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2.

ESTRUTURA DO MERCADO

Introdução

O presente trabalho visa elucidar as características que identificam a microeconomia, destarte, seria
impossível falar de Economia se não entendermos as Estruturas de Mercado. Sendo nosso objeto de
estudo, buscaremos entender quais são estas estruturas, o que são e como isso interfere no sistema
econômico de um Estado, além é claro, entender em que isso afetaria nossas vidas, nosso dia-a-dia e
como reagiria a economia se caso, o Estado, não intervisse de alguma maneira nesta estrutura.

Primeiramente devemos entender o que é “mercado” no que se refere à microeconomia, para


somente então, poder nos aprofundar neste contexto e desmembrar suas estruturas. De antemão,
sabemos que a microeconomia é a parte que estuda as relações entre as famílias e as empresas, e as
formas em que este relacionamento acontece.

Voltada à uma análise mais superficial, a microeconomia estuda as formas de preços baseados nos
mercados de bens e serviços, além das formas de serviços e fatores de produção. Este estudo não
foca especificamente nas empresas, mas a forma em que empresas e consumidores se relacionam
entre si, assim, enfoca-se na amplitude de como as empresas operam.

Sintetizando, podemos dizer então que, mercado pode ser entendido como uma instituição empírica
onde ofertantes (empresas) e demandantes (compradores) estabelecem uma relação comercial com
o objetivo de ser realizar transações comerciais. Entendendo então o que é mercado, podemos
evoluir no estudo para conhecer suas estruturas, as quais, influenciam diretamente nesta relação e
em que ponto estas estruturas podem ser benéficas ou prejudiciais ao consumidor final desta
relação.

As estruturas que formam o mercado de bens e de consumo são:

Concorrência Perfeita: número infinito de empresas, produto homogêneo e não existem barreiras
para entrada de novas empresas;

Monopólio: uma única empresa, produto sem substitutos, com barreiras à entrada de novas
empresas;

Concorrência Monopolística (ou imperfeita): inúmeras empresas, produto diferenciado, livre acesso
de empresas ao mercado;
Oligopólio: pequeno número de empresas que dominam o mercado, os produtos podem ser
homogêneos ou diferenciados, com barreiras à entrada de novas empresas.

Observamos que cada estrutura tem sua particularidade, sendo umas mais benéficas ao consumidor,
e outras, extremamente prejudiciais. Tendo então conhecimento destas características do mercado,
passamos a estudar cada uma delas em suas principais características.

1.Desmembrando as estruturas

Entendemos que cada estrutura tem um estilo próprio de organizar o mercado, desta forma, resultar
em benefícios ao consumidor, como a quantidade de marcas disponíveis de um produto, tornando
seu valor, então, mais baixo, ou então, nos casos de outros sistemas, onde a falta de opções, ou
demanda, resultam em valores extremamente elevados ao consumidor final.

1.1 Concorrência Perfeita

Como o próprio nome diz, trata-se de um sistema considerado perfeito devido ao fato da existência
de inúmeras empresas produzindo determinados produtos, sem barreiras ou restrições para outras
empresas produzirem de forma a beneficiar o mercado com maior demanda e transparência.

Este sistema possui características que podem ser divididas da seguinte maneira:

I.Atomicidade: um mercado formado por infinitos vendedores e compradores, de forma que,


isoladamente, nenhuma das partes deste sistema influenciarão sobre os preços praticados;

II.Homogeneidade: todas as empresas oferecem produtos semelhantes, não existindo grandes


diferenças entre embalagens ou qualidade entre seus produtos;

III.Mobilidade: não há nenhum tipo de restrição, pelo mercado, para entrada de novas empresas ou
consumidores;

IV.Racionalidade: empresas maximizam lucros, e consumidores, maximizam satisfação, assim, cada


uma das partes buscam elevar suas vantagens sem detrimento ou prejuízos uns aos outros;
V.Transparência: todas as informações relevantes deste relacionamento como: preços, qualidade,
custos ou lucro são de livre acesso;

VI.Mobilidade de Bens: teoricamente, os preços não mudam conforme as regiões, ou seja, o morador
de uma região paga o mesmo valor que o morador de outra região, sem considerar custo de
transporte, no entanto, podemos facilmente verificar que, na prática, isso não acontece;

VII.Inexistência de externalidades: no sistema de concorrência perfeita, externalidades não


influenciam nos custos das empresas ou na satisfação do consumidor;

VIII.Divisibilidade: uma hipótese matemática não essencial, objetivando apenas auxiliar a


compreensão deste sistema;

IX.Mercado de fatores de produção: os preços dos fatores de produção são fixados, ou seja, as curvas
dos custos de produção são iguais para as empresas do mercado de bens e serviços.

O sistema de concorrência perfeita pode, então, ser visto como um “ideal”, já que se trata de um
sistema sem barreiras, interferências, podendo ser, com isso, pouco realista. Podemos notar
facilmente que, algumas empresas dominam, notavelmente, determinados mercados, interferindo
diretamente nos preços praticados, no entanto, não existe nenhuma restrição à outras empresas em
disponibilizar seus produtos ao consumidor final.

1.2 Monopólio

Este tipo de sistema apresenta três características:

a)Uma única empresa produtora do bem, ou serviço;

b)Não há produtos substitutos


c)Existem barreiras à entrada de empresas concorrentes.

Atualmente, no Brasil, encontramos raros mercados onde o sistema monopolista predomine, isso se
deve ao fato da constante intervenção do estado regulamentando as relações de mercado. A seguir,
veremos algumas características deste sistema:

I.Monopólio Puro (ou Natural): Devido à elevada escala de produção, exige altos índices de
investimento. Assim, torna-se muito difícil alguma empresa oferecer um produto com preço
equivalente ao da empresa já estabelecida. Geralmente, observamos este sistema aplicado em
serviços públicos como: água, esgoto, energia elétrica, etc.

II.Proteção de Patentes: a empresa detém a exclusividade na produção de determinado produto que


foi, por ela, desenvolvido. Ex: Xerox, porém, devido às intervenções do governo, atualmente, o
direito de patente se dá por um determinado período, após este período, a patente se torna domínio
público, permitindo, então, que outras empresas possam produzir este produto;

III.Tradição no mercado: Se dá quando determinada empresa, ou mesmo região, domina de maneira


tácita determinado mercado, à exemplo da suíça na produção de relógios.

Pode nos parecer que mercado monopolista seja uma realidade apenas no passado, no entanto, o
Brasil tem um péssimo exemplo do que é mercado monopolista, uma vez que a estatal Petrobrás, é a
única empresa com direitos para explorar as reservas petrolíferas no país, além de ser, basicamente,
a única fornecedora de combustíveis ao povo brasileiro, o resultado disso vemos muito bem em
nosso dia-a-dia, com preços totalmente desproporcionais ao que seria no caso de um mercado com a
devida ampla concorrência.

Além do fato de ser monopolista, a Petrobrás é uma empresa estatal, ou seja, controlada pelo
governo, a grande “vantagem” disso, está na moeda de troca em que se tornou a administração
desta, favorecendo enormemente a corrupção e, como podemos ver, nos últimos anos tamanho
prejuízo e danos que isto vem acarretando aos cidadãos brasileiros.

1.3 Oligopólio

O sistema oligopolista pode ser definido de duas formas:


Oligopólio Concentrado: Pequeno grupo de empresas dominando um determinado setor;

Oligopólio Competitivo: um pequeno grupo de empresas que domina um setor com muitas empresas

Primeiramente, devemos entender o que é um mercado oligopolista, em que este sistema, pouco
conhecido pela população, afeta o mercado de bens de consumo e porque, mesmo parecendo
diferente do mercado monopolista, prejudica exponencialmente o consumidor brasileiro.

Pelo fato de existir empresas dominantes, estas controlam o mercado, determinando os valores de
venda dos produtos conforme seus termos e condições numa negociação unilateral, no qual, o
consumidor tem baixíssimo poder de reação sobre as alterações de preços, em suma, as empresas
impõem suas condições e o consumidor não tem nenhum poder de influir acerca disto.

Vejamos, então, quais setores são controlados e por quais tipos de empresas:

           1.3.1 Oligopólio Concentrado

Como mencionado anteriormente, no sistema oligopolista concentrado, temos apenas um pequeno


grupo de empresas que dominam determinados setores na produção de bens de consumo, ou
também, na prestação de serviços de alto consumo.

O primeiro exemplo é o setor automobilístico. No Brasil, existem apenas algumas poucas montadoras
que detém a maior fatia do mercado, estas, até poucos anos atrás, controlavam integralmente o
mercado, são elas: Ford, VW, Fiat, Chevrolet. Estas empresas formavam o que, conforme o estudo da
economia, os chamados cartéis, ou seja, conluio de produtores que determinam a “política” que
deverá ser adotada por toas as empresas do setor, fixando preços e a cota do mercado de cada uma
delas.

Além do setor automotivo, temos também os setores de comunicação. Vejamos o mercado de


telefonia, por exemplo, quatro empresas dominam quase que integralmente a prestação do serviço
no país. Este domínio de mercado se mostra ainda mais grave, se desmembrarmos cada setor,
ficando então divido da seguinte forma:

Telefonia fixa: No estado de São Paulo, por exemplo, a telefonia fixa é fornecida por, basicamente,
duas únicas empresas:
Vivo fixo

NET fone (que tem o serviço oferecido pela empresa Embratel)

Telefonia móvel: Também em São Paulo, o serviço é oferecido por apenas quatro empresas:

Vivo

Claro

Oi

Nextel

Internet Fixa: Ressalvado algumas poucas fornecedoras que utilizam o sistema via satélite, ou rádio
(que são ainda piores que os sistemas tradicionais) o serviço é oferecido por apenas duas empresas:

Net

Vivo

TV por Assinatura: Apesar da diferença na entrega do serviço, trata-se do mesmo produto e, como o
item acima, a qualidade está muito longe do que é oferecido em outros países, são elas:

Vivo TV

NET TV

Sky TV

Como podemos observar, na maioria das prestações, o serviço conta com duas empresas que dispõe
de todos os serviços citados e, algumas poucas, participando de apenas um ou dois serviços.
Notamos que, a qualidade destes serviços está muito longe do ideal e, mais ainda, do preço que
pagamos, isso se deve ao fato de estas empresas manipularem o mercado, controlando os preços e
as condições para o oferecimento dos produtos.

Apesar da aparente briga comercial, onde as empresas se mostram como a que oferecerá maior
vantagem e melhor serviço ao consumidor, podemos notar que, o número de reclamações que estas
empresas recebem nos órgãos de proteção e defesa do consumidor, demonstra que essas empresas
realizam acordos para controlar o mercado e, mesmo com tantas reclamações, permanecem
praticamente isentas de responsabilidades, uma vez que o consumidor, não dispõe de opções para
que possam se resguardar e optar por um serviço realmente com a devida qualidade e respeito que
se deve ao consumidor.

O mesmo acontece nos setores de chocolate (Nestlé e Garoto), cerveja (Ambev, Heineken), rede de
supermercados (Carrefour, Wal-Mart, Pão de Açúcar), refrigerantes (Coca-Cola, Antártica), setores de
fabricação de insumos e matéria prima (Votorantim, no setor de cimento e papel e celulose,
Mineradoras, sendo cada uma detentora de um determinado minério), ou seja, notamos que na
maioria dos bens de consumo do qual o cidadão mais dispõe, os preços são controlados pelas
empresas, e obviamente, com isso, o cidadão paga um preço mais caro do que realmente pagaria se
o sistema não fosse controlado desta maneira. Neste caso, temos o sistema: Oligopólio Competitivo.

1.4 Concorrência Monopolística (ou Concorrência Imperfeita)

A concorrência monopolística é o oposto da Concorrência Perfeita, por isso, é também chamada de


Concorrência Imperfeita. Isto se deve ao fato de existir numerosas empresas no mercado, mas que
oferecem serviços, ou produtos, não homogêneos, ou seja, não totalmente substituíveis. Deste
modo, essas empresas detêm, de alguma forma, o poder de influir diretamente no valor de seus
produtos ou serviços.

As características principais características que definem o sistema de concorrência monopolística


são:

Muitas empresas produzindo determinado bem ou serviço;

Cada empresa produz um produto diferenciado, mas com substitutos próximos;

Cada empresa tem certo poder sobre preços, considerando que, por ser diferenciado, influirá
diretamente na preferência do consumidor, que dispõe de produto diferente caso opte por produto
oferecido pela empresa concorrente.

Trata-se de um sistema mais realista, pois reflete o devido livre poder de escolha do consumidor pelo
produto de sua preferência e permiti à empresa potencializar seus lucros. Este sistema se parece
muito com o sistema monopolista, mas, neste caso, não existe apenas uma empresa produzindo ou
oferecendo determinado serviço, ou produto.

Conclusão
Após estudarmos cada uma das estruturas de mercado dentro do sistema da microeconomia,
pudemos conhecer a atuação da empresa no mercado econômico, e como as empresas, através
destas estruturas influenciam na relação com os consumidores. Por outro lado, entendemos também
como as famílias são atingidas devido a formação de preços baseado nestas condições que as
estruturas definem.

Vimos que nesta relação empresa/consumidor, quando a balança é favorável para um, a grosso
modo, é desfavorável para o outro, ou seja, se uma empresa atinge elevados lucros se for um
mercado monopolista, em consequência, o consumidor arcará com preços exorbitantes, muito além
do que deveria ser. Em contrapartida, se o mercado oferecer maiores benefícios ao consumidor,
oferecendo, à este, preços extremamente baixo, significa que as empresas sofreriam com baixíssimas
margens de lucro. Então fica claro para entendermos que, para equilibrar esta balança, seria sensato
existir um mercado onde ambos se beneficiem, mas isso é, definitivamente, impossível.

Concluímos então que, um mercado com uma estrutura de concorrência perfeita, se trata de uma
visão utópica, visto que, cada lado desta contenda buscará sempre as vantagens que melhor lhe
favoreça, impedindo que se equilibre para o outro lado as vantagens. Por fim, não devemos, jamais,
deixar buscar tornar o mercado o mais próximo possível do ideal, pois, apenas desta forma é que
será possível tornar uma economia forte e crescente.

3.EVOLUÇAO DO PENSAMENTO ECONOMICO , ESCOLA DE KEYNESIANA

Quando a doutrina clássica não se mostrava suficiente diante de novos fatos econômicos, surgiu o
economista inglês John Maynard Keynes que, com suas obras, promoveu uma revolução na doutrina
econômica, opondo-se, principalmente, ao marxismo e ao classicismo. Substituindo os estudos
clássicos por uma nova maneira da raciocinar na economia, além de fazer uma análise econômica
reestabelecedora do contato com a realidade.

Seus objetivos eram de, principalmente, explicar as flutuações econômicas ou flutuações de mercado
e o desemprego generalizado, ou seja, o estudo do desemprego em uma economia de mercado, sua
causa e sua cura.

Opondo-se ao pensamento marxista, Keynes acreditava que o capitalismo poderia ser mantido,
desde que fossem feitas reformas significativas, já que o capitalismo houvera se mostrado
incompatível com a manutenção do pleno emprego e da estabilidade econômica. Recebendo,
portanto, muitas críticas dos socialistas no que se refere ao aumento da inflação, ao estabelecimento
da uma lei única de consumo, ignorando as diferenças de classes. E, por outro lado, algumas de suas
ideias foram agregadas ao pensamento socialista, como por exemplo, a política do pleno emprego e
a do direcionamento dos investimentos.
Keynes defendia a intervenção moderada do Estado. Afirmava que não havia razão para o socialismo
do Estado, pois não seria a posse dos meios de produção que resolveria os problemas sociais, ao
Estado compete incentivar o aumento dos meios de produção e a boa remuneração de seus
detentores.

Roy Harrod acreditava que Keynes tinha três talentos que poucos economistas possuem.
Primeiramente a lógica, para assim poder ter se transformado num grande especialista na teoria
pura da Economia. Dominar a técnica de escrever lúcida e convincentemente. E, por fim, possuir um
senso realista de como as coisas se realizarão na prática.

Suas obras estimularam o desenvolvimento de estudos não só no campo econômico, mas também
nas áreas da contabilidade e da estatística. Na evolução do pensamento econômico, até agora, não
houve nenhuma obra que provocasse tanto impacto quanto a Teoria Geral do Emprego, do juro e da
moeda de Keynes.

O pensamento Keynesiano deixou algumas tendências que prevalecem até hoje no nosso atual
sistema econômico. Dentre as principais, os grandes modelos macroeconômicos, o intervencionismo
estatal moderado, a revolução matematizante da ciência econômica…

Os Keynesianos admitiram que seria difícil conciliar o pleno emprego e o controle da inflação,
considerando, sobretudo, as negociações dos sindicatos com os empresários por aumentos salariais.
Por esta razão, foram tomadas medidas que evitassem o  crescimento de salários e preços. Mas a
partir da década de 60os índices de inflação foram acelerados de forma alarmante.

A partir do final da década de 70, os economistas tem adotado argumentos monetaristas em


detrimento daqueles propostos pela doutrina Keynesiana; mas as recessões em escala mundial, das
décadas de 80 e 90 refletem os postulados da política econômica de Jonh Maynard Keynes. 
(www.gestiopolis.com.br- 06 de Abril de 2005 às 15 h e 08 minutos).

4.TEORIA DO CONSUMIDOR

5. TEORIA DO PRODUTOR

A Teoria do Produtor

Neste ponto do programa vamos estudar o comportamento do produtor.

Condições para a Existência de Concorrência Perfeira

As empresas vendem um produto homogéneo


As empresas são tomadoras de preço

Existe mobilidade perfeita dos factores produtivos no longo prazo

As empresas e os consumidores possuem informação perfeita

Teoria do Produtor

Quando um produtor faz as suas escolhas enfrenta restrições impostas pelos seus clientes, pelos seus
concorrentes e pela natureza. 

Vamos começar por discutir as condições tecnológicas da teoria do produtor que estão subjacentes
ao processo de produção, a natureza impõe restrições de ordem tecnológica, isto é, existem apenas
certos métodos de produção de “outputs” a partir de “inputs”. 

Os “inputs” de produção na teoria do produtor são chamados de factores de produção e são


classificados em categorias, terra, trabalho, capital e matérias-primas. 

Bens de capital (capital físico)  são aqueles “inputs” que já passaram por um processo de
transformação e que servem para produzir determinados bens, como por exemplo: computadores,
edifícios, máquinas, etc.

Quer os “inputs” quer os “outputs” devem ser encarados como fluxos na teoria do produtor. 

O estado de desenvolvimento tecnológico de uma sociedade impõe restrições tecnológicas ao


produtor, apenas certas combinações de “inputs” são admissíveis para se produzir uma dada
quantidade de “output” 

O produtor deve limitar-se aos “planos de produção” tecnologicamente admissíveis 

Ao conjunto de todas as combinações tecnologicamente possíveis de “inputs” e “outputs” é


chamado “conjunto de produção” na teoria do produtor. 

Suponhamos que temos apenas um “input” medido por x, e um “output” medido por y: 
A função de produção mede o máximo de “output” que é possível produzir a partir da utilização de
uma dada quantidade de “input”. De outra forma, a função de produção exprime o conjunto de
planos de produção que são tecnologicamente admissíveis e de eficiência máxima.

Os pontos acima da função de produção não são tecnologicamente admissíveis, os pontos abaixo da
função de produção são ineficientes relativa à teoria do produtor.

No caso de dois “inputs” necessários para se produzir um “output” a função de produção é dada por
y=f(x1, x2).

Existem semelhanças entre a função de utilidade estudada na teoria do consumidor e a função de


produção, do ponto de vista formal os dois tipos de função são equivalentes. Mas existem diferenças
significativas, por exemplo, no que toca ao significado económico, o “output” tem significado na
teoria do produtor enquanto a utilidade não o tem no contexto da utilidade ordinal. 

Isoquantas

Considerando a utilização de dois “inputs” e uma função de produção y=f(x1, x2), a relação técnica
pode ser representada por “curvas de níveis”, que são projecções da função de produção no espaço
de duas dimensões, formado pelas variáveis x1 e  x2 

Essas “curvas de níveis” são designadas por Isoquantas, a isoquanta indica o conjunto de todas as
combinações possíveis dos inputs x1 e x2 que são suficientes para se produzir uma dada quantidade
de output.

Existe portanto uma semelhança entre as curvas de indiferença que estudámos e as Isoquantas, mas
a diferença está no valor da produção que é expresso por cada isoquanta.
Exemplos de Tecnologias

As diferentes tecnologias - teoria do produtor - podem ser apreendidas pelo grau de substituibilidade
ou de complementaridade, dos inputs associados à produção de um determinado produto. O grau de
substituibilidade ou de complementaridade, pode ser apreendido pela configuração da isoquanta,
que descreve o conjunto de técnicas eficientes para a produção de um dado nível de produto.

Proporções Fixas 

( y= min{ x1, x2} )

Substitutos Perfeitos

( y = x1 + x2 ) 

Funções Cobb-Douglas

Neste tipo de funções de produção, o parâmetro A mede a escala de produção, os parâmetros a e b


medem a forma como a quantidade de output responde a alterações dos inputs.

Propriedades da Tecnologia na Teoria do Consumidor


Monotonia – se aumentarmos a utilização de um input deverá ser possível produzir pelo menos a
mesma quantidade de output.

Convexidade – se tivermos duas formas de produzir y unidades de output, (x1, x2) e (y1, y2), a média
ponderada deve produzir pelo menos as mesmas y unidades. Ou seja, a combinação linear de dois
processos de produção que estão na mesma isoquanta permite gerar um nível de output igual ou
superior ao indicado pela isoquanta.

Isoquantas

Produto Marginal

Na Teoria do Produtor, o produto marginal tem a seguinte explicação: Supondo que estamos a
operar com o nível de inputs (x1, x2) e que estamos a pretender utilizar mais do factor x1, mantendo
a utilização do factor x2. Quanto output vamos obter por cada unidade adicional do input x1,
designamos isto por produto marginal(Pmgx1) .

A produtividade marginal de um factor define-se como sendo a variação de output que resulta de
uma variação marginal deste factor, mantendo todos os outros factores constantes. 

Matematicamente, a produtividade marginal de um factor é a derivada parcial da função produção


em relação ao factor de produção.

A lei da produtividade marginal decrescente  da teoria do produtor


À medida que aumentamos a utilização de um factor produtivo o produto marginal do factor irá
diminuir (mantendo o outro factor produtivo constante da teoria do produtor).

6. COMO FUNCIONA A LEI DA OFERTA E DA PROCURA

Em Economia, a lei da oferta e procura é quem determina a formação de preços no mercado, entre o
preço oferecido e o preço procurado.

Neste modelo, os consumidores procuram no mercado os produtos e serviços que desejam,


enquanto as empresas existentes ofertam estes mesmos produtos.

Para este conceito é considerado que os consumidores procuram cada vez mais, quanto menor for o
preço. Já as empresas ofertam com o preço relativo a quantidade, ou seja, quanto maior a
quantidade maior o preço.

Entre a oferta e a demanda existe um equilíbrio, que é representado pelas curvas da oferta quando
se cruzam com a curva da procura, havendo um preço de equilíbrio no mercado.

Relação de equilíbrio entre a oferta e a procura que forma o preço de mercado mais adequado.

Para entendermos essa representação entre oferta e demanda é preciso considerar cada uma de
forma separada, entre a lei da procura e a lei da oferta.

Como funciona a lei da procura

A lei da procura diz que, quanto menor o preço, maior a quantidade de consumidores procurando no
mercado os produtos que queiram comprar, principalmente considerando os diferentes rendimentos
de cada um. Este princípio é apresentado no exemplo a seguir.
Exemplo

Como exemplo, vamos considerar 3 consumidores diferentes que procuram comprar um certo
produto em uma loja. Porém, cada um está disposto a pagar um valor diferente do outro por este
certo produto, sendo R$ 10,00; R$ 15,00; e R$ 20,00.

Representação da procura conhecida como "Curva da procura" - quanto menor o preço mais
consumidores compram

Pelo gráfico percebemos que, pelo menor preço de R$ 10,00 os três consumidores adquirem o
produto desta loja, já que dois deles pagariam até mais pelo produto.

Esta relação reflete a lei da procura como um todo: quanto menor o preço, mais é vendido dado que
mais consumidores devem adquirir.

Como funciona a lei da oferta

A lei da oferta se refere ao quanto os empresários estão dispostos a vender seus produtos. De
maneira simples, consideramos que o preço aumenta com a quantidade. Por exemplo, um
comerciante oferta um produto ao preço de R$ 1,00 e dois desses produtos por R$ 2,00, já que se
cobrar R$ 1,00 irá entregar "de graça" um dos produtos.

Assim, podemos considerar graficamente essa relação, utilizando um exemplo.

Exemplo

Considerando que um comerciante ofereça seu produto ao preço de R$ 5,00 por unidade, ou seja,
duas unidades o preço agregado é R$ 10,00, três unidades por R$ 15,00, e assim por diante.
Pela teoria da oferta, o comerciante vende com o objetivo de obter seus lucros, por isso a inclinação
positiva da curva da oferta. Do contrário venderia seus produtos a preços inferiores e perderia
dinheiro com isso.

Modificações no equilíbrio entre oferta e procura

As características de quantidade procurada e oferecida nem sempre são as mesmas, ou seja, elas
podem se modificar, seja pela procura ou pela oferta, o que altera o equilíbrio do mercado.

Um dos maiores exemplos desta modificação está na história dos computadores pessoais (PCs). No
início, os preços oferecidos eram muito elevados e poucas pessoas podiam adquirir este produto.
Com o passar dos anos, os fabricantes puderam começar a baixar seus preços e a quantidade de
consumidores começou a ser cada vez maior, para o cenário que conhecemos hoje

Outro exemplo que pode modificar a procura são os impostos, já que com eles o preço oferecido é
um pouco maior do que o comerciante gostaria.

Tanto as leis da oferta, como a da procura, são determinadas com uma condição chamada Ceteris
Paribus, que diz que não são considerados outros fatores que também possam modificar essa lei,
como é o caso de aumento de rendimento dos consumidores.

Saiba mais sobre o que é a condição Ceteris Paribus e como ela é aplicada à lei da oferta e procura.
REFERÊNCIAS

GONÇALVES, A.C.P. et al. Economia Aplicada. 2.ed.rev. e atual. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

GARCIA, M.E.; VASCONCELLOS, M.A.S. Fundamentos de Economia. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

KOPELKE, André Luiz. Economia. 2.ed. Indaial: Editora Asselvi, 2007.

MONTELLA, Maura. Economia Passo a Passo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004

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