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Algumas Equações Úteis em Soldagem

(Some handy equations for welding)

Paulo Villani Marques1, Paulo José Modenesi2


Universidade Federal de Minas Gerais, Engª Mecânica, Belo Horizonte/MG, Brasil; pvillani@ufmg.br1
1

2
Universidade Federal de Minas Gerais, Engª Metalúrgica, Belo Horizonte/MG, Brasil; pmodenesi@ufmg.br

Resumo

Uma das principais características da soldagem é o grande número de parâmetros e variáveis envolvidas, além da complexidade de
suas inter-relações. Isto dificulta a elaboração de modelos matemáticos adequados para descrever processos e/ou prever os resultados
de uma operação e levou ao desenvolvimento de várias relações empíricas. Nesse contexto, encontra-se na literatura um número
elevado de equações que, usadas corretamente, podem ser bastante úteis no dia a dia dos profissionais da área, Um inconveniente
dessas equações é estarem dispersas em um grande número de publicações e textos, o que dificulta muito a sua utilização Nesse
trabalho juntou-se em um único documento diversas equações que são úteis na solução de problemas, com destaque para o trabalho
rotineiro dos profissionais da soldagem. Optou-se por agrupar as equações por assunto e, na medida do possível, adotar sempre a
mesma nomenclatura, com o sacrifício da simbologia originalmente usada, com o objetivo de facilitar a procura, o entendimento e a
utilização do material apresentado.

Palavras chave: Soldagem, Equações, Modelamento

Abstract: Most welding processes are characterized by a large number of variables, many of them related to each other by complex and
mostly unknown relationships. This makes it rather difficult to develop mathematical models, to simulate different aspects of welding,
and to preview the results of a welding procedure beforehand. As a result, a great number of empirical, or semi-empirical, equations
have been developed by many authors since welding has been of some industrial importance. Many of those models can be useful to
welding professionals but they are generally scattered in many different papers and in other publications. In this paper, an attempt is
make to put together some equations related with different aspects of the welding technology. It is expected that this could assist welding
professionals to resolve some problems in their daily work. The meaning of the different terms in those equations, their units, and values
of some of the constants present are shown. Equations are grouped according with their application and, when it was possible, an attempt
was made to unify the terminology and units used by the different authors.

Keywords: Welding, Equations, Modeling

1. Introdução Entretanto, essas informações estão espalhadas em diferentes


textos e publicações, o que dificulta sua utilização. Outra
A tecnologia da soldagem se caracteriza por um grande grande dificuldade é que muitos desses modelos apresentam
número de variáveis e parâmetros operacionais inter- severas restrições por serem empíricos e obtidos por regressão
relacionados de maneira quase sempre complexa, o que torna linear múltipla e, portanto, com aplicação limitada a situações
difícil o desenvolvimento de modelos matemáticos teóricos diferentes daquelas utilizadas na sua obtenção. Outros modelos
ou empíricos para processos ou produtos. Muitas tentativas de são soluções analíticas de equações diferenciais, ambas sujeitas
modelamento têm sido feitas, mas com êxito limitado. a simplificações que as afastam consideravelmente do objeto real
Pode se encontrar na literatura um número bastante elevado (por exemplo, a variação de temperatura durante uma operação
de equações e ábacos bastante úteis na solução de problemas de soldagem).
complexos ou mesmo no trabalho rotineiro dos profissionais Nesse trabalho foram reunidas diversas equações e ábacos
da área de soldagem, que minimizam a necessidade de testes e obtidos na literatura, tanto em trabalhos originais como em
ensaios, com economia de tempo e materiais. outros que, posteriormente, utilizaram e desenvolveram os
diferentes modelos, e na internet, tendo todo esse material
um grande potencial para ser útil no trabalho rotineiro do
profissional da soldagem. Procura-se apresentar o significado de
seus termos, as unidades de medida e os valores das constantes
Recebido em 29/01/2014, texto final em 17/02/2014. 1
Autor para o qual as correspondências devem ser enviadas.

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utilizadas e as limitações de sua aplicação. O material foi e uma discussão sobre o conceito de calor imposto podem ser
agrupado arbitrariamente por assunto e procurou-se uniformizar encontradas na literatura, por exemplo, no trabalho de Scotti e
a nomenclatura e simbologia utilizadas, resultando assim em colaboradores [2]. A Tabela 1 apresenta alguns valores para o
algumas modificações em relação às referências utilizadas e rendimento térmico (h).
citadas, visando facilitar a utilização das informações.
Tabela 1. Valores típicos para η [3].
2. Energia de Soldagem e Ciclo Térmico
Processo η
A energia de soldagem, definida como sendo a energia Eletrodo Revestido 0,65 – 0,85
liberada pela fonte de calor por unidade de comprimento da GMAW 0,65 – 0,85
solda, é útil na avaliação dos efeitos metalúrgicos da operação
GTAW (CC+) 0,50 – 0,80
de soldagem sobre o material soldado e na comparação de
diferentes procedimentos e processos de soldagem. Nesse GTAW (CA) 0,20 – 0,50
último caso, a energia líquida de soldagem, também chamada de SAW 0,80 – 0,99
calor imposto (heat input) é um parâmetro mais adequado. Esses Oxi-gás 0,25 – 0,80
parâmetros são definidos como:
De modo geral, η varia com diversos parâmetros operacionais,
(1) como ilustra a figura 1. Infelizmente, essas influências são
difíceis de serem consideradas usualmente. Adicionalmente,
(2) os efeitos térmicos de um processo de soldagem também
dependem das características do metal de base, da junta e da
onde H é a energia de soldagem, em J/cm; V é a tensão de própria fonte de calor (densidade de energia). Assim, H ou HL
soldagem, em Volts; I é a corrente de soldagem, em Ampères; v devem ser utilizados com cautela na comparação de processos
é a velocidade de soldagem, em cm/s, HL é a energia líquida de de soldagem ou na avaliação de seus efeitos, uma vez que os
soldagem, em J/cm e η é um fator adimensional de rendimento, valores reais podem ser significativamente diferentes dos valores
que depende do processo, dos parâmetros de soldagem e de estimados em uma dada situação, levando a erro nas previsões
diversos outros aspectos, incluindo as propriedades físicas dos das consequências da soldagem na estrutura e/ou propriedades
materiais e a geometria das peças [1]. Frequentemente, o uso da do material.
aproximação indicada na equação (1) é razoável. Em algumas A velocidade de resfriamento (R) da junta soldada a uma
situações, contudo, como na soldagem com corrente pulsada, dada temperatura ou o tempo de resfriamento (∆t) entre duas
o erro de se considerar a potência média de soldagem como o temperaturas, geralmente 800 e 500 °C (∆t8/5) para aços, são
produto VI pode levar a um erro superior a 10% no cálculo da características importantes do ciclo térmico de soldagem, pois
energia de soldagem, pois está se substituindo, na equação (1), a influenciam fortemente a microestrutura, e podem ser estimados
média do produto da tensão e corrente de soldagem pelo produto por:
de suas médias. Uma análise mais aprofundada dessa questão

(a) (b)

Figura 1. Efeito de diferentes fatores no rendimento térmico dos processos (a) TIG e (b) MIG em spray [4].

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(3)
(8)

(4)
A American Welding Society, AWS, [1] recomenda que
a equação para resfriamento em chapa fina, equação (4), seja
(5) aplicada para h/hc < 0,6 e a equação para chapa grossa, equação
(3), para h/hc > 0,9. Para valores de h/hc entre 0,6 e 0,9, a AWS
recomenda considerar que a velocidade de resfriamento tenha
(6) um valor intermediário entre obtidos pelas equações dos dois
regimes de escoamento de calor. Para o tempo de resfriamento
entre 800 e 500ºC, a equação (5) seria aplicável para h/(hc)T1/T2 >
onde k é a condutividade térmica do material, em J/(cm⋅s⋅°C), 1e a equação (6) para valores h/(hc)T1/T2 < 1 [8].
T e T0 são, respectivamente, a temperatura (°C) na qual se quer Outra temperatura importante é a temperatura máxima
estimar a velocidade de resfriamento e a temperatura inicial (temperatura de pico) atingida em um ponto da junta durante
da chapa, ρ é a densidade do material, em g/cm3; C é o calor a deposição de um cordão de solda, que pode ser útil, por
específico do material, em J/(g⋅°C) e h é a espessura da peça, exemplo, para estimar a extensão da zona termicamente afetada
em mm. O subscrito “g” se refere a uma chapa “grossa”, isto (ZTA). Para a condição de resfriamento de chapa fina (f), essa
é, soldagem de penetração parcial e fonte de calor pontual, temperatura pode ser calculada por [9]:
condições de condução de calor essencialmente tridimensionais
e o subscrito “f” se aplica à soldagem de chapas “finas”, isto é, (9)
com passe de penetração total e fonte de calor linear, fluxo de
calor bidimensional [5,6], como mostra a figura 2. As equações
onde TP é a temperatura máxima ou de pico, em °C, que se
(3) a (6) foram obtidas estritamente para o eixo central da
deseja estimar; y é a distância da região de interesse à linha de
solda, embora, segundo o trabalho do prof. Sérgio do Carvalho
fusão, em mm; Tf é a temperatura de fusão do material, em °C
Perdigão [7], possam ser consideradas, para aços estruturais,
e os demais termos têm os mesmos significado e unidades já
em regiões da solda em que a temperatura de pico do ciclo
descritos.
térmico é superior a 1000ºC. Obviamente, as equações (5) e
Expressões alternativas, considerando o tipo de escoamento
(6) são específicas um resfriamento entre 800 e 500ºC, embora
de calor, isto é, como já descrito, para soldas de penetração total
equações similares para outros intervalos de temperatura possam
em um único passe (f) e para soldas de penetração parcial em
ser deduzidas e sejam usadas, por exemplo, na soldagem de aços
chapas espessas (g) são:
inoxidáveis. Para o intervalo de temperatura aqui considerado,
pode-se estimar a velocidade de resfriamento média no intervalo
1/ 2
 2  HL
dividindo-se 300°C por ∆t8/5.
(TP ) f = T0 +   ,e (10)
π e 2 ρ Chy

(11)

Nessas equações, diferentemente do adotado na equação


(9), as distâncias (y e rx) são tomadas em relação ao centro
da solda. Além disto, “e” é o número de Euler, base dos
logaritmos neperianos, cujo valor é aproximadamente 2,718.
As três equações anteriores foram obtidas a partir de variantes
simplificadas das equações de fluxo de calor em soldagem que
Figura 2. Representação esquemática de fontes de calor pontual
consideram a liberação instantânea da energia de soldagem por
(a) e linear (b) e de seções transversais de cordões de solda que
uma fonte na forma de uma linha (chapa grossa – caso “g”) ou de
poderiam ser representados por estas fontes(c).
um plano (chapa fina – “f”). Assim, elas são aproximações mais
adequadas para a soldagem com potência e velocidade elevadas,
A espessura crítica, que distingue entre as condições de
que melhor se aproximam da hipótese de liberação instantânea
resfriamento de “chapa fina” e chapa grossa, pode ser estimada,
de calor usada na obtenção desses modelos. Essa limitação é
para a velocidade de resfriamento, por [1]:
mais um fator a ser considerado quando se usa essas equações.
A Tabela 2 mostra valores típicos de k, ρ e C para alguns
(7) materiais.

Para o tempo de resfriamento, a espessura crítica é dada por


[8]:

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Tabela 2. Valores típicos de k, p e C para alguns materiais.


4. Carbono Equivalente e Dureza
k (J/
C
(cm.s.°C) ρ O efeito dos elementos de liga na dureza e microestrutura
Material (J/(g °C) da ZTA de aços estruturais, na sua tendência à fissuração
a aprox. (g/cm3)
a 20°C pelo hidrogênio e na determinação de temperaturas de pré-
Tf/2
aquecimento muitas vezes é estimado em relação ao efeito
Aço Carbono 0,54 7,83 0,46 equivalente do carbono, através de equações denominadas
Aço Inoxidável 0,16 7,82 0,46 “carbono equivalente” ou CE. Existem, na literatura, diversas
expressões de carbono equivalente, desenvolvidas para
Alumínio 2,30 2,65 0,85 diferentes aplicações e faixas de composição química dos aços.
Cobre 3,50 8,95 0,38 A mais conhecida dessas expressões, adotada pelo Instituto
Magnésio 1,60 1,76 1,01 Internacional de Soldagem (CEIIW) é:

As equações apresentadas nessa seção podem ser usadas, (13)


por exemplo, para estimar a velocidade de resfriamento ou o
∆t8/5. Para isto, é importante verificar primeiro qual é a condição onde os símbolos dos diversos elementos se referem à
de resfriamento [através das equações (7) e (8)] e determinar composição química da liga (% peso).
qual equação seria a mais adequada de acordo com o tipo de Essa expressão é extensivamente utilizada na estimativa da
escoamento de calor (bi ou tridimensional). dureza da ZTA, da sensibilidade à fissuração pelo hidrogênio
Basicamente todas as equações dessa seção foram obtidas e das temperaturas de pré-aquecimento na soldagem de aços
a partir de equações deduzidas analiticamente por Rosenthal estruturais. Contudo, para os aços estruturais mais modernos,
[10], Rikalin [11] e, eventualmente, outros autores. Para essas com baixos teores de carbono (<0,16%) e microligados, CEIIW
deduções, simplificações importantes foram feitas, por exemplo, não parece ser um estimador adequado para avaliar a formação
na forma da fonte de calor, na geometria do metal base e nas de trincas de hidrogênio [13], tendendo a superestimar a
suas propriedades físicas. Como resultado, diferenças, muitas necessidade de pré-aquecimento para esses aços. Assim, novas
vezes elevadas, podem ocorrer entre valores encontrados em expressões foram propostas:
uma situação real e aqueles previstos pelas equações. Nesse
sentido, o trabalho realizado por Christensen [12] mostra
de forma muito clara que, para tendências, esses modelos (14)
funcionam adequadamente. Por outro lado, o erro em uma
situação específica pode ser muito elevado.
(15)
3. Composição Química da Zona Fundida
onde A(C) = 0,75 + 0,25 tanh[20(C – 0,12)].
A composição química da zona fundida (ZF) de uma solda Essa última expressão de CE (CEYur) seria adequada para
depende basicamente da contribuição do metal de adição e do ambos os tipos de aços, devido à utilização do fator de correção
metal base e em alguns casos da influência do meio ambiente. A(C).
A participação percentual do metal base na ZF é conhecida Inúmeras fórmulas foram propostas para o cálculo da dureza
como diluição, d. O teor de um certo elemento “X” na ZF, em (particularmente a dureza máxima) da zona termicamente
porcentagem, pode ser estimado, através de um balanço de afetada (ZTA) em aços estruturais. Para uma revisão sobre as
massa simples, por: diferentes origens dessas equações, recomenda-se uma consulta
aos artigos de [14,15].
(12) Algumas fórmulas são relativamente simples, como por
exemplo [16]
onde XA e XB são os teores percentuais do elemento X no metal
de adição e no metal base, respectivamente [5]. (16)
Quando na soldagem ocorre uma influência significativa
do ambiente, como na soldagem com escória ou gás ativo, ou onde Δt8-5 é o tempo de resfriamento entre 800 e 500 ºC, A = 939
quando ocorre volatilização apreciável do elemento considerado, C + 284, B= 167 (CEBH) 2,42,
a equação acima ainda pode utilizada. Contudo, XB, nesse caso,
passa a ser a composição química do metal depositado para Cb = exp (-0,013B+0,8) e (17)
uma condição em que a diluição do metal base é desprezível.
Esse valor pode determinado através da análise química do
último cordão depositado em uma solda de várias camadas com (18)
parâmetros de soldagem similares aos que serão utilizados.

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Expressões de aplicação mais geral tendem, contudo, a ser


(24)
mais complexas, como, por exemplo, o método apresentado por
Tadashi Kasuya e colaboradores [17]:
(25)
(19)
(26)

(20)
(27)

(21)
Uma implementação desse método pode ser encontrada na
(22) internet (figura 3 [18]).
Várias das equações para o cálculo da dureza máxima
(23) da ZTA foram avaliadas por Nicholas e Abson (2008). Esses
autores concluíram que nenhuma das equações testadas fornece
sendo que f(B) engloba uma série de expressões que indicam a resultados satisfatórios para todas as condições por eles testadas.
influência do boro na temperabilidade da ZTA [17], e O método de Tadashi Kasuya e colaboradores seria um dos

Figura 3. Aplicativo para o cálculo da dureza máxima da ZTA acessível na internet [18].

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Figura 4. Aplicativo para o cálculo da temperatura de pré-aquecimento acessível na internet [23].


que forneceria os melhores resultados. Finalmente, os autores fissuração por hidrogênio ou outros nomes relacionados à sua
mostram que métodos de regressão alternativos, particularmente, posição em relação ao cordão de solda. De modo geral, aços
o uso de redes neurais, podem descrever melhor os resultados de com CE inferior a 0,4 são pouco sensíveis à fissuração a frio
dureza máxima. e aços com CE superior a 0,6 são bastante sensíveis. Contudo,
outros fatores como microestrutura sensível (dependente do CE
5. Problemas de Fissuração e do ciclo térmico), nível de tensões na junta (e indiretamente
espessura e grau de restrição) e quantidade de hidrogênio
5.1. Fissuração a Frio presente na solda.
A prevenção da fissuração a frio se faz basicamente pelo
A fissuração a frio é um problema que pode ocorrer na controle de alguns dos fatores que a influenciam, ou seja,
soldagem de aços temperáveis, sendo às vezes denominada de utilização de processos com baixo teor de hidrogênio e utilização

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de pré-aquecimento da junta a soldar. A Tabela 3 mostra a fissuração e ilustram o enorme cuidado que se deve ter com o
classificação dos principais processos de soldagem quanto ao seu uso.
teor de hidrogênio difusível, segundo o Instituto Internacional
de Soldagem, IIW. Como essa tabela é relativamente antiga, 6. Formato do Cordão e Microestrutura
atualmente alguns dos processos indicados, particularmente
a soldagem com arames tubulares, atingem menores teores de 6.1. Formato do Cordão
hidrogênio difusível (ver, por exemplo, o trabalho de Harwig e
Um grande número de relações tem sido produzido, ao longo
colaboradores [19]).
dos anos, relacionando o formato do cordão com os parâmetros
A temperatura de pré-aquecimento pode ser avaliada de entrada de um processo de soldagem. A maior parte dessas
com base em diferentes normas, códigos ou especificações relações é empírica, baseada em dados experimentais, embora
que estabelecem, de diferentes formas, critérios para o pré- algumas relações empíricas tenham sido propostas com base
aquecimento, como, por exemplo, na norma europeia EN1011 principalmente no modelo de Rosenthal para a distribuição de
Parte. 2 [20] e no anexo XI do Código de Soldagem Estrutural da temperaturas em soldagem. Diversos dos modelos propostos
AWS [21]. Os dois procedimentos levam em consideração, para foram revisados por Shinoda e Doherty [26] e por McGlone
estimar a temperatura de pré-aquecimento, aspectos como o tipo [27]. Segundo McGlone, as seguintes relações quantitativas
de junta, espessura de seus membros, a composição química do podem ser esperadas na soldagem ao arco submerso:
metal base e o teor de hidrogênio difusível resultante na solda.
Adicionalmente, Bailey e colaboradores [22] e Tadashi Kasuya (31)
e colaboradores [17] apresentam procedimentos detalhados para
onde P, W, hw e Aw são, respectivamente, a penetração, largura,
a determinação de temperaturas de pré-aquecimento de forma a
altura do reforço e área total do cordão, I, V e v são a corrente,
minimizar a chance de fissuração pelo hidrogênio. Infelizmente, tensão e velocidade de soldagem, φ é o diâmetro do eletrodo e α
todos esses procedimentos são muito extensos para serem é o ângulo do chanfro.
incluídos, mesmo de forma resumida, nesse trabalho. Basicamente todos os modelos empíricos citados anteriores
Finalmente, existem, na internet, sites que desenvolvem são baseados em técnicas estatísticas com destaque para a
alguns desses métodos e eram, até a redação desse trabalho, de regressão linear. Mais recentemente, modelos baseados em
acesso livre, por exemplo [23, 24], figura 4. técnicas mais poderosas como, por exemplo, o uso de redes
neurais, foram desenvolvidos [28]. Contudo, todos eles
5.2. Fissuração no Reaquecimento dependem criticamente dos dados usados em sua criação e
devem ser usados com extremo cuidado.
Muitas vezes a peça soldada vai trabalhar a temperaturas
elevadas ou sofrer um tratamento térmico após a soldagem. 6.2. Microestrutura e Propriedades Mecânicas
Em aços de baixa liga e, também, em alguns aços inoxidáveis
austeníticos, a fissuração no reaquecimento pode ocorrer nesses A quantidade de ferrita delta na zona fundida de aços
casos, em geral na região de crescimento de grãos da ZTA, mas, inoxidáveis austeníticos (com base no diagrama de Schaeffler)
eventualmente, também na zona fundida. Para aços de baixa pode ser estimada [29] por:
liga para trabalho a alta temperatura, a sensibilidade do material
à fissuração no reaquecimento pode ser estimada por várias (32)
equações empíricas [25]:
onde Creq = Cr + Mo + 1,5 Si + 0,5 Nb e Nieq = Ni + 30 C +
0,5 Mn. (28)
Existem, atualmente, recursos de acesso livre na internet
válida para aços com %C £ 0,18 e %Cr < 1,5. Sensibilidade: (pelo menos até a data de redação desse trabalho) que
DG > 0; permitem determinar aspectos microestruturais de soldas de
diferentes materiais. Por exemplo, existem ferramentas para
(29) a determinação de diagramas TTT e TRC de aços estruturais,
para a determinação do teor de ferrita delta em soldas de aço
válida para aços com %C entre 0,1 e 0,25; %Cr < 1,5; %Mo < inoxidável e para a previsão da microestrutura de aços de baixa
0,2; %Cu < 1% e %V, %Nb e %Ti < 0,15. Sensibilidade: PSR > 0 liga disponíveis “on line” [30].
Propriedades mecânicas do metal de solda de aços estruturais
(30) também podem ser estimadas através de recursos disponíveis
na internet [31]. Adicionalmente, diversos programas de acesso
válida para aços 0,5CrMoV. A sensibilidade cresce com o valor livre que permitem estimar propriedades e outras características
de R. de soldas, por exemplo, no o site do Materials Algorithm
As diferenças marcantes entre as equações refletem a Materials – MAP [32]. Contudo, seu uso exige do usuário maior
complexidade dos fenômenos envolvidos com esse tipo de domínio de informática.

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7. Aspectos Físicos da Soldagem Tabela 4. Valores dos coeficientes da equação de Goldman para
as curvas da Figura 5 [35].
7.1. Características Estáticas do Arco
Curva A (V) B (V/A ) C (V A)
A variação da tensão com a corrente de operação de um 2 mm 7,1 0,019 77,3
arco é conhecida como a «curva característica” desse. A posição 4 mm 8,9 0,015 78,1
dessa curva no plano V x l depende da atmosfera do arco, do
6 mm 10,4 0,017 59,3
diâmetro e material dos eletrodos, do tipo e polaridade da
corrente e da separação entre os eletrodos, entre outros. A figura
Finalmente, tem-se a equação simplificada:
5 mostra curvas características do arco de processo GTAW
obtidas experimentalmente.
(35)

onde Va e Vc são as quedas de potencial no ânodo e no cátodo


respectivamente e E é o campo elétrico na coluna do arco. Na
soldagem GTAW com eletrodo negativo, Va+Vc vale entre cerca
de 6 a 12 V, dependendo do tipo e geometria do eletrodo, e E
vale cerca de 1000 V/m para um arco em argônio. Essa equação
não considera o efeito da corrente e é apenas uma aproximação
adequada da curva característica próximo do seu ponto de
mínimo. Essas equações são úteis para entender melhor o
comportamento do arco elétrico, efeito da polaridade, do gás de
proteção, sua interação com a fonte de soldagem e outros.

7.2. Taxa de Fusão

A taxa com que o eletrodo é fundido é um importante em


várias aplicações de soldagem, por exemplo, na determinação
de custos ou na avaliação de produtividade de um processo Na
Figura 5. Curvas características do arco para diferentes
soldagem com arames consumíveis, particularmente no processo
comprimentos de arco.
GMAW, a taxa de fusão pode ser expressa a partir de seguinte
Eletrodo de tungstênio torinado de 3,2 mm de diâmetro com
equação empírica [36, 37]:
ponta de 60°.
w = α I+ β s I2 (36)
Essas curvas podem ser representadas por diferentes
expressões empíricas, destacando-se a devida à Mme. Ayrton
onde w é a taxa de fusão (mm/s), I é a corrente de soldagem
[33], obtida para arcos entre eletrodos de carvão:
(A), s é o comprimento energizado do eletrodo (mm) e α e β
dependem do material e diâmetro do eletrodo e polaridade. Na
(33) soldagem com eletrodo positivo, α e β parecem ser relativamente
independentes da composição do gás de proteção (Tabela 5). Em
uma primeira aproximação, essas constantes são inversamente
onde A, B, C e D são constantes empíricas que dependem das
proporcionais à seção e ao quadrado da seção do arame,
condições operacionais e la é o comprimento do arco (estimado
respectivamente.
pela distância da ponta do eletrodo à peça) e I a corrente média
de soldagem. Uma outra expressão mais simples, que não
Tabela 5. Valores dos coeficientes da equação de taxa de fusão
considera de forma explicita o comprimento do arco e devida a
para aço carbono [38].
Goldman [34] é:
Diâmetro α β
(34) (mm) (mm/s A) (1/sA2)
0,8 0,70 26,1x10-*
A Tabela 4 mostra valores dos coeficientes da equação de 1,0 0,47 9,lxlO-5
Goldman, calculados por regressão múltipla, para as curvas da 1,2 0,27 5,9xlO-5
figura 5.
1,6 0,18 1,2x10-5

Embora empírica, a equação (36) pode ser justificada


teoricamente, com base em um balanço térmico na ponta do

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eletrodo [34, 35]. A partir dessa dedução, o primeiro termo trabalho apresentam-se apenas algumas poucas expressões,
do lado direito da equação representa a fusão do eletrodo pelo extraídas principalmente do livro do Prof. Koichi Masubuchi
calor do arco e o segundo pelo aquecimento por efeito joule. [39].
É importante observar que se deve usar no primeiro termo Para simplificar essa discussão, nesse trabalho somente
(aquecimento pelo arco) o valor médio da corrente e no segundo formas simples, ou “puras”, de distorção serão consideradas:
termo (aquecimento por efeito joule), o valor RMS da corrente. contração transversal, contração longitudinal e distorção angular.
Em condições em que a corrente varia pouco, por exemplo, na
soldagem com transferência por spray, esses dois valores são 7.3.1. Contração Transversal em Soldas de Topo:
próximos e podem ser considerados iguais.
Em aplicações onde a corrente de soldagem varia com o A quantidade de contração na direção normal a uma solda
tempo, é necessário considerar a diferença entre os valores médio (figura 6) em aços de baixo carbono e de baixa liga pode ser
e RMS da corrente. Para a soldagem com corrente pulsada, por estimada como (equação de Spraragen-Ettinger):
exemplo, w pode ser calculada aproximadamente por [38]:
(38)
(37)
onde ΔS é a contração (mm), Aw é a área da seção transversal da
onde Im é a corrente média, Ip, tp e F são, respectivamente, a solda (mm2), h é a espessura das chapas (mm) e r é a abertura da
corrente e o tempo de pico e a frequência de pulsação. raiz do chanfro (mm), válida para juntas de topo e ângulo.
Também se deve mencionar que a equação (36) não é
válida para soldagem com transferência por curto-circuito, pois
existem períodos sem arco, quando o primeiro termo deve ser
desconsiderado. Nesse caso, é possível deduzir uma equação
para a velocidade de fusão envolvendo as frações de tempo em
que o processo opera em curto circuito e arco e os valores das
correntes em cada período. Como, em geral, o instrumental para
a determinação desses valores não está disponível no chão de
fabrica, essa equação não será aqui apresentada.
A velocidade de fusão do eletrodo é um parâmetro
importante na soldagem com eletrodos consumíveis contínuos
(na soldagem GMAW, por exemplo). De um lado, ela determina,
em grande parte, a taxa de deposição do processo e, assim, a sua
produtividade. De outro, ela está relacionada com o controle do
processo de soldagem, pois, para este operar de forma satisfatória, Figura 6. Contração transversal.
as velocidades de alimentação e fusão do eletrodo devem ser,
em média, iguais. Caso isto não ocorra, o comprimento do arco Uma outra equação para ΔS foi desenvolvida por Watanabe e
variará de forma sistemática durante a soldagem, mudando as Satoh, com base em testes experimentais (equação de Watanabe-
condições de operação e, eventualmente, inviabilizando-a. Satoh):

7.3. Distorção
(39)
Devido ao ciclo térmico de soldagem, expansão e contração
térmicas se desenvolvem no cordão de solda sendo depositado e onde Pw é o peso de metal de solda depositado por unidade de
na região próxima do metal de base. As tensões desenvolvidas a comprimento de solda e pi é o peso depositado por unidade
partir desse movimento localizado de material que ultrapassam de comprimento por passe (isto é, Pw/pi é igual ao número de
o limite de escoamento nas regiões aquecidas induzem passes), C1 e C2 são constantes empíricas que dependem do
deformações permanentes localizadas no material que podem processo e condições de soldagem (por exemplo, para eletrodos
levar a variações dimensionais e de forma da estrutura isto é, rutílicos de 4 mm, os valores citados de C1 e C2 são 1,02 e 0,58
causam distorção. A previsão do tipo e intensidade da distorção mm, respectivamente).
em um componente soldado é, em geral, complexa, em função
do grande número de variáveis, tanto do material como do 7.3.2. Contração Longitudinal:
procedimento de soldagem envolvidos.
Por outro lado, uma previsão aproximada da quantidade Segundo Masubuchi [39], a contração longitudinal em soldas
de distorção pode ser necessária, em vista de seus efeitos do topo (figura 7) vale cerca de um milésimo do comprimento da
indesejáveis e da dificuldade de se remover distorção excessiva solda. King propôs a seguinte equação [1]:
após a soldagem. Assim, um grande número de expressões,
em geral empíricas, foi desenvolvido para esse fim, das quais (40)
diversas podem ser encontradas em manuais técnicos. Nesse

Soldag. Insp. São Paulo, Vol. 19, Nº. 01, p.091-102, Jan/Mar 2014 99
Paulo Villani Marques, Paulo José Modenesi

onde ΔL é a contração longitudinal (mm), L é o comprimento da


solda (m), l (A) é a corrente de soldagem e h (mm) é a espessura
das chapas.

(b)
Figura 8. Volume de material na estrutura soldada (linha cheia)
e deformado após a remoção do mesmo (linha tracejada) usado
na definição de F (a) [39] e ângulo F (b).

7.3.4. Dobramento Longitudinal ou Empenamento:

Membros longos soldados, como vigas, podem dobrar


longitudinalmente (figura 9) devido às forças associadas à
contração de soldas longitudinais localizadas a uma distância da
linha neutra do membro. Blodget [40] apresenta uma expressão
o cálculo do dobramento longitudinal (ΔLG):
Figura 7. Contração longitudinal.
(43)
7.3.3. Distorção Angular:
onde Aw (mm2) é a área da seção transversal da solda, d (mm) é a
Um grande número de equações desenvolvidas para prever distância do centro de gravidade da(s) solda(s) à linha neutra do
a distorção em componentes soldados é apresentado no livro do membro, L (mm) é o comprimento da solda (suposto como igual
Prof. Masubuchi [14, 39]. Por exemplo, no caso mais simples, ao do membro) e I (mm2) é o momento de inércia do membro.
da deposição de um cordão sobre chapa ou de uma solda de filete
em um passe, a equação empírica abaixo, atribuída a Watanabe
e Satoh, é indicada:

(41)

onde Φ é a distorção angular (radianos), I é a corrente de Figura 9. Dobramento longitudinal.


soldagem (A), h é a espessura da chapa (cm) e v é a velocidade
de soldagem (cm/s), , e m é uma constante. Para eletrodos 8. Referências
rutílicos de 4 mm e soldagem de filete, por exemplo, os valores
seriam m=1,5, C1=1,5; 0,885x10-7 e C2=6,0x10-3. [1] AMERICAN WELDING SOCIETY, Welding Handbook –
Welding Technology. Miami: AWS, 2001. v. l. Caps 1 e 7. 9th ed.
A figura 8 mostra geometricamente a definição de F: [2] SCOTTI, A., REIS, R. P., LISKEYYCH, O. Modelo
descritivo do fluxo de calor em soldagem a arco visando o
(42) conceito de calor imposto efetivo, Soldagem & Inspeção. v.17
(2). Apr/Jun 2012, pp.166-172.
[3] KOU, S. Welding Metallurgy. New York: John Willey &
Sons, 2003. 2ed. p.33.
[4] HAELSIG, A., MAYR, P. Energy balance study of gas-
shielded arc welding processes. Welding in the World, 57 (5).
Sep. 2013. pp.727-734.
[5] MODENESI, P. J., MARQUES, P. V., SANTOS, D. B.
Introdução à Metalurgia da Soldagem. Belo Horizonte: UFMG,
2012. Capítulo 3. Disponível em: http://demet.eng.ufmg.br/
wp-content/uploads/2012/10/metalurgia.pdf Acessado em:
20/12/2013
[6] ARAÚJO, C. L. D. A Study of Coarse Grain Heat Affected
Zone of Accelerated Cooled Structural Steels. Cranfied Institute
of Technology, PhD Thesis. Cranfield: 1990. pp.19-20.
[7] PERDIGÃO, S. C., Ciclos térmicos de soldagem, Metalurgia
ABM, 38 (295), Jun 1982, pp.349-353.
(a) [8] MACHADO, I. G., Condução de Calor na Soldagem:

100 Soldag. Insp. São Paulo, Vol. 19, Nº. 01, p.091-102, Jan/Mar 2014
Algumas Equações Úteis em Soldagem

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Welding Code, 2004, Anexo XI, pp. 299-308. ρ é a densidade do material, em g/cm3;
[22] BAILEY, N., COE, F. R., GOOCH, T. J., HART, P. H. α é o ângulo do chanfro
M., JENKINS, N., PARGETER, R. J., Welding Steels Without α e β são constantes que dependem do material e diâmetro do
Hydrogen Cracking, Cambridge: Abington Publishing, 1990. eletrodo
150 p. é a quantidade de ferrita delta em soldas de aço inoxidável, em
[23] Pre heat calculator. http://www.gowelding.com/weld/ %
preheat/preheatcalc.htm (baseado na norma EN1011, consultada DG é a sensibilidade do material à fissuração no reaquecimento,
em jan/14). adimensional
[24] Welding Calculation. http://homepage3.nifty.com/yurioka/ ΔL é a contração longitudinal, em mm
exp.html (consultada em jan/14). ΔS é a contração transversal, em mm
[25] DHOOGE, A., VINCKIER, A. Reheat Cracking-a Review ∆t é o tempo de resfriamento entre duas temperaturas quaisquer
of Recent Studies. International Journal of Pres. Ves. & Piping, ∆t8/5 é o tempo de resfriamento entre 800 e 500 °C, em s
v.27, 1987. pp.239-269. η é um fator adimensional de rendimento

Soldag. Insp. São Paulo, Vol. 19, Nº. 01, p.091-102, Jan/Mar 2014 101
Paulo Villani Marques, Paulo José Modenesi

φ é o diâmetro do eletrodo W é a largura do cordão de solda


Φ é a distorção angular, em rad Os subscritos “g” e “f” indicam a condição de resfriamento, (g)
A, B, C, Cb, D, HB, K, m, tB e tM são constantes se refere a uma chapa “grossa” e (f) se aplica à soldagem de
A(C) é o fator de correção para o carbono equivalente, chapas “finas”, isto é, com passe de penetração total e fluxo
adimensional de calor bidimensional.
Aw é a área da seção transversal da solda, em mm2 Símbolos de elementos químicos se referem à composição
C1 e C2 são constantes empíricas química da liga (% masa)
C é o calor específico do material, em J/(g⋅°C)
CEIIW é o “Carbono Equivalente”, em %
é o “Carbono Equivalente”, em %
Creq é o cromo equivalente
d é a distância do centro de gravidade da(s) solda(s) à linha
neutra do membro, em mm
E é o campo elétrico na coluna do arco, em V/mm
F é a frequência de pulsação, em Hz
h é a espessura da peça, em mm
hw é altura do reforço do cordão de solda
H é a energia de soldagem, em J/cm
Hl é a energia líquida de soldagem, em J/cm
é a dureza da martensita, adimensional
HVMax é a dureza Vickers, adimensional
I é o momento de inércia do membro, em mm2.
I é a corrente de soldagem, em Ampères
Im é a corrente média, em A
Ip é a corrente de pico, em A
k é a condutividade térmica do material, em J/(cm⋅s⋅°C)
lA é o comprimento do arco, em mm
L é o comprimento da solda, em m
Nieq é o níquel equivalente
pi é o peso depositado por unidade de comprimento por passe
(isto é, Pw/pi é igual ao número de passes)
P é a penetração do cordão de solda
Pcm é o “Carbono Equivalente”, em %
PSR é a sensibilidade do material à fissuração no reaquecimento,
adimensional
Pw é o peso de metal de solda depositado por unidade de
comprimento de solda
r é a abertura da raiz do chanfro, em mm
rx é a distância do ponto considerado ao centro da solda, em mm
R é a sensibilidade do material à fissuração no reaquecimento,
adimensional
R é a velocidade de resfriamento, em oC/s
s é o comprimento energizado do eletrodo (mm)
tp é o tempo de pico, em s
T é temperatura na qual se quer estimar a velocidade de
resfriamento, em (oC)
T0 é a temperatura inicial da chapa, em (oC)
Tf é a temperatura de fusão do material, em °C
TP é a temperatura máxima ou de pico, em °C
v é a velocidade de soldagem, em cm/s
V é a tensão de soldagem, em Volts
Va é a queda de potencial no ânodo, em V
Vc é a queda de potencial no catodo, em V
XA teor percentual do elemento X no metal de adição
XB teor percentual do elemento X no metal base
y é a distância do ponto considerado à linha de fusão, em mm;
w é a taxa de fusão, em (mm/s)

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