para criar e
gerenciar sua empresa. São Paulo: Editora Cultura, 2000.
referências

FORTUNE. Fortune Global 500. [2019]. Disponível em: <http://fortune.com/global500/list/>.


Acesso em: 04 mar. 2019.

GEM. Global Entrepreneurship Monitor. Empreendedorismo no Brasil. Curitiba: IBPQ, 2013.

_______. Empreendedorismo no Brasil: Relatório Executivo 2017. Curitiba: Instituto Brasileiro da


Qualidade e Produtividade (IBQP), 2017.

______. IBQP. 2019. Disponível em: <http://www.ibqp.org.br/gem>. Acesso em: 28 dez. 2018.

HISRICH, R.; PETERS, M. Empreendedorismo. 5. ed. Porto Alegre: Editora Bookman, 2004.

INDEX MUNDI. Index Mundi: comparativo entre PIBs dos países da Europa. [2019]. Disponível em:
<https://www.indexmundi.com/map/?l=pt&r=eu&v=65>. Acesso em: 04 mar. 2019.

LEITE, E. S.; MELO, N. M. Uma nova noção de empresário: a naturalização do “empreendedor”. Rev.
Sociol. Polit., v. 16, n. 31, p. 35-47, set. 2008. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/rsp>. Acesso
em: 01 mar. 2019.

NAISBITT, J. Paradoxo Global: quanto maior a economia mundial, mais poderosos são os seus
protagonistas menores. Rio de Janeiro: Campus, 1994.

OLIVEIRA, D. P. R. Empreendedorismo: vocação, capacitação e atuação direcionadas para o plano


de negócios. São Paulo: Atlas, 2014.

SEBRAE. Anuário do trabalho nos pequenos negócios: 2016. 9. ed. Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas; Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.
São Paulo: DIEESE, 2018.

SILVA, A. C. A. Perfil empreendedor: as principais características e os tipos de um empreende-


dor de sucesso. 2014. 34 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração de
Empresas) - Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2014. Disponível em: <http://repositorio.
uniceub.br/bitstream/235/5375/1/20650723.pdf>. Acesso em: 01 mar. 2019.
resolução de exercícios

1. d) III e IV.

2. c) O investimento para esta atividade normalmente provém de economias de cunho


familiar ou dos recursos disponíveis pela rescisão do contrato de trabalho, inclusive
o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS.

3. b) I e II.

Você também pode gostar